Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
RESUMO: Este artigo objetiva trazer breve reflexão a respeito do casamento por
procuração, especialmente com o intuito de saber se ambos nubentes podem estar
ausentes no momento da cerimônia do matrimônio e fazendo-se representar por
procurador, bem como se este pode ser único, isto, comum aos nubentes.
INTRODUÇÃO
Nas palavras de Maria Helena Diniz, o casamento é "o vínculo jurídico entre o
homem e a mulher que visa o auxílio mútuo material e espiritual, de modo que haja
uma integração fisiopsíquica e a constituição de uma família" (in Curso de direito
civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2004. v. 5. 19 e. p. 39)
Sílvio de Salvo Venosa, por sua vez, citando conceito Sílvio Rodrigues, esclarece
que o casamento "é o contrato de direito de família que tem por fim promover a
união do homem e da mulher, de conformidade com a lei, a fim de regularem suas
relações sexuais, cuidarem da prole comum e se prestarem mútua assistência" (in
Direito Civil. São Paulo: Atlas, 2005. v. 6. 5. e. p. 43).
A maior exigência que se verifica é apenas que a procuração seja constituída por
instrumento público, com poderes especiais, conforme dispõe o já citado art. 1.542
do Código Civil.
SOLUÇÃO AO QUESTIONAMENTO
Nesse sentido, podemos afirmar, desde logo, que ambos os nubentes podem estar
ausentes na celebração do seu próprio casamento e, assim, devidamente
representados por procuradores devidamente constituídos.
Devemos ter cuidado, entretanto, no que se refere a procurador único para ambos
nubentes, pois certamente seria colocada em xeque a natureza do consentimento,
tão peculiar do instituto do casamento.
Ademais, bom observar que o legislador, ao falar sobre a revogação do mandato
(art. 1.542, § 1º do CC/2002), teve o cuidado de colocar a expressão o procurador
ou "o outro contraente", em nítida impressão de que vedação a figura do
mandatário único.
"... não deve ser admitido que os dois nubentes confiram poderes à mesma pessoa,
porque desvirtuaria a natureza do consentimento. A lei não o diz expressamente,
mas dela se infere quando menciona no texto 'o outro contraente' (...), expressão
que é mantida no § 1º do artigo vigente do Código. Se os dois nubentes casarem
por procuração, deverão ser dois procuradores." (in Direito Civil. São Paulo: Atlas,
2005. v. 6. 5. e. p. 111).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. 19. ed. São
Paulo: Saraiva, 2004. v. 5.
FIUZA, Ricardo. Novo código civil comentado. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRANDA, Pontes de. Tratados de direito privado. 3. ed. Rio de Janeiro: Borsoi,
1971.
MONTEIRO, Washignton de Barros. Curso de direito civil: direito de família. 33. ed.
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. Direito de família. 24. ed. São Paulo: Saraiva,
1996.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito de família. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2005. v. 6.
WALD, Arnoldo. Direito de família. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995.