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Universidade Candido Mendes – UCAM

Pós-graduação em Direito Constitucional

Ottoniel Antunes Camargos

Análise da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca da


constitucionalidade do voto impresso

Prof. M. ª Priscila Jorge Cruz Diacov

Belo Horizonte
2018
Universidade Candido Mendes – UCAM
Pós-graduação em Direito Constitucional

Ottoniel Antunes Camargos

Análise da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca da


constitucionalidade do voto impresso

Prof.ª M. ª Priscila Jorge Cruz Diacov

Trabalho de Conclusão apresentado ao curso de


Pós-graduação em Direito Constitucional,
oferecido pela Universidade Candido Mendes –
UCAM, como requisito parcial para obtenção
grau de especialista, sob a orientação da Prof.ª
M.ª Priscila Jorge Cruz Diacov.

Belo Horizonte
2018
Termo de aprovação

Aluno: Ottoniel Antunes Camargos


Título: Análise da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca da
constitucionalidade do voto impresso

Trabalho de Conclusão apresentado ao curso de


Pós-graduação em Direito Constitucional,
oferecido pela Universidade Candido Mendes –
UCAM, como requisito parcial para obtenção
grau de especialista, sob a orientação da Prof.ª
M. ª Priscila Jorge Cruz Diacov.

_____________, ______ de __________ de 201___.

_______________________________________________________________________
Orientadora: Professora Mestra Priscila Jorge Cruz Diacov.

_______________________________________________________________________
Professor (a) convidado (o):

_______________________________________________________________________
Professor (a) convidado (o):
Dedico o presente trabalho aos meus pais, irmãos e
amigos. Agradeço os incentivos, o apoio e o carinho,
essenciais para a conclusão do meu objetivo.
AGRADECIMENTOS

Agradeço à professora Priscila Jorge Cruz Diacov, cuja sabedoria e inteligência abrilhantaram
esta pesquisa, pela orientação e pelo apoio.

Agradeço aos professores do programa de pós-graduação latu sensu da Universidade Candido


Mendes que me ajudaram de forma significativa com seus ensinamentos sobre os temas de
Direito Constitucional.

Agradeço à Jaqueline, que mais que uma heroína é uma mãe que sempre fez o seu melhor para
seus filhos, à memória de White, por me proporcionar a vida e sempre estar presente na minha
vida, ao Varlei, pela grande contribuição na minha formação humana e à Ágatha, ao Nicolas e
à Rayssa, pelo apoio incondicional e pela atenção familiar, sem os quais a conclusão deste
trabalho seria quase impossível.

Agradeço a todos aqueles que contribuíram para que eu realizasse esta pesquisa, em especial, à
Letícia, pelo carinho e pelo incentivo.

Por fim, os meus sinceros agradecimentos à Universidade Candido Mendes, proporcionando


excelência de ensino jurídico com professores e estrutura de grande valor e consideração no
meu crescimento profissional e pessoal.
Para que a eleição seja igualitária todos os votos
devem ser computados por igual e sem fraude.

(O’DONNELL, 2011, p.28).


RESUMO
Este trabalho trata sobre a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca da
constitucionalidade do voto impresso. O objetivo foi apresentar e analisar os argumentos
utilizados pelo referido tribunal quando os ministros realizaram a análise do tema em questão.
Com a finalidade de alcançar tal objetivo, foram apresentadas as duas ações diretas de
constitucionalidades que existem no Supremo Tribunal Federal. Além disso, foram analisados
os argumentos apresentados acerca de sua razoabilidade. Diante disso, teve como resultado que
os argumentos utilizados em relação à primeira ação direta de constitucionalidade foram
razoáveis, enquanto na segunda ação, que não foi concluída até o encerramento desta pesquisa,
não foi razoável quanto a suspensão da previsão legal de implementação do voto impresso.

Palavras-chave: voto impresso, constitucionalidade, ADI 4548, ADI 5889, Supremo Tribunal
Federal, voto secreto.
ABSTRACT

This paper deals with the jurisprudence of the Federal Supreme Court on the constitutionality
of the printed vote. The objective was to present and analyze the arguments used by that court
when the ministers analyzed the topic in question. With the purpose of achieving this objective,
the two direct actions of constitutionality that exist in the Federal Supreme Court were
presented. In addition, the arguments put forward regarding its reasonableness have been
analyzed. As a result, the arguments used in relation to the first direct action of constitutionality
were reasonable, while in the second action, which was not concluded until the closing of this
research, it was not reasonable to suspend the legal prediction of the implementation of the
printed vote.

Keywords: printed vote, constitutionality, ADI 4548, ADI 5889, Supreme Federal Court, secret
ballot.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………. 9

1 A JURISPRUDÊNCIA DO STF ACERCA DO VOTO IMPRESSO........................ 13

1.1 ADI 4543 DF.………………………………………………………………………. 13

1.1.1 Relatório ..........................................………………………………………………. 13

1.1.2 Inviolabilidade do voto.....................………………………………………………. 15

1.1.3 Voto secreto e voto impresso............………………………………………………. 15

1.1.4 Princípio um eleitor, um voto..........………………………………………………... 16

1.1.5 Princípio da proibição do retrocesso político..............……………………………. 16

1.1 6 Inconvenientes do voto impresso .......……………………………………………. 16

1.1.7 A ressalva do Ministro Barroso........………………………………………………. 17

1.2 ADI 5889……………………………………………………….......................……… 17

2 BREVE ANÁLISE DOS ARGUMENTOS UTILIZADOS PELO STF.........…....... 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………… 26

