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SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA

cultura
ÉoquÊ?
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Relatório de Atividades 2007/2009

SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA


Relatório de Atividades 2007/2009
SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA
Relatório de Atividades 2007/2009
GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA
Jaques Wagner
SECRETÁRIO DE CULTURA (SECULTBA)
Márcio Meirelles
CHEFE DE GABINETE
Carlos Beyrodt Paiva (até 2008)
Neuza Hafner Oliveira Britto
DIRETORIA GERAL
Rômulo de Souza Cravo
SUPERINTENDENTE DE CULTURA (SUDECULT)
Ângela Maria Menezes de Andrade
SUPERINTENDENTE DE PROMOÇÃO CULTURAL (SUPROCULT)
Paulo Henrique de Almeida (até 2008)
Carlos Beyrodt Paiva
DIRETORA DA FUNDAÇÃO CULTURAL DO ESTADO DA BAHIA (FUNCEB)
Gisele Marchiori Nussbaumer
DIRETOR DA FUNDAÇÃO PEDRO CALMON (FPC)
Ubiratan Castro de Araújo
DIRETOR DO INSTITUTO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL DA BAHIA (IPAC)
Frederico Mendonça
DIRETOR DO INSTITUTO DE RADIODIFUSÃO EDUCATIVA DA BAHIA (IRDEB)
Paulo Roberto Vieira Ribeiro (Pola Ribeiro)

CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA DA BAHIA

PRESIDENTE
Antonio Albino Canelas Rubim
VICE-PRESIDENTE
Pasqualino Romano Magnavita
CONSELHEIROS TITULARES CONSELHEIROS SUPLENTES
Ana Célia da Silva Cleise Furtado Mendes
Ana Maria Fernandes Elísio Pitta e Silva
Antônio Fernando Guerreiro Moreira de Freitas Geraldo Magalhães Machado
Antonio Jorge Victor dos Santos Godi Lia de Carvalho Robatto
Antônio Risério Maria de Fátima Fróes e Almeida Souto Maior
Araken Passos Vaz Galvão Sampaio Paulo César Miguez de Oliveira
Emiliano José da Silva Filho Romualdo Lisboa dos Santos
José Carlos Capinan Vilson Caetano de Souza Junior
Leozírio Paixão Neto (Dom Gregório Paixão) Washington Queiroz
Luiz César Alves Marfuz
Lydia Hortélio
Matilde Augusta de Matos
Nádia Batista da Silva (Nádia Acauã)
Nelson De Luca Pretto
Paulo Costa Lima
Renato da Silveira
Roberto Lyrio Duarte Guimarães
Valdina Oliveira Pinto (Makota Valdina)
cultura
ÉoquÊ?

SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA


Relatório de Atividades 2007/2009
E
m 2007, durante a II Conferência Estadual de Cultura, dizíamos que a resistên-
cia ao novo tem como resultado apenas o que já é conhecido e que o medo
de perder a estabilidade é paralisante. Estávamos iniciando um novo ciclo, no
qual era imperioso rever conceitos e práticas, pensar e agir de forma estadualizada,
cooperativa, transversal e participativa. Colocar a cultura na centralidade do desen-

escrevendo uma nova página volvimento e institucionalizar uma política consistente de Estado. Revelar e tratar as
identidades de toda a Bahia.
Avaliando os caminhos trilhados nesses três anos, temos a convicção de que
muitos foram os acertos, mas que ainda há muito que transformar, aperfeiçoar, estru-
turar. Porque o que queremos nessa Bahia de todos os credos, de todos os gêneros,
de todas as raças, de todas as artes e em todos os cantos, é abrir oportunidades,
gerar as condições para que os bens materiais e imateriais da cultura produzidos no
nosso estado possam ser valorizados, difundidos, potencializados, salvaguardados,
com a clara compreensão do papel dos governos como fomentadores desse processo.
Contudo, o que já foi percorrido neste Governo semeou uma nova forma de pensar e
atuar na gestão pública da cultura na Bahia.
Não é demais repetir que até então a cultura, associada exclusivamente ao
turismo, tornava certas regiões privilegiadas, gerando e reforçando uma “identidade
baiana” adequada ao consumo externo. Os segmentos de atuação, em decorrência,
foram focados no patrimônio físico, nas manifestações populares mais midiáticas e
em alguns segmentos das linguagens artísticas. Nós partimos da compreensão de que
a transversalidade da cultura está presente na importantíssima política de turismo,
mas está igualmente nas políticas da educação, da ciência e tecnologia, do meio
ambiente, do trabalho, da promoção da igualdade, da economia, enfim, do desenvol-
vimento humano sustentável.
Alinhamos-nos ao conceito contemporâneo, ampliando o raio de atuação da
área cultural, assim como inauguramos uma forma descentralizada de acessibilidade
que chegasse a todos os territórios da Bahia. Despertamos, em todos os lugares, o
sentimento de que há um direito a ser assegurado e tratamos de ofertar capacita-
ções para o exercício desse direito. Determinamos, em consequência, uma prática
de financiamento com regras claras e públicas, com ênfase no mérito e nas metas a
serem atingidas. Apostamos no processo participativo e inclusivo, na parceria e no
diálogo social.
Tivemos como referência a trilha já percorrida pelo Ministério da Cultura, que
quebrou paradigmas e inaugurou uma nova política cultural no país. Do ponto de
vista da gestão, tomamos como meta prioritária a construção de um Sistema Estadual
de Cultura para a Bahia, de modo que a cultura fosse definitivamente tida como uma
política de Estado, tratada em sua especificidade e compreendida como central ao
nosso desenvolvimento. Os resultados desses três primeiros
anos estão agora registrados e sua avaliação nos
permitirá ratificar ou corrigir estratégias nessa
magnífica missão de fomentar a pluralidade e
a diversidade da cultura da Bahia.

Marcio Meireles
Secretário de Cultura do Estado da Bahia
A SecultBA Cultura é o quê? Gestão da Cultura Fomento à Economia
• Um Pouco de História • Eixos Estruturantes • Implantação e da Cultura
• O Papel da SecultBA • Territórios de Consolidação do Sistema • Carnaval de Salvador
• A Estrutura da Identidade da Bahia Estadual de Cultura • Sistema de Informações
Secretaria de Cultura • Linhas Programáticas • O Fórum de Dirigentes e Indicadores em Cultura
• Missão e Objetivos Municipais de Cultura • Economia do
Estratégicos da SecultBA • As Conferências Audiovisual
Estaduais de Cultura • Cadeia Produtiva do
• Diálogo e Participação Livro
Social • Microcrédito para
• Representações Produtos Culturais
Territoriais da SecultBA • Procultura
• Fortalecimento da
Gestão Municipal da
Cultura
• Sistemas Setoriais de
Cultura
• Capacitação em Cultura
• Gestão Multi-
institucional do Centro
Antigo
culturaÉoquÊ?
Promoção da Cultura Desenvolvimento História, Memória Alguns Números da
• Gestão dos Mecanismos Territorial da Cultura e Patrimônio Cultura Baiana
de Fomento • Implantação dos Planos • Preservação do
• Fazcultura - Programa de Desenvolvimento Patrimônio Histórico
de Incentivo ao Patrocínio Territorial da Cultura • Salvaguarda de Bens
Cultural • Apoio a Arquivos Patrimoniais
• Ações Especiais para a Municipais e • História e Memória
Juventude Institucionais de Interesse • Comunicação da Cultura
• Ações de Dinamização Público
de Sítios Históricos
• Ações de Dinamização
dos Espaços Culturais
• Espaços Culturais na
Capital e no Interior
• Dinamização dos
Museus
• Dinamização das
Bibliotecas Públicas
• Ações de Incentivo e
Promoção das Linguagens
Artísticas
• Artes Circenses
• Dinamização da
Radiodifusão
• Promoção das Culturas
Tradicionais e Identitárias
• Difusão Artística e
Intercâmbio Nacional e
Internacional
• Intercâmbio
Internacional e
Residências Artísticas
SecultBA
Até a criação da Secretaria de Cultura (SecultBA),
na estrutura administrativa do Governo do
Estado da Bahia, a gestão pública da cultura e
do turismo estava englobada numa só pasta.
Naquele momento, a cultura ainda era vista,
predominantemente, como espetáculo artístico e
instrumento de atração turística por meio da venda
de uma imagem específica da Bahia.
P
ara o então ministro da cultura, Gilberto Gil, “a criação da Secretaria Estadual
de Cultura é uma demonstração inequívoca da decisão de dar à cultura o
protagonismo que ela tem que ter na construção de um processo de de-
senvolvimento com qualidade de vida, com promoção da felicidade pública, com a
valorização das identidades, da imensa diversidade cultural que existe aqui nessa
nossa terra”.1
Tratar a cultura como essencial ao desenvolvimento e como uma necessidade bá-
sica, exige deslocamentos conceituais, de prioridades e foco. A SecultBA representa,
portanto, o posicionamento do Governo do Estado no sentido de considerar a cultura
um elemento estratégico para o desenvolvimento da Bahia, pela adoção de um novo
paradigma na implementação de políticas públicas para a área.
Este paradigma, por um lado, baseia-se numa concepção contemporânea da
cultura, entendida como construção histórica multidimensional e transformadora,
abarcando o simbólico, o territorial, o econômico e o fortalecimento da cidadania e,
por outro, numa nova prática de gestão e de atuação pautada na descentralização,
na participação, na estadualização e na articulação institucional.

1 Em pronunciamento na II Conferência Estadual de Cultura da Bahia. Feira de Santana, 25-28 de outubro


de 2007.
UM POUCO DE HISTÓRIA Magalhães a Secretaria da Cultura foi
extinta, tendo sido seus órgãos e atri-
Em 1946, na administração do go- buições incorporados pela Secretaria
vernador Otávio Mangabeira, o então de Educação e Cultura. No âmbito fe-
secretário de educação, Anísio Teixeira, deral, o Ministério da Cultura também
formulou, de forma inovadora, a pro- foi desativado.
posta de uma política de apoio à cul- Em 1995, o segmento da cultura mais
tura. Para implementá-la, Teixeira ficou uma vez foi deslocado com a criação da
incumbido de criar um Departamento Secretaria da Cultura e Turismo, que tinha
de Cultura na Secretaria de Educação a função de “executar a política governa-
que, em pouco tempo, se tornou um mental destinada a apoiar a cultura, pre-
grande centro de apoio e inovação para servar a memória e o patrimônio cultural
as artes plásticas, a música, o teatro, o do Estado e promover o desenvolvimento
cinema e a literatura baiana. do turismo e do lazer”.
Desde então, a crescente importân- Embora a gestão conjunta das po-
cia da atuação do Estado em relação às líticas governamentais de cultura e de
questões culturais, principalmente no turismo tenha gerado alguns resultados
que se refere à definição e manutenção positivos para a Bahia, a submissão da
de políticas públicas, fez com que, em cultura à lógica do turismo levou ao es-
15 de julho de 1987, com o objetivo treitamento da concepção de cultura e
de “preservar a memória e a tradição a uma atuação limitada do Governo do
do Estado, fomentar as ações culturais Estado neste campo. A cultura baiana
dos segmentos da sociedade e fornecer passou a ser baseada nos estoques cul-
condições para o livre desenvolvimen- turais do Recôncavo e os investimentos
to das ações culturais”, o governador concentraram-se na capital. Os principais
Waldir Pires criasse a Secretaria da Cul- esforços da Secretaria estavam voltados
tura do Estado da Bahia. para promover a cultura como um produ-
Pela primeira vez na história baiana to turístico.
existia uma secretaria específica para O governo Jaques Wagner promoveu
gerir a cultura no Estado. O novo ór- uma mudança significativa na forma de
gão visava proporcionar autonomia ao conceber e gerir a administração públi-
segmento da cultura, antes vinculado ca. A cultura, entendida como toda cria-
à função educação, além de abrir um ção simbólica do ser humano, passou a
canal mais direto de entendimento com ser um valor em si e, por consequência,
o recém-criado Ministério da Cultura demandou a criação de uma secretaria
(Minc). específica para a área. Assim, em 28 de
Em 1991, houve um retrocesso: dezembro de 2006, por intermédio da Lei
com a reforma administrativa pro- nº. 10.549, foi criada a Secretaria de Cul-
movida pelo governo Antonio Carlos tura do Estado da Bahia.

O governo Jaques Wagner promoveu uma mudança


significativa na forma de conceber e gerir a
administração pública na Bahia. A cultura, entendida
como toda criação simbólica do ser humano, passou a
ser um valor em si e, por consequência, demandou a
criação de uma secretaria específica para a área.

CULTURA É O QUÊ? [ 10 ]
O PAPEL DA SECULTBA

Em 2007, o Governo do Estado desenhou um novo cenário para a gestão da cultura na


Bahia ao alinhar-se às concepções contemporâneas internacionais, em especial a da Orga-
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e à visão
da política nacional que revolucionou a ação do Ministério da Cultura (MinC), a partir
de 2005.
A atuação do Governo passou a ser lastreada pelas idéias de que a produção cul-
tural cabe à sociedade, que devem ser democráticos os meios de acesso e consumo
desta produção e que é imperativo o diálogo e a observância aos marcos legais e
institucionais, cujo aprimoramento é indispensável.
Esse posicionamento exigiu ousadia para enfrentar o desafio colocado e sereni-
dade para compreender que a mudança gera críticas, desconfianças e, em muitos
casos, o descontentamento dos segmentos que estavam satisfeitos com as coisas
como estavam antes, tornando-se reativos ao sentimento e à idéia de fazer as
coisas de forma diferente.

A ESTRUTURA DA SECRETARIA DE CULTURA

A estrutura da SecultBA e os canais de comunicação estabelecidos com a


sociedade têm o propósito de redirecionar e fortalecer os organismos esta-
duais, elementos-chaves do Sistema Estadual de Cultura na condução da
política cultural.
O Conselho Estadual de Cultura (CEC), a Superintendência de Cul-
tura (SUDECULT) e a Superintendência de Promoção Cultural (SUPRO-
CULT), órgãos articuladores da formulação de políticas gerais, juntamente
com o Gabinete do Secretário e a Diretoria Geral, constituem a base es-
tratégica da administração direta e interagem com as entidades vincula-
das, responsáveis pelas políticas setoriais, refletindo, em sua atuação, os
princípios da democratização, da territorialização e da transversalidade.
O CEC é um órgão colegiado normativo e consultivo que tem o objeti-
vo de formular a política estadal de cultura. À Superintendência de Cultura
cabe o planejamento estadual e territorial, a elaboração da política de des-
centralização e de projetos especiais, além de apoiar a gestão do Sistema
Estadual de Cultura. Já a Superintendência de Promoção Cultural atua no
fomento à economia da cultura e na gestão dos mecanismos de incentivo e
financiamento: o Fundo de Cultura da Bahia (FCBA) e o FazCultura, opera-
ção de incentivo fiscal para projetos culturais.
Compondo as unidades orgânicas centralizadas, o Gabinete do Secre-
tário abriga núcleos e assessorias que têm ao seu encargo a articulação de
ações transversais ou especiais, como relações institucionais e internacionais,
culturas populares e identitárias, culturas digitais e o carnaval.

[ 11 ] CULTURA É O QUÊ?
E
m outubro de 2007, o Go- A Fundação Cultural do Estado Educativa da Bahia (IRDEB) passou a
verno do Estado criou e vin- da Bahia (FUNCEB) tem como missão compartilhar com a FUNCEB a imple-
culou à SecultBA o Escritó- criar e implementar políticas e progra- mentação de políticas no segmento de
rio de Referência do Centro mas públicos de cultura que promovam audiovisual. Na área de cinema, a in-
Antigo de Salvador (ERCAS), que pas- a formação, a produção, a pesquisa, a corporação da Bahia Film Commission
sou a coordenar e articular a estratégia difusão e a memória das artes visuais, marcou uma nova etapa na alavanca-
de desenvolvimento sustentável desse da dança, da música, do teatro, do circo gem do estado como cenário de loca-
importante sítio histórico da capital. e das manifestações culturais no esta- ções cinematográficas.
Com uma visão organizacional inova- do da Bahia. Administra, ainda, os cen-
dora, pautada em experiências simila- tros culturais pertencentes ao Estado.
res no mundo, o ERCAS foi concebido A atuação do Instituto do Patri-
para atuar sob forma de gestão com- mônio Artístico e Cultural da Bahia
partilhada, envolvendo organismos pú- (IPAC) está focada na salvaguarda
blicos federais, estaduais e municipais, dos bens tangíveis e intangíveis, o que
sociedade civil e instituições internacio- inclui a responsabilidade de avaliar e
nais, com a missão de elaborar o Plano manter o vasto patrimônio material e
de Reabilitação Sustentável da região imaterial baiano, desde os bens colo-
As entidades descentralizadas vin- niais aos modernos, dinamizar as uni-
culadas à Secretaria apóiam a formula- dades museológicas do estado e con-
ção e executam as políticas específicas solidar o Sistema Estadual de Museus.
de cultura nas suas respectivas áreas Além de suas competências rela-
de competência. cionadas à radiodifusão e à formação
A Fundação Pedro Calmon – Cen- do Sistema Estadual de Comunicação
tro de Memória da Bahia (FPC) tem Pública, o Instituto de Radiodifusão
a responsabilidade de gerir o sistema
de bibliotecas e o sistema de arquivos
públicos e privados de interesse públi-
co, em articulação com as instâncias
CONSELHO
federal e municipal, e executar a políti-
ESTADUAL SECRETÁRIO
ca referente a livros, leitura e literatura. DE CULTURA
Além de dinamizar a cadeia produtiva
de livros, a FPC é uma instituição de
reconhecida excelência na produção e
gestão de acervos documentais e bi-
DIRETORIA ERCAS
bliográficos que compõem a memória GABINETE
do Estado e da sociedade.
GERAL

SUPERINTENDÊNCIA
SUPERINTENDÊNCIA
DE PROMOÇÃO
DE CULTURA
CULTURAL

FPC FUNCEB IPAC IRDEB

CULTURA É O QUÊ? [ 12 ]
missão
FORMULAR E IMPLEMENTAR, DE FORMA ARTICULADA COM A SOCIEDADE, POLÍTICAS PÚBLICAS QUE CONSOLIDEM A CENTRALIDADE DA CULTURA NA TRANSFORMAÇÃO E NO DESENVOLVI-

E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA SECULTBA


MENTO SOCIAL E VALORIZEM A DIVERSIDADE CULTURAL DA BAHIA, NAS SUAS DIMENSÕES TERRITORIAL, SIMBÓLICA, ECONÔMICA E DE CIDADANIA.

TORNAR a Bahia um centro de referência nacional e internacional de reflexão, produção


e gestão na área de cultura.

IMPLANTAR o Sistema Estadual de Cultura.

ELABORAR e implementar políticas setoriais de cultura, envolvendo as esferas públicas, privada


e comunitária.

APOIAR a qualificação das políticas sociais mediante a incorporação do papel transformador


da cultura.

REQUALIFICAR o sistema de registro, organização e compartilhamento da memória cultural


do estado da Bahia.

TERRITORIALIZAR as políticas de cultura, visando contemplar a diversidade cultural


e regional da Bahia reconhecendo e valorizando as diferentes identidades.

FOMENTAR a qualificação e a formação de gestores e agentes culturais.

DEMOCRATIZAR os meios de acesso, produção, difusão e distribuição dos bens


e serviços culturais.

CONSOLIDAR um sistema diversificado e abrangente de financiamento à cultura no estado.

FOMENTAR a cultura digital e novas tecnologias.

FOMENTAR o desenvolvimento da economia criativa com foco na geração de emprego e renda.

IMPLEMENTAR em todo do estado, o sistema público de comunicação.

SALVAGUARDAR as manifestações da cultura popular, estimulando a auto-sustentabilidade


dos agentes culturais.

IMPLANTAR política de fortalecimento cultural étnico-racial.

OTIMIZAR o funcionamento dos equipamentos culturais da SecultBA.

AMPLIAR a oferta de espaços e equipamentos culturais nos ambientes urbano e rural.

ALCANÇAR a excelência na oferta de serviços e atendimento ao cidadão.



ELEVAR a participação da SecultBA no orçamento do Estado para todas as fontes de recursos.

MODERNIZAR as estruturas físicas e tecnológicas da SecultBA.

AMPLIAR reestruturar, desenvolver e qualificar o quadro de servidores da SecultBA.

IMPLEMENTAR e aperfeiçoar os instrumentos de gestão pública, de acompanhamento e


controle interno e externo. [ 13 ] CULTURA É O QUÊ?
A cultura pode ser
entendida como toda
a criação simbólica
gerada pelo ser humano.
Este amplo conjunto
inclui as artes, os
ritos e manifestações
tradicionais e
contemporâneas,

culturaÉoquÊ?
as etapas criativas
dos processos de
produção, os modos
de fazer e os valores,
comportamentos e
práticas que constroem
a identidade de cada
sociedade.
C
ultura também é troca, inter- tal, social, político e econômico, pois o Os setores da economia classifi-
câmbio, fusão, síntese. Con- conceito de cultura vincula-se, necessa- cados como culturais há muito ultra-
ceitos necessariamente vincu- riamente, à idéia de cidadania ou à liber- passaram o segmento das expressões
lados à diversidade, à valorização das dade de fazer escolhas e de expressá-las. artísticas e envolveram áreas tão dife-
diferenças. Diferenças de idéias, etnias, É cada vez mais evidente o papel renciadas como moda, design, jogos
ideologias, saberes e práticas que cons- da cultura como propulsora da eco- eletrônicos, comunicação, culinária,
tituem o patrimônio de um agrupamen- nomia. Quando classificados como arquitetura e decoração. No Brasil, o
to humano determinado e identificado frutos do saber e do fazer cultural, IBGE indica que as atividades culturais
por tais características culturais em determinados bens e serviços adqui- respondem por 5% do Produto Interno
comum. rem valor agregado como produtos Bruto (PIB) e por 5% dos empregos for-
Quanto mais diversa é de trocas comerciais. O resul- mais, em geral mais bem qualificados e
a produção simbólica tado desse movimento é a remunerados.
de uma sociedade, qualificação do desen- As singularidades culturais são os
maior o seu grau volvimento socioe- principais diferenciais na promoção e
de desenvolvi- conômico a partir manutenção da chamada economia
mento nos da diferenciação criativa. Nesse aspecto, o patrimônio e
campos pautada na a diversidade cultural baianos são fon-
ambien- cultura. tes geradoras de riqueza, valorização
ambiental e inserção social. É nessa
perspectiva que a atual gestão cultu-
ral da Bahia entende a necessidade de
tratar a cultura como fator de desen-
volvimento.
Cabe ao Estado o papel de media-
dor e regulador para que a atividade
cultural da sociedade seja dinamizada,
transcendendo interesses meramente
mercadológicos na definição das prio-
ridades relacionadas ao fazer cultural.
Tal função deve ser exercida por inter-
médio de políticas públicas definidas
em conjunto com a sociedade, como
fruto de um relacionamento embasado
no diálogo e na transparência. A par-
ticipação é, portanto, fundamental na
formulação, execução e avaliação das
ra Cultu
ultu
políticas públicas para a cultura.
Assim, o principal desafio da Se- C r ae
a De
cultBA é implantar uma nova forma od
Gestão

sc

de conceber e gerir a cultura na Bahia.

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A ampliação do conceito de cultura e Cultura

a
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a compreensão da atuação do Estado

lizaç
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possibilitaram o desenvolvimento de História, Fomento à

ão
linhas de ação que consideram os diver- Memória e Economia da
sos aspectos culturais e seus respectivos Patrimônio Cultura
potenciais, entre eles, a capacidade de
geração de emprego e renda, a melho-
ria da qualidade das relações sociais, a
Desenvolvimento

Sist
a
preservação ambiental, a redução da Promoção

tu r
Territorial da Cultura

e
violência, a elevação da auto-estima e da Cultura

ul

ma
C
a inclusão social. O planejamento das de

a
d Cu
políticas públicas para a cultura impõe ia lt
a necessidade de se articular diversos n om Eco
ura
aspectos estruturantes que possam in-
teragir entre si.
Do ponto de vista constitucional,
cabe à União, aos Estados e aos Mu-
nicípios a função de formular e imple-
mentar políticas públicas para a cul-
tura. Por isso, a atuação da SecultBA
dá-se a partir da adesão à idéia de um
a gestão da cultura na Bahia é moldada
pacto federativo pelo qual se busca im-
plantar um modelo de gestão coerente,
a partir de quatro eixos estruturantes
coordenado e afinado em todas as suas que orientam e, ao mesmo tempo,
instâncias.
Finalmente, importa observar os permeiam cinco linhas programáticas
princípios e prerrogativas estabelecidos
por documentos fundamentais no mun-
do contemporâneo, como a Convenção
da UNESCO sobre diversidade cultural;
a Carta Cultural Ibero-americana e a
Agenda 21 da Cultura, enfatizando, EIXOS ESTRUTURANTES
principalmente a noção de diversidade
cultural. RECONCEITUAÇÃO DA CULTURA
Essa é a reconfiguração da visão
da política pública de cultura na Bahia, O fenômeno da cultura se manifesta por uma multiplicidade de expressões que dão
que passa a tratar o setor cultural como visibilidade à produção simbólica. Essas expressões carregam em si linguagens, valores,
um segmento vivo, dinâmico e intenso, saberes e fazeres específicos que se transformam com o tempo, incorporando novos
capaz de operar profundas transforma- recursos, olhares, práticas e tecnologias. Por vezes, as expressões se interpenetram,
ções nas sociedades. indicando novos caminhos.
Se a base é simbólica, suas expressões alcançam todos os aspectos do desenvol-
vimento humano e revelam identidades, fortalecem pertencimentos, criam e recriam
relações. A cultura dá significado e qualifica as relações sociais, econômicas e políticas.
Nessa perspectiva, mudar o conceito significa mudar a forma Para a SecultBA, potencializar a atividade econômica por
de conceber e desenvolver políticas públicas. Significa entender meio da cultura é ampliar a produção, a circulação e o acesso
o papel do Estado como estimulador da produção cultural e aos bens e serviços culturais baianos, agregar valor relacionado
não como produtor. A cultura é produzida na sociedade e para à origem e amplificar a centralidade da cultura em processos de
ela a ação pública deve estar voltada, de modo a potencializar desenvolvimento. As estratégias nesse sentido incluem o conhe-
o seu desenvolvimento. cimento das cadeias produtivas, a produção e disseminação de
informações, o incentivo a redes de relacionamento e um sistema
CULTURA E DESCENTRALIZAÇÃO diversificado e abrangente de fomento e financiamento.

Para minimizar as marcantes desigualdades entre as diversas SISTEMA DE CULTURA


regiões, o Governo da Bahia acolheu a divisão do estado em 26
territórios de identidade e vem estimulando o desenvolvimento A criação e o funcionamento do Sistema Estadual de Cultura é
de cada um a partir de suas características socioeconômicas e uma das metas prioritárias do Governo da Bahia. Com o objeti-
culturais. vo geral de fortalecer a institucionalização e o relacionamento
Para a SecultBA, a descentralização é sinônimo de esta- das organizações de cultura, o Sistema pressupõe a articulação,
dualização da ação pública da cultura, permitindo a todos os a gestão e a promoção conjunta de políticas pactuadas entre
municípios baianos a participação no processo de formulação União, Estado, Municípios e sociedade civil.
e o acesso aos programas e projetos implementados. Isso exi- Expressão institucional do princípio federativo, o Sistema Es-
ge uma estratégia que articule localmente os poderes públicos tadual de Cultura engloba o Conselho Estadual de Cultura, a
e a sociedade, e estabeleça conexões territoriais capazes de SecultBA e suas entidades vinculadas, os Sistemas Municipais
potencializar os esforços e os recursos, criar uma dinâmica de de Cultura e as instâncias de articulação intermunicipais, os Sis-
intercâmbio e valorizar a diversidade, com geração de renda e temas Setoriais, as redes e fóruns de relacionamento social. Seu
inclusão social. funcionamento intenta promover o alinhamento e a integração
de programas e ações culturais oriundos dos diferentes segmen-
ECONOMIA DA CULTURA tos que atuam na área, inclusive com a consolidação de mecanis-
mos de gestão como sistemas de informações, planos de cultura,
Durante muito tempo estimular economicamente a cultura es- instâncias de consulta à sociedade, programas de formação em
tava restrito a isenções fiscais. Hoje, é predominante a idéia cultura e instrumentos de fomento e financiamento.
de que, ao lado da economia do conhecimento, a cultura é um Na gestão deste processo, cabe à SecultBA o papel de or-
segmento complexo, a um só tempo específico e transversal, questrar o relacionamento entre os organismos, respeitando
que vem desafiando as políticas econômicas tradicionais. suas autonomias.

OBJETIVOS DO SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA


• Estabelecer competências e parcerias entre as diferentes instituições da federação nas áreas de
gestão e de promoção da cultura;
• Promover o intercâmbio entre os entes federados para a formação, capacitação e circulação de
bens e serviços culturais;
• Estabelecer um processo democrático de participação na gestão das políticas e dos investimentos
públicos na área cultural;
• Fomentar políticas públicas que afirmem a centralidade da cultura no fortalecimento das
identidades, no desenvolvimento econômico e na transformação social.

[ 17 ] CULTURA É O QUÊ?
TERRITÓRIOS DE IDENTIDADE DA BAHIA
24
10
1 Irecê
2 Velho Chico 25 17

3 Chapada Diamantina 16
4
1
4 Sisal
11 15
5 Litoral Sul 18
2 19
6 Baixo Sul 14
3 21 26
7 Extremo Sul
12
9
8 Itapetinga 6
23
9 Vale do Jiquiriçá 13 22
10 Sertão do São Francisco
20
11 Oeste Baiano 5
8
12 Bacia do Paramirim
13 Sertão Produtivo
14 Piemonte do Paraguaçu
1 IRECÊ 7
15 Bacia do Jacuípe América Dourada, Barra do Mendes, Barro Alto,
Cafarnaum, Canarana, Central, Gentio do Ouro,
16 Piemonte da Diamantina Ibipeba, Ibititá, Ipupiara, Irecê, Itaguaçú da Bahia,
João Dourado, Jussara, Lapão, Mulugum do Morro,
17 Semi-Árido Nordeste II Presidente Dutra, São Gabriel, Uibaí, Xique-Xique.

