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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de

Perícias Criminais

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de
Perícias Criminais

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
Introdução à perícia criminal
Breve histórico da perícia criminal no mundo
Histórico da perícia criminal no Brasil
Criminalística, investigação criminal e a carreira de perito criminal e suas
competências

MÓDULO II
Tipos de identificação
Exame pericial no local do crime
Tipos de vestígios nos locais do crime
Coleta, armazenamento e transporte de materiais coletados na cena do
crime
Fotografia da cena do crime

MÓDULO III
Noções de Papiloscopia
Noções de Análise de Fibras
Noções de Documentoscopia
Noções de Medicina legal

MÓDULO IV
Noções de Odontologia legal
Noções de DNA forense

MÓDULO V
Noções de Balística forense
Noções de Perícia em Engenharia e em Crimes Informáticos

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Noções de Perícias Ambientais
Noções de Fonética forense
Laudo pericial
Concursos públicos para perito criminal
Considerações finais
Glossário
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

INTRODUÇÃO À PERÍCIA CRIMINAL

As primeiras investigações realizadas em casos forenses foram baseadas


em observação e interpretação de evidência física. Na segunda metade do século
XIX, a ciência foi pela primeira vez empregada para a investigação de casos
forenses e suas conclusões foram validadas pelas autoridades responsáveis. Com o
avanço da tecnologia e do conhecimento acerca de diversas ciências, elas foram
progressivamente incorporadas e adaptadas para a investigação de um crime.
São inúmeras as áreas de atuação de um perito criminal, sendo que na
maioria dos casos o conhecimento acerca de cada área é generalizado e não
específico, sendo que a sua especificidade só se dará mediante a realização de
cursos específicos para tal área. Por exemplo, engenharia forense, por mais que
possa ser estudado por um profissional da biologia, um engenheiro teria mais
condições para exercê-la de forma mais eficaz e não superficial.
Alguns concursos públicos aqui no Brasil (Ex: Polícia Federal) dividem os
tipos de peritos criminais segundo sua especialidade (Odontologia, Engenharia,
Farmácia e Bioquímica, Biologia e Biomedicina, etc.), mas a maioria (Ex: Estado de
São Paulo) ainda realiza-os de maneira generalizada, exigindo qualquer curso
superior registrado pelo Ministério da Educação e Cultura, sendo que somente
depois de cursos de formação, o perito passa por outra seleção ou encaminhamento
às diversas áreas da perícia criminal.
O curso a seguir se propõe a trazer diversos conhecimentos dentro da área
pericial de maneira geral, trazendo noções básicas da realização da perícia criminal
no Brasil e no Mundo. Os alunos poderão observar o quão específico é cada área de
atuação e, consequentemente, além da graduação, que é necessária a sua
especialização ou realização de cursos específicos para cada área. No entanto, os
alunos poderão aprender as noções básicas sobre esse universo pericial, que

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poderá servir como apoio e incentivo para o seu ingresso na carreira de perito
criminal ou mesmo na atuação da mesma na pesquisa e na docência.
No entanto, o curso pretende esclarecer os alunos da importância da
realização de perícias e o quão reluzente e magnífico é o seu estudo, não somente
para sanar curiosidades, mas sim divulgar os modos de investigação de crimes para
estimular a justiça.
Nos primórdios da ciência forense, a sua definição era de uma ciência
“mista” utilizada para esclarecer a justiça. Atualmente, a ciência forense é tida como
uma profissão. A ciência forense é descrita como o estudo de associação entre
pessoa, lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na qual diferentes
disciplinas assistem na investigação de casos criminais e civis.

BREVE HISTÓRICO DA PERÍCIA CRIMINAL NO MUNDO

Utilizando-se como referência principal o brilhante artigo publicado por Norah


Rudin e Keith Inman (The Forensic Science Timeline, Disponível em:
<http://www.forensicdna.com/Timeline020702.pdf> Acesso em 20/01/2009) e outros
artigos e fontes descritas abaixo, foi elaborado um quadro contendo alguns relatos
históricos importantes da ciência forense no mundo.

Período Acontecimento

700 Evidências de impressões digitais em pinturas e cavernas de


A.C. pedra de humanos pré-históricos.

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http://archimedes2.mpiwg-
berlin.mpg.de/archimedes_templates/popup.h
tm. Acessado em 20/01/2009

A legenda "Eureka" de
Archimedes pode ser
considerada o primeiro relato
da antropologia forense no
Cerca de qual ele determina que a
200 a.C. coroa não era feita totalmente
de ouro, demonstrando que
poderia ser fraudulenta.

Disponível em:
<http://en.wikipedia.org/wiki/File:XiYuanJiLuD
iagram.jpg>. Acesso em 20/01/2009.

Um livro chinês, Hsi Duan Yu


ou casos coletados de retificação de
1 injustiças, de Song Si, combina
248 diversos casos que envolvem ciência
forense com suas próprias
experiências. É o primeiro registro da
aplicação dos conhecimentos
médicos na resolução de um crime.

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Anos de
1500

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Ambroise_Par%C3%A9.jpg.> Acessado em:


20/01/2009.

