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UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL

REGIÃO DE SÃO PAULO

25o DISTRITO ESCOTEIRO BAURU

OFICINA DE REFLEXÃO

A POSTURA DO CHEFE

18 e 19 de Fevereiro de 2017

Bariri-SP
Introdução

Esta apostila é uma coletânea bibliográfica e de experiências de “Velhos Lobos”, moldadas

para os objetivos da Oficina de Reflexão de Postura do Chefe, que são:

1. Conscientizar o Chefe para que cumpra com a sua Promessa, a Lei Escoteira, obedecendo

ao Estatuto, o P.O.R. e os Regulamentos, a fim de que se concretize o Propósito do Escotismo,


que é, “Contribuir para que os jovens assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente
do caráter, ajudando-os a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais,
afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas
comunidades, conforme definido no Projeto Educativo da União dos Escoteiros do Brasil";
2. Atuar junto aos adultos dentro e fora do Grupo Escoteiro como agente facilitador, gerando

desenvolvimento e estimulando as pessoas a assumirem suas responsabilidades;

3. Divulgar o Escotismo e facilitar a aprendizagem dos jovens através do Método Escoteiro.

Na leitura desta apostila notarão alguns momentos de redundância; é proposital, pois “Água

mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Com esta filosofia de persistência, esta apostila e
a Oficina buscam derrubar barreiras, “Sem dar apertos ou ir de uma só arrancada... Mas o

Chefe terá que agir e tocar em frente. Não adianta ficar parado no meio do caminho. Se cada
um, então, atuar no seu lugar e jogar o jogo, haverá maior prosperidade e felicidade pelo
mundo. E surgirá, finalmente, aquilo que há tanto tempo buscamos: Paz e Boa Vontade entre
as pessoas. B-P“.

Postura: sf. Modo de pensar, de proceder; ponto de vista, opinião, posicionamento, atitude- Dicionário eletrônico

Houaiss da língua portuguesa - Versão 1.0 - Dezembro de 2001

O surgimento do adulto no Movimento Escoteiro


Em janeiro de 1908, com a publicação dos fascículos sobre “Escotismo para Rapazes”, os

jovens ingleses passaram a adquiri-los nas bancas de jornal, surgindo assim, por toda a

Londres, Patrulhas formadas por jovens que começavam a praticar Escotismo. Do ponto de

vista do jovem, a ideia parecia estar definida. O adulto, aparentemente, era desnecessário.

Foi impressionante observar como a mensagem moral, contida nos fascículos, haviam

provocado grandes modificações no comportamento e no interesse da maioria dos jovens.

Mas os problemas com os pais e a polícia começaram a surgir. As competições, que eram

organizadas pelos jovens, às vezes resultavam em conflitos e sem um uniforme regular, muitos

começavam a improvisar, dando aspectos extravagantes ao vestuário em alguns casos.


Porém, por mais entusiasmado que o jovem fosse e desejoso de praticar o Escotismo, os

problemas criados por esta prática desordenada passaram a preocupar Baden-Powell. Ele

então incentivou pais, professores e autoridades, que de alguma forma preocupavam-se com o

futuro dos jovens, que os ajudassem com suas experiências, passando a ser para eles o

“Irmão mais velho” e, desta forma, viver em harmonia com a comunidade. Começa, assim, a
surgir à figura do adulto no Movimento Escoteiro.

Baden-Powell ficou muito impressionado com tal participação que mais tarde descreveu-a em

seu livro “Lições da Escola da Vida“.

A tarefa hoje continua a mesma, ou seja, auxiliar os jovens a transformar em atividades as suas

legítimas aspirações, desenvolvendo a autoconfiança, a coragem, o espírito de equipe e,

principalmente, orientando quanto aos valores morais e espirituais. E a responsabilidade do

Chefe é manter e dar continuidade a esta nobre tarefa voluntária.

O Chefe
O adulto, que decidiu participar como Chefe no Escotismo, assinar o Acordo de Trabalho

Voluntário, ser inscrito na UEB e fazer a Promessa, afirmou seu comprometimento com o

Movimento Escoteiro. Assim sendo, está ligado indissoluvelmente com a Grande Fraternidade

Escoteira, “Uma vez escoteiro sempre escoteiro”. O Movimento Escoteiro se baseia no

voluntariado, que espontaneamente concordou em se dedicar, sempre na busca de resultados

e não de formas vazias. O Chefe que achar que suas obrigações e responsabilidades

principiam e terminam dentro dos limites do seu Grupo Escoteiro, ou somente por frequentar
as suas dependências, pelo seu bom comportamento em nosso meio, por ser eficiente nos

trabalhos com nós e amarras, na aplicação de jogos, canções e atividades. O Chefe esta

enganado! Os méritos não serão medidos somente por estes fatores! Mas pela maneira que

praticar os ensinamentos deixados por Baden-Powell em sua vida diária e pelo exemplo de sua

conduta diante de seus amigos, da comunidade e da sociedade. A recompensa que receberá

por ser um membro da grande Fraternidade Mundial Escoteira serão os resultados obtidos na

construção de bons cidadãos cujo processo faz parte.

A postura de atuação do Chefe


Como Chefe, atua-se diretamente com o jovem, objetivo maior do Movimento Escoteiro. É justo

pensar que uma das tarefas mais importantes será a atuação como Educador. Nesta ação,

devemos ter como objetivo modelar o caráter; disto depende a qualidade dos jovens que

pretendemos devolver à sociedade ao completar 21 anos.

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Atuando como responsável por uma Seção, ou como Assistente, o Chefe tem que ser exemplo

de comportamento e personificar a Promessa e a Lei Escoteira.

De uma forma geral o Chefe é responsável por uma atmosfera imaginativa de fantasia,

aventura, exploração, serviço e romantismo, inspiradores do Escotismo no jovem. É

responsável também por programar e dirigir reuniões, jogos, excursões, acampamentos,

caminhadas, fogos de conselho, etc. Para tal, deve conhecer os assuntos inerentes à Seção

em que atua. Deverá ser orientador, merecedor de amizade, respeito e obediência dos jovens,

assim como ser depositário da confiança dos pais.

e responsabilidade, seja coerente com a escolha, assumindo realmente seus preceitos,

ideologias e regras.

C) Ver sob a ótica do Jovem – Ter espírito e alma jovem; conhecer o que passam

e do que precisam os jovens; tratá-los individualmente, ser criativo e o “Irmão mais

velho, o adulto menino”, para conseguir a cooperação ativa dos jovens na sua própria
formação. Esforçar-se para traduzir seus conhecimentos de adulto para a linguagem

dos jovens. Saber escutar para melhor compreendê-los. Lembrar-se de seus ideais e

aspirações quando jovem, para poder entender melhor os sentimentos e desejos deles.

D) Ser conselheiro e ter iniciativa – Para ajudar cada um a descobrir as condições de seu

desenvolvimento pessoal, deve-se estar atento ao seu comportamento durante as atividades

escoteiras e nas demais fora do escotismo, na escola, no lar, no culto religioso e no grupo

social que frequenta. Cada jovem é diferente e portador de uma

A postura de ação do Chefe


A ação do Chefe pode ser desenvolvida em três áreas, que são interligadas:

Realizar e Cumprir tarefas – Um Chefe deve cuidar para que as tarefas estabelecidas
sejam realizadas. A maioria dos Chefes diria que passa a maior parte do tempo verificando
e assegurando que as tarefas sejam cumpridas. Um Chefe capaz planeja a realização de
tais tarefas; sua responsabilidade está implicitamente incorporada no seu planejamento
anual, mensal, trimestral e semanal. As ações que asseguram o funcionamento de uma
Seção são desempenhadas pelo Chefe e seus colaboradores – Assistentes, Instrutores,
Monitores, etc.
Manter grupos de pessoas unidas – Toda a nossa vida se resume em nos mantermos em

pequenos grupos de pessoas, seja em casa, no trabalho ou no laser. Todo e qualquer

grupo terá um líder, seja ele indicado, eleito ou escolhido pelo próprio grupo, ou emergido

naturalmente. A responsabilidade maior deste líder é a de manter o grupo unido. O Chefe

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assumirá esta responsabilidade juntamente com seus assistentes e encorajará os outros

líderes. Este objetivo somente é alcançado encorajando e motivando a iniciativa e a

liderança dos componentes do grupo.

Desenvolvimento de indivíduos – O Chefe tem também a responsabilidade perante cada

indivíduo do grupo. Ele deve ser sensível aos problemas e sentimentos de cada pessoa.

Deve estar preparado a dedicar tempo e espaço para cada indivíduo, de forma a fazê-lo

sentir que é importante e tem uma contribuição específica a fornecer. É neste momento

que o Chefe tem grande oportunidade de aplicar o quinto item do Método Escoteiro:

“Desenvolvimento Pessoal pela Orientação Individual”. Para conseguir isto, o Chefe deve
ser capaz deve criar uma atmosfera amistosa, onde uma pessoa se sinta bem-vinda e,

portanto, disposta a colaborar. Este comportamento deve ser direcionado tanto aos

adultos como aos jovens. Somente após conhecer os membros individualmente, será

possível o Chefe definir as áreas de necessidades de cada um deles e tomar decisões

cabíveis. É necessário ter com o jovem e o adulto um relacionamento de respeito, cortesia,

simpatia, sinceridade, firmeza e compreensão. Na busca constante de ações positivas

junto aos membros do Grupo Escoteiro e da comunidade, o Chefe tem que estar atento às

seguintes posturas:

A) Ser exemplo – O jovem de hoje não admite disciplina sem reciprocidade. Ninguém

está preocupado com discursos, mas com exemplos. Baden-Powell dizia: - “O exemplo

vale mais que qualquer ensinamento”. Se o Chefe vivenciar a Promessa e a Lei


Escoteira em todos os seus atos, os jovens não apenas o observarão como serão seus
imitadores e os adultos (pais), por consequência poderão mudar certos conceitos e

comportamentos.

B) Ser verdadeiro – Todo indivíduo pode escolher o seu próprio caminho; o que se

espera de um ser humano autêntico é que, uma vez escolhido o caminho com liberdade

série de sensibilidades e suscetibilidades. Daí a importância do tratamento individual

para sabermos o quê, como e quando aconselharmos. O mesmo comportamento nós

devemos ter para com os adultos (pais), buscando descobrir o que esperam de nós

Chefes como colaboradores na educação de seus filhos, tanto dentro do Grupo

Escoteiro como fora dele, para podermos falar-lhes de seus filhos sem

constrangimentos, pois estamos ajudando-os a educá-los.

