Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
MÓDULO III
Estamos iniciando nossa última aula. Porém, antes de entrarmos na teoria, irei comentar
brevemente as questões da aula passada.
Vamos nessa!!!
Exercícios de Fixação
1. Se o governo brasileiro decidir que a PETROBRAS formará com a Bolívia uma empresa
binacional de exploração de petróleo, caberá ao TCU fiscalizar as contas nacionais dessa nova
empresa.
Resposta: Correto. O TCU deverá fiscalizar o valor que o Governo brasileiro está investindo nessa
nova empresa, porém não é da sua competência auditar os valores aplicados pelo Governo
Boliviano. Um exemplo nos ajudará a visualizar:
Caso o Governo Boliviano investisse 8 Bilhões na PETROBAS e o Brasileiro apenas 2 B, caberia
ao TCU auditar apenas o que o Brasil investiu nessa empresa binacional, que no caso seria 2
Bilhões.
Resposta: Correto. Os Tribunais de Contas do Estado verifica se houve boa e regular aplicação dos
recursos estaduais por qualquer pessoa física ou jurídica. Lembre-se que devemos identificar se a
origem do recurso é estadual, e não quem está aplicando.
Resposta: Correto. Nos estados eles são integrados por sete Conselheiros, já na União são nove
Ministros.
Resposta: Errado. Já faz algum tempo que é bastante comum os Tribunais de Contas verificarem os
aspectos da eficiência das ações do Governo, não mais se restringindo aos aspectos da legalidade.
Resposta: Errado. O Tribunal de Contas da União emite um parecer prévio, que será enviado ao
Congresso Nacional, para que seja realizado o julgamento das contas do Presidente da República.
Apenas para complementar a informação, os Tribunais de Contas têm 60 dias para emitir o parecer
prévio, mas o Poder Legislativo não possui prazo para realizar o julgamento.
7. O TCU registrará o ato de aposentadoria de funcionário do INSS, que é regido pela CLT.
Resposta: Errado. Considero esta uma difícil questão. O TCU registrará o ato de todas as
nomeações que ocorrerem, exceto as decorrentes de cargos comissionados. Com relação às
aposentadorias, os Tribunais de Contas devem registrar as relativas aos servidores estatutários.
Apenas para facilitar o entendimento, no serviço público há pessoas regidas pela CLT (que
contribuem para o INSS, recolhem FGTS, etc.), que se aposentarão como todos os empregados da
iniciativa privada. Para esses, o TCU não registrará o ato de aposentadoria.
8. Por força constitucional, cada município brasileiro pode instituir um Tribunal de Contas
Municipal.
Resposta: Errado. No Brasil há 2 Tribunais de Contas Municipais que foram criados antes da CF
de 1988. A partir dessa data, a própria Constituição vedou a criação de novos Tribunais de Contas
municipal.
9. Caso algum TCE entenda ser necessário trabalhar com nove Conselheiros por conta da
grande demanda de trabalho, ele poderá seguir esse caminho, pois o próprio TCU possui nove
ministros.
Resposta: Errado. A Constituição Federal estabeleceu que apenas o TCU possui nove ministros,
todos os demais Tribunais de Contas serão integrados por sete Conselheiros. Jamais esse número, de
Assim como nos demais capítulos, sempre citaremos o TCU, pois usualmente os demais
Tribunais de Contas utilizam-no como modelo. Também será mencionada a forma que o TCE-CE
trabalha, pois ele está no escopo do curso.
Todos os Conselheiros integram o Pleno, que é Presidido pelo presidente da casa. Atua junto
a esse colegiado, o Procurador-Geral do Ministério Público de Contas.
O Pleno do TCE-CE tem suas sessões realizadas às terças (15 horas), enquanto o do TCU às
quartas-feiras (14:30 horas).
Uma curiosidade: caso haja empate na votação de processo em qualquer das câmaras, o processo
será deslocado para o Plenário apreciá-lo.
Falaremos um pouco sobre o Presidente do TCE-CE e do TCU. O Presidente do TCU é eleito para
mandato correspondente a um ano civil, permitida a reeleição apenas por um período de igual
duração. Já o do TCE-CE é eleito para o período de dois anos, também sendo permitida uma
recondução.
São seus pares (os demais Conselheiros nos TCE ou Ministros no TCU), apenas esses votam
na eleição para presidente.
Quando os Técnicos dos Tribunais de Contas estão realizando qualquer fiscalização, podem
requisitar quaisquer documentos do fiscalizado, que devem entregá-los prontamente. Essa
competência de requisitar informações foi bastante ampliada, pois a Lei de Acesso à Informação
dispõe que qualquer cidadão tem o direito de solicitar informações públicas, ressalvadas as
exceções criadas pela própria lei (que são muito poucas). Com isso, amigos, é dever de qualquer
órgão público apresentar as informações solicitadas pelo “cidadão comum” e também pelos
Tribunais de Contas.