Ambroise Paré (1510-1590) foi um cirurgião francês. Introduziu


várias inovações na prática médica, estudou os efeitos das causas e
tipos de mortes violentas.

A primeira obra em um documento de exame sistemático foi


1609
publicada por François Demelle da França.

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1686

Marcello Malpigui, um professor de anatomia da Universidade


de Bologna, notou características na impressão digital. No entanto, não
mencionou o seu valor para a identificação individual.

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Em Lancaster, Inglaterra, John Toms foi condenado pelo
1784 assassinato, com base de um chumaço de jornal encontrado na pistola
que coincidia com o pedaço remanescente encontrado em seu bolso.

Anos
1800

Thomas Bewick, um naturalista inglês, utilizou estampas com


sua própria impressão digital para identificar os livros que publicou.

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1810

Eugène François Vidocq fez um acordo com a polícia para que


sua sentença criminal fosse suspensa e estabeleceu o primeiro grupo de
detetives, denominado Sûreté of Paris. Foi inspiração de Victor Hugo
para a criação do personagem Jean Valjean, na novela Os miseráveis.

1810 Primeiro relato do uso de análise de documentos questionados

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ocorreu na Alemanha, na qual se utilizou testes químicos para
marcadores de tintas específicas. O documento analisado foi o Konigin
Hanschritt.

1813

Mathiew Orfila, um espanhol que se tornou professor de

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medicina e química forense na Universidade de Paris, publicou Traite
des Poisons Tires des Regnes Mineral, Vegetal et Animal, ou
Toxicologie General l e foi considerado o “Pai da toxicologia moderna”.
Ele também trouxe significativa contribuição para o desenvolvimento de
testes para a presença de sangue em um contexto forense e foi o
primeiro a utilizar o microscópio na análise de amostras de sangue e
sêmen.

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Estudo dos
efeitos da
decomposi
ção em
corpos
exumados,
1831

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Livro de Orfila

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1
823

John Evangelist Purkinji, um professor de anatomia da


Universidade de Breslau, Czecheslovakia, publicou o primeiro artigo na
natureza das impressões digitais e sugeriu um sistema de classificação
baseado em nove tipos principais. No entanto, ele falhou ao reconhecer
seu potencial de individualização.

1
Willian Nichol inventou o microscópio polarizado.
828

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Adolphe Quetelet, um
estaticista belgo,
providenciou uma fundação
para os trabalhos de
Bertillion que seriam
desenvolvidos no futuro, de
que não existem dois
corpos humanos
exatamente iguais.

Cerca de
1830

Leuchs foi o primeiro a notar a atividade da amilase na saliva


1831
humana.

Henry Goddard realizou a primeira comparação de projeteis


1835 para pegar um assassino. Sua comparação foi baseada na fenda visível
presente nos projéteis disparados de uma determinada arma de fogo.

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1836 James Marsh, um químico escocês, foi o primeiro a utilizar a
toxicologia em um julgamento criminal, detectando o arsênico.

1839 H. Bayard publicou o primeiro procedimento para detecção


microscópica de esperma. Ele também notou as características
microscópicas diferentes de vários substratos de tecidos.

1851 Jean Serviais Stas, um professor de química belgo, foi o


primeiro a identificar com sucesso venenos de vegetais no corpo
humano.

1853 Ludwig Teichmann, polonês, desenvolveu o primeiro teste de


cristal por microscopia para a hemoglobina.

1854 Maddox, um médico inglês, desenvolveu a fotografia de placa


seca, método que era utilizado para registro de indivíduos presos.

1856

Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:William_James_Herschel.j
pg.> Acesso em: 20/01/2009

Willian James Herschel foi


Magistrado Principal dos Serviços
Administrativos Ingleses na Índia sendo
reconhecido como o primeiro europeu a
perceber a aplicação prática das
impressões digitais, contribuindo assim
para a implantação definitiva da
papiloscopia.

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1862 J. (Izaak) Van Deen desenvolveu uma técnica para teste de
sangue

1863 Um cientista alemão, Schönbein foi o primeiro a descobrir a


habilidade de a hemoglobina oxidar na presença de peróxido de
hidrogênio, resultando em um teste presumível para sangue.

1864 Odelbrecht foi o primeiro a utilizar a fotografia para a


identificação de criminosos e a documentação da evidencia e da cena do
crime.

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1869

Disponível em: <http://www.pbs.org/wgbh/nova/photo51/images/befo-


miescher.jpg.> Acesso em: 20/01/2009.

O DNA foi isolado pela primeira vez pelo médico suíço Friedrich
Miescher que descobriu a substância microscópica em pus de curativos
de cirurgia.

1877 Thomas Taylor, microscopista do Departamento de Agricultura


Americano sugeriu que marcas nas palmas das mãos e as pontas dos
dedos poderiam ser utilizadas para a identificação em casos criminais.

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Mesmo sendo publicada cientificamente, a ideia aparentemente não foi
utilizada dessa fonte.

1879 Rudolph Virchow, um patologista alemão estudou o cabelo e


reconheceu suas limitações.

1880 Henry Faulds publicou na revista Nature o primeiro registro


científico da utilização das impressões digitais encontradas na cena do
crime.