E) Ter domínio próprio – Aquele que não é capaz de dominar a si mesmo, mandar em

seus nervos, sua língua, suas mãos, não pode ter autoridade sobre outros. A melhor

maneira de aprender a mandar é primeiramente, mandar em si mesmo, em suas

paixões, seus instintos, seus caprichos, etc.

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F) Conhecer as pessoas – Tal conhecimento só é alcançado por meio da amizade. Sem

esse conhecimento não se pode aproveitar o melhor de cada um. Muitas pessoas, que

julgamos incapazes, na verdade são pouco compreendidas. Cada membro do Grupo

Escoteiro deve sentir-se conhecido, apreciado e compreendido pelo Chefe. Chame

cada um pelo nome, procure saber de suas necessidades; o indivíduo que se queixa

pode estar na realidade, pedindo para ser ouvido com interesse. Duvidar de quem quer

que seja é fazer com que se feche. Saiba recompensar e reconhecer publicamente um

trabalho bem executado ou colaboração efetiva e de real valor. Cada indivíduo tem

suas ideias, não devemos lhe impor as nossas, não podemos coibir algo proibindo e

castigando.

G) Ser coerente com a realidade – Não basta ter ideias, é preciso vivê-las. O Chefe

deve ser um sonhador, porém com os pés no chão; evitar muita teoria e pouca prática,

pois o Método Escoteiro prega o “Aprender fazendo”. Assim, o Chefe deve ver as

coisas como são e não como gostaria que fossem. Nunca devemos sucumbir no

famigerado argumento “Sempre fizemos assim”. O radicalismo afugenta até as

pessoas mais dedicadas.

H) Ser Competente – A competência dá prestigio e ajuda a cumprir melhor a sua

missão. Não é necessário dominar todas as técnicas, mas deve-se ter uma noção geral

delas e a cada dia procurar se aprimorar. Como escreveu Baden-Powell no Guia do

Chefe Escoteiro, “Nenhum Chefe precisa ser um doutor sabe tudo.” Se o Chefe tivesse

que saber tudo, não haveria necessidade de mais Chefes em um Grupo Escoteiro.
I) Saber fazer com que o ajudem – O Chefe deve ter seu pensamento direcionado para

quatro elementos que deverão colaborar em sua missão de educar: 1 - Os Monitores; 2

- Cada um dos demais jovens; 3 - A Tropa como um todo e 4 - Os pais. Quanto aos três

primeiros elementos, Baden-Powell deixou a seguinte mensagem: “A finalidade

principal do sistema de Patrulhas consiste em atribuir responsabilidade ao maior


número possível de jovens, visando de esse modo, desenvolver o caráter. Se o Chefe
atribuir verdadeiro poder a seus Monitores, lhes conceder forte dose de confiança e
lhes dar carta branca na execução de suas tarefas terá feito muito mais pelo
desenvolvimento do caráter de cada um do que qualquer escola jamais poderia ter
feito”. Quanto ao quarto elemento, é de suma importância contar com ele em diversas
situações, criando assim um vínculo maior dos mesmos com a Seção e,

consequentemente, com o Grupo e o Movimento Escoteiro.

J) Ser fiel ao Movimento Escoteiro – O Chefe deve lembrar-se que, além do dever para

com os jovens, ele tem também dever para com o Movimento Escoteiro como entidade

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coletiva. De acordo com as palavras de Baden-Powell, “Quando um Chefe, por questão

de consciência, não pode se manter dentro das diretrizes traçadas, necessariamente


sua atitude mais nobre é submeter o caso diretamente ao seu Diretor ou à sua
entidade; se não for possível chegar a um acordo de opiniões, o melhor que ele pode
fazer é abandonar a tarefa. Ele entrou para o Movimento Escoteiro espontaneamente e
de olhos bem abertos. Não é justo que depois, por não lhe terem agradado algumas
coisas ou detalhes, queira queixar-se.”

A postura do Chefe perante seu autodesenvolvimento


Um bom Chefe deve ter uma série de atitudes básicas que deve procurar para desenvolver-se,

aproveitando o máximo todas às oportunidades que lhe sejam oferecidas, buscando sempre

novas opções de melhorar, num esforço constante do aperfeiçoamento pessoal.

O Chefe deve estar atento aos aspectos que são apresentados a seguir, analisando de quando

em quando os progressos que vem obtendo e as dificuldades encontradas. Fique certo que os

membros juvenis só crescem na medida em que o Chefe também cresce.

A) O Movimento Escoteiro – O Chefe deve saber que, a partir da assinatura do Acordo de

Trabalho Voluntário, ele assume sérias responsabilidades perante a sociedade, os pais ou

responsáveis dos jovens, a Diretoria do Grupo, cada jovem do Grupo Escoteiro, enfim com o

Movimento Escoteiro como um todo. Terá que ter consciência de que é um Chefe/Educador e

que a educação que irá promover, embora não tenha subsídios governamentais, é um

investimento de recursos familiares, da utilização do espaço da entidade patrocinadora e do


tempo dedicado de todos os membros, que serão instrumentos de progresso ou fonte de

discórdias e revoltas, conforme a compreensão que os Chefes têm do que lhes cabe realizar e

a capacidade de fazê-lo com eficiência e harmonia.

O Chefe responsável planeja as atividades para aproveitar ao máximo o tempo disponível com

os jovens, estudando os objetivos que tem em vista e a melhor maneira de atingi-los de acordo

com os Propósitos do Escotismo. Toma decisões esclarecidas em cada fase da atividade,

analisando as vantagens e desvantagens, riscos e viabilidades de cada opção, de preferência

em equipe e as apresenta aos jovens, pais e diretoria para serem apreciadas e aprovadas.

Para que todo esse processo ocorra o Chefe tem que estar em constante aprendizado e

reaprendizado, buscando o seu autodesenvolvimento para atender os anseios dos jovens e os

objetivos do Movimento Escoteiro.

B) Observação e reflexão constantes – Na procura de subsídios para o seu

autodesenvolvimento, o Chefe deve ser um bom observador e investigar e refletir sobre certas

situações comuns que ocorrem no âmbito dos Grupos Escoteiros, tais como desinteresse,

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evasão, má liderança, conflitos, desorganização, etc.. De posse dos resultados da

observação, investigação e reflexão, o Chefe terá melhor condição de avaliar os fatores que

estão influenciando a situação detectada, que poderão servir como aprendizado. Desta forma

o Chefe estará constantemente colhendo resultados, aprendendo lições para o futuro, a fim de

não incorrer no mesmo erro.

C) Na Busca do Aperfeiçoamento – O Chefe precisa ter presente que as insuficiências dos

jovens sob seu comando, em sua maioria, são creditadas para si, e podem ser superadas com

um trabalho de constante autoanálise e um esforço planejado para aperfeiçoar seus

conhecimentos. Nesse aperfeiçoamento as literaturas escoteiras representam um papel

importante e será útil, porém, não se atenha somente a elas, busque outras literaturas; cultura

nunca é demais, mesmo a suposta inútil. Desenvolver o hábito de destinar um horário para ler,

consultar a Internet, ouvir boa música, assistir bons filmes, bons programas de TV, procurar

dialogar com pessoas esclarecidas e cultas. Chefes mais experientes favorece o senso crítico

e contribuem para o crescimento, a sensibilidade e a reflexão sobre as atividades que se está

oferecendo aos jovens, de forma a se planejar maneiras de melhorá-las e ao mesmo tempo se

autodesenvolver. Esta busca de aperfeiçoamento não é somente naquelas condições de ser

um bom Chefe, mas também em sua área profissional, familiar e social. Assim, habilidades

úteis para a vida devem ser desenvolvidas a exemplo da observação eficiente, relações

humanas e liderança positiva.

D) Objetividade e empatia – Autodesenvolver-se nestas posturas é muito importante, pois ela

exige uma preocupação constante com as causas dos fatos e a compreensão de que a atuação
eficaz precisa atingir essas causas. Inclui também a análise dos acontecimentos do ponto de

vista das pessoas nele envolvidas: Chefes, assistentes, pais, jovens, diretoria, como base para

qualquer decisão. Tais posturas são indispensáveis no planejamento, educação e avaliação do

trabalho desenvolvido pela Chefia, levando sempre em conta as condições existentes, as

limitações do tempo disponível, os interesses, as necessidades dos jovens e os meios mais

adequados para que os Propósitos do Escotismo sejam alcançados. Enfim, coloque-se no

lugar da pessoa.
E) Otimismo – Esta é outra prática que o Chefe deve se autodesenvolver, pois ele deve sempre

acreditar na possibilidade de melhoras e que um esforço bem produzido nunca se perde.

Enfatizar os aspectos positivos de cada jovem, fortalecendo a autoimagem, mas não deixar de

conversar de forma particular quando identificar eventuais situações que assim exijam.

O Otimismo concorre para o bom humor, leva a olhar o lado positivo dos acontecimentos,

procura ver cada situação e a maneira de resolvê-la ou melhorá-la, não deixa o desânimo

prevalecer e não permite críticas infundadas.

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Ressaltamos aqui que os pré-requisitos para o autodesenvolvimento, são: disposição,
vontade, querer melhorar, honestidade para consigo mesmo e para com os outros,
responsabilidade e o cumprimento da Promessa Escoteira. Ninguém é obrigado a prometer,
mas, a partir do momento que prometeu, cumpra!

A postura do Chefe como Comunicador


Desde que o mundo é mundo os seres vivos se comunicam entre si. Assim, podemos destacar

que a comunicação é o agente essencial para o bom desempenho da função de Chefe.

Comunicação é a troca de significados entre indivíduos através de um sistema comum de

símbolos, ou seja, para haver uma comunicação é necessário que aqueles a quem nos

dirijamos compreendam os símbolos que utilizamos para isso: palavras, gestos, sinais, frases,

bilhetes, etc. Podemos entender que a comunicação acontecerá entre uma pessoa e outra ou

outras, desde que compreendam o significado daquilo que estão comunicando.

A comunicação tem por objetivo afetar ou modificar situações, ambientes, pessoas e a nós

mesmos. Existe efetiva comunicação quando o outro, o pai, o jovem, o assistente ou qualquer

outro receptor, compreende a mensagem que estamos passando.

O Chefe que se comunicar dentro ou fora do Grupo Escoteiro e for bem informado sobre o seu

papel e sobre o Movimento Escoteiro, estará apto a ter sucesso e desempenhar sua atividade

com dignidade, moral e ética.

