Вы находитесь на странице: 1из 13

Atividade proposta e desenvolvida

pela equipe do Redigir FALE/UFMG

Que tiro foi esse?


(Material do aluno)

Gabriel, O Pensador homenageia crianças vítimas da violência no Rio

➔ Assista ao seguinte vídeo, no qual Gabriel, O Pensador homenageia crianças vítimas


da violência na cidade do Rio de Janeiro, disponível no link:
https://globoplay.globo.com/v/6494715/.

Que tiro foi esse?


Não, não vou cair no chão, pelo menos agora
Eu também sou brincalhão
Mas brincadeira tem hora
Lá fora, no meu Rio, cada vez mais gente chora
E cada vez mais gente boa tem vontade de ir embora
O Rio, que a gente adora, comemora o Carnaval
E a violência apavora
Ou você acha normal?

A bomba que explode o silêncio do medo, o suspiro da morte banal


O lamento de um povo que implora por uma vitória do bem sobre o mal
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

Atenção, confusão, invasão, tiroteio fechando a avenida outra vez


Muita bala voando e acertando até mesmo as crianças e às vezes bebês

Criança, meu irmão, não é estatística, é gente, alguém de verdade


Como a Emily Neves, menininha linda de três aninhos de idade
Tentativa de assalto, dez tiros no carro e não é uma fatalidade
Uma dúzia de flores num caixão pequeno e um adeus no Jardim da Saudade

João Pedro, quatro anos, seguia pra igreja com os pais e os irmãos, quarta-feira
Mas um tiro acertou suas costas, encheu de tristeza uma família inteira
Luís Miguel de sete anos levantou pra pedir um copo d’água
Mas levou uma bala perdida e deixou sua mãe toda ensanguentada

Meu surdo, parece absurdo, mas muitos se fazem de surdos, conseguem


Confundem fuzil com foguete, escondem os defuntos debaixo do tapete
E seguem covardes as autoridades
Zombam da situação

Político esperto explora o medo e qualquer sentimento da população


A violência estúpida afeta todo mundo menos esses vagabundos lá da cúpula
Corrupta, hipócrita, nojenta que alimenta essa guerra
E dessa guerra há muito tempo se alimenta

Se morre mais um assaltante ou assaltado, tanto faz


Pra eles nós somos todos iguais
Operários, empresários, presidiários e policiais
Nós somos os otários ideias

Será que alguém duvida


Que a fortuna da corrupção
Bem investida
Teria salvo dezenas, centenas, milhares, milhões de vidas?

Desde que eu me conheço por gente


E até muito antes
Quantas mortes de inocentes
Valem cada anel de brilhantes?

Governantes dão mau exemplo e os valores são invertidos


Se o desonesto é malandro
O menor também quer ser bandido
Alguns, né? A minoria
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

Mas não o bom Jeremias que cresceu lá na Maré com fé e sabedoria


Lendo livros, jogando uma bola, estudando violão e bateria
A mãe desmaiou no enterro, você não desmaiaria?
Que força você teria pra enterrar o seu garoto?

Que força ainda temos pra nos amar uns aos outros?
E nos armar de indignação
Por justiça e educação
Pra que essas e outras crianças não tenham morrido em vão

Sofia
Maria Eduarda
Caique
Fernando
Artur
Paulo Henrique
Renan
Eduardo
Vanessa
Vítor
Esses foram ano passado
Quem será que vai ser amanhã?

1. Que tipos de imagens aparecem no vídeo? Elas são todas coloridas? O que a
coloração diz sobre o conteúdo delas?

2. Você já conhecia Gabriel, O Pensador? Que estilo de música ele costuma produzir?

3. Por que foi escolhido apenas um surdo — que é um tipo de tambor — para
acompanhar essa letra?

4. No vídeo acima, há uma referência à canção O Surdo, da cantora Alcione, disponível


no link: https://www.letras.mus.br/alcione/88589/. Que referência é essa? Que relação
podemos estabelecer entre esses textos?

