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Beatriz Souza

Gabriela Aguiar

Larissa Araujo

Marcelo Gonçalves

Raquel Ribeiro dos santos

Karina Oliveira

São Paulo

2017
Beatriz Souza

Gabriela Aguiar

Larissa Araujo

Marcelo Gonçalves

Raquel Ribeiro dos santos

Karina Oliveira

Psicologia Comportamental

Analise do comportamento

Atividade de pesquisa Psicologia


Comportamental ,Analise do Comportamento ,
nas normas da ABNT.

Orientador Dr. Ailton Bedani

São Paulo

2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................01

1.1 CONCEITO...........................................................................................................02
1.2 ANALISE DO COMPORTAMENTO COMO UMA CIÊNCIA E UMA
TECNOLOGIA ....................................................................................................03
1.3 OBJETIVO............................................................................................................04
1.4 QUANDO SURGIU A PSICOLOGIA ANALISE COMPORTAMENTAL NO
BRASIL.................................................................................................................05

2 ENTREVISTA COM OS PSICOLOGOS DE TERAPIA


COMPORTAMENTAL..............................................................................................06

3 APRESENTAÇÃO DO SIMPÓSIO..........................................................................07

4 REFEÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................................18
INTRODUÇÃO

A analise do comportamento tem sido definida como um sistema cultural


(ef.Glenn,1993),”cujos comportamentos de seus membros individuais afetam os demais e são
selecionados por seu efeito para a sobrevivência do grupo”(Cavalcante,1999.p.123). Um
modo de referir-se a esse sistema cultural é abordar a literatura da analise do comportamento e
interpretá-la como um campo de saber, no interior do qual diferentes tipos de produção são
articulados com vistas à formulação de uma compreensão ampla e solida da problemática do
comportamento. As possibilidades de produção definem áreas que se inter-relacionam e que
respondem a demandas próprias da ciência em geral e da disciplina psicológica em particular.
Essas áreas podem ser abordadas recorrendo-se ao projeto de Psicologia elaborada por
Skinner (ANDERY,2000).
CONCEITO

A análise do comportamento é uma ciência natural, formulada pelo psicólogo americano B. F.


Skinner, que estuda o comportamento humano a partir da interação entre organismo/ambiente.
A atenção do pesquisador é assim dirigida para as condições ambientais em que determinado
organismo se encontra, para a reação desse indivíduo a essas condições, para as
consequências que essa reação lhe traz e para os efeitos que essas consequências produzem -
processo denominado "tríplice contingência", unidade funcional dessa ciência. Nesse sentido
o comportamento é entendido como uma relação interativa de transformação mútua entre o
organismo e o ambiente que o cerca na qual os padrões de conduta são naturalmente
selecionados em função de seu valor adaptativo (SKINNER.1956).

A análise pode ser experimental, no âmbito da pesquisa básica, baseando-se sobretudo em


experimentos empíricos, controlados e de alto rigor metodológico com animais e humanos
(ainda que este último demande certas limitações investigativas em virtude de maiores
restrições ético-morais) ou aplicada, onde os resultados experimentais são diretamente
aplicados a contextos não controláveis objetivamente, como acontece na maioria das
formulações de estratégias terapêuticas (SKINNER,1956)

Apesar da pesquisa básica centrar-se preferencialmente na observação direta de


comportamentos públicos/abertos, considera-se nos âmbitos teórico e aplicado também o
mundo privado/encoberto do sujeito. O mundo privado, acessível apenas ao próprio indivíduo
e relatado (caso humano) ao mundo externo por meio do relato discursivo (comportamento
verbal) é convencionalmente entendido por diversas abordagens teóricas da Psicologia e pelo
senso comum como subjetividade. A problemática envolvida acerca da subjetividade na
análise do comportamento foi cuidadosamente abordada por Skinner, principal representante
dessa ciência(SKINNER,1990).

A análise científica do comportamento começa pelo isolamento das partes (variáveis) simples
de um evento complexo de modo que esta parte possa ser melhor compreendida. A pesquisa
experimental de Skinner seguiu tal procedimento analítico, restringindo-se a situações
suscetíveis de uma análise científica rigorosa. Os resultados de seus experimentos podem ser
verificados independentemente e sua conclusões podem ser confrontadas com os dados
registrados. Assim, fazer análise do comportamento é determinar as características/dimensões
da ocasião em que o comportamento ocorre, identificar as propriedades públicas e privadas da
ação e definir as mudanças produzidas pela emissão das respostas no ambiente, no
organismo(SKINNER,1990)
Quando nós brasileiros ouvimos a palavra comportamento pensamos imediatamente no
conjunto de reações de um indivíduo em face do meio social. Em português esta palavra tem
tradicionalmente um sentido mais restrito do que em inglês. Nessa língua a
palavra comportamento se refere tanto a ações de um indivíduo quanto a sentimentos,
pensamentos e falas.