1883 Alphonse Bertillion, policial francês, identificou o primeiro


criminoso reincidente baseado na invenção antropometria.

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Fotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas.

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Fotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas.

24
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Mensurações realizadas por Alphonse Bertillon.
Foto disposta no National Gallery of Canada, Ottawa.

25
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1
887

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Alexandre_Lacassagne.jpg.> Acesso


em: 20/01/2009.

Alexandre Lacassagne, professor de medicina forense na


Universidade de Lyons, na França, foi o primeiro a tentar individualizar
projéteis, pelos vincos e particularidades.

26
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1
887

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Conan_doyle.jpg.> Acesso em:


20/01/2009.

Arthur Conan Doyle era espírita, médico e escritor, escreveu


mais de 60 histórias de ficção de Sherlock Holmes, consideradas uma
grande inovação no campo da literatura criminal.

27
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1891 Disponível em: <http://www.criminaldep.chnu.edu.ua/en/history/hans_gross.html.>

Acesso em: 20/01/2009.

28
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Hans Gross, jurista criminal e
professor de direito criminal na
Universidade de Graz na Áustria
publicou livros sobre investigação
criminal, nos quais utilizou a evidência
física para a resolução de um crime.

1
892

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Francis_Galton2.jpg.> Acesso em


20/01/2009.

Francis Galton publicou Fingerprints, o primeiro livro sobre


impressões digitais e da sua utilização para esclarecimento de crimes.

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1 Disponível em:
<http://www.onin.com/fp/fmiru/juan_vucetich.jpg.>
892
Acesso em: 20/01/2009.

Juan Vucetich, da polícia


argentina, desenvolveu o sistema de
classificação das impressões digitais.

30
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Vucetich escreveu as instruções para a tomada de impressões
digitais, incluindo diagramas explicativos.

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Impressões digitais não foram usadas somente para identificar
suspeitos e criminosos, mas sim como controle do governo argentino.
Os cidadãos argentinos eram identificados em um livro com a sua foto e
a sua impressão.

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Disponível em:
<http://www.onin.com/fp/fmiru/thumbprint_and_signature_juan_vucetich.jpg.> Acesso
em: 20/01/2009.

1896

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Edward_Richard_Henry00.jpg.>


Acesso em: 20/01/2009.

Edward Richard Henry desenvolveu o método de classificação


das impressões digitais utilizado na Europa e América no Norte.

Paul Uhlenhuth foi um bacteriologista e higienista que trabalhou


1900
com ciências forenses e serologia desenvolvendo um teste que

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distinguia sangue humano de sangue animal.

Disponível em: <http://nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1930/landsteiner-


1900
bio.html>. Acesso em: 20/01/2009.

Karl Landsteiner médico e biólogo austríaco, premiado com o


Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1930, pela classificação dos grupos
sanguíneos, sistema A B O, e foi descobridor do fator RH.

Diagrama mostrando compatibilidade entre os grupos

35
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sanguíneos para transfusão

1901

Disponível em: <http://www.antiquemapsandprints.com/p-16026.jpg>. Acesso


em: 20/01/2009.

Edward Richard Henry foi apontado como chefe da Scotland


Yard e forçou a adoção da identificação pela impressão digital no lugar
da antropometria.

O sistema de Prisão de New York iniciou o uso sistemático das


1903
impressões digitais para a identificação criminal.

Disponível em: <http://www.fbi.gov>. Acesso em: 20/01/2009.

1905

O presidente americano Theodore Roosevelt estabeleceu o


Federal Bureal of Investigation (FBI).

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Victor Balthazard, professor de medicina forense da
Universidade de Paris, na França, publicou o primeiro livro significativo
sobre o estudo de cabelo, incluindo casos criminais envolvendo cabelos.
1910 Estudos também fotografias ampliadas de projéteis e cartuchos para
determinar o tipo de arma e foi o primeiro a individualizar um projétil de
uma arma.

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Disponível em:
<http://www.onin.com/fp/fmiru/edmond_loca
rd.jpg>.

Acesso em: 20/01/2009.

Edmond Locard foi um


1910 pioneiro na ciência forense e
formulou o princípio básico da
mesma: “Todo contato deixa um
rastro”.

1910 Albert S. Osborne foi pioneiro no exame de documentos.

Edmond Locard sugeriu a utilização de 12 pontos coincidentes


1918
para a identificação positiva pela impressão digital.

Cerca de George Popp foi o primeiro a utilizar a identificação botânica em


1920 trabalhos forenses.

1921 John Larson e Leonard Keeler designaram o polígrafo portátil.

Landsteiner e Levine foram os primeiros a detectar os sistemas


1927 sanguíneos M, N, e P.

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Luminol2006.jpg>. Acesso em:


20/01/2009.
1937

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Walter Specht, do instituto de
medicina legal e criminalística científica da
Universidade de Jena desenvolveu o reagente
luminol para testes de detecção de sangue.

Landsteiner e A.S. Wiener foram os primeiros a descrever o


1940 sistema sanguíneo Rh.

Murray Hill, dos laboratórios Bells, iniciou o estudo de


1941 identificação pela voz.

