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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA (CCT)


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA MECÂNICA (UAEM)

RONEY DE SOUSA LIMA

PROJETO DE UM EQUIPAMENTO DE DISPARO DE CARTUCHOS PARA TESTE


DE EFICIÊNCIA DE MUNIÇÃO

Campina Grande
2017
RONEY DE SOUSA LIMA

PROJETO DE UM EQUIPAMENTO DE DISPARO DE CARTUCHOS PARA TESTE


DE EFICIÊNCIA DE MUNIÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado


à Unidade Acadêmica de Engenharia
Mecânica, à Universidade Federal de
Campina Grande como requisito parcial a
obtenção ao título de graduado pleno em
Engenharia Mecânica.

Orientador: Professor Wanderley Ferreira de


Amorim Júnior – Dr.
Área: Projeto Mecânico.

Campina Grande
2017
RONEY DE SOUSA LIMA

PROJETO DE UM EQUIPAMENTO DE DISPARO DE CARTUCHOS PARA TESTE


DE EFICIÊNCIA DE MUNIÇÃO

Monografia Defendida e ___________________ em ___/___/___

____________________________________________________
Orientador de TCC - Professor Wanderley Ferreira de Amorim Júnior, DSc.
UFCG

____________________________________________________
Convidado – Professor Marco Antonio dos Santos, DSc.
UFCG

____________________________________________________
Convidado – Professor Fernando Almeida da Silva, DSc.
UFCG
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Idelzuita Xavier e Rovilson, por terem contribuído na
formação da minha personalidade e caráter, por tudo que fazem para que eu possa ascender
na vida, por serem uma referência de simplicidade, honestidade e responsabilidade e que
durante todo esse período de graduação, apesar da distância, nunca deixaram o sentimento
de solidão se tornar presente.
Agradeço ao meu irmão, Rovilson Jr, pela ajuda financeira que nunca deixou faltar
e por dividir este sentimento de família e ser um exemplo de inteligência e criatividade.
Agradeço aos meus amigos Manoel, Patrício e Helder pela amizade e pelas sugestões
durante a redação desse trabalho.
Agradeço a Ezequiel Dornelles, pela ajuda e orientação imprescindíveis nos
desenhos feitos em ambiente virtual, sem ele isso não seria possível.
Agradeço ao Prof. Dr. Wanderley Ferreira de Amorim Junior pela sugestão do
tema, pela amizade, pela deposição de confiança e pela orientação no desenvolvimento
deste projeto.
Agradeço a perita criminal Zenia Mary de Castro Lucena Muniz, por toda
orientação, disponibilidade, e também por todo seu apoio e tratamento a visita na polícia
civil do estado da Paraíba.
Agradeço aos professores da Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica pela formação
profissional.
Agradeço aos meus amigos de graduação, que conviveram com as mesmas
dificuldades ao longo destes anos, e sem o companheirismo destes o percurso teria sido
ainda mais difícil.
Agradeço a todos que contribuíram de forma direta ou indiretamente para a
realização deste trabalho.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Equipamento de teste balístico para vários calibres. ........................................ 2


Figura 2.1 - Cartuchos: (a) Pinfire; (b) com aba; (c) de taça; (d) em forma de seio. ........... 5
Figura 2.2 - Cartucho de fogo circular. ................................................................................ 5
Figura 2.3 - Cartucho de fogo central. .................................................................................. 6
Figura 2.4 - Visão interna e externa de um cartucho. ........................................................... 6
Figura 2.5 - Projéteis de munição calibre .38SPL, da esquerda para direita, de liga de
chumbo, semiencamisado e encamisado. ............................................................................. 9
Figura 2.6 - Classificação Geral das armas de fogo. .......................................................... 10
Figura 2.7 - Partes fundamentais nas armas de fogo. ......................................................... 11
Figura 2.8 - Cano raiado. .................................................................................................... 12
Figura 2.9 - Regiões de um cano típico de pistola. ............................................................ 13
Figura 2.10 - Regiões da câmara de combustão de uma arma de fogo. a) regiões da câmara
do cano de um fuzil. b) Detalhe da região do segundo ombro. .......................................... 14
Figura 2.11 - Revólver com tambor desencaixado da armação.......................................... 14
Figura 2.12 - Equipamentos de teste balísticos da Oregon Ballistic Laboratories. ........... 17
Figura 2.13 - Provete de tiro da New Lenox Ordnance (a) e desenho técnico com algumas
dimensões do provete (b). .................................................................................................. 18
Figura 2.14 - Bloco de alumínio com o cilindro e mecanismo de disparo. ........................ 20
Figura 2.15 - Bloco de alumínio, pino de disparo, cano e câmara de combustão. ............. 21
Figura 2.16 - Mecanismo de disparo ligado à placa de alumínio fixada no Ransom rest (a) e
indicação da ranhura de apoio no bloco receptor (b). ........................................................ 22
Figura 2.17 - Vista lateral do modelo de receptor universal da Bill Wiseman. .................. 23
Figura 2.18 - Dimensões do equipamento de teste. ............................................................ 24
Figura 2.19 - A esquerda vista lateral do receptor universal e a direita o receptor visto da
sua extremidade traseira com o mecanismo de acionamento elétrico. ............................... 25
Figura 2.20 - Receptor universal que aloja um conjunto de tambor de teste (câmara +
cilindro). ............................................................................................................................. 26
Figura 2.2 - Vista em perspectiva isométrica do tubo adaptador inserido num cano de
espingarda. .......................................................................................................................... 26
Figura 2.22 - Adaptador da câmara de armas de fogo de pequeno calibre. ....................... 27
Figura 2.23 - Modelos básicos encontrados na pesquisa. ................................................... 32
Figura 3.1 - Fluxograma da metodologia utilizada no projeto. .......................................... 19
Figura 4.1 - Gráfico da análise de mercado: comprimento típico das câmaras dos provetes.
............................................................................................................................................. 40
Figura 4.2 - Gráfico da análise de mercado sobre os diâmetros externos típicos das câmaras
dos provetes. ....................................................................................................................... 42
Figura 4.3 - Gráfico da análise de mercado sobre o fator k, do tubo e a pressão exercida na
câmara. ............................................................................................................................... 43
Figura 4.4 - Esboço em vista explodida da concepção 1. ................................................... 45
Figura 4.5 - Esboço em vista explodida da vista frontal da concepção 1. .......................... 46
Figura 4.6 - Esboço do bloco do mecanismo de disparo (6P1). ......................................... 47
Figura 4.7 - Concepção 1 montado em vista isométrica, feito em ambiente virtual. a)
Frontal, b) traseira e c) traseira em corte. ........................................................................... 49
Figura 4.8 - Concepção 1 em vista explodida, feito em ambiente virtual. a) vista aérea
traseira e b) vista aérea frontal. .......................................................................................... 50
Figura 4.9 - Concepção 2 montado, feito em ambiente virtual. ......................................... 51
Figura 4.10 - Esboço do provete com a Câmara separada do tubo e os adaptadores de
câmara. ............................................................................................................................... 51
Figura 4.11 - Esboço em vista explodida da concepção 2. ................................................. 52
Figura 4.12 - Desenho em vista explodida da concepção 2 feito em ambiente virtual. ..... 52
Figura 4.13 - Esboço em vista explodida da concepção 3. ................................................. 54
Figura 4.14 - Esboço da concepção 3. a) Vista em corte do perfil do equipamento, b) Vista
da parte inferior do equipamento, c) Vista superior do equipamento, d) Vista do perfil
direito do equipamento e e) detalhe da vista de perfil esquerda do equipamento............... 54
Figura 4.15 - Desenho em ambiente virtual da concepção 3. (a) Vista isométrica traseira e
(b) Vista isométrica frontal. ................................................................................................ 56
Figura 4.16 - Desenho em ambiente virtual da concepção 3 em vista explodida. ............. 56
Figura 4.17 - Esboço do provete com a Câmara separada do tubo e os adaptadores de
câmara. ............................................................................................................................... 57
Figura 4.18 - Desenho isométrico em ambiente virtual da concepção 4. a) vista frontal, b)
vista traseira, c) vista frontal em corte e d) vista traseira em corte. ................................... 59
Figura 4.19 - Desenho em vista explodida no ambiente virtual da concepção 4. a) vista
esgoto frontal e b) vista aérea traseira................................................................................. 60
Figura 4.20 – Base anterior da Concepção 4....................................................................... 64
Figura 4.21 – Tampa de fixação do provete da concepção 4.............................................. 64
Figura 4.22 – Conjunto do mecanismo de disparo da concepção 4.....................................65
Figura 4.23 - Pino percutor da concepção 4 ....................................................................... 67
Figura 4.24 - Provete da concepção 4................................................................................. 68
Figura 4.25 - Tubo Adaptador de câmara de calibre .38Spl .............................................. 69
Figura 4.26 - Histórico do tempo de pressão da câmara de cano 9mm............................. ..75
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Informações dos equipamentos de teste balístico encontrados no mercado


retirados dos catálogos dos fabricantes............................................................................... 27
Tabela 2 - Principais informações dos provetes encontrados no mercado. Dados retirado
dos catálogos........................................................................................................................ 32
Tabela 3 - Propriedades mecânicas dos aços da série 4000. .............................................. 74

LISTA DE ABREVIATURAS

UFCG - Universidade Federal de Campina Grande


CAEx - Centro de Avaliações do Exército

EPVAT - Electronic Pressure Velocity Action Time

PM/CG - Polícia Militar de Campina Grande

OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte

CIP - Comissão Internacional Permanente para a Prova de Armas Portáteis

SAAMI - Instituto de Fabricantes de Armas e Munições Desportivas

LR - Long Rifled

CBC - Companhia Brasileira de Cartuchos

GECRIM - Gerência
SUMÁRIO

CAPÍTULO I ................................................................................................... 1
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
1.1 Definição do problema ............................................................................................ 1
1.2 Objetivo geral .......................................................................................................... 2
1.3 Objetivos específicos ................................................................................................ 2
CAPITULO II .................................................................................................. 3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 3
2.1 Munição ................................................................................................................... 3
2.1.1 Breve histórico das munições ................................................................................ 3
2.1.2 Componentes dos cartuchos .................................................................................. 5
2.1.2.1 Estojo ....................................................................................................................... 6
2.1.2.2 Cápsula de espoletamento ...................................................................................... 6
2.1.2.3 Propelente ................................................................................................................ 6
2.1.2.4 Projétil ..................................................................................................................... 7
2.2 Arma de Fogo .......................................................................................................... 8
2.2.1 Geral ........................................................................................................................ 8
2.2.2 Componentes principais de uma arma de fogo .................................................... 9
2.3 Tiro ........................................................................................................................ 14
2.4 Exame de eficiência de munição .......................................................................... 15
2.5 Equipamento de teste balístico ............................................................................ 16
2.6 Equipamentos desenvolvidos para teste balístico de munições ........................ 18
2.6.1 Mecanismo de disparo para teste e avaliação balística da recriada arma de fogo
Otto Schneeloch .307 Triangular ............................................................................ 18
2.6.2 Provete de tiro e receptor universal desenvolvido pela empresa Bill Wiseman &
Co.,Inc dos Estados Unidos da América ......................................................................... 21
2.6.3 Patentes .................................................................................................................. 23
2.6.4 Análise de modelos de equipamento de ensaio balístico e de componentes
pesquisados ........................................................................................................................ 26
2.6.5 Análise dos modelos de provete de tiro pesquisados .......................................... 31
CAPÍTULO III .............................................................................................. 35
3 METODOLOGIA DE PROJETO ............................................................................... 35
CAPÍTULO IV .............................................................................................. 37
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 37
4.1 Projeto informacional ............................................................................................ 37
4.1.1 Análise dos resultados encontrados ...................................................................... 38
4.2 Projeto conceitual ................................................................................................... 43
4.2.1 Equipamento para teste balístico de provetes de armas leves (Concepção 1) ... 44
4.2.2 Receptor universal e provete de tiro (Concepção 2) ............................................ 49
4.2.3 Equipamento de teste balístico baseado no equipamento da CBC (Concepção 3)
............................................................................................................................................. 52
4.2.4 Equipamento de teste balístico da concepção 2 aperfeiçoado (Concepção 4) ... 56
4.3 Projeto preliminar .................................................................................................. 60
4.3.1 Projeto preliminar do equipamento para teste balístico de provetes de armas
leves - Concepção 1 ........................................................................................................... 60
4.3.2 Projeto preliminar do receptor universal e provete de tiro - Concepção 2 ....... 62
4.3.3 Projeto preliminar do equipamento de teste balístico baseado no equipamento
da CBC – Concepção 3 ..................................................................................................... 63
4.3.4 Projeto preliminar da concepção 2 aperfeiçoado – Concepção 4 ...................... 64
4.4 Projeto detalhado ....................................................................................................... 75
4.5 Fabricação do protótipo funcional ............................................................................ 76
4.5.1 Fabricação das bases e das sapatas ....................................................................... 76
4.5.2 Fabricação do provete e da caixa do mecanismo de disparo................................ 77
4.5.3 Fabricação das buchas e adaptadores ................................................................... 78
4.5.4 Fabricação do pino de percussão ........................................................................ 79
4.6 Teste ............................................................................................................................. 79
CAPÍTULO V ............................................................................................... 81
5 Conclusão ....................................................................................................................... 81
CAPITULO VI ............................................................................................................... 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 82
LIMA, Roney de Sousa. PROJETO DE UM EQUIPAMENTO DE DISPARO DE
CARTUCHOS PARA TESTE DE EFICIÊNCIA DE MUNIÇÃO. 2017. 86f. Trabalho
de conclusão de curso (Curso de Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de
Campina Grande, Campina Grande, Paraíba, 2017.

RESUMO

O crescente aumento da criminalidade exige dos estados uma necessidade de realizar


testes para tornar mais eficiente o processo de investigação, como exemplo dos testes
balísticos. Esses procedimentos por serem realizados com armas de fogo, necessitam de
equipamentos que minimizem os riscos de acidentes durante a operação desses. Um desses
equipamentos é o provete de tiro fixado ao receptor universal, que tem como uma de suas
funções permitir ao operador efetuar o ensaio a uma distância segura. O presente trabalho
tem como objetivo projetar um equipamento de disparo de cartuchos para teste de
eficiência de munição utilizando adaptadores na câmara de combustão do provete de tiro.
Para o desenvolvimento do projeto foi utilizada uma metodologia que consiste em projeto
informacional, projeto conceitual, projeto preliminar e projeto detalhado, gerando com isso
um amplo banco de dados. Destarte, quatro concepções foram desenvolvidas sendo a
última mais adequada para fabricação de acordo com as especificações e com a realidade
da oficina da instituição.

Palavras-chave: arma de fogo; equipamento para teste de eficiência de munição.


LIMA, Roney de Sousa. DESIGN OF A CARTRIDGE SHOT EQUIPMENT FOR
AMMUNITION EFFICIENCY TESTING. 2017. 86f. Conclusion of course work
(Mechanical Engineering) - University Federal of Campina Grande, Campina Grande,
Paraíba, 2017.

ABSTRACT

The growing increase in crime requires states to carry out tests to make the
investigation process more efficient, as an example of ballistic tests. These procedures,
because they are carried out with firearms, require equipment that minimizes the risk of
accidents during their operation. One of these devices is the shotgun attached to the
universal receiver, which has as one of its functions the operator can carry out the test from
a safe distance. The present work aims to design a cartridge firing equipment to test
ammunition efficiency using adapters in the firing chamber combustion chamber. For the
development of the project, a methodology was used consisting of informational design,
conceptual design, preliminary design and detailed design, generating a large database.
Thus, four designs were developed, the latter being more suitable for construction
according to the specifications and reality of the institution's workshop.

Keywords: firearm; ammunition efficiency test equipment.


CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

1.1 Definição do problema

Em vista da atual conjuntura, vem sendo exigido dos estados um grau elevado de
vigilância em função do caráter generalizado das ameaças que caracterizam os últimos
anos. Com isso, cabe ao Brasil, dispor de um poder militar dissuasivo, precisando assim
contar com forças armadas adestradas e devidamente equipadas, assim como uma base
tecnológica e industrial de defesa nacional capacitada científica e tecnologicamente. Para
que isso seja possível, torna-se necessário estreitar a relação entre os campos industrial,
militar e acadêmico, buscando um entrosamento maior entre esses setores. Destarte, é
importante desenvolver procedimentos, meios e equipamentos modernos adaptados às
características de nossos agentes de polícia e as condições encontradas em nossos
departamentos visando a ampliação dos recursos disponíveis para garantia da segurança e
facilidade de operação de nossos agentes da polícia.

Estruturas para ensaios balísticos de coletes e capacetes à prova de bala, blindagem


de veículos, controle de qualidade de lotes de munição, bem como para o desenvolvimento
de novos armamentos, vêm sendo desenvolvidos ao longo dos anos. Os materiais e o
design dessas estruturas têm evoluído bastante. Uma ferramenta de importância relevante
nessas estruturas são os equipamentos de teste de munição. Consiste num equipamento
mecânico reforçado onde tambores de canos balísticos conhecidos como provetes de tiro1,
são fixados para teste de parâmetro de munições, blindagem balística de materiais e teste
dos próprios provetes de calibres diferentes. O equipamento é constituído por uma unidade
básica denominada de receptor universal (Universal Receiver Ballistic Barrel), que aloja o
mecanismo de disparo e de percussão e ao qual o cano é fixado.

No Brasil, o Centro de Avaliações do Exército (CAEx), possui um equipamento de


teste de munição modelo, 292UR EPVAT Receiver, da HPI - High Pressure
Instrumentation - para realização de seus ensaios balísticos. Outras instituições como a
exemplo da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), possui também seu próprio
equipamento de ensaio balístico para realização de análise de pressão de gás e velocidade

1
Provete de Tiro – Um provete de tiro é um equipamento tubular de teste no qual, são instalados transdutores para
aferição de parâmetros balísticos, quando da realização do tiro.

1
de projéteis dos cartuchos. Como pode ser visto em um documento licitatório publicado
pelo diário oficial da união, em 2014. Um kit completo de um sistema de disparo remoto
composto de um equipamento B292UR para EPVAT, tem preço de U£ 140.858,00, algo
em torno de R$ 518.000,002. Em vista do valor elevado deste, e buscando valorizar o papel
científico exercido pela UFCG na sociedade, foi requisitado o desenvolvimento de tal
equipamento pelos peritos oficiais criminais do Laboratório de Balística Forense, Núcleo
de Criminalista de Campina Grande (NUCRIM-CG) do Instituto de Polícia Cientifica do
estado da Paraíba (IPC-PB) - Martos Ricardo Belo Themoteo Sousa e Zênia Mary de
Castro Lucena Muniz.

A Figura 1.1, mostra um modelo de equipamento balístico para disparo de cartucho.

Figura 1.1 – equipamento balístico para vários calibres.

Fonte - chesapeaketesting.com/services/ballistic-testing/

1.2 Objetivo geral


Projetar um equipamento para o disparo de diversos cartuchos de calibres diferentes
para teste de eficiência de munição utilizando adaptadores de câmara.

1.3 Objetivos específicos


- Produzir um projeto informacional com ênfase no estudo de equipamentos consolidados
no mercado;
- Utilizar a metodologia de projeto para o desenvolvimento dos dispositivos do projeto.

2
Disponível:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=07/07/2014&jornal=3&pagina=
98>, Acessado em: 12/11/2016.

2
CAPÍTULO II
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Munição

2.1.1 Breve histórico das munições

As primeiras formas de munição consistiam em uma pólvora em pó solta,


transportada em um frasco ou chifre, e vários projéteis que eram introduzidos a partir da
boca do cano. Esses projéteis iniciais eram frequentemente bolas de pedra de forma
irregular ou com formato semelhante a ponta de flecha. (HEARD, 2008, p.43).

No século XV, as munições haviam se tornado bastante padronizadas e consistiam


em um propelente de "pólvora negra" (enxofre, carbono e nitrato de potássio). Porém esta
pólvora, apresentava uma série de vulnerabilidades, nomeadamente, a produção de nuvens
de gás facilmente detectáveis, uma insuficiência de energia comunicada ao projétil
incapacitando esse de ser lançado contra o alvo, bem como alguma instabilidade de
comportamento, o que levou à pesquisa e descoberta das pólvoras frequentemente
utilizadas na atualidade, que se designam por pólvoras "sem fumo" (Ibid., p.43).

O acontecimento de importância que se seguiu na evolução das munições foi a


invenção do cartucho de munição, onde cápsula de espoletamento, projétil e propelente
passaram a serem acoplados ao estojo de munição, constituindo uma unidade de munição
completa. Estes primeiros cartuchos “autocontidos” ainda precisavam de um método
externo de acionamento para fornecer uma centelha para inflamar a carga propulsora
principal. Só depois da introdução do carregador, onde a munição foi carregada na parte
traseira do cano, surgiu uma verdadeira munição autônoma. (SANTOS, 2015, p.37).

As tentativas iniciais de incluir a carga de iniciação dentro do cartucho incluem os


sistemas vulcânico, de bordo, de copo, de tetina, de aro anular, de agulha, de pinça e de
rebordo. (HEARD, 2008, p.44).

A maior parte destes teve uma vida muito curta e, com exceção do rimfire (fogo
circular) apenas o pinfire - cartucho cujo acionamento era feito acertando um pequeno pino
que se desloca radialmente logo acima da base do cartucho, como visto na Figura 2.1 (a) -
atingiu algum grau de popularidade (Figura 2.1).

3
Figura 2.1 – Cartuchos: (a) Pinfire; (b) com aba; (c) de taça; (d) em forma de seio.

Fonte - (HEARD, 2008, p.44)

Dos primeiros sistemas de ignição, apenas o rimfire é utilizado atualmente, e isso


apenas no calibre .22. Na munição rimfire, a composição de iniciação está contida na borda
oca do estojo do cartucho. Como consequência, o propulsor está em contato íntimo com a
composição do propelente. Ao disparar, o pino de disparo da arma esmaga a fina borda da
caixa do cartucho (estojo), comprimindo a composição de iniciação e iniciando assim a sua
detonação, como é visto na Figura 2.2. (Ibid., p.45).

Figura 2.2 – Cartucho de fogo circular.

Propelente
Lubrificante
Composto de externo das
iniciação no aro ranhuras

Fonte - (HEARD, 2008, p.45)

4
Ainda segundo Heard (2008, p.45) o cartucho de fogo central removeu esta
limitação, proporcionando uma cápsula relativamente macia contendo o composto de
iniciação (a cápsula de espoletamento), que foi colocada no centro da base de um estojo de
cartucho mais forte. (Figura 2.3)

Figura 2.3 – Cartucho de fogo central.

Bigorna Estojo Camisa de liga de


cobre

Composição de
iniciação

Furos de Propelente Núcleo de


Cápsula da entrada da chumbo
espoletamento centelha

Fonte - (HEARD, 2008, p.45)

2.1.2 Componentes dos cartuchos.

Em quase todos os tipos de cartuchos, verifica-se a utilização de alguns


componentes essenciais como o estojo, a cápsula de espoletamento, o propelente (pólvora)
e o projétil (Figura 2.4).

Figura 2.4 - Visão interna e externa de um cartucho.

3 - Cápsula de
Espoletamento

Fonte - sindespe.org.br/portal/instrucao-belica/

5
2.1.2.1 Estojo

O estojo é a parte do cartucho sob a qual são montadas as outras partes da munição.
Seu formato e dimensões são determinados pelo calibre nominal da arma a ser utilizada,
possibilitando seu uso na câmara de combustão do tipo de arma para a qual é designado.
Para armas de alma raiada o estojo é metálico, geralmente de cobre ou latão, e para armas
de alma lisa possui uma base metálica e um corpo de plástico. (RABELLO, 1995).
Uma de suas extremidades é aberta, denominada boca do estojo, onde fica
engastado o projétil, e outra fechada, denominada culote. Em cartuchos de fogo central é
no culote que se aloja a cápsula de espoletamento e é onde estão impressos os caracteres
que identificam o calibre e o fabricante, além de outras características da munição. (JOST;
SANTOS; SATO, 2014).

2.1.2.2 Cápsula de espoletamento


As cápsulas de espoletamento são pequenos recipientes, às vezes parte do estojo, às
vezes neste montado, em que é colocada a mistura iniciadora, um explosivo químico,
altamente sensível à pressão, que quando detonado, gera uma chama para iniciar o
propelente. (Ibid., p.63).
A mistura iniciadora contida nas cápsulas de espoletamento eram constituídas de
fulminato de mercúrio, clorato de potássio ou de ambos, porém apresentavam alguns
inconvenientes e foram substituídas. Atualmente, a CBC usa em seus cartuchos misturas
iniciadoras à base de estifinato de chumbo (PbO2H(NO2)3), nitrato de bário (Ba(NO3)2),
trissulfeto de antimônio (Sb2S3), tetrazeno e alumínio. (CHEMELLO, 2007, p.2).

2.1.2.3 Propelente
O propelente é um combustível sólido e granular, que pode se apresentar em
diversos formatos, que se destina a inflamar com rapidez, produzindo um grande volume
de gases e elevação na temperatura, que serão responsáveis pelo aumento da pressão, o que
por sua vez impulsionará o projétil enquanto percorrer o interior do cano. (SANTOS, 2015,
p.39).
Em geral são constituídas de nitrocelulose, recebendo a denominação de base
simples, ou de nitrocelulose e nitroglicerina, denominando-se de base dupla (JOST;
SANTOS; SATO, 2014).

6
A sua composição química e a forma de seus grãos definem sua taxa de queima, e
isso é utilizado a depender do tamanho do cano da arma empregada, escolhendo pólvoras
mais lentas para armas com cano longo e pólvoras mais rápidas, ou ditas vivas, para armas
de cano curto. (SANTOS, 2015, p.39).
Nos cartuchos de munição CBC é comum o culote do estojo apresentar inscrições
“+P” e “+P+”, para designar munições que possuam carga de projeção que levará, no
disparo, respectivamente a “mais pressão” e “pressão ainda maior” (CBC, 2005, p.4).

2.1.2.4 Projétil
O projétil é a parte da munição que deverá produzir o efeito principal do disparo no
alvo. Inicialmente engastado na boca do estojo, deste se desprende sob a pressão dos gases
resultantes da queima da pólvora e é acelerado por estes gases através do cano, numa
trajetória helicoidal por conta das raias existentes (RABELLO, 1995).
Os cartuchos são carregados em geral com um único projétil, o qual está alojado total
ou parcialmente no estojo. São divididos em três grupos: projéteis de liga de chumbo,
projéteis encamisados ou projéteis semiencamisados - Figura 2.5. (SANTOS, 2015, p.40).
Projéteis de liga de chumbo são geralmente cilíndricos, e apresentam uma base,
corpo cilíndrico e ogiva. Quanto à composição, os projéteis podem ser de chumbo puro ou
liga de chumbo.
Já os projéteis encamisados (dos quais não se vê o núcleo) ou semiencamisados (dos
quais em geral aparece o núcleo apenas na ponta) apresentam núcleo de liga de Chumbo e
revestimento de liga de Cobre, alguns deles com Zinco e /ou Níquel. O objetivo principal
do encamisamento é impedir o derretimento do projétil quando sujeito a temperaturas e
pressões elevados, possibilitando disparos em armas de maior poder de fogo. Além disso o
encamisamento diminui a deposição de chumbo no cano, diminuindo seu desgaste e
contribuindo para uma melhor manutenção das propriedades de tiro do armamento (JOST;
SANTOS; SATO, 2014).

7
Figura 2.5 – Projéteis de munição calibre .38SPL, da esquerda para direita, de liga de
chumbo, semiencamisado e encamisado.

Fonte - (SANTOS,2015, p.40)

2.2 Armas de fogo

2.2.1 Geral

As armas de fogo por sua vez são definidas no inciso XIII, do art. 3º do Anexo do
Decreto Lei N.º 3665, de 20 de novembro de 2000 – (R105), como:
“Armas que arremessam projéteis empregando a força expansiva dos gases
gerados pela combustão de um propelente estativa confinado em uma câmara que,
normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar
continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao
projétil”. (BRASIL, 2000).
Segundo Tocchetto (2003, p.2) para que uma arma de fogo possa ser considerada
como tal, deve conter três elementos: o aparelho arremessador ou a arma propriamente
dita, a carga de projeção (pólvora) e o projétil, sendo que, os dois últimos integram na
maioria das vezes o cartucho. Quando existir somente a arma, sem a carga de projeção e o
projétil, estaremos diante de um engenho mecânico, de um objeto, talvez contundente, mas
não de uma arma de fogo.

O invento das armas de fogo foi um evento histórico que mudou o mundo de maneira
extrema, como poucas outras invenções. As guerras e conflitos mudaram de forma tão
radical que hoje em dia já não possuem quase nada em comum com os conflitos antes da
invenção das armas de fogo. (INSTRUMENTOS DE GUERRA, 2015).

8
A grande variação das armas de fogo, nos projetos e nas características, faz com que
existam armas extremamente diferentes, se fazendo necessária uma classificação geral das
armas de fogo. Eraldo Rabello (1995) propôs uma classificação das armas de fogo.

Figura 2.6 – Classificação geral das armas de fogo.

Dextrogiras
Raiadas
Quanto à
Sinistrogiras
alma do cano
Lisas

Quanto ao De Antecarga
sistema de
carregamento De Retrocarga

Por atrito
Armas de Fogo

Quanto ao Central
sistema de Por percussão
inflamação Radial
Elétrico

Tiro unitário
Quanto ao
funcionamento
Por repetição

Fixas

Quanto à Móveis
Longas
mobilidade e
uso Portáteis
Curtas
Semiportáteis

Fonte - adaptado de Tocchetto (2003).

2.2.2 Componentes principais de uma arma de fogo

Embora as armas de fogo tenham mudado muito no design desde que primeiramente
foram inventadas, os componentes e os termos usados para suas peças mudaram muito

9
pouco. Como pode ser visto na Figura 2.7, todas as armas modernas têm três grupos
básicos de peças: componentes de ação (action), cabo ou dispositivo de ancoragem (stock)
e o cano (barrel).

Figura 2.7 – Partes fundamentais nas armas de fogo.

Ação Cano

Dispositivo de
Ancoragem

Ação Cano

Cabo Armação

Fonte - www.gov.pe.ca/photos/original/CRFSCmanualV2.pdf

Ação: a ação é o coração da arma de fogo. Inclui todas as partes móveis que carregam,
disparam e ejetam os cartuchos da câmara de disparo. Vários tipos de ações são usadas em
armas de fogo modernas, como por exemplo: Bolt Action, Pump Action, são exemplos de
ações manuais, e o Blowback é a principal ação das armas automáticas e semiautomáticas.
(SENASP, 2016, p.7 e 15).

Dispositivo de ancoragem: esse dispositivo das armas de fogo apresentam três funções
principais. A primeira delas é a de permitir a empunhadura, fazendo com que a arma seja

10
comodamente sustentada. Em segundo lugar, a armação tem a função de alojar todos os
mecanismos de disparo e segurança e, ainda, de sustentação do tambor e do cano. E, por
último, a de possibilitar a identificação da arma, pois geralmente é nessa peça que são
gravados os números de série, logomarca dos fabricantes, entre outros dados. (Ibid., p.21).

Cano: o cano de uma arma de fogo é, sem dúvida, um dos mais importantes componentes
da mesma. A sua função primordial é direcionar os projéteis para o alvo, no entanto, o
cano assume um papel preponderante em todo o processo de disparo. Com efeito, desde o
aparecimento do canhão de mão até as armas contemporâneas, o cano sempre foi alvo de
grande investigação e desenvolvimento. (HEARD, 2008, p.10).
Sabemos à priori que, inicialmente, as armas eram de alma lisa. Mais tarde, surgiram
armas com canos de alma estriadas ou raiadas3, presentes em armas de projétil único como,
por exemplo, carabinas, pistolas, metralhadoras como pode ser visto na figura 2.8.
(Ibid., p.11).
Figura 2.8 – Cano raiado

Fonte - www.hunt-guns.com/guns/rifle.

