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Cuidando de Pessoas

Idosas
Ficha Técnica
MINISTÉRIO DE TRABALHO Coordenação do Projeto Qualifica Brasil Gerente do Núcleo de Produção de Materiais
Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa (Coordenadora Geral) Rute Nogueira de Morais Bicalho
Ministro do Trabalho Wilsa Maria Ramos
Ronaldo Nogueira Valdir Adilson Steinke Autor
Luis Fernando Ramos Molinaro Fátima Sonally Sousa Gondim
Secretário de Políticas Públicas de Emprego Humberto Abdalla Júnior
Leonardo José Arantes Rafael Timóteo de Sousa Jr Equipe de Designer Instrucional
Rute Nogueira de Morais Bicalho
Diretor do Departamento de Políticas de Empregabilidade Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – Janaína Angelina Teixeira
Higino Brito Vieira IBICT Márlon Cavalcanti Lima
Cecília Leite - Diretora Simone Escalante Bordallo
Chefe da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) Tiago Emmanuel Nunes Braga Virgínia Maria Soares de Almeida
Angelo Marcio Fernandes de Sousa Filho Marcus Vinicius Carneiro Magalhães
Realização
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Instituto de Artes (IDA-UnB), Instituto de Psicologia (IP-UnB), Revisor ortográfico
Instituto de Letras (LET-UnB), Departamento de Engenharia Samantha Resende Nascimento
Reitora Elétrica (ENE – UnB), Departamento de Geografia (GEA – UnB),
Márcia Abrahão Moura Faculdade de Ciência da Informação (FCI-UnB). Ilustrador
Ana Maria Silva Sena Pereira
Vice-reitor Apoio
Enrique Huelva Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC-MEC) Desenvolvedor de Vídeos Animados
Paulo Fernando Santos Nisio
Decana de Pesquisa e Inovação Gestão de Negócios e Tecnologia da Informação
Maria Emília Machado Telles Walter Loureine Rapôso Oliveira Garcez Desenvolvedor de Ambiente Virtual de Aprendizagem
Wellington Lima de Jesus Filho Osvaldo Corrêa
Decana de Extensão
Olgamir Amancia Coordenação da Unidade de Pedagogia Projeto Gráfico
Danielle Xabregas Pamplona Nogueira Márlon Cavalcanti Lima
Lívia Veleda Sousa e Melo

Este material foi produzido por conteudista(s) da Universidade de Brasília (UnB) exclusivamente para a Escola do Trabalhador.
Licença de uso e compartilhamento Creative Commons Atribuição-Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
O que você vai estudar
Tema 1 Tema 2

O processo de Noções sobre o cuidar


envelhecimento

Tema 3 Tema 4

O cuidador de idosos O cuidador e a pessoa


idosa
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Tema 1 O processo de envelhecimento
Neste tema espera-se que você:

Aprenda os conceitos de idoso, velhice e envelhecimento.

Conheça o cenário da velhice do Brasil: um breve histórico e a


legislação em vigor.

Aprenda sobre a importância da comunicação verbal com os


idosos.

Conheça o significado de capacidade funcional e algumas das


atividades realizadas pelos idosos.
Você sabe diferenciar os
conceitos de idoso, velhice e
envelhecimento?
Conceitos
O idoso é toda pessoa com 60 anos ou mais.

A velhice é uma fase do ciclo de vida, uma fase do desenvolvimento.


Temos a infância, adolescência, fase adulta e a velhice. Há quem
divida ainda mais a última fase em virtude das mudanças que a
população de idosos vem apresentando, dividindo em: velhice inicial,
velhice, velhice avançada, pois dentro da própria fase ―velhice ‖ há
pessoas tão diferentes.

O envelhecimento é um processo que se constrói no transcorrer da


existência humana. Não ficaremos velhos aos 60, 70 ou 80 anos, pelo
contrário, envelhecemos a cada dia. Porém, dificilmente isto é aceito
pelas pessoas, em virtude de mitos e estereótipos socialmente
impostos que colocam o velho como alguém à parte da sociedade em
que apenas geraria ônus, pois deixou de fazer parte do mercado
produtivo.
Breve histórico

Nos últimos anos...