E a análise do comportamento, quando realizamos? Alguns poderiam dizer que sempre


estamos analisando o comportamento das pessoas: dos nossos colegas de turma, da nossa
família, de nossa namorada e do ator do filme. De certa forma uma análise é feita, mas assim
como na Gramática existe vários tipos de análises (morfológica, léxica e sintática) também
podemos dizer que vários tipos de análises do comportamento podem ser feitas. Depende da
área do conhecimento que utilizamos como base para realizar esta análise.

Uma das áreas do conhecimento utilizadas para se analisar o comportamento é


chamada Análise do Comportamento. A Análise do Comportamento é uma ciência
natural que estuda o comportamento de organismo vivos e íntegros.[1]

O conceito utilizado para definir comportamento no nome Análise do Comportamento é o


conceito inglês, isso por que Análise do Comportamento é a tradução de Behavior Analysis,
um nome norte-americano. Assim para a Análise do Comportamento a
palavra comportamento se refere tanto a ações de um indivíduo quanto a sentimentos,
pensamentos e falas.

A compreensão de cada palavra que compõe o conceito de Análise do Comportamento é


essencial para entendermos essa consideração.

A Análise do Comportamento se divide em três partes: o seu braço teórico, filosófico,


histórico, seria chamado de Behaviorismo Radical. O braço empírico seria classificado
como Análise Experimental do Comportamento. O braço ligado à criação e administração de
recursos de intervenção social seria chamado de Análise Aplicada do Comportamento.[2]

Uma ciência é um conjunto de declarações verbais sobre o mundo sob o controle


de contingências bem discriminadas, que constituem assim um método, uma forma específica
de falar sobre o mundo. Uma ciência natural é um discurso sobre o mundo que descreve
relações entre eventos naturais. Um evento natural é um fenômeno que tem dimensões
temporais e/ou espaciais discerníveis pelos órgãos sensoriais de um ser humano comum;
distingue-se de eventos supranaturais ou imateriais, que não manifestam essas dimensões (...)
a característica básica necessária e suficiente para uma ciência natural é que as relações que
ela declara ocorram entre eventos naturais e que essa declaração inclua a descrição dos meios
também necessariamente naturais através dos quais essas relações possam ser
estabelecidas.[3] STARLING, Roosevelt Riston. Breves considerações sobre Ciência, teoria e
fenômenos: falamos porque é verdade, é verdade porque falamos ou simplesmente falamos?
Boletim informativo da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental,
2001.
Comportamento é a interação entre um organismo, fisiologicamente constituído como um
equipamento anatomo-fisiológico, e o seu mundo, histórico e imediato.[4] (...)
Definimos comportamento como a relação entre estímulo e resposta. [5] Estímulo é uma parte
ou mudança em uma parte do ambiente; resposta é uma mudança no organismo.[6]

Organismos vivos são aqueles que têm composição química complexa, uma organização
celular, a capacidade de nutrição, reagem a estímulos do ambiente emitindo repostas, mantêm
o seu meio interno em condições estáveis, crescem e se reproduzem, modificam-se ao longo
do tempo através do processo de evolução, desenvolvendo adaptação adequadas á
sobrevivência. São íntegros os organismos por que se desmembrados do todo do qual fazem
parte não conseguem viver no ambiente.

O Behaviorismo Radical é a parte da Análise do Comportamento que estuda os conceitos


vistos acima: ciência, ciência natural, evento natural, ambiente, estímulo, resposta e
comportamento.

Quem analisa o comportamento? Todas as pessoas, corriqueiramente, fazem algum tipo de


análise do comportamento, mas uma análise científica defere muito de uma análise
corriqueira. Os Analistas do Comportamento são aquelas pessoas – pesquisadores ou
profissionais – que analisam o comportamento de forma científica. No Brasil eles são
majoritariamente registrados em conselhos profissionais de Psicologia ou cursam graduações
e pós-graduações de Psicologia e trabalham em clínicas, escolas, postos de saúde, indústrias
empresas, ONGs, hospitais, sindicatos, cooperativas, associações de moradores, fundações,
universidades, centros de pesquisa e faculdades.