REFERÊNCIAS………………………………………………………………………….29
9

INTRODUÇÃO

Com o advento da tecnologia, o Brasil adotou o voto eletrônico como o meio de exercer
a cidadania quanto à escolha dos seus representantes, haja vista o regime político da
democracia, em qual os cidadãos exercem o poder de governar por meio do sufrágio. Dessa
maneira, o que se tem, aparentemente, é um sistema de apuração e coleta de votos mais acessível
e seguro por meio das urnas eletrônicas. Assim, tal sistema auxilia na superação ou na redução
das falhas históricas em relação ao exercício do direito ao voto, como o voto do cabresto, e
contribui para a efetividade do artigo 14, caput, da Constituição da República no que se refere
ao exercício da soberania popular.
Entretanto, em relação ao sistema de apuração por meio das urnas eletrônicas, existe
dúvida em relação à transparência e a confiabilidade do uso dessa tecnologia.
Consequentemente, surgiram algumas Leis que traziam a impressão do voto como uma maneira
de aumentar a segurança da auditoria das eleições, como resposta aos questionamentos das
falhas do modelo adotado. Então, foram criadas a Lei nº 10.408/2002 (revogada), a Lei nº
12.034/2009 (declarada inconstitucional na ADI 4543, em 2013) e a Lei 13.165/2015 (suspensa
liminarmente na ADI 5889, em 2018).
A partir disso, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal torna-se um alvo de estudo
analítico em relação ao porquê da inconstitucionalidade e da suspensão das Leis que tentam
implementar o voto impresso. Afinal, a violação à constituição acerca do direito ao voto deve
ocorrer em relação às suas características previstas constitucionalmente, isto é, direito, secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei. Com isso, relevante é destacar que esta pesquisa
visa somente a trabalhar questões de direito material da seara do direito constitucional.
Com isso, o tema desta pesquisa é referente à análise da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal acerca da constitucionalidade do voto impresso. Compreende-se como espaço
de tempo, pesquisado a primeira e a segunda década do século XXI, sendo o marco inicial
justificado pelo primeiro julgamento do referido tribunal sobre o tema e o marco final pelo ano
que a pesquisa será concluída.
O problema de pesquisa divide-se em duas etapas. Na primeira, indagam-se quais são
os argumentos adotados pelo Supremo Tribunal Federal para rejeitar constitucionalmente a
implementação do voto impresso no sistema jurídico brasileiro. Na segunda, pergunta-se se os
argumentos jurídicos dos ministros são razoáveis para declarar a inconstitucionalidade do artigo
5º da Lei nº 12.034/2009 na ADI 4543 e suspender liminarmente o artigo 59-A da Lei das
10

Eleições (Lei nº 9.504/1997), incluído pela Lei nº 13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral),
referentes a instituição da necessidade de impressão do voto eletrônico.
Colocam-se como hipóteses de pesquisa que os argumentos utilizados pelo Supremo
Tribunal Federal estão mais em torno de questões que fogem à análise da constitucionalidade,
bem como a existência de uma desarrazoabilidade dos argumentos jurídicos adotados pelos
ministros.
Isso se justifica pelo uso crescimento do ativismo judicial do referido tribunal quando
se é analisada a constitucionalidade das leis. Para tanto, é preciso responder os dois problemas
levantados, uma vez que para verificar se os argumentos jurídicos são razoáveis é preciso
analisá-los, destacando toda a argumentação utilizada, mesmo que esteja além do campo
jurídico.
Como objetivo, analisa-se os argumentos jurídicos adotados pelo Supremo Tribunal
Federal e sua razoabilidade ao declarar a inconstitucionalidade do artigo 5º da Lei nº
12.034/2009 na ADI 4543 e suspender liminarmente o artigo 59-A da Lei das Eleições (Lei nº
9.504/1997), incluído pela Lei nº 13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral).
Para tanto, apresenta-se cada um desses argumentos de forma explicativa para aclarar o
que foi apresentado pelo tribunal no momento da análise constitucional feita acerca do tema.
A justificativa para a escolha do tema é relacionada ao interesse de verificar o a
constitucionalidade do voto impresso em relação ao entendimento jurisprudencial do Supremo
Tribunal Federal. Afinal, no contexto atual do Brasil, a tentativa de implementação do voto
impresso é relevante para saber sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas quanto a efetividade
do artigo 14 da constituição acerca da característica de sigilo do voto. Então, existe um grande
interesse nesse tema, em razão da falta de uma análise da jurisprudência acerca do tema, o que
pode se revelar desarrazoado e mais um exemplo de ativismo judicial.
No referencial teórico, apresenta-se uma breve revisão bibliográfica em relação aos
autores básicos utilizados nesta pesquisa como Canotilho (2005), Carvalho (2013), Mendes e
Branco (2014), Moraes (2014) e Silva (2014), com o fim de localizar o tema na bibliografia
básica. Em seguida, indica-se o marco teórico da pesquisa, isto é, a perspectiva de pesquisa
adotada ao longo dos capítulos desta pesquisa.
Canotilho (2005), contribui para esta pesquisa com a abordagem sobre o princípio do
voto secreto a partir da perspectiva do direito português. Desse modo, o autor retrata o princípio
como uma garantia da própria liberdade de voto. Assim, o referido autor traz a ideia de
proibição da sinalização do voto, apesar de dizer que isso não impede a existência de listas
públicas de apoio a candidaturas partidárias.
11

Em relação ao Carvalho (2013), acrescenta para a pesquisa a diferenciação de sufrágio,


voto e escrutínio. Dessa maneira, o autor esclarece que o sufrágio é um direito do cidadão de
caráter universal, exercido pelo voto que ocorre de forma personalíssima, igual e obrigatória,
sendo o escrutínio tratado como o modo de exercício do voto. Neste ponto, o caráter secreto é
uma característica do escrutínio que procura resguardar a autenticidade da manifestação do
eleitor, o que garante o sigilo do voto.
Mendes e Branco (2014), acrescentam que o voto secreto é inseparável da ideia do voto
livre, pois a liberdade de escolha do eleitor não pode sofrer interferências. Consequentemente,
os autores apresentam a ideia que ninguém poderá saber em quem o eleitor votou, vota ou
pretende votar contra a vontade de assim fazê-lo.
No que se refere à doutrina de Silva (2014), se percebe que a ideia do caráter secreto do
voto para garantir a liberdade do eleitor se faz presente. Além disso, é ressaltado pelo autor que
nem mesmo o próprio eleitor deve respeitar o sigilo, trazendo a obrigação dos membros da mesa
receptora garantir que haja condições para o sigilo não ser quebrado e impedir que o leitor
também o faça. Afinal, esse caráter secreto do voto não é somente um direito subjetivo do
eleitor, mas também uma garantia constitucional de eleições livres e honestas, suprimindo a
possível corrupção eleitoral com o afastamento da intimidação ou do suborno dos eleitores.
Moraes (2014), destacou a ideia de que a garantia da sigilosidade do voto é feita pelas
garantias legais, apresentando uma das disposições normativas do Código Eleitoral, o artigo
103. O autor ressalta que o segredo do voto não deve ser revelado nem pelo eleitor nem por
terceiro de maneira fraudulenta.
Superada a abordagem do sigilo do voto, mister se faz destacar nessa revisão
bibliográfica a questão da produção científica do sistema atual de votação. Desse modo, no
relatório de Aranha, Karam, Miranda e Scarel (2013) são apresentadas que o “voto impresso é
para fins de conferência apenas no interior da seção eleitoral e não pode servir de comprovante
no ambiente externo” (ARANHA, KARAM, MIRANDA, SCAREL, p.33, 2013), além de
apresentar os dados que demonstram a facilidade da quebra do sigilo do voto pelo sistema atual.
Desse modo, adota-se como marco teórico a visão de Carvalho (2013), pois que o
resguardo da autenticidade da manifestação do leitor é o que garante o sigilo do voto.
Sobre a metodologia, o método científico é o indutivo por analisar a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal para concluir se a hipótese se confirma ou não. Além disso, o tipo
de pesquisa quanto à natureza é classificado como básica por não ter finalidade de gerar
produtos ou processos e sim o conhecimento sobre o tema apresentado. Quanto ao objetivo, a
pesquisa é descritivo exploratória por pesquisar e oferecer informações sobre a jurisprudência
12