Em consequência de diversos
fatores, como a melhoria das
condições de vida relacionadas ao
acesso a bens e serviços e
melhoria da qualidade de vida, as
pessoas têm vivido mais tempo.

Os avanços na área da saúde têm


possibilitado que cada vez mais
pessoas consigam viver por um
período mais prolongado, mesmo
possuindo algum tipo de
incapacidade.

Fonte: g1.globo.com, baseados em dados do IBGE


Hoje, o Brasil já pode ser considerado um País
de idosos, segundo padrões estabelecidos pela
Organização Mundial de Saúde (OMS).

Portanto, é fundamental que todas as pessoas,


e, em especial, os profissionais de saúde,
compreendam o processo de envelhecimento e
suas peculiaridades de forma a direcionar os
esforços na construção de um futuro digno e
humano a todos.

O processo de envelhecimento é demarcado por


várias etapas que se concretizam no decorrer da
vida. Desde sua concepção, o organismo
humano passa por diferentes fases em sua
evolução.
Após o nascimento, a criança se desenvolve,
atinge a puberdade, posteriormente a
maturidade, chegando ao envelhecimento.
Parece uma divisão simples, mas cada uma
dessas fases acarreta diferenças significativas.
As pessoas não envelhecem todas da mesma
maneira, nem sequer possuirão todas as
mesmas experiências. Vários são os fatores que
influenciam o processo de envelhecimento e o
modo como este é percebido, tendo a cultura,
papel de destaque no que diz respeito à
significação do processo de envelhecer
humano.
REFLEXÃO

O envelhecimento é conhecido como senescência e as


alterações associadas a alguma sobrecarga como doença,
estresse ou acidentes que requeiram cuidados
especializados denomina-se senilidade.

O envelhecimento é um processo de mudanças universais


pautado geneticamente para cada indivíduo, que se traduz
em uma diminuição da plasticidade comportamental, em
aumento da vulnerabilidade, em acumulação de perdas
evolutivas e no aumento da probabilidade de morte. O
ritmo, a duração e os efeitos desse processo comportam
diferenças individuais e de grupos etários, dependentes de
eventos de natureza genético biológica, sócio - histórica e
psicológica.
O envelhecimento é um direito personalíssimo e a
sua proteção, um direito social, e é dever do Estado
garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde
mediante a efetivação de políticas públicas que
permitam um envelhecimento saudável e em
condições de dignidade. A garantia desses direitos
está determinada na legislação com o advento do
Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741, de 1º de outubro
de 2003 –, considerada uma das maiores conquistas
da população idosa brasileira.

Diante da situação atual de envelhecimento


demográfico, aumento da expectativa de vida e o
crescimento da violência, algumas demandas são
colocadas para a família, sociedade e poder público,
no sentido de proporcionar melhor qualidade de vida
às pessoas que possuem alguma incapacidade.
2017
Hoje há no Brasil aproximadamente 20
milhões de pessoas com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.

2025
A previsão para 2025, é de 32 milhões,
passando a ocupar o 6º lugar no mundo em
número de idosos.

2050
Em 2050, provavelmente, o número de
pessoas idosas será maior ou igual ao de
crianças e jovens de 0 a 15 anos.
Os problemas de saúde do idoso são heterogêneos, individualizados,
crônicos, pode desenvolver a dependência parcial e/ou total do outro e
repercutir na estrutura familiar.

A presença de uma proporção cada vez maior de pessoas idosas na


população e nas famílias que ainda estão na vida ativa, evidencia o papel
do cuidador.

Tal situação requer equipe multiprofissional qualificada como nutricionista,


médicos, cirurgiões dentistas, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional, educador físico, enfermagem e outros e o cuidador, seja da
família ou não, tem que estar integrado a essa equipe.