Frank Lundquist, da unidade de medicina legal da Universidade


de Copenhagen, desenvolveu os testes pela fosfatase ácida para
1945
sêmen.

Disponível em: <http://www.aafs.org/>. Acesso em: 20/01/2009.

1950

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A Academia Americana
de Ciências Forenses é criada,
assim como, se iniciou a
publicação do jornal científico
Journal of Forensic Science,
periódico referência na área.

1953

James D. Watson e Francis Crick descreveram a molécula de


DNA.

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Lucas, no Canadá descreveu pela primeira vez a utilização de
1960
cromatografia a gás para a identificação de petróleo e seus derivados.

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1984

Alec Jefrreys desenvolveu o primeiro teste para análise do perfil


genético para identificar o padrão de sondas multilócus RFLP.

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1986

O DNA foi utilizado pela primeira vez para solucionar um crime,


sendo o exame liderado por Alec Jeffreys, na Inglaterra.

Disponível em: <http://www.karymullis.com/>.


Acesso em: 14/01/2009.

Kerry Mullis inventou o


1983 princípio da reação de amplificação da
polimerase (PCR) enquanto estava na
Cetus corporation. Essa técnica foi à
primordial para os avanços na análise
do DNA forense.

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Henry Erlich, da Cetus Corporation desenvolveu a técnica de
1986
PCR adaptada para o uso forense.

1987 O DNA foi utilizado pela primeira vez na corte americana.

K. Kasai e colaboradores publicaram o primeiro artigo sugerindo


1990 a utilização do lócus D1S80 para análises forenses, sendo
posteriormente comercializado pela Cetus corporation.

Thomas Caskey, professor americano, sugeriu a utilização de


repetições consecutivas curtas ou STRs para a análise do DNA forense.
1992
A Promega corporation e a Perkin-Elmer desenvolveram o primeiro kit de
análise de STRs.

Walsh Automation Inc, empresa canadense, desenvolveu o


1991 Integrated Ballistics Identification System para análise comparativa de
projéteis e cartuchos.

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Criação do banco nacional de dados de perfis genéticos de
1998
criminosos americanos, denominado CODIS.

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BREVE HISTÓRICO E DEFINIÇÃO DA PERÍCIA CRIMINAL NO BRASIL

O entendimento do desenvolvimento da perícia criminal no Brasil inicia-se


com a análise da estrutura do sistema judicial e da estrutura policial nacional. Alguns
conceitos são primordiais para entender o que é a perícia criminal, entre eles, saber
diferenciar a perícia na área cível e na área criminal. Espíndula (2006) descreve de
forma didática a diferença entre Justiça Cível e Criminal:
“A partir da tipificação dos delitos no Código Penal e Código Civil, onde está
estabelecida a sua competência, cada segmento da Justiça (Federal ou Estadual)
será acionado de acordo com a sua competência jurisdicional. Se o delito for
classificado como de competência federal, caberá a Justiça Federal julgá-lo. Da
mesma forma, quando o delito for Estadual, será julgado pela Justiça Estadual.
Outro aspecto importante para a nossa compreensão inicial é quanto à
divisão da Justiça Criminal e Cível.
Na esfera da Justiça Cível estão todos os delitos praticados contra o
patrimônio, bens ou qualquer valor de outrem, cabendo à parte prejudicada acionar
a Justiça para ter o seu direito reparado. Portanto, é o próprio lesado em seu direito
de titular a ação.
O presente curso estudará noções de perícias criminais, isso quer dizer,
aquelas designadas pela Justiça Criminal, na qual o Estado é o titular da ação.
Obviamente, muitas das metodologias periciais a serem estudadas também são
realizadas na Justiça Cível, no entanto, nesse curso, não se dará ênfase na área
cível e sim, somente na criminal.
O sistema de Segurança Pública no Brasil é dividido em (Espíndula, 2007):

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CRIMINALÍSTICA, INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E A CARREIRA DE
PERITO CRIMINAL E SUAS COMPETÊNCIAS

“Criminalística é uma ciência que se utiliza do


conhecimento de outras ciências para poder
realizar o seu mister, qual seja, o de extrair
informações de qualquer vestígio encontrado em
um local de infração penal, que propiciem a
obtenção de conclusões acerca do fato ocorrido,
reconstituindo os gestos do agente da infração e,
se possível, identificando-o.
(...) É uma ciência que objetiva a individualização e
a identificação dos vestígios materiais relacionados
aos delitos em geral, valendo-se das suas próprias
regras e metodologias e do conhecimento das
demais ciências, a fim de saber o que aconteceu, a
maneira como se desenvolveu os fatos e quem
cometeu o crime.”