Como os Analistas do Comportamento realizam seus estudos? Inicialmente ele colhe os dados
de pesquisa utilizando experimentos, quase-experimentos, observações, entrevistas ou
pesquisas de campo e após a coleta dos mesmos fazem a análise funcional. A análise
funcional é o reconhecimento da múltipla e complexa rede de determinações de instâncias de
comportamento, representada pela ação em diferentes níveis (filogênese, ontogênese e
cultura) das conseqüências do comportamento sobre a probabilidade de respostas futuras da
mesma classe [de comportamentos] (...) A análise deve agora se voltar para as “funções” das
respostas e para os modos através dos quais as mudanças por elas produzidas afetam a
probabilidade de comportamento futuro. A análise funcional requerida passa a ser aquela que
identifica relações de tríplice contingência responsáveis pela aquisição e manutenção de
repertórios comportamentais.[7] Contingências são componentes das relações
comportamentais que apresentam relação de dependência entre si, filogênese é a evolução ou
desenvolvimento da história de uma espécie, ontogênese é o desenvolvimento ou curso da
história de aprendizagem de um organismo e cultura é o conjunto de comportamentos que são
ou não reforçados e/ou punidos por um grupo de pessoas em um ambiente comum.[8]

Os Analistas do Comportamento também realizam o que chamam de revisão e análise


conceitual quando os métodos de pesquisa ou trabalho acima são complexos ou quando
procuram aplicar os resultados dos seus estudos no seu cotidiano de trabalho. Revisão
conceitual é a recomendação de propostas de mudança de conceitos que já existem já
a análise conceitual é a proposição de novos conceitos.
A Análise Experimental do Comportamento é a parte da Análise do Comportamento que fica
responsável por estudar as formas de coleta, mensuração e análise dos dados advindos das
pesquisas que se utilizam da análise funcional e de conceitos revistos e analisados.

Mas por que alguém analisaria o comportamento de forma científica? A justificação da


existência da Análise do Comportamento perpassa necessariamente pela necessidade dos
cientistas e profissionais resolverem problemas práticos do cotidiano.

É importante para o bem-estar e, muitas vezes, para a própria sobrevivência de organismos,


espécies e culturas obter soluções aceitáveis para eventuais problemas práticos, sejam eles de
natureza física ou social. Membros individuais especialmente felizes e constantes em obter
tais soluções foram chamados de sábios em outras épocas e, na nossa, costumam ser
chamados de cientistas. Modos de organizar o mundo através de declarações verbais sobre os
fenômenos e/ou práticas de intervenção direta nos fenômenos que regularmente obtêm tais
soluções são chamados de sabedoria ou ciência. Exatamente que tipo de situação seria
considerada um “problema prático” para as diversas comunidades humanas é também algo
que se subordina a lugar e tempo.[9]

Assim os Analistas do Comportamento são as pessoas que aplicam os conhecimentos


advindos do Behaviorismo Radical e da Análise Experimental do Comportamento para
solucionar problemas comportamentais humanos onde quer que eles existam.

Onde o comportamento existe?

Não há nada mais familiar do que o comportamento humano. Estamos sempre na presença de
ao menos uma pessoa que se comporta [mesmo que seja nós mesmos]. Nem há algo mais
importante que o comportamento, quer seja o nosso, quer o de outrem, quer seja ao que vemos
todo dia, quer seja ao que vemos todos os dias, quer seja ao que seja responsável pelo que
acontece no mundo de um modo geral.[10]

A Análise Aplicada do Comportamento teria duas funções vitais: (1) manter o contato com o
mundo real e alimentar os pesquisadores na área com problemas comportamentais do mundo
natural e (2) mostrar a relevância social de tais pesquisas e justificar sua manutenção e
ampliação da área como um todo. Como uma ciência baconiana, não contemplativa, a Análise
do Comportamento tem compromissos de melhoria da vida humana e o seu braço aplicado
pode funcionar como um eficiente aferidor das conseqüências práticas prometidas.[11]

Fonte: https://psicologado.com/abordagens/comportamental/o-conceito-de-analise-do-
comportamento © Psicologado.com
ANALISE DO COMPORTAMENTO COMO UMA CIÊNCIA E UMA TECNOLOGIA