Diante do aumento da população idosa, a presença do cuidador nos lares


tem sido mais frequente, havendo a necessidade de um preparo para o
cuidado. Cabe ressaltar que o cuidado no domicílio proporciona o convívio
familiar, diminui o tempo de internação hospitalar e, dessa forma, reduz as
complicações decorrentes de longas internações hospitalares.
Legislação
Em 1990, a Lei Orgânica da Saúde - Lei Federal nº 8.080/90
assegurou a atenção integral e especial à saúde dos idosos, os
quais deverão também ter preferência de atendimento no
Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento das doenças
que os afetam.

Em 1994, a Lei Federal nº 8.842/94 estabelece a Política


Nacional do Idoso, assegurando aos idosos com sessenta anos
de idade ou mais os seus direitos sociais, criando condições para
promover sua autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade.

Em 2002, o Ministério da Saúde (MS) criou mecanismos para a


organização e implantação de Redes Estaduais de Assistência à
Saúde do Idoso, com o objetivo de atender às necessidades dos
idosos com qualidade e de forma estruturada para cada nível
assistencial. O incentivo à implantação de serviços que possam
referenciar as demandas das regiões é fundamental para atingir
a população idosa em seus diversos aspectos, através de uma
equipe multiprofissional.
Em 2004, passa a vigorar o Estatuto do Idoso - Lei Federal n° 10.741/03, destinado a
regular os direitos assegurados as pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos,
garantindo que o idoso goze de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sem prejuízo da proteção integral e de todas as oportunidades e facilidades para
preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual
e social.
A Portaria nº 2.527, de 27 de outubro de 2011, redefine a Atenção Domiciliar (AD) no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo normas para cadastro desse serviço e sua
habilitação, definições, diretrizes, organização domiciliar, modalidades de atenção domiciliar
e financiamento. Nessa portaria, consta que a AD é um componente de atenção às
urgências, estruturada com as redes de atenção à saúde.

DICA
Lei Federal n° 10.741/03, que cria o estatuto do Idoso.
Diante de tantas implicações no que diz
respeito ao cuidado humanizado ao
idoso dependente, justifica-se uma
reflexão acerca da valorização ao
cuidado a esta especial e crescente
população, tornando-se necessário
repensar as políticas e práticas
assistenciais voltadas para eles, tendo
em vista que se trata de pacientes com
maior vulnerabilidade que precisam de
um tratamento digno e de qualidade.
Autonomia: capacidade de decisão e
Autonomia comando.
ou independência?
Independência: capacidade de realizar algo
com seus próprios meios.

A autonomia é o nosso poder de decisão, de tomar as


rédeas da própria vida, decidindo: o que quero vestir, o
que quero comer, a hora que prefiro tomar banho, etc. A
autonomia depende da cognição e do humor.

A independência significa executar, é o fazer. Depende


da mobilidade e da comunicação. O idoso realiza suas
atividades sozinho ou com o mínimo de ajuda.
A Capacidade Funcional está associada ao grau de A capacidade funcional (capacidade de realizar as
autonomia e independência do idoso, ou seja, está atividades do dia a dia) está associada à autonomia
relacionada ao grau em que o idoso consegue realizar as (capacidade do idoso decidir sobre sua própria vida)
atividades do seu dia a dia, tais como: e independência (capacidade de agir, de fazer).

Assim, a manutenção da dependência do idoso


acontece em muitas situações. Isto é, às vezes o
Alimentar -se idoso até poderia tomar algumas decisões sobre
como gosta do seu café (mais forte ou mais suave),
a hora do seu banho, entre outras situações. Outros
Locomover-se idosos têm o mínimo de independência que os torna
capazes de se alimentar sozinho caso alguém
coloque o alimento na sua frente ou na sua mão,
Tomar banho
mas muitos preferem dar na boca do idoso para que
a tarefa termine mais rápido.
Tomar remédio
Estes comportamentos mantém e aumentam a
dependência do idoso e podem facilitar o surgimento
Viajar de síndromes geriátricas.
A dependência na velhice pode estar ligada a um ou vários fatores,
temos abaixo alguns exemplos:

 Aumento de perdas físicas.