Que tal falarmos um pouco desses cinco instrumentos?
Levantamento
É utilizado pelo Tribunal para conhecer melhor o órgão que será auditado no futuro. Ele é
muito importante, pois a equipe passa a conhecer melhor a instituição, e saberá quais são suas
fragilidades e seus pontos fortes. Muitos Tribunais de Contas realizam o Levantamento em uma fase
preliminar da auditoria.
Auditoria
A Auditoria verifica a legalidade dos atos praticados pelos jurisdicionados, bem como o seu
desempenho. O foco dos órgãos de controle era essencialmente na legalidade dos atos (Auditoria de
Conformidade), onde se verificava se todos os atos estavam seguindo as legislações. Caso o gestor
respeitasse as leis, estaria tudo perfeito para o Controle Interno e Externo.
Como sempre digo, nada melhor que um exemplo para esclarecer o que foi dito:
Suponha que o Governo do Estado fez uma campanha para o combate a dengue. Gastou
todo o recurso alocado para a campanha de forma correta, seguindo o que as leis exigem,
mas a Dengue aumentou 200% nesse período.
Acompanhamento
Para exemplificar, a leitura rotineira do diário oficial para ter conhecimento dos atos de
certos órgãos é um exemplo claro de acompanhamento.
Monitoramento
É utilizado para verificar se as determinações realizadas pelo Tribunal estão sendo seguidas.
É comum os Tribunais de Contas realizarem determinações para seus jurisdicionados, e tais
determinações são vinculantes. O monitoramento é para certificar-se que elas estão sendo seguidas.
Inspeção
A inspeção serve para o Tribunal esclarecer eventuais dúvidas. Usualmente, após o
Planejamento do que a equipe técnica fará, há a inspeção, que é uma visita ao órgão para que sejam
desfeitas algumas dúvidas, pois os técnicos do Tribunal não possuem todas as informações
O julgamento das contas é uma das atividades mais conhecidas dos Tribunais de Contas.
Nele, o TC decidirá sobre a legalidade, legitimidade e economicidade dos atos de gestão praticados
pelo Gestor e das despesas deles decorrentes.
Deve-se ficar claro que o julgamento, que estamos aqui tratando, refere-se a todo exercício
financeiro, ou seja: são todas as despesas realizadas durante 01 ano. Ex: Quando ouvimos que
determinado TC julgou regular as Contas de 2013 de determinado secretário, temos que entender
que foi a conta de determinado período. Pode ser que esse mesmo secretário tenha tido suas contas
de 2012 julgadas irregulares. Ou seja, os julgamentos devem ficar restritos aos fatos executados em
determinado período.
Por fim, serão irregulares quando constatarem qualquer dos seguintes casos:
• omissão no dever de prestar contas;
Para concluirmos o presente item, iremos comentar a consequência de cada um dos tipos de
julgamento acima citados.
Quando ocorre o julgamento pela regularidade das contas, o Tribunal de Contas dará
quitação plena ao responsável. Tal quitação indica que ele “passou com louvor” na análise
realizada pelo TCE ou TCU. Não foi identificado nenhum problema nas suas contas.
Constituição Federal
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, sera exercido com o auxilio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
II- julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo poder publico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário publico.
O artigo 8º, abaixo transcrito, é justamente a definição de TCE trazida pela Lei Orgânica
do TCE-CE. Ainda nessa aula iremos interpretar detalhadamente o que esse texto dispôs.
LOTCE
Art. 8º. Diante da omissão no dever de prestar contas, da não comprovação da aplicação dos
recursos repassados pelo Estado, na forma prevista no inciso VII do art. 5º desta Lei, da ocorrência
de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da prática de qualquer ato
ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao Erário, a autoridade administrativa
competente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá imediatamente adotar providências
com vistas à instauração da TCE para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e
quantificação do dano.
Também é importante trazer a definição dada pelo Jacoby Fernandes no seu livro sobre
a matéria:
Tomada de Contas Especial e um processo de natureza administrativa que visa
apurar responsabilidade por omissão ou irregularidade no dever de prestar contas
ou por dano causado ao erário.
Objetivos da TCE
Analisando as definições apresentadas, especialmente a da LOTCE, podemos constatar
que a TCE tem como objetivos:
• fazer a apuração dos fatos;
• identificar os responsáveis pelo dano ao erário; e
• quantificar o valor do dano causado;
A tomada de contas especial deverá identificar os objetivos acima citados. Caso o pro-
cesso responda a esses três questionamentos, o Tribunal de Contas realizará o julgamento desse Pro-
cesso. Percebemos que o seu maior objetivo é apurar a responsabilidade de quem causou o dano e
fazer que ele pague pelo mesmo. Assim, o Estado não ficaria no prejuízo!!!