5. Por que esse problema social acontece?

6. Como a denúncia é apresentada? Que elementos visuais e sonoros são usados para
chamar a atenção do leitor?
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

7. Muitas perguntas são feitas na canção. Releia a letra e procure explicar o motivo do
uso desse recurso.

8. Que argumentos são apresentados para defender a posição sustentada?

9. Por que essa situação é chamada de guerra?

10. Nos versos


Quantas mortes de inocentes
Valem cada anel de brilhantes?
há uma alusão a um político do Rio de Janeiro que aceitava presentes de empreiteiras
para favorecê-las em obras públicas, muitas vezes, superfaturadas. Sabendo que o
correto é investir o dinheiro dos impostos de forma justa, por meio de licitações e
fechamento de contrato com aqueles que ofereçam serviços com o melhor custo-
benefício, responda:
a. O que você acha do comportamento dessas pessoas?
b. Como essa prática poderia ser evitada?
c. Em que o dinheiro público, bem investido, poderia ser usado para evitar a
violência?

11. Por que foi escolhido um domingo de Carnaval para esse vídeo ser televisionado?

12. Esse problema acontece apenas no Rio de Janeiro?

13. De quem seria a culpa desse problema social?

14. Que soluções são apontadas na letra? Que soluções você apontaria?

15. Diante desses problemas, o que você e seus colegas podem fazer para tentar mudar
essa situação? Discutam essa questão entre vocês e, em seguida, desenvolvam uma
das seguintes propostas para circular nas redes sociais e/ou em suas comunidades:

● Campanha contra diversos tipos de violência, principalmente a do governo


para com as camadas populares;
● Campanha contra a corrupção;
● Manifesto contra a violência;
● Cartilha para o eleitor de sua região votar conscientemente;
● Versão da canção “Que tiro foi esse”, abordando os problemas e a violência na
sua própria comunidade.
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

Que tiro foi esse?


(Material do professor)

Objetivos:
● Ler e interpretar um texto argumentativo;
● Compreender como as estratégias argumentativas, o contexto de produção e o
suporte do texto contribuem para a construção da mensagem que se deseja veicular;
● Refletir acerca de problemas sociais, como violência e corrupção;
● Propor possíveis soluções para problemas sociais, desenvolvendo textos verbais e/ou
visuais a serem divulgados nas redes sociais.

Gabriel, O Pensador homenageia crianças vítimas da violência no Rio

➔ Assista ao seguinte vídeo, no qual Gabriel, O Pensador homenageia crianças vítimas


da violência na cidade do Rio de Janeiro, disponível no link:
https://globoplay.globo.com/v/6494715/.

Que tiro foi esse?


Não, não vou cair no chão, pelo menos agora
Eu também sou brincalhão
Mas brincadeira tem hora
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

Lá fora, no meu Rio, cada vez mais gente chora


E cada vez mais gente boa tem vontade de ir embora
O Rio, que a gente adora, comemora o Carnaval
E a violência apavora
Ou você acha normal?

A bomba que explode o silêncio do medo, o suspiro da morte banal


O lamento de um povo que implora por uma vitória do bem sobre o mal
Atenção, confusão, invasão, tiroteio fechando a avenida outra vez
Muita bala voando e acertando até mesmo as crianças e às vezes bebês

Criança, meu irmão, não é estatística, é gente, alguém de verdade


Como a Emily Neves, menininha linda de três aninhos de idade
Tentativa de assalto, dez tiros no carro e não é uma fatalidade
Uma dúzia de flores num caixão pequeno e um adeus no Jardim da Saudade

João Pedro, quatro anos, seguia pra igreja com os pais e os irmãos, quarta-feira
Mas um tiro acertou suas costas, encheu de tristeza uma família inteira
Luís Miguel de sete anos levantou pra pedir um copo d’água
Mas levou uma bala perdida e deixou sua mãe toda ensanguentada