A ciência da analise do comportamento começou com o trabalho de Skinner na década de


1930 (Skinner 1956) sobre processos básicos de aprendizagem. Os métodos de Skinner
encontraram seu espaço na aplicação, talvez primeiramente na analise experimental dos
efeitos de drogas sobre o comportamento (Skinner, Heron, 1937), depois no desenvolvimento
de bombas teleguiadas por pombos para o governo dos Estados Unidos (Skinner,1960), mais
importante, por meio do que mais tarde tornou- se a analise comportamental aplicada ( ver
Ullman Krasner, 1965,p.1-63, para uma revisão histórica)

A ciência da analise do comportamento é controlada por variáveis de pelo menos três fontes:
pesquisa empírica passada, teoria e observações correntes do comportamento. O controle é
amplamente verbal, visto que estímulos tanto escritos quanto orais estabelecem ocasiões para
novas pesquisas. Observações do comportamento podem ser realizadas tanto no laboratório
quanto em cenários “aplicados”, tais como clínicos e educacional. Essas observações também
incluem o bem conhecido principio de “serendipidade”( Bachrach, 1960; Skinner,1956).
OBJETIVO

Um dos objetivos da analise do comportamento como uma ciência é desenvolver princípios


comportamentais gerais que podem ser aplicados igualmente a humanos e não –humanos,
tanto em laboratórios quanto em ambientes naturais. Hake (1982) propôs que a pesquisa
básica sobre comportamento social e verbal com humanos poderia servir como uma ponte
entre pesquisa básica com animais não humanos e a aplicação dos princípios a problema de
comportamento humano, exemplos em educações clinicas educacionais. A importância da
pesquisa básica nesses dois tópicos em relação à aplicada é inquestionável porque essas
características definem partes importantes do ambiente natural dosa humanos. O que é
questionável é se elas são uma conexão necessária entre pesquisa básica de laboratório com
animais e trabalho aplicado com humanos. Hake definiu essa ponte como extensão dos
princípios comportamentais para nova populações e novos padrões de comportamento, e,
nesse sentido, a pesquisa operante básica sobre comportamentos social e verbal em humanos
pode ser considerada uma ponte. Essa observação não sugere, entretanto, que a pesquisa
operante com humanos seja necessária antes da aplicação dos princípios comportamentais a
problemas do cotidiano. A história da analise do comportamento aplicada mostra que o
desenvolvimento do trabalho aplicado não se deu por tal processo de três fases: da pesquisa
operante básica com animais para a pesquisa operante com humanos e para aplicação. A
analise do comportamento desenvolveu-se, pelo menos inicialmente, em função do sucesso da
extensão direta dos princípios comportamentais desenvolvido com animais não – humanos,
em função da falta de significativa produção de pesquisa operante básica com humanos. Uma
vez que tanto o comportamento social quanto o verbal não são encontrados no laboratório
animal, tal pesquisa com humanos parece útil se o interesse é na melhora de problemas
comportamentais que envolvem esses dois processos. As mesmas fontes de controle na
ciência básica operam na ciência aplicada da análise do comportamento. Embora esta possa
estar fundamentada na ciência básica, ela se desenvolve independentemente da ciência básica,
uma vez que os problemas estudados por ela são controlados por diferentes características do
ambiente (JOSELE.MICHELI,2007)
O QUE É ANALISE DO COMPORTAMENTO

A análise do comportamento é uma ciência natural, formulada pelo psicólogo americano B. F.


Skinner, que estuda o comportamento humano a partir da interação entre organismo/ambiente.
A atenção do pesquisador é assim dirigida para as condições ambientais em que determinado
organismo se encontra, para a reação desse indivíduo a essas condições, para as
consequências que essa reação lhe traz e para os efeitos que essas consequências produzem -
processo denominado "tríplice contingência", unidade funcional dessa ciência. Nesse sentido
o comportamento é entendido como uma relação interativa de transformação mútua entre o
organismo e o ambiente que o cerca na qual os padrões de conduta são naturalmente
selecionados em função de seu valor adaptativo(SKINNER.1990).

Trata-se de uma aplicação do modelo evolucionista de Charles Darwin ao estudo do


comportamento que reconhece três níveis de seleção - o filogenético (que abrange
comportamentos adquiridos hereditariamente pela história de seleção da espécie), o
ontogenético (que abrange comportamentos adquiridos pela história vivencial do indivíduo) e
o cultural (restrito à espécie humana, abrange os comportamentos controlados por regras,
estímulos verbais ou simbólicos, transmitidos e acumulados ao longo de gerações por meio da
linguagem).