8 Agreste de Alagoinhas/
1 2 VELHO CHICO
Barra, Bom Jesus da Lapa, Brotas de Macaúbas,
LitoralNorte Carinhanha, Feira da Mata, Ibotirama, Igaporã, Matina, 8 ITAPETINGA
Malhada, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira Caatiba, Firmino Alves, Ibicuí, Iguaí, Itambé, Itapetinga,
19 Portal do Sertão dos Brejinhos, Paratinga, Riacho de Santana, Serra do Itarantim, Itororó, Macarani, Maiquinique, Nova Canaã,
Ramalho, Sítio do Mato. Potiraguá, Santa Cruz da Vitória.
20 Vitória da Conquista
3 CHAPADA DIAMANTINA 9 VALE DO JIQUIRIÇÁ
21 Recôncavo Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Amargosa, Brejões, Cravolândia, Elísio Medrado,
Ibicoara, Ibitiara, Iraquara, Itaeté, Lençóis, Marcionílio Irajuba, Iramaia, Itaquara, Itiruçu, Jaguaquara, Jiquiriçá,
Souza, Morro do Chapéu, Mucugê, Nova Redenção,
22 Médio Rio das Contas Novo Horizonte, Palmeiras, Piatã, Rio de Contas,
Lafayete Coutinho, Lagedo do Tabocal, Laje, Maracás,
Milagres, Mutuípe, Nova Itarana, Planaltino, Santa Inês,
Seabra, Souto Soares, Utinga, Wagner, Jussiape.
23 Bacia do Rio Corrente São Miguel das Matas, Ubaíra.
4 SISAL 10 SERTÃO DO SÃO FRANCISCO
24 Itaparica (BA/PE) Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Campo Alegre de Lourdes, Pilão Arcado, Remanso, Casa
Conceição do Coité, Ichu, Itiúba, Lamarão, Monte Nova, Sobradinho, Sento Sé, Juazeiro, Curaçá, Uauá,
25 Piemonte Norte do Itapicuru Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue, Retirolândia, Canudos.
Santa Luz, São Domingos, Serrinha, Teofilândia, Tucano,
26 Metropolitana de Salvador Valente. 11 OESTE BAIANO
Wanderley, Cotegipe, Cristópolis, Baianópolis,
5 LITORAL SUL Catolândia, São Desidério, Barreiras, Angical, Luiz
Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Barro Preto, Eduardo Magalhães, Riachão das Neves, Santa Rita de
Buerarema, Camacã, Canavieiras, Coaraci, Floresta Cássia, Mansidão, Formosa do Rio Preto, Buritirama.
Azul, Ibicaraí, Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Itaju
do Colônia, Itajuípe, Itapé, Itapitanga, Jussari, Maraú, 12 BACIA DO PARAMIRIM
Mascote, Pau Brasil, Santa Luzia, São José da Vitória, Boquira, Botuporã, Caturama, Érico Cardoso, Ibipitanga,
Ubaitaba, Una, Uruçuca. Macaúbas, Paramirim, Rio do Pires, Tanque Novo.

6 BAIXO SUL 13 SERTÃO PRODUTIVO


Aratuípe, Cairu, Camamu, Gandu, Igrapiúna, Ituberá, Brumado, Caculé, Caetité, Candiba, Contendas do
Jaguaripe, Nilo Peçanha, Piraí do Norte, Presidente Sincorá, Dom Basílio, Guanambi, Ibiassucê, Ituaçu, Iuiú,
Tancredo Neves, Taperoá, Teolândia, Valença, Lagoa Real, Livramento de Nossa Senhora, Malhada de
Wenceslau Guimarães. Pedras, Palmas de Monte Alto, Pindaí, Rio do Antônio,
Sebastião Laranjeiras, Urandi, Tanhaçu.
7 EXTREMO SUL
Alcobaça, Belmonte, Caravelas, Eunápolis, Guaratinga, 14 PIEMONTE DO PARAGUAÇU
Ibirapuã, Itabela, Itagimirim, Itamarajú, Itanhém, Ruy Barbosa, Itaberaba, Rafael Jambeiro, Ibiquera, Boa
Itapebi, Jucuruçu, Lagedão, Medeiros Neto, Mucuri, Vista do Tupim, Iaçu, Santa Terezinha, Itatim, Lajedinho,
Nova Viçosa, Porto Seguro, Prado, Santa Cruz Cabrália, Macajuba, Piritiba, Mundo Novo, Tapiramutá, Miguel
Teixeira de Freitas, Vereda. Calmon.

CULTURA É O QUÊ? [ 18 ]
LINHAS PROGRAMÁTICAS

[1]
GESTÃO DA CULTURA
O Programa Gestão da Cultura engloba iniciativas voltadas para a estrutura-
ção e o aprimoramento institucional e de gestão da cultura, como formulação
15 BACIA DO JACUÍPE de políticas e planos, apoio a instâncias de consulta e participação, projetos
Baixa Grande, Mairi, Gavião, Capela do Alto Alegre, de descentralização e capacitação. Nele, estão incluídas as principais ações
Ipirá, Nova Fátima, Pé de Serra, Pintadas, Riachão do
Jacuípe, Serra Preta, Várzea da Roça, Várzea do Poço, focadas na implantação do Sistema Estadual de Cultura, um dos objetivos
São José do Jacuípe, Quixabeira.
primordiais da SecultBA. O programa também incorpora modelos de gestão
16 PIEMONTE DA DIAMANTINA
Caém, Capim Grosso, Serrolândia, Jacobina, Várzea especiais, desenvolvidos para atuar em espaços complexos como o Centro
Nova, Ourolândia, Umburanas, Mirangaba, Saúde. Antigo de Salvador, outra vertente prioritária do Governo.
17 SEMI-ÁRIDO NORDESTE II
Jeremoabo, Santa Brígida, Pedro Alexandre, Coronel
João Sá, Sítio do Quinto, Novo Triunfo, Antas, Cícero [2]
Dantas, Banzaê, Fátima, Adustina, Paripiranga, Ribeira
do Pombal, Heliópolis, Ribeira do Amparo, Cipó, Nova FOMENTO À ECONOMIA DA CULTURA
Soure, Euclides da Cunha. O Programa Fomento à Economia da Cultura envolve projetos relacionados
18 AGRESTE DE ALAGOINHAS/LITORAL NORTE ao desenvolvimento da cultura como segmento econômico, incluindo-se aí a
Itapicuru, Olindina, Crisópolis, Rio Real, Jandaíra,
Conde, Acajutiba, Esplanada, Cardeal da Silva, Entre estruturação das bases de informações e indicadores, criação de novos me-
Rios, Mata de São João, Itanagra, Araçás, Alagoinhas,
Aramari, Ouriçangas, Inhambupe, Sátiro Dias, Aporá, canismos de financiamento, processos de certificação e incentivo a redes e a
Catu, Pojuca, Pedrão. elos das cadeias produtivas.
19 PORTAL DO SERTÃO
Feira de Santana, São Gonçalo dos Campos, Conceição
de Feira, Santo Estevão, Ipecaetá, Antônio Cardoso, [3]
Anguera, Tanquinho, Santa Bárbara, Santanópolis,
Coração de Maria, Amélia Rodrigues, Teodoro Sampaio, PROMOÇÃO DA CULTURA
Terra Nova, Conceição do Jacuípe, Irará, Água Fria. O Programa Promoção da Cultura inclui projetos e atividades relacionados
20 VITÓRIA DA CONQUISTA ao fomento e a dinamização da criação, produção e circulação de bens e
Anagé, Aracatu, Barra do Choça, Belo Campo, Bom
Jesus da Serra, Caetanos, Cândido Sales, Caraíbas, serviços culturais, difusão e intercâmbio, formação artístico-cultural e gestão
Condeúba, Cordeiros, Encruzilhada, Guajeru, Jacaraci,
Licínio de Almeida, Maetinga, Mirante, Mortugaba, de espaços. Contém o maior elenco de iniciativas e envolve todas as unidades
Piripá, Planalto, Poções, Presidente Jânio Quadros, da SecultBA nas suas respectivas áreas de atuação.
Ribeirão do Largo, Tremedal, Vitória da Conquista

21 RECÔNCAVO
Santo Amaro, Saubara, Governador Mangabeira, [4]
Muritiba, Cabaceiras do Paraguaçu, Cachoeira, São
Félix, Marogojipe, Cruz das Almas, Castro Alves, DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA CULTURA
Conceição do Almeida, São Felipe, Santo Antônio de O Programa Desenvolvimento Territorial da Cultura contém ações direciona-
Jesus, Muniz Ferreira, Varzedo, Dom Macedo Costa,
Nazaré, Sapeaçu, São Sebastião do Passé, São Francisco das para a estadualização e a descentralização, tendo como referência o mo-
do Conde.
delo de regionalização em territórios de identidade da Bahia.
22 MÉDIO RIO DAS CONTAS
Aiquara, Apuarema, Barra do Rocha, Boa Nova, Dário
Meira, Gongogi, Ibirataia, Ipiaú, Itagi, Itagibá, Jequié,
Jitaúna, Manoel Vitorino, Nova Ibiá, Ubatã, Itamari.
[5]
HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO
23 BACIA DO RIO CORRENTE
Brejolândia, Canápolis, Cocos, Coribe, Correntina, O Programa História, Memória e Patrimônio abarca a preservação, recu-
Jaborandi, Santa Maria da Vitória, Santana, São Félix do
Coribe, Serra Dourada, Tabocas do Brejo Velho.
peração, proteção e dinamização do patrimônio edificado e imaterial e da
24 ITAPARICA (BA/PE)
memória histórica e documental da Bahia. As ações incluem o registro de
Abaré, Macururé, Chorrochó, Rodelas, Glória, Paulo manifestações culturais, a elaboração de estudos para o tombamento de bens
Afonso, Belém do São Francisco (PE), Itacuruba (PE),
Carnaubeira da Penha (PE), Floresta dos Navios (PE), edificados e registro de bens imateriais, a implementação de projetos de res-
Petrolândia (PE), Tacaratu (PE), Jatobá (PE).
tauração e o acompanhamento, orientação, fiscalização e execução de obras
25 PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU
Campo Formoso, Jaguarari, Andorinha, Ponto Novo,
de conservação e recuperação de monumentos.
Caldeirão Grande, Pindobaçu, Filadélfia, Antônio
Gonçalves, Senhor do Bonfim.

26 METROPOLITANA DE SALVADOR
Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de
Freitas, Madre de Deus, Salvador, Simões Filho, Vera
Cruz, Salinas da Margarida.

[ 19 ] CULTURA É O QUÊ?
A Secretaria de Cultura adotou

gestão da CULTURA
um modelo de gestão que tem na
descentralização, na participação,
na estadualização e na
articulação institucional os seus
principais pilares de sustentação.
Norteando esse modelo estão
dois fins básicos: fazer circular
idéias, conceitos e métodos
com reavaliações constantes,
e criar uma base institucional
capaz de sedimentar a aplicação
das políticas públicas de modo
a torná-las independentes dos
períodos de governo.

CULTURA É O QUÊ? [ 20 ]
N
essa perspectiva, a gestão da cultura inclui ações que viabilizam dois ob-
jetivos prioritários: a implantação e consolidação do Sistema Estadual de
Cultura e a Gestão Multi-institucional do Centro Antigo, na qual se destaca o
Plano de Reabilitação Participativo. O Sistema viabiliza a articulação institucional entre
os governos federal, estadual e municipais, organizações da sociedade civil, empresas
e outros atores sociais no sentido de promover ações coordenadas de valorização
da cultura, otimizando esforços e compartilhando responsabilidades em torno da im-
plementação de políticas públicas para a área. Já o Plano é voltado para nortear as
intervenções de curto, médio e longo prazos em uma área complexa do município de
Salvador, bem como para viabilizar um modelo de gestão que garanta sua sustentabi-
lidade e articule a atuação de todas as esferas de governo.

IMPLANTAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO
DO SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA

O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA

O Conselho Estadual de Cultura (CEC) é o principal órgão colegiado do Sistema Esta-


dual de Cultura e tem por finalidade constitucional a formulação da política estadual
de cultura. É um canal privilegiado de relacionamento com a sociedade e um ponto
de referência para a discussão das políticas culturais. É composto por 20 conselheiros
titulares e dez suplentes e funciona a partir de reuniões plenárias, de câmaras e de
comissões, nas quais são discutidos temas relevantes para cenário cultural baiano.
Constituem o Conselho as seguintes câmaras temáticas:
• Câmara de Produção Cultural Contemporânea,
• Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural,
• Câmara de Articulação e Integração e
• Câmara de Política Sócio-Cultural.

Cada câmara temática, de um modo geral, é composta por cinco conselheiros. Já as


comissões são formadas esporadicamente para atuar em matérias ou assuntos espe-
cíficos.
Na atual gestão, o propósito de democratização é seguido à risca. Para a escolha
dos integrantes do Conselho Estadual de Cultura a primeira medida adotada foi pro-
ceder consulta a universidades, organizações não-governamentais e associações de
classe ligadas ao setor cultural da Bahia. Os conselheiros escolhidos pelo Governador e
referendados pela Assembléia Legislativa foram empossados simbolicamente durante
a II Conferência Estadual de Cultura, em Feira de Santana
Coerente com o respeito à diversi-
dade, o Conselho abriga representan-
tes do interior, das comunidades indí-
gena, negra, católica e universitária, e
das diferentes expressões artísticas. A
dinamização do colegiado foi a princi-
pal objetivo conquistado no triênio.
De novembro de 2007 a dezembro
de 2009 foram convocadas 86 sessões
plenárias ordinárias, duas sessões ple-
nárias extraordinárias e 27 sessões
conjuntas das câmaras temáticas, além
das reuniões individuais de câmaras e
comissões constituídas, a exemplo da
Comissão do Carnaval e da Comissão
de Cultura e Educação e de Cultura e
Violência.
Além disso, o CEC promoveu uma
série de debates públicos, visando à
aproximação entre a sociedade civil e a
SecultBA, com o objetivo de colaborar
com a construção de políticas públicas
de cultura mais eficientes e abrangen-
tes. Entre os encontros promovidos

A II CONFERÊNCIA ESTADUAL DE CULTURA, REALIZADA EM OUTUBRO DE 2007, REUNIU MAIS


DE 2 MIL PESSOAS, ENTRE REPRESENTANTES DE 64,5% DOS MUNICÍPIOS BAIANOS
pelo CEC, desde 2007, estão o Ciclo de
Debates sobre o Carnaval, o IV e o V
Ciclos de Debates Sobre Políticas Cultu-
rais, a Conferência Estadual de Comu-
nicação e Cultura e o Plano,o Sistema e
a Conferência Nacional de Cultura.
Entre as indicações de medidas
aprovadas e encaminhadas às autorida-
des competentes, destacam-se a revita-
lização dos festejos do 2 de Julho e a re-
comendação para sua valorização pelo
Congresso Nacional, a reformulação das
políticas norteadoras dos editais, a ree-
dição de obras na língua tupi e a criação
do centro de referência do sertão.
Também foram valiosas as con-
tribuições do Conselho Estadual de
Cultura para o Plano Nacional de
Cultura e para a Conferência Estadual
de Comunicação, bem como as mani-

CULTURA É O QUÊ? [ 22 ]
festações sobre a demolição do Terrei- que formaliza o compromisso do foi um momento crucial para a definição
ro Oya Oipo Neto, a ação da Polícia município em relação à adesão ao de políticas coerentes com a idéia de
Federal nas comunidades tupinambás Sistema Estadual de Cultura. descentralizar as ações culturais.
do sul da Bahia e as atividades de ex- O encontro reuniu mais de 2 mil
tensão, ensino e pesquisa nas univer- O II Encontro de Dirigentes, or- pessoas, contando com a presença de
sidades baianas. ganizado pelo próprio Fórum, com o representantes de 64,5% dos muni-
Ao longo do triênio, a sede do apoio da SecultBA, ocorreu em Vitória cípios baianos e de 577 representan-
Conselho e seus espaços – o auditório da Conquista, em março de 2008, com tes de grupos artísticos de diferentes
Nilda Spencer, a sala da antiga biblio- a presença de representantes de 144 territórios do estado, culminando um
teca, a sala do plenário e as salas de municípios. A temática central girou processo que mobilizou mais de 42 mil
câmara – abrigaram diversos eventos em torno de ações estruturantes para pessoas na discussão de políticas cul-
promovidos pela Secretaria de Cultura, o desenvolvimento local e territorial turais para a Bahia. Foi elaborado um
por outros organismos públicos e por da cultura. Em abril de 2009, os di- caderno de diretrizes culturais em que
entidades civis. rigentes reuniram-se no III Encontro cada território definiu suas prioridades
para eleição dos novos integrantes do na área.
O FÓRUM DE DIRIGENTES corpo diretivo do Fórum. No evento, Um dos consensos da Conferência,
MUNICIPAIS DE CULTURA foram debatidos temas como a im- então expresso na “Carta de Feira de
plantação de sistemas e planos muni- Santana”, é o de que “tão importante
O primeiro passo no sentido de mobili- cipais de cultura. Em agosto, em um quanto a ampliação dos recursos é a
zar os municípios em torno do Sistema novo encontro com a presença dos re- estruturação institucional da cultura.
Estadual de Cultura, a base do modelo presentantes territoriais da SecultBA, Os municípios, a exemplo do que já foi
de gestão da cultura na Bahia, foi a discutiu-se o processo da III Confe- feito nas instâncias federal e estadual,
criação do Fórum de Dirigentes Muni- rência Estadual de Cultura e os editais devem criar órgãos e orçamentos es-
cipais de Cultura. para fomento a culturas populares. pecíficos para a cultura; mecanismos
Em maio de 2007, com o objetivo Até o final de 2009, 331 municí- próprios de fomento e conselhos mu-
de lançar as bases do Fórum, foi reali- pios de 24 territórios de identidade nicipais, além de planos municipais de
zado o I Encontro de Dirigentes Munici- haviam se comprometido formalmen- cultura”.
pais da Cultura, que reuniu 208 gesto- te com a organização de Sistemas Também foi assumido o compro-
res culturais de 139 municípios e teve Municipais de Cultura e com o forta- misso de se criar planos e outros me-
como principais resultados: lecimento do Sistema Estadual, mere- canismos de incentivo à cultura para
• a aprovação do regulamento do cendo destaque a Bacia de Jacuípe, na os territórios. A própria concepção de
Fórum; qual 12 municípios, de um total de 14, territórios de identidade é fortemente
• a eleição do Conselho Territorial, estabeleceram formalmente esta par- ancorada na cultura e a mobilização de
composto por 26 representantes ceria com o Estado por intermédio da seus integrantes por objetivos comuns
dos Territórios de Identidade; SecultBA. tem alto potencial transformador.
• a eleição da Coordenadoria Exe- Por fim, com vistas a consolidar as
cutiva do Fórum, integrada por AS CONFERÊNCIAS ESTADUAIS demandas culturais e nortear as polí-
oito dirigentes responsáveis pela DE CULTURA ticas públicas de cultura do estado da
coordenação de Câmaras Temá- Bahia, a conferência formulou propos-
ticas com conteúdos idênticos às As conferências são espaços privilegia- tas transversais e setoriais.
do Conselho Estadual de Cultura dos de encontro entre cidadãos e re- O processo que culminou na con-
visando, assim, facilitar o diálogo presentantes dos poderes públicos para ferência durou três meses e consistiu
entre essas duas instâncias; debater e propor políticas públicas. num esforço coletivo inédito de reali-
• a elaboração do Protocolo de In- zação de encontros municipais e terri-
tenções Visando ao Desenvolvi- II Conferência Estadual de Cultura toriais de cultura, percorrendo todos os
mento de Condições Institucionais Em outubro de 2007, a realização da II 26 territórios de identidade da Bahia
Para a Implantação do Sistema Conferência Estadual de Cultura, na Uni- e mobilizando mais de 36 mil pessoas
Estadual de Cultura, instrumento versidade Estadual de Feira de Santana, em 390 (92%) municípios baianos.

[ 23 ] GESTÃO DA CULTURA
Os resultados da Conferência fo- outubro e 8 de novembro em cidades a cultura popular e a cultura indígena,
ram divulgados no 2º Caderno de Cul- estratégicas de cada um dos territórios. que elegeram representações para os
tura editado pela SecultBA. Também foi Mobilizaram 4.794 pessoas de 340 eventos setoriais regionais, realizados
lançado um DVD duplo, realizado pelo municípios e elegeram 235 delegados pelo MinC.
IRDEB, incluindo o conteúdo do Cader- para a Conferência Nacional. Os resul- Os registros da III Conferência Es-
no e imagens dos 26 Encontros Territo- tados obtidos foram sistematizados e tadual de Cultura e outras informações
riais de Cultura e da Conferência final. formaram o documento-base para os relevantes sobre cultura, diversidade,
trabalhos da Conferência Estadual. cidadania e desenvolvimento podem
III Conferência Estadual de Cultura Com o tema geral “Cultura, Diver- ser obtidos pela internet no endereço
Em 2009, foi realizada a terceira edição sidade, Cidadania e Desenvolvimento”, http://blogdaconferencia.com.
da Conferência Estadual de Cultura, definido pelo Conselho Nacional de
desta feita com o necessário alinha- Cultura (CNC), a III Conferência Estadu- DIÁLOGO E PARTICIPAÇÃO
mento às definições do Ministério da al seguiu o processo adotado na edição SOCIAL
Cultura, em relação à II Conferência de 2007, envolvendo 50.448 pessoas
Nacional de Cultura. nas etapas municipal, territorial e esta- Além das Conferências Estaduais de
As conferências municipais abor- dual, sendo esta realizada no período Cultura, também foram realizados di-
daram a realidade cultural de cada de 26 a 29 de novembro, em Ilhéus, versos encontros, seminários, fóruns e
municipalidade. Foram realizadas entre com a participação de 1.566 pessoas debates voltados ao diálogo e à partici-
agosto e outubro, em 367 cidades, com de 238 municípios. Adicionalmente, o pação social com o objetivo de escutar,
a participação de 43.957 pessoas, que processo também incluiu as Pré-Confe- discutir e avaliar demandas. Todos con-
elegeram 1.947 delegados para as eta- rências Setoriais com discussões espe- tribuíram para a formulação de políti-
pas territorial e estadual. cíficas para as expressões artísticas, os cas e projetos e para dotar a gestão da
As conferências territoriais, por museus, as bibliotecas, os arquivos, o li- cultura de um caráter mais democrático
sua vez, foram realizadas entre 4 de vro e a leitura, a cultura afro-brasileira, e participativo.

A SECULTBA DOTOU A GESTÃO DA CULTURA DE UM CARÁTER MAIS DEMOCRÁTICO E PARTICIPATIVO

CULTURA É O QUÊ? [ 24 ]
Encontros Setoriais os encontros subsequentes foram reali-
O diálogo com a classe artística foi zados por intermédio das Câmaras Te-
restabelecido, desde 2007, por meio máticas. Essas Câmaras, cujo objetivo
de Encontros Setoriais, com a presença é exatamente promover a participação
de dirigentes da Fundação Cultural do social na construção do plano, reuni-
Estado da Bahia, para apresentação e ram representantes das três esferas de
discussão de programas, ações, editais governo (União, Estado e Município),
e projetos. universidades, organizações sociais,
Em 2009, esses encontros, nos seg- iniciativas privada e lideranças comu-
mentos de artes visuais, dança, música nitárias para discutir e apresentar pro-
e teatro, tiveram o objetivo de incenti- postas para a sustentabilidade social,
var a participação no processo de for- econômica, urbanística e ambiental.
mulação de uma legislação básica de O Encontro das Câmaras Temáticas,
cultura na Bahia, a Lei Orgânica da Cul- em dezembro de 2009, apresentou as
tura. Os representantes de cada lingua- proposições do Plano de Reabilitação
gem elaboraram propostas tendo como resultantes de todos os encontros ante-
referência a cadeia produtiva da cultu- riores, dos diagnósticos dos consultores
ra: “Criação e Pesquisa”, “Produção e e do workshop internacional realizado
Difusão” e “Formação e Memória”. em julho, que enriqueceu a constru-
Uma das principais proposições, ção do Plano. O evento contou com
do ponto de vista organizativo, foi a a participação de 12 especialistas em
institucionalização de tais encontros, revitalização de centros antigos prove-
transformando-os em espaços formais nientes de Porto Alegre, Recife, Olinda,
de diálogo e controle social. Rio de Janeiro, São Luís, bem como da
Espanha, França, Colômbia, México e
Planejamento Participativo – Centro Chile. Um rico intercâmbio de experi-
Antigo de Salvador ências foi estabelecido nas dimensões
Em 2007, no Encontro com a Comuni- urbanístico/ambiental, cultural, econô-
dade do Pelourinho, que contou com a mica e social visando a elaboração das
participação de artistas, moradores e proposições e estratégias do Plano de
comerciantes, debateu-se a respeito do Salvador. Seus resultados permitiram
modelo de gestão, com o objetivo de aprofundar discussões relacionadas ao
ordenar, capacitar, incluir e montar uma turismo cultural, habitação social, res-
nova forma de parceria envolvendo a tauração de monumentos, participação
Polícia Militar (PM). Também foram re- social e qualificação do mercado infor-
alizadas reuniões para discutir a parti- mal, entre outros temas.
cipação das famílias na ocupação da 7ª Além dessas medidas de participa-
etapa do Monumenta, por intermédio ção, prepostos do Escritório de Referên-
da Associação de Moradores e Amigos cia apresentaram as ações do Plano de
do Centro Histórico (AMACH) e de re- Reabilitação em vários fóruns, como a
presentantes da Vila Nova Esperança Assembléia Legislativa, o Ministério
e do Pilar. Esses foram os primeiros Público, a Câmara de Vereadores e o
movimentos no sentido de se instaurar Conselho Regional de Engenharia e
um planejamento participativo para o Arquitetura.
Centro Antigo, a partir do Pelourinho.
Com a aprovação do modelo de Outros Destaques
gestão do Plano de Reabilitação Parti- Eventos específicos organizados ou
cipativo do Centro Antigo de Salvador, apoiados pelo Estado foram igualmen-

[ 25 ] GESTÃO DA CULTURA
te importantes para o aprimoramento tantes de Salvador e 19 do interior;
das políticas específicas, destacando-se • na área de dança foram promovi-
os seguintes: dos o I Encontro de Dança Ama-
• encontros nas áreas de bibliote- dora, em Valença e Jequié, com a
cas, arquivos e museus discutiram participação de 1.537 pessoas, e o
e sedimentaram a visão sistêmica I Encontro de Curadores e Gestores
de organização desses setores em de Festivais Internacionais de Dan-
todo o estado e suas articulações ça no Brasil;
com os respectivos sistemas nacio- • a cadeia produtiva e a formação da
nais; rede de música no Nordeste foram
• no segmento de teatro foram reali- temas de duas edições do Fórum de
zados 21 encontros setoriais, sendo Música, Mercado e Tecnologia, que
quatro na capital e 17 no interior. O reuniram 1.100 pessoas;
Encontro de Dramaturgia na Bahia • as questões relacionadas ao au-
(parceria ente FUNCEB e FPC) e diovisual foram tratadas em várias
o Encontro de Coordenadores de oportunidades, como no III Fórum
Grupos Teatrais trataram de temas de Perspectivas do Cinema na
específicos do fazer teatral. O apoio Bahia, nos Seminários Internacio-
ao Fórum de Teatro de Rua, orga- nais de Cinema e Audiovisual, no
nizado pelo Movimento Teatro de I Encontro de Dirigentes e Organi-
Rua, gerou resultados importantes zadores de Eventos de Difusão do
como a criação da Rede de Teatro Audiovisual e no I Fórum de Cine-
Popular de Rua, com 80 represen- clubes da Bahia;
• o encontro promovido pela rádio
Educadora FM com representantes
da produção musical baiana forne-
ceu elementos para o desempenho
da emissora na valorização da di-
versidade da música;
• os Encontros com Circenses, reali-
zados com o objetivo de fomentar a
atividade circense em todo o esta-
do por meio de discussões, debates
e oficinas, possibilitaram a criação
de novas ações voltadas para a
área, contribuindo para a divulga-
ção e a demanda por apoios oriun-
dos de mecanismos de incentivos
estaduais e federais por parte dos
circos da Bahia.