Ainda verificando o mesmo art. 8º, percebe-se que os fatos que ensejam a instauração
da TCE estão explícitos, são eles:
• omissão no dever de prestar contas;
• não-comprovação de recursos repassados pelo Estado;
• desfalque de recursos públicos; e
• prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico que resulte dano ao Erário;
Sempre que houver qualquer um desses fatos, a autoridade competente (veremos mais a
frente quem são) deverá instaurar a TCE, sob pena de responsabilidade solidária.
Caso a autoridade administrativa tenha conhecimento do fato e nada faça, poderá ser
responsabilizada solidariamente pelo dano. Isso é sério pessoal!!! Ela também poderá ser cobrada
pelo prejuízo causado.
Vamos falar um pouco sobre cada um dos fatos que ensejam a instauração de TCE?
(a) É obrigação constitucional o dever de prestar contas. Isso é até evidente, pois se os
recursos são públicos, é fundamental a prestação de contas pelo responsável pela sua utilização.
Portanto, a sua omissão é uma irregularidade grave e enseja a instauração da TCE. Além disso,
poderá haver consequências como crime de responsabilidade (para os agentes políticos) e crime de
improbidade administrativa (para todos os demais que administrem recursos públicos).
(b) A não comprovação dos recursos repassados pelo Estado ocorre quando existiu a
apresentação formal da prestação de contas, mas os seus documentos não são suficientes para
demonstrar a sua aplicação na finalidade planejada.
Mais uma vez, apenas deve-se instaurar TCE se houver DANO AO ERÁRIO. Mas e se
determinado gestor cometer uma prática ilegal, não se deve fazer nada?
Já se esses computadores fossem comprados por valor acima do mercado, ai sim!! Seria
caso de instaurar a TCE.
(e) além dessas 04 hipóteses previstas no caput do art. 8º da LOTCE, há algumas outras
como:
• conversão de processo em TCE (esse item é detalhado em uma aula específica do
Curso de TCE, também existente na grade do IPC); e
• por determinação do Tribunal de Contas (art. 8, §2º). Nesse caso o Tribunal
identificou que houve um dano ao erário mas a TCE não foi instaurada pelo órgão ou
entidade, por isso determina que seja instaurada a Tomada de Contas especial em no
máximo “x” dias.
Para concluir este item, é importante ficar claro que a TCE é uma espécie processual que
serve para apurar dano ao erário, independentemente do assunto relacionado. Ou seja, pode haver
instauração desse processo para verificar dano causado em convênio, contrato, licitação, atividades
desempenhadas por servidores públicos, etc. Onde houve dano, haverá (em regra) uma TCE
apurando os fatos.
No presente item trataremos dos cinco recursos existentes no TCU, pois todos os demais
Tribunais de Contas utilizam pelo menos algum deles, não necessariamente todos.
O que vem a ser esse negócio de recurso? Ora amigos, todos que já estudaram um pouco de
Direito (objeto de estudo) sabem que é um direito (prerrogativa) de todos o princípio do
contraditório e da ampla defesa. Esses dois princípios estão expressos na Constituição Federal, e são
garantias essenciais dos cidadãos.
Os recursos estão diretamente ligados a tais princípios da CF/88, pois caso qualquer um de
nós tenhamos algum julgamento realizado pelos Tribunais de Contas, e não concordemos com ele,
poderemos ingressar no mesmo órgão para tentar alterar a sua decisão. Reparem que o recurso deve
ser impetrado no próprio Tribunal de Contas, que fará nova análise dos fatos para se posicionar
novamente.
Feita essa pequena introdução, vamos aos recursos existentes no TCU com um pequeno
detalhamento de cada um, para que todos sejamos capazes de diferenciá-los.
Caso o Secretário da SEFAZ de determinado estado tenha suas contas julgadas irregulares
pelo TCE, tendo que devolver R$ 100 mil ao Estado. Insatisfeito, o Sr. Secretário entra com o
recurso de reconsideração. O efeito desse julgamento (devolver R$ 100 mil) ficará congelado
(suspenso) até que o recurso seja julgado.
Alguns comentários: prestem atenção que este recurso é quase idêntico ao anterior. A
diferença é que aquele refere-se a processo de contas, enquanto este a processos de atos sujeitos a
registro e a fiscalização de atos e contratos.
O embargo de declaração deve ser impetrado quando alguma decisão do Tribunal tenha
obscuridade, omissão ou contradição. Ou seja, quando o texto da decisão não esteja claro, e que
dificulte o entendimento dos jurisdicionados. O seu prazo de interposição é de 10 dias, a contar da
notificação do interessado, e possui efeito suspensivo, para o TCE-CE o prazo para interposição é
de 30 dias.
Por fim, o Agravo deve ser impetrado contra decisão singular do Presidente do Tribunal, do
Presidente da Câmara ou do relator do processo no prazo de 5 dias da comunicação ao interessado
do despacho proferido. A decisão singular ainda não é o julgamento do processo, mas são ações
tomadas durante o seu andamento (decisões interlocutórias, por exemplo). Esse recurso poderá ter
ou não efeito suspensivo.