A alma é a parte oca do interior do cano de uma arma de fogo, que vai desde a
culatra até a boca do cano, destinada a resistir à pressão dos gases produzidos pela

3
Raia - As raias são saliências encontradas na face interna do cano, que imprimem um movimento de rotação
ao projétil, para que tenha uma trajetória estável ao longo do seu percurso.

11
combustão da pólvora e outros explosivos e a orientar o projétil. Como dito, pode ser lisa
ou raiada, dependendo do tipo de munição para o qual a arma foi projetada. (Ibid., p.12).
Um tubo de arma de fogo pode ser dividido em quatro regiões: a porção central ou
furo (alma do cano) através do qual o projétil desloca-se quando a arma é disparada; A
porção traseira ou câmara que abriga o cartucho antes do disparo; A abertura traseira ou a
culatra através da qual a munição é carregada; E a abertura dianteira ou boca do cano de
onde o projétil emerge. Exceções prevalecem em relação às funções dessas regiões,
particularmente com a técnica de abertura e carregamento da culatra. A Figura 2.9 é um
cano típico que mostra as regiões aplicáveis aos tubos de pistola convencionais. (AMCP,
1963, p.2).

Figura 2.9 – Regiões de um cano típico de pistola.

Culatra Alma do Boca do


cano cano

Fonte - (AMCP, 1963, p.2).

Segundo a norma MIL-STD-1267 (1963, p.2), câmara de combustão ou apenas


câmara consiste na porção traseira alargada do interior do cano que contém ou mantém o
cartucho quando em posição de ser disparado.

A câmara com exceção dos revólveres é integral ao cano e consiste na porção


do tubo de disparo onde o cartucho é depositado antes de ser disparado. O corpo da câmara
possui, porções a partir da culatra definidos por variações do diâmetro ao longo do eixo do
tubo na região da câmara. O corpo, primeiro ombro, cilindro de centragem para artilharia
ou pescoço para armas pequenas, assento da bala e cone de forçamento são porções
comuns em câmaras de canos de armas de fogo. (AMCP, 1963, p.2).

O corpo conhecido também como headspace é a distância da culatra a um ponto na


câmara; a localização exata desse ponto varia de um tipo de cartucho para outro. O
headspace precisa ter um comprimento de câmara que corresponda ao comprimento do
cartucho. Se o cartucho for muito longo, o martelo não conseguirá fechar, ou irá forçar o

12
cartucho contra a câmara gerando uma situação potencialmente perigosa. Se o cartucho for
curto em relação ao headspace, por outro lado, o estojo sofrerá alongamento excessivo
quando disparado. (MIL-STD-1267, 1961, p.3).

O primeiro e segundo ombro são batentes que proporcionam a superfície de parada


longitudinal para o cartucho, Figura 2.10 (a) e (b).

Figura 2.10 – Regiões da câmara de combustão de uma arma de fogo. a) regiões da


câmara do cano de um fuzil. b) Detalhe da região do segundo ombro.

Fonte - www.armoryblog.com/firearms/rifles/barrel-chamber-cutaway-after-4000-
rounds/

13
Os revólveres não possuem câmara de combustão em seu cano, ao contrário das
pistolas possuem múltiplas câmaras em um compartimento independente do cano
denominado cilindro ou tambor, Figura 2.11. Já o cano de uma espingarda possui ao longo
do seu comprimento cinco medidas distintas. A primeira é a câmara que varia de diâmetro
conforme o calibre e de comprimento conforme o tamanho do cartucho (65 mm, 70 mm,
76 mm) a que se destina. A segunda medida é o cone de forçamento que nada mais é do
que uma diminuição afunilada que liga a câmara a alma do cano, a terceira e (mais
comprida) medida é a alma do cano. A quarta medida é a de um pequeno cone de
forçamento da câmara para o choke e por último temos no final do cano a quinta e última
medida que é o choke ou estrangulamento. (HEARD, 2008, p.15).

Figura 2.11 – Revólver com tambor desencaixado da armação.

Fonte - tudosobrearmas.com.br/wp-content/uploads/2016/02/Revolver-Colt-Anaconda-
Calibre-44-Magnum.jpg

2.3 Tiro

Não são raros os casos em que há certa confusão entre os conceitos de tiro e
disparo, sendo necessário estabelecer a diferença entre estes conceitos. Disparar é colocar o
mecanismo de disparo da arma em movimento. E, para que um disparo produza um tiro, é
necessário que ocorra a detonação e deflagração de um cartucho e a projeção de um projétil
através do cano da arma, sendo que nem todo disparo da origem a um tiro, mas todo tiro é
precedido do disparo do mecanismo da arma. (TOCCHETTO, 2003)

14
Segunda a conceituação criminalística, que é a única aceitável em balística forense,
o tiro corresponde àquele disparo eficaz produzido por uma arma, a qual teve como causa
determinante o acionamento normal, intencional ou não, do mecanismo de disparo da
mesma.

2.4 Exames de eficiência de munição

A balística forense é uma área integrante da criminalística, cujos objetos de estudo


são as armas de fogo e suas munições, além dos efeitos produzidos pelo seu disparo, nas
ocasiões onde tais objetos e fenômenos guardarem relação com infrações penais, seja
direta ou indiretamente. Seu objetivo, pois, é esclarecer e provar a ocorrência de tais fatos.
(TOCHETTO, 2003)

Segundo Tochetto (2003) os principais tipos de exames periciais de balística


forense são: eficiência em arma de fogo e eficiência em munição; identificação de armas
de fogo; verificação de ocorrência de acidente de tiro ou de tiro acidental; e comparação de
projetis e de marcas de percussão em estojos e cartuchos.

Acerca do exame de eficiência em munição, este tem por finalidade verificar se os


cartuchos questionados são eficientes para a realização de tiros. Os procedimentos periciais
iniciam pela inspeção externa para verificar se todos os elementos componentes da
munição encontram-se íntegros antes de realizar os testes com disparos. Após descrição do
cartucho, é feito o teste de eficiência inserindo este na câmara de combustão e acionando o
sistema de disparo da arma com o cano ou provete de tiro na horizontal ou levemente
inclinado em direção a um para-balas. Caso este cartucho questionado não esteja em
perfeitas condições de uso; apresente sinais de que tenha sido recarregado, o exame de
eficiência é feito por meio de desmontagem deste cartucho visando garantir a integridade
do examinador. (INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS, 2011).

Ainda sobre exames de eficiência, se em qualquer tentativa ocorrer à deflagração, o


resultado do teste do cartucho será positivo, do contrário se em nenhuma tentativa ocorrer
a detonação da mistura iniciadora da espoleta na percussão, o resultado do teste será
negativo. (POPS PERÍCIA, 2013, p.12).

15
2.5 Equipamentos de teste balístico

O Provete de tiro trata-se de um equipamento que testa cartuchos completos em


tiros, com objetivo de mensurar a velocidade e pressão no tiro. (POPS PERÍCIA, 2013,
p.15).

Os provetes de tiro fazem parte de um equipamento balístico destinado a realizar


testes de pressão de detonação e velocidade de projéteis. Esse conjunto é conhecido como
Ballistic Test barrel (Teste de cano balístico ou equipamento de teste balístico). Os
equipamentos de teste balísticos são compostos por três partes fundamentais: Bloco
receptor (receiver barrel), através do qual o provete ou tubo de disparo é apoiado e fixado.
Sua função é apoiar o provete de forma a obter centragem deste e ainda dissipar calor
proveniente do tubo após disparo. Os receptores universais (receiver universal) permitem a
fixação de uma faixa de canos de diferentes calibres. A sua grande vantagem é permitir
acomodar vários tipos de tubos de teste, desde um calibre .22 até um .50 BMG, todos os
quais podem ser disparados do receptor simplesmente mudando o provete; O Provete ou
tubo de disparo, (barrel) cuja função é a mesma de qualquer outro cano de arma de fogo
(exceto das armas sem recuo); e o mecanismo de disparo, que compõe todas as partes
móveis, através do qual é feito o disparo (Figura 2.12).

Figura 2.12 – Equipamentos de teste balísticos da Oregon Ballistic Laboratories.

Transdutor de
Provete de tiro
pressão acoplado
ao provete

Receptor
universal de
provete

Mecanismo de
disparo fixado ao Base ou mesa de
receptor apoio do receptor
universal

Fonte - www.oregonbl.com/site/oregon-ballistics.html
16
Os provetes têm espessura de parede bem maior que a de um tubo comum de arma.
O acionamento do cartucho é feito de forma manual (percussão) ou remota (elétrico) e
lança o projétil, a grandes velocidades contra para-balas, chapas metálicas, stand de tiros
ou materiais com níveis de blindagem consideráveis. Os provetes geralmente são tubos de
artilharia4 da categoria, monobloco ou seja é feito de uma única peça sem revestimento
para aumento de resistência da parede do tubo como pode ser visto na Figura 2.13.
(AMCP, 1964, p.5).

Figura 2.13 – Provete de tiro da New Lenox Ordnance (a) e desenho técnico com algumas
dimensões do provete (b).

Ajustamento do
Headspace e rebaixo
para fixação do
provete no receptor

Colar de reforço
na câmara do
provete
Rasgo extrator de cartucho

Entrada da chave

Fonte - (a) http://www.newlenoxordnance.com/universal-receiver-systems.html (b)


(SAAMI Z299.3, 2015, p.132).

4
Tubos de Artilharia inclui canhões de mais de 30 mm de diâmetro de furo, tais como armas, obuses e
morteiros. (AMCP, 1964, p.6).

17
Assim como os canos de rifles e armas leves o provete deve adaptar-se em termos
de dimensões às normas da OTAN, CIP ou normas militares e aos padrões da SAAMI.

2.6 Equipamentos desenvolvidos para teste balístico de munições.

2.6.1 Mecanismo de disparo para teste e avaliação balística da recriada arma de fogo
Otto Schneeloch .307 Triangular.

A dissertação de mestrado desenvolvida por Shukitis (2014) intitulada "A


Recreation and Ballistic Evaluation of Otto Schneeloch's Firearm Curiosity - The .307
Triangular”, traz em seu texto, o procedimento de concepção de um mecanismo de disparo
utilizado para acionar um cartucho triangular desenvolvido por Otto Schneeloch’s e
recriado pelo autor (Figura 2.14).
Este mecanismo de disparo foi criado dentro de um bloco de alumínio de 2x3
polegadas para encaixar os componentes principais. Este bloco de alumínio tem um
pequeno furo em um dos lados, com posicionamento central em relação ao furo triangular
do tubo confeccionado. O bloco tem um furo que se prolonga ao longo de todo
comprimento do bloco a partir de um lado, até que atinja um furo de menor diâmetro no
lado oposto. Este furo maior cria a cavidade onde os componentes deslizarão durante o
armamento e disparo do equipamento. (SHUKITIS, 2014, p.49).
Os componentes internos são compostos por um martelo em formato sextavado, um
parafuso de olhal, uma mola, e uma porca de fixação, Figura 2.15. O martelo sextavado
encaixa-se de forma justa ao longo do furo maior do bloco e afunila-se para um pino de
percussão na extremidade deste. Este pino se encaixa confortavelmente no orifício menor e
é de comprimento suficiente para se projetar ligeiramente para fora do bloco, o que
significa que o pino é maior do que a profundidade do furo do bloco. O pino de percussão
ligado ao martelo sextavado é solidário a mola, podendo ser comprimido e travado no
lugar adequado. (Ibid., p.52).
No momento do disparo, a mola é liberada, permitindo que o pino de percussão
avance em direção ao centro do cartucho e consequentemente efetue o disparo (percussão
direta).

18
Figura 2.14 - Bloco de alumínio com o cilindro e mecanismo de disparo.

Fonte - (SHUKITIS, 2014, p.56).

Ainda segundo Shukitis (2014), o bloco receptor de alumínio também tem algumas
características importantes e convenientes a destacar. Em primeiro lugar, há dois furos
perfurados verticalmente no corpo do bloco. Estes furos permitem que o bloco seja
aparafusado ao suporte plano (Ransom Rest5), que também mantém o tambor e o cilindro
fixados, como pode ser visto na Figura 2.15 (a) e (b).

5
Ransom rest, é uma base de apoio fixa para disparo de armas de mão (handgun). Esse dispositivo
permite um disparo sem recuo ou rotação da arma. Absorve a energia através de um disco de atrito.

19
Figura 2.15 - Bloco de alumínio, pino de disparo, cano e câmara de combustão.

Furo Triangular

Câmara do cano

Cano

Mola

Bloco de Alumínio

Martelo sextavado

Parafuso de olhal Porca de fixação

Fonte - (SHUKITIS, 2014, p.51-53).

A fim de evitar inconveniência quanto a remoção dos parafusos, esses foram


introduzidos pela parte inferior do suporte e bloqueado no lugar com porcas na parte
superior, permitindo uma operação de troca de cartucho mais ágil.
A segunda característica é uma ranhura no lado em que o orifício de percussão está
localizado. Esta ranhura é necessária pois os cartuchos Schneeloch têm uma base ou culote
saliente. Se não houvesse a ranhura, o mecanismo de disparo teria de ser colocado a uma
certa distância da face frontal do cilindro. Uma vez que é desejável ter o bloco de alumínio
alinhado com a base do cartucho e as bordas deste, a ranhura foi feita no bloco de
alumínio. Outra vantagem da ranhura no bloco é que esta faz com que a base do cartucho e
o pino de percussão tenham um apoio adequado durante o processo de disparo, como pode
ser visto na Figura 2.16 (b). (Ibid., p.53).

20
Figura 2.16 – Mecanismo de disparo ligado à placa de alumínio fixada no Ransom
rest (a) e indicação da ranhura de apoio no bloco receptor (b).

Furos de fixação Ranhura no


Bloco
Furo do pino
de percussão

Fonte - (SHUKITIS, 2014, p.53 e 54).

2.6.2 Provete de tiro e receptor universal desenvolvidos pela empresa Bill Wiseman &
Co.,Inc dos Estados Unidos da América.
Este produto refere-se a um receptor ou suporte universal que é concebido para o
teste de disparo de canhões (provetes) de calibres diferentes e tem como principal objetivo,
o ensaio de cartuchos de caça, desporto ou armas militares de calibres diferentes. São
utilizados principalmente por fabricantes de munições e laboratórios balísticos para testar
as diferentes pressões e velocidades geradas por uma determinada carga.

A Figura 2.17 mostra o equipamento que é composto pelo receptor universal ou


bloco (1), feito de aço SAE 4140/4150 temperado, com formato retangular contendo uma
porta na parte superior (2) para facilitar o acoplamento dos sensores de pressão
piezoelétricos no provete. O sistema de percussão (3) se encontra na parte interna do
receptor

Além disso, possui ainda uma porca de aperto (4), cuja função é fixar o provete no
bloco receptor e nas laterais do bloco receptor, são encontrados rasgos (3), cuja função é

21
permitir uma perda de calor mais acelerada da superfície externa da câmara do provete. Na
parte posterior do receptor, está fixada através de parafusos, o mecanismo de disparo
pneumático (6) que eliminam as falhas de ignição (Figura 2.17).

Figura 2.17 – Vista lateral do modelo de receptor universal da Bill Wiseman.

3.

5.
.

Fonte - www.wisemanballistics.com/universal-receivers/

As principais características deste equipamento são:

Comprimento do bloco: 258 mm;

Largura do bloco: 100 mm;

Altura do bloco: 180 mm;

Peso do bloco: 15 Kg;

Calibres de ensaios: .22cal à .50cal;

Material: Aço SAE 4140/4150;

22
Na porca de travamento, é usado a rosca do tipo ACME, pois oferece melhor
vedação e menor fadiga. É usado aço 1045 ou outro com tensão de escoamento mínima de
380 MPa, para que não haja margem para falha catastrófica.

Figura 2.18 – Dimensões do equipamento de teste.