do Supremo Tribunal Federal acerca do caráter sigiloso do voto a partir da análise da


constitucionalidade do voto impresso. Por fim, quanto ao procedimento, realiza-se uma
pesquisa bibliográfica e jurisprudencial de modo que se recolhem neste trabalho informações e
dados de pesquisas anteriores bem como os julgamentos do Supremo Tribunal Federal para
encontrar a resposta do problema e testar a hipótese.
Após essa apresentação, trabalha-se a pesquisa propriamente dita com dois capítulos. O
primeiro capítulo versa sobre a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca do voto
impresso, o segundo capítulo está relacionado à análise da razoabilidade dos argumentos
utilizados pelo Supremo Tribunal Federal na análise da constitucionalidade do voto impresso.
Por fim, conclui-se a pesquisa com as considerações finais.
13

1 A JURISPRUDÊNCIA DO STF ACERCA DO VOTO


IMPRESSO

Neste capítulo será apresentado a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o


voto impresso. Dessa forma, a partir da pesquisa jurisprudencial, apresenta-se as duas ações
diretas de inconstitucionalidade existentes no tribunal.
Na primeira, a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4543, ficou declarado
inconstitucional o artigo 5º da Lei nº 12.034/2009 que previa que ficava criado, a partir das
eleições de 2014, o voto impresso conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto.
Na segunda, a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5889, que ainda está em trâmite no
referido tribunal, houve a suspensão da eficácia do art. 59-A da Lei 9.504/1997, incluído pelo
art. 2º da Lei 13.165/2015, em qual estava previsto que “no processo de votação eletrônica, a
urna imprimirá o registro de cada voto, que será depositado, de forma automática e sem contato
manual do eleitor, em local previamente lacrado” (PLANALTO, 2015).

1.1 ADI 4543 DF

De início, destaca-se que pelo tamanho do acórdão proferido pelo plenário do Supremo
Tribunal Federal em 2013 na Ação Direta de Inconstitucionalidade 4543 Distrito Federal, não
será apresentado exaustivamente nesta pesquisa.
Dessa forma, apresenta-se os pontos principais do referido acórdão com a finalidade de
atingir o objetivo referente a elucidação dos argumentos apresentados pela suprema corte sobre
o tema da pesquisa.

1.1.1 Relatório

Inicialmente, é relatado no acórdão da ADI 4543 que tal ação foi proposta pela
Procuradoria-Geral da República ao argumento que o artigo 5º da Lei nº 12.034/2009 ao prever
em seu §2º a impressão do voto com identificação associada à assinatura do eleitor contrariou
o artigo 14 da Constituição. Afinal, qualquer forma de identificação na manifestação do voto
afrontaria a sigilosidade da manifestação do eleitor.
Para facilitar a leitura, é interessante mencionar o dispositivo legal mencionado
anteriormente para melhor entender a pesquisa:

Art. 5º Fica criado, a partir das eleições de 2014, inclusive, o voto impresso
conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto e observadas as seguintes
regras:
14

§ 1º A máquina de votar exibirá para o eleitor, primeiramente, as telas referentes às


eleições proporcionais; em seguida, as referentes às eleições majoritárias;
finalmente, o voto completo para conferência visual do eleitor e confirmação final
do voto.
§ 2º Após a confirmação final do voto pelo eleitor, a urna eletrônica imprimirá um
número único de identificação do voto associado à sua própria assinatura digital.
§ 3º O voto deverá ser depositado de forma automática, sem contato manual do
eleitor, em local previamente lacrado.
§ 4º Após o fim da votação, a Justiça Eleitoral realizará, em audiência pública,
auditoria independente do software mediante o sorteio de 2% (dois por cento) das
urnas eletrônicas de cada Zona Eleitoral, respeitado o limite mínimo de 3 (três)
máquinas por município, que deverão ter seus votos em papel contados e
comparados com os resultados apresentados pelo respectivo boletim de urna.
§ 5º É permitido o uso de identificação do eleitor por sua biometria ou pela digitação
do seu nome ou número de eleitor, desde que a máquina de identificar não tenha
nenhuma conexão com a urna eletrônica (BRASIL, 2009).

Em resposta a impugnação realizada pela Procuradoria Geral da República foi dado o


parecer da Presidência da República. Nesse parecer, a norma impugnada foi defendida quanto
à sua constitucionalidade com destaque de dois argumentos.
Primeiro argumento, o voto impresso seria uma complementação ao voto eletrônico e a
norma seria razoável em relação a forma que o legislador ordinário entende ser mais seguro o
exercício do voto.
Segundo argumento, o artigo 5º da Lei nº 12.034/2009 não atentaria a garantia essencial
da independência do eleitor do voto secreto, uma vez que ao possibilitar a auditoria do resultado
das eleições a lei além de não ameaçar esse direito, assegura a exatidão da contagem dos votos.
Por sua vez, foi dada a oportunidade para a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
emitirem seus pareceres. No que se refere ao primeiro órgão do legislativo, tem-se a informação
que a lei estava em conformidade com os trâmites constitucionais e regimentais.
Já o segundo órgão do legislativo citado manifestou que a assinatura que o artigo da lei
prevê é em relação à urna e não ao eleitor, além de dizer que o dispositivo legal não impõe que
a urna fique aberta, não havendo, portanto, possibilidade de contagem de mais de um voto por
eleitor.
É relevante destacar que no parecer emitido pela Advocacia-Geral da União, foi
manifestado que a impressão do voto, de acordo com o dispositivo legal impugnado, não
possibilita correlação entre o eleitor e seu voto.
Assim, estaria ausente a violação do direito constitucional ao sigilo do voto, previsto no
artigo 14 da Constituição da República.
Após a realização do relatório, apresenta-se os argumentos levantados nos votos dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, destacando que como apenas seguiram os argumentos
da Ministra Cármen Lúcia, a relatora da ADI 4543 DF, somente se acrescenta um ponto
15

destacado pelo Ministro Luís Roberto Barroso, que será relevante no capítulo 2.