A análise pode ser experimental, no âmbito da pesquisa básica, baseando-se sobretudo em


experimentos empíricos, controlados e de alto rigor metodológico com animais e humanos
(ainda que este último demande certas limitações investigativas em virtude de maiores
restrições ético-morais) ou aplicada, onde os resultados experimentais são diretamente
aplicados a contextos não controláveis objetivamente, como acontece na maioria das
formulações de estratégias terapêuticas.

Apesar da pesquisa básica centrar-se preferencialmente na observação direta de


comportamentos públicos/abertos, considera-se nos âmbitos teórico e aplicado também o
mundo privado/encoberto do sujeito. O mundo privado, acessível apenas ao próprio indivíduo
e relatado (caso humano) ao mundo externo por meio do relato discursivo (comportamento
verbal) é convencionalmente entendido por diversas abordagens teóricas da Psicologia e pelo
senso comum como subjetividade. A problemática envolvida acerca da subjetividade na
análise do comportamento foi cuidadosamente abordada por Skinner, principal representante
dessa ciência

Desde que é um processo, e não uma coisa, não pode ser facilmente mobilizado para
observação. É mutável, fluido e evanescente, e, por esta razão, faz grandes exigências técnicas
da engenhosidade e energia do cientista. Contudo, não há nada essencialmente insolúvel nos
problemas que surgem deste fato.

A análise científica do comportamento começa pelo isolamento das partes (variáveis) simples
de um evento complexo de modo que esta parte possa ser melhor compreendida. A pesquisa
experimental de Skinner seguiu tal procedimento analítico, restringindo-se a situações
suscetíveis de uma análise científica rigorosa. Os resultados de seus experimentos podem ser
verificados independentemente e sua conclusões podem ser confrontadas com os dados
registrados. Assim, fazer análise do comportamento é determinar as características/dimensões
da ocasião em que o comportamento ocorre, identificar as propriedades públicas e privadas da
ação e definir as mudanças produzidas pela emissão das respostas (no ambiente, no
organismo).

Para Skinner, um evento comportamental é o produto conjunto da história de aprendizagem


do sujeito. Assim, pode-se dizer que o ambiente (externo - físico, social; interno - biológico,
histórico) seleciona grandes classes de comportamento.
QUANDO SURGIU A PSICOLOGIA ANALISE COMPORTAMENTAL NO BRASIL

A Análise do Comportamento teve como marco inicial no Brasil a vinda do Prof. Fred S.
Keller, no ano de 1961. Keller foi colega de B. F. Skinner e, junto com ele, um dos primeiros
teóricos behavioristas radicais (Matos, 1998). Foi também autor, junto com William N.
Schoenfeld, de um dos clássicos da abordagem, o livro Princípios de Psicologia, nos anos
1950.
Prof. Keller

Em 1959, uma misteriosa aluna da USP chamada Mirtes Rodrigues do Prado (até hoje,
ninguém sabe direito quem era ela), que havia sido aluna de Keller na Universidade de
Columbia, gostou das aulas do professor e teve a ideia de convidá-lo para vir ao Brasil. Em
1961 o convite foi formalizado pelo Prof. Paulo Sawaya, diretor da FFCLH-USP (Matos,
1998). Entre os que o recepcionaram, estava a Prof. Carolina Bori, que veio a ser uma das
mais importantes divulgadoras da AC no país num período posterior. Tudo quase que por
acaso.

“Fred tinha um sabático para gozar no ano de 1961. Ele falou sobre isso com uma estudante e
ela deu essa informação, no Brasil, para o reitor Paulo Sawaya. Para surpresa de Fred, ele
recebeu um telegrama do reitor convidando-o para passar seu ano sabático na Universidade de
São Paulo. Esse foi o começo das coisas que mudaram nossa vida para sempre” (Frances
Keller, 2001).