Espíndula, 2007

A criminalística é definida por Aurélio (2004) como “Ciência auxiliar do


Direito Penal, a qual tem por objeto a descoberta de crimes e a identificação de seus

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autores.” Os objetos presentes na cena de um crime possuem características gerais
e específicas, que quando analisadas por técnicas cientificamente comprovadas ou
caracterizadas, podem proporcionar dados suficientes para a identificação de um
crime e criminoso.
A nomenclatura Criminalística, às vezes, é associada como sinônimo de
ciências forenses. Criminalística é uma palavra derivada do alemão kriminalisticI,
que engloba os diversos aspectos dos métodos científicos e tecnológicos aplicados
a investigação e resolução de matérias legais. Criminalística é uma área da ciência
forense que envolve a coleta e análise de evidências físicas geradas por atividades
criminais (Houck e Siegel, 2006). No entanto, muitos autores consideram os
criminalistas, os cientistas forenses ou como é denominado aqui no Brasil, peritos
criminais.
Criminalística é a profissão e a disciplina científica diretamente relacionada
ao reconhecimento, a identificação, a individualização e a avaliação da evidência
física pela aplicação das ciências aplicadas às questões legais. Um criminalista
utiliza o princípio científico da química, da biologia e da física para deduzir
informações da cena do crime e da evidência física (Gialamas, 2001).
Traduzindo do inglês forensic science – ciência forense – termo mais
comumente utilizado para definir a ciência relacionada aos estudos judiciais, ou
melhor, a ciência forense é descrita como o estudo de associação entre pessoa,
lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na qual diferentes disciplinas
assistem na investigação de casos criminais e civis. Como profissão, seria aquela
composta por cientistas cujo trabalho é responder questões para a corte por
intermédio de informações e testemunhas (Houck e Siegel, 2006). No Brasil, o termo
mais comumente utilizado é o de perícias criminais, mas o termo ciências forenses
também pode ser utilizado, mas para definir o estudo das questões judiciais que
envolvem casos criminais e civis, e não somente a criminal.

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Para um melhor
entendimento acerca das
perícias criminais, se fazem "O dever de um perito é dizer a
necessários o entendimento e a verdade; no entanto, para isso é
necessário: primeiro saber
diferenciação da mesma com a encontrá-la e, depois querer dizê-
perícia cível. Dessa maneira, la. O primeiro é um problema
científico, o segundo é um
serão explicados a seguir alguns problema moral."
conceitos básicos da perícia
cível e criminal: Nerio Rojas (1966)

Segundo o Código de Processo Civil (Lei Federal n. 5.869, de 11/01/73) em


seu artigo 420. “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”. Silva
(1999) define que as perícias são operações destinadas a ministrar esclarecimentos
técnicos à justiça e França (2001) como “um ato pelo qual a autoridade procura
conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não de uma questão
judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou que com ele tenha relação”.
A perícia é requisitada pela autoridade que legalmente estiver conduzindo o
inquérito e a ação judicial, como o juiz, que poderá ou não nomear um perito
(França, 2001; Espíndula, 2007). O perito nomeado deverá possuir os
conhecimentos técnicos ou científicos para a realização da mesma. As perícias mais
frequentes são realizadas no foro civil e criminal.
Para a realização de perícias no âmbito civil, o Código de Processo Civil
ainda acrescenta:

“Seção II – Do perito

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o


juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.

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§ 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário,
devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl,
seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão


opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei
nº 7.270, de 10.12.1984)

§ 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os


requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
(Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

Art. 146. “O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei,
empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo.”

Nas perícias no fórum civil, caso seja necessário, o juiz nomeia o seu perito,
que é denominado perito do juiz e cada parte indicará um assistente técnico que
poderá elaborar quesitos a serem respondidos pelo perito do juiz e também podem
criticar, concordar ou complementar o laudo do perito oficial, que poderá ser ou não
aceito pelo juiz (Código de Processo Civil - Lei Federal n. 5.869, de 11/01/73):

“Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a


entrega do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)
§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do
despacho de nomeação do perito:
I - indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos.
(...)
Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos
suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte
contrária.

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Art. 426. Compete ao juiz:
I - indeferir quesitos impertinentes;
II - formular os que entenderem necessários ao esclarecimento da causa.
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e
na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou
documentos elucidativos que considerar suficientes. (Redação dada pela Lei nº
8.455, de 24.8.1992)
Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à
nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se
requisitar a perícia.
Art. 429. “Para o desempenho de sua função, podem o perito e os
assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder
de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas,
desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.”

As perícias no âmbito criminal são idealmente realizadas por peritos


criminais ou oficiais. Utilizando as definições dadas por Espíndula (2007), tem-se:

- PERITO OFICIAL: denominação consagrada no Código de Processo Penal


aos profissionais que realizam perícias no âmbito criminal, possuindo formação
acadêmica, são funcionários públicos contratados, mediante concursos públicos
para o fim específico de realizar exames periciais (Espindula, 2007).
- PERITO MÉDICO LEGISTA: médico, funcionário público que realiza
exames de natureza médico-legal nos Institutos de Medicina Legal.
- PERITO CRIMINAL: profissionais de diversas áreas de formação
acadêmica, que ingressam nos Institutos de criminalística mediante concurso público
e exercem os mais diversos tipos de exames periciais, com exceção os de natureza
médico legal, em alguns Estados do país, os de odontolegista. Isso se deve ao fato
de alguns Estados possuírem o cargo de Perito Odontólogo ou odontolegista.