Meu surdo, parece absurdo, mas muitos se fazem de surdos, conseguem


Confundem fuzil com foguete, escondem os defuntos debaixo do tapete
E seguem covardes as autoridades
Zombam da situação

Político esperto explora o medo e qualquer sentimento da população


A violência estúpida afeta todo mundo menos esses vagabundos lá da cúpula
Corrupta, hipócrita, nojenta que alimenta essa guerra
E dessa guerra há muito tempo se alimenta

Se morre mais um assaltante ou assaltado, tanto faz


Pra eles nós somos todos iguais
Operários, empresários, presidiários e policiais
Nós somos os otários ideias

Será que alguém duvida


Que a fortuna da corrupção
Bem investida
Teria salvo dezenas, centenas, milhares, milhões de vidas?

Desde que eu me conheço por gente


Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

E até muito antes


Quantas mortes de inocentes
Valem cada anel de brilhantes?

Governantes dão mau exemplo e os valores são invertidos


Se o desonesto é malandro
O menor também quer ser bandido
Alguns, né? A minoria

Mas não o bom Jeremias que cresceu lá na Maré com fé e sabedoria


Lendo livros, jogando uma bola, estudando violão e bateria
A mãe desmaiou no enterro, você não desmaiaria?
Que força você teria pra enterrar o seu garoto?

Que força ainda temos pra nos amar uns aos outros?
E nos armar de indignação
Por justiça e educação
Pra que essas e outras crianças não tenham morrido em vão

Sofia
Maria Eduarda
Caique
Fernando
Artur
Paulo Henrique
Renan
Eduardo
Vanessa
Vítor
Esses foram ano passado
Quem será que vai ser amanhã?

1. Que tipos de imagens aparecem no vídeo? Elas são todas coloridas? O que a
coloração diz sobre o conteúdo delas?

São mostradas muitas imagens de vestígios de violência, de suas vítimas, das famílias das
vítimas e de telejornais noticiando tais atrocidades, todas em preto e branco. A ausência de
cor, nesse contexto, pode significar tristeza, luto. Interessante notar, também, que Gabriel
está vestindo preto.
As imagens coloridas são as do estúdio e estão em um contexto de busca por mudança. A
imagem do Cristo, ao fundo, remete ao Rio de Janeiro e parece agregar ao vídeo um clamor
por uma intervenção divina. São recursos que, em um fundo verde, em tons pastéis, remetem
à esperança de uma melhora futura, seja via divina, seja via protesto.
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

2. Você já conhecia Gabriel, O Pensador? Que estilo de música ele costuma produzir?

Professor, no link https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel,_o_Pensador há várias informações a


respeito de Gabriel O Pensador. Ele é um rapper muito importante no Brasil, por ter ajudado
a popularizar esse gênero musical no país, fazendo desde letras de protesto até de celebração
da vida. Além disso, ele é também escritor e ativista social.

3. Por que foi escolhido apenas um surdo — que é um tipo de tambor — para
acompanhar essa letra?

A ausência de outros instrumentos e de batidas eletrônicas, típicas do rap, deu mais