REPRESENTAÇÕES TERRITORIAIS
DA SECULTBA

Em 2008, os 27 Representantes Territo-


riais de Cultura, contratados mediante
seleção pública, foram ca-
pacitados para atuar

CULTURA É O QUÊ? [ 26 ]
como disseminadores da política cultu- MUNICÍPIOS ASSISTIDOS POR TERRITÓRIO (BAHIA, 2009)
ral do Estado e articuladores entre os TERRITÓRIO MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS ASSISTIDOS
interlocutores da área cultural de cada Baixo Sul 14 14
Sisal 20 19
um dos municípios integrantes dos 26
Bacia do Jacuípe 14 14
territórios de identidade e as unidades Velho Chico 16 11
da Secretaria de Cultura. Vale do Jiquiriça 21 11
Esses profissionais de nível superior Recôncavo 19 19
estão sediados em unidades do Gover- Atendimento Extra Territórios - 12
TOTAL 104 100
no do Estado, em cidades consideradas Fonte: SecultBA
estratégicas. Cada território conta com
um representante, com exceção da Re-
gião Metropolitana de Salvador, servida
por dois representantes. estaduais, formar e capacitar gestores elaboração dos Planos Municipais de
O conhecimento da realidade cul- municipais. Cultura, atingindo um público de 563
tural de cada região foi essencial para As bases dessa ação, integrante do pessoas entre prefeitos, vice-prefeitos,
o bom desempenho da função dos re- processo de consolidação do Sistema secretários municipais, vereadores, diri-
presentantes territoriais. Para isso, fo- Estadual de Cultura, foram traçadas em gentes de cultura e representantes da
ram realizadas visitas a cada município articulação com o Fórum de Dirigentes sociedade civil.
baiano para sistematização de dados e Municipais de Cultura, técnicos da Se- Além disso, foram disponibilizados
abertura de canais de diálogo. Ao lon- cretaria e consultores da universidade. atendimentos virtual e especial a vários
go do ano, esses profissionais contribu- Foi concedida primazia aos municípios municípios não-integrantes dos territó-
íram decisivamente para a divulgação que já assinaram Protocolo de Inten- rios de identidade indicados, a exemplo
de editais, assistência técnica, acompa- ções com a SecultBA e que se encon- de Ilhéus, Cachoeira, Irará, Senhor do
nhamento de projetos locais – em es- tram nos cinco territórios de identidade Bonfim, Feira de Santana e Conceição
pecial, dos Pontos de Cultura – e atu- prioritários – Sisal, Litoral Sul, Bacia do Coité. Também foram treinados pro-
aram como mobilizadores do processo do Jacuípe, Velho Chico e Baixo Sul –, fissionais da UESC para serem multipli-
da III Conferência Estadual de Cultura além dos municípios do território do cadores desse processo.
em todas as suas etapas. Vale do Jiquiriçá.
O papel dos Representantes Terri- O objetivo foi apoiar e assessorar SISTEMAS SETORIAIS DE
toriais da SecultBA tem sido fundamen- as municipalidades na constituição e CULTURA
tal para ampliar e consolidar as redes implantação ou dinamização de Con-
de relacionamento em todo o Estado, selhos Municipais de Cultura; colaborar A SecultBA vem dando continuidade
contriuindo para o fortalecimento do na estruturação, fortalecimento e/ou ao processo de fortalecimento dos
Sistema Estadual de Cultura. implementação de um órgão gestor de Sistemas Estaduais de Museus, Bi-
cultura em cada município do Estado; bliotecas e Arquivos com medidas de
FORTALECIMENTO DA GESTÃO orientar a formulação e elaboração de apoio, parcerias, assistência técnica,
MUNICIPAL DA CULTURA Planos Municipais de Cultura; prover articulações e desenvolvimento de
assistência técnica para constituição de atividades que possibilitaram a efetiva
Por intermédio de um convênio firmado Fundos Municipais de Cultura; e sen- dinamização dos espaços, contribuin-
entre a SecultBA e a Escola de Admi- sibilizar o Poder Legislativo Municipal do para ampliar a interatividade com
nistração da Universidade Federal da para o seu papel no Sistema Municipal a comunidade. Além disso, iniciou a
Bahia, 100 prefeituras municipais pas- de Cultura, enfatizando a importância configuração do Sistema Estadual de
saram a receber, a partir de 2009, assis- de sua participação nesse processo. Patrimônio e do Sistema Estadual de
tência técnica para a instituição e con- Foram elaboradas cartilhas com Televisão Pública, articulando os seus
solidação de seus sistemas municipais orientações sobre a implantação dos principais agentes.
de cultura. Além disso, foi formulada sistemas estadual e municipal de cul- Como parte do processo de con-
e executada uma estratégia específica tura e realizadas visitas presenciais solidação dos sistemas setoriais, mere-
para, em parceria com as universidades a 90 municípios e nove oficinas para cem destaque:

[ 27 ] GESTÃO DA CULTURA
• a realização do “I Fórum Baiano de torná-la organismo central de ar- poeira (Forte de Santo Antonio) e
Arquivos e Bibliotecas Públicas”, ticulação institucional no setor. Foi o Museu de Arte Popular (Solar do
do “II Encontro Baiano de Bibliote- realizado cadastramento das uni- Ferrão). O Forte tem como propósito
cários de Bibliotecas Públicas Mu- dades em todo o estado e iniciado ser um centro de referência, estudo,
nicipais” e do “V Encontro Baiano serviço de assistência técnica a mu- pesquisa e memória da capoeira,
de Arquivos Municipais”, promo- seus do interior. uma das mais fortes manifesta-
vidos com o objetivo de reunir ar- • Para proporcionar maior acesso aos ções da cultura afro-descendente
quivistas, bibliotecários, gestores visitantes, residentes e turistas, des- na Bahia. Já o Solar do Ferrão, que
e demais profissionais que atuam de 2007, o horário de atendimento abriga a biblioteca Manoel Querino,
em arquivos e bibliotecas públicas foi ampliado. Os museus passaram teve concluídas as obras de recupe-
nos diversos municípios do estado. a funcionar das 10 às 19 horas, in- ração. Foram ampliados os espaços
Para este evento, realizado de 6 a 8 clusive nos finais de semana. da biblioteca especializada e de
de outubro de 2009, foram convi- • Naquele mesmo ano, quando da exposições permanentes e temporá-
dados representantes dos Sistemas comemoração da 5ª Semana dos rias, o que possibilitou a reabertura
Nacionais de Arquivos e Bibliote- Museus, com a temática Museus e deste importante equipamento cul-
cas, além de outros expoentes das Patrimônio Universal, foi assinado tural localizado no Pelourinho. Além
respectivas áreas; o convênio Petrobras/Fapex para disso, foi recuperado o acervo de
• O I Encontro Setorial de Museus, obras emergenciais do Museu Wan- Lina Bo Bardi e hoje é mantido em
realizado de 29 a 31 de julho de derley Pinho. Já em 2008, durante exposição permanente.
2009, teve o objetivo de debater a 6ª Semana Nacional de Museus, • O Palácio da Aclamação, igualmen-
o papel atual dos museus e a via- cujo tema foi Museus, Agentes de te recuperado, vem se firmando
bilidade de propostas de políticas mudança e desenvolvimento, fo- como espaço multifuncional, asso-
públicas na área museológica. Dis- ram lançados 20 mil exemplares do ciando as visitações ao museu–pa-
cussões foram empreendidas sobre Guia de Museus do Centro Antigo, lácio a exposições inovadoras.
a estruturação do Sistema Nacional que recebeu apoio da Secretaria do • O Museu de Recolhimento dos
de Museus, o que permitirá a arti- Turismo (SETUR)/Bahiatursa e da Humildes, em Santo Amaro da Pu-
culação entre as diversas unidades Prefeitura do Salvador. Na 7ª Sema- rificação, foi reinaugurado em de-
museais da união, estado e mu- na, em 2009, foi realizado o I En- zembro de 2007, após três anos de
nicípios, governamentais ou não- contro Setorial de Museus, quando trabalhos de restauração.
governamentais. Após o evento, foi foram lançados os primeiros editais • O Palacete das Artes – Rodin Bahia
organizada uma rede de relaciona- para seleção pública de projetos retornou à gestão direta do Estado
mento entre os museus da Bahia, para dinamização dos acervos das e foram retomadas as negociações
com representações regionais. instituições museais da Bahia. e providências junto ao Ministério
• O Museu de Arte Moderna (MAM) da Cultura da França para a expo-
Gestão de Museus passou por serviços de manuten- sição das obras de Rodin em 2009.
No triênio 2007–2009, foram realiza- ção física. A área do restaurante foi • Em 2008, foi firmado um convênio
das diversas ações com o objetivo de reintegrada como espaço expositivo. entre o Banco Nacional de Desen-
tornar os museus estaduais centros Também foi recuperado o Parque volvimento Econômico e Social (BN-
de referência em formação, difusão e das Esculturas, que guarda acervo DES) e o IPAC, no valor de R$ 110
convivência cultural, a exemplo de ex- permanente dos principais esculto- mil, para readequação da infra-es-
posições permanentes e temporárias, res brasileiros e encontrava-se in- trutura, climatização, higienização,
eventos, visitas guiadas, cursos, oficinas terditado desde 2006. Foi elaborado acondicionamento e melhoramento
e apresentações artísticas. um projeto para recuperação do píer das condições de guarda do acervo
• Foi elaborada a nova proposta de e restauração integral do imóvel, do Museu Tempostal. Também foi
organização do Sistema Estadual resgatando o conceito original de firmado um convênio no valor de R$
de Museus e a SecultBA reformu- Lina Bo Bardi, sua criadora. 7,6 mil com o Ministério da Justiça
lou o modelo de funcionamento da • Dois outros espaços foram dinami- para instalação de equipamentos de
Diretoria de Museus do IPAC para zados desde 2007: o Forte da Ca- segurança no Museu Udo Knoff.

CULTURA É O QUÊ? [ 28 ]
• Foram concluídos inventários nos
acervos do Museu de Arte Moder-
na (MAM), Museu de Arte da Bahia
(MAB) e Museu Abelardo Rodri-
gues, com edição do Catálogo do
MAM, em 2008.

As ações implementadas nessa área


apresentaram resultados positivos,
confirmando o êxito da política adota-
da com o objetivo de fazer com que o
museu se constitua num espaço rela-
cional de produção de conhecimento e
de contínuo contato com a sociedade.
O gráfico mostra o crescimento sig-
nificativo do público em todos os espa-
ços, à exceção daqueles que passaram
por reformas no período, com conse-
quente fechamento ao público: o Palácio
da Aclamação, o Udo Knoff e o Museu
de Arte da Bahia – MAB.

A REGIÃO CENTRAL DA CAPITAL BAIANA ABRIGA UM DOS CONJUNTOS ARQUITETÔNICOS


MAIS IMPORTANTES DAS AMÉRICAS COMO ACERVO DINÂMICO DA MEMÓRIA.

[ 29 ] GESTÃO DA CULTURA
Gestão de Bibliotecas2
A SecultBA vem trabalhando para fortalecer o Sistema Estadual de Bibliotecas, assumin-
do o desafio nacional de zerar o déficit de bibliotecas na Bahia até 2010. Além da im-
plantação de bibliotecas municipais, em parceria com o MinC e prefeituras, são realizadas
visitas de assistência técnica com o objetivo de avaliar o desempenho, a dinamização e a
modernização de bibliotecas em diversos municípios. Outra atividade desenvolvida pelo
sistema de bibliotecas é a distribuição de títulos – entre coleções, periódicos e multimí-
dias – para compor o acervo de várias instituições.
Nas oito bibliotecas gerenciadas diretamente pelo Estado, o principal objetivo é a
integração entre as comunidades e os espaços. Para isso, foram realizados diversos even-
tos e projetos, com destaque para atividades de estímulo e difusão do hábito da leitura,
oficinas, exposições, seminários, encontros e saraus literários, além da melhoria das ins-
talações físicas e tecnológicas, com a ampliação de espaços, modernização de serviços e
aquisição de novas tecnologias nas diversas unidades.
A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, localizada na praça de Nazaré, é a única na
capital especializada no atendimento ao público infantil. Foi reequipada e passou por
intervenções físicas e de leiaute, a fim de otimizar o acesso dos usuários.
Foi assinado um convênio com o Ministério da Cultura (MinC), no valor de R$ 3,1
milhões, com o objetivo de modernizar a Biblioteca Pública do Estado da Bahia. O projeto
se dará em duas etapas: aquisição de acervo, equipamentos de informática e mobiliário
(1ª etapa) e obras e reforma do prédio (2ª etapa).
Desde 2009, a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato e a Biblioteca Pública do Estado
passaram a funcionar aos domingos, atendendo a antigas reivindicações da comunidade
baiana.
Também merece destaque a assinatura de convênios com o MinC, em dezembro de
2009, garantindo recursos da ordem de R$ 12.200.000,00 para a implementação des-
centralizada do Programa Mais Cultura no Estado da Bahia, o que irá possibilitar a mo-
dernização de 100 bibliotecas públicas municipais e o apoio a 260 pontos de leitura e 23
bibliotecas comunitárias, bem como a seleção e capacitação de 572 agentes de leitura.

2 Ver tópico “Apoio à Implantação de Bibliotecas Municipais e Comunitárias” no capítulo “Desenvolvi-


mento Territorial da Cultura”.

CULTURA É O QUÊ? [ 30 ]
Gestão de Arquivos3 Nesse sentido, encontra-se em fase Outro projeto em fase de conclu-
O Sistema Estadual de Arquivos foi ob- final o projeto “Complementação de são é o “Guia de Fontes Manuscritas
jeto de discussão no I Fórum de Arqui- Aquisição de Estantes Deslizantes e ‘Avulsas’ da Capitania da Bahia”, do-
vos e Bibliotecas Públicas do Estado da Sistema de Detecção de Incêndio para cumentação custodiada pelo Arquivo
Bahia e no V Encontro Baiano de Arqui- o Acervo Colonial/Provincial do APB”, Histórico Ultramarino de Lisboa, dispo-
vos Municipais. Estratégias de gestão e iniciado em março de 2007, com patro- nível no APB por meio de CD-Rom do
formas de articulação foram debatidas cínio do BNDES. Projeto Resgate. Esta ação possibilitará
na perspectiva de consolidar uma atu- O segundo projeto em andamento, a construção de índices toponímico,
ação sistêmica que envolva os entes da intitulado “Institucionalização do Aten- onomástico e temático, corresponden-
Federação e as unidades de arquivos dimento a Pesquisa Presencial no APB/ tes a 19.600 verbetes referentes aos
públicos e privados, como preceitua o Módulo I - Sala de Pesquisa” tem por documentos digitalizados pelo referido
Sistema Estadual de Cultura. finalidade implementar rotinas insti- projeto. Uma vez concluído e publica-
O Arquivo Público da Bahia (APB) tucionais ao serviço de atendimento a do o índice, a comunidade acadêmica
atua como centro de referência do Sis- pesquisa presencial do APB. Nessa dire- baiana poderá dispor de um impor-
tema Estadual. Diante da importância ção, foram investidos recursos para rea- tante instrumento de pesquisa sobre o
do acervo sob a sua guarda, projetos lização de adaptações no novo espaço Brasil no período colonial.
são desenvolvidos visando proporcio- destinado à consulta de documentos,
nar melhorias no acondicionamento, de substituição de equipamentos de infor-
modo a preservar a massa documental. mática e modernização do mobiliário.
A próxima fase do projeto prevê a ins-
talação do monta carga, equipamento
3 Ver tópico “Apoio a Arquivos Municipais e
Institucionais de Interesse Público” no capítulo indispensável à preservação da saúde
“Desenvolvimento Territorial da Cultura”. do trabalhador.

O ARQUIVO PÚBLICO DA BAHIA (APB) É O CENTRO DE REFERÊNCIA


DO SISTEMA ESTADUAL DE ARQUIVOS

[ 31 ] GESTÃO DA CULTURA
CAPACITAÇÃO EM CULTURA com 65 participantes, entre represen- mas de cultura, desenvolvimento terri-
tantes territoriais, gestores municipais, torial, projetos culturais e editais, entre
Capacitação em Gestão e Produção universidades estaduais e federal e téc- outros temas.
Cultural nicos da SecultBA. A escolha foi pau-
A construção de um Sistema Estadual tada na experiência da Secretaria na Capacitação e Qualificação Técnica e
de Cultura capaz de articular governos, viabilização de programas de capacita- Artística
financiadores e produtores de bens e ção em parceria com as universidades Outra linha importante de capacitação
serviços culturais pressupõe ações de públicas sediadas no Estado e pelo fato está relacionada a aspectos técnicos
formação e qualificação. Atenta a este de que formação cultural foi uma das e artísticos, realizados diretamente ou
propósito, a SecultBA criou o Programa principais demandas registradas na II em parceria com outras instituições,
de Qualificação e Atualização em Cul- Conferência Estadual de Cultura. como o Serviço Nacional de Aprendiza-
tura para capacitar gestores públicos No âmbito das ações para elabo- gem Comercial (SENAC) e a Fundação
municipais e agentes culturais. ração de Planos de Desenvolvimento Nacional das Artes.
Em 2007, uma parceria com as Territorial da Cultura (PDTC), foi re- Por intermédio do Centro Técnico
universidades estaduais e federais da alizada oficina no Território do Sisal, do Teatro Castro Alves Cursos são pro-
Bahia (UNEB, UESC, UESB, UESF, UFRB em outubro de 2009, no município de movidos cursos para aperfeiçoamento
e UFBA) viabilizou cursos de formação Conceição do Coité. Durante a oficina profissional em cenotecnia, costura cê-
e qualificação de gestores e agentes ocorreram ações de nivelamento de nica, desenho para figurino e desenho
culturais, com financiamento do Fundo informações e de intercâmbio de ex- artístico. Os conteúdos estão disponí-
de Cultura. periências orientadas à elaboração do veis no blog do Centro.
Na primeira etapa, 40 professores PDTC. As dinâmicas desenvolvidas tive- A FUNCEB realiza oficinas teatrais
universitários participaram de um curso ram como objetivo a análise da cultura dirigidas a jovens no Espaço Xisto
de atualização realizado em Salvador, no Território do Sisal e a definição dos Bahia, no Centro Cultural Plataforma,
com carga horária de 80 horas. Na se- objetivos estratégicos que deverão ser no Centro Cultural Lauro de Freitas e
gunda etapa, os professores capacita- trabalhados durante os próximos cinco em centros educacionais da capital e
dos atuaram como coordenadores dos anos, visando o seu fortalecimento. Nos do interior.
cursos de gestão cultural que acontece- outros territórios, as oficinas de cons- Na perspectiva de reunir a capaci-
ram em cinco territórios de identidade, trução do Plano estão previstas para o tação a eventos artísticos, as seguintes
inicialmente com 160 participantes. ano de 2010. iniciativas foram relevantes:
Paralelamente, foram realizadas Além disso, ao longo de 2008 e • Programa Teatro entre Cidades:
82 oficinas de Elaboração de Projetos 2009, cerca de 1.500 gestores e agen- Circuito Solidário de Grupos de
Culturais em 40 municípios, abordan- tes culturais de 33 municípios partici- Teatro, de incentivo à circulação
do aspectos essenciais para partici- param de dez videoconferências que de grupos teatrais por meio de
pação nos mecanismos de fomento ocorreram em articulação com o Insti- intercâmbio solidários. As cidades
à cultura. Desde julho de 2007, mais tuto Anísio Teixeira (IAT). Os encontros se unem para apoiar a apresenta-
de 2.600 pessoas já participaram do versaram sobre política cultural, siste- ção de espetáculos e a realização
programa, verificando-se um aumen-
to significativo de projetos inscritos e
selecionados pelos editais, especial-
mente oriundos do interior do estado
PROJETO / CURSO PARTICIPANTES
e de organizações sediadas em bairros EmCine – Capacitação na cadeia do audiovisual 30
populares da capital. Iniciação Teatral 67
Em 2009, a Bahia foi escolhida para Iniciação Musical 57
sediar a primeira experiência nacional Qualificação de Grupos Teatrais 196
Qualificação de Grupos Musicais 37
de formação e qualificação de gestores
Técnicas Circenses 18
culturais em Política e Gestão Culturais. Técnicas de Espetáculo 179
O evento, promovido pelo MinC em Total de Beneficiados 584
parceria com o SESC/São Paulo, contou Fonte: SecultBA/FUNCEB

CULTURA É O QUÊ? [ 32 ]
A SECULTBA CRIOU O PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO E ATUALIZAÇÃO EM CULTURA PARA
CAPACITAR GESTORES PÚBLICOS MUNICIPAIS E AGENTES CULTURAIS

de oficinas teatrais fornecendo a formação desses artistas com o sos “Gestão de Documentos Arquivísti-
passagens, hospedagem e infra- perfil de multiplicação e a reaplica- cos” e “Legislação Arquivística Brasilei-
estrutura. A ação tem o objetivo ção dos conteúdos apreendidos no ra” para servidores públicos estaduais,
de ampliar a circulação dos grupos festival nas cidades de origem. objetivando assegurar a organização e
teatrais entre as cidades baianas e a conservação adequada dos conjuntos
o fomentar o elo de difusão/circu- Capacitação e Qualificação de Técnicos documentais da administração pública
lação da cadeia produtiva do tea- dos Sistemas Setoriais de Cultura direta. Foram treinados 179 servidores.
tro, além de fortalecer as redes de No que diz respeito ao suporte aos O curso “Gestão da Informação
grupos teatrais dos Territórios de sistemas setoriais de cultura, ativida- Aplicada aos Arquivos Municipais”,
Identidade da Bahia. des de capacitação foram direcionadas tendo por objetivo divulgar normas e
• Mobilizadores Regionais de Artes, para profissionais que atuam nas áreas procedimentos técnicos arquivísticos
envolvendo a formação de multi- de patrimônio, museus, bibliotecas e sobre gestão documental, ofereceu
plicadores. Em 2009, 11 mobiliza- arquivos. espaço de formação continuada a es-
dores de artes dos municípios de Na política de estruturação do Sis- tudantes e profissionais que atuam nos
Retirolândia, Euclides da Cunha, tema Estadual de Arquivos, o Arquivo arquivos públicos municipais e/ou em
Itambé, Urandi, Ilhéus, Juazeiro, Público da Bahia realizou a oficina E- instituições/universidades conveniadas.
Jequié, Itaberaba, Vitória da Con- ARQ Brasil, com o tema “Sistema In- Foi realizado em Salvador, Ilhéus, São
quista, Andorinha, Bonito e Caetité, formatizado de Gestão Arquivística de Félix, Vitória da Conquista, Cachoeira,
participaram da programação do II Documentos”, ministrado por profissio- Feira de Santana, Jacobina e Lençóis,
Festival Internacional de Artes Cê- nais do Arquivo Nacional, que contou no período de 2007 a 2009, com a par-
nicas. A participação, que consiste com a participação de 84 pessoas. Além ticipação de pessoas de 84 municípios
em bate-papos, oficinas e espe- disso, em parceria com a Secretaria de de 17 Territórios de Identidade.
táculo, ocorreu em duas etapas: Administração, foram realizados os cur- No triênio 2007-2009, a área de

[ 33 ] GESTÃO DA CULTURA
bibliotecas promoveu a capacitação de constatação prática de que a susten- lor de R$ 2,5 milhões, que incluiu
555 profissionais que atuam nas biblio- tabilidade socioeconômica do CHS de- as áreas de acesso ao Centro His-
tecas públicas estaduais, municipais e pende do planejamento de ações que tórico, a pintura e reparos gerais
espaços de leitura, por meio de cursos o mantenham em diálogo com o seu do Mercado Santa Bárbara e do
e seminários nas áreas de acervo, in- entorno e que o incorporem ao contex- Instituto Histórico e Geográfico da
formatização, processsamento técnico to do CAS. É no entorno do Pelourinho Bahia;
e práticas de incentivo à leitura. e do CHS que se registram alguns dos • a coordenação da elaboração do
mais graves problemas sociais e as Plano de Reabilitação da Baixa dos
GESTÃO MULTI-INSTITUCIONAL ações devem ser planejadas conside- Sapateiros e a elaboração do proje-
DO CENTRO ANTIGO rando o conjunto urbano que envolve to de reconstrução do Mercado de
o Centro Antigo e o Centro Histórico de São Miguel, bem como da requali-
A região central da capital baiana abri- Salvador como um todo. ficação da iluminação pública das
ga um dos conjuntos arquitetônicos Nesse sentido, uma das iniciativas áreas do Pelourinho e Baixa dos Sa-
mais importantes das Américas como mais importantes de valorização e pre- pateiros, além da iluminação cênica
acervo dinâmico da memória da coloni- servação do patrimônio arquitetônico de 23 monumentos;
zação européia do continente. do Estado foi a criação do Escritório de • celebração de convênio com o
Para fins de aplicação de políticas Referência do Centro Antigo de Salva- Ministério do Turismo (Mtur) para
públicas de preservação desse patrimô- dor (ERCAS), responsável pela elabora- reconstrução do Mercado de São
nio, a Secretaria de Cultura optou por ção do Plano de Reabilitação Participa- Miguel e recuperação dos aces-
utilizar a diferenciação constante na Lei tivo do Centro Antigo de Salvador. sos ao Centro Histórico – Rua Ruy
de Ordenamento do Solo de Salvador, Entre as ações que integram as Barbosa, Baixa dos Sapateiros,
que divide a região central em duas medidas desenvolvidas com ministé- Carmo, Passo e Taboão, no valor
áreas de interesse: rios, secretarias de Estado, município, de R$ 28 milhões, envolvendo
• O Centro Histórico de Salvador universidades e iniciativa privada para melhoria da acessibilidade, sinali-
(CHS), trecho que vai do Mosteiro a reabilitação do Centro Antigo de Sal- zação, iluminação e requalificação
de São Bento até o Santo Antônio vador, destacam-se: de fachadas;
Além do Carmo, tombado pelo Ins- • a assinatura de convênio com a Or- • a elaboração do Projeto da Vila
tituto do Patrimônio Histórico e Ar- ganização das Nações Unidas para Nova Esperança, visando a recupe-
tístico Nacional (IPHAN), em 1984, a Educação, a Ciência e a Cultura ração da área da antiga Rocinha.
como patrimônio histórico-cultural. (Unesco), no valor de R$ 1,46 mi- O projeto, premiado pelo Institu-
• O Centro Antigo de Salvador (CAS), lhão, para capacitação de equipes to dos Arquitetos do Brasil – São
classificado como Área de Proteção no desenvolvimento de projetos de Paulo, contempla a construção de
ao Patrimônio Cultural e Paisagís- reabilitação, preservação e valori- 66 habitações e equipamentos co-
tico, com aproximadamente 70 mil zação do Centro Antigo; letivos como cozinha, estúdio mul-
habitantes, que se estende por sete • a regularização da ocupação no timídia, sede comunitária, quadra
quilômetros quadrados, abrangen- centro antigo: foram promovidos de esportes, biblioteca, além da
do toda a área localizada entre entendimentos junto às Secretarias recuperação da encosta, horta co-
parte do Campo Grande e o Barba- de Administração e da Fazenda do munitária e capacitação profissio-
lho, incluindo o Comércio, Água de Estado para a regularização fundi- nal, com investimentos de R$ 6,5
Meninos, Dique do Tororó, Macaú- ária de 119 imóveis de um total de milhões através do Programa de
bas, Saúde, Nazaré, Lapa, Piedade, 226 edificações no Centro Antigo Aceleração do Crescimento (PAC)/
Barris, Aflitos, Gamboa e Politeama. de Salvador sob responsabilidade Pró-Moradia. As obras, licitadas
O Centro Histórico de Salvador é o do IPAC, que correspondem a 403 pela Companhia de Desenvolvi-
núcleo dessa região maior. unidades imobiliárias, muitas das mento Urbano (CONDER), serão
quais são ocupadas por empreen- iniciadas em 2010;
Essa distinção foi adotada na elabo- dimentos comerciais. • Articulação com a Junta de An-
ração de projetos de requalificação da • articulações para a realização de daluzia, Ministério das Cidades
região central de Salvador, devido à ações emergenciais no CHS, no va- e Universidade Federal da Bahia

CULTURA É O QUÊ? [ 34 ]
(UFBA) para recuperação de cinco no segundo semestre. De um total de abilitação conquistou reconhecimento
casarões, localizados na Ajuda e no 58 proposições, foram sintetizadas 14 nacional por estar entre as 20 melho-
Carmo, para instalação de residên- propostas que envolvem o fomento das res práticas em gestão local do Brasil.
cias estudantis para 120 estudan- atividades econômicas e a ampliação A premiação foi concedida pela Caixa
tes. São previstos investimentos de da competitividade; a preservação de Econômica Federal, que escolheu o
R$ 6 milhões. encostas; o incentivo ao uso habitacio- projeto do Centro Antigo entre os 200
nal e institucional do Centro Antigo; a inscritos de todo o país.
Em 2009, foi concluído o processo téc- dinamização do bairro do Comércio e
nico de elaboração do Plano de Reabi- a valorização da Orla. Ainda reforçam
litação Participativo do Centro Antigo. a qualificação dos espaços culturais, a
No primeiro semestre, foram entregues criação de roteiros turísticos com va-
os diagnósticos do Centro Antigo rela- lorização do patrimônio e os serviços
cionados ao panorama geral da econo- voltados à redução da vulnerabilidade
mia e à economia do turismo; à acessi- social, à melhoria das condições am-
bilidade e mobilidade; à avaliação dos bientais e à requalificação da infra-
equipamentos e negócios culturais; à estrutura. Além disso, as propostas
ocupação urbana e ambiente constru- também indicam ações para redução
ído; à sustentabilidade ambiental; ao da insegurança, valorização do Centro
cadastro das organizações sociais e à Antigo por meio de educação patrimo-
vulnerabilidade social. nial, criação de um centro de referência
Estes estudos serviram de base da cultura baiana e implantação e ge-
para a elaboração das propostas do renciamento do Plano de Reabilitação.
Plano de Reabilitação, apresentadas Em sua etapa final, o Plano de Re-

A REGIÃO CENTRAL DA CAPITAL BAIANA ABRIGA UM DOS CONJUNTOS


ARQUITETÔNICOS MAIS IMPORTANTES DAS AMÉRICAS
da cultura
fomento à ECONOMIA

Para tratar a cultura


como um fator de
desenvolvimento
econômico foram
definidos dois objetivos:
a ampliação do acesso
aos meios de produção
e aos bens culturais e a
valorização do produto
baiano, com agregação
de valor simbólico e
criação de diferenciais
competitivos.

CULTURA É O QUÊ? [ 36 ]
N
o triênio, as ações de fomento à economia da cultura atenderam a duas
vertentes: incentivar a produção cultural pela sociedade, estimulando o
fortalecimento do mercado produtor, e democratizar o acesso aos meios
oficiais de financiamento e ao consumo de produtos culturais. Num primeiro momento,
os esforços foram direcionados para o aprimoramento e a ampliação do acesso aos
mecanismos de incentivo existentes, com rigorosa observância das determinações
legais.
Um novo programa de crédito para atividades culturais foi iniciado como forma de
injetar mais recursos na economia do setor. Estão sendo incentivadas redes produtivas,
como audiovisual, artesanato e livro, visando dinamizar a produção cultural a partir do
conceito de indústrias criativas, ou seja, conjuntos de atividades que têm a sua origem
na criatividade, competência e talento individual e coletivo, com potencial para a cria-
ção de trabalho e riqueza por meio da geração e utilização da propriedade intelectual.
Como referência para as políticas de fomento, iniciativas foram feitas no sentido
de se criar uma base de informações específica para a área cultural, a partir dos movi-
mentos do Ministério da Cultura junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e de organismos internacionais e privados. Estudos e pesquisas específicas rea-
lizadas na Bahia estão sendo divulgados pela INFOCULTURA, publicação especializada
da SecultBA.
Uma das primeiras pesquisas realizadas pela SecultBA em parceria com a Superin-
tendência de Estudos e Pesquisas Sociais (SEI) foi sobre a economia do carnaval.
CARNAVAL DE SALVADOR

O Carnaval de Salvador se expressa pela diversidade e valorização dos conteúdos, base


de consolidação das identidades culturais do povo baiano. Pela sua dimensão cultural
e turística, é um importante gerador de emprego e renda com significativa participação
na economia estadual.
O evento conta com um investimento global do Estado em torno de R$ 50 milhões,
dos quais cerca de R$ 10 milhões são aplicados por intermédio da Secretaria de Cultura.