1.1.2 Inviolabilidade do voto

Na introdução de seu voto, o primeiro ponto apresentado pela ministra é em relação ao


impedimento de qualquer forma de manipulação ou coação no ato de votar e que para tanto no
exercício ou no próprio voto não deve haver nenhuma forma de identificação pessoal, sendo
isso que é suposto quando se trata de inviolabilidade e segredo do voto do eleitor.
Depois de apresentar esse ponto, a ministra retrata que a Procuradoria-Geral da
República asseverou que a falha na impressão ou travamento do papel da urna eletrônica
comprometeria a sigilosidade da votação, uma vez que no caso da existência dessas falhas a
intervenção humana seria necessária e, neste momento, a manifestação do eleitor ficaria exposta
ao servidor responsável pela manutenção do equipamento eletrônico. Além disso, foi destacado
pela Procuradoria que a assinatura digital do eleitor desrespeitaria o que está previsto no artigo
14 da Constituição por possibilitar a identificação do número impresso pela urna eletrônica.
Lado outro, a ministra destaca a manifestação do Senado Federal ao mencionar o
esclarecimento feito por esse órgão do Poder Legislativo que a assinatura digital não se refere
ao eleitor e sim à urna eletrônica que ele utilizou para exercer o direito ao voto.
Após essa apresentação do embate da questão apresentada pela Procuradoria Geral da
República, a ministra faz uma apresentação histórica do voto no sistema eleitoral brasileiro
dizendo que o voto eletrônico trouxe um aperfeiçoamento do segredo do voto e que
retrocedendo ao modelo do voto impresso haveria um comprometimento dessa conquista e do
sistema adotado em vista dos problemas e dificuldades do voto impresso.
Para corroborar esse argumento que o voto eletrônico garante maior sigilosidade ao voto
ela mencionou que no trâmite do Projeto de Lei n. 498/09 que deu origem a lei impugnada, as
Comissões Senatoriais emitiram um relatório contrário ao retorno do voto impresso por julgá-
lo inadequado ao sigilo do processo eleitoral por existir problemas na implementação do voto
impresso. Como exemplo, o aumento de filas, votos em nulos e brancos, além de maior número
de urnas com defeitos.

1.1.3 Voto secreto e voto impresso

Um argumento apresentado pela ministra é em relação ao embate do voto secreto com


o voto impresso. Dessa forma, é feita uma contextualização acerca da conquista do segredo do
voto como garantia da inviolabilidade do querer democrático do eleitor, e, ao mesmo tempo,
do impedimento de exercer o direito sob qualquer forma de pressão. Assim, retrata-se o voto
16

eletrônico como a única forma de impedir os ilícitos acordos feitos entre eleitores e candidatos.
Consequentemente, a impressão do voto possibilitaria o retorno do antigo vício de
compra e venda de votos e a vulnerabilidade do sistema democrático brasileiro. Desse modo, a
impressão do voto é vista pela ministra como uma forma de prova da manifestação do eleitor,
questionando a necessidade de impressão do voto se este é inexpugnável. Assim, tal impressão
não seria necessária pelo fato da segurança incontestável do atual sistema de votação.
Na conclusão deste primeiro argumento a ministra retorna ao §2º do dispositivo legal
questionando que qualquer possibilidade de identificação por meio da assinatura digital pode
favorecer a coação sobre os eleitores.

1.1.4 Princípio um eleitor, um voto

Outro argumento da ministra é referente ao princípio um eleitor, um voto. Neste


momento, a ministra destaca que o sistema atual, diferente dos demais, consegue garantir que
a urna somente é aberta após a identificação do eleitor e fechada após seu voto, o que impede a
contagem de mais de um voto ou de votação por substituição.
Desta feita, no momento que o §5º do dispositivo impugnado prevê que fica vedada a
conexão entre o instrumento de identificação e a respectiva urna, possibilitando o eleitor votar
mais de uma vez.

1.1.5 Princípio da proibição do retrocesso político

Um outro argumento apresentado pela ministra é em relação ao princípio da proibição


do retrocesso político. Desse modo, é realizado um paralelo com o princípio da proibição do
retrocesso quanto aos direitos sociais, remontando a ideia que o voto eletrônico é uma conquista
histórica e que passa a ser, citando Canotilho, uma garantia constitucional e um direito subjetivo
do cidadão.
Diante disso, ela conclui que a alteração do processo eleitoral conduz à desconfiança
que é própria de ditaduras, não uma garantia de democracia, ressaltando a segurança e eficiência
do sistema atual.

1.1.6 Inconvenientes do voto impresso

Por fim, a ministra traz o argumento relacionado aos inconvenientes do voto impresso.
Nesse momento, a ministra destaca os pontos positivos do sistema de votação atual que é
elogiado por outros países e testado de forma sistêmica quanto à sua segurança, o que demonstra
17

confiabilidade no sistema adotado.


Além disso, são retratados os pontos negativos do voto impresso como a demora na
votação, a possibilidade de fraude, a vulnerabilidade na auditoria e o aspecto orçamentário, o
que traria prejuízos ao processo eleitoral que vigora atualmente.

1.1.7 A ressalva do Ministro Barroso

O Ministro Luís Roberto Barroso acrescenta por meio da sua argumentação que a ADI
4543 DF ataca a aplicação da lei impugnada e não ela em si, ressaltando o papel do Supremo
Tribunal Federal de demonstrar a violação específica a determinada norma da Constituição.