evidência para a letra. A respeito da escolha do tambor, pode-se interpretar de diversas
maneiras. De acordo com o Dicionário de símbolos1, “o ruído do tambor é associado à
emissão do som primordial, origem da manifestação e, mais geralmente, ao ritmo do
universo”. Também é tido como o “ritmo vital” da alma do homem, e “está estreitamente
ligado a todos os acontecimentos da vida humana”, sendo “o eco sonoro da existência”.
Nessa perspectiva, a escolha do tambor pode estar relacionada a um convite a olharmos para
a nossa população de maneira igualitária, uma vez que todos nossos somos regidos pelo
mesmo ritmo interno, universal.
Com relação ao som emitido pelo tambor no vídeo acima, podemos observar que ele começa
justamente na parte da letra que diz “A bomba que explode o silêncio do medo, o suspiro da
morte banal”, e associar esses elementos ao estrondo de uma bomba ao explodir, o “bum”.
Também pode-se relacionar a toada do início do tambor com o barulho dos aparelhos que
monitoram os batimentos cardíacos de pacientes em tratamento no hospital, mas logo ao
final do vídeo este passa a soar como as batidas do coração de uma pessoa saudável, o que
reforça a interpretação visceral defendida anteriormente.
Após citar o nome de várias crianças que morreram em 2017, vítimas da violência, é
colocada a seguinte pergunta: “Quem será que vai ser amanhã?”. Em seguida, o tambor soa
como batidas de um coração. Isso pode ser interpretado como as pessoas que ainda estão
vivas, com o coração batendo, mas que em um futuro próximo poderão ser também vítimas
dessa violência, caso nada seja feito para acabar com esse problema.

4. No vídeo acima, há uma referência à canção O Surdo, da cantora Alcione, disponível


no link: https://www.letras.mus.br/alcione/88589/. Que referência é essa? Que relação
podemos estabelecer entre esses textos?

O verso “Meu surdo, parece absurdo” foi extraído da canção de Alcione e incluído na letra
de Gabriel O Pensador.

Na canção de Alcione, o timbalão de chão (tipo de tambor, conhecido como surdo) “chora na
avenida pro povo se alegrar”, ou seja, o músico realiza batidas em seu couro para que ele
possa emitir seu som, acompanhando a bateria, que na época festiva do carnaval diverte a

1
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. 30. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
1988.
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

população que assiste ao desfile das escolas de samba do Estado. Dessa maneira, podemos
compreender a letra de Gabriel O Pensador como uma crítica ao surdo, como metonímia do
carnaval, que insiste em continuar tocando, mesmo que a cidade do Rio de Janeiro esteja
passando por questões de insegurança pública. Muitas pessoas podem estar se fazendo de
“surdas”, ou seja, alheias aos problemas que as rodeiam e se preocupando com outras
coisas menos importantes - como os governantes do Rio, que viajaram para outras cidades
em um momento em que a cidade necessitava de liderança (vide notícia “Carnaval no Rio é
marcado por um arrastão de violência: cidade é tomada por assaltos, governador e prefeito
viajam e PM pede a foliões que evitem selfies”, disponível no link:
https://oglobo.globo.com/rio/carnaval-no-rio-marcado-por-um-arrastao-de-violencia-
22392812 ). Vale informar aos alunos que essa letra de Gabriel O Pensador foi televisionada
em 11 de fevereiro de 2018, domingo em que ocorria o primeiro dia de desfile das escolas de
samba do Rio de Janeiro.
É interessante observar que foi escolhido apenas um surdo para acompanhar a letra do
rapper no vídeo acima. Em uma outra interpretação possível, pode-se pensar que apenas o
instrumento surdo, paradoxalmente, parece escutar o sofrimento, assim como escuta o surdo
da canção de Alcione.

5. O que é denunciado nessa letra?

É denunciado um problema de violência recorrente na cidade do Rio de Janeiro. Como


mostrado no vídeo, muitas crianças inocentes morreram, em 2017, por causa de tiroteios em
comunidades carentes daquela região.

6. Por que esse problema social acontece?

O problema social da violência não é simples, pois está relacionado a diversos fatores que
contribuem para grande parte da população se encontrar em situação de pobreza.
Consideramos que esse problema está atrelado, principalmente, à má distribuição de renda,
à desigualdade social, à ausência de educação de qualidade para todos, à ineficácia do
sistema judiciário e à corrupção que marcam a realidade da sociedade, não só carioca, mas
também brasileira.
Não se trata, aqui, de defesa das pessoas que praticam atos violentos, mas é preciso olhar
para essa situação do ponto de vista das causas, e não das consequências. O que leva muitas
pessoas a práticas ilícitas pode ser a falta de oportunidades igualitárias para todos. É a
ausência de moradia digna, com saneamento básico; alimentação; transporte; acesso a
meios de se obter saúde e educação de qualidade; além de opções de lazer variadas, que
possam ser colocadas como alternativas às drogas e à delinquência.