 Agravamento de problemas de saúde já existentes e doenças


típicas da velhice podem ir aparecendo.

 Aumento da pressão exercida por pequenos ou grandes eventos


estressantes da vida cotidiana. Por exemplo: conflitos e
contratempos domésticos, assim como perda dos pais e divórcio
dos filhos.

 O ambiente pode impor barreiras arquitetônicas e ergonômicas,


ou não proporcionar equipamentos que ajudem o idoso a
adaptar-se a um ambiente que não foi construído por ele.

 Medicamentos ou doses inadequadas podem induzir idosos a


inatividade e a apatia.

 As práticas sociais discriminatórias em relação ao idoso podem


restringir substancialmente sua autonomia e independência por
fazerem dele um ser mais pobre, desamparado, doente,
frustrado, ressentido e desesperançoso.
É importante que o idoso realize atividades que
lhe proporcionem prazer e satisfação. Seria
também importante que essas atividades,
sejam, além de significativas para o idoso,
proporcionadoras de estimulação física,
cognitiva e social, estimulando vários aspectos
da saúde.

O lazer também tem a sua importância, porque


este é justamente a pessoa que ultrapassou a
fase em que o trabalho ocupava grande parte
ou a maior parte de seu tempo. É preciso usar
da criatividade para estabelecer atividades
diversificadas e que atinjam vários objetivos.

IMPORTANTE
Preste atenção no idoso e em como você realiza o cuidado, veja o que você pode melhorar para
estimular a autonomia e independência dele. Você verá que dessa forma seu trabalho será mais
eficaz.
Veja alguns tipos de atividades a serem
desenvolvidas pelo idoso:

 AVD (atividades espirituais de vida: Ir à missa, rezar,


meditar, assistir à missa diária).
 AIVD (atividades instrumentais de vida diária).
 Físicas /recreativas: Movimentos rítmicos (balançar,
embalar), caminhada, ginástica, dança, esportes em
geral.
 Sociais: Contato com as pessoas, receber amigos,
“sair de casa”.
 Cognitivas: Jogos de memória, ditado, copiar
receitas, escrever cartas, ler livros, assistir filmes,
“estimulação sensorial (tato, paladar, visão audição)”.
 Criativas /recreativas: Trabalhos manuais, artesanato,
argila, pintura, costura, crochê, tricô e outras afins.
 Laborais (trabalho).
 Familiares / atividades domésticas.
A comunicação verbal
A linguagem falada é a forma de comunicação mais
utilizada, sendo um ato social fundamental em nossas
vidas. Dessa forma, a maneira como se fala com o idoso
representa bastante no seu cuidado.

No idoso, a comunicação constitui um elemento


importante para a manutenção da independência e
autonomia, por isso, as dificuldades de comunicação
podem causar um impacto psicossocial importante:
isolamento, depressão, embaraço, medo, raiva e
frustração.

Então, a calmaria é a melhor maneira de iniciar uma


conversa diante de um idoso, assim facilita o diálogo e a
compreensão.
Para favorecer a comunicação é importante:

Ouvir com atenção. Se for necessário, repita a mensagem e não


demonstre impaciência.

O tom de sua voz e a sua expressão facial é tão importante


quanto as palavras que você vai usar.

Dê uma atenção especial para as pausas, entonação de voz, e


ritmo da fala.

Trabalhe a motivação e a autoestima.

Adeque seu vocabulário a cada idoso.

Faça afirmações resumindo as declarações do falante.

Durante as conversas, tente ignorar os ruídos de fundo.

Fale devagar e use palavras ou construções simples. Não espere


uma resposta rápida. Dê tempo a pessoa para processar a
informação (principalmente idosos portadores de demência).
Veja, a seguir, algumas orientações ao falar com uma pessoa
idosa:

 Ao falar, fique na frente da pessoa em seu campo visual.

 Use um tom de voz normal e agradável, não aumente o


volume da voz, ao menos que o idoso não escute direito (o
grito não favorece a comunicação).

 Monitore sua linguagem corporal.

 Toque é uma forma de comunicação. Use-o para


demonstrar carinho.