CARNAVAL OURO NEGRO

O programa Ouro Negro, criado em 2007, com apoio do Ministério Público e da Pro-
curadoria Geral do Estado, tem por objetivo apoiar a manutenção e a dinamização de
agremiações carnavalescas de matriz étnico-racial que possuem relações especiais com
as respectivas comunidades ao longo de todo o ano. Além do recurso para os desfiles
dos blocos, a SecultBA promove, em parceria com o SEBRAE e o INGÁ, eventos de
capacitação em gestão e em ações de meio ambiente.
O processo de seleção se dá mediante credenciamento público das agremiações re-
gistradas no Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) como afoxé, samba, percussão,
bloco afro, reggae e índio. Os critérios de escolha e aplicação de valores de apoio são
públicos e seguem basicamente os mesmo requisitos adotados pelo Comcar.
Os valores variam de R$ 15.000,00 a R$ 100.000,00. Para os afoxés, em fase de
reconhecimento como patrimônio imaterial da Bahia, é reservado um recurso adicional
de R$ 10.000,00 no carnaval. Além do apoio direto em dinheiro para cada bloco, a
SecultBA disponibiliza um mini-trio para acompanhá-los durante os desfiles, divulga a
programação e publica o catálogo bilíngue Ouro Negro, com histórico e foto de cada
entidade.
A primeira edição foi realizada em 2008, promovendo 108 organizações carna-
valescas. Em novembro do mesmo ano, foi oferecido aos dirigentes dos blocos um
curso de gestão cultural, ministrado a partir 2009. Em cinco módulos, o treinamento
em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
forneceu subsídios para a elaboração de projetos, prestação de contas, financiamentos
culturais, estratégias de negociação e produção cultural. Na sequência, foi organizada
uma “mesa de negociações” envolvendo as 10 agremiações participantes com maior
pontuação no Programa Ouro Negro, para montar rodadas de negócios com o eixo
Rio-São Paulo.
O sucesso, em 2008, possibilitou a realização do Carnaval Ouro Negro, em 2009,
com 117 entidades apoiadas e investimento total de R$ 4,2 milhões de reais.
A transmissão do Carnaval ao vivo, executada pelo Instituto de Radiodifusão Edu-
cativa da Bahia (IRDEB), pela TVE e pela Rádio Educadora FM, a partir de um estú-
dio montado no Campo Grande, destacou a apresentação dos blocos afro-baianos e
contou, além da produção de programas, com a criação de vinhetas e realização do
making of e produção de DVD com os melhores momentos.

CARNAVAL PIPOCA

O “Carnaval Pipoca” promoveu shows de artistas em palcos instalados pela Prefeitura


e desfiles de trios elétricos para o público folião-pipoca que está fora dos blocos de

CULTURA É O QUÊ? [ 38 ]
DOS R$ 50 MILHÕES QUE O ESTADO INVESTE NO CARNAVAL DE SALVADOR, CERCA DE R$ 10
MILHÕES SÃO APLICADOS POR INTERMÉDIO DA SECRETARIA DE CULTURA
cordas nos circuitos Campo Grande–Sé A estratégia adotada envolve as se adequam ao edital e são selecio-
e Barra–Ondina. Contemplou diversos seguintes ações: nados por curadoria própria.
gêneros e tendências de música com • Diretamente pela SecultBA: con-
apresentações de importantes atrações tratação de trios e produção exe- CARNAVAL DO CENTRO HISTÓRICO
do cenário local e nacional, a exemplo cutiva de alto nível de qualidade
de Mariene de Castro, Nelson Rufino, técnica; seleção pública de projetos Em 2009, o “Carnaval do Pelourinho”
Roberto Mendes, Sarajane, Lobão, Otto artísticos com a participação de, foi marcado pela homenagem aos
e Arto Lindsay, além de Amayo, voca- pelo menos, três artistas ou grupos; afoxés, tema da sua decoração, des-
lista da Antibalas Afrobeat Orchestra, seleção, por curadoria própria, de tacando-se pela diversidade de ritmos
de Nova Iorque. Isso representou um projetos artísticos alternativos que musicais e manifestações culturais, pro-
avanço através da parceria com o Con- tenham como marcas a originalida- porcionando aos foliões a apresenta-
selho Municipal do Carnaval ao inter- de e a diversidade musical. ção de mais de 80 atrações em largos,
calar nos horários de visibilidade, os • Pela Prefeitura: contratação de ar- ruas e palcos. Constituiu-se como uma
trios do Carnaval Pipoca com os blocos tistas para apresentação nos trios e opção para todas as idades, atraindo
de cordas. O investimento nessa ação palcos contratados pelo Município, um público estimado em 50 mil pesso-
gira em torno de R$ 3,4 milhões, sen- selecionados pelo Conselho Muni- as, incluindo moradores locais e turis-
do R$ 1,9 milhão do tesouro do Estado cipal do Carnaval. tas de outros estados e países, numa
e R$ 1,5 milhão de parcerias firmadas • Apoio a projetos especiais, com re- verdadeira celebração multicultural nos
com a Bahiagas e a Embasa. levância ou especificidade, que não bailes infantis, bailes de orquestras,

[ 39 ] FOMENTO À ECONOMIA DA CULTURA


bandinhas, bandões e mascarados, além de uma programação musical de variados
ritmos como o samba, o reggae, o axé, o ijexá e a percussão dos blocos afros. Nesse
carnaval, que se consolida como espaço de expressão maior das tradições culturais da
Bahia e uma opção de folia para as famílias, a SecultBA investiu R$ 1,2 milhão.

OUTRAS AÇÕES DE APOIO AO CARNAVAL

Cobertura da TVE e Rádio Educadora


Com o slogan “Nosso Carnaval é Tudo de Bom”, o IRDEB ampliou em 40% a cobertura
da festa em relação a 2008, atingindo mais de 70 horas de transmissão ao vivo. Além
da ênfase dada aos desfiles do Carnaval Ouro Negro, a TVE também estendeu a sua
cobertura ao circuito Barra–Ondina e ao Pelourinho.
Para reforço das transmissões foram montados estúdios na Barra e na Federação,
que se somaram ao do Campo Grande. Parcerias foram feitas com a TV Pelô, o jornal
A Tarde e a TV Aratu. Tudo isso gerou, entre outros resultados, a criação de vinhetas
e banners, além da produção de um DVD com os melhores momentos denominado
“Nosso Carnaval” e a edição de um vídeo sobre as “Manifestações do Carnaval de
Cachoeira, Santo Amaro, Muritiba e Maragogipe” veiculados pela TVE e Rádio Educa-
dora FM.

Varanda do Glauber
O projeto “Varanda do Glauber”, nas dependências do Glauber Rocha-Espaço Uniban-
co de Cinema, localizado na Praça Castro Alves, foi uma iniciativa inédita para revitali-
zar o carnaval de um espaço histórico que, há dez anos atrás, era um local privilegiado
da maior festa popular da cidade.

O conceito do projeto envolveu a


manutenção de atrativos para os foli-
ões no Centro Histórico nos intervalos
de passagem das atrações oficiais, as-
sociada à acomodação para 250 con-
vidados diários, notadamente formado-
res de opinião.
O “Varanda do Glauber” não seria
possível sem os recentes investimen-
tos do Governo do Estado da Bahia
na diversidade cultural da festa e na
revitalização do Centro Antigo de Sal-
vador. Reavivando o sentimento de per-
tencimento dos baianos, o charme e o
dinamismo dessa área da cidade, tais
investimentos potencializam e estimu-
alam outros, das áreas pública e priva-
da, gerando atrativos para, no curto e
médio prazo, torná-la referência de um
desenvolvimento urbano diferenciado.

CULTURA É O QUÊ? [ 40 ]
SISTEMA DE INFORMAÇÕES E quisas. Como diferencial, o sistema terá Pesquisas sobre a Economia do
INDICADORES EM CULTURA plataforma na internet e irá permitir Carnaval
retratos dinâmicos da realidade cultu- A SecultBA realizou, em 2009, a pes-
A Secretaria de Cultura vem desen- ral e suas conexões, além de oferecer quisa “Comportamento dos Soteropoli-
volvendo o trabalho de criação de um um ambiente colaborativo, integrado, tanos no Carnaval 2009”, em parceria
Sistema de Informações e Indicadores que permita alimentação e utilização com Superintendência de Estudos Eco-
em Cultura (SIIC) na Bahia. Para isso, pública de dados culturais. nômicos (SEI), e publicou o Infocultura
em 2009, foi firmado convênio com o A primeira etapa, já concluída, con- Nº 3, “Carnaval de Salvador: perfil das
Ministério da Cultura, no valor de R$ templa o cadastro de agentes e seus entidades e participação metropolita-
780 mil, com o objetivo de criar um projetos, com informações de identifi- na”, resultado das duas pesquisas rea-
aplicativo modelo de informações em cação, localização, atividade econômica lizadas em 2008: “Comportamento dos
cultura que reúna estatísticas e indica- e área de atuação, uma das principais Soteropolitanos no Carnaval 2008” e
dores culturais de forma integrada e demandas das Conferências Estaduais “Perfil das Entidades Carnavalescas”.
continuada, com o intuito de retratar a de Cultura. No módulo gestão, a Secul- Por meio desses estudos e pesqui-
dinâmica cultural da Bahia, e que pos- tBA está realizando uma pesquisa de sas e da publicação do Infocultura Nº
sa servir de referência para as demais mercado para promover levantamento 1, “Carnaval 2007: uma festa de meio
unidades da Federação. O convênio de preços-padrão de itens que com- bilhão de reais”, a Secretaria dá conti-
também inclui uma pesquisa sobre o põem as despesas típicas dos projetos nuidade ao trabalho de contribuir para
uso de tempo livre e um estudo seto- culturais, com o objetivo de construir a melhor compreensão do Carnaval
rial da música. um banco de dados que disponibilize de Salvador, de forma a aperfeiçoar as
O sistema irá integrar informações o máximo de informações sobre os va- suas ações de apoio às entidades cultu-
e indicadores culturais em torno dos lores praticados na economia criativa, rais carnavalescas, artistas e ao folião-
três eixos de conteúdo: Cadastro Cul- organizadas segundo o tipo de lingua- pipoca, tornando a sua participação no
tural, Gestão Cultural e Estudos e Pes- gem artística e a importância. carnaval uma ação estruturante.

O SISTEMA IRÁ REUNIR ESTATÍSTICAS E INDICADORES CULTURAIS DA BAHIA DE FORMA INTEGRADA


E CONTINUADA RETRATANDO A DINÂMICA CULTURAL DA BAHIA

[ 41 ] FOMENTO À ECONOMIA DA CULTURA


ECONOMIA DO AUDIOVISUAL a 9ª Bienal do Livro da Bahia, em nando o gosto pela leitura e a sua
parceria com o Ministério da Cultu- importância para a formação edu-
Em 2008, foi criado um grupo de tra- ra – Representação Nordeste, com cacional e pessoal.
balho, composto por representantes da o tema “Reflexões sobre o livro na
SecultBA, Secretaria da Ciência e Tec- Bahia e no Nordeste”. Foram pro- Em 2008, concluindo a série do selo
nologia (SECTI), Secretaria da Fazenda movidos encontros entre represen- “Letras da Bahia”, foram publicados
(SEFAZ), Secretaria do Turismo (SETUR) tantes de editoras de estados do dez títulos selecionados em 2006. Os
e Secretaria de Indústria, Comércio e Nordeste, livreiros, educadores, pro- livros foram lançados coletivamente no
Mineração (SICM), com o objetivo de dutores culturais, jornalistas, escrito- Palácio Rio Branco, oportunidade em
formatar o projeto do Polo de Cinema res e Secretários de Cultura, com o que foram distribuídos gratuitamente
da Bahia, em articulação com o MinC, objetivo de traçar um panorama de entre os presentes.
o Banco Nacional de Desenvolvimento suas realidades, por intermédio do Para fomentar a produção, edição
Econômico e Social (BNDES) e parceiros compartilhamento de experiências e e distribuição das obras literárias esgo-
privados. O desdobramento dessa ini- ideias para a construção de políticas tadas e/ou raras, foram publicadas as
ciativa apontou a necessidade de am- de incentivo à cadeia produtiva do seguintes edições fac-similares:
pliar a ideia inicial para a constituição livro no estado e na região; • “Paranóia”, de Afrânio Peixoto, em
da Rede de Audiovisual da Bahia, com • negociação, com apoio da Bahia- português e espanhol;
forte presença dos segmentos organi- tursa, para participação da Bahia • “Povoamento da Cidade do Salva-
zados do setor. nas bienais do livro do Rio de Ja- dor”, de Thales de Azevedo;
Em 2009, contando com o conhe- neiro, Minas Gerais e Paraná; a • “Vozes d’África”, uma edição em
cimento e a experiência adquiridos e presença na bienal do Rio, já con- separata de um dos poemas mais
com parceiros institucionais, o processo cretizada, foi marcada por 4.000 célebres de Castro Alves.
de estruturação do audiovisual avan- volumes de livros editados e 800
çou com a contratação de consultorias autores baianos; Merece registro a celebração do Con-
especializadas para a realização de • publicação do Decreto nº vênio de Cooperação Técnica com o
diagnóstico do setor e desenvolvimen- 11.890/2009, que simplifica proce- Instituto Cultural Brasil-Alemanha
to de plano de ações a curto, médio e dimento de consignação mercantil (ICBA), para desenvolver um conjunto
longo prazo para instrumentalização para editores independentes baia- de ações voltadas ao fortalecimento
da política de fomento. nos, antiga reivindicação de auto- e aproximação das culturas alemã e
res e livreiros; brasileira. O intercâmbio cultural Brasil-
CADEIA PRODUTIVA DO LIVRO • realização da feira “Domingo dos Alemanha contempla, ainda, a realiza-
Livros”, no TCA, associada ao pro- ção do projeto intitulado “Passado e
A política de incentivo ao livro passou grama “Domingo no TCA”, ofere- Presente da Globalização: Residências
a ser lastreada na clara identificação cendo livros a preços promocionais Literárias nas Cidades Portuárias de
da cadeia produtiva e em editais que e de ocasião. A feira foi pensada Salvador e Hamburgo”.
visam o fomento dos seus elos, desde com o objetivo de movimentar a Como resultado do II Fórum da
a criação até a distribuição, sempre cadeia produtiva do livro, dissemi- Rede Nordeste do Livro e da Leitura,
apoiada por ações de incentivo à lei-
tura. Nessa perspectiva, amplia-se o TÍTULOS DA COLEÇÃO “LETRAS DA BAHIA” - 2008
raio de atuação da política pública para TÍTULO AUTOR
Capoeira de Angola como Treinamento para o Ator Evani Tavares Lima
além da literatura e da edição e passam
O Velho Coronel e Outras Crônicas Regina Oliveira
a ser estabelecidas as condições para Ruínas Aladas Luiz Fernando Calaça
que o setor se afirme como importante Ari Barroso e a Invenção do Brasil Brasileiro João Edson Rufino
segmento para a Bahia. A Poesia em Crise, a Palavra em Pânico, o Espelho Náufrago Jorge Lima
Iniciativas importantes foram con- Ao Amigo Desconhecido Lago Júnior
Livro de Imagens Antônio Júnior
cretizadas nessa perspectiva:
A Outra Margem Idmar Boaventura
• realização do II Fórum da Rede Nor- As Voltas do Tempo Lúcia Santori-Carneiro
deste do Livro e da Leitura, durante Belas e Feras Baianas (lançamento póstumo) Doralice Alcoforado
Fonte: FPC

CULTURA É O QUÊ? [ 42 ]
em junho de 2009, a Biblioteca Nacio- PROCULTURA
nal definiu que 50% das publicações
dirigidas ao Programa de Moderniza- Criado no âmbito do Fundo de Desen-
ção das Bibliotecas serão objeto de volvimento Social e Econômico (Fun-
decisões de comissões formadas em dese), fundo financeiro administrado
cada estado, coroando a defesa da pela Secretaria da Fazenda (SEFAZ) por
descentralização da política de escolha intermédio da Desenbahia, o Procultu-
de acervos e aquisições com base nas ra tem como finalidade incentivar a im-
realidades locais. plantação, o desenvolvimento e a mo-
dernização de atividades econômicas
MICROCRÉDITO PARA PRODUTOS relativas à criação, produção, circula-
CULTURAIS ção, distribuição, exibição, divulgação,
comercialização e exportação de bens
Lançado em 22 de novembro de 2007, culturais de interesse para a matriz
numa parceria entre a SecultBA, a Agên- cultural e econômica da Bahia. São be-
cia de Fomento do Estado da Bahia (De- neficiários do programa empresas e/ou
senbahia) e o Serviço Brasileiro de Apoio instituições (associações ou cooperati-
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), vas de produção e oscips) localizadas
o CrediBahia Cultural visa a concessão na Bahia, que compõem a cadeia pro-
de apoio creditício aos pequenos negó- dutiva de atividades culturais.
cios na área de cultura que contribuem Em 2009, devido ao avanço nos
para a geração de emprego e renda e trabalhos de estruturação das redes
o desenvolvimento local, para aplicação produtivas culturais nos segmentos do
na compra de materiais e equipamentos audiovisual, da música e do livro, a Se-
de trabalho ou na reforma e ampliação cultBA aprovou, junto à Desenbahia, a
de instalações permanentes. reformulação das condições gerais de
O Credibahia Cultural concede em- financiamento do Programa, alterando
préstimos de R$ 200 a R$ 5 mil, a juros no regulamento do Fundese as seguin-
baixos, sem burocracia. Desde sua ins- tes condições:
talação, o CrediBahia Cultural atendeu • aumento do prazo de carência de
a profissionais autônomos da cadeia 12 para 24 meses;
produtiva da cultura, a exemplo de • revisão da taxa de juros para 6% a
artesãos, artistas plásticos e circenses, 8% ao ano;
dançarinos, cartunistas, compositores, • manutenção do limite de R$ 1
cenógrafos, costureiras, desenhistas, milhão, com redução do piso das
escritores, fotógrafos, programadores operações de R$ 100 mil para R$
visuais, músicos e estilistas, entre ou- 10 mil.
tros, concedendo apoio basicamente
para aquisição de materiais, equipa- Com as alterações, as linhas criadas
mentos e instrumentos, majoritaria- tornaram-se mais competitivas, atrain-
mente nas áreas de artesanato, folclore do demanda efetiva e cobrindo uma
e tradições populares e música. faixa intermediária entre o microcrédito
A partir do 2º semestre de 2009, e as linhas de crédito do Governo Fede-
o CrediBahia Cultural ampliou suas ral (acima de R$ 1 milhão).
ações para toda a Região Metropoli-
tana de Salvador e Recôncavo Baiano,
além de aumentar o limite de crédito
de R$ 5 mil para R$ 10 mil.

[ 43 ] FOMENTO À ECONOMIA DA CULTURA


promoção da
CULTURA
D
irecionado para atividades e O mapeamento dos segmentos con- o interior do estado. Esta medida pôde
espaços artístico-culturais, o siderados mais relevantes para a atu- ser tomada, sem maiores impactos no
programa Promoção da Cul- ação do Governo em cada território volume de recursos aplicados em Salva-
tura foi orientado para dar suporte à e em todo o estado, realizado na II dor, com a eliminação da possibilidade
consecução de vários objetivos estraté- Conferência Estadual de Cultura, em de uso do Fundo para custear ações
gicos da política cultural, pautados na 2007, foi uma referência importante diretas das entidades descentralizadas
descentralização e na estadualização. para as ações de Promoção da Cultura da SecultBA, de outros organismos
O conjunto de ações relacionadas com- a partir de 2008, assim como os resul- estaduais e de Prefeituras Municipais.
preende: tados dos diálogos estabelecidos com Desde 2008, os recursos do Fundo de
• a gestão dos mecanismos de fo- segmentos específicos nos Encontros Cultura passaram a ser integralmente
mento: Fundo de Cultura da Bahia, Setoriais e em outros processos par- destinados a projetos da sociedade
incentivo fiscal – Fazcultura, Calen- ticipativos. civil. O Fundo abrange três linhas de
dário de Apoio; apoio: seleções públicas, demanda es-
• ações especiais para a juventude: pontânea e apoio à ação continuada de
o Núcleo Estadual de Orquestras GESTÃO DOS MECANISMOS instituições culturais.
Juvenis e Infantis da Bahia (NEOJI- DE FOMENTO Em 2009, a SecultBA aprofundou
BÁ) e a Escola de Dança; o processo iniciado em 2007, promo-
• ações de dinamização dos sítios FUNDO DE CULTURA DA BAHIA vendo quatro grandes mudanças para
históricos: o Pelourinho e o Forte tornar o FCBA mais ágil, efetivo e de-
da Capoeira; Criado em 2005, o Fundo de Cultura mocrático:
• ações de dinamização de espaços da Bahia (FCBA) incentiva a produção • Criação da Central de Atendimen-
culturais: o Teatro Castro Alves, os artístico-cultural. São apoiados proje- to, aperfeiçoando a comunicação
centros culturais, os museus, biblio- tos nas áreas de música, artes cênicas, oficial com os agentes culturais
tecas e arquivos; artes plásticas e gráficas, cinema, vídeo atendidos para obter informações
• ações de incentivo e promoção e fotografia, literatura, folclore, artesa- sobre os mecanismos de fomento,
das linguagens artísticas: as ini- nato, museus, bibliotecas e arquivos, inscrever seus projetos ou acompa-
ciativas de apoio e execução dire- patrimônio cultural, além de saberes e nhar a tramitação dos mesmos;
ta, a Orquestra Sinfônica da Bahia fazeres, apresentados por artistas, pro- • Aprovação de novo Regulamento
(OSBA), o Balé do Teatro Castro Al- dutores e gestores culturais residentes (Portaria 51/2009) que implanta
ves (BTCA), o Núcleo do TCA; na Bahia. critérios pontuados para a análise
• ações de dinamização da radiodi- Em 2007, os critérios de seleção do das propostas, conferindo maior
fusão pública: a TV Educativa (TVE) FCBA foram reformulados com o obje- transparência e objetividade no
e a Rádio Educadora; tivo de descentralizar os recursos, pro- processo seletivo, além de melho-
• ações de incentivo e promoção movendo-se a ampliação do número de rias nos formulários, com ajustes
das culturas tradicionais. projetos beneficiados e uma distribui- de campos, buscando mais clareza
ção mais equilibrada entre a capital e para o proponente;
• Uniformização dos procedimen- tuições culturais privadas, como teatros,
tos administrativos e rotinas de museus e centros culturais. Até 2007,
trabalho, permitindo maior cele- o apoio às despesas de manutenção
ridade e segurança na análise dos dessas instituições não estava vincu-
projetos; lado às suas atividades finalísticas. O
• Emissão da Ordem de Serviço nº processo de regulamentação, iniciado
01/2009 da Procuradoria Geral do naquele ano, resultou em um novo
Estado (PGE), estabelecendo que, modelo, que estabeleceu critérios espe-
para projetos do FCBA abaixo de cíficos para apresentação, avaliação e
R$ 100 mil, fica dispensado o en- execução dos planos de atividades. O
caminhamento para a análise jurí- público atendido, por exemplo, passou
dica, desde que sejam verificados e a ser um dos principais indicadores de
atestados, pela Secult, os diversos avaliação e os recursos passaram a ser
itens de instrução processual. Essa provenientes do FCBA.
normativa possibilitou maior agili- O novo modelo foi construído a par-
dade na tramitação dos processos tir de estudo realizado em 2008 e de
e a implantação de uma nova roti- reuniões com todas as unidades da Se-
na administrativa, que assegurou a cultBA e a Procuradoria Geral do Estado
adequada instrução dos processos (PGE), tendo sido submetido a críticas e
administrativos prévia à assinatura sugestões por meio de encontros com o
dos Termos de Acordo e Compro- público em potencial e as entidades já
misso (TAC). atendidas. As suas principais caracterís-
ticas são:
Com a conclusão deste novo processo • o reforço do protagonismo das
normativo, todas as entidades da Se- instituições privadas no sistema de
cultBA passaram a lançar editais com cultura como espaços importantes
recursos do FCBA, descentralizando ati- para as atividades de criação, pro-
vidades antes concentradas na unidade dução, difusão, formação e inter-
de gestão e nas comissões do Fundo. câmbio;
O resultado dessas mudanças pode • previsão de um período maior de
ser medido pelo recorde histórico de pro- duração do apoio;
jetos aprovados e de recursos orçamen- • melhor controle de metas;
tários aplicados, mesmo considerando • repasse vinculado ao desempenho.
o cenário de dificuldades que o Estado
atravessou em 2009. Até dezembro, Inicialmente, as 14 instituições cultu-
foram contabilizados 1.156 projetos ins- rais que já eram beneficiadas pela Se-
critos, entre editais, chamadas públicas cultBA continuaram a receber o apoio.
e projetos apresentados por demanda São elas: Academia de Letras da Bahia,
espontânea. Foram aprovados 275 pro- Fundação Anísio Teixeira, Fundação
jetos, representando 164% a mais do Casa de Jorge Amado, Fundação Pierre
que em 2008 ou 587% a mais do que Verger, Instituto Geográfico e Histórico
em 2006. No ano, foram empregados da Bahia, Museu Carlos Costa Pinto,
recursos da ordem de R$ 20 milhões. Museu da Misericórdia, Museu Hansen
Bahia, Núcleo de Incentivo Cultural de
Apoio a Instituições Culturais Sem Fins Santo Amaro, Teatro Gamboa Nova, Te-
Lucrativos atro Miguel Santana (Balé Folclórico da
A SecultBA regulamentou o apoio a Bahia), Teatro Popular de Ilhéus, Teatro
projetos de ações continuadas de insti- Vila Velha e Theatro XVIII.
A partir de 2010, o processo de se- • extinção do Certificado de Enqua- artes cênicas, que somam 70% do total
leção será aberto a outras instutições dramento, ficando a comprovação de projetos inscritos.
por meio de instrumentos de chama- de aprovação do projeto garantida Em 2009, foram aprovados 117
mento público. por resolução publicada no Diário projetos, que totalizaram R$ 25 mi-
Oficial da Bahia; lhões em incentivo cultural. Mesmo
FAZCULTURA - PROGRAMA • validade dos projetos de um ano, com a crise financeira do primeiro se-
ESTADUAL DE INCENTIVO prorrogável por mais um, a critério mestre, foram patrocinados 51 projetos
AO PATROCÍNIO CULTURAL da Comissão Gerenciadora do Pro- ainda em 2009, num total de R$ 6,89
grama; milhões concedidos em renúncia fis-
O Fazcultura foi estabelecido pela Lei • fixação de teto de R$ 500 mil para cal a empresas patrocinadoras, o que
nº 7.015, de 09/12/1996, com o objeti- a participação de proponentes na compensa o baixo número de projetos
vo de promover as atividades culturais distribuição do patrocínio; patrocinados em 2008 e supera, em
mediante parceria entre o poder públi- • inclusão do critério de capacidade de montante de patrocínio, o desempenho
co estadual, que disponibiliza até 80% patrocínio com base na arrecadação dos dois anos anteriores.
dos recursos de cada projeto advindos dos últimos dois anos, na análise da Em novembro de 2009, foi envia-
da renúncia fiscal do ICMS, e a iniciati- situação fiscal do patrocinador. do à Assembléia Legislativa o Projeto
va privada, por intermédio das empre- de Lei 18.427/09, que reforma o Faz-
sas beneficiadas, que investem recursos Sob a ótica da estadualização, foram cultura, ampliando os benefícios para
próprios a partir de 20% do custo total fixadas cotas por território de identida- pequenas e médias empresas. Aprova-
do projeto. A gestão do programa é de para a distribuição dos recursos de do, permitirá que essas empresas, ao
compartilhada entre as Secretarias de renúncia fiscal: patrocinarem projetos culturais através
Cultura e da Fazenda. • 50% dos recursos para projetos do programa, usufruam da renúncia
Em 2007, o programa foi parcial- com proponentes da RMS e execu- fiscal de 7,5% a 10% do ICMS devido,
mente reformulado para ser adequado ção na RMS; além da manutenção do incentivo de
à nova política adotada para a produ- • 30% para projetos com proponen- 5% para grandes empresas.
ção cultural. As principais mudanças tes da RMS e execução no interior
efetivadas visaram facilitar a trami- • 20% para projetos com proponen-
tação dos projetos pela Secretaria tes e execução no interior.
Executiva do Programa, minimizar as
possibilidades de fraude e tornar mais O objetivo é incentivar a desconcen-
democrática a distribuição dos recursos tração espacial do Fazcultura que, em
entre as regiões da Bahia. São elas: 2006, destinou 93,5% dos recursos
• inscrição dos projetos em duas eta- para proponentes de Salvador e apenas
pas: avaliação do mérito cultural e 6,5% para o interior.
avaliação do orçamento e da docu- Com o fortalecimento do investi-
mentação do proponente; mento direto do Estado na cultura, em
• distribuição proporcional da verba especial através do Fundo de Cultura
entre a Região Metropolitana de e dos projetos do Mais Cultura, desde
Salvador e outras regiões; 2007 diminuiu a demanda dos agentes
• extinção do item orçamentário cap- culturais pelo Fazcultura. Contudo, os
tação de recursos, que passou a ser números apresentados demonstram que
incorporado ao item administração, está havendo uma retomada na procura
com o estabelecimento do percen- pelo mecanismo, notadamente após os
tual de 15% do valor global do pro- efeitos da crise financeira internacional
jeto para este item; que retraiu os investimentos das empre-
• inclusão do critério de efetividade na sas patrocinadoras. Em 2009, registrou-
análise de projetos, visando avaliar o se um pequeno aumento nessa deman-
alcance dos resultados pretendidos; da, concentrado nas áreas de música e

[ 47 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
CALENDÁRIO DE APOIO propostas, sendo 53 de Salvador e tros estados ou países. O maior número
RMS (Camaçari, Lauro de Freitas e de projetos foi registrado nas áreas de
Com o objetivo de organizar as solicita- Itaparica) e 18 das cidades de Ilhéus, artes visuais e música. Um público es-
ções e a distribuição de recursos públi- Entre Rios, Eunápolis, Euclides da timado de 56.4004 pessoas participou
cos para apoios de pequena monta, foi Cunha, Ituberá, Bom Jesus da Lapa, das atividades apoiadas, que envolve-
criado um Calendário de Apoio a proje- Porto Seguro, Saúde, Aratuípe, Vitó- ram 427 profissionais.
tos culturais advindos de demanda es- ria da Conquista, Valença, Nilo Peça- Em 2009, foram realizadas duas
pontânea que não são objeto de editais nha, São Francisco do Conde e Mata etapas do Calendário de Apoio, entre os
ou que não estão no perfil do FCBA. O de São João. Cabe registrar que, das meses de janeiro e julho, com a inscrição
apoio, até R$ 10 mil, é concedido sob propostas oriundas da capital, parte de 152 propostas de dez Territórios de
a forma de recursos financeiros diretos, significativa propunha a realização Identidade, sendo 106 oriundas de Sal-
serviços de impressão, compra de pas- de atividades em bairros periféricos vador e Região Metropolitana e 46 de
sagens aéreas nacionais e internacio- de Salvador ou em outros municípios demais territórios, representando um to-
nais e hospedagem. baianos. Até o final de 2008, das 71 tal de 26 municípios inscritos. A FUNCEB
Quatro prioridades foram estabe- propostas selecionadas, 64 foram apoiou 23 propostas representando um
lecidas para pontuar a natureza dos integralmente executadas. O investi- total de R$ 144 mil em recursos aplica-
projetos apoiados, de acordo com a mento total foi de R$ 293 mil. dos. As cidades baianas de Camaçari,
política de fomento à cultura da Secul- Foram concedidos apoios a proje- Juazeiro, Lauro de Freitas e Salvador
tBA: circulação no interior do estado, tos em modalidades como publicações receberam projetos de festivais, oficinas
desenvolvimento em áreas de maior de livros e catálogos de artes visuais, e apresentações em linguagens diver-
risco social, capacitação e formação na impressão de folhetos para a divul- sas. Além disso, através destes apoios,
área cultural e direcionamento ao pú- gação de projetos e intercâmbio de artistas baianos puderam participar e
blico infanto-juvenil. grupos, artistas e profissionais da área desenvolver atividades artístico-culturais
Em 2008, foram selecionadas 71 cultural em projetos realizados em ou- em outros estados e países, como na re-