Keller ficou durante um ano no país, onde ministrou duas disciplinas optativas, uma sobre
História da Psicologia e outra sobre Psicologia Comparada e Animal. No segundo semestre
daquele ano, teve lugar o curso de Psicologia Experimental propriamente dito. As aulas eram
em inglês, e, além desta dificuldade ainda havia a falta de material didático, que foi
improvisado por muito tempo – tanto quanto às caixas de condicionamento operante,
importadas (e caras) junto a algumas inventadas pelo Prof. Rodolpho Azzi (que ficou como
assistente de Keller), até a invenção de uma versão tupiniquim, por Mário Guidi; quanto os
livros e textos usados no curso (Matos, 1998). Entre os alunos, Maria Inês Rocha e Silva,
Dora Fix e Maria Amélia Matos; Rodolpho Azzi e Carolina Bori também acompanhavam as
aulas. Na segunda geração da old gang, como eram chamados, vieram alunos como João
Cláudio Todorov, Luiz Otávio Seixas de Queiroz e Marília Ancona Lopez, todos hoje
famosos analistas do comportamento (Matos, 1998).
Skinner e Keller

Alguns deles seguiram para os EUA, onde obtiveram seus PhDs e voltaram para o Brasil. Em
1962, Carolina Bori foi chamada para implantar o curso de Psicologia na UnB, o que fez
baseada no sistema de ensino criado por Keller (o método PSI) e adaptado por ela. Com a
ditadura militar em 1965, e a demissão de professores por motivos políticos na UnB, os
analistas do comportamento se espalharam pelo Brasil e o método de ensino de Bori, bem
como a Análise do Comportamento como um todo, influenciaram a formação de diversos
cursos por todo o País, tendo o PSI como base de disciplinas não apenas em cursos de
Psicologia (Matos, 1998). A Psicologia Experimental no Brasil passou a ser quase sinônimo
de Análise do Comportamento nas faculdades, assim como a Psicologia da Aprendizagem
(Todorov e Hanna, 2010; Matos, 1998).

Maria Amélia Matos, Rodolpho Azzi e Carolina Bori (e o onipresente ratinho branco)
Na Bahia, meu estado, a Análise do Comportamento também cresceu quase que por um feliz
acaso. O primeiro curso de Psicologia foi criado na UFBA, também nessa época, e teve a
participação direta de Carolina Bori. A professora encontrou o então reitor da UFBA, prof.
Roberto Santos, numa viagem de avião, onde conversaram sobra a importância da formação
em Psicologia enquanto ciência e a participação dos laboratórios de Psicologia Experimental
no currículo do curso. Assim, ela veio até aqui, trazendo Mário Guidi em 1971, que instalou o
laboratório na antiga Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. Ela também foi
responsável por trazer as primeiras docentes da abordagem em colaboração com a USP, entre
elas Marilena Ristum, Márcia Bonagamba e Anamélia de Carvalho; e mesmo ela própria e
Maria Amélia Matos, que passaram curtos períodos por aqui lecionando disciplinas e
orientando alguns trabalhos. Carolina Bori acabou sendo paraninfa da primeira turma formada
na Bahia, em 1973 (Carvalho e Moraes, 1998).

Profª. Carolina Bori

Uma figura central na Análise do Comportamento na Bahia foi a professora Mercedes Cunha
Chaves de Carvalho, que ajudou a implantar o curso da UFBA, a partir da sua formação em
Filosofia e sua parceria com o prof. João Ignácio de Mendonça. Ela lecionava introdução à
Psicologia, ainda como parte de um desmembramento do curso de Filosofia, até a criação do
curso em 1962. Tendo uma formação mais voltada à psicodinâmica até então, mas insatisfeita
com os produtos desta, se encantou com a Análise do Comportamento após a visita de
Carolina Bori e seguiu estudando a abordagem, direcionando assim seus projetos de mestrado
(em Educação na UFBA) e doutorado (USP). Também foi responsável pela implantação de
outros cursos de psicologia, como o da UFS (Sergipe) e o primeiro de uma faculdade
particular, na Faculdade Ruy Barbosa, ainda hoje formando alunos interessados em Análise
do Comportamento. Mercedes faleceu em dezembro de 2010, depois de anos dedicados ao
ensino e à Psicologia como ciência (Neves, 2007; Correia, 2011).

Profª. Mercedes Cunha

O laboratório de Psicologia Experimental da UFBA, depois de transferido para a FFCH, hoje


encontra-se desativado. Com a aposentadoria de alguns dos professores, também desapareceu
a formação de terapeutas analítico-comportamentais como única proposta de estágio na linha
que ainda existia. Também não há nenhuma linha de formação em Análise do
Comportamento na pós-graduação, tendo mesmo poucas disciplinas na graduação – apenas
duas, no início e no final do curso; uma deficiência local refletindo um problema generalizado
da pouca presença da AC nos cursos pelo Brasil (Todorov e Hanna, 2010).