 Acima de tudo, mantenha-se calmo.

 Procure locais tranquilos e iluminados para conversar.

 Use humor, porém de maneira apropriada.

 Ria com o idoso e não do idoso.

 Se não for compreendido, tente falar de outra maneira.


Tema 2 Noções sobre o cuidar

Neste tema espera-se que você:

Conheça o significado de cuidar do idoso.

Perceba a importância do cuidar.

Saiba o que significa o autocuidado.


O cuidar
O cuidar é a verdadeira atenção à saúde da
pessoa humana. Compreende não apenas a
busca da cura das doenças, mas o apoio quando
a cura já não é possível e, finalmente, o apoio
para o fim da vida sem dores e sem sofrimento
desnecessário, preservando a dignidade da
pessoa humana. Enquanto conceituada como
estado de bem-estar esta relacionado a:

Físico

Psíquico

Social
O idoso cuida de si baseado em suas concepções e
conhecimentos pessoais advindos de sua cultura. O cuidado
constitui preceito básico para existência humana, visto que o
homem só existe e se edifica se passar por situações de
cuidado. Cuidar é mais do que ato, é atitude. Vai além de
“um momento de atenção, de zelo e de desvelo”.
Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de
responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.

Cuidado significa atenção, precaução, dedicação, carinho,


encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao
outro, em forma de serviço, o resultado de seus talentos,
preparo e escolhas; é praticar o cuidado.

IMPORTANTE
Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente
de uma doença ou limitação, há que se levar em conta as questões emocionais, a história de vida, os
sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada.
Percebendo isso, o cuidador tem condições de prestar Dessa forma, para cuidar devidamente do outro é
o cuidado de forma individualizada, a partir de suas necessário vê-lo num todo, é essencial conhecer o
ideias, conhecimentos e criatividade, levando em outro, mas para isso é vital conhecer a si próprio, o
consideração as particularidades e necessidades da que não se desenvolve em treinamentos ou
pessoa a ser cuidada. reciclagens técnicas, mas sim através de uma
relação de emoção e razão entre o cuidador e
Em sua essência, o ato do cuidar está contido em uma enfermo.
relação de obrigação e de responsabilidade para com
a pessoa dependente e nas relações de proximidade e Tal experiência, aliada a um conhecimento particular
intimidade que a situação envolve. do cuidador domiciliar, promove o conforto e o bem-
estar para o idoso que necessita de maiores
Esse papel se baseia em questões sociais cuidados nessa fase do ciclo biológico.
relacionadas ao parentesco, gênero e idade, sendo o
ato de desempenhar o papel de cuidador uma norma Cuidar é também perceber a outra pessoa como ela
social influenciada pelos eventos socioculturais é, e como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e
vivenciados. limitação.
Dessa forma, para cuidar devidamente
do outro é necessário vê-lo num todo, é
essencial conhecer o outro, mas para
isso é vital conhecer a si próprio, o que
não se desenvolve em treinamentos ou
reciclagens técnicas, mas sim através
de uma relação de emoção e razão
entre o cuidador e enfermo.

Tal experiência, aliada a um


conhecimento particular do cuidador
domiciliar, promove o conforto e o bem-
estar para o idoso que necessita de
maiores cuidados nessa fase do ciclo
biológico.
O autocuidado não se refere somente àquilo
que a pessoa a ser cuidada pode fazer por si.
Refere-se também aos cuidados que o
cuidador deve ter consigo com a finalidade de
preservar a sua saúde e melhorar a qualidade
de vida.

Percebe-se ainda, que as demandas do


cuidado atravessam os limites do esforço
físico, mental, psicológico, social e econômico.

Quando a família e o indivíduo não


conseguem encontrar alternativas viáveis, ou
quando as habilidades e os recursos pessoais
e familiares são insuficientes para o manejo
desta situação, há uma forte tendência para
que ocorra desorganização, desestruturação,
trazendo consequências negativas para todas
as partes envolvidas – cuidador, idoso e
família.
Tema 3 O cuidador de idosos

Neste tema espera-se que você:

Aprenda o que é um cuidador de idosos.