1.2 ADI 5889

Em 2018, a Procuradoria-Geral da República requereu a declaração de


inconstitucionalidade do artigo 59-A da Lei n. 9.504/1997, incluído pelo art. 2º da Lei
13.165/2015. O primeiro argumento que foi apresentado é em relação ao direito ao voto secreto,
previsto no artigo 14 da Constituição, ser desrespeitado pelo dispositivo legal. Além disso, há
um risco à confiabilidade do processo eleitoral pelo implemento da impressão do voto.
Além disso, a Procuradoria-Geral da República requereu cautelarmente a suspensão da
eficácia do dispositivo alegando que estão presentes os pressupostos para a concessão de
medida cautelar, sem intimação da parte contrária. Dessa forma, o sinal do bom direito (fumus
boni iuris) ficou caracterizado pelos argumentos destacados, enquanto o perigo da demora
processual (periculum in mora) decorre da aproximação das eleições de 2018.
Como feito no tópico anterior, acerca da ADI 4543 DF, apresenta-se o dispositivo legal
impugnado da Lei n. 9.504/1997, incluído pelo art. 2º da Lei 13.165/2015 para facilitar a leitura
da pesquisa:

Art. 59-A. No processo de votação eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada


voto, que será depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em
local previamente lacrado.
Parágrafo único. O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme
a correspondência entre o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna
eletrônica (BRASIL, 2015).

A Procuradoria Geral da República cita em sua petição que o desrespeito do voto se


justifique porque “a norma não explicita quais dados estarão contidos na versão impressa do
voto, o que abre demasiadas perspectivas de risco quanto à identificação pessoal do eleitor, com
prejuízo à inviolabilidade do voto secreto”.
18

Além disso, é retratada a questão das falhas que podem ocorrer no momento da
impressão, o que necessitaria de intervenção humana na manutenção do problema, o que
afetaria o direito ao anonimato quanto a manifestação do voto.
Como na época desta pesquisa o Supremo Tribunal Federal não analisou o mérito do
pedido realizado, somente analisou acerca da medida cautelar requerida pela Procuradoria Geral
da República, a apresentação dos argumentos será sobre esta análise feita. Para tanto, é
interessante citar as informações constadas na notícia que foi apresentada no site do próprio
Tribunal:

[…] O posicionamento majoritário entre os ministros foi de que o dispositivo coloca


em risco o sigilo e a liberdade do voto, contrariando a Constituição Federal.
Outros argumentos apresentados pelos ministros sustentaram a falta de
proporcionalidade e razoabilidade da medida, uma vez que impõe altos custos de
implantação – estimados em mais de R$ 2 bilhões – e traz riscos para a segurança das
votações, sem haver garantia de que aumenta a segurança do sistema. Isso em um
contexto em que faltam indícios de fraude generalizada no sistema de voto eletrônico,
existente desde 1996. Foi ressaltada a confiança da população no sistema, tido como
referência internacional, e no fato de que a alteração poderia, pelo contrário, minar
essa confiança.
Prevaleceu o voto proferido pelo ministro Alexandre de Moraes no sentido de
conceder a cautelar nos termos do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR)
– autora da ação – para suspender o artigo 59-A da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997),
incluído pela Lei 13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral).
Acompanharam esse entendimento os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso,
Marco Aurélio, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e a presidente,
ministra Cármen Lúcia.
Ficaram parcialmente vencidos o relator, ministro Gilmar Mendes, e o ministro Dias
Toffoli, que o acompanhava. Eles concediam a liminar em parte para que a
implementação da regra fosse realizada paulatinamente, de acordo com as
possiblidades financeiras e técnicas da Justiça Eleitoral (SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, 2018).

Na mesma notícia tem-se como a referência da posição majoritária o Ministro Alexandre


de Moraes que analisou que o voto impresso poderia proporcionar a volta do “voto cabresto”,
uma vez que a conferência pelo eleitor, prevista no parágrafo único do dispositivo legal
impugnado, possibilitaria o acesso por outras pessoas. Entretanto, os Ministros Gilmar Mendes
e Dias Toffoli, que foram os votos divergentes, apresentaram críticas a norma. Porém, o
Ministro Gilmar Mendes:

[…] destacou a segurança do sistema atual, as dificuldades, riscos e custos para


implementação da nova regra e a falta de indícios de fraudes, (…) entendeu que se
trata de uma opção legislativa que deve ser respeitada, notando que o Congresso
Nacional já tentou por três vezes implementar alguma forma de registro impresso do
voto (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2018).

Ante o exposto, realiza-se no capítulo a seguir uma breve análise dos argumentos
19

utilizados na jurisprudência acerca do voto impresso.


20

2 BREVE ANÁLISE DOS ARGUMENTOS UTILIZADOS PELO


STF
Neste segundo capítulo, realiza-se uma breve análise dos argumentos utilizados na
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Dessa forma, realiza-se o segundo objetivo da
pesquisa acerca da análise da razoabilidade dos argumentos utilizados pelos Ministros do
referido Tribunal. Assim, é importante conceituar o termo razoabilidade a luz do marco teórico
adotado.
Dessa maneira, o autor retrata o princípio como um princípio utilizado na interpretação
constitucional, objetivando a contenção do arbítrio e na viabilização da “moderação no
exercício do poder, tendo em vista a proteção dos indivíduos” (CARVALHO, 2014, p.385).
Como estamos falando do Poder Judiciário, essa moderação se refere ao exercício do
poder jurisdicional, que é o poder exercido tipicamente por esse Poder funcional do Estado
brasileiro. A partir disso, apresenta-se a seguir os argumentos elucidados no capítulo anterior,
com uma breve análise a partir do marco teórico utilizado nesta pesquisa.
Sobre a inviolabilidade do voto, foi utilizado como argumento nos dois momentos de
análise da Suprema Corte. Desse modo, analisa-se na sequência a forma que o argumento foi
utilizado na análise da ADI 4543 DF e depois na forma que foi utilizado no deferimento da
medida cautelar requerida pela Procuradoria Geral da República na ADI 5889.
No primeiro momento, a inviolabilidade do voto é referente a questão da manipulação
ou coação no ato de votar e da questão de identificação do eleitor.
Pois bem, a partir da leitura do voto da Ministra Cármen Lúcia, relatora da ADI 4543
DF, verifica-se que mesmo citando o parecer do Senado Federal, a ministra não refutou o
esclarecimento dado pelo órgão do Poder Legislativo federal.
Afinal, em nenhum momento foi discutido se a identificação seria do eleitor ou da urna
eletrônica. Então, se havia possibilidade de duas interpretações, o que se observa que a técnica
de interpretação conforme a constituição poderia ser utilizada, evitando uma interpretação que
possibilitaria que fosse realizada uma identificação do eleitor.
Conforme ensina o Ministro Luís Roberto Barroso:

Como técnica de interpretação, o princípio impõe a juízes e tribunais que interpretem


a legislação ordinária de modo a realizar, da maneira mais adequada, os valores e fins
constitucionais. Vale dizer: entre interpretações possíveis, deve-se escolher a que tem
mais afinidade com a Constituição.
(...) Como mecanismo de controle de constitucionalidade, a interpretação conforme a
constituição permite que o intérprete, sobretudo o tribunal constitucional, preserve a
validade de uma lei que, na sua leitura mais óbvia, seria inconstitucional. Nessa
21

hipótese, o tribunal, simultaneamente, infirma uma das interpretações possíveis,


declarando-a inconstitucional, e afirma outra, que compatibiliza a norma com a
Constituição. Trata-se de uma atuação ‘corretiva’, que importa na declaração de
inconstitucionalidade sem redução de texto. (BARROSO, 2012, p.325).

Considerando isso, no âmbito da possibilidade de identificação ao eleitor, poderia ter


sido realizado uma interpretação conforme a constituição, evitando expurgar a norma
infraconstitucional do sistema jurídico brasileiro.
Em relação à ADI 5889, tem-se que a preocupação da posição majoritária,
exemplificada pelo posicionamento do Ministro Alexandre de Moraes, é acerca da aplicação do
parágrafo único do dispositivo impugnado nesta ação direta de inconstitucionalidade.
Afinal, defende o Ministro que a possibilidade de conferência do voto traz insegurança
em relação à identificação do eleitor, retornando a ideia do “voto cabresto”. Entretanto, em
nenhum momento foi prevista alguma identificação do eleitor no referido dispositivo legal que
foi impugnado.
Assim sendo, o que se tem nesse primeiro momento é que não houve uma razoabilidade
na análise da identificação do eleitor e da possibilidade de coação do eleitor. Por mais que se
faça lógica a argumentação, não se percebe que ela foi sensata, pois os argumentos apresentados
pelos Ministros são oriundos de presunções e possibilidades e não de fatos demonstrados por
pesquisas científicas recentes.
No segundo momento, o argumento do voto secreto versus voto impresso também é
alvo de análise, contudo, somente no primeiro julgamento. É claro que esse argumento também
foi retratado no segundo argumento, mas ele é trabalho de forma direta na ADI 4543 DF, o qual
será analisado.
Pela leitura da Ministra Cármen Lúcia, quanto da ADI 4543 DF, tem-se que o voto
eletrônico foi retratado como sinônimo de segurança e inviolabilidade do “querer democrático
do eleitor”, como disse a Ministra.
Lado outro, o voto impresso seria uma desnecessidade, tendo em vista que o argumento
utilizado traz não somente o problema da compra e venda de votos, mas pelo caráter
inexpugnável do voto, isto é, não se este passível de produção de prova. Então, o voto eletrônico
seria a solução do problema histórico do país e do problema da segurança da sigilosidade do
voto.
Entretanto, deve ser ressaltado que para ser razoável o argumento deve ser considerado
a proteção dos indivíduos, como defende Carvalho. Daí, indica-se que o argumento não
considera o homem médio na conferência de sua manifestação.
22

Dessa forma, se não houver um registro alternativo ao registro eletrônico, não há


confiabilidade no atual sistema. Assim, o que se percebe é que na tentativa de se resolver um
problema histórico sem considerar outros princípios constitucionais, como o princípio da
transparência, nota-se a criação de um novo problema, a segurança da autenticidade do voto do
eleitor.
Corrobora com isso o entendimento da Suprema Corte Alemã:

[...] o Registro Digital do Voto per se, sem estar acompanhado do complementar
Registro Impresso do Voto, não permite ao eleitor saber qual foi o conteúdo de veras
registrado no seu voto sendo esse o motivo de ter sido declarado contrário o Princípio
da Publicidade pela Suprema Corte alemã e também foi o motivo que levou o
Congresso Nacional a determinar que as urnas eletrônicas devem gerar o Voto
Impresso Conferível pelo Eleitor (BRUNAZO FILHO, 2018).

Conclui-se que novamente o Supremo Tribunal Federal não foi razoável a considerar
que o voto eletrônico e infalível. Afinal “como toda e qualquer máquina, as urnas eletrônicas
são passíveis de invasão, adulteração, alteração, danos ou ainda inserção de dados arquivados”
(NAZAR, GIORA, 2015).
No terceiro momento, o princípio um eleitor, um voto, isto é a igualdade do voto foi um
argumento trabalhado no primeiro julgamento trabalhado nesta pesquisa. Na ADI 4543 DF foi
destacado pela Ministra relatora que a lei ora impugnada previa que a urna ficaria aberta por
vedar a conexão do instrumento de identificação do voto com a respectiva urna, o que
possibilitaria o eleitor votar mais de uma vez.
Como citado anteriormente, Carvalho elucida que o princípio da razoabilidade objetiva
conter o arbítrio no exercício do poder. Dessa maneira, o que percebe é que neste momento o
argumento utilizado vai além daquele que cabia à Ministra. Afinal, a implementação da lei e
seus desafios quanto a efetividade não são questões constitucionais.
As falhas são inerentes a todo sistema implantado, não podendo ser regra um ou outro
caso de defeito nas urnas eletrônicas. Consequentemente, as falhas pontuais que a
implementação da lei poderia causar não deveria se vista como regra pela Suprema Corte, o que
ocorreu na análise da Ministra.
Assim sendo, “é incabível querer derrubar uma decisão do Poder Legislativo
fundamentando-se de hipóteses temerárias” (BRUNAZO FILHO, 2018).
No quarto momento, o Tribunal trabalha o princípio da proibição do retrocesso político
também no primeiro julgamento, uma vez que na segunda ação direta de constitucionalidade
23