Para que o comunicador tenha sua mensagem compreendida pelo receptor, há necessidade

de que ele tenha conhecimento do que deseja comunicar. Precisa dominar realmente o
assunto, visando transmitir uma mensagem clara, isenta de dúvidas ou incertezas para o

receptor.

Quando o Chefe for explicar um determinado assunto ao jovem, sua linguagem, suas

comunicações devem ser claras, precisas, objetivas, de acordo com a realidade deste jovem.

Por isso o Método Escoteiro tem como um de seus objetivos o Desenvolvimento pessoal pela

orientação individual.
Se o Chefe não acredita no que está dizendo, não domina por completo o assunto, não haverá

uma comunicação efetiva entre o Chefe, o jovem ou quem quer que seja.

Desta forma, é possível afirmar que são agentes de comunicação, o Comunicador – aquele que

comunica uma mensagem – e o Receptor – aquele que recebe uma mensagem.

Não se pode esquecer que o comunicador é o Chefe; e é o responsável pela emissão de uma

mensagem e deve ser capaz de contornar obstáculos que possam aparecer durante o

processo da comunicação entre ele e o receptor, o jovem.

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A comunicação é essencial para a vida do ser humano contemporâneo. Ela pode ser tudo o

que se vê e que se sente que se prova e que se ouve.

A seguir enfocaremos algumas formas de comunicação importantes para a postura do Chefe

como comunicador:

A) Comunicação escrita – As cartas de prego, bilhetes aos pais, as autorizações, letra de

uma música, ficha 120, os Programas, fichas de atividades, atualização do SIGUE etc.

B) Comunicação pictórica – um mapa, um desenho através da quadrícula, uma foto, as

bandeirolas, as bandeiras, as insígnias, os sinais de pista, etc.

C) Comunicação verbal – o uso da própria voz, quer falando, cantando, comandando ou

recitando.

D) Comunicação sonora – nos comandos com apito, o rufar de tambores, a melodia de

uma música, um toque de corneta, o estouro de um rojão, etc.

E) Comunicação gesticulada – os sinais de formação, um aperto de mão, um abano com a

mão, um sinal de OK, um abraço, etc.

F) Comunicação tátil, olfativa e gustativa – estas formas de comunicação são bastante

usadas nos jogos de Kim.

Se o Chefe não souber se comunicar, não conseguirá fazer ser entendido; como dizia o

saudoso Abelardo Barbosa – O Chacrinha “Quem não se comunica se estrumbica.”

A postura educacional do Chefe


Nós pretendemos mostrar a você conceitos e objetivos relacionados à orientação
educacional, principalmente sobre a postura do Chefe como Educador.

A orientação educacional deve sempre atuar como um agente de mudança, assistindo,

organizando e orientando o jovem para o seu aproveitamento máximo nas atividades

escoteiras.

Cabe ao Chefe a orientação educacional no escotismo, fazendo uso do Método Escoteiro:

“Aprender fazendo, Lei e Promessa, Vida em Equipe, Desenvolvimento Pessoal pela


Orientação Individual e Atividades Progressivas, Atraentes e Variadas”, fornecendo aos
jovens subsídios, para que obtenha confiança e satisfação no ambiente escoteiro, adquira

princípios éticos e morais, bem como compreenda o processo educacional no qual está

inserido.

Ao buscar os meios para se desenvolver, o jovem precisará receber instruções, informações e

conteúdos compatíveis com o seu propósito e faixa etária. O jovem passará por etapas de

desenvolvimento e isto às vezes o deixará inseguro e tenso na expectativa de conquistá-las.

Você não pode cobrar o que não ensinou ao jovem; não existe o “Se vira! O problema é seu!”

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Sendo assim, tal orientação auxiliará o jovem no que concerne à descoberta de suas

necessidades e potencialidades, desenvolvendo-o de forma gradual e satisfatória, além de

subsidiar sua organização pessoal no dia-a-dia.

Atualmente, o processo educacional no Movimento Escoteiro esta embasado no Método

Escoteiro e nos Programas dos Ramos, buscando atender as atuais necessidades dos jovens
perante as exigências e as transformações do mundo atual.

O Chefe Escoteiro que realmente entende a sua postura de Educador deve estar preparado

naquilo que se propõe a passar para o jovem; saber aplicar os seus conhecimentos, buscando

atingir eficácia e dinamismo no processo educacional, voltado aos objetivos do “Projeto

Educativo”. Neste contexto, boa informação constitui possuir sólidos conhecimentos sobre o
Movimento Escoteiro em geral, dominar técnicas de ensino, didática e relacionamento

humano.

O Chefe deve saber compartilhar com seus jovens os seus conhecimentos, suas experiências

pessoais, que devem ser somados ao próprio saber que o jovem traz consigo para dentro do

Movimento Escoteiro; hoje é de suma importância para a aplicação dos Programas dos Ramos.

O Escotismo atual esta sofrendo constantes mudanças em seu Programa de Jovens; desta

forma, o Chefe atua como peça fundamental neste processo, pois não apenas ensina

conhecimentos teóricos e práticos, mas também educa e participa reaprendendo, para poder

aplicar e avaliar os objetivos educacionais, contribuindo assim para o desenvolvimento do

jovem.

O Chefe/Educador deve preparar o jovem não somente para galgar etapas e especialidades,
mas para que dele assuma um comportamento do “Homem e da mulher que o Movimento

Escoteiro pretende oferecer à sociedade”. ( Projeto Educativo)


O Escotismo exige que o jovem tenha um comportamento compatível com os Princípios

Escoteiros, ou seja, cumpra com a Promessa, a Lei Escoteira, obedeça ao Estatuto, o P.O.R. e

os Regulamentos. O mesmo se espera do Chefe. Para aquele Chefe que tem por lema “Faça o

que eu mando e não faça o que eu faço” , não existe espaço dentro do Movimento Escoteiro.
O Chefe/Educador deve ter absoluta consciência da importância de sua postura na sociedade.

Para tanto deve instruir os jovens sob sua orientação, educando-os com eficácia e sendo

exemplo, devendo se avaliar, procurando sempre renovar seus conhecimentos e técnicas para

poder educar os jovens e propiciar atitudes solidárias de comportamento com a comunidade

em que vive.

Você não pode deixar de lembrar que um Chefe/Educador deve sempre possuir características

básicas, tais como: entender que o jovem é um todo e está disposto a aprender, ser cordial,

criativo, acreditar na capacidade do aprendizado do jovem, ser honesto com o jovem e

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consigo mesmo, possuir controle emocional, enfim respeitar o jovem com suas diferenças

individuais, estar apto a solucionar problemas e ter facilidade de adaptar-se a novas

situações. Estar Chefe é fácil; o difícil é ser Chefe e pronto para atender as necessidades de

seu Grupo Escoteiro e do Movimento Escoteiro, estando Sempre Alerta para fazer o seu

Melhor Possível e Servir.

A postura do Chefe nas Relações Humanas


Todo ser humano, desde o seu nascimento, pertence a um grupo social. O primeiro deles é a

família. A fim de que as relações interpessoais aconteçam nos grupos sociais, há necessidade

de se estabelecer regras de conduta para que os indivíduos vivam em harmonia dentro de seu

grupo e com os demais.

As Relações Humanas são estudadas desde a antiguidade, na tentativa de explicar os

relacionamentos interpessoais.

As Relações Humanas no Escotismo estão ligadas diretamente às atitudes e às posturas do

Chefe, perante as situações comportamentais que surgem dentro ou fora do Grupo Escoteiro.

Podemos definir Relações Humanas como a ciência que estuda o comportamento humano;

quando nos referimos ao Movimento Escoteiro este comportamento é o que o Chefe tem com

os integrantes do Grupo a que faz parte e a sociedade, baseado nos princípios da grande

Fraternidade Escoteira Mundial. A problemática das Relações Humanas no Grupo Escoteiro é

maior do que se imagina, pois o ser adulto ainda não entendeu que o Escotismo é para os

jovens, com o objetivo de formarmos bons cidadãos e não para realizações pessoais ou
satisfazer os egos particulares. Os Chefes devem ter respeito para consigo e o próximo,

cumprindo com a Promessa e a Lei Escoteira. Desta forma, se faz necessário aos Chefes

envolvidos com a educação dos jovens, conhecerem os princípios básicos das Relações

Humanas.

O Chefe, conhecendo estes princípios básicos, poderá se relacionar com maior facilidade e

eficácia com os jovens, a chefia, a diretoria, os pais e o grupo social a que pertence,

respeitando as diferenças individuais, o espaço e os direitos de cada um.

As Relações Humanas como qualquer outra ciência, também possui objetivos, proporcionar

condições favoráveis de integração social satisfatória é o maior objetivo das Relações

Humanas. Para que isso ocorra de forma eficaz, há necessidade de que o ser humano seja

valorizado como um todo, ou seja, este indivíduo pensa, fala, tem opinião própria, tem prévios

conhecimentos e tem conceitos formados sobre tudo que o rodeia. Cabe então às Relações

Humanas evitar conflitos, promover o conhecimento educacional, social em todos os níveis,

incentivar sempre o censo de participação entre pessoas e propiciar bem estar.

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Outro objetivo das Relações Humanas é estar atento ao processo de interação entre

indivíduos. Essa interação ocorre em vários níveis, tais como: escolar - com alunos,

professores, orientadores e diretores; familiar - com pais, filhos e parentes consanguíneos ou

não; religioso - com o sacerdote ou pastor, catequistas, coroinhas, religiosas, religiosos,

grupos de jovens; etc. Interagir é comunicar-se de forma com que as pessoas ajam e reajam

entre si.