7. Como a denúncia é apresentada? Que elementos visuais e sonoros são usados para
chamar a atenção do leitor?

A denúncia da violência no Rio de Janeiro é apresentada com muitos exemplos de pessoas


que a sofreram direta ou indiretamente. São usados trechos de vídeos que mostram tiroteios,
o envolvimento da polícia; imagens de marcas dessa violência na paisagem da cidade, como
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

tiros em janelas; barulhos de numerosos tiros; trechos de noticiários televisionados


mostrando a recorrência das mesmas notícias de violência, com morte de inocentes;
fotografias de crianças inocentes que perderam a vida; o sofrimento das famílias; trechos de
noticiários mostrando como os governantes não sabem o que fazer com essa situação,
parecendo não estar preocupados com isso. Pode ser retomada, aqui, a questão do uso das
cores nas imagens, como abordado anteriormente. Tudo isso é usado como meio de impactar
o leitor, dando exemplos diversificados, para que ele se convença de que se trata de um
problema relevante da sociedade brasileira.

8. Muitas perguntas são feitas na canção. Releia a letra e procure explicar o motivo do
uso desse recurso.

As perguntas são utilizadas para provocar um olhar mais crítico, sensível e ativo do leitor
diante da situação. São perguntas retóricas, ou seja, não visam obter uma resposta imediata,
mas proporcionar reflexões acerca do assunto abordado e dos problemas sociais apontados.
São elas:
“Que tiro foi esse?” (Clara referência a uma canção em voga, “Que tiro foi esse”, de Jojo
Maronttinni. Recurso que pode chamar a atenção do leitor)
“E a violência apavora / Ou você acha normal?”
“Será que alguém duvida / Que a fortuna da corrupção / Bem investida / teria salvo dezenas,
centenas, milhares, milhões de vidas?”
“Quantas mortes de inocentes / Valem cada anel de brilhantes?”
“Se o desonesto é malandro / O menor também quer ser bandido / Alguns, né? A minoria”
“A mãe desmaiou no enterro, você não desmaiaria? / Que força você teria pra enterrar o seu
garoto? / Que força ainda temos pra nos amar uns aos outros?”
“ Sofia / Maria Eduarda / Caique / Fernando / Artur / Paulo Henrique / Renan / Eduardo /
Vanessa / Vítor / Esses foram ano passado / Quem será que vai ser amanhã?”

9. Que argumentos são apresentados para defender a posição sustentada?

Para descobrir argumentos, grosso modo, pode-se fazer as seguintes perguntas: de que o
texto fala? Que posicionamento é defendido nele? Como esse posicionamento é defendido?
Qual é a finalidade dessa defesa?
Como modo de atestar a presença da violência no Rio de Janeiro, exemplificações são
usadas como argumentos (provas), reforçados pelos recursos imagéticos e sonoros
levantados na questão 7, a fim de convencer o leitor da existência desse problema social
pungente.
Outros argumentos que podem ser levantados são os que se relacionam a perguntas
retóricas; a referências a acontecimentos contemporâneos (carnaval, escândalos de
corrupção [anel de brilhantes]); ao uso de sentenças condicionais e comparações; à
adjetivação; à busca pela sensibilização do leitor.
Professor, ajude seus alunos a encontrar e a explicar os vários elementos usados no texto e
nas imagens.