Fonte - www.wisemanballistics.com/universal-receivers/

2.6.3 Patentes
O resultado da pesquisa feita em bancos de patentes norte americanas, constatou que
existe uma variedade significativa de patentes relacionadas ao tema. A maior parte dessas
patentes são referentes aos equipamentos de teste balístico, porém há também patentes
relacionadas aos adaptadores de câmara de combustão. A patente US2983142A6, traz o
desenvolvimento de um receptor universal para teste de cartuchos de calibres diferente,
onde tal receptor permite que o mecanismo de disparo seja adaptado para utilização com
acionadores elétricos e seja facilmente permutado para o mecanismo de disparo do tipo de
percussão (Figura 2.19). Outra patente referente a equipamentos de teste balístico
US3885293A7, está relacionada a medição balística e mais particularmente a um conjunto
de provete (cilindro + câmara) de teste para medir com exatidão e reprodutibilidade a
pressão da câmara e a velocidade do projétil na boca do cilindro para cartuchos de

6
David J. McNally, Universal Receiver For Test Guns. US2983142A (1961).
7
Bateman, Jr, Allan, A, James J. Method Of Making Vented Test Barrel Assembly For Revolver
Ammunition. US3885293A (1975).

23
revólver. A inserção de meios espaçadores entre o cilindro e o tambor proporciona um
intervalo de espaçamento predeterminado entre eles. Há uma ventilação controlada
resultante de gases propulsores, através do espaçamento durante a detonação que
proporciona leituras de velocidades reprodutíveis, que podem ser utilizadas para prever
com precisão o desempenho real de um cartucho num revólver. A porca utilizada tem rosca
ACME, (Figura 2.20).

Figura 2.19 – A esquerda vista lateral do receptor universal e a direita o receptor visto da
sua extremidade traseira com o mecanismo de acionamento elétrico. Patente US2983142A.

Outra patente relacionada a solução da necessidade de testar vários cartuchos de


calibres diferentes é a US3339304A8, onde o objetivo principal desta invenção é
desenvolver um adaptador de câmara de cano balístico melhorado, com particular utilidade
em espingardas, de peso mínimo capaz de ser utilizado com vários tipos de espingardas
sem sacrificar a resistência estrutural e a segurança na zona crítica de pressão da culatra.

8
Oliver M. Knode, Jr., Edward M., Shotgun Gauge Adapter. US3339304A (1967).

24
Figura 2.20 – Receptor universal que aloja um conjunto de tambor de teste (câmara +
cilindro). Patente US3885293A.

Figura 2.21 - Tubo adaptador inserido num cano de espingarda. Patente US3339304A.

Adaptadores de Câmara

Esses adaptadores de câmara de cano ou tubos adaptadores melhorados, podem ser


inseridos de forma removível na câmara para reduzir o diâmetro do furo do cano,
permitindo assim que a mesma arma dispare munição de calibre diferente. (Figura 2.21)

25
É também apresentado na patente US3640013A9, um adaptador de câmara de armas
de fogo de pequeno calibre através do qual pode ser disparado um projétil de tamanho
inferior. A câmara do inserto adaptador definido é excêntrica em relação ao próprio
adaptador e ao cano da arma de fogo de modo a permitir que uma arma de fogo central
dispare projeteis de cartuchos de fogo anular de menor calibre.
O objetivo deste invento é proporcionar um adaptador de subcalibragem que se
encaixe totalmente dentro da câmara do cano de uma arma de fogo de pequeno calibre e
não necessite de uma troca de cano complementar para o disparo do projétil de calibre
menor (Figura 2.22).

Figura 2.22 - Adaptador da câmara de armas de fogo de pequeno calibre. Patente


US3640013A.

2.6.4 Análise de modelos de equipamento de ensaio balístico e de componentes


pesquisados.
Para o estabelecimento das concepções criadas dos sistemas dos equipamentos de
teste balístico que serão vistos na Seção 4, foi necessário efetuar uma pesquisa detalhada
em produtos semelhantes produzidos em países como República Tcheca, Itália, Alemanha,
Estados Unidos da América entre outros.
Nesta oportunidade foram analisados vários equipamentos da Prototypa (empresa
Tcheca), Stas (empresa Italiana), Drello (empresa Alemã) e Bill Wiseman (empresa
localizada nos EUA) que utilizam sistemas cujo mecanismo de acionamento, receptor e

9
Clarence W. Franklin, Subcaliber Adapter for Firearm. US3640013A (1972).

26
sistema de percussão, possuem funcionamentos distintos, sendo selecionados destes
equipamentos analisados 11, mostradas na Tabela 1.
Baseado no levantamento feito nos catálogos:
a) Não foi possível ter acesso aos desenhos detalhados do projeto do equipamento de
ensaio balístico, indicando que essa tecnologia é de conhecimento restrito ao detentor do
projeto.
b) O resultado da pesquisa feita constitui-se na solução do problema global que se
subdivide em dois problemas parciais, a saber: provete e mecanismo de acionamento da
munição.

Tabela 1 – Informações dos equipamentos de teste balístico encontrados no


mercado retirados dos catálogos dos fabricantes.

MODELO EMPRESA PESO CALIBRES COMP. LARG./


/PAÍS DE TESTE ALT.

Prototypa 50Kg 12,7x107mm 430 mm


(República (Sem o 12,7x99mm (Com 110mm /
Tcheca) provete) 14,5x114mm provete 150mm
balístico)

BB-20 Ballistic Breech


Elétrico e Manual.
MECANISMO DE DISPARO Sistema de acionamento em carro sobre trilho que guia e
permite retirada do estojo acionado e recarga.

Prototypa 13Kg 20x102mm 150mm /


(República (Sem o 20x139mm 350mm 130mm
Tcheca) provete)

UZ-67 Universal Ballistic Breech


Acionamento manual.
MECANISMO DE DISPARO Base em forma de “Tesoura” que permite melhor apoio no
disparo.

Prototypa Até 280mm /


(República 125Kg 25x137mm 1200mm 165mm
Tcheca)
UZ-2010 Universal Ballistic Breech
Elétrico e manual.
MECANISMO DE DISPARO Temperatura de operação entre -25°C a +40°C.

27
Prototypa 50Kg 230mm /
(República (Sem o Até 12,7mm 960mm 200mm
Tcheca) provete)
UZ-2002 Universal Ballistic Breech
Elétrico e manual.
MECANISMO DE DISPARO Sistema de acionamento em carro sobre trilho que guia e
permite retirada do estojo acionado e recarga.

Prototypa 47Kg 40mm 750mm 280mm /


(República (Sem o 40x46mmLV (Com o 335mm
Tcheca) provete) 40x 53mmHV provete
incluso)
UZ-2011/40 Universal Ballistic Breech
Acionamento elétrico.
MECANISMO DE DISPARO Base com mecanismo de elevação [0° à 45° (passo 5 °)].
Ativação por eletroímã com tensão de saída de DC 18-38 V.

9x19mm
Stas - 7.62x51mm 500 mm -
(Itália) .380 ACP (Com o
.357 MAG provete)
.40 SJW
ATG 201 – 2k14

MECANISMO DE DISPARO Acionamento manual e elétrico. Material: aço SAE 1045.

5.56x45mm 1000mm 700mm /


Stas - 5.45x39mm (Com o 1100mm
(Itália) 9x18mm provete) (Dimensões
globais)
GURE

MECANISMO DE DISPARO Acionamento manual e elétrico.

500 mm 700mm /
Stas - - (Com o 1100mm
(Itália) provete) (Dimensões
globais)
LARE 2k14

MECANISMO DE DISPARO Acionamento manual e elétrico.

400mm /
Stas Até - 1390mm
(Itália) - 12,7x99mm (Dimensões
globais)
ATG – 103

MECANISMO DE DISPARO Acionamento manual e elétrico.

28
Drello 85Kg 12,7x99mm 550 mm 180mm /
(Alemanha) (.50 BMG) 100mm

ATD 1055-2

MECANISMO DE DISPARO Acionamento eletromagnético opcional.

≤ 7.6

Drello 15Kg 7.62x63mm 258 mm 250mm /


(Alemanha) (.30-06) 290mm

ATD 1055-0 ≤ 7.6

MECANISMO DE DISPARO Acionamento manual e elétrico.

Fonte – Autoria própria.

Onde:
Comp. = Comprimento do equipamento balístico;
Larg. = Largura do equipamento balístico;
Alt. = Altura do equipamento balístico;

Posteriormente, foi analisado o princípio de solução para o problema parcial do


mecanismo de disparo do equipamento. No Quadro 1, apresentam-se as possíveis soluções
para o problema parcial do mecanismo de acionamento.

Quadro 1 - Princípios de soluções para o problema parcial do mecanismo de acionamento.

MODELO EMPRESA DESCRIÇÂO


/PAÍS

Essa é a concepção básica de qualquer


mecanismo de acionamento dos equipamentos
Bill de teste de munição destinado a ensaiar
Wiseman
(Estados
munições de forma segura e rápida. Suas
vantagens estão na simplicidade de construção,
Unidos da e funcionamento. Permite intercambialidade. A
América) sua desvantagem consiste na sua limitação a
câmara do provete.

29
Essa é uma concepção inovadora do mecanismo
de acionamento do equipamento de teste de
munição da (Stas). Essa concepção apresenta
um sistema rotacional manual do mecanismo de
Stas disparo que libera a câmara do provete com
(Itália) maior facilidade. Sua vantagem reside na
facilidade de construção e funcionamento. A
sua desvantagem está na vedação da câmara no
ATG 201 momento da detonação.

Outro sistema inovador de mecanismo de


acionamento é desenvolvido pela Prototypa.
Este sistema é composto pelo mecanismo de
Prototypa
(República
acionamento fixado a um trilho que desliza-se
através de um guia no bloco e permite que o
Tcheca) cartucho seja introduzido na câmara. Possui
como vantagem a facilidade de operação e
simplicidade do equipamento.
BB-20 Ballistic Breech

Essa concepção é uma evolução da concepção


anterior (BB-20) sendo que nessa o sistema é
mais robusto, devido ao calibre que este
Prototypa
(República
equipamento testa. Suas vantagens consistem
no maior espectro de calibre possível de ser
Tcheca) ensaiado em relação ao anterior. As suas
desvantagens consistem em ter uma geometria
mais complexa e, consequentemente, um custo
BB-30 Ballistic Breech maior de produção.

Essa concepção é também uma evolução do


sistema BB-20 no qual o sistema de
Prototypa acionamento encontra-se em um carro sobre
(República
trilho que guia e permite a retirada do estojo
Tcheca) acionado da câmara e recarga. Sua vantagem
UZ-2002 Universal Ballistic Breech
está na sua intercambialidade de componentes.
Desvantagem é o seu alto custo.

O sistema apresentado é um conceito inovador


de um conjunto de acionamento. Nessa
concepção o sistema de acionamento é fixado
ao bloco por parafusos, e uma alavanca lateral,
CBC promove um movimento translacional de um
(Brasil) pequeno bloco contendo o martelo de disparo.
Possui como vantagens a simplicidade de
construção e funcionamento. Suas principais
desvantagens reside no custo de fabricação e
limitação quanto ao calibre da arma.

30
Essa concepção consiste em um sistema de
Bill acionamento simples, porém com o bloco de
Wiseman percussão independente que permite que o cano
(Estados
possa ser trocado. Suas principais vantagens
Unidos da são a fácil fabricação do equipamento e a
América) intercambialidade. A principal desvantagem é a
limitação com relação ao calibre.

Fonte – Autoria própria.

Na pesquisa realizada, foi possível notar que à forma dos equipamentos


encontrados, não apresentam muita variação entre os modelos de mercado. Isso pode ser
justificado pela simplicidade do equipamento. No geral, todos possuem o bloco receptor de
provete e componentes fixados. A diferença entre os modelos reside no sistema de
acionamento acoplado no bloco. Uns mais complexos com sistema que permite o
afastamento desse do receptor após cada disparo (b), outros com este sistema dentro do
bloco (a) e um básico que permite o afastamento do mecanismo de acionamento por
rotação buscando o alinhamento entre a culatra e a câmara (c) como é visto na Figura 2.23.

Figura 2.23 – Modelos básicos encontrados na pesquisa.

Fonte – Autoria própria.

2.6.5 Análise dos modelos de provete de tiro pesquisados.


Uma gama de catálogos de provetes de tiro disponíveis nos sites das empresas
fabricantes foram analisados. Considerou-se nessa análise as variáveis que trazem
informações significantes ao desenvolvimento do provete. Ao todo analisou-se 13
provetes, dos quais apenas 11 são mostrados na Tabela 2. Logo em seguida, foi feito um
tratamento dos dados e montou-se uma base de informações:

31
Tabela 2 - Principais informações dos provetes encontrados no mercado. Dados retirado
dos catálogos

Modelo L C Dec de

Especif. 38,6mm 49,1mm 31,7mm


Pelo (1,520in)
teste.

Projetante: SAAMI (EUA) Di = 9,40mm; Pc=40psi (275,8Mpa)


Calibre – 30mm M=25,4mm; Aço 4140 ou Aço 416; Padronizado
conforme: SAAMI e OTAN.

650mm/
600mm/ 70mm 59,8mm 35mm
150mm

Operante: Wiltshire Ballistic Services Ltd Di = 9,60mm; Pc=52psi (358,5Mpa)


Calibres - 5.56. Padronizado conforme: CIP, SAAMI e OTAN.

150mm 80mm 69,5mm 31,62mm

Di = 10,033mm; Pc=43psi (296,5Mpa)


Fabricante: Prototypa (República Tcheca) M=21,5mm; Padronizado conforme: CIP, SAAMI e
Calibre – 9mm Luger. OTAN.

650mm 80mm 69,5mm 31,62mm

Fabricante: Prototypa (República Tcheca) Di = 13,59mm; Pc=62psi (430Mpa)


Calibre – 375 H&H Mag. M=25mm; Padronizado conforme: SAAMI.

700mm 80mm 69,5mm 31,62mm

32
Fabricante: Prototypa (República Tcheca) Di = 21,59mm; Pc=12,8psi (88,25Mpa)
Calibre – 12/76. M=25mm; Padronizado conforme: SAAMI.

600mm 80mm 69,5mm 31,62mm

Fabricante: Prototypa (República Tcheca) Di = 9,662mm; Pc=55psi (379Mpa)


Calibre – 223 Rem. M=25mm; Padronizado conforme: SAAMI.

600mm 81,5mm 60,5mm 32,5mm


Fabricante: Stas (Itália) Di = 12,222mm; Pc=22psi (151,6Mpa)
Calibres: (.45ACP) Padronizado conforme: CIP, SAAMI e NATO.

600mm 123mm 69,5mm 31,62mm

Di = 9,662mm; Pc=55psi (379Mpa)


Fabricante: Bill Wiseman (EUA) M=25mm; Aço Inoxidável 416; Padronizado
Calibre – .223 Rem conforme: SAAMI.

Pistol
150mm
123,7mm 50,7mm 39,70mm
Rifle
600/650
mm
Fabricante: Stas (Itália) M=27,5mm; Aço 4150; Pc=59psi (406,8Mpa);
Calibre - 12,7x99mm Padronizado conforme: OTAN.

201,8mm 123,8mm 50,77mm 31,62mm

Di = 10,10mm; Pc=43psi (296,5Mpa)


Fabricante: Prototypa (República Tcheca) M=21,5mm; Padronizado conforme: CIP, NATO.
Calibre – 9x19mm.

33
508mm 124mm 50,77mm 31,62mm

Di = 9,60mm; Pc=58psi (399Mpa)


Fabricante: Prototypa (República Tcheca) Aço 4140; Padronizado conforme: CIP, SAAMI e
Cal 5.56x45. NATO.

Trata-se de um adaptador de câmara que reduz de


cal. 12 Gauge para Cal. 22LR. Possui comprimento
de 2 ¾ polegadas, e o material no qual esse
adaptador é confeccionado é uma liga de aço 4140,
usinada. Por serem de baixo calibre, os testes de
cartuchos .22 LR, são feitos somente com uso de
Fabricante: Short Lane (EUA)
adaptadores de câmara.
Cal. 22 LR

Trata-se de um adaptador de câmara que reduz de


cal. 12 Gauge para Cal. 38SPL. Possui comprimento
de 3 polegadas. Esse adaptador é fabricado por
usinagem com uma liga de aço. Por serem de baixo
calibre, os testes de cartuchos .38SPL, são feitos
Fabricante: Short Lane (EUA) com uso de adaptadores de câmara.
Cal. 38 SPL
Fonte – Autoria própria.