CULTURA É O QUÊ? [ 48 ]
alização de uma residência artística na za ensaios, aulas de percepção e teoria ICEIA, para um público estimado de
Austrália, participação no Festival de Te- musical para aprimoramento técnico 2.500 pessoas.
atro de Curitiba no Paraná e no Festival para ingressar na J2J. Entre os dias 4 e 16 de junho de
Mundial de Arte Naif na França. O primeiro passo para a implanta- 2008, a J2J participou de um inter-
ção do NEOJIBÁ foi a seleção de 107 câmbio com a Youth Orchestra of the
AÇÕES ESPECIAIS PARA A crianças e adolescentes, entre 187 ins- Américas (YOA), que reúne, anualmen-
JUVENTUDE critos, para integrar o primeiro núcleo, te, 100 músicos jovens provenientes da
residente no Teatro Castro Alves, que elite musical de 23 países. No final da-
NÚCLEOS ESTADUAIS DE ORQUESTRAS começou a funcionar em 13 de setem- quele ano, a J2J fez duas de suas apre-
JUVENIS E INFANTIS DA BAHIA (NEOJIBÁ) bro de 2007. sentações mais importantes: na Cúpula
Além disso, alguns dos jovens se- da América Latina e Caribe, realizada
O projeto Núcleos Estaduais de Or- lecionados receberam formação pe- na Costa do Sauípe, onde se apresen-
questras Juvenis e Infantis da Bahia dagógica para atuar posteriormente taram para o presidente do Brasil e os
(NEOJIBÁ) foi uma das prioridades como monitores, ensinando às crian- chefes de estado do continente, e no
da SecultBA no triênio 2007/2009. ças iniciantes nos novos núcleos. Doze “Canto Geral”, evento que reuniu no
O projeto, que promove a integração integrantes viajaram a Caracas, em TCA grandes nomes da música latino-
social de jovens pela prática orques- 2007, para um estágio em regime de americana, como Mercedes Sosa, Su-
tral, conta com a participação de 130 intercâmbio com a Fundación del Es- zana Baca, Cecília Todd e Carlinhos
músicos que atuam na Orquestra Sin- tado para el Sistema Nacional de las Brown. A orquestra acompanhou esses
fônica Juvenil 2 de Julho (J2J) e na Orquestas y Coros Juveniles e Infantiles cantores com arranjos escritos espe-
Orquestra Pedagógica Experimental de Venezuela (FESNOJIV), que também cialmente para a ocasião.
(OPE). As atividades acontecem dia- foi uma das fontes de inspiração para a As apresentações de 2007/2008
riamente, à tarde, nas dependências implantação do projeto na Bahia. tiveram um público total estimado de
do Teatro Castro Alves. Em outubro de 2007, a primeira 13.000 pessoas. Além do pianista Ri-
A J2J tem cerca de 80 integrantes, orquestra já realizava apresentação no cardo Castro, participaram do projeto
com idade entre 13 e 24 anos, enquan- TCA. Ao todo, naquele ano, foram seis regentes como Osvaldo Ferreira, Rodol-
to a OPE conta com 50 pequenos mú- apresentações públicas em locais como fo Fischer, Alex Klein e os venezuelanos
sicos, de 8 a 16 anos. Todos recebem a Câmara dos Vereadores, a Faculdade Manuel López, Paul Rodriguez e Carlos
apoio técnico dos monitores da orques- de Direito da UFBA, o Vão Livre do TCA, Izcaray, enviados pelo FESNOJIV. Os
tra juvenil e de músicos da Orquestra o Pelourinho e a Sala Principal do TCA, integrantes do projeto também parti-
Sinfônica da Bahia (OSBA). A OPE reali- além de um ensaio aberto no Teatro ciparam de master classes, como a do
trompetista Jean-François Michel, dos
violoncelistas Paul Wiando e Ilmari Ho-
pkins, das violinistas Kathlyn Ebrrlz, Vir-
ginie Robilliard e Elodie Bugni, da obo-
ísta Eldevina Materula, de músicos da
Orquestra Jovem das Américas (YOA)
e da Orquestra Sinfônica do Estado de
São Paulo (OSESP).
Em 2009, a Orquestra Pedagógica
Experimental tornou-se a Orquestra
Castro Alves (OCA), constituída por
integrantes mais jovens, e o total de
integrantes das duas orquestras passou
a 135 músicos.

[ 49 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Abrindo a temporada de concer- projeto passa a ser gerido pela Asso- à ampliação e qualificação de escolas
tos 2009, em março, a J2J participou ciação Amigos das Orquestras Juvenis e técnicas em todo o Brasil. O programa
das comemorações dos 400 anos do Infantis da Bahia e do Neojibá (AOJIN), destinará R$ 92 mil para reformas e
Tribunal de Justiça da Bahia e deu con- entidade do Terceiro Setor qualificada melhorias na escola.
tinuidade aos Concertos Didáticos e pelo Estado da Bahia, sob supervisão Nos anos de 2007 e 2008, a Esco-
apresentações diversas. Foram 34 con- da FUNCEB. Com isso, as atividades la de Dança promoveu uma revisão do
certos, assistidos por 23 mil pessoas. passarão a ocupar o Teatro ICEIA, no currículo do Curso Profissional Técni-
Mensalmente os integrantes da Barbalho, que será dinamizado e revi- co em Dança, que foi organizado em
NEOJIBÁ se apresentam com grupos talizado. cinco semestres articulados entre si,
instrumentais menores, chamados de num processo evolutivo guiado por
música de câmara, em vários pontos ESCOLA DE DANÇA DA FUNCEB princípios da estética e do pensamen-
de Salvador. Vários grupos já foram for- to contemporâneos. O currículo passa
mados como o Quinteto de Metais, o Localizada no Pelourinho, a Escola de a garantir o Estágio Curricular para os
Quarteto de Clarinetas e o Octeto de Dança da FUNCEB foi fundada em alunos, a partir do segundo semestre,
Cellos, entre outros. 1984 e é a primeira escola pública de por meio de práticas em grupos de
No período de 27 de abril a 1º de educação profissional de nível técnico dança e projetos sócio-culturais. No
maio, os integrantes do projeto NEOJI- em dança do país, e a única em Sal- quinto semestre, o aluno realiza uma
BÁ receberam a visita de um grupo de vador. Nela se realizam ações gratuitas montagem coreográfica de sua respon-
profissionais franceses que realizaram de formação e difusão artística para um sabilidade, devidamente supervisiona-
uma oficina de lutheria (manufatura público constituído por crianças, jovens da por um professor-orientador.
de instrumentos de cordas, conjugada e artistas da Bahia. O Curso Preparatório acontece
com saberes elementares de matemáti- A Escola oferece cursos de educa- no turno vespertino e pode ser con-
ca, de geometria, e de âmbito musical). ção profissional técnica de nível médio, siderado como período complementar
Os intercâmbios fora da Bahia cursos preparatórios, cursos livres de à escola formal de ensino básico na
foram destaques no ano de 2009. A balé clássico, dança moderna, dança perspectiva de uma educação integral.
Orquestra J2J realizou com sucesso contemporânea, alongamento, Pilates, Os Cursos Livres são modulares e
sua primeira turnê por sete capitais dança afro e dança do ventre, cursos de oferecidos à noite à comunidade em
do Nordeste com ingressos a R$ 1,00. extensão para profissionais e grupos de geral. Já os Cursos de Extensão ofere-
Também foram realizados concertos di- dança de Salvador e oficinas para mães cem oficinas de balé clássico avança-
dáticos, oficinas e ensaios abertos du- de alunos. do, dança contemporânea, dança mo-
rante a viagem. As apresentações dos Em 2008, a partir de demanda re- derna, dança afro e produção cultural
90 músicos regidos pelo pianista e ma- gistrada durante a II Conferência Esta- para manutenção e qualificação de
estro Ricardo Castro aconteceram nos dual de Cultura, foi realizado o curso dançarinos de grupos independentes
teatros mais importantes das cidades básico de formação de professores de e produtores de dança.
de Aracaju, Recife, João Pessoa, Natal e dança, em Valença. A Escola de Dança A assinatura, em outubro de 2009,
Fortaleza, com encerramento em Salva- ministra também cursos de balé e de de convênio entre a SecultBA e a Se-
dor, na Sala Principal do TCA, em agos- dança popular no Centro Social Urbano cretaria de Ciência, Tecnologia e Inova-
to. A turnê reuniu, nas sete apresenta- do Nordeste de Amaralina, benefician- ção (SECTI) celebrou a inauguração do
ções, mais de 5.500 espectadores. Em do um total de 164 crianças e jovens Centro Digital de Cidadania (CDC) na
agosto, a orquestra ainda participou do com idade a partir de sete anos. Na- Escola de Dança. Esta parceria possibi-
Festival de Inverno de Campos do Jor- quele ano, a Escola atendeu a 1.473 litou a ampliação do acesso, da circula-
dão, em São Paulo, um dos principais alunos, na sua maioria alunos da rede ção da informação e da apropriação de
eventos de musica clássica nacionais. estadual de ensino e moradores de novas tecnologias aos alunos da Escola
Em dezembro, foi assinado o pri- bairros populares. Em 2009, o número de Dança e seus familiares, a artistas e
meiro Contrato de Gestão da área de alunos cresceu para 1.516. Neste grupos independentes e aos moradores
cultural na Bahia para transferência mesmo ano, foi aprovado o Programa do Pelourinho e Centro Histórico, de
das atividades do NEOJIBÁ para uma Brasil Profissionalizado, do Ministé- uma forma geral.
organização social. A partir de 2010, o rio da Educação (MEC), direcionado

CULTURA É O QUÊ? [ 50 ]
ESCOLA DE DANÇA – AÇÕES DE FORMAÇÃO E EXTENSÃO (BAHIA, 2009)
AÇÕES DE FORMAÇÃO E EXTENSÃO ALUNOS
Curso de Educação Profissional Técnica Nível Médio 102
Curso Preparatório de Dança 485
Cursos Livres 344
Cursos de Extensão 133
Oficinas de Pilates 66
Oficinas para mães de alunos 106
Curso de balé e dança popular (a partir de 07 anos) 164
Apoio a grupos de dança 116
TOTAL 1.516
Fonte: SecultBA/FUNCEB

[ 51 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
AÇÕES DE DINAMIZAÇÃO DE levaram o público ao Centro Histórico ator Lázaro Ramos e da cantora Marga-
SÍTIOS HISTÓRICOS de Salvador, contemplaram diferen- reth Menezes, misturou efeitos visuais,
tes linguagens culturais como música, música e dramaturgia e enfatizou os
PELOURINHO CULTURAL teatro, dança, artesanato, feiras de prédios e monumentos históricos do
antiguidades e atividades educativas. Pelourinho.
O Projeto Pelourinho Cultural foi conce- Cabe destaque para os eventos para- Lançado em maio de 2008, o Pro-
bido e implantado, em 2007, para incluir lelos (seminários, workshops, cursos, jeto Pelourinho Digital é apoiado pelo
a diversidade de manifestações artísticas oficinas e palestras) que diversificaram IPAC e realizado em parceria com a Oi
e culturais, dinamizando ruas e largos e ampliaram o público: “Tudo é Percus- Kabum! e a Cipó Interativa. O projeto
com um calendário de apresentações, são”, “16º Panorama Percussivo Mun- beneficiou 30 jovens que, durante um
eventos comemorativos e atividades dial/Workshop PercPan”, “Semana da ano, participaram de oficinas de co-
comunitárias. Somente naquele ano, fo- Criança no Pelô” e “Encontro de San- municação, webdesign, design gráfico
ram realizados mais de 200 shows com foneiros de 8 Baixos”. e fotografia, além de desenvolvimento
a participação de artistas baianos e de As grandes festas populares rece- pessoal e social. Como resultado desse
outros estados e atrações estrangeiras. bem atenção distinta na programação. trabalho, em julho de 2009, foi lançado
Em 2008, o Projeto Pelourinho Cul- As festas de Santa Bárbara, Santo An- o site e a revista Olha aí o Pelô.
tural continuou sendo implementado tônio, São João, São Pedro e Carnaval Foram iniciadas, em setembro de
com a realização de atividades nos lar- são celebradas com atrações e decora- 2009, as apresentações do Edital “Tô
gos e praças do Centro Histórico, con- ção específicas. no Pelô” 2008, que seguirão até mar-
tando com um investimento de R$ 3,4 Como ação especial, entre os dias 9 ço de 2010, com cerca de 130 shows
milhões, para um público de 187.963 de janeiro e 12 de fevereiro de 2009, a e espetáculos no Pelourinho. O Edital
pessoas nas 416 atrações promovidas. SecultBA promoveu o espetáculo “Ter- selecionou 22 projetos que envolvem
Em 2009, o projeto Pelourinho reiro d´Yesu – Som e Luz”, para atrair atrações musicais, teatrais, de dança,
Cultural promoveu 731 apresentações, novos públicos para o Centro Histórico. de arte – educação e visuais, com
envolvendo 357 artistas locais, nacio- O evento produzido pelo diretor Fer- ingressos gratuitos ou a preços po-
nais e internacionais. As atrações que nando Guerreiro, com a participação do pulares.

CULTURA É O QUÊ? [ 52 ]
FORTE DE SANTO ANTONIO ALÉM DO • o projeto Um dia de Artes, com ex- participantes da Bahia, São Paulo,
CARMO (FORTE DA CAPOEIRA) posições de obras feitas por pesso- Rio de Janeiro, Goiás e de diferen-
as portadoras de necessidades es- tes países, como Alemanha, Colôm-
O Forte de Santo Antonio tem como peciais, que contou com a presença bia e Chile.
missão ser um centro de referência no de um público de 150 pessoas. • em comemoração aos 92 anos do
estudo, pesquisa e memória da capoei- Mestre João Pequeno de Pastinha,
ra na Bahia. Após a retomada da sua Em 2009, foram realizados 35 eventos, no dia 27 de dezembro de 2009,
gestão pelo Governo do Estado, em com a presença de 7.493 pessoas e in- foi realizado o Encontro de Capoei-
2007, a realização do Festival Interna- vestimento de R$ 2.313.797,00, com ra Angola, com exibição de filmes,
cional de Arte Capoeira marcou sua in- destaque para: rodas de capoeira e de samba, pa-
serção entre as alternativas de espaços • o Quinto Encontro Engenho Anual lestras, oficinas de artesanato e de
especializados no estado. de Capoeira, realizado em março, capoeira. Estiveram presente 700
Em 2008, destacam-se entre as para promover o intercâmbio de pessoas.
suas ações: conhecimento entre os participan-
• a realização do curso “Capoeira – tes. A iniciativa da Associação de Outro evento que merece destaque,
Educação para a Paz”, com o obje- Capoeira Engenho contou com a embora não esteja diretamente relacio-
tivo de formar professores no cam- participação de cerca de 100 pes- nado às ações desenvolvidas pelo For-
po das relações étnico-sociais. O soas que assistiram a palestras, te, foi a inauguração, nas suas depen-
curso contou com um investimen- cursos e seminários técnicos e pe- dências, do milésimo Centro Digital de
to de R$ 55 mil. A primeira turma dagógicos. Cidadania (CDC) do Estado da Bahia.
de 40 capoeiristas formou-se em • o programa de capacitação Capo- O evento contou com a presença do
agosto e recebeu o nome de João eira de Saia, realizado em maio. O Governador e mais de 300 convidados.
Pequeno de Pastinha, homenage- evento foi organizado por grupos Os CDCs, implementados pela SECTI,
ando o grande mestre. de mulheres capoeiristas profissio- visam garantir à população baiana o
• a realização do 3º Encontro In- nais e amadoras que assistiram a acesso às tecnologias da informação e
ternacional de Capoeira e Mani- palestras, participaram de oficinas da comunicação por meio das redes de
festações Afro-culturais, o Ginga- e de uma excursão a Cachoeira e computadores.
Mundo, promovido pela Associação Santo Amaro, como forma de retra-
Integrada de Esporte Arte e Cultura tar importantes centros de pesqui-
– Mandinga. sa da capoeira. Foram mais de 200

[ 53 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
AÇÕES DE DINAMIZAÇÃO DOS – 40 anos em 40 minutos. Os registros Sinfônica da Bahia (OSBA), do Balé do
ESPAÇOS CULTURAIS audiovisuais, mostrados ao público na Teatro Castro Alves (BTCA) e do Centro
Sala Principal, em exibição única, e no Técnico, além da XIV Edição da Série
COMPLEXO DO TEATRO CASTRO ALVES Foyer do Teatro, de dezembro de 2007 TCA, que contribuíram para uma maior
a março de 2008, tiveram como objeti- ênfase nas metas e diretrizes do Teatro:
Em 2007, o TCA completou 40 anos vo preservar e difundir histórias e me- identidade artística, permeabilidade e
com uma série de atividades comemo- mórias das pessoas que contribuíram e formação profissional.
rativas. A exposição 6 Olhares e 7 Tra- fizeram parte dos 40 anos do TCA. Outra iniciativa importante foi o
ços, realizada em agosto daquele ano, Por meio de apoios e projetos, o lançamento de Edital, em nível nacio-
reuniu 13 artistas que apresentaram TCA garante a dinamização de sua pro- nal, para seleção de projetos arquitetô-
suas visões sobre o complexo cultural gramação e, também, estimula a ocu- nicos para requalificação e ampliação
por meio da fotografia e do registro pação de seus espaços, que incluem a do Complexo TCA. O projeto vencedor
em azulejos comemorativos. O Festival Sala Principal, a Concha Acústica e a do concurso, organizado em parceria
Quarentinha reuniu, em outubro, mês Sala do Coro. Entre 2007 e 2009, o Te- técnica com o Departamento da Bahia
das crianças, espetáculos infantis locais atro recebeu 861.300 espectadores em do Instituto dos Arquitetos do Brasil
de teatro e de circo, em 17 apresenta- todo o seu complexo e registrou 1.335 (IAB-BA), tornar-se-á a base para a li-
ções gratuitas ou a preços populares apresentações artísticas e eventos. citação das obras.
nos vários espaços do complexo. Em 2009, o TCA experimentou a
Encerrando as comemorações, no consolidação de suas linhas de atuação Centro Técnico
final daquele ano, o Teatro abriu suas de caráter formativo, de inclusão e de Além de continuar sendo uma refe-
portas e seus arquivos para que oito excelência. Como exemplo das princi- rência da atividade artística e cultural
cineastas pudessem filmar e produzir pais atividades realizadas estão o Pro- baiana do mais alto nível, o Teatro Cas-
oito curtas-metragens contando a his- jeto Domingo no TCA, o Programa TCA tro Alves se firma cada vez mais como
tória do TCA na exposição 40 em 40 - Núcleo, a dinamização da Orquestra centro de formação para o desenvol-
vimento e a qualificação dos profis-
sionais das artes cênicas. Identidade
artística, permeabilidade e formação
profissional são as metas deste impor-
tante equipamento cultural.
Em 2007, o espaço físico e os fun-
cionários do Centro Técnico passaram
por um processo de reestruturação e
reforço técnico, culminando com a sua
transformação em Centro de Referência
em Engenharia do Espetáculo Teatral.

CULTURA É O QUÊ? [ 54 ]
[ 55 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Cabe a este Centro o desenvolvimento O teatro abre suas portas nas ma- artística e o público interessado e pro-
e a qualificação dos profissionais das nhãs de domingo às 11h, apresentando fissionais de reconhecimento nacional
diversas áreas das artes cênicas, na ci- espetáculos de qualidade e de diversos e internacional que se apresentaram na
dade e no estado, além da catalogação, gêneros ao preço simbólico de R$ 1,00. cidade. Recebeu nomes como o cenó-
documentação, arquivo e disponibilida- Os ingressos são vendidos em um sis- grafo Gringo Cardia, o produtor Billy
de do conteúdo para artistas, técnicos e tema especial de compra e acesso ime- Bond, o cenógrafo João Irênio, o diretor
pesquisadores. diato, evitando a ação de cambistas. de teatro francês Philip Boulay, atores
Utilizando sua infra-estrutura, em do espetáculo “L’oratório D’Aurélia”,
2008, o Centro Técnico apoiou cerca de Série TCA Jean–Christophe Ballot, a equipe do
150 montagens teatrais, além da pro- A tradicional Série TCA completou 14 Vila Dança, entre outros, com público
dução do espetáculo Policarpo Quares- anos em 2009, mantendo uma progra- de 586 pessoas.
ma, selecionado por edital do Núcleo mação de ponta com atrações nacionais Em 2009, a cantora baiana Reis e
do TCA. Em 2009, apoiou mais de 180 e internacionais nas áreas de música o compositor e produtor italiano Aldo
espetáculos teatrais e cinematográficos erudita, jazz, dança tradicional e con- Brizi apresentaram um concerto no
na confecção de figurinos, cenários, temporânea. Houve um aumento no nú- Second Life (Segunda Vida), um simu-
adereços e cessão de peças do guarda- mero de atrações, passando de nove, na lador da vida real em um mundo virtual
roupa e outros elementos cênicos. edição de 2006, para 13, em 2007, e 11, em 3D. Imaginado e construído pelos
Foram realizados quatro cursos em 2008, com um público total de mais próprios participantes, de um lado es-
técnicos, com duração de um mês, para de 33 mil pessoas no triênio. teve o público real, que acompanhou o
mais de 110 participantes. A partir das show por meio de uma tela e, do outro
ações de formação, o Centro Técnico Entre as atrações internacionais de lado, o público virtual conectado em
tem a oportunidade de sistematizar o 2007 destacam-se a Companhia Anto- todo mundo. O evento foi o primeiro no
conhecimento adquirido ao longo dos nio Márquez, Lês Ballets Jazz de Mon- Brasil a ser transmitido no Second Life
anos, contribuindo também para isso treal, Balé Real da Dinamarca, Momix, e fez parte do “Dia Mundial da Paz”
desenvolvimento de três manuais téc- Teatro Negro de Praga e a Companhia (Global United Party for Peace).
nicos, que serão publicados em 2010. Antonio Gades. Em 2008, participaram
Os conteúdos dos cursos são disponibi- da Série a dançarina Eva Yerbabuena, a ESPAÇOS CULTURAIS NA
lizados no endereço do Centro Técnico, Orquestra Jovem das Américas (YOA), a CAPITAL E NO INTERIOR
no link “Passo-a-Passo”. David Parsons Dance Company, o can-
tor Bobby McFerrin, a Orquestra Sinfô- A SecultBA administra, diretamente ou
Domingo no TCA nica do Estado de São Paulo (OSESP), o por meio de parcerias, 21 espaços pú-
Destaque da programação, o projeto bailarino Thiago Soares e a companhia blicos, sendo seis na capital. São cen-
Domingo no TCA vem cumprido a im- argentina de Brenda Angiel. Na edição tros culturais, casas de cultura, teatros
portante tarefa de formar platéias, pro- de 2009, a programação contou com a e cine-teatros que funcionam como es-
movendo espetáculos de qualidade a Ballet Nacional de Cuba, apresentando paços de produção e difusão culturais e
preços populares. “Gisele”, a companhia de dança norte- de sociabilidade nos territórios, cidades
De abril de 2007, quando foi im- americana Pilobolus, a companhia de e bairros onde estão localizados.
plantado, a setembro de 2009, foram francesa Georges Momboye e a Cia de
realizadas 35 apresentações para um Dança Mummenschanz. Centros de Cultura
público superior a 40.000 pessoas. Várias intervenções foram realizadas
Conversas Plugadas no sentido de dotar os centros cultu-
Visando ampliar o intercâmbio e a rais de condições físicas adequadas.
troca de ideias entre artistas, grupos Além do re-equipamento dos espaços,
PROJETO DOMINGO NO TCA
ANO APRESENTAÇÕES PÚBLICO locais e técnicos envolvidos em pro- foram concluídas reformas em Valença
2007 11 12.073 duções pautadas no TCA, o projeto e Alagoinhas e foi reaberto o Centro
2008 13 14.489 Conversas Plugadas, criado em 2007, Cultural Plataforma, em Salvador. Espa-
2009 11 10.634
é uma oportunidade de intercâmbio ços expositivos foram qualificados em
Fonte: SecultBA/FUNCEB
entre o corpo técnico da casa, a classe Alagoinhas, Feira de Santana, Itabuna,

CULTURA É O QUÊ? [ 56 ]
Jequié Juazeiro, Porto Seguro, Valença e Vitória da Conquista. Para isso, foram investi-
dos R$ 1.527 mil entre 2007 e 2008.
As melhorias nas estruturas físicas e técnicas foram associadas a uma nova de-
finição de critérios para pautas, com a eliminação de eventos de cunho religioso ou
partidário e restrições a outros de caráter institucional. A programação passou a ser
focada em eventos artístico-culturais, com maior envolvimento da classe artística. Os
mecanismos de fomento passaram a pontuar, especialmente, projetos que circulam
suas produções e iniciativas oficiais em linguagens artísticas, a exemplo do Circuito
Popular de Cinema e Vídeo e dos Salões Regionais, que privilegiam, em seus circuitos,
os centros de cultura. Além disso, os coordenadores, assistentes e técnicos dos espaços
passaram a ser sistematicamente capacitados e foi criado um Manual de Gestão para
orientar as operações cotidianas.
Desde o final de 2008, os centros localizados no interior passaram a abrigar as
Representações Territoriais de Cultura, com a perspectiva de gerar uma nova dinâmica
como referência para uma atuação regional.
Em 2009, a partir do mês de agosto, as pautas passaram a ser gratuitas nas terças
e quartas-feiras, de acordo com a disponibilidade de cada espaço. A iniciativa tem por
objetivo, o incentivo à produção local e prevê a cessão de pautas exclusivamente para
espetáculos, shows, performances, mostras de cinema e vídeo, festivais e seminários,
entre outras atividades de caráter cultural propostas por artistas e grupos. Essas pro-
vidências foram decisivas para o aumento das atividades nos centros culturais, que
totalizaram 3.800 eventos realizados, atingindo um público de 948.884 pessoas.

ESPAÇOS CULTURAIS FUNCEB – ATIVIDADES E PÚBLICO (BAHIA, 2007-2009)


CENTRO DE CULTURA EVENTOS SESSÕES PÚBLICO
CAPITAL E RMS
Casa da Música 157 434 42540
C. C. Lauro de Freitas 209 384 27.891
Cine-teatro Solar Boa Vista 193 472 23.674
E. C. Alagados 237 514 8.778
E. Xisto Bahia 471 2.642 46.313
C. C. Plataforma 427 1.381 48.022
Teatro do ICEIA 114 714 19.156
INTERIOR
C. C. Adonias Filho - Itabuna 253 486 117.027
C. C. de Alagoinhas 136 407 33.280
C. C. Amélio Amorim – Feira de Santana* 27 43 7.931
C. C. ACM - Jequié 49 59 15.806
C. C. Camilo de Jesus Lima – Vitória da Conquista 209 694 147.253
C. C. João Gilberto - Juazeiro 231 753 140.694
C. C. Olívia Barradas - Valença 318 2.110 95.512
C. C. Mutuípe 98 589 4.332
C. C. Porto Seguro 334 1979 89.430
Teatro Dona Canô - Santo Amaro 281 370 65.784
Centro de Cultura de Guanambi** 56 76 15.461
TOTAL 3.800 14.107 948.884
Fonte: SecultBA/FUNCEB
*Foram contabilizados os meses de outubro a dezembro 2009
**Foram contabilizados os meses de janeiro a dezembro de 2009

[ 57 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
ESPAÇOS CULTURAIS

O Centro Cultural Plataforma, O Espaço Cultural Alagados, inau- Fundado em 6 de julho de 1984, o O Espaço Xisto Bahia funciona em
localizado no Subúrbio Ferroviário de gurado em 18 de janeiro de 1989, em Cine-Teatro Solar Boa Vista, situ- Salvador, no Complexo da Biblioteca
Salvador, foi construído entre as déca- Salvador, é um galpão construído como ado no local que já abrigou a fazenda Central, e é um dos mais requisitados
das de 30 e 40, e mantido pelo Círculo anexo em área originalmente perten- aonde o poeta Castro Alves morou, pela produção cultural. Destacam-se,
Operário da Bahia, entidade ligada à cente à Escola Polivalente São Diego. no bairro de Brotas, em Salvador, tem entre as suas atividades, a realização
Igreja Católica, até a década de 70, O equipamento tem servido como sido palco de diversas apresentações de oficinas artísticas envolvendo os
quando foi comprado pelo Governo do sede provisória do Centro de Cultura, culturais. Funciona também como um segmentos de dança afro, árabe e
Estado. A partir de 1985, o local entrou haja visto que a construção original do centro de aprendizado multicultural, flamenca, teatro, percussão, trabalhos
em decadência até fechar as portas, Cine-Teatro de Alagados encontra-se no qual a comunidade local tem aces- de corpo para a saúde, mímica corpo-
em 1990. Em 2006, foi reinaugurado, degradada. O espaço atual, de caráter so a oficinas e workshops gratuitos ral dramática, circo, maquiagem e lei-
mas somente a partir de 8 de junho multiuso, serve como sala de ensaio, nas diversas linguagens artísticas. O tura. No triênio, o Xisto Bahia abrigou
de 2007 suas atividades foram reini- de oficina e ainda abriga pequenas Cine-Teatro é, também, um Ponto de 471 eventos e 2.642 sessões para um
ciadas, após várias discussões sobre a apresentações, contando para isso com Cultura do Programa Cultura Viva, do público de 46.313 pessoas.
gestão e a programação, promovidas uma arquibancada de madeira. As ofi- Ministério da Cultura.
pela FUNCEB e pelo Fórum de Arte e cinas realizadas são nas áreas de artes Em 2009, em comemoração aos 25
Cultura do Subúrbio, inaugurando um plásticas, teatro, dança afro e capoeira. anos de inauguração do espaço, foi
formato participativo envolvendo a so- Numa parceria com o Centro Técnico do realizado um cortejo artístico pelo
ciedade civil e o Estado. TCA, houve uma requalificação técnica, Parque Solar Boa Vista, culminando
Projetos como “Plataforma de Talen- com confecção de vestimentas, recupe- com as apresentações dos grupos
tos” e “Caldeirão Cultural” têm con- ração das arquibancadas e construção abrigados e parceiros do espaço. Em
tribuído para dinamizar a atividade de um palco de madeira. No local, ocor- junho, foram iniciadas reformas que
artística no subúrbio de Salvador e reram 237 eventos e 514 sessões com serão entregues ao público em 2010,
aproximar os grupos culturais da co- um público de 8.778 pessoas. envolvendo recuperação de estruturas
munidade. Desde que foi reaberto, o da alvenaria e concreto, forro, pintura,
Centro registrou um total de 427 even- gradil, estruturas do palco e revisão
tos e 1.381 sessões com um público de hidráulica.
48.022 pessoas.
O Cine-Teatro Lauro de Freitas,
foi inaugurado em 18 de agosto de
1983, mas ainda carece de reformas.
Mesmo assim, realizou 209 eventos
e 384 sessões para um público de
27.891 pessoas.