Todo indivíduo é formado por um conjunto de características que lhe são únicas: a

personalidade; o comportamento; a motivação e a criatividade. Vejamos cada uma destas

características:
1) A Personalidade: É formada no indivíduo ao longo de alguns anos e trata-se do conjunto
de hábitos adquiridos em sua vida social. Todo indivíduo é dotado de:

A) Aparência física: É a estrutura externa que o diferencia das outras pessoas:

B) Capacidade mental: É considerada inata e, conforme o processo de educação que o

indivíduo recebe, pode ser aumentada ou diminuída;

C) Temperamento: Também considerado inato, pode sofrer modificações, dependendo dos

estímulos que o indivíduo recebe em sua educação, refere-se às respostas emocionais

que uma pessoa dá aos estímulos;

D) Caráter – É o conjunto de formas de comportamento mais elaboradas, formadas pelas

influências ambientais, sociais e culturais que o indivíduo usa para adaptar-se ao meio.
2) O Comportamento: Todo indivíduo demonstra diferentes maneiras de agir, pois adquire
comportamentos novos ao longo de sua existência, através da vida social.
O comportamento pode ser entendido de duas maneiras: 1- O exteriorizado, em que o
indivíduo manifesta o que pensa ou sente em relação a outras pessoas; tal manifestação pode
ser feita através de gestos, palavras, atos ou ações; 2- O interiorizado, em que o indivíduo não
demonstra o que pensa ou sente. Numa situação prática, um indivíduo recebe um presente:
caso ele se manifeste de forma expansiva, será um comportamento exterior; logo, saberemos
se ele gostou ou não. Porém, se ao receber o presente, ele não se manifestar, será um
comportamento interiorizado e, desta forma, não saberemos se ele gostou ou não.
3) A Motivação: Diz respeito às razões que levam o ser humano a conquistar seus objetivos.
Tais motivos levam o ser humano a praticar ações, emitir opiniões, ter atitudes e satisfazer
necessidades do próprio interesse.
A motivação pode ser interna ou externa. Quando interna, remete ao querer próprio de cada
indivíduo, atendendo as necessidades, aspirações e objetivos de cada um. Quando externa,
refere-se ao meio externo, agindo e também influenciando as necessidades e as aspirações de
cada pessoa.
A motivação é um processo constate e infinito no ser humano; busca a satisfação e a
realização pessoal.

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4) A Criatividade: É um dos itens mais estudados sobre a mente humana. No contexto das
Relações Humanas podemos dizer que a criatividade é a tendência que o ser humano tem à
realização de suas potencialidades, ou seja, o próprio indivíduo cria mecanismos internos para
a solução de problemas, para enfrentar novas experiências e desenvolver habilidades para
viver o presente momento. Está é uma das características importante que o Chefe Escoteiro
deve ter, pois, só assim ele poderá proporcionar aos jovens Atividades Progressivas,
Atraentes e Variadas.
Em continuidade à postura do Chefe nas Relações Humanas, destacamos três itens
importantes para o bom relacionamento:
1. Diferenças Individuais – As Relações Humanas são complexas e as pessoas possuem suas
próprias características, tanto em nível individual como grupal.
O ser humano se comporta de diferentes formas, mesmo que esteja diante de situações
idênticas. Neste contexto, há necessidade de aprendermos a nos respeitar, aprendermos que
existem pontos de vista diferenciados e que nenhuma pessoa é igual à outra. As Relações
Humanas têm por características a flexibilidade diante de uma nova situação, o respeito por
pensamento e atitudes distintas, gerando especialmente a aproximação entre indivíduos para
haver um crescimento pessoal e do grupo.
As diferenças Individuais são determinadas por três fatores:
A) Fatores genéticos – são os genes herdados de nossos antepassados, os quais
determinam nossas principais características;
B) Fatores sócioculturais – correspondem ao ambiente onde o indivíduo nasce e cresce,
adquire costumes, valores morais e suas preferências;
C) Fatores psicológicos – são, de fato, os resultados da educação que o indivíduo recebe
e a sua experiência de vida.
É importante lembrar: As diferenças individuais são as nossas próprias características. Para
vivermos em sociedade, precisamos respeitar as diferenças individuais de cada um, ser mais
flexíveis e poder nos relacionar melhor com as pessoas que estão próximas a nós. O Chefe
deve ensinar aos jovens que as diferenças individuais devem ser respeitadas nas atividades,
pois nenhuma pessoa é igual à outra.
2. O Ser Humano Educado – O sentido de solidariedade e o sentimento de coletividade são os
alicerces que o Chefe deve ter bem definidos em sua missão de educar para a formação do
futuro cidadão.
O ser humano educado é aquele que, coincidentemente, possibilita situações harmoniosas e
contribui para o progresso da sociedade. O Escotismo é uma atividade dinâmica ligada ao ser
humano. É também uma questão de comportamento, pois é uma atividade social. Sendo uma
atividade social, tanto o jovem como o adulto ao participar dele vai passar por um processo de
sociabilização, ou seja, vai ser educado dentro dos Princípios do Movimento Escoteiro, os
quais vão de encontro aos anseios da sociedade.
A educação do ser humano se inicia na infância e o acompanha até a sua morte, cabendo ao
Chefe fazer parte deste processo junto ao jovem, complementando a sua educação recebida

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no lar, escola e religião. Os atos de educar e ser educado são também uma das faces das
Relações Humanas e imprescindíveis ao ser humano consciente, livre, criativo e de bons
costumes.
3. Os Indivíduos e o Grupo – Todo grupo social humano, para obter sucesso em alguma
atividade, dependerá sempre das atitudes dos indivíduos que a ele pertencem.
É no processo da sociabilização que se inicia na família, que o indivíduo obterá as condições
básicas para pertencer a um determinado grupo. Neste contexto, há necessidade do respeito
às diferenças individuais, pois o respeito é a base para o ser humano relacionar-se com os
demais.
Nas diferenças individuais, cada pessoa tem uma personalidade um comportamento próprio.
Um Indivíduo poderá se expansivo, outro tímido, um calmo, o outro nervoso, etc.. É isto que
forma o comportamento individual.
É importante ressaltar o fato de não existir apenas o comportamento individual, uma vez que
os grupos sociais seguem normas de padrões que são dotados pela maioria. As influências da
maioria prevalecerão, formando um comportamento coletivo, haja vista que alguns Grupos
Escoteiros adotaram o vestuário e outros o uniforme.

A postura de líder do Chefe


Quando se estuda o conceito de Liderança, encontramos uma tendência bastante acentuada
em se listar as qualidades do líder e ao tê-las muitos descreem de suas possibilidades, pois
estas qualidades assemelham o seu portador ao Superman. Baden-Powell no seu livro “Guia
do Chefe Escoteiro” simplificou a personalidade do Chefe como líder em quatro frases; ele
deve ser simplesmente um homem menino, isto é: 1- Deverá ter a mentalidade jovial e saber
habilmente colocar-se no mesmo nível dos rapazes; 2- Deverá compreender as necessidades,
aspirações e desejos correspondentes às diversas idades do jovem; 3- Deverá agir mais sobre
cada rapaz individualmente do que sobre o conjunto dos jovens e 4- Para obter melhores
resultados, deverá criar um espírito de grupo entre os membros da Tropa.
Assim, simplificando as coisas vamos verificar o que uma pessoa realmente faz para ser um
líder.
Não só é possível observar líderes em ação e prontamente identificar o que eles fazem como
também se torna viável ajudá-los de forma adequada sempre que algumas habilidades ou
conhecimentos lhes faltem, ou seja, pouco desenvolvidas. Todos os líderes reconhecem suas
características, quanto às suas forças e fraquezas e buscam meios de entender as suas reais
necessidades. Liderança, portanto, é uma questão do que a pessoa “Faz“ mais do que a
pessoa “É“. O primeiro passo, de um líder é o de se conscientizar que é um líder e que, por
causa de sua liderança, tem que assumir certas responsabilidades que o cargo ou a função
acarretam. Estas responsabilidades são particularmente importantes quando a liderança
envolve a influência e controle de jovens, em nosso caso o Movimento Escoteiro.
O Movimento Escoteiro constitui uma comunidade específica de reconhecida notoriedade em
todo o mundo como a maior organização juvenil de educação para escolar. Por estas

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características e por possuir metodologia peculiar, forma uma sociedade organizada, com lei
e valores próprios, onde cada um de nós desempenha o seu real papel.
O assunto que visamos abordar é o do adulto, mormente aquele do Chefe, nesta sociedade
juvenil, onde ele aparece sempre como líder.
Não cabe aqui questionar qual a seriedade com que este adulto encara a sua atuação, nem
tampouco sua capacidade de liderar, pois estes aspectos serão abordados em outros tópicos,
e são relegados ao final a própria maturidade é consciência de cada Chefe. Sem dúvida, esta
maturidade exige conhecimento, reflexão, diálogo e isto é que procuraremos discorrer.
Parece-nos que o líder, o Chefe, atua no Movimento Escoteiro em dois momentos distintos:
1 – Com a comunidade juvenil escoteira
2 – Com a comunidade adulta escoteira
Antes de comentarmos cada um deles seria interessante que conceituemos o que é um líder.
Busquemos os ensinamentos que o Livro da Jângal e o Guia do Chefe Escoteiro nos trazem a
respeito:
“Akelá, o Lobo solitário, que chefiava o bando graças à sua força e astúcia...”
“Como um verdadeiro irmão mais velho, ele deverá interpretar as tradições da Família
Escoteira e fazê-las respeitar, mesmo que isto exija grande firmeza.”
Assim o verdadeiro líder não se impõe, não é imposto; ele se propõe e a sociedade o aceita e o
elege como tal, isto porque ele reveste-se de qualidades capazes de conduzi-los com
determinação e firmeza ao melhor caminho.
O verdadeiro líder é o melhor para o momento. O que sabe mais sobre o assunto. É quem se
abnega em prol da coletividade que chefia. Assim, reportando-nos uma vez mais ao Livro da
Jângal, vemos que o Akelá era um lobo solitário, ou seja, não se casou para poder melhor se
dedicar ao bando. É claro que não queremos com isso incentivar aos Chefes que permaneçam
solteiros ou descasem em prol do Movimento Escoteiro!
O verdadeiro líder põe a sua formação acadêmica à disposição do Escotismo e não para se
diferenciar dos demais com formações mais humildes, pois médicos, mecânicos, engenheiros,
pedreiros, padeiros, dentistas, perante o Movimento Escoteiro, todos são igualmente
Escotistas.
O verdadeiro líder não faz uso dos seus conhecimentos escoteiros, principalmente os
portadores da Insígnia da Madeira, motivo de status para subjugar os menos capacitados. Usa
seus conhecimentos para ajudá-los a se desenvolverem.
As características citadas é que constituem o perfil do líder e se exteriorizam através de sua
própria conduta e dificilmente poderão ser dissimuladas, pois já é conhecido o ditado “Você
pode enganar alguém o tempo todo, você pode enganar alguns durante algum tempo, mas
você não conseguirá enganar a todos o tempo todo”.
Deste modo, o líder que estiver perfeitamente investido do seu papel, acreditará no seu
trabalho, se dedicará a ele com afinco, terá uma gerência tranquila e consequentemente
atingirá os objetivos determinados.