Saiba o que o idoso espera de seu cuidador.

Conheça as atribuições de um cuidador de idosos.


Quem pode ser cuidador?

Familiar, amigo ou profissional que tem a função de


cuidar é um cuidador. Cuidador é a pessoa que provê as
necessidades físicas e emocionais de um doente ou de
uma pessoa independente.
Decorrente do aumento progressivo da população idosa,
atualmente, concretiza-se o resgate do papel dos
cuidadores de idosos que, inicialmente, é visto como
aquele que presta cuidados à pessoa idosa no domicílio,
com ou sem vínculo familiar, e que não é remunerado.

Desenvolvem tarefas envolvendo o acompanhamento


nas atividades diárias, como auxílio na alimentação,
higiene pessoal, medicação de rotina, entre outros,
auxiliando-o na recuperação e na qualidade de vida
dessas pessoas.
Existem interferências relevantes no processo de cuidar
do idoso, principalmente naqueles com baixo nível de
cognição, que dependem de cuidados especiais,
expondo assim o cuidador a um estresse maior.

Dificuldades acarretam o desgaste físico evidenciado por


dores no corpo, advindas do esforço para realização de
ações que variam de acordo com o peso e dependência
da pessoa cuidada.

O cuidador descreve que sua rotina faz com que se


prive de necessidades básicas humanas, fato que se dá
devido à falta de outra pessoa para auxiliá-lo nas ações
de cuidado.
Dentre as diferentes tarefas de um cuidador, têm-se uma
grande variação quanto ao que se exige do cuidador,
considerando o esforço físico e mental exigido para sua
execução. Algumas dessas tarefas podem ser exercidas
apenas por uma única pessoa, enquanto outras podem
requerer a ajuda de terceiros ou mesmo de
equipamentos específicos.

De acordo com a periodicidade, tarefas também podem


ser classificadas dentre as que são realizadas
diariamente, por exemplo, as relativas a cuidados
pessoais, e as que são realizadas esporadicamente,
como o ato de levar o idoso a um médico.

O cuidador domiciliar tem como objetivo incentivar a


independência da pessoa, diminuindo possíveis
agravamentos devido à incapacidade ou doença. Visa,
então à promoção e/ou manutenção da saúde.
Mas quem é o Cuidador?

O cuidador é aquele que assume a responsabilidade de dar suporte ou


incentivar a realização das atividades da vida diária, tendo em vista a
ascensão da qualidade de vida do idoso cuidado. Ao cuidador são
atribuídas tarefas que, na maioria das vezes, não são acompanhadas de
orientação adequadas, o que reflete no impacto qualidade de vida do
cuidador. Porém, qualidade de vida e a sobrecarga são ocorrências distintas
e devem ser abordadas com diferentes meios de medidas.

Devido ao aumento da população com mais de 65 anos, o cuidador de


idosos tem sido um tema muito abordado ultimamente, portanto torna-se
importante correlacionar este fato à responsabilidade das equipes de saúde
e profissionais. Ser cuidador hoje é constituir uma classe autônoma.
Partindo deste pressuposto, foi estabelecida como estratégia norteadora
desta pesquisa a reflexão sobre a saúde do cuidador de idosos
dependentes como um desafio para o cuidado.
A função do cuidador é acompanhar e auxiliar a pessoa
a se cuidar, fazendo pela pessoa somente as atividades
que ela não consiga fazer sozinha. Ressaltando sempre
que não fazem parte da rotina do cuidador técnicas e
procedimentos identificados com profissões legalmente
estabelecidas, particularmente, na área de
enfermagem.

O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que


a pessoa pode fazer por si, avalia as condições e ajuda
a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo
outro, mas ajudar o outro quando ele necessita,
estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua
autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso
requer paciência e tempo.
O relacionamento do idoso com o mundo se
caracteriza pelas suas dificuldades adaptativas,
tanto emocionais quanto psicológicas. Diante
disso, o cuidado humanizado vai muito mais além
Alegria
de cuidados obrigatórios referentes à saúde. Ele
remete especialmente à humanização, ou seja, o
cuidado pessoal, dedicado a um indivíduo, tendo
em vista suas necessidades básicas, suas Tranquilidade Conforto
dificuldades e anseios.