10. Por que essa situação é chamada de guerra?


Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

Como observado por muitas reportagens de 2017, o número de pessoas que morreram nos
últimos anos, vítimas da violência no Brasil, são superiores até mesmo aos da guerra na
Síria.
A esse respeito, pode ser interessante checar um pequeno documentário — com narração de
Lázaro Ramos — de menos de 15 minutos, junto à reportagem do jornal O Globo, “A Guerra
do Brasil”, disponível no link: https://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/a-guerra-do-
brasil.html.
Interessante atentar para o fato de que foi necessária uma intervenção federal, por meio do
Exército, no Rio de Janeiro, a fim de tentar controlar a violência nesse estado. Tendo em
vista que o Exército é treinado para atuar em momentos de guerra, não é exagero chamar de
guerra o que está ocorrendo no Rio. Sobre isso, pode-se conferir a notícia da BBC,
“Congresso aprova decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro; entenda o que a
medida significa”, disponível no link: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43079114.
Ainda nesse contexto, é interessante notar que na estrofe em que Gabriel chama essa
situação de guerra, sugere que os nossos governantes se aproveitam disso para se manterem
no poder (Político esperto explora o medo e qualquer sentimento da população / A violência
estúpida afeta todo mundo menos esses vagabundos lá da cúpula / Corrupta, hipócrita,
nojenta que alimenta essa guerra / E dessa guerra há muito tempo se alimenta). O medo da
população é explorado no sentido de que, em vez de fazer o povo odiar o sistema que produz
o bandido, os sistemas político e judiciário incitam o ódio ao bandido, pois apoiam a
violência policial contra ele. Trata-se de repressão e assassinato de tais pessoas, o que não
soluciona o problema e gera, até mesmo, mortes de muitos policiais, em vão. Isso só produz
mais violência e mais gasto do dinheiro público com políticas que claramente não funcionam.
Talvez, aqui, pudesse também ser discutida a questão "bandido bom é bandido morto". Será
que isso ajuda mesmo a solucionar o problema?
Ajude seus alunos a pensar em outras soluções mais eficazes, como, por exemplo, um
trabalho de base com crianças e jovens, a melhora da condição social das pessoas, a melhor
distribuição de renda, a melhoria no sistema de saúde (inclusive mental) e no sistema
educacional, entre outros.

11. Nos versos


Quantas mortes de inocentes
Valem cada anel de brilhantes?
há uma alusão a um político do Rio de Janeiro que aceitava presentes de empreiteiras
para favorecê-las em obras públicas, muitas vezes, superfaturadas. Sabendo que o
correto é investir o dinheiro dos impostos de forma justa, por meio de licitações e
fechamento de contrato com aqueles que ofereçam serviços com o melhor custo-
benefício, responda:
a. O que você acha do comportamento dessas pessoas?
b. Como essa prática poderia ser evitada?
c. Em que o dinheiro público, bem investido, poderia ser usado para evitar a
violência?
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

Professor, você pode mostrar notícias a esse respeito para que seus alunos entendam
melhor a referência apresentada na letra. Acreditamos que esta notícia deixe a
questão mais clara: “Cabral presenteou sua mulher com anel de R$ 800 mil pago
por Cavendish”, disponível no link:
https://oglobo.globo.com/brasil/cabral-presenteou-sua-mulher-com-anel-de-800-mil-
pago-por-cavendish-20318554.

12. Por que foi escolhido um domingo de Carnaval para esse vídeo ser televisionado?

Em uma época de Carnaval, muitas pessoas pensam apenas em se divertir e esquecer dos
problemas. No entanto, o vídeo acima parece ter sido transmitido em um dia carnavalesco
justamente para que esse problema grave não seja esquecido pelos brasileiros, mostrando
que, talvez, não tenhamos tantos motivos para festejar.
Interessante lembrar como em 2018 houve festas de carnaval, tanto de rua quanto em eventos
fechados, com clima de protesto em diversas áreas.