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Nada adiantará um líder que prega, mas, não cumpre, proíbe, mas, não respeita, exige, mas,
não segue, quer ensinar, mas, não sabe. Ser líder traz muito mais responsabilidade e
dedicação do que muito trabalho, do que louvor, que tanto atrai aos tolos e vaidosos.
Um aspecto importante é que toda sociedade no seu desenvolvimento deve procurar formar
indivíduos capazes e atuantes. Assim, o verdadeiro líder só será completo quando conseguir
esta meta, ou seja, capacitar alguém para substituí-lo e continuar a sua missão quando ele não
mais estiver no comando. Todo líder existe em função da necessidade que a sociedade tem.
Com novas lideranças hão de surgir novas forças, novas ideias que melhor poderão encabeçar
e neste momento o bem da sociedade transcenderá ao do indivíduo e, se este
verdadeiramente for um líder, deixará o seu lugar ao melhor, para atuar na retaguarda, tal
como o Velho Lobo.

1-A Postura do Chefe como líder com a comunidade escoteira juvenil


Estamos diante de uma plateia que embora tenha, inegavelmente, um senso crítico, tem certa
ingenuidade e segue o seu líder incondicionalmente. Proporcionando um mando fácil de ser
exercido, a subordinação pode até ser conseguida pelo medo ou pelo suborno, porém, a
liderança exercida em sua plenitude, com metas para se chegar aos objetivos benéficos torna-
se mais difícil e de muito maior responsabilidade, justamente devido ao fator da facilidade de
aceitação.
Como já vimos anteriormente, a liderança é um conjunto de aspectos; vamos analisá-los sob a
ótica do seu exercício dentro da comunidade juvenil – a Promessa Escoteira. Nossos atos, por
menores que sejam sempre devem ser condizentes com os princípios da Promessa Escoteira;
esta se reveste de alguma complexidade para o entendimento dos jovens. Assim, a melhor
maneira de transmiti-la é através de nossas atitudes.
O exemplo pessoal – O exemplo pessoal através de nossas atitudes é fator preponderante e
constitui importante ferramenta educacional. Como um Chefe poderá apontar a falta de
higiene de um dos jovens com o dedo sujo?
Vamos expor alguns aspectos importantes do exemplo pessoal: Aparência Pessoal – Uma
embalagem vende ou não o seu produto interior, a limpeza de um restaurante atrai ou repugna
o cliente. Embora “As aparências enganam” seja positivo e acostume atrair para uma posterior
constatação, mas a negativa acostuma afastar irremediavelmente. Assim, todas as vezes que
temos que nos apresentar em público, na liderança, como líder do Movimento Escoteiro, seria
interessante que cuidássemos deste aspecto, principalmente ao que tange a:
1-Uniforme ou Vestuário correto – O uniforme ou vestuário visam igualar e identificar membros
de uma determinada instituição. Assim, funciona como um acordo tácito, ou seja, um acordo
em que o elemento adere simplesmente por sua entrada a instituição. Desta forma, consiste
num ato de obrigatoriedade conhecer a sua descrição para poder usá-lo corretamente. Por
todos os motivos citados, o uso incorreto contraria o acordo aceito, gerando um ato de
insubordinação, indisciplina, não refletindo, portanto, uma tendência a seguir.

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2-Higiene – Sem dúvida alguma escolhemos uma lanchonete, restaurante, bar, hotel açougue,
peixaria, etc. pela higiene que aparenta ter. Desta forma, é claro que este fator será
atentamente avaliado em qualquer líder.
3-Demonstração de vícios – Sem querer advogar a inocuidade deste ou daquele vício, pelo fato
de não encontrarmos nenhum elemento favorável para o seu uso, que não seja voltado à
satisfação individual, não é condizente que seja parâmetro a ser divulgado. O vício, seja ele
qual for, nunca será bem aceito por qualquer instituição, nem pela comunidade.
4-Exemplo pessoal negativo – Em toda instituição encontramos indivíduos que estão em
desequilíbrio com o comportamento médio esperado, tornando-se discrepantes. Em se
tratando de uma situação de liderança, onde o público e altamente sugestionável por ser
composto de jovens, pede-se comportamentos estritamente dentro dos parâmetros que se
deseja seguir. Portanto, elementos cujo comportamento denota distúrbios emocionais ou
psíquicos, mesmo que momentaneamente ou circunstancialmente, não devem trabalhar em
situação de exposição junto aos jovens.
5-Discrição – O líder já ocupa um lugar de destaque na comunidade, sociedade ou instituição
que atua. Portanto, não há necessidade de usar artifícios que o torne público ou popular.
Estardalhaços, extravagâncias, sensacionalismos podem revelar alguma imaturidade não
desejável para ser seguida como exemplo.
6-Conhecimento – Se a inobservância dos fatores acima citados afasta, ao contrário, a
aproximação gera uma fase de experimentação onde se busca o conteúdo. De nada adiantará
um Chefe perfeitamente bem posto, que não conheça a matéria que pretende ensinar. É claro!
Que todos nós temos nossas características próprias, aptidões que nos colocam em
condições de dominar bem este ou aquele aspecto da matéria (Principalmente no Escotismo,
onde o campo de atuação é tão vasto). Porém é nosso dever, uma vez que somos
Educadores voluntários, aprofundarmos cada vez mais nossos conhecimentos, nos
especializando, procurando superar nossas limitações.

2-A Postura do Chefe como Líder na comunidade escoteira adulta


O Chefe , como já citamos, é um líder; assim sendo, uma reunião de Chefes é uma reunião de
líderes. Qual seria o comportamento desejável de cada Chefe perante esta comunidade adulta
Escoteira? Colocamos a seguir algumas posturas comportamentais do Chefe para com os
Chefes:
A-O relacionamento harmônico entre Chefes – Nosso sistema é essencialmente democrático,
ou seja, nós fazemos nossas próprias leis, nos governamos. Por outro lado, nós é que
obedecemos e somos governados. Não se trata apenas uma questão de disciplina, mas sim
uma questão de coerência.
Todas as vezes que nos encontramos em uma situação de criticar seria interessante vermos
onde e de que forma poderíamos contribuir para que desapareçam os motivos de nossas
críticas. É interessante conhecermos bem a estrutura do Movimento Escoteiro, contida nos
instrumentos legais que o regem – Estatuto, P.O.R. e Regulamentos – a fim de não termos uma

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atitude de crítica passiva, mas de participação ativa e construtiva. Nesta estrutura, o Conselho
de Chefes exerce um papel preponderante; é lá que os assuntos das Seções devem ser
discutidos e resolvidos. Isto tudo é feito honestamente, visando conduzir a um ambiente
harmonioso, com o objetivo de levar o Grupo Escoteiro a crescer com sucesso. Por outro lado,
é importante lembrar que cortesia, humildade, atenção, colaboração, são fatores benéficos no
convívio pessoal, favorecendo o alcance dos objetivos propostos de forma agradável,
principalmente no nosso tipo de instituição, que é regido por um código de ética ditado pela
Promessa e Lei Escoteira.
B- A conduta exemplar entre os Chefes – Seria em vão falarmos tanto da importância do
exemplo pessoal do Chefe no trato com o jovem, se não exigíssemos veementemente esta
postura no relacionamento entre adultos.
C- Se colocar a disposição para colaborar – A escalada do Chefe ao aperfeiçoamento através
do desenvolvimento traz, como consequência, certo destaque a ele. Por ser o Movimento
Escoteiro uma instituição composta de voluntários e que exige pessoas especializadas, há
uma grande carência de adultos nessas condições. Os Chefes com mais conhecimentos e
formação são constantemente requisitados a participar de lideranças na Direção Nacional, na
Região, nos Distritos, nas Equipes de Formação de Adultos, integrarem Comissões, etc. É
desejável que o Chefe encare como uma missão a mais a ser levada com dedicação, eficiência
e humildade, se colocando sempre que possível à disposição em prol do engrandecimento do
Escotismo.
D- Não entrar no “jogo do poder” - Há sempre aqueles que buscam posições, não como
disposição para o trabalho, mas simplesmente como um “status“. Uma busca tola, pois nunca
se soube que ser Chefe proporcionou “status“ a alguém; muito pelo contrário, é até motivo de
gozação por pessoas não esclarecidas devidamente sobre os propósitos do Movimento
Escoteiro, (Lembram-se do Juca Chaves?). Todas as vezes que somos tentados a ver nossa
posição por esse prisma, devemos ter em mente que o líder realmente é aquele reconhecido
pelos verdadeiros princípios que postula. Assim, aquele que pensa buscar a liderança
somente por “status“ passa a desempenhar um papel medíocre e acaba se ridicularizando e
no ostracismo. A nossa instituição, em particular, que se une por princípios saudáveis e de
bons costumes, torna-se incompatível com tal postura. Logo, devemos todos trabalhar para
que a concorrência de cargos ou funções, as pressões, os “diz-que-diz“, os “falaram”, fique
porta a fora do Grupo Escoteiro. Embora a competição seja inerente à natureza do ser
humano, vamos realmente tornar verdadeiro entre adultos o postulado de que: “O Escoteiro é
amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros”, o “Escoteiro é Leal”, o “Escoteiro está
Sempre Alerta para ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião”; nesse particular devemos
nos espelhar nos jovens dos Grupos Escoteiros, pois eles conseguem, felizmente, viver bem
na mais completa harmonia, valorizando-se e respeitando um ao outro. Um Chefe, para ser
realmente um líder, tem que deixar de mesquinharias e de pensar pequeno.
E- Predisposição para um Contínuo Aprendizado – É muito importante que haja uma
conscientização de que o caminho do Escotismo é longo, ou melhor, infinito, dado a amplitude
de conhecimentos e lições de vida que ele nos oferece. Assim, quanto mais aprendemos, mais

