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1. Solicitação
2. Considerações Iniciais
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Por se tratar de meios de troca, essas criptomoedas podem, da mesma
forma que o dinheiro, estar associadas a praticamente todos os outros tipos de atos,
negócios e situações jurídicas.
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desse projeto, que visa a, entre outros pontos, alterar os arts. 9º e 11 da Lei nº.
12.865/2013. Pretende-se incluir, expressamente, dentre os arranjos de pagamento
sujeitos ao controle do Banco Central, do Conselho de Controle de Atividade
Financeiras (Coaf) e dos órgãos de defesa do consumidor, aqueles “... baseados
em moedas virtuais e programas de milhagens aéreas”.
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Em outros comunicados posteriores ao nº 25.306/2014, notas e/ou notícias,
tanto Banco Central, quanto a Comissão de Valores Mobiliários ratificam tal
posicionamento3.
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=31379&tipo=Com
unicado&data=16/11/2017
- https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/moedasvirtuais.asp?idpai=FAQCIDADAO
- http://www.cvm.gov.br/noticias/arquivos/2018/20180307-1.html
- http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/oficios-circulares/sin/anexos/oc-
sin-0118.pdf
4 BRASIL. RECEITA FEDERAL. 2018 – Imposto sobre a Renda da Pessoa Física – IRPF –
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Carlos Yuri Araújo de Morais e João Batista Brandão Neto5, manifestam as
seguintes posições sobre o tema:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/cidadao/irpf/2018/perguntao/perguntas-e-
respostas-irpf-2018-v-1-0.pdf >. Acesso em: 21 ago. 2018.
5 MORAIS, Carlos Yury Araújo de; BRANDÃO NETO, João Batista. Tributação das
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criptomoeda não consistiria em mercadoria, mas em simples meio de
pagamento;
i. no caso das pessoas físicas, sua alienação, seja em troca de dinheiro, seja
em troca de bem mais valioso do que o custo de aquisição, é tributável
segundo as regras do ganho de capital; no caso das pessoas jurídicas,
sua tributação deve dar-se de acordo com o regime aplicável (lucro
real, presumido ou arbitrado).
Letícia Menegassi Borges e Luiz Gustavo Doles Silva6, a seu turno, dizem ser
admissível a tributação da renda decorrente da alienação de criptomoedas
segundo as regras do ganho de capital (pessoas físicas), ou segundo as regras da
tributação das pessoas jurídicas, mas reputam indevida a tributação do minerador
6 BORGES, Letícia Menegassi; SILVA, Luiz Gustavo Doles. O Regime Jurídico Tributário
Aplicável às Criptomoedas. In: ELIJASKEVICIUTE, Addy Mazz; FEITOSA, Raymundo
Juliano; SOUZA, Roney José Lemos Rodrigues de. Direito Tributário e Financeiro I. Anais do
V Encontro Internacional do CONPEDI. Montevidéu, Uruguai. Florianópolis, CONPEDI,
2016, p. 162-169. Disponível em
<https://www.conpedi.org.br/publicacoes/9105o6b2/e0t8aw62/a299kp8E5RF9nWxR.pdf>
. Acesso em: 21 ago. 2018.
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de criptomoedas, pois entendem que a relativa falta de liquidez desse ativo,
decorrente da (atualmente) baixa aceitação comercial da moeda, reduz a
possibilidade de resultar em riqueza real e, assim, infirma a presença de
capacidade contributiva, representada pela disponibilidade econômica da renda.
Paulo Henrique Freitas e Talita Ritz Santana8, para além de alertar para a
tributação pelo imposto de renda, chamam a atenção para o fato de que outras
operações, “... tais como doações das criptomoedas (que estariam sujeitas ao
ITCMD)” e “...intermediações de compra de venda (tributáveis pelo ISS) ...”
poderiam dar ensejo à incidência dos tributos, sendo, porém, “... necessária uma
análise em cada caso concreto”.
