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Vida de Inseto

 Por Arthur Del Guércio Neto

Quem nunca ouviu falar na famosa laje ou “puxadinho”?

Trata-se de mais uma peripécia do sofrido povo brasileiro para adequar suas
necessidades básicas à dura realidade vivida no cotidiano; no caso, o principal intuito é
suprir um dos direitos mais sagrados a um ser humano, a moradia, tão maltratada nos
grandes centros urbanos.

Em termos práticos, uma pessoa tem uma casa, e na parte superior de sua residência,
constrói o “puxadinho”, para a habitação de um parente querido, quiçá um filho, ou até
mesmo para fazer uma renda extra, locando a terceiro desconhecido.

O Direito Brasileiro, até bem pouco tempo atrás, não conferia formalidade e guarida
legal expressa a tal circunstância, o que mudou com a recente Lei Federal n° 13.465/17,
marcada pela regularização fundiária, citada na última coluna como fundamental para a
usucapião extrajudicial. Não só turbinou a usucapião extrajudicial, como inovou ao criar
o novíssimo “direito real de laje”.

A casa na qual é construída a laje recebeu o nome de “construção-base”; quando


vislumbramos o “puxadinho”, pensamos em algo superior à construção que o originou,
mas a lei previu a possibilidade de ser superior ou inferior (difícil pensar numa laje
inferior… seria um bunker?).

Há a previsão para a cessão de sucessivos direitos de laje, o que nos parece totalmente
inadequado, especialmente por fomentar a criação de condomínios irregulares, gerando
insegurança e insalubridade. Se um só direito de laje, multiplicado por inúmeras
propriedades, pode criar verdadeiros formigueiros humanos, o que dizer de sucessivos?

Um ponto polêmico é a interpretação que vem sendo ofertada ao novo direito, no


sentido de que ele somente seria aplicável aos proprietários que o cedessem para
construções novas, não contemplando as já existentes. Tal ponto de vista não parece o
mais prudente, pois deixaria privadas da proteção do manto legal milhões de
construções já concluídas, ávidas por ingressarem no registro imobiliário (a laje será
objeto de matrícula própria).

Arthur Del Guércio Neto é Tabelião de Notas e Protestos de Itaquaquecetuba

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