13. Esse problema acontece apenas no Rio de Janeiro?

Embora, ultimamente, a mídia tenha dado enfoque nos acontecimentos do Rio de Janeiro,
sabemos que, infelizmente, esse problema não ocorre apenas nessa cidade. Diariamente,
pode-se acompanhar, em noticiários locais, a violência generalizada.
Trata-se de um problema em escala nacional - típico de países em que há muitas pessoas
vivendo na linha de pobreza; de países em que a desigualdade social é escandalosa - e que
precisa ser solucionado antes de as pessoas chegarem à criminalidade.

14. De quem seria a culpa desse problema social?

De acordo com a letra acima, a culpa desse problema social é de políticos corruptos que, em
vez de investirem o dinheiro público em justiça e educação, visam apenas seus próprios
interesses, e não o bem comum. Mas podemos ampliar essa questão, atribuindo a culpa a
todo o sistema que colabora para não haver oportunidades iguais para os cidadãos se
estabelecerem dignamente na sociedade.
Seria positivo se a população não apoiasse, nem continuasse votando, em políticos que
defendem apenas políticas austeras, mas que apoiasse aqueles que focam em educar a
população e em dar opções variadas para que não vejam a marginalidade como única opção.
Aqui entra a nossa responsabilidade, nosso dever, como cidadãos, de prestar atenção em
quem são esses políticos e de cobrar resultados dos eleitos.

15. Que soluções são apontadas na letra? Que soluções você apontaria?

Justiça e educação são as soluções apontadas no texto. Pode-se dizer que um sistema
judiciário mais eficaz, menos demorado e burocrático, diminuiria a sensação de impunidade.
Mas o mais importante parece ser o investimento na educação, para que antes de se
tornarem delinquentes, as pessoas tenham conhecimento, e consigam ajudar o país no
sistema judiciário, na saúde pública, na educação e em tantas outras atividades importantes
Atividade proposta e desenvolvida
pela equipe do Redigir FALE/UFMG

para a nação. Para isso, é necessário que os governantes não roubem o dinheiro público,
nem o invistam de maneira errada.
No Portal da Transparência, disponível no link: http://www.portaltransparencia.gov.br/, é
possível acompanhar os gastos do governo. O link anterior trata dos gastos federais, mas é
interessante os alunos tomarem conhecimento de que cada estado e município também deve
disponibilizar prestações de contas em seus sites oficiais. Essas informações são importantes
para que os cidadãos possam acompanhar para onde o dinheiro público está indo.

16. Diante desses problemas, o que você e seus colegas podem fazer para tentar mudar
essa situação? Discutam essa questão entre vocês e, em seguida, desenvolvam uma
das seguintes propostas para circular nas redes sociais e/ou em suas comunidades:

● Campanha contra diversos tipos de violência, principalmente a do governo


para com as camadas populares;
● Campanha contra a corrupção;
● Manifesto contra a violência;
● Cartilha para o eleitor de sua região votar conscientemente;
● Versão da canção “Que tiro foi esse”, abordando os problemas e a violência na
sua própria comunidade.

Professor, seria interessante dividir os estudantes em grupo para executar esta tarefa.
Apresente a eles as principais características de cada gênero e, se possível, peça que eles
desenvolvam a atividade em ambiente digital. Os seguintes sites podem auxiliá-los a criar
esses produtos, explorando a linguagem verbal, visual e até mesmo audiovisual, caso optem
por apresentar vídeos:
https://www.canva.com/
https://www.powtoon.com/home/
Após a revisão dos textos, postem o resultado dessa atividade nas redes sociais da turma e/ou
da escola. Seria interessante que a comunidade tivesse acesso a essas postagens e também
fosse estimulada a comentar as produções, o que pode levar mais pessoas a refletir a respeito
desses problemas sociais.

Sugestões para o professor

● No dia 26/02/2017, programa Roda Viva, da TV Cultura, fez um debate a respeito da


segurança pública no Brasil. O programa está disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=BWeZMrpcjkE.

Вам также может понравиться