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- PERITO AD HOC: Perito não oficial, nomeado por uma autoridade ou juiz
para executar um exame específico, nos locais que não existe perito oficial, como é
descrito no capítulo II do Código de Processo Penal (Decreto-Lei n°3689, de outubro
de 1941):

“CAPÍTULO II
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior. (LEI 11.689 de 2008 - alteração em vigor após
10/08/2008)
§ 1 o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica,
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2 o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
§ 3 o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente
técnico.
§ 4 o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão.
§ 5 o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a
quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
apresentar as respostas em laudo complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser
fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6 o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à
perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e
na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua
conservação.

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§ 7 o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a
parte indicar mais de um assistente técnico.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente
o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº
8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias,
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se
os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
verificação de alguma circunstância relevante.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará
para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará
auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar
da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a
sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade
procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem
encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando
possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos,
devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á
ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou

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pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no
qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os
objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial
ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado,
ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito,
a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I,
do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias, contado da
data do crime.
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a
chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou
esquemas elucidativos.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das
coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios,
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato
praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas,
deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.

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Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que
houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio,
a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação
do fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra,
observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o
ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa
reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja
autenticidade não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos
que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se
daí não puderem ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os
exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver
ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória,
em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da
infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo
deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor
da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o autorrespectivo, que será
assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser
datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do
exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade
poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,
obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,
complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo
exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no
art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da
verdade.

No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Criminalística, em seu


Regulamento para a concessão do título de especialista em áreas periciais (2009),
emite o título de especialista nas seguintes áreas:
ƒ Especialista em Perícia de Identificação de Veículos;
ƒ Especialista em Perícia Documentoscópica;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes contra a Vida;
ƒ Especialista em Perícia de Balística Forense;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes contra o Meio Ambiente;
ƒ Especialista em Perícia de Fonética Forense;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes de Trânsito;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes de Informática;
ƒ Especialista em Perícia de Revelação de Impressões Papilares;
ƒ Especialista em Perícia de DNA Forense;
ƒ Especialista em Perícia de Laboratório Forense, áreas de Biologia,
Química, Física, ou Toxicologia;
ƒ Especialista em Perícia Contábil;
ƒ Especialista em Perícia de Engenharia Legal.

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As especialidades em perícias descritas acima só são emitidas para peritos
oficias, como disposto no REGULAMENTO PARA A CONCESSÃO DO TÍTULO DE
ESPECIALISTA EM ÁREAS PERICIAIS (Associação Brasileira de Criminalística,
2009):

“Da Concessão
º
Art. 3 - O título de especialista será concedido somente aos peritos
criminais que sejam filiados às suas respectivas entidades de classe estaduais e
estas, por sua vez, estejam em dia com as suas obrigações junto a ABC, nos termos
previstos em seu Estatuto.
Parágrafo Único - Para satisfazer o requisito previsto no “caput” é
necessário que esteja filiado, ininterruptamente, a pelo menos 3 (três) anos, o qual
deverá ser comprovado pela cópia da ficha de inscrição e declaração da sua
entidade, assinada pelo Presidente e Tesoureiro.

Das Condições para se inscrever


º
Art. 4 - São condições para o perito criminal se inscrever a realização da
prova de especialista:
a) Ter mais de 5 (cinco) anos como perito criminal;
b) Possuir, pelo menos, 3 (três) anos de efetivo exercício nessas perícias em
seu respectivo local de trabalho, comprovado pela periódica emissão de, no mínimo,
36 (trinta e seis) laudos periciais oficiais; “

As especialidades de Medicina Legal e Odontologia Legal são devidamente


regulamentadas pelos respectivos Conselhos Federais de Medicina e Odontologia,
devendo o profissional ser previamente graduado nas respectivas profissões.
A criminalística envolve o estudo de todas essas áreas, sendo que cada uma
possui competências e características distintas e englobam inúmeros conhecimentos
que podem ser obtidos durante anos de experiência, como descreve a Associação
Brasileira de Criminalística. Com isso, as instruções e definições que serão dadas a
seguir servem como base para o conhecimento de como funcionam as perícias

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
criminais em algumas de suas áreas, dando uma ênfase maior na parte de
identificação humana e crimes contra a pessoa. Essa base auxiliará o aluno a
perceber o quão extenso, interessante e difícil é o estudo das perícias criminais.
Os alunos poderão perceber a vasta quantidade de informações para a
realização de perícias criminais, que nunca poderão ser realizadas somente por um
perito ou entendida amplamente por uma só pessoa, seja um perito criminal, um
investigador, um advogado, um delegado, etc.; mas, sim, por um conjunto de
pessoas que se unirão para que se traga o esclarecimento para a justiça do fato
ocorrido.
No final desse curso, colocaremos alguns dados sobre concursos públicos
para o ingresso na carreira de perito criminal.
As perícias criminais são realizadas para os diversos tipos de crimes
dispostos no Código Penal, mas que são facilmente visualizados nessa tabela 1
elaborada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE (2009),
que permite também a visualização da quantidade de crimes cometidos no Estado
de São Paulo.