AÇÕES

O idoso espera do seu


cuidador ações, não Afeto Carinho
somente técnicas, mas
receber:
Atenção
A alegria, amizade, conforto, tranquilidade,
carinho e atenção são ações que favorecem no
estado de espírito do idoso, contribuindo para
que o mesmo saia da solidão e perceba o mundo
em sua volta.

Em relação aos sentimentos de identidade do


cuidador diante das atividades cuidativas junto ao
idoso, a maioria percebe o cuidado como algo
que o dignifica como pessoa ou como
cumprimento de um dever moral e de princípios
religiosos, satisfação pela manifestação de
gratidão pelo idoso, reconhecimento da família e
da comunidade, embora seja pertinente destacar
que alguns cuidadores são levados a assumir
este papel por ser a única opção disponível.
A função de cuidador de idosos requer muita
paciência, dedicação e informação, também exige
força física e demanda de equilíbrio emocional.

Para se tornar um cuidador é necessário manter


os cuidados com a própria saúde física e mental.
O estresse ocorre com frequência e pode ser
gerado por diversos fatores, e influenciar no seu
processo de trabalho.

Suscita-se, portanto, a importância de haver


ações voltadas para estes indivíduos no contexto
da família e do idoso, a fim de buscar qualidade
de vida também para o cuidador, prevenindo,
além disso, o aparecimento de enfermidades.
Você conhece algumas das atribuições do cuidador?

 Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe


de saúde.
 Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada.
 Ajudar nos cuidados de higiene.
 Estimular e ajuda na alimentação.
 Ajudar na locomoção e atividades físicas, tais como: andar,
tomar sol e exercícios físicos.
 Estimular atividades de lazer e ocupacionais.
 Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e
massagens de conforto.
 Administrar as medicações, conforme a prescrição e
orientação da equipe de saúde.
 Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de
saúde da pessoa cuidada.
Tema 4 O cuidador e a pessoa idosa

Neste tema espera-se que você:

Entenda a importância do ato de cuidar da pessoa idosa.

Saiba como o idoso deve ser cuidado.

Aprenda algumas dicas que o cuidador deve seguir no seu dia a


dia com a pessoa idosa.
O ato de cuidar é complexo.

O cuidador e a pessoa a ser cuidada podem


apresentar sentimentos diversos e contraditórios,
tais como: raiva, culpa, medo, angústia, confusão,
cansaço, estresse, tristeza, nervosismo, irritação,
choro, medo da morte e da invalidez.

Esses sentimentos podem aparecer juntos na


mesma pessoa, o que é bastante normal nessa
situação.

Por isso precisam ser compreendidos, pois fazem


parte da relação do cuidador com a pessoa cuidada.

É importante que o cuidador perceba as reações e


os sentimentos que afloram, para que possa cuidar
da pessoa da melhor maneira possível.
Um ambiente de cuidado é aquele em que prevalece o
respeito, a confiança, a atenção, o reconhecimento e a
aceitação das pessoas com suas limitações e
dificuldades, buscando oferecer-lhes apoio e ajuda.

É importante que o cuidador, a família e a pessoa a


ser cuidada façam alguns acordos de modo a garantir
certa independência tanto a quem cuida como para
quem é cuidado. Por isso, o cuidador e a família
devem reconhecer quais as atividades que a pessoa
cuidada pode fazer e quais as decisões que ela pode
tomar sem prejudicar os cuidados. Incentive-a cuidar
de si e de suas coisas. Negociar é a chave para se ter
uma relação de qualidade entre o cuidador, a pessoa
cuidada e sua família.

