Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
2
TEMA 1 – A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR E A FIDELIDADE ÀS MARCAS
1.1 Satisfação
3
Figura 1 – Organogramas: empresa tradicional X empresa orientada para o
cliente
Alta
administração Clientes
CLIENTES
Pessoal da linha de Gerência de
frente nível médio
Alta
Clientes administração
4
devem ser pensadas para que o cliente se sinta plenamente satisfeito e, assim,
possa querer voltar a consumir na empresa e indicá-la para outras pessoas.
Quanto mais vezes a ação de satisfação plena se repete, mais
proximidade e conhecimento são obtidos dos clientes, e, então, é possível
proporcionar melhores experiências. Quando temos um consumidor satisfeito,
a empresa conquista diversos benefícios, como:
5
disponibilidade de numeração, de um layout desorganizado e de uma péssima
iluminação no provador.
A satisfação é muito ampla, e às vezes difícil de ser mensurada, pois o
que agrada alguns pode ser indiferente a outros ou mesmo desagradá-los.
Para compreender melhor como buscá-la, devemos conhecer alguns fatores
que podem determiná-la para os clientes, como:
7
O foco ainda não era no cliente e as empresas acreditavam que seu
diferencial estava na produção e na logística, mas, com a equiparação de
muitas marcas em qualidade e preço, as empresas deveriam buscar outras
maneiras de se diferenciar e conquistar mais clientes, além de clientes fiéis que
não trocassem de marca a cada promoção ou novidade que os concorrentes
lançassem.
Com o fortalecimento da indústria e a entrada de produtos estrangeiros
com maior qualidade, as empresas tiveram que começar a procurar novas
estratégias para se diferenciarem dos demais. Essas estratégias começaram a
considerar a importância da satisfação dos clientes de forma constante e
perene para fortalecimento da marca. Grandes pesquisas comeram a ser
feitas, mudando o foco dos negócios da produção e os processos para o
consumidor. O cliente começou a ser a “alma do negócio”.
Atualmente, com a internet, facilmente conseguimos aplicar pesquisas
de satisfação e monitorá-las em redes sociais e outros mecanismos, mas, na
década de 1980, esse trabalho era muito trabalhoso e dispendioso, utilizando-
se de formulários e entrevistas pessoais com os clientes. Empresas
especializadas em pesquisas de satisfação surgiram para distribuição desses
questionários e, depois, tabulação dos dados para seus clientes.
Nessa mesma época, o professor Noriaki Kano desenvolveu um modelo
de medição de satisfação do cliente que tinha como objetivo classificar as
expectativas dos consumidores em três grupos: coisas de que preciso, coisas
que quero ou desejo e coisas que me encantam ou superam minhas
expectativas. Para conseguir encantar os clientes, ele definiu os seguintes
requisitos: atrativos, unidimensionais, de desempenho e obrigatórios ou
necessários, os indiferentes e os reversos. Dessa maneira, a empresa
conseguiria investir naquilo que realmente fizesse a diferença.
Vejamos a distribuição desses requisitos na Figura 2:
8
Figura 2 – Requisitos de encantamento dos clientes pelo modelo de Noriaki
Kano
Saiba mais
Entenda melhor o modelo de Noriaki Kano na página
<http://www.kanomodel.com/>.
9
interação, envolvendo levantamento, análise e uso do conhecimento de
clientes para aumentar a eficiência na venda de produtos e serviços.
Evoluindo rapidamente como a tecnologia, as empresas atualmente têm
diversas ferramentas para coleta, análise e aplicação dos dados, tamanha sua
importância para o cenário empresarial, e o foco no cliente tem cada vez mais
destaque. No ano de 2007, a Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM) desenvolveu o Índice Nacional de Satisfação do Consumidor (INSC),
que é uma medida de satisfação do consumidor brasileiro.
O índice é nacional e seu objetivo é avaliar a qualidade dos bens de
consumo e serviços com base na opinião do consumidor. Essa opinião é
publicada espontaneamente na internet e refere-se a bens de consumo e
serviços dos vários setores representativos da economia brasileira. Os
resultados desse índice são divulgados mensalmente no site
<http://www.insc.com.br/>.
Nos Estados Unidos, foram criados na mesma época o American
Customer Satisfaction Index (ACSI), disponível no link
<http://www.theacsi.org/>, e o Net Promoter Score (NPS), apresentado em um
artigo da Harvard Business Review de 2003.