ainda não foi alvo de análise pelos Ministros. Dessa forma, retorna novamente a ADI 4543 DF
com o argumento apresentada pela Ministra relatora em relação ao citado princípio.
Na leitura do acórdão do plenário, nota-se que é realizado um paralelo entre o princípio
da proibição do retrocesso nos direitos sociais, como se o voto eletrônico fosse uma conquista
histórica dos cidadãos, tornando-se, a partir de uma leitura de Canotilho, uma garantia
constitucional e um direito subjetivo do cidadão.
Mais uma vez, é criticável o argumento apresentado no Supremo Tribunal Federal, uma
vez que um sistema não pode ser considerado uma conquista, pois remonta a ideia de rigidez e
não flexibilidade quanto a possíveis alterações.
Dessa forma, se o legislador ordinário, que assim o é por que goza de representatividade
pelo processo eleitoral, tenta implementar um novo modelo ou um aperfeiçoamento de um
modelo, não pode uma corte constitucional, que carece de representatividade política, uma vez
que não são escolhidos por voto do eleitor de forma direta, dizer que um sistema não pode ser
alterado por interpretar ser uma conquista cidadã.
Dessa maneira, percebe-se não somente uma falta de razoabilidade nesse argumento,
mas também um ativismo judicial. Conforme ensina o Ministro Luís Roberto Barroso:

A ideia de ativismo judicial está associada a uma participação mais ampla e intensa
do Judiciário na concretização dos valores e fins constitucionais, com maior
interferência no espaço de atuação dos outros dois Poderes. A postura ativista se
manifesta por meio de diferentes condutas, que incluem: (i) a aplicação direta da
Constituição a situações não expressamente contempladas em seu texto e
independentemente de manifestação do legislador ordinário; (ii) a declaração de
inconstitucionalidade de atos normativos emanados do legislador, com base em
critérios menos rígidos que os de patente e ostensiva violação da Constituição; (iii) a
imposição de condutas ou de abstenções ao Poder Público, notadamente em matéria
de políticas públicas (BARROSO, 2012, p.306-307).

No quinto momento, quando é trabalho também pela Ministra relatora da ADI 4543 DF,
acerca dos inconvenientes do voto impresso, percebe-se o mesmo ativismo judicial.
Afinal, as questões suscitadas acerca das dificuldades da implementação do voto
impresso não são de ordem constitucional, questionando-se o que a corte tem a ver com as
problemáticas envolvendo a demora na votação, a possibilidade de fraude, a vulnerabilidade na
auditoria e o aspecto orçamentário, ao argumento que traria prejuízos ao processo eleitoral que
vigora atualmente.
Além disso, essa questão foi novamente suscitada na ADI 5889 para requerer a medida
cautelar quanto ao perigo da demora do julgamento (periculum in mora). O que se tem é que a
24

Procuradoria-Geral da República alegou que o Tribunal Superior Eleitoral teria um alto gasto
com a implementação da lei ora impugnada.
Conclui-se neste ponto que o Supremo Tribunal Federal não somente utilizou um
argumento desarrazoado, pois não é matéria constitucional analisar orçamento quanto a
implementação de uma lei ou assim o fazer para declarar uma norma suspensa de eficácia ou
de constitucionalidade.
Dessa forma, como foi citado na sustentação oral de um dos amicus curiae que o
aperfeiçoamento do sistema não deve ser calculado economicamente, ainda mais por uma corte
que existe para analisar a constitucionalidade da lei (STF, 2018).
No sexto momento, como era de se esperar o Ministro Barroso fez uma ressalva no
momento que proferiu seu voto na ADI 4543 DF, destacando que a argumentação em torno
desta ADI ataca a aplicação da lei impugnada naquele momento e não ela em si.
Destarte, ele ressalta que o papel do Supremo Tribunal Federal de demonstrar a violação
específica a determinada norma da constituição. Entretanto, mesmo com a ressalva, o Ministro
acompanhou o voto da Ministra relatora, sem fazer uma interpretação conforme a constituição
como citado anteriormente como uma opção do Tribunal para manter a lei no sistema jurídico
brasileiro.
Mesmo com essa contradição, em qual o Ministro ressaltou o papel da Suprema Corte,
mas não levantou os pontos suscitados neste capítulo, demonstrou-se, neste ponto, razoável ao
reconhecer o verdadeiro papel do Supremo Tribunal Federal.
Por fim, destaca-se o posicionamento do Ministro relator da ADI 5889, o Ministro
Gilmar Mendes, que declarou em seu voto no momento da análise da concessão ou não da
medida cautelar requerida pela Procuradoria Geral da República, dever ser a opção legislativa
respeitada.
O que se percebe é que mesmo apresentando suas críticas à lei impugnada nesta ação
direta de inconstitucionalidade, o Ministro realizou o que se denomina autocontenção judicial.
Como ensina o Ministro Barroso:

[…] a autocontenção judicial, conduta pela qual o Judiciário procura reduzir ao


mínimo sua interferência nas ações dos outros Poderes. Por essa linha, juízes e
tribunais (i) evitam aplicar diretamente a Constituição a situações que não estejam no
seu âmbito de incidência expressa, aguardando o pronunciamento do legislador
ordinário; (ii) utilizam critérios rígidos e conservadores para a declaração de
inconstitucionalidade de leis e atos normativos e (iii) abstêm-se de interferir na
definição das políticas públicas (BARROSO, 2012, p.308).
25

Diante disso, percebe-se uma postura que reconhece que a tentativa de implementar o
voto impresso se revela um anseio social que o Congresso Nacional decidiu acrescentar ao atual
sistema. Com isso, tal argumento é dotado de razoabilidade por ter em vista a moderação e a
proteção dos indivíduos.
Antes de finalizar este capítulo, deve ser ressaltado que não foi a intenção da pesquisa
realizar a apresentação e análise exaustiva de todos os argumentos apresentados pelo Supremo
Tribunal Federal, mas sim aqueles que são principais para um melhor entendimento jurídico
sobre o tema.
26