Onde:
L = Comprimento total do provete;
C = Comprimento da câmara do provete;
Dec = Diâmetro externo da câmara do provete;
de = Diâmetro externo do provete.
M = distância da culatra ao centro do furo que recebe o transdutor de pressão.
Di = Diâmetro interno do provete na extremidade da câmara.
Pc = Pressão na Câmara de combustão do provete. Dados obtidos dos testes da NATO10.

10
North Atlantic Treaty Organization - NATO, conhecida popularmente como OTAN, é uma aliança militar
intergovernamental baseada no Tratado do Atlântico Norte, que foi assinado em 4 de abril de 1949.

34
CAPÍTULO III

3 METODOLOGIA DE PROJETO

Todo projeto de componentes, sistemas ou subsistemas possuem suas peculiaridades


próprias e características inerentes para cada caso. Porém, à medida que se inicia um
projeto, o desenvolvimento desdobra-se numa sequência de eventos, que segue uma ordem
cronológica, formando um modelo, o qual quase sempre se encontra em comum a todos os
projetos (BACK, 1983). A Figura 3.1 abaixo, representa o fluxograma da metodologia de
projeto que nesse trabalho foi usada como referência para sua execução.

Figura 3.1 - Fluxograma da metodologia utilizada no projeto

35
Definição do problema ou projeto informacional: Consiste na interpretação e limitação
dos requisitos disponíveis, de forma clara e objetiva. Para tanto, reuniram-se todas as
possíveis informações necessárias ao desenvolvimento do trabalho. Foi realizada uma
pesquisa buscando informações referentes aos requisitos do projeto e do dispositivo a ser
desenvolvido. As fontes de informação utilizadas foram normas ou padrões, artigos e
equipamentos já presentes no mercado, focando nos aspectos funcionais e de projeto;

Projeto conceitual: Busca-se apresentar na forma de croquis, diagramas, desenhos


esquemáticos a visualização da(s) ideia(s) que melhor atendem à demanda de projeto.

Projeto preliminar: Estabelece os materiais e dimensões que resistam aos esforços


solicitados, em conformidade com os coeficientes de segurança estabelecidos;

Projeto detalhado: Com os processos de fabricação e as normas vigentes no país, quanto


à segurança operacional e a confiabilidade do produto, detalhando a documentação para a
construção do protótipo.

Construção do protótipo: Faz-se uso dos recursos disponíveis, fabricação e montagem,


para a obtenção da forma física estabelecida e dimensionada nas fases anteriores.

Teste de validação: Para saber se atende às especificações de projeto e,


consequentemente, a demanda inicial.



36
CAPÍTULO IX

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Projeto informacional

Foram realizadas pesquisas e estudos durante a busca pela solução adequada acerca
do projeto de um equipamento de teste balístico. Diante da pesquisa realizada foi feito uma
reunião de outros trabalhos na área de desenvolvimento de armamentos como patentes,
dissertações e também alguns catálogos, imagens e vídeos. Somando as informações
obtidas chegou-se a um método mais adequado para concepção de um equipamento para
teste de eficiência de munição.
De início, foi realizada uma reunião com agentes do Instituto de Polícia Cientifica
com o propósito de definir precisamente o problema e dar continuidade ao projeto. Com
isso, foi feito uma apresentação dos dados já obtidos em uma pesquisa prévia (mas geral),
pontuando alguns modelos encontrados no mercado e trazendo suas principais
características. Logo, teve-se um referencial básico para sustentar um debate sobre a
concepção do equipamento de acordo com os requisitos de projeto apresentados pelos
agentes presentes.
Desta ocasião, foram notados alguns requisitos:
 O equipamento deve ser projetado para disparar munições de diversos calibres e
com isso, cartuchos de diferentes dimensões visto que a munição a ser ensaiada é
de natureza desconhecida
 O projeto deve ser desenvolvido, tendo como prioridade à segurança total do
operador durante a realização dos ensaios, visto que a munição a ser testada é de
procedência desconhecida.

O equipamento será utilizado como uma ferramenta para confirmação do tiro. Com
isso, o provete deverá ser robusto e ter geometria que permita uma melhor distribuição das
tensões desenvolvidas, de forma a não surgir concentradores de tensões e um possível
desprendimento de material em momentos de picos de tensões. Além disso, serão
utilizados os adaptadores de câmara balística conhecidos como sub-caliber insert para
atender a necessidade do exame de um espectro variado de munição. No que concerne às
normas, não se obteve nada especifico que se relacione ao tema. Num âmbito de

37
padronização a SAAMI é uma associação de fabricantes americanos de armas de
fogo e munições, que publica vários padrões da indústria relacionados ao campo, incluindo
especificações de munição, câmara, e pressão de câmara aceitável.

Também a CIP é uma organização internacional que estabelece normas para testes
de segurança de armas de fogo leves ou de pequeno porte. É uma organização quase que
exclusivamente europeia, que garante que todas as armas de fogo e munições vendidas a
compradores civis nos estados membros são seguras para os usuários.

A seguir será apresentado uma análise de alguns resultados obtidos nesse projeto
informacional:

4.1.1 Análise dos resultados encontrados.

Para facilitar a compreensão dos resultados encontrados na seção anterior, foi


plotado um gráfico de dispersão que traz as tendências do mercado em fabricar os provetes
com uma faixa de comprimento de câmara e diâmetro de câmara preferenciais. A análise
foi feita com provetes, cuja maioria são de fuzis, isso para que o projeto seja dimensionado
sempre nas condições de máxima pressão e tenha resistência garantida para qualquer
calibre cuja pressão de pico na câmara seja menor.
Nessa seção será dado uma ênfase no provete, visto que o bloco e os elementos de
acionamento, serão selecionados dentre aqueles obtidos na Seção 2.
Quanto ao comprimento da câmara do provete, foi traçado um gráfico de dispersão
(Figura 4.1) onde pode ser visto uma clara tendência do mercado em fabricar os canhões
com duas faixas de comprimento de câmara preferenciais. Os provetes da faixa primária,
entre 80 e 81,5 milímetros de comprimento são os primeiros que aparecem. Nesse patamar,
há dois exemplares de pistolas, dois de fuzil e um de espingarda, podendo ser deduzido que
o comprimento da câmara do provete nessa faixa, não guarda nenhuma relação com um
tipo de arma especifico.
Predominam nessa faixa os provetes da empresa Prototypa, cujo objetivo da empresa
é a pesquisa e desenvolvimento de novos provetes e também o teste de munição.

38
Figura 4.1 – Gráfico da análise de mercado: comprimento típico das câmaras dos provetes.

Fonte - Autoria própria. Gráfico obtido pelo Statistic.

Já a segunda faixa (entre 123,7 e 124 mm), representa provetes que comportam uma
grande variedade de aplicações desde teste com diferentes pressões e velocidades geradas
por uma determinada carga de cartucho à seleção de materiais para canos de armas,
canhões e provetes. Pode-se ver nessa faixa, que a diferença entre os comprimentos das
câmaras dos provetes analisados de maior e menor tamanho é de 0,3 mm. Portanto, o
gráfico indica claramente uma tendência entre os fabricantes em relação ao comprimento
da câmara dos provetes. Comprimentos de câmara mais longos indicam uma maior
resistência do provete ao longo do furo na região próximo a câmara, porém aumentam o
custo de fabricação do tubo.

39
Nessa segunda faixa, os calibres analisados são .223 Rem, 12,7x99 mm, 9x19 mm,
5,56x45 mm, que são calibres similares aos da primeira faixa. A maioria dos provetes
presentes nessa faixa, são de fuzis. Isso indica que os provetes da segunda faixa, possuem
uma resistência longitudinal maior se comparado aos da primeira faixa.
Quanto ao diâmetro, a Figura 4.2 oferece uma visão mais ampla do que é utilizado no
mercado. A figura mostra que há duas faixas de tendência a se utilizar. A primeira faixa
tem como unanimidade provetes com diâmetro externo de câmara de 69,5 milímetros, onde
se desconsiderarmos o provete de calibre .45 ACP, a faixa é uma constante sobre esse
valor. Embora esses provetes tenham comprimento de câmara menor se comparado aos
provetes da segunda faixa de tendência, possuem uma espessura de parede maior na região
próximo a câmara, garantindo maior resistência ao deslocamento radial e
tangencial/circunferencial. Contudo, sabe-se que no dimensionamento do cano o essencial
é determinar a espessura da parede, que depende também do material sendo, portanto, esse
gráfico uma orientação para não se fazer um projeto extravagante.
Quanto ao comprimento total do provete de alma lisa, sabe-se que nos menores a
velocidade de saída e o desempenho são baixos se comparado com os provetes mais longos
quando utilizadas as mesmas cargas. No caso da dispersão em particular, o efeito da
dispersão advêm das elevadas pressões internas do tubo. A pólvora usada nos cartuchos
possui uma velocidade de combustão muito rápida, o que eleva rapidamente a curva de
pressão interna. Nos tubos mais longos, a pressão interna decresce gradualmente,
diminuindo as perturbações na coluna de chumbo causadas pelos gases em expansão.
Encurtando progressivamente o cano, a pressão na base da coluna de chumbo irá
aumentar no momento da saída. O que vai originar irregularidades no padrão da chumbada
e um incremento na dispersão. (JUSSILA, 2005).

40
Figura 4.2 – Gráfico da análise de mercado sobre os diâmetros externos típicos das
câmaras dos provetes.

Fonte - Autoria própria. Gráfico obtido pelo Statistic.

É importante referir que o comprimento total do provete não tem relevância alguma
para o projeto do equipamento, pois o objetivo da Policia cientifica é a comprovação do
tiro, ou seja, o lançamento do projetil a qualquer velocidade, não havendo interesse algum
em ganho de precisão e/ou velocidade do projétil.
Um parâmetro importante, que deve ser levado em consideração nesse projeto, diz
respeito à relação entre o diâmetro interno do tubo e a espessura da parede (Di/e), cuja
evolução, à luz de pelo menos três teorias-limite de resistência, pode proporcionar um

41
excelente critério para dimensionamento de tubos para utilização sob pressão. Em geral,
𝐷𝑖
tubos de parede fina respeitam a relação 𝑘 = = 10 onde e, é a espessura do tubo. Se
𝑒

contudo, um tubo ou recipiente cilíndrico contiver pequenas relações de k, passará a ser


tratado como um tubo ou cilindro de parede grossa.

Figura 4.3 – Gráfico da análise de mercado sobre o fator k, do tubo e a pressão exercida na
câmara.

Fonte - Autoria própria. Gráfico obtido pelo Statistic.

Quanto aos modelos, a Figura 4.3 oferece uma visão mais ampla do que está sendo
utilizado no mercado. A figura mostra que há uma tendência em se utilizar provetes com
fatores k, entre 0,47 e 0,50 assim como, em geral, o diâmetro externo tende a estar entre
50,7 e 69,5 mm. Todas as relações são obtidas na extremidade da câmara do provete, o que
justifica a grosseira espessura desses tubos. Quando se desconsidera aqueles dois
exemplares cujas pressões são menores (Cal. 12 Gauge e .45 ACP), o gráfico indica
claramente uma região de tendência entre os fabricantes, onde as pressões na câmara estão
entre 275,8 e 430 Mpa, e a relação k, está entre 0,32 e 0,48. O calibre 12 Gauge, fugiu

42
totalmente dos padrões por se tratar de uma provete de espingarda, onde o tubo tem
espessura de parede menor se comparado aos outros provetes.
Pela Figura 4.3, pode-se ver que não existe nenhuma distinção entre os provetes das
pistolas e dos fuzis, deduzindo-se assim, que esse fator independe do calibre ou tipo de
armamento.
Nota-se que o fator k, que determina o quão espesso é o tubo, é pouco influenciado
pela pressão desenvolvida na câmara. Pressões de 275,8 Mpa são desenvolvidas em tubos
cujo fator k é 0,47 (espessura de 19,85mm e diâmetro externo de 49,1mm), já em outros
exemplares podemos encontrar tubos com k = 0,48 (e = 27,9mm e Dec = 69,5 mm),
suportando pressões em torno de 430 Mpa. A resistência para suportar as altas pressões do
gás propulsor, é definida em grande parte, pelo material do tubo e suas propriedades
mecânicas e físicas. (AMCP, 1964)
Os modelos Cal 30mm e Cal 5,56x45, são confeccionados com aço AISI 4140.
Trata-se de um aço de baixa liga (Cr, Mo, Mn), com alta resistência à fadiga e ao impacto,
possui modulo de elasticidade de 210 Gpa, modulo de Poisson de 0,3, resistência ao
escoamento de 415 Mpa e dureza de 13 HRC. Já o Cal.223 Rem, é confeccionado com aço
inoxidável 416, aço esse de fácil usinabilidade, com boa resistência à corrosão e resistência
a altas temperaturas (675 à 750°C), possui um módulo de elasticidade de 200 Gpa. Outro
aço utilizado para confecção dos tubos de provete, é o AISI 4150, aço ligado Cr, Mo e V,
com resistência ao escoamento 380 Mpa, módulo de elasticidade de 210 Gpa e com
módulo de Poisson de 0,27 e dureza de 13 HRC.

4.2 Projeto conceitual

Através da análise das especificações obtidas na fase anterior, partiu-se para a


verificação do escopo do problema. O projeto conceitual foi dividido em quatro etapas,
onde a primeira, consiste na concepção de um equipamento destinado a receber um cano
de arma leve. A segunda etapa, foi feito a concepção de um receptor universal e provete de
tiro de simples operação e montagem, a terceira etapa traz a concepção de um equipamento
de teste balístico de acordo com o equipamento desenvolvido pela CBC. E por fim, a
última etapa é a concepção de um equipamento aperfeiçoado do segundo conceito. Esse
último foi concebido, visando a simplicidade de fabricação do mesmo, de acordo com a
realidade da oficina mecânica da UFCG.

43
4.2.1 Equipamento para teste balístico de provetes de armas leves (Concepção 1)
Assim, essa primeira concepção teve como requisito principal a simplicidade de
fabricação, economia de material, intercambialidade, de acordo com as possibilidades da
oficina da UFCG. Como foi concebido antes da reunião com os agentes da polícia, esta
concepção de equipamento é destinada a testes com canos de armas leves (Figura 4.4).

Figura 4.4 – Esboço em vista explodida da Concepção 1.

Pino de
armação (5P1) Furo (2F1)

Furo (1F1)

Mola 1
Furo de 10 mm
de diâmetro
Mola 2
Bloco de Pino percutor
base (1P1) (4P1)

Furo em rasgo
para o disparo

Pino de Tampa do
Furo escalonado do
disparo (5P1) furo (1F1)
pino de armação (5P1)
(1P1)

Fonte – Autoria própria.

Uma das grandes vantagens deste equipamento é sua concepção e construção


simples, com poucos componentes. Outra vantagem é que se pode fazer testes com
diversos canos de armas leves, graças aos adaptadores que são colocados entre o bloco e o
cano a ser utilizado (Figura 4.5).

Esta concepção baseou-se no último modelo de equipamento visto na Tabela 2 da


Seção 2.6.4, e também do equipamento desenvolvido por (Shukitis, 2014), Seção 2.6.1. Os
componentes foram projetados primeiramente em esboços feito a mão livre e
posteriormente em ambiente virtual e podem ser vistos nas Figuras 4.4 à 4.8. As cores
servem meramente para melhorar o contraste entre os componentes.

44
Figura 4.5 – Esboço em vista explodida da vista frontal da Concepção 1.

Adaptadores de Tampa fixadora


cano – Vista do cano (3P1)
superior (2P1)

Permitem a
mudança e com
isso a adaptação a
diferentes canos

Adaptadores
de cano (2P1) Furo de 10 mm
de diâmetro
Furo 2F1 de
diâmetro 10 mm
Furo de 5 mm
sem rosca
de diâmetro
Bloco de base
(1P1) Rasgo R1

Fonte – Autoria própria.