O NPS é considerado uma das mais eficientes metodologias para
pesquisas de satisfação dos clientes por ser facilmente aplicado, simples e ágil
nos feedbacks e possibilitar benchmarking, comparando seu desempenho com
os dos concorrentes. Ele funciona com uma simples questão: “em uma escala
de 0 a 10, quanto você indicaria nossa empresa para um amigo?”. Com base
nas respostas, os clientes são classificados da seguinte maneira:
10
Saiba mais
Leia mais sobre o assunto no artigo disponível na página
<https://hbr.org/2003/12/the-one-number-you-need-to-grow>.
12
a ser explorado sobre o modo como os consumidores descartam os produtos
após o consumo. Precisamos entender as atitudes e motivações de reciclagem,
além dos comportamentos, a fim de reduzir e reutilizar para minimizar os
impactos ao meio ambiente.
2.1 Descarte
13
produtos obsoletos e excedentes;
itens inutilizáveis por algum motivo;
resíduos resultantes da produção;
subprodutos.
Saiba mais
Mais informações sobre a política nacional de resíduos sólidos estão
disponíveis na página <http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-
res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos>.
14
reciclados, como embalagens e caixas para transporte, ou prolongar sua vida
útil, com o objetivo de contribuir para o meio ambiente.
15
guardanapos e toalhas de mesa com o nome ou o logotipo da
organização, também podem ser reciclados.
Quando oferecer brindes, amostras de produtos e outros materiais
promocionais destinados aos clientes, colocar sempre o símbolo de
reciclagem apropriado. Isso pode ser feito em canetas, blocos, chaveiros
etc.
Solicitar a colaboração de todos os funcionários da empresa para
reutilizar papéis e destinar ao local correto copos de café, garrafas de
água e outros objetos utilizados na empresa. É importante colocar
lixeiras com cores diferentes para cada tipo de material, separadamente
do lixo orgânico, como recicláveis, vidro, plástico, papel e alumínio.
Muitas cooperativas foram criadas por pessoas para fazer novos usos de
materiais como banners, faixas promocionais etc., por isso é possível
fazer uma parceria com essas empresas para destinar tudo
corretamente e ainda auxiliar quem precisa.
Saiba mais
Se informe sobre sustentabilidade, boas práticas ambientais e projetos
de reciclagem nas seguintes páginas:
<http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2016/posts/janeiro/banners-viram-
sacolas-ecologicas>
<http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-
informma?view=blog&id=1402>
<http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/lonas-viram-sacolas-em-
projeto-de-reciclagem-cqbhbutbajif2ejcb54nxb6mm>
16
e são criados resíduos, poluentes e emissões de gases de efeito estufa.
Geralmente, os principais impactos da fabricação são decorrentes da energia
utilizada para criar o produto e as emissões (ar, água e resíduos) geradas
durante o processo.
Também precisamos considerar o transporte como ação para minimizar
o impacto sobre o meio ambiente, pois a produção de dióxido de carbono
contribui para as mudanças climáticas que vemos hoje. No Brasil, utilizamos
muito o transporte rodoviário, que tem um impacto muito maior do que
transportes via marítima ou ferroviária.
Outros fatores a serem considerados são a utilização de energia
adicional, combustível, água, produtos de limpeza, capas, acessórios ou outros
materiais necessários para que um produto execute sua função. Tanto a função
como a forma – eficiência e qualidade – são fatores importantes quando se
consideram os impactos do uso de um produto.
Expandir a vida útil dos produtos pode reduzir o impacto de sua
substituição e descarte. Da mesma forma, se a aparência de um produto faz
parte de uma moda passageira, ou se o produto não é conveniente ou eficaz,
mesmo que seja durável, ele pode não durar muito e ser substituído
rapidamente.
Uma das ações para minimizar os impactos ao meio ambiente é o
desenvolvimento de projetos funcionais, esteticamente agradáveis e bem-
sucedidos. Há várias maneiras de você projetar seus produtos para que eles
sejam sustentáveis, e aqui estão algumas dicas:
17
que façam esforços para reduzir insumos como água e produtos
químicos.
Procure certificação: peça a seus fornecedores, fabricantes e
contratados que forneçam certificações verificadas independentemente.
Zero de resíduos: encontre maneiras de minimizar os itens que poderiam
ter como destino o aterro sanitário.
Ofereça um serviço de logística reversa ou troca: por que não devolver o
produto ou deixar os clientes trocarem quando acabarem com ele? Você
pode reconstruí-lo transformando-o em algo novo ou doá-lo para
caridade? Ao oferecer um serviço completo, você pode garantir um ciclo
fechado – e seus clientes continuarão voltando.