Tabela 1: Ocorrências policiais e inquéritos policiais instaurados, por


Departamento de Polícia Judiciária, segundo natureza do crime, no Estado de São
Paulo - maior Estado do Brasil, 2003

Ocorrências Policiais
Natureza do Crime
Decap Demacro Deinter
(1) (2) (3)

1.436.63
TOTAL
745.540 413.171 0

Crimes Contra a Pessoa 110.434 90.653 381.800


Homicídio Doloso 4.373 3.078 3.656
Tentativa de Homicídio 2.638 2.234 5.008
Homicídio Culposo por Acidentes de 832 767 3.023

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Trânsito
Homicídio Culposo, Outros 94 59 179
Indução/Auxílio ao Suicídio 31 53 46
Aborto 89 66 298
Lesões Corporais Dolosas 33.010 28.282 121.211
Lesões Corporais Culposas por
Acidentes de Trânsito 23.073 16.555 78.305
Lesões Corporais Culposas, Outras 1.276 734 2.602
Perigo de Vida ou Saúde 254 217 652
Maus Tratos 950 933 4.053
Omissão de Socorro 120 146 391
Calúnia, Difamação e Injúria 8.827 7.416 40.160
Constrangimento Ilegal 877 608 1.735
Ameaça 32.387 27.162 111.347
Violação de Domicílio 406 693 3.944
Outros Crimes Contra a Pessoa 1.197 1.650 5.190

Crimes Contra o Patrimônio 420.228 192.619 554.825


Roubo Consumado 131.080 45.773 70.884
Roubo Tentado 2.959 1.100 3.776
Roubo de Veículo Consumado 41.880 23.396 15.136
Roubo de Veículo Tentado 729 350 344
Roubo Seguido de Morte (Latrocínio) 187 118 235
Extorsão Mediante Sequestro 90 109 87
Extorsão, Outras 401 289 582
Furto Consumado 104.973 58.406 220.625
Furto Tentado 2.662 1.385 10.880
5 2 3
Furto de Veículo Consumado
1.110 0.789 4.916
Furto de Veículo Tentado 462 183 917
Furto Qualificado Consumado 34.205 16.337 102.021

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Furto Qualificado Tentado 1.486 493 5.448
Receptação 3.920 2.591 4.026
Apropriação Indébita 2.837 1.699 7.867
Dano Material 8.058 6.284 33.123
Estelionato 28.666 10.712 29.210
Fraudes Diversas 440 202 1.348
Outros Crimes Contra o Patrimônio 4.083 2.403 13.400

Crimes Contra os Costumes 3.405 2.910 9.663


Estupro Consumado 1.135 932 1.775
Estupro Tentado 251 182 629
Atentado Violento ao Pudor 1.222 1.025 3.010
Sedução 47 66 222
Corrupção de Menores 59 54 333
Rapto 70 86 355
Incentivo à Prostituição 40 16 262
Ato Obsceno 369 232 1.624
Outros Crimes Contra os Costumes 212 317 1.453

Crimes Contra a Família 468 423 3.227


Abandono Material 221 178 1.417
Outros Crimes Contra a Família 247 245 1.810

Crimes Contra a Fé Pública 3.606 1.700 6.146


Moeda Falsa 466 249 1.358
Falsidade de Títulos e Documentos 881 345 940
Outras Falsidades 565 122 551
Uso de Documento Falso 783 457 1.822
Falsa Identidade 272 169 344
Outros Crimes Contra a Fé Pública 639 358 1.131

Crimes Contra a Administração


Pública 5.371 5.157 18.269

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Peculato 20 12 68
Corrupção 55 38 129
Resistência 282 191 711
Desacato 584 797 6.261
Contrabando ou Descaminho 31 21 267
Comunicação Falsa de Crime 99 77 204
Falso Testemunho 24 19 59
Exercício Arbitrário das Próprias Razões 1.273 1.135 3.493
Fuga de Presos 217 146 655
Desobediência 660 890 3.584
Outros Crimes Contra a Administração
Pública 2.126 1.831 2.838

Crimes Contra a Incolumidade Pública 6.497 3.656 33.094


Incêndio 663 485 4.882
Tráfico de Entorpecentes 2.422 1.502 9.080
Uso de Entorpecentes 3.041 1.302 17.122
Outros Crimes Contra a Incolumidade
Pública 371 367 2.010

Crimes Diversos 261 117 785

Leis Especiais 10.511 7.731 43.742


Corrupção de Menores - Lei nº 2.252/54 29 34 79
Crime de Racismo 49 20 118
Porte de Arma 4.159 2.776 10.412
Disparo de Arma de Fogo 497 243 1.777
Falta de Habilitação 1.927 1.921 8.698
Direção Perigosa 654 441 6.173
Outros Crimes 3.196 2.296 16.485

Contravenções Penais 7.258 5.114 50.764


Vias de Fato 2.646 1.990 24.272

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Perturbação de Trabalho e Sossego 1.598 1.216 12.388
Jogo do Bicho 97 29 307
Embriaguez 1.380 825 2.174
Outras Contravenções Penais 1.537 1.054 11.623