O Centro de Cultura de Alagoi- O Centro de Cultura Camilo de O Centro de Cultura João Gilber-
nhas foi inaugurado em 1986 com Jesus Lima, assim denominado em to, em Juazeiro, foi inaugurado em
apoio da Prefeitura Municipal. A homenagem ao poeta que marcou 1986, batizado com o nome do músico
criação do espaço foi motivada pelas as histórias de Caetité e de Vitória juazeirense, que é considerado o cria-
constantes reivindicações da classe da Conquista, foi inaugurado em dor da bossa nova. Abriga a Academia
artística, por meio de movimentos e 1986. Administrado pela Univer- de Letras em uma de suas salas e pos-
abaixo-assinados, e do movimento sidade Estadual do Sudoeste da sui um anexo utilizado para a difusão
cultural organizado na Faculdade de Bahia até 2006, o espaço abriga da capoeira. Manteve uma programa-
Formação de Professores de Alagoi- duas instituições culturais, a Casa da ção com 231 eventos e 753 sessões O Centro Cultural de Guanambi
nhas (FFPA). Abrigou 136 eventos Cultura e a Academia Conquistense para um público de 140.694 pessoas. foi construído em 2006 e entregue à
e 407 sessões para um público de de Letras e, em um anexo, o projeto administração da Prefeitura Munici-
33.280 pessoas. Pró-Ler, daquela universidade, que pal, que devolveu o espaço para o Es-
desenvolve atividades de estímulo tado em 2008. Desde então, abrigou a
à leitura. Foram promovidos 209 realização de 56 eventos, 76 sessões,
eventos e 694 sessões para um pú- com público de 15.461 pessoas.
blico de 147.253 pessoas.

CULTURA É O QUÊ? [ 58 ]
Capital e Interior

A Casa da Música, localizada no As atividades do Teatro ICEIA vêm Em 2001, uma residência pertencente Inaugurado em 1992, o Centro de
Parque do Abaeté, em Salvador, foi sendo realizadas no foyer, onde funcio- a ex-autoridades de Mutuípe foi ven- Cultura Amélio Amorim constitui-
fundada em 3 de setembro de 1993. na a Galeria de Arte, nos saguões do dida para o Estado e transformada em se em um dos principais espaços cul-
Em 2002, o espaço passou a ser ad- segundo e terceiro níveis, onde aconte- patrimônio público cultural. Em 2007, turais de Feira de Santana e do interior
ministrado pela FUNCEB e começou a cem oficinas e ensaios de grupos, e em o prédio foi reaberto como a Casa de do estado. O nome é uma homenagem
oferecer oficinas de percussão, flauta duas salas localizadas nas laterais do Cultura de Mutuípe. A Casa possui um ao arquiteto baiano falecido em 1980,
doce e teatro de animação. Conta, palco, utilizadas pela Associação Lírica rico acervo de mobiliário, livros, docu- proprietário original da área que veio
também, com uma galeria, na qual da Bahia. Atualmente, encontra-se com mentos e fotos que contam a história a abrigar as instalações do Centro de
são realizadas exposições de artes vi- Termo de Viabilidade e Localização do município. Atualmente, abriga um Cultura. Desde outubro de 2009, o es-
suais voltadas, prioritariamente, para (TVL) provisório liberado pela Prefeitura Ponto de Cultura, uma biblioteca pú- paço, que até então era administrado
a música. No local, desde 2007, vem do Salvador, em maio 2008, que veta o blica municipal e um infocentro. Possui pela Universidade Estadual de Feira
sendo realizado quinzenalmente, às funcionamento da sala principal. A des- um salão onde ocorrem ensaios e pe- de Santana, passou a ser gerido pela
segundas-feiras, o Sarau de Itapuã, em peito das limitações, o espaço registrou quenas apresentações de grupos artís- FUNCEB, que montou uma programa-
parceria com a Independência Musical 114 eventos e 714 sessões e público ticos, além de oficinas, que acontecem ção especial com a participação de
Associada (IMA). A Casa foi tecnica- de 19.156 pessoas. Será cedido para no quiosque e na garagem. O espaço é espetáculos baianos de sucesso, como
mente adequada, em 2009, para re- uso do projeto NEOJIBÁ, em 2010. gerenciado em parceria com a Prefei- “1,99”, do ator e diretor teatral Ricar-
ceber montagens teatrais alternativas. tura de Mutuípe, que aporta recursos do Castro, e “Cabaré da RRRRRaça”,
A primeira experiência aconteceu com para o custeio de segurança, água e do Bando de Teatro Olodum, além de
o espetáculo Negreiros, de Leandro energia elétrica. Em 2009, destacou-se uma exposição do fotógrafo francês
Rocha. Entre 2007 e 2009, ocorre- o I Festival de Arte e Cultura de Mutu- Pierre Verger. Também foi realizado
ram 157 eventos e 434 sessões para ípe, que apresentou 26 atrações para um encontro entre a FUNCEB e a clas-
42.540 pessoas. um público estimado de 1.000 pes- se artística feirense para discutir sobre
soas. No total, já foram realizados 98 a ocupação do espaço cultural. Estive-
eventos, 589 sessões, com público de ram presentes 32 representantes das
4.332 pessoas. mais variadas linguagens, grupos ar-
tísticos, produtores e gestores. O ane-
xo do Centro será objeto de reformas,
cujos projetos estão em licitação.

O Centro de Cultura Olívia Barra- O Centro de Cultura Antônio O Centro de Cultura Adonias Fi- Inaugurado em 14 de setembro de
das, em Valença, assim denominado Carlos Magalhães, em Jequié, foi lho, em Itabuna, ostenta o nome do 2001, em Santo Amaro, o Teatro Dona
em homenagem à ex-presidente da inaugurado em outubro de 2000. É jornalista, ensaísta e romancista da Canô recebeu o nome da matriarca da
FUNCEB, foi inaugurado em 10 de um dos espaços culturais mais mo- região do cacau. Abriu as portas pela família Velloso, Srª. Claudionor Vianna
novembro de 1986. O espaço foi re- dernos e bem equipados do interior, primeira vez em 1986 e, atualmente, é Telles Velloso, como reconhecimento à
formado e reequipado, favorecendo atualmente administrado em parceria o único espaço de apresentações ar- sua dedicação à cultura local. De sua
uma programação que registrou 318 com a Prefeitura Municipal daquela tísticas em funcionamento na cidade. programação constaram 281 eventos
eventos e 2.110 sessões, com um pú- cidade por meio de convênio de ces- Abrigou 253 eventos e 486 sessões, e 370 sessões, com um público de
blico de 95.512 pessoas. são de uso. Registrou 49 eventos e 59 com público de 117.027 pessoas. 65.784 pessoas.
sessões com um público de 15.860
pessoas.

[ 59 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Galerias FUNCEB Salas Walter da Silveira e Alexandre DINAMIZAÇÃO DOS MUSEUS
Até 2006, havia apenas um espaço Robatto
expositivo em Salvador, a galeria Pier- Cumprindo o seu papel de principal Desde 2007, os museus administrados
re Verger, no qual, durante aquele ano, espaço dedicado à democratização do pelo Estado passaram gradativamente
foram realizadas oito mostras. Com a acesso à produção audiovisual, a Sala por reformulações conceituais nas res-
criação de novos espaços para exposi- Walter da Silveira deu sequência à exi- pectivas programações. A linha central
ção na área de artes visuais e com a bição de documentários, filmes de arte, da política empreendida, além da inte-
qualificação de espaços que antes não clássicos e produções independentes. gração das unidades como referências
eram utilizados para esse fim, o ano de Sua programação inclui três sessões di- do Sistema Estadual de Museus, foi a
2007 foi encerrado com um total de árias (15h, 17h30 e 20h) com ingressos busca de tendências predominantes
nove espaços dinamizados, que abri- a preços populares, sempre com meia- para os espaços e de diálogos entre es-
garam 29 exposições e mostras inte- entrada para estudantes, professores e tas e seus eventos expositivos.
grantes de projetos da FUNCEB ou de maiores de 60 anos, além de sessões
vencedores de Editais. A requalificação com entrada franca. Museu de Arte Moderna (MAM)
e a criação de espaços expositivos fa- A dinamização das salas, a partir Com um acervo de mais de 1.000 pe-
voreceu também o aumento do número de 2007, foi reforçada por projetos de ças, incluindo algumas de nomes con-
de exposições realizadas nos Centros formação de platéia, apoio a estréias e sagrados do modernismo brasileiro, o
de Cultura do interior. pré-lançamentos, promoção de festi- MAM firma-se como espaço de arte
A programação das Galerias FUN- vais e mostras. contemporânea e de articulação nacio-
CEB passou a receber uma maior aten- Entre os projetos, vale ressaltar o nal e internacional das artes visuais na
ção da mídia impressa. O Espaço Xisto crescimento do Quartas Baianas, que Bahia, estabelecendo, ainda, movimen-
Bahia, a Galeria Pierre Verger, a Galeria promove a exibição de filmes e vídeos tos artísticos associados ao audiovisu-
do Conselho (reaberta em 2009) e a baianos na Walter da Silveira, sempre al, à arte eletrônica e à fotografia.
Galeria do Iceia, em Salvador, recebe- com entrada franca. Além dele, o Pro- O Salão da Bahia foi objeto de ava-
ram exposições que atraíram um públi- jeto Quero (Re)Ver possibilita que o liação durante seus 15 anos de exis-
co médio de 3.000 visitantes por ano. público escolha — entre clássicos do tência e será substituído pela Bienal
cinema mundial — o filme que deseja de Arte Moderna da Bahia, de maior
ver ou rever. abrangência e porte, integrando o esta-
O projeto Formação de Platéia re- do no circuito internacional de bienais.
alizou, desde setembro de 2007, a exi- A Sala de Arte Cinema MAM e o retor-
bição gratuita de filmes e vídeos para no das sessões do JAM no MAM, aos
jovens e crianças, em sua maioria estu- sábados, contribuem para dinamizar os
dantes da rede pública de ensino. espaços do museu. No campo da for-
Ainda no segmento de audiovisual, mação e desenvolvimento de talentos
as medidas de promoção incluem o ser- são realizadas oficinas de expressão
viço de empréstimo de equipamentos artística. O Museu mantém os projetos
para filmagem, captação de som e fi- Linha do Abraço, dirigido às crianças da
nalização e serviços de edição e copia- Comunidade do Unhão e Zoom e Zoom
gem, prestados sem ônus, contribuindo Out, de aproximação com várias comu-
significativamente para a realização nidades da cidade.
de projetos por parte de produtores Foram destaques do MAM:
independentes. São também disponibi- 2007: 14º Salão do MAM; Um Século
lizadas as obras de cinema e vídeo do de Arte Brasileira - Coleção de Gilber-
acervo do Estado para empréstimo e to Chateaubriand; Smetak Imprevisto
utilização local. – Walter Smetak; Uma Autobiografia
Visual - Cláudia Andujar; Cesare Berlin-
geri e 16º Festival Internacional de Arte
Eletrônica.

CULTURA É O QUÊ? [ 60 ]
2008: 15º Salão da Bahia; Play Gallery à Bahia; Coleção MAM-BA – 50 Anos
do 16º Festival de Arte Eletrônica Vide- de Arte Brasileira – acervo do museu ao
obrasil; Experimento_1 Subsolo – mos- longo de sua existência; Tempo de Fun-
tra de 10 artistas pesquisadores criados do – Lica Moniz, Vendo a Venda – Ieda
especialmente para o subsolo do MAM; Oliveira e Corpograficos – Adalberto Al-
Todos os Olhares – Cristiano Mascaro; ves, vencedores do edital Matilde Matos
Barroco Reinventado - Iuri Sarmento; 2008; Muitos destinos uma só Bahia –
Olhei tanto que vi – encontro de Carlos Jean-Marc Godes, Sophie Preveyraud,
Moreira e German Lorca; Transfigura- Étienne Yver, Dany Leriche e Louis Pa-
ções – Lúcia Guanaes; JUNGLE JAM – vageau; Arquitetura do Medo – André
Chelpa Ferro; Que fim levaram todas as Gardenberg; Cão Gego – Tatiana Blass;
flores – Eder Santos; Presente do Pas- Cinepolis – Bob Wolfenson; Saccharum
sado – Naum Bandeira; Matchmaker - BA – coletiva, parceria com o Goethe-
Allard van Hoorn; Another Sky - Yumi Institut (ICBA) e a Escola de Belas Artes
Kori e Imanências do Mar - Giovana da UFBA; Nuancier – Pierres David; Lu-
Dantas; Apagador – Carlito Carvalho- gar de Ausência – Valéria Simões; BO no
sa; Daniel Senise. MAM/ 1959_1964 – Mário Cravo Neto;
2009: Cuide de Você - Sophie Calle, Geometria Impura – Isaura Pena, Pedro
recorde de visitações (40.000 pessoas); Motta, Francisco Magalhães, Renato
Restrospectiva de Carybé – celebração Madureira, Júnia Penna, Ricardo Homen
dos 70 anos da primeira visita do artista e Rodrigo Borges.

[ 61 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Museu de Arte da Bahia (MAB) momento histórico que nos contém – cuito das Artes na Galeria da Mansar-
O Museu de Arte da Bahia é o mais an- Pedro Archanjo. da; Rilke-Rodin; Salão de Design.
tigo museu do Estado e um dos primei- 2008: “Jenner Augusto – A natureza
ros fundados no Brasil. Inaugurado em Palacete das Artes – Rodin Bahia em busca da cor”; O corpo e o tem-
1918, possui um acervo de inestimável O Palacete das Artes Rodin Bahia está po; Oficina “Criatividade e Confecções
valor artístico e histórico que foi sendo instalado na antiga residência da fa- Contemporâneas Jovens Artistas”; Cur-
constituído ao longo de nove décadas mília do Comendador Bernardo Mar- so “Investigação Criativa com Arte e
por meio da reunião de algumas cole- tins Catharino, no bairro da Graça, em Tecnologia”; Balé Folclórico da Bahia;
ções organizadas na Bahia a partir do Salvador. Trata-se de uma construção Festival Internacional de Musica Instru-
séc. XIX. histórica, em estilo eclético, datada mental da UFBA.
O MAB mantém exposição perma- de 1912. O jardim abriga quatro es- 2009: Abraços na Arte Brasil/Japão,
nente do seu acervo. A programação culturas em bronze de Auguste Rodin: em comemoração ao centenário da
especial do espaço esteve prejudicada, L’homme Qui Marche Sur Colome, Tor- imigração japonesa no Brasil, acompa-
desde 2008, em função de reparos no se de L’ombre, La Martyre e Jean de nhada pelo projeto de Arte Ikebana e
imóvel, ainda em execução. Fiennes Nu. Odori; Walter Firmo em preto e branco,
Foram destaques do MAB: Criado para abrigar obras do artis- uma homenagem os 50 anos de car-
2007: A Paixão é Humana; Igrejas e ta plástico francês em convênio com o reira do fotografo, com lançamento do
Festas Tradicionais da Bahia; Modos Museu Rodin de Paris, passou a funcio- seu livro “Brasil: Imagens da terra e do
de Ver e Entender a Arte; Comemora- nar a partir da chegada das 62 peças, povo”; De um mundo ao outro: Pierre
tiva do Natal e do Centenário de João em 2009. O museu tem como linha de Verger nos anos 30, 200 imagens e do-
Alves; Roma Negra – cidade mestiça atuação abrigar exposições e outras cumentos originais que evidenciaram
- Christian Cravo; Exposição em home- atividades que mantenham diálogo o contexto artístico e intelectual de
nagem a Santo Antônio; Retrospectiva com a proposta principal do espaço. Verger, quando começou a fotografar
de Calasans Neto. A exposição “Auguste Rodin Ho- no período entre as guerras em Paris.
2008: Da Colônia ao Império, um olhar mem Gênio”, permanecerá em Salva- Início da exposição Auguste Rodin Ho-
do século XIX; A Bahia na Época de D. dor de outubro de 2009 a outubro de mem Gênio.
João e a chegada da corte portuguesa; 2012. O público poderá apreciar obras
Minhas Cabeças; Casas de brasileiros; como: “o Beijo”, “o Pensador”, “Eva” Centro Cultural Solar Ferrão
Exposição permanente do Acervo e Ci- e “o Sono”, entre outras. O evento de Reaberto em setembro de 2008, o Cen-
clo de palestras. abertura dessa exposição contou com tro Cultural Solar Ferrão passou a abri-
2009: Oferenda – Carolina Harari, a presença de 1.500 pessoas e, até o gar três importantes coleções: de arte
incluindo oficinas para crianças do início de dezembro de 2009, já havia sacra, do Museu Abelardo Rodrigues,
projeto AXÉ; A Cidade do Salvador do recebido 21 mil visitantes. de arte africana, da coleção Claudio
séc. 17 ao 19, visão de artistas estran- Foram destaques do Palacete das Masella, e de arte popular, da coleção
geiros que passaram pela Cidade da Artes: Lina Bo Bardi, além da Biblioteca Ma-
Bahia ao longo desses três séculos; O 2007: As Peles dos Filhos de Gea; Cir- noel Querino e o Arquivo Fotográfico

CULTURA É O QUÊ? [ 62 ]
dedicado à arte contemporânea que, de expressão popular encontrado no
em diálogo com as produções artísticas Nordeste do Brasil.
expostas, proporciona um vigor e dina-
mismo ao Solar Ferrão que o consolida Museu da Cerâmica Udo Knoff
como um dos principais centros de arte O Museu apresenta o acervo reunido
e cultura do Pelourinho. A Biblioteca pelo ceramista alemão Horst Udo Knoff,
Manoel Querino se destaca por ser com cerca de mil peças agrupadas em
uma das mais bem equipadas do Cen- cinco coleções: azulejaria, equipamen-
tro Antigo de Salvador, com um acervo tos, cerâmica, livros de encomenda de
de 13 mil livros catalogados e disponi- azulejos e matéria-prima. O museu es-
bilizados na internet. teve fechado para reforma durante o
Foram destaques do Centro Cultu- período de abril a julho de 2009, quan-
ral Solar Ferrão: do parte da coleção de azulejos passou
do IPAC. O encontro dessas expressões 2007: Memória da África; A Obra e o por higienização e restauro.
artísticas possibilita um diálogo único Processo Criativo – Williams Martins; Em agosto de 2009, o museu foi
entre as matrizes identitárias que co- Cidade Paralela, Espaços Desejados; reaberto com nova proposta conceitu-
laboraram para a formação do povo Peles Grafitadas; Exposição Poética – al: o andar térreo passa a receber ex-
brasileiro: a portuguesa, a africana e a Chema Madoz; Tradição e Criatividade posições de curta duração e a coleção
indígena. nas Artes da África – Obras do Acervo de Udo mantém-se como sua principal
O acervo registra o trabalho de de Cláudio Masella; ArteConceito, Sal- atração, no primeiro andar. Atualmente,
artesãos (anônimos, em sua maioria) vaguarda de Bens Culturais da Bahia o museu expõe a mostra Azulejos de
que retrataram a riqueza e a diversi- – Recorte de Uma Realidade e Ponte Udo, um recorte com os azulejos mais
dade da arte sacra brasileira. Há, ain- Ancestral. representativos do acervo.
da, raridades produzidas em madeira, 2008: Sons da Floresta; Ponte Ancestral;
marfim, barro, alabastro e pedra-sa- IPAC 40 anos; Agosto da Fotografia. Museu Tempostal
bão, de vários estilos, especialmente 2009: Sete Áfricas, recorte das mais O acervo do Museu Tempostal é um dos
o barroco brasileiro e nordestino. A de mil obras reunidas ao longo de 35 mais completos do país, constituído de
coleção, que pertenceu ao advogado anos pelo industrial italiano Claudio 45 mil peças, entre postais, fotografias
pernambucano Abelardo Rodrigues, Masella, doada ao Governo do Esta- e estampas de valor histórico, artístico
é uma das maiores de arte sacra do do em 2004; Lina Bo Bardi, parte do e documental, datadas do final do sé-
país, com mais de 800 peças eruditas acervo coletado no Nordeste brasileiro culo XIX e meados do século XX. Além
e populares dos séculos XVII ao XX, e entre os anos 50 e 60 pela arquiteta da exposição permanente do acervo o
foi adquirida pelo Governo do Estado italiana – guardadas em depósito de- museu mantém, desde 2007, as expo-
da Bahia em 1975. pois do Golpe Militar de 64, as mais sições “Bahia – Litoral e Sertão”, “Ar-
O espaço mantém exposição per- de 860 peças, cerca de 50% do acervo quitetura Religiosa na Bahia” e “Pelos
manente do seu acervo e também é original, hoje apresentam o livre design Caminhos de Salvador”.

[ 63 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Parque Histórico Castro Alves (PHCA) Palácio da Aclamação
Localizado a 160 km da cidade de Sal- O museu-casa possui um acervo com-
vador, o Parque Histórico Castro Alves posto de mobiliários nos estilos D. José
(PHCA) é um museu biográfico que e Luís XV, porcelanas, cristais, bron-
funciona num espaço com 52 mil me- zes, tapetes persas e franceses, além
tros quadrados no centro da cidade de de obras do artista baiano Presciliano
Cabaceiras do Paraguaçu. Dispõe de Silva. O prédio tem arquitetura do final
um acervo de mais de 380 objetos que do século XIX e, entre 1917 e 1967, foi
pertenceram ao poeta e seus familiares, residência oficial dos governadores da
formado por fotografias, cartões-pos- Bahia. Até 2007, em suas dependên-
tais, manuscritos, livros, indumentárias, cias, foram promovidos lançamentos li-
adornos pessoais, utensílios domésti- terários, apresentações musicais, feiras
cos e artes visuais. e cerimônias oficiais.
Foram destaques do PHCA: A Casa Cerimonial e o museu, fe-
2007: comemoração dos 160 do nas- chados desde maio de 2008, foram re-
cimento do poeta, com a programação abertos ao público em janeiro de 2009,
especial Um Outro Olhar – Passeio his- com a realização da exposição “No
tórico poético ao berço natal de Castro Território Vasto” de Cildo Meirelles. No
Alves e Baú das Memórias – Ação de espaço foi realizada ainda a 1ª edição
Difusão da Vida e da Obra de Castro do projeto “Mudança: a dança no Mu-
Alves. seu”, parceria entre a Escola de Dança
2008 e 2009: exposição permanente da FUNCEB e o IPAC.
Castro Alves, o Poeta.
DINAMIZAÇÃO DAS BIBLIOTECAS
Museu do Recolhimento dos Humildes PÚBLICAS
O espaço, conjunto arquitetônico de
igreja e convento, foi tombado pelo Es- A política de dinamização das bibliote-
tado em novembro de 1981. Apresenta cas intenciona mantê-las como espaços
um acervo com cristais, pratarias, mobili- dinâmicos, capazes de proporcionar aos
ário, porcelanas, paramentos, rendas, al- usuários informação, entretenimento e
faias (objetos litúrgicos) e imagens que interação, por meio de atividades regu-
pertenceram às internas do convento. lares e eventos culturais.
A coleção é composta por cerca de 500 Entre as ações culturais desenvolvi-
peças, datadas do século XIX e tomba- das, destacam-se:
das pelo IPHAN, em 1995. Mantém ex- • Os projetos Lê Liberdade, que em
posição de longa duração de seu acervo. 2009 foi renomeado, após amplia-

CULTURA É O QUÊ? [ 64 ]
ção do seu raio de atuação, para CENTRO DE MEMÓRIA DA BAHIA
Lê Bairros, e LeiturAção aplicam
metodologias inovadoras para o Entre 2007 e 2009, os visitantes e pesquisadores do Centro de Memória da Bahia,
desenvolvimento de competências Memorial dos Governadores e do Arquivo Público da Bahia somaram 81.582 pessoas.
de professores e alunos de escolas Para discussão de temas relacionados a história e patrimônio, foram realizados
da rede pública de ensino; eventos reunindo historiadores, pesquisadores, acadêmicos, artistas e políticos. Tive-
• O projeto Domingo na Praça, reali- ram destaque o ciclo de conferências Memória do Desenvolvimento da Bahia (1945
zado em parceria com a Secretaria - 1964), as mesas redondas 209 anos da Revolta dos Búzios, o ciclo de conferências
Municipal de Esporte e Lazer de Independência da Bahia e o curso Conversando com a sua História, com o objetivo de
Salvador, acontece nas praças e incentivar o estudo e a compreensão de episódios da vida política, social e cultural da
parques aos domingos e visa de- Bahia debatidos por renomados historiadores.
senvolver atividades de incentivo Foram organizadas, em 2008, as exposições A Chegada da Família Real e 120 anos
a leitura por meio da utilização de de Abolição, registrando um público de 972 visitantes, no Palácio Rio Branco.
um carro-biblioteca com variado Promovido pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, o V Coló-
acervo de livros, periódicos e jogos quio Internacional Trabalho Forçado Africano – Brasil, 120 anos de Abolição, ocorreu
educativos e de uma equipe de me- pela primeira vez fora do continente europeu. Salvador foi escolhida para sediar o
diadores que promovem oficinas e evento por ser uma cidade marcada pelas fortes contribuições afro-brasileiras na sua
atividades lúdico educativas; formação e cultura e pelo predomínio da população afro-descendente. O colóquio Tra-
• A Hora de Ouvir História, na Biblio- balho Forçado Africano promoveu o debate entre estudiosos de todo o mundo sobre
teca Infantil Monteiro Lobato, esti- as diversas modalidades deste tipo de trabalho, desde o século XVI até a atualidade.
mula a imaginação, a criatividade
e a socialização da criança, numa
ação de integração entre biblioteca
e escola;
• Os Encontros com o Escritor, ocorri-
dos em várias bibliotecas públicas,
possibilitam contato direto do pú-
blico com escritores baianos;
• O projeto Café com Leitura, pro-
movido durante o verão em Itapa-
rica, proporciona várias atividades,
como saraus literários, exposições
de artes, palestras e feiras de arte-
sanato.
DINAMIZAÇÃO DO ARQUIVO PÚBLICO E

[ 65 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
DINAMIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS – PROJETOS E SERVIÇOS (2009)
PROJETO / SERVIÇO CARACTERIZAÇÃO
Espaço de Leitura – Caixa Projeto de extensão que leva um acervo variado contendo livros e
Estante periódicos para diversas instituições, como Centros Sociais Urbanos,
Centros Comunitários e Associações localizadas em Salvador e municípios
adjacentes, prestando serviços de pesquisa e empréstimo.
Biblioteca Móvel Projeto de extensão que leva um acervo variado contendo livros e
periódicos para diversos bairros, de Salvador, desprovidos de bibliotecas
fixas, através do carro biblioteca, prestando serviços de pesquisa e
empréstimo, atividades lúdicas e oficinas.
Setor Braille Setor especializado que tem por finalidade facilitar as demandas dos
deficientes visuais, com o auxílio do Grupo de Voluntários, Copistas e
Leitores para Cegos, facultando digitação em braille, gravações de fitas,
leitura, transcrição e empréstimo de livros.
American Corner Serviço oferecido pela Biblioteca Pública Tales de Azevedo em parceria
com o Consulado Americano no Brasil, que reservou um setor com acervo
específico voltado para a cultura americana, todos em língua inglesa,
oportunizando aqueles que queiram exercitar este idioma.
Banco do Livro Serviço desenvolvido pela Biblioteca Anísio Teixeira, através do qual os
usuários podem trocar livros gratuitamente.
Centro Digital de Cidadania Serviço voltado para a inclusão digital que acontece na Biblioteca Infantil
(CDC) Monteiro Lobato, na Thales de Azevedo e na Biblioteca Juracy Magalhães
Júnior - Salvador.
Atendimento à Criança e Setor especializado para criança com deficiência auditiva, oferecido pela
ao Adolescente Surdo Biblioteca Anísio Teixeira. Objetiva proporcionar o contato livro/leitor de
forma lúdica, onde os textos são lidos na língua de sinais – Libras.
Telecentro Biblioteca Programa de inclusão digital em parceria com o Serviço de Processamento
Pública do Estado da Bahia de Dados da União - SERPRO, disponibiliza 10 a 20 computadores
conectados à internet de banda larga, os quais ficam à disposição da
população. No Setor Braille da BPEB, 11 computadores foram conectados,
sendo 01 como provedor e 10 para consulta por pessoas com deficiência
que tenha alguma necessidade especial - área da visão, com programa
compatível as necessidades desse grupo.
Espaço Caramuru Criado na Biblioteca Juracy Magalhães Júnior – Rio Vermelho para abrigar
o acervo fotográfico e documental da memória do bairro, incluindo
material sobre a história do seu descobridor: Diogo Álvares Corrêa – O
Caramuru.
Coleção Thales de Azevedo Setor criado na Biblioteca Pública Thales de Azevedo para abrigar todo o
acervo da biblioteca particular de Thales de Azevedo, doado pela família.