Cada vez mais percebemos que muitos são os fatores esperados pelo
consumidor na hora da compra e que fogem à lógica da simples relação oferta
versus demanda, ou mesmo qualidade versus preço. Os clientes querem
destaque e diferenciação, bem como se sentir especiais porque escolheram a
sua marca.
Você não deve ignorar que existe muito mais numa experiência de
consumo do que o simples ato da compra, e, por isso, é preciso buscar
reconhecer os fatores mais sutis que fazem com que o cliente deseje adquirir
os seus produtos ou serviços. Para isso, iremos estudar agora a antropologia
do consumo e a tão sonhada experiência de compra dos consumidores, que
pode ser um sonho ou um pesadelo, caso você não saiba conduzir da maneira
desejada esse negócio.
18
cotidiana. Trata-se, então, de compreender de que maneira os códigos
culturais interferem nas práticas e como classificamos objetos e pessoas,
elaboramos semelhanças e diferenças com base no consumo.
O consumo é definido pelo autor como um sistema simbólico que articula
coisas e seres humanos, e, com seu entendimento, podemos compreender o
mundo que nos cerca. Por meio do consumo, temos a cultura que expressa
princípios, estilos de vida, ideais, categorias, identidades sociais e projetos
coletivos.
Para Rocha (2000, p. 24), nossa comunicação de massa, nosso sistema
de marketing, publicidade e propaganda, etiquetas, marcas, anúncios, slogans,
embalagens, nomes, rótulos, jingles e tantos outros elementos distintivos
realizam esse trabalho amplo e intenso de dar significado, classificando a
produção e socializando para o consumo. É esse processo de decodificação
que dá sentido ou, se quisermos, lugar simbólico ao universo da produção.
Dessa maneira, o consumo humaniza-se, torna-se cultural ao passar pelos
sistemas de classificação. A relação de compra e venda é, antes e acima de
tudo, relação de cultura.
A antropologia do consumo preconiza que, para compreendermos as
relações de consumo na sociedade, precisamos entender como os bens são
adquiridos e utilizados. Os produtos que consumimos são considerados dentro
dessa abordagem como artefatos culturais criados pelas pessoas para
expressar seu ponto de vista e seu pertencimento à sociedade.
Podemos entender que o crescimento do consumo na sociedade
ocidental não é fruto apenas do desenvolvimento da indústria e da maior oferta
de produtos, mas também das relações, demandas e estruturas dos grupos
sociais. Essas estruturas são criadas com os bens que compramos e
consumimos, e que têm o poder de classificar as pessoas e grupos, conforme
seus hábitos de consumo.
Saiba mais
No artigo disponível no link <https://etnografica.revues.org/329>, você
encontra uma revisão crítica das relações e possibilidades da antropologia e do
estudo do consumo.
19
porque desejamos suprir nossos desejos ou outros sentimentos de
pertencimento. Assim, devemos entender que o objeto de consumo se refere
principalmente a um sistema de sinais que pertencem a um grupo. Essa
abordagem deve ser muito bem utilizada pela publicidade e pelo marketing,
para que compreendam como despertar esses desejos não só da simples
utilização do produto como bem de consumo, mas do modo como ele pode
despertar nas pessoas os sentimentos buscados por elas naquela aquisição.
Esse ponto de vista aborda questões como o cuidado com que os
objetos são projetados para segmentos de mercado bem identificados (por
exemplo, o mercado de produtos étnicos) e ainda os fatores emocionais que
levam as pessoas às compras de determinados produtos que não são
necessários, como o desejo das mulheres por coleções de sapatos, homens
com fascinação por carros e outros objetos de luxo.
Esse entendimento leva em consideração o fetichismo que algumas
marcas despertam quando pessoas passam a ser adoradoras de objetos aos
quais elas emprestam propriedades mágicas ou divinas. O conceito de
fetichismo da mercadoria inspira muitos especialistas de marcas de luxo que
vendem objetos fascinantes e que despertam em seus consumidores o sonho
de adquirir esses produtos, também com o desejo de ostentação.
Por isso tantas dessas marcas levam estampados os seus logotipos de
maneira até exagerada. De que adianta comprar uma bolsa Chanel, por
exemplo, se as pessoas não puderem ver de longe os dois C e, então,
constatarem que aquela pessoa tem muito poder?
Saiba mais
No artigo Etnomarketing: antropologia, cultura e consumo, discute-se,
entre outros pontos, as dimensões culturais e simbólicas do universo do
consumo. Acesse: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v41n4/v41n4a08>.