Observa-se na Figura 4.5 que se trata de um equipamento composto por peças que se
encaixam e são fixadas por parafusos a um bloco principal. O bloco de base (1P1), consiste
de um perfil retangular espesso de aço SAE 1020, com formato de “T” invertido, onde
através do rasgo (R1) e de furos (1F1, 2F1, F10, F5) recebem itens que se acoplam neste.
Sua finalidade principal é abrigar um pino percutor (4P1) e consequentemente todo sistema
de percussão (mola 2 e a tampa do furo 1F1), com a total segurança, de forma a evitar que
este elemento do conjunto seja lançado para trás no momento da detonação, em função da
alta pressão desenvolvida.
Neste bloco, também pode ser visto furos e rasgos na base (furo em rasgo para
receber o pino de disparo e furo escalonado para receber o pino de armação) que são
destinadas a receber elementos da parte inferior do mecanismo de disparo do conjunto.

45
O pino de armação 5P1, juntamente com a mola 1, são introduzidos no furo
escalonado, e permite um travamento e liberação do martelo do conjunto de mecanismo de
disparo, apenas pela movimentação do pino de disparo dentro do rasgo no qual está
inserido.
Figura 4.6 – Esboço do bloco do mecanismo de disparo (6P1).

Bloco do
mecanismo de
disparo (6P1)

Furo de 10 mm de
diâmetro

Furo do mecanismo
de disparo

Mecanismo de disparo:
(1) Martelo; (2) Mola;
(3) Porca fixadora; (4)
Caneta de percussão.

Permite a
utilização de
acionador
pneumático ou
elétrico.

Fonte – Autoria própria.

Na parte frontal, o cano é acoplado de forma fixa ao bloco através da tampa do cano
e dos adaptadores, estes últimos se colocam entre o cano e a tampa, e graças a sua
geometria, permitem uma união desmontável e justa entre esses elementos.
Na parte superior do equipamento, é fixado o bloco do mecanismo de disparo através
de parafusos cabeça cilíndrica com sextavado interno M10x65 mm. Um furo longitudinal é
encontrado neste bloco, o qual é destinado a receber o mecanismo de disparo e todos seus
componentes como pode ser visto na Figura 4.6. Na parte inferior deste bloco, um furo liso
dá acesso ao furo do mecanismo de disparo, e permite que o pino de armação possa ter
contato com o martelo (1) do mecanismo de disparo, podendo assim travar e armar o
equipamento e posteriormente aciona-lo no momento desejado.

46
Figura 4.7 – Concepção 1 montado em perspectiva isométrica, feito em ambiente virtual. a)
Posição de ensaio, b) Posição lateral e c) em corte.

Bloco do
Mecanismo de
disparo

Porca
fixadora

Pino de
Disparo
Caneta de
Percussão

(a)

Tampa de
Fixação do
cano

Cano

Bloco de
Base

Adaptadores
de cano

(b)

47
Martelo
de disparo
Pino de
armação

Pino
percutor

Pino de
Disparo
(c)

Fonte – Autoria própria.

Figura 4.8 – Concepção 1 em vista explodida, feito em ambiente virtual. a) posição 1 e b)


posição 2.

Pino de armação

Mola de percussão

Caneta de
percussão

Pino de acionamento
(a)
48
Mola do
mecanismo de
disparo

Mola do
mecanismo de
armação

Tampa do sistema
de percussão

(b)

Fonte – Autoria própria.

4.2.2 Receptor universal e provete de tiro (Concepção 2)


Na busca pelo projeto adequado, concebeu-se na (Seção 4.2.1) a Concepção 1.
Todavia, o projeto indicou alguns problemas, observados através de discussões e reuniões
com agentes da Polícia civil.
O propósito era o aperfeiçoamento da primeira concepção, porém foram realizadas
modificações que culminaram na Concepção 2, onde esse pode ser considerado um novo
conceito, que guarda apenas alguns traços da primeira concepção. De forma geral,
aumentou-se a capacidade do equipamento através de um reforço no bloco receptor de
provete, o que permite que este receba provetes de diversos calibres. O mecanismo de
disparo utilizado, foi fixado ao receptor e consiste num sistema similar ao exemplar 2, da
Tabela 2 (Seção 2.6.4), onde esse sistema está contido dentro de uma caixa cilíndrica, que

49
pode ser alinhada manualmente com a câmara do provete, na culatra, no momento do
disparo.
Figura 4.9 – Concepção 2 montado, feito em ambiente virtual.

Provete Tampa fixadora do


provete

Bloco Receptor do
Mecanismo de disparo
Provete

Figura 4.10 – Concepção 2 em corte, feito em ambiente virtual.

Parafusos de aperto
Caixa cilíndrica do
mecanismo de
disparo

Câmara do
provete

50
Figura 4.11 – Esboço em vista explodida da Concepção 2.

Tampa de Parafusos
fixação do M10x65
provete
Mecanismo
de disparo

Provete

Bloco
receptor do
provete Caixa cilíndrica
que recebe o
mecanismo de
Base do disparo
equipamento

Fonte – Autoria própria.

Figura 4.12 – Desenho em vista explodida da Concepção 2 feito em ambiente virtual.

51
De forma geral, o provete se acopla ao receptor sem a necessidade de elementos
intermediários, onde o próprio receptor possui a forma de uma “fêmea” para receber o
provete. A tampa que fixa o provete no receptor, é forçada através de duas carreiras de três
parafusos M10x65 mm, contra o receptor. Ademais, o equipamento ganhou altura e perdeu
em largura, permanecendo praticamente a mesma profundidade. Detalhes da montagem e
dos componentes podem ser vistos nas Figuras 4.9 à 4.12.
Este modelo permite uma operação simples do equipamento, o carregamento e
retirada do cartucho disparado, a troca do provete, a introdução e troca do adaptador de
câmara entre outras ações como o armar e acionar o equipamento.
A base do equipamento é simples, composta por duas travessas de aço ABNT 1020
que são aparafusadas ao receptor perpendicularmente ao sentido longitudinal do bloco
receptor.

4.2.3 Equipamento de teste balístico baseado no equipamento da CBC (Concepção 3)


Em vista da complexidade do equipamento, foi necessário executar algumas tarefas
em paralelo para assegurar que o trabalho fosse o mais completo possível. Neste sentido,
preferiu-se projetar um equipamento similar a um produto já estabelecido no mercado, em
paralelo aos modelos projetados segundo teorias sobre o tema, isso feito para o caso destes
últimos não atingirem as expectativas.
Conforme a pesquisa mercadológica assinalou, os equipamentos de teste de
cartuchos comerciais são de baixa a média complexidade. Desta mesma forma, na seção
2.6.4, na Tabela 2, foi visto que os dois últimos exemplares são de uma complexidade
menor se comparado aos demais. O penúltimo exemplar trata-se de um modelo de
desenvolvimento nacional e de simplicidade considerável, que nesta seção servirá como
referência para o desenvolvimento da concepção 3.
Na Figura 4.13, é mostrado o equipamento em vista explodida, onde o conjunto é
composto pelo receptor universal (1P3), cujo bloco contém um furo escalonado passante
no sentido longitudinal destinado a abrigar o provete, Figura 4.14 (a). Este receptor tem a
função de receber os demais elementos do equipamento, proporcionando um
funcionamento seguro e eficaz para o projeto. Na parte lateral do bloco receptor, são
encontrados rasgos no sentido longitudinal, que permitem uma rápida perda de calor da
superfície externa do provete, isso gerado pelos disparos contínuos desse provete.

52
Figura 4.13 – Esboço em vista explodida da Concepção 3.

Bloco do
mecanismo de
disparo (3P3)

Rasgo do receptor
universal

Provete
(monobloco)

Receptor Universal
(1P3)

Base de apoio Guias do bloco


(2P3) do mecanismo
de disparo (4P3)

Na parte traseira do equipamento, são parafusadas duas guias (4P3) para que o bloco
do mecanismo de disparo, tenha somente o movimento alternativo, quando movimentado a
alavanca.

Figura 4.14 – esboço da Concepção 3. a) vista em corte do perfil do equipamento, b) vista


da parte inferior do equipamento, c) vista superior do equipamento, d) vista do perfil
direito do equipamento e e) detalhe da vista de perfil esquerda do equipamento.

Porca fixadora do
provete no
receptor.

Guia do bloco do
mecanismo de
disparo com rasgo de
Posição 90° elevação (4P3)

Posição 0°

53
1
Através de um rasgo em de círculo na guia direita do equipamento, passa um pino que
4

está fixo na alavanca, distante 30 mm do ponto de fixação da alavanca na guia, que por
sinal, coincide com o centro do raio do rasgo, Figura 4.14 (b), (d) e (e).
No bloco do mecanismo de disparo estão presentes todos os componentes para
garantir desde a armação até a percussão. Nesse, pode ser inserido um mecanismo
pneumático, elétrico ou manual. Estando a alavanca na posição a 0° da base do
equipamento, o bloco do mecanismo de disparo estará na posição mais inferior possível,
deixando totalmente exposto a câmara do provete para carregamento e retirada do cartucho
disparado, Figura 4.14 (c) e (e). Já na posição a 90° da base, a alavanca permite que o
bloco do mecanismo de disparo tenha seu furo, totalmente alinhado com o furo do receptor
universal, permitindo que o cartucho seja percutido.

Figura 4.15 – Desenho em ambiente virtual da Concepção 3 feito em perspectiva


isométrica. (a) posição lateral direita e (b) Posição lateral esquerda.

Furo para receber


o sistema de
percussão

Alavanca de
acionamento
(a)

54
Porca de aperto
do provete

Rasgo para
dissipação do calor
do provete

(b)
Fonte – Autoria própria.

Figura 4.16 – Desenho em ambiente virtual da Concepção 3 em vista explodida.

55
Para a porca de travamento do provete, selecionou-se a rosca quadrada da patente
US3885293A, Figura 2.19, e da Bill Wiseman, Figura 2.16 (a). Roscas não convencionais
são mais complexas de serem usinadas. Apesar de a pesquisa de mercado indicar a rosca
tipo dente-de-serra como a mais adequado para suportar esforços unidirecionais, seria
necessário fabricar a ferramenta apropriada. Portanto, optou-se pela rosca ACME ou
quadrada, que é mais simples de se usinar. Por fim, a base do equipamento é composta por
duas barras retangulares de aço que são parafusadas na base do bloco receptor, como pode
ser visto nas figuras acima.

4.2.4 Equipamento de teste balístico da concepção 2 aperfeiçoada (Concepção 4).


No decorrer do trabalho, concebeu-se na Seção 4.2.2, a concepção 2 que apresentou
alguns problemas como excesso de material no bloco receptor, mecanismo de disparo de
fabricação complexa e outros de menor relevância. Com o propósito de aperfeiçoar esta
concepção, realizaram-se algumas modificações que culminaram no Protótipo 4, que foi a
concepção selecionada como adequada para fabricação dado condições limitadas.
De forma geral, reduziu-se a quantidade de material do equipamento através da
substituição do bloco maciço pelas bases de fixação do provete. O mecanismo de disparo é
nesse conceito, rosqueado no tubo do provete, o que permite redução de material, melhor
alinhamento do percutor e simplicidade de fabricação.

Figura 4.17 – Esboço do provete com a câmara separada do tubo e os adaptadores


de câmara.
Adaptador para
percussão anular.

Adaptador para
percussão central.

56
Figura 4.18 – Desenho em perspectiva isométrica da concepção 4. a) Posição lateral
direita, b) Posição lateral esquerda, c) em corte lateral direita e d) em corte.

Provete de tiro
Tampa fixadora
do provete

Base Posterior

(a)

Pino de
acionamento do
equipamento

Base anterior

(b)
57
Adaptador de
câmara do
provete

Mola de
percussão

Bucha frontal

(c)

Tubo do
mecanismo
de disparo
Rasgo escalonado
na tampa de
fixação do provete

Pino de percussão

Bucha traseira

Bucha de armação

(d)

58
Figura 4.19 – Desenho em vista explodida no ambiente virtual da concepção 4. a) vista
esgoto frontal e b) vista aérea traseira.

Bucha de armação

Pino de percussão

Bucha frontal
Rasgos na
parte
inferior na
tampa
fixadora do
provete

Pino de acionamento

(a)

Mecanismo de disparo

Adaptador de
Tubo do mecanismo de disparo
câmara de provete

Mola de
percussão

Base posterior
Bucha traseira

Base anterior

(b)

59
Nesta concepção, toda a resistência tangencial, radial e longitudinal da expansão gasosa
no momento da detonação do cartucho, fica por conta dos adaptadores de câmara. Estes são
inseridos na câmara do provete, que adiciona uma resistência ao tubo adaptador garantindo
uma operação segura. Detalhes da montagem e dos componentes podem ser vistos nas Figuras
4.17 a 4.19. As cores nos desenhos são meramente ilustrativas.

4.3 Projeto preliminar

Esta parte do projeto busca definir os materiais e dimensões. Para isso, foi feito um
embasamento na teoria disponível, além de informações e dados colhidos nas pesquisas
realizadas, de acordo com as possibilidades para cada componente. Para dimensionar o
equipamento, o material disponível no mercado, o processo de fabricação e o fator de
segurança desejado, também são levados em conta. Os cálculos teóricos expostos, foram
baseados na Teoria de Vasos de Pressão de Parede Grossa (Solução de Lamé). Em se
tratando da estrutura do tubo, onde não se pôde ou não se era preciso calcular as
espessuras, utilizou-se os resultados encontrados no projeto informacional. O
dimensionamento é feito para cada concepção, seguindo sempre a sequência lógica.

4.3.1 Projeto preliminar do equipamento para teste balístico de provetes de armas


leves - Concepção 1.
Conforme foi dito na Seção 2.4.1, esta concepção foi concebido antes da reunião
com os agentes da Polícia Civil, e foi neste momento imaginado, visando o teste de
cartuchos de armas leves, tendo apenas um caráter de avaliação da capacidade do cartucho
em gerar pressão suficiente para disparar o projétil.
Resolveu-se então concentrar os esforços no desenvolvimento da concepção final,
que poderia usar um provete e disparar diversos cartuchos de calibres diferentes, utilizando
apenas os adaptadores de câmara.
O material selecionado para os componentes metálicos foi o Aço SAE 1020, pois é
facilmente encontrado no mercado em forma de blocos e barras laminadas e possui boa
ductilidade, o que evita o lançamento de fragmentos no caso de colapso. Além disso possui
baixo custo, permite usinagem em oficinas comuns e tem fácil aquisição no mercado local.
Quanto ao cano, este é selecionado dentre canos de armas leves comuns e fixado ao
equipamento não sendo necessário a concepção de um tubo especifico para o projeto.

60
Contudo, sabe-se que a detonação de um cartucho com carga desconhecida, pode produzir
uma onda de choque que cause danos ao equipamento. Portanto, foi-se cauteloso com o
dimensionamento já que não se tinha uma estimativa da pressão máxima.