IMPORTANTE
A pessoa idosa deve ser tratada e cuidada de acordo com sua idade. Os adultos e idosos não
gostam quando os tratam como crianças. Mesmo doente ou com limitações, a pessoa a ser cuidada
precisa e tem direito de saber o que está acontecendo ao seu redor e de ser incluída nas conversas.
Por isso é importante que a família e o cuidador continuem
compartilhando os momentos de suas vidas, demonstrem o
quanto a estimam, falem de suas emoções e sobre as atividades
que fazem, mas acima de tudo, é muito importante escutar e
valorizar o que a pessoa fala. Cada pessoa tem uma história que
lhe é particular e intransferível, e que deve ser respeitada e
valorizada.

Cumprindo a tarefa do cuidar, o cuidador passa, ou poderia


passar, a sentir-se bem porque consegue fazer aquilo que se
esperava dele em determinado momento de sua vida. No entanto,
quando a tarefa perdura por muito tempo ou exige recursos de
que ele, cuidador, não dispõe, esta passa a sentir-se
sobrecarregado. O indivíduo começa então a não mais perceber
os aspectos positivos envolvidos nessa relação, na atividade de
cuidar, e passa a achar que está somente “dando” e nada
recebendo em “troca”, ou mesmo que aquilo que “recebe” é pouco
se comparado à “doação” que realiza.
O cuidador deve cuidar dos afazeres domésticos
quando necessário, manter o ambiente organizado e
limpo segundo recomendado, prevenir acidentes,
cuidar de roupas e objetos pessoais da pessoa,
preparar o leito de acordo com as necessidades do
idoso.
Dicas para o cuidador:
• Cuidar da aparência e higiene pessoal da pessoa idosa pela qual está
responsável.

• Verificar as informações dadas pela pessoa idosa.

• Observar os horários das atividades diárias.

• Ajudar o idoso no banho, na alimentação, no andar e nas necessidades


fisiológicas.

• Estar atento às ações da pessoa idosa.

• Relatar o dia a dia da pessoa idosa aos familiares responsáveis.

• Manter o lazer e a recreação no dia a dia.

• Desestimular a agressividade da pessoa idosa.


O que você estudou
Tema 1 – O processo de envelhecimento Tema 2 – Noções sobre o cuidar

Conheceu os conceitos de idoso,


velhice, envelhecimento; histórico
Conheceu sobre a importância do
no Brasil; legislação; comunicação
cuidar da pessoa idosa.
verbal; capacidade funcional e
atividades realizadas pelos idosos.

Tema 3 – O cuidador de idosos Tema 4 – O cuidador e a pessoa idosa

Aprendeu sobre a função e as Aprendeu sobre a importância do


atribuições do cuidador de idosos. ato de cuidar da pessoa idosa e
como deve proceder um cuidador
no desempenho de sua função.
Referências
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• CALDAS, C. P. Textos Envelhecimento v.3 n.4. Rio de Janeiro jul. 2000

• CHAVES, L. J. C. Perfil do Cuidador Domiciliário de Idosos, 2004.

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• DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde. Subsecretaria de Atenção à Saúde. Gerência da Saúde da
Comunidade. Núcleo de Atenção Integral à Saúde do Idoso. Manual de atenção ao idoso da rede da SES-DF. Brasília,
2006.

• GONÇALVES L. H. T.; ALVAREZ, A. M.; SENA, E. L. S.; SANTANA, L. W. S.; VICENTE, F.R. Perfil da família cuidadora de
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4, out./dez. 2006.

• SCHOSSLER, T.; CROSSETTI, M. D. G. Cuidador domiciliar do idoso e o cuidado de si: uma analise através da teoria
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• SENA, R. R. D.; SILVA, K.L.; RATES H.F.; VIVAS, K.L.; QUEIROZ, C.M.; BARRETO, F.O. O Cotidiano do cuidador no
domicílio: desafios do bem fazer solitário. Cogitare Enfermagem, v.11, n. 2, maio/ago. 2006.

• YUASO, D. R. Y. Cuidar de cuidadores: resultados de um programa de treinamento realizado em domicílio. In: NERI,
Anita Liberalesso. Cuidar de Idosos no contexto da família: questões psicológicas e sociais. São Paulo: Alínea, 2002.
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