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De início, retomam-se os conteúdos apresentados nos dois capítulos desta pesquisa,


abordando suas respectivas contribuições científicas para a construção deste trabalho de
conclusão de curso.
Primeiro, no capítulo um, “A jurisprudência do STF acerca do voto impresso”, foram
abordados os principais argumentos retratados nos dois julgamentos acerca do tema. Dessa
forma, dividiu o capítulo em duas partes, sendo uma para elucidar os argumentos utilizados na
ADI 4543 que declarou o artigo 5º da Lei 12.034/2009.
Já na segunda parte do capítulo um, foram apresentados os argumentos utilizados na
ADI 5889, que até a conclusão desta pesquisa tramita no Supremo Tribunal Federal, tendo sido
analisada somente a medida cautelar requerida pela Procuradoria Geral da República para
suspender os efeitos do artigo 59-A da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997), incluído pela Lei
13.165/2015.
Na primeira parte do capítulo um, foram apresentados seis argumentos utilizados pela
Ministra relatora, a Ministra Cármen Lúcia, para declarar inconstitucional o artigo 5º da Lei
12.034/2009, sem o objetivo no primeiro momento de analisá-los.
Além disso, foi apresentado uma ressalva feita pelo Ministro Luís Roberto Barroso, que
se mostrou coerente ao que o Ministro defende em sua obra “Curso de Direito Constitucional
Contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo” (BARROSO,
2012).
Em relação ao segundo tópico do capítulo um, foram retratadas as informações
relevantes sobre a ADI 5889, em qual o Ministro relator é o Ministro Gilmar Mendes, e ao
mesmo tempo destacado os argumentos utilizados pelos Ministros no plenário da Corte acerca
da discussão da nova tentativa de implementação do voto impresso.
Diante do primeiro capítulo, foi possível realizar um dos objetivos da pesquisa de
elucidar os argumentos que foram utilizados na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
para rejeitar e suspender a implementação do voto impresso em concomitância com o voto
eletrônico.
Consequentemente, esse capítulo contribuiu para a compreensão do posicionamento
jurisprudencial da Suprema Corte brasileira, o que auxilia o entendimento da maneira que os
Ministros estão aplicando a constituição no controle de constitucionalidade para,
posteriormente, ser possível fazer uma análise crítica com base na bibliografia e no marco
teórico adotado nesta pesquisa.
27

No segundo capítulo, “Breve análise dos argumentos utilizados pelo STF”, é abordado
cada um dos argumentos apresentados no primeiro capítulo de forma analítica a partir da revisão
bibliográfica e o marco teórico adotado na pesquisa, não somente ao entendimento acerca da
sigilosidade do voto, mas também em relação à perspectiva do que é possível ser considerado
razoável.
Desse modo, foi levantado cada falha argumentativa dos Ministros para enriquecer o
debate acerca do tema do voto impresso e da forma que o Supremo Tribunal Federal analisa a
constitucionalidade das leis, sendo pontuado se estão presentes demonstrações de ativismo
judicial por parte do Tribunal.
Assim sendo, o capítulo foi muito relevante para o cumprimento do principal objetivo
de verificar a razoabilidade dos argumentos utilizados na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal para rejeitar a implementação do voto impresso intentada pela terceira vez pelo Poder
Legislativo Federal a partir da Lei da Minirreforma Eleitoral de 2015 (Lei n. 13.165/2015).
O que se percebeu, pela análise dos principais argumentos utilizados pelos Ministros é
que eles são, em sua maioria, desarrazoados e mais um exemplo de ativismo judicial, retirando
a ressalva no voto do Ministro Luís Roberto Barroso na ADI 4543 DF e do voto do Ministro
relator da ADI 5889, Ministro Gilmar Mendes, que foi um exemplo de autocontenção judicial
ao respeitar a escolha do Congresso Nacional, apesar de realizar as suas críticas em relação ao
dispositivo legal que alterou a Lei das Eleições (Lei 9.504/1997).
Após essa pesquisa, pode-se verificar se as hipóteses referentes aos argumentos
utilizados na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal estão mais em torno de questões que
fogem à análise da constitucionalidade, bem como a existência de uma desarrazoabilidade dos
argumentos jurídicos adotados pelos ministros, se confirma totalmente, parcialmente ou se não
se confirma.
Com a análise feita na pesquisa, conclui-se que a primeira hipótese confirma
parcialmente, visto que o artigo 14 da Constituição foi bem trabalhado nos votos dos Ministros
nas duas ações direitas de constitucionalidade. Entretanto, a hipótese se confirmou parcialmente
pelo motivo que o Tribunal retratou questões metajurídicas, o que demonstra um ativismo
judicial acerca do tema do voto impresso.
Em relação à segunda hipótese, tem-se que ela é confirmada parcialmente também, uma
vez que se percebe que, apesar da maioria dos argumentos utilizados na construção da
jurisprudência da Suprema Corte brasileira, existem alguns argumentos que são razoáveis,
notadamente o voto do Ministro Gilmar Mendes, acompanhado pelo Ministro Dias Toffoli,
quando analisaram a medida cautelar na ADI 5889.
28

A partir desta pesquisa, pode-se dizer que o voto impresso é um anseio da sociedade,
notadamente as três tentativas legislativas para implementá-lo. Isso é dado pela insegurança no
sistema atual pela tecnicidade que é exigida para realizar a fiscalização do escrutínio. Dessa
forma, verifica-se que o embate do voto impresso em relação ao artigo 14 da constituição se
mostra aparente, uma vez que não foi demonstrado com clareza e de forma específica como a
sigilosidade do voto não seria observada. O que se tem é uma argumentação quanto à aplicação
e efetivação do voto impresso no sistema de apuração atual, que se demonstra, aparentemente,
um exemplo de segurança em relação a manifestação do eleitor quando exerce o direito ao voto.
O que se destaca, como pontuado ao longo da pesquisa é a transparência no sistema de
votação por urnas eletrônicas e a intenção da última lei que tentou implementar o voto impresso.
Além disso, é temerário visualizar uma Corte constitucional se preocupar com questões que
fogem à análise em face da Constituição, uma vez que, ao estudar e ler todo o material
relacionado nas referências, nota-se uma grande preocupação e um maior esforço
argumentativo de questões que envolve problemáticas que são da seara de outros órgãos do
Estado.
Por fim, é interessante a continuação do estudo do tema para analisar como o Supremo
Tribunal Federal vem se posicionando acerca do tema relacionado ao voto impresso, sendo que
atualmente vem se demonstrando desarrazoado por não considerar e trabalhar todos os
argumentos referentes ao tema, como o princípio constitucional da publicidade, previsto no
artigo 37 da Constituição quanto à verificação dos votos, que estão restritos aos técnicos e não
ao cidadão médio, além da insegurança jurídica que está sendo discutida na sociedade e no
Congresso Nacional que está sendo rejeitada pelos por todos esses anos na Suprema Corte do
país.
29

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Eleitoral, para reduzir os custos das campanhas eleitorais, simplificar a administração dos
Partidos Políticos e incentivar a participação feminina. Disponível em:
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