Ainda hoje, a USP e a UnB são importantes centros de formação em Análise do


Comportamento, acompanhadas pela consolidação, nos anos 90, dos cursos da PUC-SP, UEL,
UFPA, UFSCar e UFSC. A pós-graduação de tais cursos oferece a oportunidade de orientação
em Análise do Comportamento, algo ainda incipiente em outras faculdades – geralmente, as
possibilidades de orientação ficam restritas à presença de alguns orientadores, em linhas sem
enfoque em AC. Algumas faculdades oferecem oportunidades um pouco mais estruturadas,
como a UNESP, a UFRGS, a UFPR e a PUC-Goiás.

A maioria da produção científica ainda é publicada nas áreas de pesquisa básica diretamente
derivadas dos primeiros estudos, como em controle aversivo e equivalência de estímulos, área
que cresceu após as visitas do professor Murray Sidman ao Brasil nos anos 80 e 90. Uma área
recente que tem conseguido bastante projeção é a de pesquisa em processos culturais,
composta por pesquisadores da UFPA, PUC-SP, UnB e da University of North Texas-EUA.
Boa parte dos estudos, no entanto, ainda é publicada em periódicos nacionais, e ainda falta
publicação sobre pesquisa aplicada (Todorov e Hanna, 2010).

Os eventos sobre Análise do Comportamento têm um papel bastante importante na difusão da


abordagem pelo país. Além do encontro anual da ABPMC, 13 estados promovem, atualmente,
encontros e jornadas de Análise do Comportamento (Todorov e Hanna, 2010). Entre os que
tivemos apenas no ano de 2011, estão a Jornada Mineira de Ciência do Comportamento
(JMCC) em Belo Horizonte, a JAC-UFSCar em São Carlos, a JAC Salvador, o EAC do Vale
do São Francisco em Petrolina, o Encontro Sobralense de Análise do Comportamento
(ESAC), a JAC Belém, a JAC Jundiaí, a JAC Poços de Caldas, a JAC-USP, o EAC da PUC-
SP, o EMAC/EPAC em Maringá… (entre muitos e muitos outros eventos).

A história da Análise do Comportamento, como se pode ver, se confunde com a história da


Psicologia enquanto profissão, formação e ciência e ainda está sendo feita no país. Não por
acaso, somos o maior contingente da abordagem fora dos EUA (Todorov e Hanna, 2010). É
continuar indo em frente, e superando os obstáculos citados para não só desenvolver a teoria,
como contribuir para a ciência como um todo, o que é ainda mais importante.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

SKINNER,BURRHUS FREDERIC 1904

Ciência e Comportamento humano/ B.F.Skinner;[tradução João Carlos Todorov e Rodolfo


Azzi].-8º ed.- São Paulo ;Martins Fontes,1993. – (Ensino superior) ISBN 85-3360161-1
Analise do comportamento [recurso eletrônico]; pesquisa, teoria e aplicação/Josele abreu-
Rodrigues, Michela Rodrigues Ribeiro( organizadoras).-Dadosa eletrônicos –Porto
Alegre;Artmed,2007

Carvalho, M. C. C. de e Moraes, E. S. D. (1998) Carolina Bori e a criação do curso de


Psicologia da UFBA. Psicologia USP, vol. 9, nº 1, São Paulo.

Correia, T. (2011). Pioneira e incansável – Perfil de Mercedes Cunha de


Carvalho. Jornal do CRP/03. Ano 3, 3ª ed, Salvador, pp. 13.

Keller, F. S. (1983). Adeus, mestre! In: Kerbauy, R. R. Keller. Coleção Grandes


Cientistas Sociais. São Paulo, Ática, pp. 128-147.

Keller, F. (2001). Quarenta anos atrás. Revista Brasileira de Terapia Comportamental


e Cognitiva, vol. 3, nº. 2, pp. 73-78.

Matos, M. A. (1998). Contingências para a Análise do Comportamento no


Brasil. Psicologia USP, vol. 9, nº 1. São Paulo.

Neves, A. B. V. S. (2007). Transcrição de entrevista com a Prof. Mercedes Cunha


Chaves de Carvalho. Não publicado.

Todorov, J. C. e Hanna, E. S. (2010). Análise do Comportamento no


Brasil. Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol. 26, nº especial, pp. 143-153.
palavras familiares são mais facilmente

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