Não Criminais 177.501 103.091 334.315


Suicídio Consumado 349 251 844
Suicídio Tentado 341 805 4.391
Desinteligência 1.768 792 6.095
Queda Acidental 834 362 2.934
Perda/Extravio de Documento 51.303 17.893 51.540
Desaparecimento de Pessoa 6.512 5.406 9.583
Morte Suspeita 12.250 9.182 5.180
Veículo Localizado 38.149 21.275 25.385
Acidente de Trabalho 211 230 2.760
Outros Não Criminais 65.784 46.895 225.603
Fonte: Secretaria da Segurança Pública - SSP/Delegacia Geral de Polícia - DGP/Departamento de Administração
e
Planejamento - DAP/ Núcleo de Análise de Dados; Fundação Seade.
(1) Departamento de Polícia Judiciária da Capital.
(2) Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo.
(3) Departamentos de Polícia Judiciária de São Paulo Interior.
Nota: Com a aprovação da Lei nº 9.099, de 26/11/1995, as ocorrências policiais referentes a crimes e
contravenções penais;
Passíveis de pena de reclusão de até 1(um) ano, são remetidas ao Poder Judiciário através de "Termos Circunstanciados",
Não sendo necessária a instalação de Inquérito Policial. Deste modo, a partir de janeiro de 1996, as ocorrências,
policiais passam a ser compostas pela soma dos boletins de ocorrências policiais e termos circunstanciados.
Não inclui as ocorrências policiais registradas e inquéritos instaurados pelos Departamentos Especializados da
Polícia Civil
(Deatur, DHPP, Deic, Denarc, etc.). Dados preliminares.

Dessa maneira, podemos observar que existem inúmeros tipos de crimes,


sendo que nesse curso, a ênfase será dada para os crimes contra a pessoa e
aqueles que estão relacionados com eles.
Nerio Rojas (Rojas, 1936) elaborou um guia extremamente didático e
objetivo disposto em 10 postulados com recomendações da prática forense,

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orientando aspectos técnicos e científicos da perícia médico-legal, podendo se
estender as perícias odontolegais. São eles:

1°) O perito deve atuar com a ciência do médico, a veracidade da


testemunha e a equanimidade do juiz:
O perito deve possuir conhecimento intelectual profundo de todas as áreas
dentro da medicina (ou da odontologia), manter sempre a sinceridade e a veracidade
devido à importância do laudo pericial para o juiz.

2°) É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos:


Não confiar nas palavras ditas pelas pessoas e sim em provas e fatos
comprovados.

3°) A exceção pode ser tanto valor como regra:


Casos excepcionais na literatura científica podem não ser raros na medicina
legal ou na odontologia legal.

4°) Desconfiar dos sinais patognomônicos


A perícia deve juntar o maior número possível de fatos, provas e elementos
para a posterior conclusão e não pela análise de sinais patognomônicos.

5°) Deve-se seguir o método cartesiano:


Dividir ordenadamente o pensamento e consequentemente a procura pelos
elementos que farão parte do laudo pericial.

6°) Não confiar na memória:


Anotar devidamente tudo que foi realizado, suas dúvidas e questionamentos.

7°) Uma necropsia não pode ser refeita:

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Realizar uma necropsia bem feita com cautela e cuidado, a fim de evitar
perícias sucessivas, que podem ser dificultadas devido às condições do corpo ou
mesmo da impossibilidade de recuperação do material para estudo.

8°) Pensar com clareza para esclarecer com precisão:


O laudo deve ser escrito com fundamento científico lógico e coerente,
evitando contradições.

9°) A arte das conclusões consiste nas medidas


As conclusões periciais devem ser cuidadosamente “pesadas”, “medidas”,
isto é, analisadas e reanalisadas quantas vezes o perito julgar necessário, pois a
interpretação de texto de uma pessoa pode ser diferente de outra.

10°) A vantagem da medicina legal está em não formar uma inteligência


exclusiva e estritamente especializada:
A medicina e odontologia legal abrangem diversas áreas do conhecimento,
principalmente o Direito, a Biologia, a Física, a Química entre outros.

França (2001) elaborou um Decálogo Ético do Perito, norteando os


princípios éticos para auxiliar os peritos:

1°) Evitar conclusões intuitivas e precipitadas


Ter prudência e concluir racionalmente baseado em fundamentos científicos.
2°) Falar pouco e em tom sério.
Falar o imprescindível, argumentando e apresentando evidências em
momento oportuno.
3°) Agir com modéstia e sem vaidade
O sucesso e fama devem depender da ótima conduta ética do profissional.
4°) Manter o segredo exigido
O sigilo pericial deve ser respeitado
5°) Ter autoridade para ser acreditado

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Decidir com firmeza e manter suas decisões.
6°) Ser livre para agir com isenção
Não permitir que convicções, paixões e ideologias influenciem o resultado.
7°) Não aceitar a intromissão de ninguém
Não aceitar que alguém deforme sua conduta ética e profissional
8°) Ser honesto e ter vida pessoal correta
É preciso ser honesto para ser justo, conferindo credibilidade e
respeitabilidade.
9°) Ter coragem para decidir
O que sabe, o que não sabe.
10°) Ser competente para ser respeitado
Atualizar os estudos permanentemente.

---------------- FIM DO MÓDULO I------------------

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