CULTURA É O QUÊ? [ 66 ]
A mostra Memória e Arquivo Públi- Leitura”, os cursos “Como incentivar cípios de Feira de Santana, Simões
co foi uma das iniciativas para dissemi- a Leitura da Arte Literária” e “Práticas Filho, Salvador, Lauro de Freitas, Vi-
nar o valor que deve ser atribuído ao Leitoras”, além do evento “Cirandas e tória da Conquista, Jequié, Valença,
acervo documental. Foram promovidas Rodas: cantar, dançar e tocar” e ati- Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, Esplana-
cinco exposições — Pedro Calmon, vidades em comemoração ao Dia do da, Teixeira de Freitas e Serrinha;
Artur Neiva, Canudos, Revolução dos Escritor. • em 2009, também foram implan-
Alfaiates e Conhecer a Quinta — com Outras ações de incentivo à leitura tados quatro espaços de leitura em
público de 11.722 pessoas. Também também merecem destaque: outras instituições como o Instituto
para valorização do patrimônio cultural • realização das Jornadas de Litera- de Desenvolvimento Sustentável do
e da memória histórica destaca-se o tura, atividades integradas com a Baixo Sul da Bahia (IDES), em Itu-
projeto Arquivo-Escola, que apresenta participação da comunidade, nas berá, a Escola Aloísio Fonseca, no
aos jovens estudantes baianos a impor- quais acontecem mesas de deba- distrito de Guaibim, em Valença e o
tância dos acervos dos arquivos. tes, apresentações de manifesta- Centro Sultão das Matas e o Insti-
Vale registrar, ainda, a exposição ções culturais locais e oficinas para tuto Pestalozzi, em Salvador.
doada pela Unesco Para que não es- o desenvolvimento da leitura e da
queçamos: O Triunfo Sobre a Escravi- escrita. Durante os eventos são do-
dão na programação do III Simpósio adas obras literárias a instituições
Identidades Culturais e Religiosidade, como forma de incentivo à consti-
realizado na cidade de Cachoeira, pro- tuição de círculos de leitura;
movido pela Universidade Federal do • realização de seminários e confe-
Recôncavo da Bahia (UFRB), que con- rências que abordaram diversos
tou com a visitação de 450 pessoas. A temas relacionados à literatura,
exposição também ilustrou o II Con- os quais tiveram a participação de
gresso Baiano de Pesquisadores Ne- professores, pesquisadores, escrito-
gros, na Universidade Estadual de Feira res, livreiros e editores, a exemplo
de Santana (UEFS), com a visitação de “Mulher e Literatura”, “Cuíca, o
320 pessoas e integrou as comemora- tal entre os tais”, “Guimarães Rosa
ções do Novembro Negro, em Salvador, nas veredas do Sertão: Guimarães
com a visitação de aproximadamen- Rosa e a linguagem do cinema”,
te 6.000 pessoas, das quais cerca de “Conferência Afrânio Peixoto: o
2.600 eram estudantes do ensino fun- médico, o escritor e o homem públi-
damental e médio das escolas públicas. co” e a videoconferência “Histórias
de Leitores e Leituras”, em parceria
AÇÕES DE INCENTIVO À LEITURA com o Instituto Anísio Teixeira (IAT);
• realização do projeto “Seminários
Com o objetivo de promover o interes- Novas Letras”, em parceria com a
se pela leitura e escrita, considerando a Academia de Letras da Bahia, com
sua importância para o fortalecimento oobjetivo de divulgar a literatura
da cidadania, a SecultBA, por intermé- baiana de ontem e hoje;
dio da FPC, assinou convênio com a • em 2007, a SecultBA firmou Proto-
Fundação Biblioteca Nacional, em maio colo de Intenções com a Secretaria
de 2008, com o intuito de iniciar as ati- da Justiça, Cidadania e Direitos Hu-
vidades do Comitê Proler Salvador. manos (SJCDH) para implantação
Várias ações foram realizadas em de espaços de leitura, como me-
parceria com o Proler, entre elas o 7º dida socioeducativa, nas unidades
Encontro do Programa Nacional de In- prisionais de Salvador e interior.
centivo à Leitura, com o tema “Da es- No período de 2007 a 2009, foram
crita à oralidade”, o projeto “Rodas de implantados 13 espaços nos muni-

[ 67 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
tiva, que exibe 50 vídeos selecionados do Canadá e o National Film Board. O
que concorrem às premiações, e mos- evento reune animadores em atividades
tras não-competitivas, apresentando de criação, aprendizagem e desenvol-
os vídeos não-selecionados. A progra- vimento técnico na área de animação,
mação inclui, ainda, palestras, mostras com seminários e mostras de obras do
paralelas, exposições, performances, gênero, além de oficina com profissio-
encontros, oficinas, shows musicais e nais internacionais, como a produtora
seminários. canadense Martine Chartrand.
A 2ª e a 3ª edição do Animai!, re-
Quartas Baianas alizadas respectivamente em agosto de
Fruto de uma ação conjunta com a 2008 e de 2009, contaram com a co-
Associação Baiana de Cinema e Vídeo laboração da Associação Brasileira do
(ABCV), o projeto “Quartas Baianas” Cinema de Animação Seção Bahia. As
AÇÕES DE INCENTIVO E exibiu, entre 2007 e 2008, às quartas- oficinas e seminários beneficiaram cer-
PROMOÇÃO DAS LINGUAGENS feiras, 334 filmes e vídeos dos mais di- ca de 280 interessados em aprimorar
ARTÍSTICAS versos formatos e épocas de realização, os conhecimentos sobre o universo da
sempre com entrada franca, na Sala animação. A programação incluiu diver-
AUDIOVISUAL Walter da Silveira. A fim de ampliar o sas mostras gratuitas, contemplando
alcance e, ao mesmo tempo, contribuir animações baianas, nacionais, fran-
A política de incentivo ao audiovisual para o resgate da análise fílmica, o pro- cesas, japonesas e norte-americanas,
centrou-se nos elos da cadeia produ- jeto contou com a presença de críticos possibilitando ao espectador conhecer
tiva com base no conhecimento da cinematográficos que promoveram de- desde os pioneiros da animação mun-
dinâmica do setor. Além das ações re- bates com o público sobre as obras em dial, até trabalhos mais recentes.
lacionadas a produção e difusão, dois exibição. Também foi promovido um seminá-
editais inéditos foram destinados ao rio, na Sala Alexandre Robatto, sobre
desenvolvimento de roteiros e à critica Formação de Platéia temas ligados ao universo da anima-
cinematográfica. A democratização do acesso ao cinema ção, como políticas públicas para o se-
A execução dessa política passou e a discussão de temas ligados à cida- tor, a inter-relação entre animação e jo-
ser compartilhada entre a FUNCEB e dania, educação e cultura por intermé- gos eletrônicos e o panorama nacional
o IRDEB, este último desenvolvendo dio do cinema são os principais objeti- da formação técnica para animadores.
iniciativas voltadas para televisão. A vos do projeto “Formação de Platéia”,
Bahia Film Commission integrou-se à que realiza a exibição gratuita de filmes Circuito Popular de Cinema e Vídeo
estrutura da área cultural e o Forte do e vídeos para jovens e crianças, em sua Criado em outubro de 2008, o Circui-
Barbalho, ainda que temporariamente, maioria estudantes da rede pública de to Popular de Cinema e Vídeo (CPCV)
passou a abrigar produções com loca- ensino. O projeto, que desde setembro circula, semanalmente, mostras de
ções na Bahia. de 2007 atendeu a um total de 11.640 cinema e vídeo gratuitas, em espaços
espectadores, será reformulado em culturais da FUNCEB, em bairros da
Festival Nacional de Vídeo – Imagem 2010, com a ampliação de sua progra- periferia de Salvador e em cidades do
em 5 minutos mação, que passará a incluir atividades interior do estado, totalizando, hoje,
O Festival Nacional de Vídeo – Imagem ligadas aos universos da literatura e do 11 pontos de exibição. Foi criado um
em 5 minutos retornou à programação teatro. A iniciativa é uma parceria com site para divulgar noticias do projeto:
cultural baiana e nacional, em 2007, a Biblioteca Pública Central do Estado. http://circuitopopular.wordpress.com.
após interrupção no ano anterior. O 5 O conteúdo, inicialmente restrito
Minutos é considerado uma vitrine da Animaí! - Encontro Baiano de Animação a filmes da Programadora Brasil, foi
mais recente produção audiovisual em O projeto Animaí! - Encontro Baiano de ampliado com a inclusão do Festival
curta duração, reunindo trabalhos de Animação teve sua 1ª edição em julho Nacional 5 Minutos, Quartas Baianas,
cineastas e produtores de todo o país. de 2007, como resultado de uma parce- Circuito Tela Verde, Cine BR Movimento
O festival conta com a mostra competi- ria entre a FUNCEB, o MinC, o Governo e Animaí.

CULTURA É O QUÊ? [ 68 ]
Audiovisual para TV Língua Portuguesa, para o 1º semestre
Vários eventos movimentaram o cená- de 2009.
rio da televisão no que diz respeito à Além disso, a emissora adquiriu os
incorporação do IRDEB à execução da direitos de exibição dos filmes baianos
política de audiovisual. Cascalho, de Tuna Espinheira; making
Destacaram-se o lançamento da 4ª of dos documentários Trampolim das
edição do Programa de Fomento à Pro- Artes, Bahia Film Commission - Os
dução e Teledifusão do Documentário Fortes do Cinema; Cães, de Adler Kibe
Brasileiro (DOCTV) e a Mostra do DOC- Paz e Moacyr Gramacho; 4ª Mostra de
TV III, com exibição dos sete melhores Cinema Brasileiro em Berlim – O Negro
documentários produzidos e um DOC- no Cinema Brasileiro, vinhetas anima-
TV Ibero–américa. das Jogos Olímpicos, Cordeiros, L.A.T.A
No IV DOCTV, a Bahia teve seis – Rainha do Carnaval, Rodavlas ed La-
projetos selecionados: Álbum de Famí- vanrac, divulgando a Bahia em Cannes,
lia, de Wallace Nogueira Santos Silva, Toronto e Berlim, e de outros filmes
e Champs, de Felipe Costa Kowalczuk, como Esses Moços, d‑e José Araripe Jr.;
foram financiados pelo MinC e Banco 10 Centavos – making of, de Socorro
do Nordeste. Outros quatro compõem Nobre, Krajcberg, o Poeta dos Vestígios,
o DOCTV-BA I: Ficando Invisível, de de Walter Salles Jr, Baixio das Bestas,
Bernard Attal, Negros, de Mônica Si- de Claudio Assis, O Engenho de Zé Lins,
mões, Profissão: Palhaço, de Paula Go- de Vladimir Carvalho, e do documentá-
mes e Visão de Dentro, de Sofia Mídian rio Carnaval de Maragojipe. Adquiriu a
Bagues dos Santos, financiados por ins- cessão de uso de imagens do II Encon-
tituições do próprio estado (Assembléia tro de Imersão do Cinema de Animação
Legislativa da Bahia, Federação das In- do Brasil e co-produziu o filme De Cor-
dústrias da Bahia, Câmara Municipal po Inteiro - Clarice Lispector Entrevista,
de Salvador e SecultBA/IRDEB). de Nicole Algranti.
Pela qualidade do trabalho realiza-
do nas edições do DOCTV, o IRDEB/TVE Bahia Film Commission
foi indicado pela Secretaria do Audiovi- A Bahia Film Commission tem a fi-
sual do MinC para constituir a Unidade nalidade de incentivar e articular as
Técnica do 1º Programa de Fomento à redes produtivas de audiovisual, criar
Produção e Teledifusão do Documentá- facilidades em serviços essenciais para
rio Lusófono (DOCTV CPLP), aprovado atrair produções audiovisuais nacio-
pelos Ministros da Cultura dos países- nais e internacionais e tambem apoio
membros da Comunidade de Países de à produções locais. Sua atuação en-

[ 69 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
CULTURA É O QUÊ? [ 70 ]
volve divulgar a Bahia como destino ARTES VISUAIS Salvador, entre os dias 5 de dezembro
de produções audiovisuais nacionais e de 2007 e 31 de janeiro de 2008, com
estrangeiras, dando suporte, facilitando A política de artes visuais centrou-se um público de 500 pessoas. As obras
o acesso a serviços e mão-de-obra local no estímulo à ocupação de galerias, expostas foram selecionadas por meio
e estabelecendo contatos estratégicos em especial por intermédio do projeto de edital e, entre elas, quatro foram
em diferentes pontos do estado. Portas Abertas para o Audiovisual, na premiadas. O evento exibiu criações de
O Forte do Barbalho, sede provisó- difusão do trabalho de artistas novos 18 designers, abrangendo vestuário,
ria da Bahia Film Commission, abrigou ou já estabelecidos, por intermédio da mobiliário, urbanismo e artes gráficas,
as produções dos filmes Capitães de FUNCEB, e na inserção da Bahia no cir- apresentando, em uma sala especial,
Areia, de Cecília Amado, Besouro Cor- cuito nacional e internacional, através objetos da coleção de arte popular da
dão de Ouro, de João Daniel Tikhomi- das exposições em museus vinculados arquiteta Lina Bo Bardi.
roff, filmado em Igatu, e Trampolim do ao IPAC. As ações promovidas são tam-
Forte, de João Matos, assim como da bém marcadas pelo desenvolvimento Giro das Artes Visuais
mini-série Ó pai Ó, da Dueto Produções. de curadorias, de intercâmbios e do O Giro das Artes Visuais é outra ini-
aprimoramento artístico, bem como ciativa inaugurada em 2007, com o
A Bahia em Circuitos Nacionais e pela formação de novos públicos. objetivo de promover a circulação de
Internacionais acervos públicos que ficavam, até en-
O Festival Internacional Cinema de Salões Regionais de Artes Visuais tão, restritos à visitação nos museus e
Salvador, um vasto painel do cine- Os Salões Regionais de Artes Visuais galerias de Salvador. O projeto passou
ma mudial e cinematografia nacio- têm o objetivo de ampliar o desen- por seis cidades, expondo cinco acervos
nal, conta com apoio da SecultBA. O volvimento das artes visuais na Bahia e atingindo um público de 4.961 pes-
Festival apresenta mostras temáticas e proporcionar um maior intercâmbio soas nas mostras e 155 nas palestras
que incluem produções de diferentes entre artistas da capital e do interior. proferidas pelos curadores. Em sua pri-
estilos, gêneros, origens e produções Iniciado em julho de 1992, o projeto é meira etapa, o projeto levou as exposi-
independentes premiadas em festivais realizado nos Centros de Cultura do in- ções Pierre Verger, Art Zone (com obras
nacionais e internacionais, que têm em terior, promovendo exposições, oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia)
comum o traço autoral e a exploração e premiação de artistas. e O Flagrante, de Anízio de Carvalho,
das possibilidades poéticas da lingua- Nesses três anos, foram promovi- às cidades de Juazeiro, Porto Seguro e
gem cinematográfica. das nove grandes mostras nas cidades Valença. Na segunda edição, em 2008,
A SecultBA também apoiou a par- de Juazeiro, Feira de Santana e Jequié, os mesmos acervos visitaram as cida-
ticipação da Mostra do Cinema da em 2007; Alagoinhas, Vitória da Con- des de São Félix, Porto Seguro, Jequié,
Bahia no “II Los Angeles Brazilian Film quista e Itabuna, em 2008 e em Valen- Itabuna e Valença. Em 2009, quatro
Festival”, com a exibição dos filmes de ça, Juazeiro e Porto Seguro, em 2009. projetos foram selecionados para circu-
curta-metragem Anjo Daltônico, Catá- Foram distribuídos R$ 163.500,00 em lação em 2010.
logo de Meninas, O Corneteiro Lopes, prêmios para 26 artistas, além de nove
Dez Centavos, E Aí Irmão, Hansen prêmios oferecidos pelas prefeituras e
Bahia, Meio Poeta, Pornográphico, Ver- iniciativa privada, e 25 menções, tota-
melho Rubro do Céu da Boca, Oriki e lizando 52 artistas premiados nas três
os longa-metragens Samba Riachão e edições dos salões. Também foram
Esses Moços. oferecidas 24 oficinas gratuitas, capa-
Em 2009, foi produzido o docu- citando estudantes, artistas plásticos e
mentário São João – Melhores Momen- professores.
tos, especial da TVE baseado em pes-
quisas realizadas em Lisboa, resultado Salão de Design
do intercâmbio com a Rádio e Televisão O Salão de Design, iniciativa inédita
Portuguesa (RTP), visando estabelecer de incentivo à produção e à reflexão
semelhanças e diferenças entre as fes- na área de design no Estado, ocorreu
tas juninas no Brasil e em Portugal. no Palacete das Artes–Rodin Bahia, em

[ 71 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
GRUPOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS FORAM ESTIMULADOS

DANÇA vem sendo realizada exclusivamente abril. No triênio, a programação contou


por meio de edital e as apresentações com mais de 195 atividades, incluindo
A política setorial de dança envolveu passaram a ser na Sala do Coro do espetáculos, oficinas, cursos, debates
a implementação e o apoio a projetos TCA, com ingressos a preços populares e videodança, que ocuparam espaços
de produção, pesquisa, criação, forma- (R$ 2,00 e R$ 1,00), proporcionando culturais, teatros, praças, shoppings e
ção e difusão da linguagem, preferen- uma melhor qualidade cenotécnica e escolas de Salvador. Além de apoiar as
cialmente executados pela sociedade. de acesso aos espetáculos. atividades na capital, o Agendançabril
A Escola de Dança4 e o Balé do TCA O projeto teve sua programação também marcou presença em nove
completam a ação do Estado nesse diversificada com a inserção de novas municípios baianos: Valença, Vitória da
segmento, com atividades voltadas categorias. Além da categoria “Espetá- Conquista, Porto Seguro, Santo Amaro,
para a juventude e com a montagem culos de Dança”, em 2007 foi incluída a Alagoinhas, Guanambi, Feira de Santa-
de espetáculos especiais relacionados à de “Trabalhos em Processo de Criação” na, Juazeiro, Jequié e Mutuípe.
trajetória do desenvolvimento da dança e, em 2008, foi criada a categoria “Inter-
como expressão artística. venções Urbanas e/ou Dança de Rua”. A Bahia em Circuitos Nacionais e
Internacionais
Quarta que Dança Agendançabril Grupos nacionais e internacionais foram
O projeto Quarta que Dança, que co- Desde 2007, o Agendançabril vem estimulados a incluir a Bahia em seus
memorou 10 anos em 2008, tem foco sendo promovido em comemoração circuitos. O espetáculo Irrsinn, da pres-
na difusão. Desde 2007, quando foi ao Dia Internacional da Dança, em 29 tigiada companhia Toula Limnaios, foi
reformulado, a seleção das propostas de abril. O projeto apóia uma série de apresentado na Sala Principal do TCA, a
atividades realizadas por entidades preços populares. Pelo projeto Sua Nota
4 Ver tópico Ações Especiais para a Juventude. e grupos de dança, durante o mês de é um Show, também foram apresenta-

CULTURA É O QUÊ? [ 72 ]
A INCLUIR A BAHIA EM SEUS CIRCUITOS.

dos, no TCA, outros grandes espetáculos Dança no Vila foi viabilizada a vinda cana de Dança (RSD) e a 2ª edição do
como Tempo 76, da companhia francesa dos grupos Cia Lanònima Imperial, da Seminário Economia da Dança.
Mathilde Monnier, Waxtaan, do grupo Espanha, e Cie Toufik OI, da França, A Fundação Nacional das Artes
Senegal Jant-Bi, O Tal do Quintal, da para a realização de espetáculos e ofi- (Funart), em parceria com a FUNCEB,
companhia paulista Balangandan, Nor- cinas de dança em Salvador. trouxe para Salvador, em novembro de
deste - a Dança do Brasil, do Balé Popu- O Festival Move Berlim – dança con- 2009, o projeto Outras Danças, com
lar do Recife e Bahia de Todas as Cores, temporânea brasileira na Alemanha – foi a realização de atividades artísticas,
do Balé Folclórico da Bahia. criado em 2003 e desde então vem cola- acadêmicas e pedagógicas na área da
Foram concedidos apoios a eventos borando para a difusão da pluralidade e dança, como parte da celebração do
como a Assembléia Geral das Américas, complexidade da cena da dança brasileira Ano da França no Brasil. A proposta
da Word Dance Alliance (WDA), e o proje- na Europa. Em 2009, o diretor do evento, gerou oportunidades de formação e
to A Rapadura e o Fusca: Cana – Cultura Wagner Carvalho, esteve em Salvador, a intercâmbio entre artistas, curadores e
– Sociedade, uma parceria entre a FUN- convite da SecultBA, para realizar uma pesquisadores de dança ou áreas cor-
CEB e o ICBA que proporcionou a vinda curadoria prevendo a construção da pro- relatas. O Outras Danças aconteceu em
do coreógrafo alemão Felix Ruckert para gramação da 5ª edição do festival, previs- diversos espaços de Salvador e contou
a realização de uma coreografia com o ta para acontecer em abril de 2011. com a participação de seis grupos, 16
BTCA. Em 2008, dois importantes even- Em setembro de 2009, a capital pesquisadores e/ou palestrantes, dois
tos nacionais do circuito da dança foram baiana foi sede de três eventos cuja críticos de dança, além de artistas in-
promovidos em Salvador: o Dança em programação contou com apoio insti- dependentes e curadores. Ao longo de
Foco e o Rumos Dança – Itaú Cultural. tucional da SecultBA: a primeira edição quatro dias, o Outras Danças contou
Dentro da programação de 2009 da Plataforma Internacional de Dança com a participação de 500 pessoas em
do Teatro Vila Velha para o Mês da (PID), o 8º Encontro da Rede Sulameri- todas as suas atividades.

[ 73 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Balé do Teatro Castro Alves (BTCA)
Em 2007, foi realizado um amplo debate sobre o perfil das companhias oficiais de dança no Bra-
sil, seus desafios e tendências, com o objetivo de ampliar a reflexão sobre a condição do Balé do
Teatro Castro Alves (BTCA) e sua atuação. O encontro contou com a participação de Helena Katz
(SP), Ana Teixeira (diretora da Cia. 2 do Balé da Cidade de São Paulo), e Suki Villas Boas (Fórum
de Dança da Bahia), além de 120 artistas da dança de diferentes grupos e instituições.
A partir daí, o BTCA passou por uma importante reestruturação, que teve início com a unifica-
ção das duas companhias até então existentes: o balé BTCA I, a companhia principal, composta,
em sua maioria, por bailarinos contratados mediante Regime Especial de Direito Administrativo
(REDA), e o BTCA II, composto por bailarinos veteranos. Unificado, o BTCA executou as ações do
Programa 2007/2008, dividido em cinco linhas de atuação:

CULTURA É O QUÊ? [ 74 ]
• BTCA Residência, para seleção de grupo profissional de dança para residência no
TCA, pelo período de três meses, para desenvolver atividades conjuntas de produ-
ção, pesquisa artística e técnicas corporais;
• BTCA Convida, para a realização de montagens envolvendo o corpo e a estrutura
da companhia sob a coordenação de diretores e coreógrafos convidados;
• BTCA Extensão, que prevê a atuação de bailarinos em ações que contribuam para
o fomento da produção, reflexão e prática artística em dança;
• BTCA Memória da Dança, promovendo remontagens de espetáculos significativos
na trajetória da Companhia, em parceria com a Escola de Dança. Foram remonta-
dos os espetáculos Saurê (1982), de Carlos Moraes; Mandala (1986), do coreógra-
fo Luíz Arrieta, e, encerrando a temporada 2008, Ilhas (1981), de Victor Navarro
Capell, uma das primeiras montagens do Balé;
• BTCA Ensaia, oferecendo ensaios abertos e aulas públicas durante o processo de
montagem de novas coreografias e Aula com o Balé, em que o processo de aqueci-
mento da Companhia, composto por aulas de dança ou de pilates, é compartilhado
por profissionais e alunos avançados de dança.

Essas ações visam:


• ampliar o diálogo da Companhia com outras linguagens por meio da realização
de montagens com grupos, artistas e coreógrafos convidados para residência no
Teatro Castro Alves;
• o compartilhamento dos ensaios da companhia com estudantes e profissionais da área;
• a preservação da memória de seu repertório;
• e a atuação de bailarinos de seu elenco em atividades que contribuam para o
fomento da produção, circulação, reflexão e formação em dança no nosso estado.

Em 2009, o balé estreou dois novos espetáculos: “Isadora”, de Luiz de Abreu, nos
dias 16 e 17 de abril, dentro da programação do Mês da Dança, e “Áfrika”, de Victor
Navarro Capell.
Em três anos foram realizadas 285 apresentações, além de aulas e workshops,
envolvendo um publico de 32.410 pessoas.

[ 75 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
MÚSICA

A política setorial de música foi


orientada para estimular a organização
do segmento, promover a diversidade e sis-
tematizar o conhecimento da cadeia produtiva
na Bahia e suas conexões nacionais e internacio-
nais. Essa orientação se concretizou por intermédio
de várias ações empreendidas, quer no apoio a even-
tos, projetos e fóruns, quer na programação da Educa-
dora FM, do Pelourinho Cultural e do Carnaval de Salvador,
na participação em circuitos nacionais e internacionais ou na
atuação da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA).

Fórum de Música, Mercado e Tecnologia


O Fórum de Música, Mercado e Tecnologia (FMMT) tem como foco
o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor. Na sua primeira edi-
ção, teve como tema a sustentabilidade e foi realizado juntamente com o
Goethe Institut (ICBA) e a Bitmedia. O II FMMT, com enfoque na articulação
da Rede Música Nordeste, foi uma realização conjunta com o Sebrae, com o
apoio do ICBA. A programação contou com conferencistas de diversos estados
brasileiros e nomes internacionais como Arto Lindsay (EUA), Marc Regnier (França)
e Mariana Markowiecki (Argentina).
Em 2009, o tema do fórum foi “Organização e Fortalecimento de Redes de Trabalho
na Área Musical” e teve como destaque os cursos “Laboratórios Criativos”, com os repre-
sentantes do Espaço Cubo (MT), Circuito Fora do Eixo (MT) e do Fórum da Música de Minas
Gerais (MG). Além do III Fórum Nordeste de Gestores Públicos da Música, o evento abrigou
a discussão de temas como indústria cultural e economia da música, redes, música e ativismo,
firmando-se como espaço privilegiado para o debate sobre estratégias de fortalecimento da cadeia
produtiva do segmento musical na Bahia e no Nordeste.

A Bahia em Circuitos Nacionais e Internacionais


Para incentivar a exportação e aproximar o músico baiano do mercado internacional, foram promovidos e
apoiados debates e palestras com empreendedores, produtores e agentes musicais, jornalistas e curadores inter-
nacionais. Em agosto de 2007, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex Brasil), Sebrae, Promo e Desenbahia, foi realizado o projeto Comprador e Imagem da BM&A - Brasil Música e

CULTURA É O QUÊ? [ 76 ]
Artes, que consistiu na visita de uma comitiva de empresários, jornalistas e formadores
de opinião da América do Norte e da Europa, com o objetivo de possibilitar a compra
de conteúdo musical e a promoção da música produzida na Bahia.
Em 2008, na palestra Exportação de Música para o Mercado Americano com
os norte-americanos Tracy Mann, da MG Limited, e Brent Grulke, curador artísti-
co do festival texano South by SouthWest (SXSW), foi apresentado o cenário
do mercado americano para a música brasileira, com exposição focada nas
oportunidades de marketing e promoção oferecidas pelo festival. Como
resultado desta ação, artistas do estado inscreveram-se no processo
seletivo do festival e foram selecionados para participar da edição
2009 do SXSW: Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, Vandex,
Ramiro Musotto, Rebeca Matta e Lucas Santtana.
Quando dos Tambores se Encontram foi também realizado
em 2008, com o intuito de incentivar as residências artísti-
cas e propiciar oportunidades de produção colaborativa
por meio de experiências multiculturais, em parceria
com a Ècole Nationale de Musique et de Danse Ed-
gar Nabul, da Guiana Francesa e a Associação dos
Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia.
A Casa do Samba de Santo Amaro acolheu
a primeira etapa do projeto de residência
hospedando os músicos e dançarinos
guianenses, e articulou oficinas e en-
saios em cidades vizinhas, contando
com a participação de 90 pessoas. O
intercâmbio foi encerrado com uma apresentação conjunta dos grupos da Guiana e de
Santo Amaro, no Pelourinho, para um público de 400 pessoas.
Em 2009, a Bahia foi representada na maior feira de worldmusic do mundo, a Feira
Internacional de Música – Womex, em Copenhague, na Dinamarca. Foram promovidas
as produções contemporâneas do mercado independente, samba de roda, samba chu-
la, guitarra baiana, sanfoneiros, blocos afros e chorinho, entre outros. Na oportunidade
foram estabelecidos contatos com promotores de conteúdo como a BBC de Londres,
carnavais internacionais como Carnival Ass. (Inglaterra), espaços e festivais de referên-
cia internacional como Lincon Center (Nova Iorque), e selos musicais como o Crammed
Discs e Six Degrees e formadores de opiniões, entre outros.

[ 77 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Em parceria com o Instituto Cultural Brasil
Alemanha (ICBA) foi realziado o projeto Músi-
ca em Trânsito, desdobramento das atividades
do programa multilinguagem “A Rapadura e o
Fusca: Cana – Cultura – Sociedade”, iniciado
em 2008. Consistiu, desta vez, no intercâmbio
cultural entre o duo de produtores musicais
alemães Schneider TM e cinco profissionais
baianos da área musical, que foram selecio-
nados por intermédio de chamada pública,
para um laboratório e apresentação musical na
Praça Tereza Batista, no Pelourinho. O evento
foi transmitido ao vivo pela Rádio Educadora e
contou com um público de 200 pessoas.
Além disso, a rádio Educadora FM, em par-
ceria com o Sebrae/Ba, participou da Feira da
Música do Ceará, uma das mais importantes do
país, com um estande de divulgação do traba-
lho de artistas independentes baianos.

Novembro – Música em Todos os Ouvidos


Tendo como referência o Dia Nacional do Mú-
sico (22 de novembro), foi realizado o projeto
Novembro - Música em Todos os Ouvidos, com
uma vasta programação, incluindo o Fórum de
Música, Mercado e Tecnologia e apresentações
musicais no Pelourinho.
Os shows promovidos trouxeram a Salvador
artistas de estilos musicais diversos, formados a
partir de influências tradicionais e contemporâ-
neas, que transitam no circuito independente
de outras partes do país e atuam com base em
novos modelos de produto, distribuição e cir-
culação. As apresentações estimularam a for-
mação de público, o intercâmbio e a relação de
produtores locais com este perfil de apresenta-
ções. O público total foi de 9.442 pessoas.