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caminhos se podem vislumbrar para serem aprendidos. Deve haver em todo Chefe uma
consciência viva deste particular; isto levará a uma contínua predisposição ao aprendizado,
do que resultará uma situação muito saudável, humilde e de crescente e contínuo aumento de
conhecimento. Vale a pena citar um ditado Seicho-no-ei: “O que encobre nossa infinita
capacidade é a mente presunçosa que diz: já progredi o suficiente”.
F- Saber Delegar – Nem sempre o líder estará em condições de exercer integralmente todas as
suas atribuições; daí surge à necessidade de delegá-las e o líder deve ser capaz de fazê-lo.
Porém, não pense que o líder poderá delegar a própria responsabilidade do cargo ou função
que ocupa. O líder sempre será o responsável aos olhos dos demais.
Tenha sempre em vista que toda atribuição tem aspectos “delegáveis” e “não delegáveis”, ou
seja, o líder pode transferir aqueles, mas terá que cuidar destes. O líder deve escolher
sabiamente por uma postura equilibrada entre ser centralizador, que evita delegar
atribuições, ou seja, quer executar todas as tarefas, só ele que faz bem, ninguém é
competente como ele; enfim, fica sempre sobrecarregado ou aquele que se inclina a transferir
tudo para que os outros assumam, inclusive, as suas responsabilidades.
Assim, cuide dos aspectos primordiais de seu trabalho; sempre haverá assistentes ou
colaboradores em quem você poderá confiar e incumbir de tarefas realmente delegáveis de
suas atribuições.
Definido a quem delegar e o que delegar, treine estas pessoas, dando-lhes no início pequenas
doses de autoridade e responsabilidade, aumentando à medida que eles forem se revelando à
altura da tarefa ou missão. Controle as reações dos mesmos em face às incumbências que
lhes são delegadas. Procure criar nos assistentes ou colaboradores, um senso de distinção
segura entre os assuntos sobre os quais eles podem tomar decisões e aqueles que estejam
condicionados à aprovação específica, mas procure administrar esta condição para que
ocorra o mínimo possível. Esteja sempre seguro de que somente uma pessoa é responsável
pelos resultados de uma determinada atividade. Evite delegar a mesma responsabilidade para
mais de uma pessoa.
G- Relação aos Princípios e Método Escoteiro – Quanto ao desenvolvimento do jovem, devem-
se planejar programas, não pensando somente em diversão e sim em criarmos condições para
que os jovens cresçam. O Chefe deve planejar todas as atividades de maneira a abranger
todas as áreas de desenvolvimento, proporcionando condições para os jovens atingirem seus
objetivos educacionais. Ao Chefe cabe também orientar seus assistentes e colaboradores e
incentivá-los para que se desenvolvam criar e manter equipes de trabalho, delegar tarefas e
responsabilidades e dar oportunidade para que possam ter uma participação efetiva nas
atividades do Grupo Escoteiro. O Chefe além do que citamos, deverá ter uma preocupação
com seu próprio desenvolvimento, participando de Cursos, Indabas, Seminários, Simpósios;
deve também pesquisar, ler publicações escoteiras e de interesse e manter contato com
outros Chefes para troca de informações e conhecimentos, de modo a poder educar os jovens
na plenitude dos Princípios e do Método Escoteiro. Enfim, para ser um bom líder o Chefe deve
ter boa saúde, bom humor, muita disposição para assumir e desenvolver suas
responsabilidades e atividades Escoteiras, porém, deve saber administrar o seu tempo quanto

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à dedicação a sua família, vida profissional e escotismo, equilibrando a devida atenção a cada
uma delas a fim de não prejudicar nenhuma delas.
“O líder é aquele que as pessoas mal sabem que ele existe, é aquele não tão bom, que as
pessoas obedecem e reclamam, mas não desprezam”. Deixe de honrar as pessoas e elas
deixarão de honrar você. Mas um bom líder, é o que pouco fala, é o que quando a sua tarefa
estiver terminada, sua meta atingida dirá: “Isso fomos nós mesmos que fizemos.” “O
Escotismo é um grande jogo para os rapazes e uma grande responsabilidade para os adultos.“

A Postura do Chefe como Relações Públicas


No Brasil, as Relações Públicas tem o seu marco datado de 30 de janeiro de 1914, quando a
direção da “The São Paulo Tramway Light and Power Company Limited” (Atualmente
Eletropaulo), determina a criação do seu Departamento de Relações Públicas.
Hoje, o significado do termo Relações Públicas é muito discutido em todas as partes do
mundo. No Brasil, a situação não é deferente, uma vez que cada instituição tenta a definir de
acordo com o seu entendimento, causando muitas vezes polêmicas. A definição oficial
brasileira para Relações Públicas vem da Associação Brasileira de Relações Públicas, com o
seguinte teor: “Entende-se por Relações Públicas o esforço deliberado, planificado, coeso e
contínuo da alta administração, para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre a
organização e todos os grupos aos quais está ligada, direta ou indiretamente.”
Assim, podemos entender que as Relações Públicas são esforços de atividades, medidas e
informações que objetivam proporcionar um bom entendimento entre uma empresa, órgão
governamental ou outra espécie de instituição e seu público-alvo. No nosso caso os públicos-
alvo são os pais, a comunidade, ex-Escoteiros, os órgãos oficiais, políticos, religiosos e
educacionais. Alvo bastante heterogêneo.
O Chefe tem como tarefa natural a função de Relações Públicas, ou seja, procura estar em
constante contato com os seus públicos-alvo divulgando o Movimento Escoteiro, fazendo
parcerias, prestando serviços, convidando-os a participar dos eventos do Grupo ou das
Sessões, fazendo uma política de boa vizinhança, estreitando laços de amizade, criando
oportunidades de confraternização; enfim, tudo que se possa traduzir em bom relacionamento
público, não esquecendo que os jovens sempre deverão se fazer presentes nestas situações,
pois elas servirão de exemplo e aprendizado, demonstrando a eles que ninguém vive só
isoladamente no mundo, que temos que nos relacionarmos bem se quisermos ter sucesso. A
dedicação ao Movimento Escoteiro não se resume em apenas 2 horas por semana; o adulto
deve estar consciente disso ao assumir o seu papel de Chefe para realmente ter uma postura
do Chefe como Relações Públicas.
Eis algumas posturas que o Chefe deve ter no cotidiano para um bom relacionamento público:
1- Sempre atenda bem as pessoas, esmerando-se em tudo que estiver ao seu alcance,
demonstrando boa vontade e satisfação; 2- Sempre seja franco e amistoso, cumprimentando
as pessoas, demonstrando que você está de bem com a vida; 3. Sempre trate as pessoas como
gostaria de ser tratado, respeitando as diferenças individuais de cada um; 4- Sempre use:

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“Com licença”, “Por favor”, “Obrigado”, “Desculpe”; estas expressões aproximam as pessoas
e demonstram a sua educação; 5- Sempre ouça o que as pessoas têm a falar, demonstre
interesse, cordialidade; aprenda a ouvir o que as outras pessoas têm a dizer – é uma arte; 6-
Sempre troque ideias com as pessoas, não discuta, exerça sua autoridade com maestria e
respeito; 7- Sempre que prometer algo a alguém, cumpra, não deixe para depois, seja
responsável, só prometa o que pode cumprir; 8- Não use as pessoas para desabafar, elas não
são responsáveis pelos seus problemas; fale com a pessoa certa e 9- Sempre receba as
reclamações com positivismo, com intuito de melhorar o seu desempenho; lembre-se que a
reclamação é uma opinião individual ou de um grupo. Incorporando estas posturas,
acreditamos que desempenhará bem o papel de Relações Públicas de seu grupo e por
consequência do Movimento Escoteiro como um todo, contribuindo para o engrandecimento
do mesmo.

A Postura do Chefe e a Imagem da Instituição


Verifica-se atualmente, que as empresas e organizações públicas ou privadas de pequeno,
médio ou grande porte, têm uma preocupação com sua imagem e também com a qualidade de
seus serviços ou produtos oferecidos ao mercado consumidor.
A imagem é então a vitrine, a reprodução do que a instituição é e pode fazer pelo seu público
específico - o consumidor.
Com o Movimento Escoteiro não é diferente, pois ele tem um produto para oferecer ao
mercado e tem um público consumidor específico e quem vende a imagem deste produto para
ser consumido é o Chefe.
Um produto só é bem aceito pelo mercado consumidor quando tem uma boa imagem quanto à
embalagem, à qualidade, às vantagens, à procedência; mas tudo isso não faz com que ele se
venda por si só, tem que haver propaganda que mostre esta imagem para o consumidor, ou
seja, tem que haver um apelo de consumo do produto e o grande responsável em divulgar e
provocar o desejo de consumo do produto chamado Escotismo, como já citamos
anteriormente, é o Chefe. Porém, qualquer instituição que esteja somente preocupada com
aspectos externos, tais como logomarca, uniformes, instalações, propaganda, etc., ela esta
fadada ao fracasso de sua atividade.
Desta forma, a boa imagem de uma instituição só será efetiva e eficaz quando atender também
aos aspectos internos, ou seja: Os Recursos Humanos, a Logística, os Programas, as
Atividades, etc.
O aspecto humano em qualquer instituição é essencial para o seu funcionamento. Os Grupos
Escoteiros devem investir em seu quadro de Chefes e Diretores e estes deverão estar sempre
dispostos para participar de cursos, palestras, seminários, eventos, etc. para que estes
aspectos internos, tais como Programas e Atividades também tenham qualidade. É importante
também a Logística, isto é, ter condições quanto a equipamentos, materiais e apoio para a
realização das atividades. Investindo bem, estaremos investindo no futuro dos jovens.

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A qualidade do que temos a oferecer ao nosso consumidor, sob os aspectos internos e
externos, é essencial para o bom funcionamento global de um Grupo Escoteiro. Não se
esqueça de que uma instituição pode ser construída ou destruída de acordo com o
procedimento de seus integrantes. Os Grupos Escoteiros são instituições e você, Chefe, é um
de seus integrantes. Assim sendo, procure sempre se esmerar nos seus conhecimentos e
relacionamentos, mantendo uma postura digna de um Chefe, transmitindo sempre uma boa
imagem, compatível com os Princípios do Movimento Escoteiro.

A postura do Chefe perante a Opinião Pública


Na sua função de Chefe, certamente desempenhará também o papel de Relações Públicas,
transmitindo uma boa Imagem do Movimento Escoteiro, como já citamos anteriormente.
Neste momento é importante que você saiba o que é Opinião Pública e como será visto por ela.
As Relações Públicas influenciarão a opinião pública, pois opinar é o seu papel e ela poderá
ser individual, ou seja, de uma só pessoa, formada pela imagem que ela faz de uma instituição,
organização, produto ou serviço. No nosso caso o grande divulgador desta imagem é o Chefe,
através de sua postura como Escotista e essa opinião poderá ser positiva ou negativa.
Outra forma de opinião pública é a de Grupo, que ocorre quando um indivíduo participa de um
ou mais grupos sociais – como exemplo, a família, a vizinhança, a escola, a empresa ou
organização da qual faz parte – e há identificação com este(s) grupo(s), e dele(s) passa a
receber influências. Suas atitudes e opiniões passam a ser refletidas. No confronto das
opiniões individuais surgem as opiniões de grupo, as quais atenderão as necessidades de uma
maioria. Estes tipos de opiniões são as mais frequentes no ambiente dos Grupos Escoteiros e
cabe ao Chefe ouvi-las e administrá-las. Para que as mesmas sejam sempre opiniões positivas,
tanto as individuais como as de Grupo dentro do âmbito do Grupo Escoteiro, ou fora dele, vão
depender da imagem que o Chefe esta divulgando do Movimento Escoteiro e de si mesmo. Não
se esqueça de que uma Opinião negativa pode gerar uma série de conflitos e pôr fim a anos de
trabalho e que não seja o Chefe a contribuir para que esta opinião seja gerada.

