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O que é o cão de Pavlov?

É o protagonista de uma experiência revolucionária, que aconteceu há 100 anos e mudou a


forma como o ser humano enxerga a si mesmo.

Na verdade, não havia apenas um cão nessa história, mas vários. À primeira vista, a coisa
parece banal. Um célebre médico russo do início do século 20, chamado Ivan Pavlov, treinou
cachorros para que eles ficassem com água na boca sem que houvesse nenhuma comida por
perto.

A coisa funcionava assim: toda vez que os


bichos eram alimentados, o médico tocava
uma sineta. Com o tempo, os cães
começaram a associar as badaladas à
comida. E chegavam a babar famintos só de
ouvir o sino, mesmo que o prato deles
estivesse vazio. Muitos podem lembrar que
já ensinaram truques parecidos para seus
cãozinhos, mas a experiência de Pavlov
tinha um propósito bem mais nobre do que
disciplinar o melhor amigo do homem. A ideia do médico russo era propor uma novidade
científica: os reflexos condicionados.

Os seres vivos já nascem com certos reflexos — em outras palavras, são programados para
terem determinadas reações diante de situações específicas. Se um surfista no mar tromba
com um tubarão, por exemplo, seus músculos ficam tensos e sua atenção, pra lá de
redobrada. Afinal, o corpo dele concentra energia automaticamente para fugir daquela
ameaçadora boca cheia de dentes. Isso é uma amostra clássica de um reflexo natural.

O que Pavlov descobriu é que esses reflexos também podem ser criados do nada, sem um
motivo concreto para eles entrarem em ação, além de não funcionarem apenas com animais.
Lembra o filme Tubarão, dirigido por Steven Spielberg em 1975? Sempre tocava a mesma
trilha sonora de suspense antes de o tubarão-protagonista atacar algum personagem. Chega
uma hora no filme em que as notas musicais, sozinhas, já metem medo nos espectadores,
mesmo que nem haja um tubarão na cena. “Os espectadores, nesse caso, reagem como os
cães de Pavlov: ficam tensos ao ouvir a música quando percebem, ao longo do filme, que ela
indica morte”, diz o psicólogo Edward Kardas, da Universidade Southern Arkansas, nos
Estados Unidos.

Enfim, Pavlov descobriu que esse tipo de condicionamento pode ser a base do
comportamento humano. E de vários problemas da nossa mente. Segundo ele, os psicóticos
sofreriam mais do que as pessoas comuns justamente por causa do condicionamento. Por
algum motivo, eles perceberiam qualquer estímulo externo, como um singelo “bom-dia!”,
como uma forma de agressão.

As pesquisas do médico russo também chegaram a lugares bem distantes dos consultórios. A
própria publicidade usa essas descobertas a seu favor. Por exemplo: quando algum comercial
tenta associar a ideia de liberdade com a imagem de uma marca de cigarro ou a de felicidade
com uma rede de fast-food, as ideias do russo estão lá, bem no fundo.

Afinal, como os cães de Pavlov, nós também podemos ser treinados para babar à toa…

Experiência reveladora

1. Quando um cachorro vê sua comida, tem o reflexo natural de botar seu sistema
digestivo para funcionar. Então ele baba. A saliva, afinal, é a primeira substância que age
para digerir o alimento

2. A experiência de Pavlov começou com o cientista tocando uma sineta antes de cada
refeição que os cachorros do seu laboratório recebiam. Depois que isso aconteceu várias
vezes — o número era diferente para cada animal testado —, os cães ficavam
condicionados a babar só de ouvir a sineta, mesmo que não tivessem ganhado nada para
comer

3. Isso não quer dizer que os animais ficariam salivando para o resto da vida, sempre que
ouvissem uma sineta. Se eles se acostumassem de novo a ouvir o som sem ver a comida
por perto, não iriam babar mais. Acabaria o reflexo ao qual foram condicionados

Sobre o autor - Ivan Petrovich Pavlov nasceu em Ryazan, na Rússia, em 1849. Ele se tornou
médico e, apesar de famoso por desenvolver o conceito do reflexo condicionado, ganhou o
Nobel de medicina, em 1904, por suas descobertas sobre outro tema: o funcionamento do
sistema digestivo. Seus estudos sobre o reflexo usando cães foram publicados um ano antes
do prêmio, em 1903. Pavlov morreu em 1936.

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