Bloco de base
As dimensões foram baseadas no último exemplar da Tabela 2 da Seção 4.1.4 do
equipamento de teste de munição da empresa Bill Wiseman e no equipamento
desenvolvido por Shukitis (2014). As principais variáveis dimensionadas para o bloco são:
 Comprimento total: 260 mm;
 Largura: 120 mm;
 Altura do equipamento no trecho de percussão: 95 mm;
 Altura no trecho de acoplamento do cano e mecanismo de disparo: 50 mm;
 Comprimento do trecho de percussão: 60 mm;
 Comprimento do trecho de fixação do cano: 60 mm;

Ainda no bloco de base, são encontrados furos para alojar os pinos de percussão e o
mecanismo para armação e disparo do equipamento. O dimensionamento do furo foi
baseado nos valores encontrados no equipamento da Bill Wiseman e nas dimensões da
espoleta. As dimensões da espoleta foram obtidas na ocasião citada em catálogos da CBC.
Os valores calculados foram:

 Diâmetro externo da espoleta: 4,45 mm;


 Diâmetro (1F1): 15 mm;
 Comprimento do furo (1F1): 30 mm;
 Diâmetro (2F1): 5 mm;
 Comprimento do furo (2F1): 15 mm;
 Furo escalonado do pino de armação (5P1): 12 mm (parte inicial de cima para baixo) e 8
mm (parte final de cima para baixo);
 Comprimento do furo em rasgo para o disparo: 20 mm;
 Largura do furo em rasgo para o disparo: 10 mm;

Quanto a parte frontal do bloco, está possui um rasgo (R1) para encaixe do adaptador
de cano cujas dimensões são de 50 mm de largura e 23 mm de profundidade, como pode
ser visto na Figura 4.4. Todas as quinas do bloco são chanfradas.
61
Bloco do mecanismo de disparo

O dimensionamento do bloco do mecanismo de disparo foi estimado segundo os


dados do Projeto Informacional.
O bloco tem comprimento de 140 mm, largura de 120 mm e altura de 45 mm. Possui
na parte superior, quatro furos que recebem os parafusos de aperto. O furo do mecanismo
de disparo tem 20 mm de diâmetro e rosca métrica fina MF20x1,5 mm, destinada ao
roscamento da porca fixadora. Optou-se por uma métrica fina pela maior área efetiva de
resistência.
Elementos internos do mecanismo de disparo
As molas foram selecionadas baseando-se no projeto de Shukitis (2014), visto que
aquele se tratava também de um mecanismo para acionamento de cartuchos de baixo poder
de detonação. A mola selecionada para o percutor tem diâmetro de fio de .026”, diâmetro
de enrolamento de .207”, 40 espiras e comprimento livre de 1.70”. As demais molas são
similares tendo como única diferença o diâmetro de enrolamento. O pino de percussão,
acionamento e de armação, bem como o martelo e a caneta são feitos de aço SAE 1020.

4.3.2 Projeto preliminar do receptor universal e provete de tiro - Concepção 2.


No caso deste equipamento, partiu-se do protótipo 1, e através de aperfeiçoamentos,
e mudanças na estrutura funcional, chegou-se a um novo conceito. Primeiro, definiu-se o
material do cano, que nesta e nas próximas concepções recebem uma importância maior.
Optou-se pelo Aço SAE 1045 para confecção dos tubos e blocos. Esta escolha é reforçada
pelo equipamento da empresa STAS, exemplar 6 da Tabela 1, (Seção 2.6.4) e pelos
motivos já apresentados pela concepção anterior.

Bloco receptor do provete

O dimensionamento do bloco receptor baseou-se nos valores encontrados na Seção 2.6.


Os valores calculados foram:

 Comprimento: 300 mm;


 Largura: 150 mm;
 Altura do bloco: 130;
 Comprimento da rasgo maior: 80 mm;

62
 Diâmetro do rasgo maior: 69,5 mm;
 Diâmetro do rasgo menor: 45 mm;

Possui na parte superior, duas carreiras com três furos, uma em cada lado do rasgo,
destinada a receber os parafusos da tampa de fixação. Na face frontal possui um furo que
recebe um pino de fixação do sistema para acoplamento do mecanismo de disparo.
A tampa de fixação possui 140 mm de comprimento, 150 mm de largura com altura
de 45 mm e rasgos com as mesmas dimensões do bloco, configurando a fêmea na fixação
do provete.
O material da tampa é a mesma do bloco. O dispositivo e a caixa que recebe o
mecanismo de disparo são feitos de aço SAE 1020, em formato de “fatia de pizza” com 85
mm na parte mais larga e 100 mm de altura. Quanto a base, essa é feita pela inserção de
duas barras de aço SAE 1020, com 30x10 mm e comprimento de 160 mm.

Provete
O dimensionamento do provete baseou-se nos valores encontrados no Projeto
Informacional. As concepções 2 e 3 possuem o mesmo provete, sendo a diferença entre
esses equipamentos exclusivamente no bloco receptor.

4.3.3 Projeto preliminar do equipamento de teste balístico baseado no equipamento


da CBC – Concepção 3
Esta concepção é o aperfeiçoamento do equipamento desenvolvido pela CBC a partir
das mudanças definidas após a análise do equipamento em funcionamento. No caso deste
equipamento, partiu-se do princípio de segurança total do agente operador do equipamento.
Primeiro, definiu-se o material do bloco receptor, da porca de travamento, das guias
do bloco de mecanismo de disparo, do bloco do mecanismo de disparo e pôr fim do
provete. O material selecionado foi novamente o Aço SAE 1020, pelos motivos já
apresentados para a Concepção 1.

Bloco receptor do provete

O dimensionamento do bloco receptor baseou-se nos valores encontrados no Projeto


Informacional. Os valores calculados foram:

63
 Comprimento do equipamento: 230 mm;
 Largura: 110 mm;
 Altura do bloco: 150 mm;
 Comprimento das guias: 90 mm;
 Largura das guias: 26 mm;
 Altura das guias: 110 mm;
 Comprimento do rasgo: 80 mm;
 Largura do rasgo: 20 mm;
 Diâmetro do furo do receptor na câmara: 70 mm;
 Diâmetro do furo do receptor na parte frontal: 32 mm;
 Porca de fixação: rosca quadrada métrica.

4.3.4 Projeto preliminar da concepção 2 aperfeiçoada – Concepção 4


Esta concepção é o aperfeiçoamento da Concepção 2, a partir das mudanças
definidas após a realização de reuniões junto aos técnicos da oficina mecânica da UFCG.
Trata-se de um equipamento de simples fabricação e baixo custo.

Bases de suporte e tampa de fixação

As bases substituem o bloco receptor, buscando justamente essa economia de


material, sem a perda da sua função de suporte, alinhamento e fixação do provete. Essas
bases são feitas de aço SAE 1020 pelos motivos anteriormente apresentados. O
dimensionamento baseou-se nos valores encontrados no projeto informacional e em
pesquisas feitas em literaturas especializadas. Na figura 4.20 é visto a Base Posterior.

Figura 4.20 – Base Posterior da Concepção 4.

 Comprimento da base: 50 mm;


 Largura da base: 120 mm;
 Altura da base: 130 mm;
 Distância entre as bases: 70 mm.
 Diâmetro do rasgo na base posterior: 33 mm.
 Diâmetro do rasgo na base anterior: 43 mm

64
Já a tampa de fixação do provete, possui largura de 120 mm, comprimento de
170mm. Possui um rasgo na parte inferior em forma de meio círculo, cujo diâmetro é de 33
mm e vai até os primeiros 95 mm ao longo do comprimento da tampa, na parte frontal
dessa mesma, como é visto na Figura 4.21.

Figura 4.21 – Tampa de Fixação do Provete da Concepção 4.

Fonte – Autoria própria.

O rasgo ao longo dos 55 mm restantes, que se encontra na parte inferior traseira é


feito com um diâmetro de 43 mm, o que permite que o mecanismo de disparo seja
acoplado de forma justa ao bloco de Base Anterior.

Mecanismo de disparo do equipamento

O mecanismo de disparo do equipamento é uma caixa cilíndrica que possui 161 mm


de comprimento, com diâmetro externo de 43 mm e diâmetro interno de 33 mm. Possui um
corte de 40 mm de comprimento no plano coincidente a linha central do tubo, que permite
a armação e o acionamento do equipamento. Inserido nessa caixa, o tubo de mecanismo de
disparo, tem a função de alojar as buchas internas cuja função é o aprisionamento da mola
de percussão e o pino percutor. As dimensões desses elementos referidos podem ser vistas
abaixo (Figura 4.22) e no Anexo A, e os mesmos se encontram ilustrados nas Figura 4.19
(a) e (b).

65
Figura 4.22 – Conjunto do mecanismo de disparo da Concepção 4

Bucha interna

Mola interna

Bucha de
armação

Fonte – Autoria própria

Pino percutor

O pino de disparo é uma pequena haste com uma de suas extremidades – a que
atinge a espoleta - de formato esférico. Essa forma arredondada garante que a capsula de
espoletamento seja endentada e não perfurado, como aconteceria se o pino de disparo
estivesse apontado.

Embora os critérios de projeto de pino percutor não sejam refinados na forma como
deveriam, verificou-se que o pino de percussão com ponta esférica proporciona uma
sensibilidade aprimorada em relação ao pino com ponta em formato de cone truncado. O
raio da ponta parece ter pouco efeito na sensibilidade, no entanto, as recomendações dos
fabricantes para essa dimensão é que este tenha variação entre 0,02 e 0,5 polegadas a
depender da aplicação. (MCDONNELL ARCRAFT COMPANY, 1970, p.6, tradução
nossa).

Os critérios de projeto para pinos de percussão são publicados em outra obra e


nessa, dois requisitos básicos são essenciais para todos os pinos de disparo.

66
Uma quantidade mínima de energia deve ser transmitida do pino de disparo para a
capsula de espoletamento e uma velocidade de batimento mínima que geralmente é de 7
ft/s (2,1 m/s). Um limite superior da velocidade de ataque também é especificado para
evitar perfurar a capsula da espoleta. (AMCP 706-260, 1970, p.39, tradução nossa).

O pino percutor possui um comprimento total de 84 mm, diâmetro de corpo de 4


mm com comprimento de 50 mm, diâmetro de pescoço de 2,6 mm. O material do pino é o
aço SAE 4140 e seu peso deve estar entre 300 a 450 g.

Figura 4.23 – Pino percutor da Concepção 4

Corpo do Pino

Pescoço do
Pino

Fonte – Autoria própria

Provete

O provete desse protótipo, tem como função apenas receber o adaptador em seu
furo interno, sem qualquer necessidade de resistir a pressões internas desenvolvidas. Na
superfície externa, recebe o sistema de mecanismo de disparo, que é rosqueado permitindo
fixar o tubo ao sistema de disparo. Tem como diâmetro externo 33 mm e 25 mm de
diâmetro interno, sendo seu comprimento de 300 mm. A rosca selecionada foi a M33x30
com passo de 1,5 mm por ser de simples confecção e resistir consideravelmente a esforços
em choques. Além disso, os níveis de pressões são relativamente baixos e o comprimento
de contato de rosca é apropriadamente longo, sendo esses fatores de segurança do
acoplamento. O material utilizado para confecção é o aço SAE 1020.

67
Figura 4.24 – Provete da Concepção 4

Passe interno
para acoplar o
Adaptador de
Câmara.

Fonte – Autoria própria

Tubo adaptador

Através da Tabela 2, Seção 2.6.5, foi possível se verificar a pressão interna máxima
esperada. São vistos pressões menores que 90 MPa e maiores que 450 MPa em alguns
catálogos, como os da Prototypa, exemplar 5 e 7 respectivamente, na Tabela 3. É sabido
que a pressão interna depende de vários fatores, dentre eles os principais são, o volume da
câmara de combustão, massa do propelente e outros. Nessa concepção, todo o
dimensionamento é feito no adaptador de câmara, sendo esse responsável por resistir à
pressão dos gases em expansão. O tubo do provete, recebe esse adaptador sem
responsabilidades de resistir a qualquer nível de pressão interna. Então, optou-se por fazer
uma análise de tensões desenvolvidas na parede do adaptador e obter os fatores de
segurança desse elemento. Foi utilizado nessa análise as pressões de 110 Mpa,
desenvolvida na câmara de um provete, no acionamento de um cartucho Cal. 38 Spl e 165
Mpa, desenvolvida na câmara de um provete, no disparo de um cartucho .22 LR. Estes
foram escolhidos por se tratarem de cartuchos de uso comum de civis e por possuírem um
nível de pressão mais baixo, permitindo assim, a construção dos adaptadores com o aço

68
SAE 4140, com um fator de segurança considerável, baseado nos resultados de Dos Santos
e Filho (1993).

A partir do gráfico da Figura 4.3, o Fator k, que guarda os valores do diâmetro


interno e espessura do provete, pôde ser definido de acordo com a tendência apresentada
pelo mercado. Os adaptadores, escolhidos tem diâmetro interno de 7,32 mm e 9,67 mm
referente aos calibres .22 LR e .38 Spl, respectivamente. Esses diâmetros foram obtidos
pelo padrão SAAMI.

O diâmetro externo dos adaptadores foi fixado em 25 mm, de forma que se pudesse
ter um fator de segurança sempre acima da 20%, confeccionado com o Aço SAE 4140. Os
valores de espessura obtidos para os adaptadores com um Fator k de 0,5 (valor médio no
gráfico da Figura 4.3) são respectivamente para os calibres .22 LR e .38Spl, 14,64 mm e
19,34 mm. Logo, os diâmetros externos serão 36,6 mm e 48,35 mm. Esses valores
excessivos de diâmetro externo se justificam, pelo fato deste Fator k, ser obtido de uma
análise com tubos que possuem um fator de segurança acima de 4. Adotando o valor de 25
mm, de diâmetro externo dos adaptadores, e realizando novos cálculos, obtemos um Fator
k, de 0,82 para o Cal .22LR e 1,26 para .38 Spl, sendo esses considerados tubos de parede
grossa.

Figura 4.25 – Tubo adaptador de câmara calibre .38Spl.

Fonte – Autoria própria

69
Portanto, foi verificado a resistência dos adaptadores através do método
apresentado por Dos Santos e Filho (1993), que se baseou na Solução de Lamé. Os
cálculos abaixo foram feitos utilizando os valores fornecidos pela SAAMI e NATO
(pressões desenvolvidas na câmara de combustão) das variáveis citadas.

Valores utilizados:
 Pc1 = 110 MPa (Pressão interna do calibre .38 Spl);
 Pc2 = 165 MPa (Pressão interna do calibre .22 LR);
 Di1 = 9,67 mm (Diâmetro interno do adaptador de .38 Spl);
 Di2 = 7,32 mm (Diâmetro interno do adaptador de .22 LR);
 σe = 410 MPa (Tensão de escoamento SAE 4140);
 De = 25 mm (Diâmetro externo dos adaptadores);

Análise da resistência dos adaptadores:


𝐷𝑖 2 .𝑃𝑖 𝐷𝑒 2
 𝜎𝑡 = (𝐷𝑒 2−𝐷𝑖 2) (1 + ) Eq. (4.1)
𝑟2
𝐷𝑖 2 .𝑃𝑖 𝐷𝑒 2
 𝜎𝑡 = (𝐷𝑒 2−𝐷𝑖 2) (1 − ) Eq. (4.2)
𝑟2

Onde:
σt = Tensão Tangencial na Parede dos adaptadores;
σr = Tensão Radial na Parede dos adaptadores;
r = Raio da seção onde o valor da tensão é máximo;

Sabe-se que a tensão tangencial tem seu valor máximo na parede interna do tubo,
𝐷𝑖
onde 𝑟 = ( 2 ), logo: σt
Comportamento
da Pressão ao
longo da parede
𝐷𝑖 2 +𝐷𝑒 2 do Tubo
 𝜎𝑡 = 𝑃𝑖 ( ) Eq. (4.1)
𝐷𝑒 2 −𝐷𝑖 2
Pico de tensão
na parede
interna do tubo
adaptador

Devido aos fatores variados, as curvas de pressões podem vir a sofrer alterações, a
saber, a temperatura da pólvora, a pressão da pólvora e a variação do peso do projétil (DOS
SANTOS E FILHO, 1993). Ele ainda diz que está variação simultânea pode aumentar em

70
25% a pressão máxima teórica no cano e que uma variação na massa da carga de projeção
acarreta em até 10% de variação. Assim, a Pressão de Projeto (Pp) é 35% superior a
pressão máxima teórica. Foi utilizado até o momento a pressão estimada já extrapolada e
não baseada na teoria, logo, por precaução, também se adotará esta metodologia.