7 (https://www.jota.info/tributos-e-empresas/tributario/tributacao-sobre-bitcoin-e-tema-
polemico-10012018)
8 FREITAS, Paulo Henrique de F.; SANTANA; Talita F. Ritz. Bitcoins: tributação no sistema
7
Em razão da ausência de regulamentação e, por conseguinte, dos mais
variados posicionamentos doutrinários, deparamo-nos com muito mais dúvidas do
que certezas, muito mais perguntas do que respostas. E isso tanto na classificação
jurídica das criptomoedas, para fins civis, quanto na classificação constitucional-
tributária das situações, atos e negócios jurídicos em que elas figurem.
10 Para as pessoas físicas, a compra de bens de pequeno valor por meio de criptomoedas
ficará, em alguma medida, protegida por conta da isenção prevista no art. 22 da Lei nº.
9.250/1995, destinada à alienação de bens até R$ 35.000,00 por mês.
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União (CF, art. 153, V) para tributar as operações em que as criptomoedas são
trocadas por moeda nacional, e modificando o critério de apuração da renda, que
passaria a ser fundado na variação cambial, e não no ganho de capital. Tanto não
se trata de um absurdo, que tratar as operações de conversão de criptomoedas
em moeda nacional como “serviço de câmbio”, para fins de isenção ao VAT (IVA -
Imposto sobre Valor Agregado), foi a solução hermenêutica adotada pela Corte de
Justiça da União Europeia.
Essa instabilidade gera inúmeras repercussões, uma vez que para cada tipo
de transação operada, verifica-se um impacto jurídico e contábil específico,
corroborando, ainda mais, para a dificuldade de ser regulamentada pelo poder
público. Não bastasse, também fica a dúvida a respeito da possível futura vedação
dessas transações. Vale destacar, também, a inexistência de lastro por parte das
criptomoedas, já que essa garantia é concedida pelas autoridades
governamentais, no decurso da emissão de suas moedas, por meio de suas reservas
em dólares ou, até mesmo, em ouro. Assim sendo, a única garantia existente limita-
se à lei da oferta, ou seja, ao valor atribuído pelo mercado.
constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos da Constituição possa se
adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis”
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tributação por impostos parece estar circunscrita ao plano da competência
residual da União (CF, art. 154, I).
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carteiras. Em cada uma dessas hipóteses, o tratamento constitucional-tributário da
operação será distinto.
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transmissão, código e mensagem transmitida)”, apta, em teoria, a suscitar a
incidência do ICMS-comunicação13.
5. Conclusão
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Contudo, quando as criptomoedas forem o foco da operação — como no
caso das atividades de exchanges e mineradores — os conflitos interpretativos a
respeito das disposições de competência tendem a ser mais acentuados. Nas
operações das exchanges assim como, por entendermos semelhantes, da BYEBNK,
vislumbramos possíveis conflitos na definição de sua tributação, conforme for o
caso, pelo ICMS-comunicação, pelo ISS, pelo ICMS ou pelo IOF. Já nas operações
dos mineradores, vislumbra-se dificuldades na interpretação de se se trata, ou não,
de uma prestação de serviço efetivamente tributável pelo ISS, embora a resposta
nos pareça negativa, dadas a aparente inexistência de sinalagma (Dever recíproco
de cumprimento das obrigações decorrentes de contratos bilaterais), a presença
de aleatoriedade e a ausência de onerosidade na atividade realizada pelo
minerador.
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hipóteses de vedação estabelecidas na Lei Complementar 123/2006, e por não
possuir despesas dedutíveis, tecemos as seguintes considerações.
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Apenas para exemplificar, se considerarmos o Anexo III da LC 123/2006 mais
o faturamento em 12 (doze) meses de até 180 mil reais, essa empresa hipotética,
pagaria 6% de impostos mensalmente.
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FERREIRA E CHAGAS ADVOGADOS
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