20
A Pirâmide de Maslow, que já vimos anteriormente, aborda a teoria da
hierarquia das necessidades, porém com uma visão muito simplista comparada
à da antropologia: entende-se que todos devem cumprir, em primeiro lugar,
com as necessidades fisiológicas, e, depois, com as necessidades de
segurança, afeto e estima (autoestima e autoconfiança, respeito pelos outros
etc.), apresentando como último nível a autorrealização. Entretanto, mesmo os
que não passaram dos primeiros estágios podem ter desejos de vivenciar a
experiência daqueles das classes superiores.
Saiba mais
Quer uma aula de antropologia do consumo? Leia o post
<http://teiasdoconsumo.blogspot.com.br/2009/04/uma-aula-de-consumo.html>.
21
vontade de quero mais, podendo solicitar uma versão grande daquele que
degustaram.
Mas não se trata apenas de dar brindes, pois isso pode cair na vala
comum e o cliente nem perceber a diferença daquele seu ato como uma ação
para oferecer a ele uma melhor experiência com seu produto ou serviço. O
cliente busca mais, ele quer ser encantado e, para isso, algumas ações podem
ser destacadas.
Segundo o relatório de uma pesquisa intitulada Descobrindo o que
encanta o cliente: um estudo de experiências fascinantes de compra no varejo
na América do Norte, essas ações podem ser:
22
lugar foi muitas vezes planejada, receber a atenção devida por essa escola. A
empresa deve estar atenta a três fatores que são indispensáveis na busca por
essa diferenciação:
Saiba mais
Para aprofundar essa discussão, leia mais sobre experiência de compra
no post <http://www.universovarejo.com.br/o-que-e-na-verdade-essa-tal-
experiencia-de-compra/>.
23
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
Estudo de caso
Luísa tem 19 anos e é moradora da periferia de uma grande cidade. Sua mãe trabalha
como doméstica e seu pai está desempregado há alguns anos, fazendo alguns “bicos” quando
aparece trabalho. Luísa é a mais velha de quatro irmãs e deve ajudar na manutenção da casa,
pois o rendimento dos pais não é suficiente. A moça acompanha diversos blogs de moda,
maquiagem e compras brasileiros e estrangeiros, e, apesar de não compreender nenhuma
palavra de outros idiomas, consegue acompanhar tudo pelas fotos e tutoriais que as blogueiras
famosas postam frequentemente.
A realidade de Luísa é muito diferente daquela vivenciada pelas famosas que
acompanha e isso não faz dela uma pessoa frustrada, mas sonhadora, pois acredita que um
dia também poderá ter uma vida de luxo como as “amigas” que segue pela internet.
A moça prefere trabalhar em dois empregos e estudar nas madrugadas para poder,
além de ajudar nas despesas da casa, comprar alguns produtos que a façam ser mais parecida
com as moças dos blogs, maquiagens parecidas de marcas mais baratas e bolsas que imitam
as originais, e sua tia inclusive costura algumas peças que ela copia da internet. Sua família
não entende porque ela gasta as suas economias com produtos tão supérfluos para eles, e ela
responde que aquilo é mais importante para ela do que o que comer no dia seguinte.
Luísa consome esses produtos porque gosta de ser bem atendida nas lojas que
frequenta nos shoppings caros da cidade. As pessoas não imaginam a situação financeira de
sua família quando veem aquela moça bem vestida e maquiada entrando nos
estabelecimentos. Todos pensam que Luísa é uma rica estudante que passeia pelos
corredores buscando novos produtos para seu lotado closet. Esse é o prazer da moça, ser
admirada por estranhos e sentir-se feliz em ambientes que nada lembram a região onde mora.
Muitas Luísas existem pelo mundo, frequentam lojas, bares e restaurantes com o objetivo de
sentirem-se bem.
Qual o papel da publicidade para moças como Luísa? Elas estão mais
atentas à moda do que muitas outras pessoas que não buscam esse destaque.
24
As empresas já se inspiram em grifes de luxo internacionais para atender à
maioria da população que não tem condições de pagar alguns zeros a mais em
produtos exclusivos.
Muitas marcas já perceberam esse nicho de pessoas que sabem muito
bem o que querem, mas optam por produtos acessíveis. Querem qualidade no
atendimento, experiência de compra, e desejam que as empresas as percebam
como um grande investimento para seus negócios. Assim, esse mercado
possui muito mais concorrência e clientes dispostos a buscar opções do que
muitas marcas de alto padrão.
FINALIZANDO
25
REFERÊNCIAS
KEININGHAM, T. L. et al. Loyalty myths: hyped strategies that will put you out
of business and proven tactics that really work. New Jersey: John Wiley &
Sons, 2005.
26