 𝑃𝑝= 1,35 𝑃c Eq. (4.4)


 𝑃𝑝1= 148,5 𝑀𝑃𝑎 (Pressão de projeto para o calibre .38 Spl);
 𝑃𝑝2= 222.75 𝑀𝑃𝑎 (Pressão de projeto para o calibre .22 LR);

Substituindo agora a pressão interna pela pressão de projeto e alterando os valores


das demais variáveis, obtemos:

0,00962 +0,0252
 𝜎𝑡1 = 148,5𝑥106 (0,0252 −0,00962 )

 𝜎𝑡1= 200,7 𝑀𝑃𝑎


0,00732 +0,0252
 𝜎𝑡2 = 222,75𝑥106 (0,0252 −0,00732 )

 𝜎𝑡2= 264,5 𝑀𝑃𝑎


𝐷𝑖
A máxima tensão radial também se encontra na parede interna do provete, 𝑟 = ( 2 ),

logo:
 𝜎𝑟= −𝑃𝑖= −𝑃𝑝 Eq. (4.5)
 𝜎𝑟1= −148,5 𝑀𝑃𝑎
 𝜎𝑟2= −222,75 𝑀𝑃𝑎

Como a tensão tangencial em ambos os casos é menor que a tensão de escoamento


do material e se sobrepõe à tensão radial, tem-se para os fatores de segurança dos
adaptadores:
σe
 𝐹𝑆1 = ( σt ) Eq. (4.6)
𝟒𝟏𝟎
 𝑭𝑺𝟏 = ( ) = 𝟐, 𝟎𝟒 (Fator de segurança do adaptador de Cal .38 Spl);
𝟐𝟎𝟎,𝟕
𝟒𝟏𝟎
 𝑭𝑺𝟐 = ( ) = 𝟏, 𝟓𝟓 (Fator de segurança do adaptador de Cal .22 LR).
𝟐𝟔𝟒,𝟓

Portanto, tem-se Fatores de Segurança consideráveis. Contudo, devido à velocidade


da deflagração, o pico de pressão se dá em frações de segundos. Por conseguinte, a região
mais demandada está nas proximidades do cartucho. Ainda, sabe-se que a carga de
propelente situa-se no primeiro terço do cartucho, mais próximo da culatra onde tem-se as

71
paredes do adaptador, do tubo provete e da parte roscada do mecanismo de disparo. Por
isso, tem-se que o fator de segurança é maior que o calculado, já que o pico de pressão se
dá na região do tubo com adaptador inserido de maior parede. Como se espera que a
pressão seja significativamente menor que os 222.75 MPa, e com os fatores de segurança
de 2,04 e 1,55, considerou-se o dimensionamento validado.

Analise de pressão no tubo adaptador


No projeto da câmara de combustão, se a análise é feita por modelagem
computacional ou equações de limite de plasticidade, as lacunas de tecnologia são comuns
a ambos. Em suma, uma detonação submete os materiais a tensões e aumento de
temperaturas em direções multiaxiais a altas taxas de carga, e não existe literatura que
alista as propriedades físicas dos materiais submetidos a essas cargas combinadas.
(FAUPEL, 1964, p.4, tradução nossa).

As propriedades dos materiais catalogados na literatura geralmente são medidas a


partir de cargas aplicadas ao longo de um único eixo (anisotrópicos). Para usar esses dados
no projeto de estruturas em carregamento multiaxial, uma tensão uniaxial efetiva deve ser
calculada. Diferentes teorias estão disponíveis para calcular o estresse uniaxial efetivo em
diferentes materiais, e Faupel mostrou que a teoria do esforço de cisalhamento octaédrico
prediz apropriadamente a falha nas câmaras de combustão de aço (Ibid, p. 589).

Nesta instância, a ruptura catastrófica de uma câmara de cano balístico sob uma
carga de pressão estática Pp é definido por:

2σy 𝑑𝑜 σy
𝑃 𝑟𝑢𝑝 = 𝑘√3 (𝑙𝑛 𝑑𝑖 ) (2 − 𝑘σu) Eq. (4.7)

Onde:
70
𝜎𝑦 = tensão produzida (Mpa); 25

𝜎𝑢 = tensão final (Mpa);

do = diâmetro externo (mm);


9,6 𝑃𝑝
i
di = diâmetro interno (mm);

k = fator de concentração de tensão;

72
P rup = pressão de ruptura (Mpa).

Quando a pressão é transiente em vez de estável, a inércia deve ser levada em


consideração durante os cálculos de pressão. A preocupação é evitar ampliação da tensão
que ocorrem quando a duração do pulso está dentro de ± 50 por cento do período natural.
Por outro lado, se a duração do pulso for inferior a 25% do período natural, a força sentida
durante uma detonação é atenuada e uma maior pressão dinâmica pode ser sustentada pela
câmara:

τn/4
𝑃 𝑡𝑟𝑎𝑛 = 𝑃 𝑟𝑢𝑝 (1 + ) Eq. (4.8)
𝑡

do+di
𝜏𝑛 = 𝜋 ( ) Eq. (4.9)
√𝐸/𝜌

Onde:

τn = período natural (s);

E = módulo de elasticidade (Mpa);

ρ = densidade (g/𝑚𝑚3 );

t = duração da força aplicada (s).

Essas equações ignoram as tensões axiais causados pelo carregamento final da


câmara de combustão, mas Faupel mostrou que eram razoavelmente bons preditores de
falhas em câmaras de tubos feitas de aço 1020. Portanto, eles foram selecionados para
auxiliar no projeto do adaptador de câmara de calibre .38 Spl que é feito de aço SAE 4140.

As propriedades uniaxiais típicas para aços tratados da série 4000 são vistas na
Tabela 3. O aço SAE 4340 é preferido, mas muitas vezes menos disponível em
fornecedores locais. O aço SAE 4140 é a seleção de substituição usada na maioria dos
protótipos de teste e as ductilidades mais moderadas foram geralmente especificadas para o
adaptador para evitar fraturas frágeis em operações de campo.

73
Tabela 3 - Propriedades mecânicas dos aços da série 4000

Fonte - (TAPLEY, 1990).

Faupel, (1964, p. 648, 752) diz que como não há furo lateral para inserção de transdutores
de pressão na parede do adaptador, então o fator de concentração de tensão localizada do
furo lateral é

k=1

Substituindo este valor e as propriedades do aço temperado 4140 na Eq (7),


obtemos o valor da pressão de ruptura da parede do adaptador:

2x6,55x108 (𝑃𝑎) 25(𝑚𝑚) 6,55x108 (𝑃𝑎)


𝑃 𝑟𝑢𝑝 = (𝑙𝑛 9,6(𝑚𝑚)) (2 − 1𝑥410x106 (𝑃𝑎)) Eq. (4.7)
1𝑥√3

𝑷 𝒓𝒖𝒑 = 𝟐𝟗𝟏, 𝟑 𝑴𝒑𝒂

Substituindo os valores da Tabela 2 na Eq. (9), obtemos:

25 (mm)+9,6 (mm)
𝜏𝑛 = 𝜋 ( ) Eq. (4.9)
√1,9𝑥1011 /7,85𝑥10−3

𝟏
𝝉𝒏 = 𝟐, 𝟐𝒙𝟏𝟎−𝟓 ( )
𝒔

Portanto, a pressão de ruptura frágil na parede de um tubo adaptador de câmara de


provete, levando em consideração o regime transiente das pressões no interior do tubo, é:

2,2𝑥10−5 /4
𝑃 𝑡𝑟𝑎𝑛 = 291,3 (1 + 0,7𝑥10−3
) Eq. (4.8)

𝑷 𝒕𝒓𝒂𝒏 = 𝟐𝟗𝟑, 𝟔 𝑴𝒑𝒂

74
O tempo de s, de duração da pressão média dentro do furo do adaptador, foi obtido
da Figura 4.26 que traz o histórico de tempo da pressão média dentro da câmara de
combustão de um cano de 9 mm. Todo o processo ocorre em menos de 1 milissegundo, o
que é uma boa previsão para o tempo do processo de balística interior em armas de mão.

Figura 4.26 - Histórico do tempo de pressão da câmara de cano 9mm.

Pressão na
Câmara

Saída do
Projétil da
Câmara

Fonte – FAUPEL, 1964.

É visto que a pressão de ruptura do adaptador de câmara de calibre .38Spl é de


293,6 Mpa sendo esta superior a pressão de projeto teórica de 148,5 Mpa desenvolvido no
interior do tubo adaptador.

4.4 Projeto detalhado

O projeto detalhado para fabricação da quarta concepção consta com desenhos e


dimensões, podendo ser consultado no APÊNDICE A. Detalhes do material que é usado

75
para confecção do adaptador e do pino de percussão do equipamento, podem ser vistos no
ANEXO A.

4.5 Fabricação do protótipo funcional

Para a fabricação foi disponibilizado pela oficina mecânica da UFCG um torneiro


mecânico com o qual se discutiu a possibilidade de execução dos desenhos e seus detalhes.
Foi então gerado o desenho técnico da Concepção 4 e adquirido o material para usinagem.

4.5.1 Fabricação das bases e da sapata


Foram fabricados as duas bases de madeiras para serem utilizadas como suporte e
para alinhamento do provete, Figura 4.27. Após os cortes, verificou-se as bases
apresentavam superfícies com rugosidade elevada, dificultando a aderência e fixação do
provete. Então, lixou-se as duas bases até que apoio fosse satisfatório. Verificou-se que o
suporte não fora comprometida.

Figura 4.27 – Bases e tampa de fixação do provete

Base Posterior

Tampa de Fixação

Base Anterior

Fonte – Autoria própria

76
4.5.2 Fabricação do provete e da caixa do mecanismo de disparo

Na Figura 4.28 tem-se o provete e a caixa do mecanismo de disparo ambos feitos de


PVC sendo fabricados pelo processo de torneamento. Na superfície externa do provete, foi
aberto roscas M33x1,5 mm com 30 mm de comprimento através do processo de
torneamento. Uma rosca com as mesmas dimensões foi feita na parte interna do
mecanismo de disparo, permitindo um acoplamento justo e suficientemente resistente para
suportar as cargas desenvolvidas pelo impulso no momento da deflagração.

Figura 4.28 - Provete e Caixa do mecanismo de disparo sendo fabricados

77
Fonte – Autoria própria

4.5.3 Fabricação das buchas e adaptadores


Foram fabricados três buchas de madeira para serem utilizadas no mecanismo de
disparo como aprisionadores da mola e armação do mecanismo. Após usinadas, verificou-
se as buchas apresentavam resistências diferentes ao serem socadas no interior do cano.
Então, lixou-se as três buchas até que percorressem facilmente o interior do cano, mesmo
empurradas a mão. Os adaptadores feitos também em madeira, apresentaram certa
resistência quando foram inseridos os cartuchos em seu furo interno. Foram então lixados
internamente até que o cartucho entrasse facilmente. Na Figura 4.29, são vistos esses dois
elementos em fabricação.

Figura 4.29 - Adaptadores e buchas em torneamento

78
Fonte – Autoria própria
4.5.4 Fabricação do pino de percussão
Dentre os elementos do Protótipo funcional, o único fabricado em aço foi o pino de
percussão. Feito através do torneamento, como visto na Figura 4.30, esse elemento teve
uma modificação no comprimento do “pescoço” para que o sistema tenha essa
possibilidade de ajuste do tamanho de penetração do pino, tornando o projeto mais
eficiente quanto ao disparo de diversos cartuchos de calibres variados.

Figura 4.30 - Fabricação do pino de percussão

79
Fonte – Autoria própria

4.6 Testes

Foram realizados testes com o protótipo funcional utilizando os adaptadores de


câmara de calibres .38 SPL e .22 LR. Os testes foram feitos em duas etapas, uma
inicialmente feita no IPC-PB, no Stand de tiros do Núcleo de Criminalística (NUCRIM)
acompanhado pelos Peritos Oficiais criminais Zenia Mary e Martos. O segundo se deu na
oficina mecânica de um torneiro mecânico da nossa região.

1º Etapa: primeiro teste.


O primeiro teste com o protótipo funcional se deu no IPC-PB, onde o material
ensaiado foi um cartucho de calibre .38 SPL espoletado sem carga de propulsão e sem
projétil, como visto na Figura 4.31 abaixo. Nesse teste não houve êxito na deflagração do
cartucho devido à falta de precisão do furo interno do adaptador que recebe o cartucho.

80
Figura 4.31 – Primeiro teste realizado no IPC-PB.

Fonte – Autoria própria

Após ensaio, foram feitos os devidos ajustes no adaptador através do lixamento


interno e rebarbação e com isso foi obtido êxito na deflagração do cartucho espoletado,
como visto na Figura 4.32. Foram notados alguns detalhes no ensaio de teste 1,
relacionados a seguir:
 O pino de percussão possui um diâmetro de agulha de 3 mm, porem este se demonstrou
grosseiro para o ensaio com cartuchos de calibres de menores pressões sendo um
detalhe a ser ajustado;
 Com o ajuste do posicionamento de fixação do provete, a operação de ensaio pode ser
feita com maior agilidade e facilidade.

Figura 4.32 – Disparo do cartucho após ajustes do adaptador (a) Cartucho disparado
inserido no adaptador e (b) momento do disparo do cartucho de calibre .38 SPL.

81
(a)

Centelha gerada pelo


acionamento da
espoleta

(b)
Fonte – Autoria própria

2º Etapa: segundo teste

O segundo teste foi realizado na oficina mecânica de um torneiro mecânico da


região. O teste foi realizado com os adaptadores de calibre .38 SPL e .22 LR. Foi obtido
êxito no ensaio com o calibre .38 SPL na primeira bateria, demonstrando a funcionalidade
do equipamento, como visto na Figura 4.33 (a). No teste utilizando o calibre .22 LR, não
foi possível obter êxito no disparo, isso devido novamente ao furo do adaptador que neste
caso foi maior que o do cartucho, fazendo com que o estojo seja empurrado para frente,
quando se buscava um esmagamento da borda anular da base, visto na Figura 4.33(b).

Figura 4.33 - Adaptador .22 LR com furo incorreto.

82
(a)

(b)

Fonte – Autoria própria

Foi sugerido pelo torneiro algumas modificações como a mudança do sistema de


percussão direta para percussão indireta que permite um melhor controle do acionamento
diminuindo as chances de falhas de deflagração do cartucho. Foi também indicado o uso de
molas com diâmetros maiores e fio mais fino, pois isso permite o uso de um martelo de
acionamento mas pesado e um golpe de impacto mais efetivo.

CAPÍTULO V

83
5 CONCLUSÃO

Durante a etapa de desenvolvimento da estrutura funcional do equipamento, foi


realizado uma subdivisão simplificada, dando objetividade aos detalhes mais importantes
do projeto como o provete de tiro e os adaptadores. Ainda assim, vários princípios de
solução foram encontrados, permitindo obter uma concepção do equipamento de teste de
munição mais adequado.

Dentre as concepções a quarta se apresentou de forma vantajosa diante dos requisitos e


especificações exigidos pelo projeto, por apresentar facilidade na escolha de seus
componentes e processos de fabricação bem como de todos os elementos do produto final.

Embora escolhida a definição da Concepção 4, é sugerido que as outras alternativas e


soluções, sejam analisadas para melhor explorar estas possíveis configurações, de forma
que venham atender uma demanda mais abrangente de detalhes que não foram abordados
por se tratar esse de um projeto de simples construção, mas que poderão ser concluídos em
trabalhos futuros.

O projeto informacional foi realizado através da pesquisa em produtos (equipamentos)


já estabelecidos no mercado e essa etapa foi considerada como realizada com sucesso.

Através da utilização da metodologia de projeto desenvolvida por Back, foi possível


projetar os dispositivos do equipamento de forma planejada, permitindo um processo de
desenvolvimento simplificado.

Concluindo, espera-se que este projeto venha a se constituir numa interessante


contribuição para as soluções de engenharia criadas em benefício a área de defesa militar.
Torne-se este uma referência para a elaboração de conceito de outros produtos e, ao
mesmo tempo, sirva como elemento motivador com respeito a disseminação do uso de
metodologias projetuais no desenvolvimento de produtos.

CAPITULO VI

84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Guanabara Dois S.A., 1983, p. 10.

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85
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INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS. Balística Forense. 2011.

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Wiley & Sons, table 16-14.

FAUPEL, J. (1964), Engineering Design, Wiley & Sons, NY

APÊNDICE A

86
87
88
89
90
91
92
93
ANEXO A

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98

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