A Postura do Chefe nas Atividades Escoteiras


Sobre a postura do Chefe nas atividades escoteiras, vamos iniciar ressaltando as cerimônias,
que no sentido mais comumente usado é o de uma exposição de um sentimento, de algo que se
quer dar a conhecimento ou manifestar.
É de suma importância a postura do Chefe nas cerimônias no Movimento Escoteiro; ele deve
fazer com que as cerimônias correspondam ao que se queira expressar, elas devem ser
compreendidas por todos. Devendo o Chefe certificar-se que todos os envolvidos tenham sido
preparados e instruídos com antecedência.
As cerimônias têm muito de tradição. Ao comandar cerimônias o Chefe deve proceder com
muito cuidado. Se as usar como meio para uma mensagem, ótimo; porém, se forem usadas
como fim, cansam, aborrecem e se tornam enfadonhas.

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O Chefe que for dirigir a cerimônia não deve atrair a atenção para si, mas para o que se vai
realizar e deve dirigi-la com muito garbo, clareza, objetividade e sem se desviar do protocolo,
pois naquele momento o Chefe é o Mestre de Cerimônias.
Para cada cerimônia Escoteira existe uma forma tradicional de fazê-la; elas são bastante
divulgadas nos Cursos e nos Manuais de Cerimônias com o objetivo de uniformização,
evitando assim que cada Chefe venha a criar formas a seu bel-prazer.
Todas as cerimônias têm que ter uma coordenação e algumas por tradição já têm a
coordenação definida. Porém, as que fogem deste elenco deverão ter os seus coordenadores
bem definidos com antecedência para evitar confusão no momento do acontecimento.
É muito importante que o Chefe observe a individualidade das cerimônias; elas devem ser
marcantes, pois, cada jovem ou adulto deve viver e sentir as cerimônias seja elas quais forem.
Não façam cerimônias coletivas, onde se perde o valor pessoal do momento.
É imprescindível que o Chefe escolha a oportunidade da cerimônia com muito esmero, para
evitar que se dê mais importância ao local e ao momento do que à cerimônia. O Chefe não deve
esquecer que a maioria das cerimônias marca etapas importantes na vida escoteira dos jovens
e adultos.
Outro ponto importante a se levar em conta em algumas cerimônias é a privacidade,
propiciando a criação de um ambiente íntimo e mais descontraído.
Os Chefes devem programar as cerimônias com todos os detalhes, evitando assim incômodos
dos atrasos, mal entendidos e improvisações. Na programação deve constar o
desenvolvimento de toda a cerimônia.
Uma das cerimônias que acontecem com frequência no dia-a-dia dos Grupos Escoteiros, são
as aberturas e enceramentos das reuniões semanais, as quais são de grande valia, pois
oferecem a oportunidade das Tropas, Alcateias e Chefias praticarem e se esmerarem cada vez
mais nestas cerimônias. Por serem cerimônias habituais, o Chefe não deve relegá-las ao
segundo plano, nem proceder de forma desleixada, sem se preocupar com o garbo, o civismo
e a espiritualidade. Os comandos devem ser dados com firmeza, seriedade e respeito; neste
momento está se reverenciando a Deus, a Pátria e a Fraternidade Escoteira Mundial.
Em toda e qualquer cerimônia os Chefes devem primar pela postura própria e dos jovens,
evitando mascar chicletes, ficar conversando paralelamente, se coçando, se colocar em
posturas não usuais, fumando, fazendo considerações não pertinentes, etc. O Chefe não pode
nunca esquecer que ele é o exemplo, e que na maioria das Cerimônias há um público presente
e que nem sempre fazem parte do Movimento Escoteiro, o que faz do Chefe uma pessoa
bastante visada.
Outro ponto importante a considerar é a postura comportamental do Chefe junto a outros
Chefes em ambientes adultos. O Chefe quando em um ambiente adulto às vezes se esquece de
que continua sendo Chefe, e procede de forma incoerente com os Princípios Escoteiros,
revelando-se muitas vezes um péssimo exemplo aos jovens, colocando em risco todo o
objetivo educacional do Escotismo, que é a de construir “Bons cidadãos”.
Todo Chefe tem que ter consciência de que os direitos dos jovens terminam quando começam
os seus, e vice-versa. Quando Baden-Powell disse “Todo Chefe deve ser um menino homem”

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não quis dizer que o Chefe deve tomar o lugar do jovem ou se travestir do mesmo, mas
compreendê-lo e tratá-lo como tal. Entretanto, há Chefes que adoram assumir o papel do
jovem, se esquecendo de que as atividades são feitas para eles e muitas vezes aceitam
brincadeiras que deveriam se limitar ao ambiente juvenil, tornando-se ridículos em certas
posturas que, certamente, analisadas a posteriori causarão constrangimentos a este Chefe.
Não se faz necessário se submeter aos comportamentos juvenis para conquistar os jovens;
basta compreendê-los, aceitá-los e educá-los. Você, Chefe, já teve a sua época como jovem
participante do Movimento Escoteiro; cumpra com o seu papel de Chefe e proporcione aos
jovens condições para viverem a deles, de forma bastante saudável.
Existem responsabilidades que é exclusiva do Chefe, elas são: A Administração da Seção tanto
a parte burocrática como a técnica, e hoje com ao advento do SIGUE, essa administração se
tornou bastante importante. O registro da seção e da vida escoteira do jovem. Temos certeza
que dá para contar em apenas uma das mãos a quantia de Chefes que o fazem atualização
constante. Chefe! Não engane os jovens e nem a si mesmo!
O adulto que optou participar do Movimento Escoteiro deve fazer uma autoanálise e com toda
sinceridade, despojado de vaidades, verificar se realmente está correspondendo aos objetivos
do Escotismo, ou está se portando como o dito popular “Empurrando com a barriga”, fazendo
a programação “Nas coxas” ; se chegar a essa conclusão e que veio para o Escotismo porque
não tinha o que fazer aos sábados, então veio ao lugar errado, pois se não tem o que fazer:
“Não venha fazer no Movimento Escoteiro.”
Outra Atividade que muitas vezes causa constrangimentos às pessoas é o Fogo de Conselho.
O Chefe ou o Animador deve cuidar para ter um conhecimento prévio de tudo o que será
apresentado, para evitar constrangimentos. O Fogo de Conselho têm como ponto importante a
postura do Chefe ou animador, que às vezes esquece sua postura de Educador e “Solta à
franga”. Brincar, cantar, jogar, dançar e se divertir não é sinônimo de falta de decoro. O Chefe
tem que ter cuidado para não ser ridículo, e não ridicularizar os participantes.
Devemos ressaltar também, a real importância que o Chefe deve tratar com a questão da
religiosidade, ou seja, as atividades voltadas à Espiritualidade. Essas atividades devem ser
sempre ecumênicas ou inter-religiosas, a fim de respeitar a religião de cada membro do Grupo
Escoteiro, pois no Escotismo não existe discriminação ou tendência religiosa. É importante
também que o Chefe não faça da sua religião ou crença um apostolado, na tentativa de
arrebanhar os integrantes do Grupo Escoteiro para a sua devoção, pois desta forma estará
indo contra os Princípios do Movimento Escoteiro. O Chefe deve incentivar para que cada
jovem frequente a sua a religião, a qual deve ser inspirada, jamais incutida. Não é como uma
roupagem exterior, feita para usar aos sábados ou domingos. É parte integrante do caráter do
jovem, um desenvolvimento espiritual, e não uma camada superficial de tinta que pode ser
raspada. É um assunto ligado à personalidade, questão de convicção íntima e não matéria de
instrução. “Reverência a Deus, respeito ao próximo e a si próprio como servo de Deus é à base
de toda e qualquer religião” B-P.
Nas atividades com pais nas Assembleias de Grupo, nos Conselhos de Pais das Seções ou em
uma Reunião simplesmente informal, pais poderão criar situações embaraçosas para os

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Chefes ou para um Chefe, propondo discussão de tema inesperado. Neste momento os Chefes
têm que estar unidos e analisarem a situação e definirem se determinado tema deve ser
tratado naquele momento ou não. Muitas vezes percebe-se que não procede tal colocação do
pai, mas se um dos Chefes presentes tem alguma magoa do Chefe indagado pelo pai. Pronto! É
um “Prato cheio“ para se começar a “Lavar roupa suja fora de casa“. Isto nunca deverá
acontecer; os descontentamentos se resolvem em momentos designados a eles jamais na
frente de pais ou jovens. Os Chefes devem tratar as suas diferenças frente a frente e com
Lealdade. Muitas vezes o Chefe “Engole sapo de marcha ré”, ou seja, fica remoendo certa
situação e não a coloca às claras conversando, buscando esclarecimentos, que muitas vezes
não passa de uma má interpretação. Não seja egoísta! “Se me perguntassem qual o maior mal
que existe? Eu responderia: o Egoísmo” B-P.
“Tadinho do Chefe!” Existe Chefe que adora fazer se de coitado. Ele ou a família estão sempre
acometidos de algum mal ou desgraça quando deseja algo, faz-se de vítima dizendo que esta
muito mal ou passou mal, ou ainda, alguém da família esta mal. Chegam até a comentar de
familiares que foram desmentidos por médicos, ou seja, vão morrer. Toda essa situação para
ser visto como coitado, adora ter uma “Mãozinha acariciando a sua cabeça”.
Neste tópico não poderíamos deixar de citar as atividades de Campo. Nestas atividades, os
Chefes apresentam algumas posturas que deixam muito a desejar, existe o Chefe que adora
assumir o papel do jovem, se esquecendo de que o programa das atividades de Campo não é
para ele realizar as suas frustrações de quando jovem, querendo participar intensamente de
todas as atividades.
Uma postura bastante perigosa e que põem em risco os jovens, é a daquele Chefe que acha
que foi para um acampamento para tirar férias; estica a rede, se deita nela e de “Cuca fresca“,
deixa os jovens à vontade.
Quem se propõe ser Chefe tem que ter talho para as atividades de Campo e suas intempéries
para que, ao primeiro pingo de chuva, não o transforme em um dilúvio, amedrontando a todos
os jovens, juntando tudo de qualquer jeito e voltando para casa, ou colocando todos debaixo
das asas como uma galinha protegendo os pintinhos.
O Chefe tem que ser exemplo também no Campo e não ser daquele tipo “Faça o que eu
mando, não faça o que eu faço“, não se conformando de ter que dormir em barraca e tomar
banho frio, muito menos de rio, lago, cachoeira e chuveiro mateiro. Então, manda os jovens
tomarem banho e ele mesmo não lava nem os pés. Isso quando não usa os jovens para se safar
do banho frio, dizendo em alta voz: “Os meus escoteiros só tomam banho quente e de
chuveiro!“ e, assim, frustra todos os jovens ao seu comando, que estavam loucos para curtir
uma cachoeira. Tem aquele Chefe que ao invés de dormir na barraca, dorme no seu carro, o
que não é um ponto totalmente negativo. Já imaginaram dormir em uma barraca com este
Chefe depois de três dias de atividade sem que tenha tomado banho!
Há uma postura do Chefe, que ocorre nas atividades de Campo deveras preocupante e que
não deveria ocorrer de forma alguma, que é o uso de bebidas alcoólicas pelo Chefe, que às
vezes chega até a oferecer para os jovens com o pretexto que: “É só um golinho pra esquentar

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do frio”. Chefe, não incorra neste erro grave, pois estará se enquadrando como aliciador de
menores ao vício e promovendo o alcoolismo infantil; ao invés de lhes oferecer bebidas
alcoólicas, mostre a eles o grande mal que elas causam à saúde e à sociedade e os ensine a
fazer um chá quente.
Outra situação comum é quando o Chefe vai para o acampamento porque não tinha outro jeito,
tentou de toda forma melar a atividade e não conseguiu, tentou criar situações para retornar
antes e também não conseguiu e quando acampado não vê hora de voltar; quando chega na
hora de retornar apressa todo mundo, faz com que se juntem os materiais de forma
desordenada, deixa coisas para trás, e “Pernas pra que te quero”. Quando chega à sede, joga
tudo de qualquer jeito nos cantos de patrulha e “Tchau mesmo“. Daí as barracas, as lonas e os
cabos que são guardados úmidos mofam as panelas mal lavadas e as sobras de alimentos
juntam baratas e ratos, as ferramentas e espeques sujos enferrujam e o resultado é um grande
prejuízo para o Grupo Escoteiro.
Uma postura do Chefe que pode vir a causar desentendimentos com os demais Chefes e com a
Diretoria é a do Chefe egoísta e possessivo, que tem certa facilidade de se deslocar para São
Paulo, que ao invés de oferecer-se para servir o Grupo Escoteiro como um todo, não o faz, vai
até a Loja Escoteira da Região, faz compras à revelia, na maioria das vezes desnecessárias e
em algumas situações somente para a “Sua Tropa” e exige ser reembolsado.
Já falamos da postura dos Chefes que desejam se misturar aos jovens, dizendo: “Os jovens
adoram ver o chefe paga mico” ou “Temos que nos misturar aos jovens para melhor entendê-
los” Duas grandes mentiras, os Chefes são respeitados pelo que eles são e pelo que fazem,
para conhecer os jovens basta observá-los e conversar com eles.
O Chefe celular, é aquele que não consegue se desligar do mesmo durante as atividades,
quando não esta fotografando que acontece em seu redor, principalmente o seu pimpolho,
está batendo papo com alguém, ficando alienado do que esta ocorrendo com os jovens a sua
volta sob seu comando e respnsabilidade.
Finalmente, acreditando ter exposto boa parte das Posturas do Chefe perante as Atividades
Escoteiras, relatamos duas últimas situações, que é a do Chefe fumante inveterado, que não
respeita o espaço dos outros e nem a natureza, transformando o Campo e o Grupo em um
enorme cinzeiro para as suas bitucas. Se fumar é a sua opção, não a faça dos outros. O Chefe
fofoqueiro, que gosta do “diz-que-diz“ e vive pendurado no celular ou pelos cantos “Jogando o
verde para colher madura”, na tentativa constantemente de criar tumulto no Grupo em que faz
parte. Quando entramos em um Grupo Escoteiro é para somar e não dividir.
Em todas as atividades Escoteiras a postura esperada do Chefe é aquela de Educador, pois a
principal função do Chefe é a de educar. Se ele, como adulto, não souber discernir o certo do
errado, o bom do ruim, o seguro do inseguro e não tiver condições de dar bons exemplos, não
deveria jamais ter se proposto a participar do Movimento Escoteiro e muito menos ser Chefe.

Que postura os jovens, pais e o Movimento esperam do Chefe!

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Os Jovens Esperam:
Um Chefe que lhes permita viver o Escotismo de uma forma saudável;

Que a aventura, lhes seja oferecida para realizarem suas aspirações;

Que ofereça a eles um ambiente no qual eles se tornem responsáveis pela própria

formação;

Encontrar um Chefe que acredita no que está fazendo;

Que seja competente;

Que seja dono de si mesmo. Nada de gritos ou palavras inúteis;

Que seja verdadeiro.

Os Pais Esperam:
Responsabilidade na condução de seus filhos quanto à integridade física, psicológica e

espiritual;

Informação sobre o Escotismo. Os pais precisam entender o sistema de voluntariado e

os métodos pedagógicos usados no Escotismo. Eis a importância de palestras

informativas para os pais;

Mútuo conhecimento. Para evitar atritos e mal-entendidos e ajudará o Chefe a

conhecer o ambiente familiar do jovem;

Mútua cooperação. O jovem retornando ao lar contente com suas atividades

Escoteiras, logo a família verá com admiração e respeito o Chefe, este fato abrirá

certamente as portas para a cooperação dos pais nas necessidades do Chefe.

O Movimento Espera:
Que compreenda os Propósitos do Movimento Escoteiro “Contribuindo para que os

jovens assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente de caráter, ajudando-os

a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e

espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas comunidades“;

Seja leal aos Princípios do Escotismo;

Submeta seus próprios pontos de vista às Normas e Propósitos do Movimento;

Se preocupe em harmonizar o programa de atividades de sua Tropa com o

Sistema de Formação Progressiva, preconizado pela UEB;

Busque completar sua formação, buscando conquistar a Insígnia de Madeira;

Seja leal na aplicação do Método Escoteiro que se caracteriza pelo conjunto

da aplicação eficientemente planejada e sistematicamente avaliada;

Que alimente o SIGUE corretamente.

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O adulto cuja adesão à UEB como Escotista, como Dirigente ou
como Profissional às expectativas da entidade são :
• Cuja relação consigo mesmo, com o mundo, com a sociedade e com Deus constitui um
testemunho do Projeto Educativo do Movimento Escoteiro, com particular ênfase à sua
retidão de caráter, à sua maturidade emocional, à sua integração social e à sua capacidade
de atuar e de formar equipe com outras pessoas;

• Que tem disposição para assumir e enfrentar as tarefas próprias do seu processo de
desenvolvimento pessoal, no que se refere às suas próprias responsabilidades educativas
ou em função da necessidade de apoiar a quem está diretamente envolvido com tais
responsabilidades;

• Que manifeste uma atitude intelectual suficientemente aberta para compreender o alcance
fundamental das tarefas que se propõe desenvolver;

• Que possui a competência e a qualificação requeridas pela função que se propõe a exercer,
ou que se comprometa a desenvolver o processo de formação necessário a obtê-las;

• Que está comprometido com o aprimoramento contínuo dos conhecimentos, habilidades e


atitudes necessárias ao desempenho de suas funções na UEB;

• Que demonstra adesão às normas da UEB, aceitando-as e incorporando-as à sua conduta;

• Que é capaz de contribuir para a consecução do nosso Propósito, observando e fazendo


observar os Princípios e aplicando o Método Escoteiro no desenvolvimento das atividades
em que se verá envolvido;

• Que tem a idade, a saúde e o tempo suficiente para desincumbir-se com efetividade das
responsabilidades que lhe serão confiadas.

Diretrizes Nacionais para a Gestão de Adultos - UEB

Esperamos que após participar desta Oficina de Reflexão e ler está apostila o Chefe, vai

procurar se autoanalisar e buscar fazer o seu Melhor Possível para corrigir os seus erros com

o objetivo de oferecer cada vez mais um Escotismo de qualidade aos jovens e cumprir com sua

Promessa e com a Lei Escoteira na formação de bons cidadãos. Porém, se não conseguir da

primeira vez, continue insistindo, que temos certeza que conseguirá. Entretanto, se após a
autoanálise, achar que não tem erro algum, que não precisa se corrigir em nada. Parabéns!

Acreditamos que você está perfeitamente preparado para exercer qualquer função, menos a

de Chefe, pois no Movimento Escoteiro “O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais

do que a própria vida.“

Bibliografia:

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Guia do Chefe Escoteiro – Baden-Powell
Escotismo para Rapazes – Baden-Powell
Lições da Escola da vida – Baden-Powell
Manual de Cerimônias – UEB, Região R. G.do Sul
Apostila CB Ramo Lobinho – UEB, Região S. Paulo
Apostila CB Ramo Escoteiro – UEB, Região S. Paulo
Relações Humanas no Trabalho – Pierre Weil
Relações Humanas na Família – Pierre Weil
Apostila CT Ramo Escoteiro – UEB, Região S. Paulo
Apostila CA Ramo Lobinho – UEB, Região S. Paulo
Apostila CT A Postura do Líder Escoteiro – UEB, Região S. Paulo
Apostila CT Liderança – UEB, Região S. Paulo
Apostila Orientação Educacional – ITT – Paraná
Apostila CP – Distrito Bauru – UEB, Região S. Paulo
Diretrizes Nacionais para a Gestão de Adultos - UEB

Apostila elaborada pelo Escotista Waldimir Luiz Rios Jr. – IM


Revisor: Antônio Caetano P. Simões – IM – Delegado Distrital
25o Distrito Escoteiro - Bauru
Botucatu, SP – Fevereiro/2008
Atualização em Janeiro de 2017

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