Segundas Musicais
Em sua edição inaugural, o projeto Segundas
Musicais apresentou espetáculos de artistas
contemplados pelo respectivo edital. As apre-
sentações, sempre às segundas-feiras, na Sala
do Coro do TCA, representaram uma aposta no
desenvolvimento da cena musical a partir de
dois pontos principais: diversidade e inclusão.
Além de oferecer um panorama da produ-
ção musical no estado, estimulando inclusive

CULTURACULTURA
É O QUÊ? [ 78
É O QUÊ? [ 78 ]]
proponentes vindos do interior, com de um artista internacional. As artes vi- a OSBA realizou os Concertos Didáti-
apoio para passagem e hospedagem suais também foram uma novidade em cos, as Palestras Concertantes, a Série
em Salvador, a iniciativa vinculou os 2009: arte eletrônica e digital interagiu Mozart nas Igrejas e os Concertos Iti-
shows a atividades de formação como com um DJ durante a realização dos nerantes, com apresentações mensais
cursos e oficinas abertas à comunidade. eventos, levando diversidade artística e em Camaçari, no Teatro da Cidade do
inovação ao público. Saber.
Sua Nota é um Show O sistema de trocas de ingressos foi A Orquestra recebeu importantes
Criado em 1999, o projeto Sua Nota aperfeiçoado. Postos de trocas ganha- convidados nacionais e internacionais,
é um Show faz parte do Programa de ram novo endereço em pontos estra- como os regentes Antonio Meneses,
Educação Tributária (PET) do Governo tégicos da cidade: shoppings Sumaré, Cláudio Cruz, Emmanuele Baldini, Be-
do Estado da Bahia e tem como prin- Iguatemi, Piedade e Liberdade. Além do noît Willmann, Arthur Moreira Lima,
cipal objetivo conscientizar o cidadão sistema presencial, as trocas também Jean Louis Steuerman, Giancarlo de
sobre a função social dos impostos, puderam ser realizadas pela internet e Lourenço, Dominique Merlet, Christo-
mostrando a importância de participar por um call center nacional. Tal medida pher Warren-Green, Gyula Stuller, Aldo
ativamente na sociedade exercendo a ofereceu maior abrangência e comodi- Brizi, Dubravka Vukalovic, Jean Louis
sua cidadania. Em 2007, a sua progra- dade à população, além de inibir a ação Steuerman, Brigitte Hool, Virginie Ro-
mação incluiu espetáculos de dança, de cambistas. biliard, Alex Klein, Ira Levin, Lanfranco
teatro e cinema, além dos espetáculos Marceletti, Antoni Wit, Emil Tabacov;
musicais. Orquestra Sinfônica da Bahia e Came- o violoncelista Antônio Meneses, o
Em 2009, ao completar 10 anos, ratas violinista Augustin Dumay e os pia-
o projeto passou por novas mudanças, A Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), nistas Mikhail Rudy, Maria João Pires,
levando para Concha Acústica do Tea- criada em 1982, registrou um aumento Arnaldo Cohen, Lilya Zilberstein, Cris-
tro Castro Alves uma grade composta significativo e a diversificação das suas tina Ortiz e a soprano Rosana Lamosa.
por shows inéditos na cidade, com a atividades. Entre 2007 e 2009, foram Estas participações contribuíram para
participação de artistas de destaque realizadas 134 apresentações, para um o intercâmbio artístico e o aperfeiço-
no atual cenário local e nacional, fo- público de mais de 55 mil pessoas. amento dos músicos da Orquestra,
cando novas produções. Pela primeira Além dos tradicionais concertos além da divulgação internacional do
vez, o projeto contou com a presença no TCA e a participação na Série TCA, trabalho realizado.

[ 79 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
Em 2008, houve redução no preço Festival de Música Educadora FM dial do Teatro e Nacional do Circo,
dos ingressos cobrados para as apresen- Com o objetivo de fomentar o surgi- é uma articulação entre instituições
tações da OSBA no TCA, com valores de mento de novos valores da produção governamentais, grupos teatrais e cir-
R$ 20,00 e R$ 10,00, e dos Concertos musical da Bahia, foram realizadas a censes, artistas e movimentos culturais.
Itinerantes, com o valor simbólico de R$ quinta e a sexta edição do Festival de Durante esse mês são promovidas di-
1,00, como estratégia para ampliação Música da Educadora FM, distribuindo versas atividades comemorativas em
de público. A OSBA também passou a prêmios e garantindo, além da divulga- todo o estado, na forma de apresen-
destinar 200 ingressos gratuitos para ção dos trabalhos vencedores na Rádio, tações, festivais, seminários, palestras,
menores de 18 anos como ação de for- a gravação de um CD. encontros, formações em oficinas e
mação de platéia. Além disso, 40% das Foram inscritas 792 músicas, em capacitações, intercâmbios nacionais e
apresentações foram gratuitas. As apre- 2007, e 843, em 2008, envolvendo, internacionais e cortejos.
sentações da série Mozart nas Igrejas, respectivamente, 3.500 e 5.000 artis- Em 2007, foram apoiados os
dos Concertos Didáticos e das Palestras tas. Em 2009, o VII Festival de Música eventos A Roda – o Teatro de Rua em
Concertantes, além dos ensaios gerais, Educadora FM, movimentou o cenário Questão, realizado pelo Movimento do
são abertos ao público. musical baiano e teve um índice de Teatro de Rua; debate na Câmara dos
Em janeiro de 2009, a OSBA reali- participação ainda maior, com 1.084 Vereadores; cortejo do dia 27 de Mar-
zou uma turnê pelo interior do estado. trabalhos inscritos concorrendo a cinco ço e a Caravana Cultural de Alagados.
Com um grande sucesso de público, fo- categorias: música vocal, música ins- Mais de 600 pessoas participaram des-
ram realizadas apresentações em San- trumental, intérprete vocal, intérprete sas atividades.
to Amaro, Valença, Jequié e Vitória da instrumental e arranjo. Naquele ano, Em 2008, a comemoração foi esten-
Conquista. A Temporada de Concertos o valor das premiações aumentou e o dida e recebeu o nome de Marco do Tea-
abriu o ano com dois especiais em ho- festival contou com o apoio dos repre- tro e do Circo, com um amplo calendário
menagem aos 50 anos da morte de um sentantes da SecultBA nos 26 Territó- de atividades. Em parceria com o Sindica-
dos maiores compositores brasileiros rios de Identidade do estado. to dos Artistas e Técnicos em Diversões do
de todos os tempos, Heitor Villa-Lobos. As festas de premiação, no Teatro Estado da Bahia (Sated-Ba), foi realizada
Destaque também para a participa- do Irdeb, homenageam os composito- no Espaço Xisto Bahia uma programa-
ção da OSBA, sob a regência do ma- res com show de cantores baianos e ção comemorativa, com apresentação
estro baiano Pino Onnis, na montagem apresentações dos ganhadores. de 15 espetáculos a preços populares,
da ópera “La Traviata”, realização da atingindo um público de 3.200 pessoas.
Associação Lírica da Bahia (ALBA), que TEATRO Também foi realizada a exposição Teatro
contou também com a participação do Baiano em Cartaz, com exibição de filmes
Madrigal da UFBA e de bailarinos da A política setorial de teatro vem se e oficinas. Houve ainda apoio aos proje-
Escola de Dança da FUNCEB. pautando especialmente pelo fomento tos Dia Mundial do Teatro, em Alagados;
O Projeto Cameratas manteve sua à montagem e à difusão, possibilitan- Oficina de Corpo e Imagem, no Vila Ve-
programação mensal divulgando a mú- do o incentivo à produção teatral e o lha, e o Debate sobre Grupos Artísticos
sica erudita em diversas instituições e acesso a essa produção, tendo como e sua Relação com Espaços Públicos e
comunidades de Salvador, por meio de referência a valorização da diversi- Privados, no Solar Boa Vista.
seus grupos: Bahia Sopros, Bahia Cordas, dade. Como em outros segmentos, Em 2009, o apoio foi concentrado
Quadro Solar, Opus Lúmen, Quinteto de atenção foi dispensada à formação, na divulgação (cartazes e banners) e
Metais, Quinteto de Sopros, Duo Barroco, à criação de redes e à inserção da pautas gratuitas em 12 espaços cultu-
Quarteto Novo, Quarteto de Madeiras e Bahia nos movimentos nacionais e in- rais, nove no interior e três da capital.
Pastorale. Foram realizadas 280 apresen- ternacionais, bem como a um melhor O espaço Xisto Bahia abrigou a exposi-
tações com entrada franca em escolas conhecimento da cadeia de valor na ção O que é o Teatro. Apresentações e
públicas, igrejas, museus e instituições economia do teatro. oficinas gratuitas foram realizadas por
culturais e sociais de Salvador e interior grupos baianos em Salvador, Ilhéus, Va-
do estado, que contribuíram para o aces- Marco do Teatro e do Circo lença, Vitória da Conquista, Euclides da
so à cultura e difusão da música de câ- O evento anual realizado no mês de Cunha e Castro Alves, entre outras cida-
mara para um público de 28 mil pessoas. março, em comemoração ao Dia Mun- des, para um público de 12.536 pessoas.

CULTURA É O QUÊ? [ 80 ]
Em 2007, foram apoiados os eventos A Roda – o Teatro de
Rua em Questão, realizado pelo Movimento do Teatro de
Rua; debate na Câmara dos Vereadores; cortejo do dia 27
de Março e a Caravana Cultural de Alagados. Mais de 600
pessoas participaram dessas atividades

[ 81 ] CULTURA É O QUÊ?
Quintas do Teatro
O projeto Quintas do Teatro, realizado em 2008, valorizou a produção teatral contem-
porânea na Bahia, proporcionando apresentações a preços populares no Espaço Xisto
Bahia, sempre as quintas-feiras, contando ainda com oficinas e debates que dinamiza-
ram e estimularam a formação de platéia. O projeto apresentou, nos meses de junho e
julho, 11 espetáculos de sala e rua (Praça Municipal e Praça 2 de Julho), atingindo cer-
ca de 1.700 espectadores e mobilizando 509 participantes nas atividades de formação
realizadas pelos grupos contemplados. Um trabalho de formação de platéia levou aos
espaços de apresentação 415 alunos e professores de escolas, integrantes de grupos
de teatro e/ou instituições ligadas ao teatro, à cultura e à ação social.

Circulação na Bahia
O apoio à criação de festivais de teatro em diversas cidades é uma das ações de esta-
dualização e descentralização implementadas pela SecultBA. Os festivais exercem um
importante papel na cadeia produtiva do teatro pois geram oportunidades para trocas
artísticas e qualificação dos profissionais de teatro e favorecem a difusão de espetácu-
los, ampliando o acesso do público ao produto teatral.
Foram apoiados oito festivais no interior, nas cidades de Lauro de Freitas, Senhor
do Bonfim, Mata de São João, Caetité, Ilhéus, Feira de Santana, Juazeiro, Itabuna, Va-
lença e Pojuca, atingindo cerca de 25 mil pessoas, entre espectadores, artistas e alunos
das oficinas oferecidas. Os festivais estimularam a produção de mais dos 106 grupos
teatrais participantes, procedentes de 30 cidades do estado, e geraram resultados qua-
litativos para o teatro, como a dinamização de espaços cênicos e novos grupos.

CULTURA É O QUÊ? [ 82 ]
A Bahia em Circuitos Nacionais e para seleção de três artistas de Salva- premiação, que passou de R$ 150 mil
Internacionais dor e Camaçari para intercâmbio de para R$ 180 mil. Entre sete inscritos,
A realização de festivais também co- seis meses em montagens em Portugal. foi selecionado o projeto “Jeremias, o
nectou a Bahia com os principais cen- A VIII edição do Festival do Teatro Profeta da Chuva”, da autora e diretora
tros produtivos do Brasil, da Europa, Brasileiro – FTB – Cena Pernambucana Adelice Souza, tendo como proponente
da América Latina e da África. Como Etapa Bahia foi realizada em Salvador, a produtora Bourderaux Produções e
destaque inicial, aponta-se o Festival em maio de 2009. Foram 33 apresen- Projetos Artísticos Ltda. O processo de
Internacional de Artes Cênicas (FIAC), tações, com o trabalho de formação montagem do espetáculo foi documen-
uma iniciativa inédita no estado e no da platéia, quando 471 alunos tiveram tado e compartilhado com o público
norte-nordeste, realizada pela Funda- oportunidade de conhecer os espetá- pelo Observatório Virtual (http://obser-
ção de Amparo à Pesquisa e Extensão culos, e a realização de quatro oficinas vatorio.tca.ba.gov.br), que acompanha
da UFBA (Fapex), com coordenação da artísticas, que teve a participação de 47 e apresenta, através de textos, fotogra-
Realejo Produções Culturais e patrocí- pessoas, além de 18 profissionais en- fias e entrevistas, o processo de criação
nio do Governo do Estado e de outras volvidos na técnica do festival. O even- da montagem anual realizado pelo Nú-
instituições. A meta do FIAC é fazer to contou com o público de cerca de cleo de Teatro do TCA, desvendando os
com que a Bahia passe a integrar o 3.864 pessoas em todas as atividades. segredos do trabalho coletivo.
calendário internacional de festivais no Conforme previsto no edital, e
Brasil. TCA Núcleo considerando o caráter de qualificação
Como prévia desta ação foi promo- O novo formato do Núcleo de Teatro do profissional do Programa TCA Núcleo,
vido, em fevereiro de 2008, o workshop TCA, mais aberto e com foco na forma- foram realizadas audições para atores
sobre Gestão e Produção de Festivais ção, na requalificação profissional e na e seis oficinas para seleção dos profis-
Internacionais de Artes Cênicas, reu- excelência artística, consolidou-se atra- sionais que fizeram parte das equipes
nindo oito organizadores do Núcleo vés do Programa TCA Núcleo, criado técnicas e artísticas da montagem. As
dos Festivais Internacionais de Artes em 2007. oficinas tiveram um total de 189 par-
Cênicas do Brasil, em Salvador, no Te- Escolhida por edital direcionado a ticipantes. A audição para atores tam-
atro do IRDEB, com a participação de diretores, atores e produtores baianos, bém contou com 189 participantes.
50 pessoas, entre artistas e produtores a 13ª montagem teatral foi Policarpo Entre os três ensaios abertos e as 37
locais. O FIAC, realizado nos meses de Quaresma, texto de Lima Barreto, com apresentações do espetáculo “Jere-
outubro de 2008 e 2009, trouxe 50 direção de Luiz Marfuz. Oficinas e ou- mias, o Profeta da Chuva”, o Programa
espetáculos do Brasil e de outros seis tras ações focadas na formação, inter- TCA Núcleo envolveu um público de
países a espaços da capital, de Feira de câmbio e reflexão crítica, destinadas à 3.107 pessoas.
Santana e de Camaçari. classe teatral do estado, reafirmam o
Também foram apoiados, em Salva- caráter inovador do Núcleo. A seleção
dor, em 2008 e 2009, o Festival Latino- do elenco foi feita através de audição
Americano de Teatro (FILTE), com par- pública e a dos profissionais das áreas
ticipação de artistas e grupos do Peru, técnico-artísticas através de oficinas.
Equador, Venezuela e Cuba, e o Festival Iniciativas complementares, como a im-
de Teatro Lusófono, com espetáculos plementação de um observatório virtual
de grupos de Angola, Portugal e Mo- permitiram o acompanhamento público
çambique. do processo de criação da montagem,
O intercâmbio foi incentivado por que teve estréia em junho de 2008 e
meio da realização da Semana de Te- temporada de 43 apresentações, para
atro Portugues, em março de 2008, público de 4.500 pessoas, envolvendo,
como parte das comemorações do bi- em seu processo de montagem, 144
centenário da chegada da família real profissionais.
portuguesa ao Brasil. Tal ação gerou Em 2009, foi lançada a segunda
novas articulações entre Bahia e Por- edição do Edital de Apoio a Montagem
tugal, com a realização de uma oficina de Espetáculo Teatral, com aumento na

[ 83 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
ARTES CIRCENSES e acrobacias, com a companhia Tru-
peniquim; de força capilar, com Wilma
O Mapeamento e Memória dos Circos Savassy; de paradas em aparelhos, com
na Bahia buscou traçar um diagnósti- a companhia Os Paspalhões e trio de
co das artes circenses, auxiliando na paradas, com o Quarteto Acrobático
elaboração e execução das políticas Cena Um. As apresentações acontece-
voltadas para o setor por meio de da- ram no Circo Maravilha e no Parque do
dos coletados e do registro audiovisu- Abaeté, tendo reunido um público de
al dos circos em atividade no estado, 500 pessoas.
com difusão em banco de dados, edi- A exposição Circo Nerino na Bahia,
ção e veiculação do material gravado realizada no Espaço Caixa Cultural,
no sistema público de radiodifusão. apresentou 70 imagens que retratam
Realizado em 2007 e 2008, o mape- mais de 60 anos de história do circo,
amento levantou dados de 43 circos e desde o início do século até 1964. Foram
artistas que atuam nos 26 Territórios reunidostrabalhos de Luis Alfredo, Roger
de Identidade. Avanzi e Pierre Verger, entre outros. A
Em 2007, durante o III Encontro de FUNCEB, apoiadora da exposição, rea-
Artistas de Circo da Bahia, os partici- lizou ainda, no Auditório da Biblioteca
pantes foram assessorados para a con- Pública dos Barris, uma palestra com o
correr aos editais de fomento às artes Palhaço Picolino II (Roger Avanzi, filho
circenses da Fundação Nacional das Ar- do Picolino, o Nerino), intermediada por
tes (Funarte). Tal incentivo resultou na esquetes e cenas cômicas.
inscrição de 18 projetos, dos quais, 14 O Fura-Fura foi o primeiro edital es-
foram contemplados, sendo sete para pecífico direcionado à área de artes cir-
criação de números artísticos e sete censes na Bahia, apoiando projetos de
para aquisição de lonas. montagem e circulação de espetáculos
Os artistas baianos contemplados e números de circos de lona, escolas de
no edital Bolsa Funarte de Criação e circo, companhias, trupes ou artistas
Aperfeiçoamento de Números Circen- circenses. Em sua primeira edição, em
ses se reuniram e criaram o espetá- 2008, o edital recebeu 35 inscrições,
culo Mostra de Circo da Bahia. Foram selecionando cinco projetos da capital
apresentados espetáculos de trapézio e dois do interior.

CULTURA É O QUÊ? [ 84 ]
[ 85 ] CULTURA É O QUÊ?
DINAMIZAÇÃO DA 55,8%, ou seja, 173 estações funcio- puseram as transmissões realizadas pela
RADIODIFUSÃO nando em todo o estado. Até o final de emissora: o Carnaval (incluindo deba-
2008, foram instaladas 70 novas esta- tes sobre a economia da festa); o São
PROGRAMAÇÃO DA TVE ções e a taxa de operação da emissora João (programação nacional em 2008
passou a 75%. e 2009, com transmissão direta de Ca-
Os desafios representados pela nova A emissora passou a contar com choeira e Cruz das Almas); o 2 de Julho;
realidade do campo público de televi- cinco cenários distintos para a produ- o 7 de Setembro; a Procissão do Bom
são no Brasil, com a instituição da TV ção de seus programas. A reforma do Senhor dos Navegantes; a Lavagem do
Brasil e a migração da radiodifusão Estúdio B e a aquisição de equipamen- Bonfim; a Festa de Iemanjá; a Festa de
brasileira do sistema analógico para o tos modernos permitiu que a TV fun- Nossa Senhora da Boa Morte, em Ca-
digital, exigem a reestruturação do par- cionasse com dois estúdios, em 2009. choeira e o programa “A Vida na Boa
que tecnológico do Instituto de Radio- Além disso, no Centro Histórico de Morte”, em rede nacional; a Festa de
difusão Educativa da Bahia, a abertura Salvador funciona a TVE – Unidade Pe- São Bartolomeu em Maragojipe e a fes-
da programação da Televisão Educativa lourinho, em parceria com ONGs locais, ta e a romaria, em Bom Jesus da Lapa.
(TVE) e a ampliação da sua cobertura envolvendo a participação de jovens A produção e veiculação do espe-
jornalística ao interior do estado. moradores da região, entre 16 e 24 cial Uma Procissão de Fé – Bom Jesus
Em janeiro de 2007, apenas 45,5% anos, em oficinas profissionalizantes na dos Navegantes e a exibição do vídeo-
das 310 estações da TVE instaladas no área de TV e vídeo, com visitas técnicas documentário Rio de Contas – Tapete
interior estavam em operação normal; à sede da TVE. de Esperança, um registro da festa de
as demais estavam fora do ar por fal- A TVE investiu na transmissão ao Corpus Christi, evidenciaram a atuação
ta de manutenção. Ainda em 2007, foi vivo das festas populares e cívicas que da TVE na veiculação da cultura imate-
alcançado um percentual da ordem de fazem parte do calendário baiano. Com- rial da Bahia.

CULTURA É O QUÊ? [ 86 ]
Eventos de interesse público tive- Com um total de 793 programas da
ram cobertura especial, como a Bienal grade local, 13 documentários, 27 mu-
A SecultBA, por intermédio do IR-
do Livro, a 34ª Jornada Internacional de sicais e 14 programas educativos, além
DEB, contratou o Instituto Brasilei-
Cinema na TV, a premiação do 41º Fes- dos interprogramas, a TVE atingiu um
ro de Opinião e Pesquisa (Ibope)
tival de Brasília do Cinema Brasileiro, o público de 359.040 pessoas, chegando,
para realizar pesquisa com o obje-
IV Festival Internacional de Televisão, o mensalmente em 310 mil lares da RMS,
tivo de conhecer o perfil dos teles-
I Festival Anual da Canção Estudantil segundo pesquisa do Ibope.
pectadores da TVE e dos ouvintes
(com a criação e produção de 15 mi- Foi realizado pela primeira vez em
da Rádio Educadora FM. Segundo
nidocumentários), a I Conferência de Salvador, em novembro de 2008, o IV
o Instituto, a Educadora FM tem
Comunicação Social da Bahia e a II e III Festival Internacional de Televisão, or-
afinidade com as classes AB e CI,
Conferências Estaduais de Cultura. ganizado pelo Instituto de Estudos de
sendo mais representativa a classe
O apoio e divulgação a outros te- Televisão, que traçou um panorama da
AB. A maior parte dos ouvintes é
mas e eventos como “A Noite de Be- produção televisiva no mundo, asso-
do sexo masculino, tem entre 25
leza Negra”, a “Identidade Indígena ciado a discussões sobre o avanço da
e 29 anos ou mais de 40 anos de
na Bahia Contemporânea”, o “Festival TV digital. Em 2009, o Encontro de TV
idade e possui curso fundamental
de Música e Artes do Olodum – Fema- Públicas do Nordeste reuniu represen-
completo. Já a TVE tem maior afi-
dum” e a “36ª Jornada Internacional tantes de nove estados com o coorde-
nidade com pessoas do sexo mas-
de Cinema na Bahia”, o campeonato nador da Rede Brasil.
culino das classes C e DE, de 18
baiano e brasileiro de futebol, os shows
a 34 anos ou mais de 50 anos. A
realizados no Pelourinho, o “Cirque du PROGRAMAÇÃO DA RÁDIO EDUCADORA
média de audiência é de 359.040
Soleil em Salvador” o longa metragem
pessoas.
“Anabazis”, as novas pesquisas do Se- Em 2007, a Rádio Educadora FM co-
negal – registros da África, a vida e a memorou 30 anos com a inauguração
obra de Mário Cravo Neto e outros de do circuito de música instrumental.
interesse da população foram apresen- Em agosto, foram realizados eventos e três diários de 60 minutos de dura-
tados em especiais, debates, entrevis- focados na sua própria trajetória e na ção, a Educadora FM realizou uma pro-
tas e reportagens de arte e cultura. história dos 85 anos do rádio no Bra- dução total de 9.097 programas, alcan-
Com apoio do MinC, passa a ser re- sil. Durante o ano, foram produzidos çando uma média mensal de 283.613
alizado, a partir da Bahia, o projeto “Tô 8.800 programas e veiculados outros ouvintes por minuto5. Os programas
Sabendo”, revista eletrônica educativa 15.801, em 24 horas diárias de per- abarcam uma diversidade de gêneros
com game cultural entre equipes de es- manência no ar. musicais como rock, blues, chorinho,
colas públicas brasileiras a ser veicula- Em 2008, com uma programação
do na rede de televisão pública do país. constituída por 16 programas semanais 5 Dados obtidos em pesquisa do Ibope na RMS.

TVE - PRODUÇÃO E VEICULAÇÃO DE PROGRAMAS TELEVISIVOS (2007 A 2009)


DESCRIÇÃO PRODUÇÃO VEICULAÇÃO
2007 2008 2009 2007 2008 2009
Grade Programação Local 1.002 793 769 1.592 1.276 1.092
Documentários 0 13 0 232 126 58
Musicais 32 27 18 440 342 155
Transmissões ao Vivo 0 0 9 37 105 16
Projetos Especiais 33 1 261 44 3 342
Co-Produções 354 365 0 578 609 15
Diversos 0 5 0 86 1 0
Clipes 70 521 178 55 800 8.753
Interprogramas 194 211 0 6.509 9.866 11
Educativos 0 0 0 0 75 72
TOTAL 1.685 1.936 1.235 9.573 13.203 10.514
Fonte: SecultBA/ IRDEB

[ 87 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
jazz, músicas clássicas, hip hop e músi-
cas africanas, contando ainda com 730
spots de informação ao público.
Em 2009, uma produção variada,
com programas musicais de 60 minu-
tos, programas jornalísticos e informa-
tivos foi veiculada pela Educadora FM
para um público de 283.613 ouvintes.
O trabalho da Educadora FM é uma
referência para as demais emissoras
educativas. Diversos projetos estão ser-
vindo de modelo para outras Institui-
ções. A Associação de Rádios Públicas
do Brasil (ARPUB) lançou um festival de
música no mesmo padrão do “Festival
de Música Educadora FM”. A primeira
edição do festival da ARPUB envolve
a participação de emissoras públicas
de dez estados, representando as cin-
co regiões do país. Os classificados na
edição baiana estão automaticamente
inscritos no concurso nacional.
O programa “Rádio África”, o úni-
co no Brasil em FM voltado para a mú-
sica africana, foi convidado a participar
do “Festival Back2Black”, na Estação para os comunicadores comunitários A inovação do Projeto Educadora
Leopoldina, no Rio de Janeiro e, em um da Bacia do Sertão de São Francisco. FM no Pelô Se é Bom a Gente Toca le-
dos vagões de trem, foi montado um O Projeto conta com a parceria da As- vou, mensalmente, um dos programas
estúdio de gravação possibilitando a sessoria Geral de Comunicação Social da emissora para o Pelourinho, visando
produção de programas do Rádio Áfri- (Agecom), Instituto Federal da Bahia estabelecer uma maior proximidade da
ca, responsável, com o seu repertório (Ifba), Universidade do Estado da emissora com a sociedade e estimular a
africano, pelas festas após os shows. Bahia (Uneb), Comunicação Interativa interatividade com o público. O progra-
A Educadora FM participa do “Pro- (Cipó), Associação Brasileira de Rádios ma Evolução Hip Hop, que deu início
jeto Ondas Livres”, uma iniciativa-pi- Comunitárias (Abraço), Faculdade de ao projeto, foi indicado para o Prêmio
loto cujo objetivo é a democratização Comunicação (Facom) e Sindicato de Dinamite de Música Independente e
da comunicação e de formação cidadã Radialistas. atraiu mais de 1.500 pessoas à Praça

EDUCADORA FM 107,5 - PRODUÇÃO E VEICULAÇÃO DE PROGRAMAS RADIOFÔNICOS (2007 A 2009)


DESCRIÇÃO PRODUÇÃO VEICULAÇÃO
2007 2008 2009 2007 2008 2009
Musical Comentado 1.367 1.692 1.355 1.428 1.895 1.398
Informativo / Jornalístico 1.694 5.013 4.025 5.152 6.420 6.275
Spots e Informes 4.222 730 280 7.704 5.681 4.664
Exclusivamente Musical 1.517 1.662 570 1.517 1.662 570
TOTAL 8.800 9.097 6.230 15.801 15.658 12.907
Fonte: SecultBA/IRDEB

CULTURA É O QUÊ? [ 88 ]
Tereza Batista, de onde conteúdos de
áudio e vídeo de uma festa de Hip Hop
foram transmitidos ao vivo pela inter-
net para todo o mundo. Na 5ª edição
do projeto foram apresentados os pro-
gramas “No Balanço do Reggae” e “Os
Tambores da Liberdade”, levando ao
Pelourinho um público de 600 e 2.000
pessoas, respectivamente.
Eventos e datas importantes como
o Carnaval, os aniversários de Glauber
Rocha e Castro Alves, o Dia do Samba, a
Semana da Mulher e o São João, tiveram
programações especiais na emissora.

PROMOÇÃO DAS CULTURAS


TRADICIONAIS E IDENTITÁRIAS

A política de promoção das culturas po-


pulares e identitárias se desenvolve a
partir da atuação de várias áreas e pro-
jetos, com a necessária articulação com
outros organismos governamentais, em
especial as Secretarias da Promoção
Social (SEPROMI), da Justiça, Cidada-
nia e Direitos Humanos (SJCDH) – por
intermédio do grupo interinstitucional
de políticas para os indígenas – e do
Trabalho, Renda e Emprego (SETRE) –
por meio do Instituto de Artesanato
Visconde de Mauá (Instituto Mauá).
Trata-se, de fato, de uma política
com atuação transversal, presente em
todas as demais, especialmente no que
diz respeito a aspectos relacionados à
diversidade, ao patrimônio imaterial e
à memória.
O trabalho desenvolvido inclui des-
de o registro patrimonial à inserção das
manifestações em transmissões da radio-
difusão pública, passando pelo Carnaval
Ouro Negro, pela programação do Pelou-
rinho Cultural, por editais específicos e
iniciativas de cadastramento para melhor
conhecer o rico universo cultural da Bahia
e construir políticas adequadas.

[ 89 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
CULTURAS POPULARES TRADICIONAIS

Neste segmento, a Mostra de Artesa-


nato Tradicional na Feira dos Caxixis,
realizada no município de Nazaré das
Farinhas, foi objeto de apoio em 2007.
Também foram realizadas três edições
da Sala do Artista Popular (SAP): O
Traiado e o Urdido, com artesãos do
município de Cocos, do Oeste Baiano;
Um Rio de Contas e Tradições, com ar-
tesãos do município de Rio de Contas,
da Chapada Diamantina; e Bordados
em Tauá: cerâmica de Rio Real, com
venda da olaria produzida no município
e considerado um dos mais importan-
tes polos artesanais da Bahia.
Artesãos de Maragogipinho, dis-
trito do município baiano de Aratuípe,
expuseram suas peças de cerâmica na
SAP do Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular (CNFCP), do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
cional do Ministério da Cultura (IPHAN/
MinC), na cidade do Rio de Janeiro. A
inauguração ocorreu dia 10 de dezem-
bro e a mostra permaneceu aberta ao organizou o I Encontro Baiano de Artesanato. Reuniram-se, em Salvador, 300 pessoas
público até 17 de janeiro de 2010. de 26 territórios, entre lideranças do setor, gestores, organizações não-governamentais,
Realizadas em parceira com o CN- universidades e outros públicos envolvidos com a área de artesanato, para discutir o
FCP e o Instituto Mauá, as SAP são es- assunto sob a ótica multidisciplinar da cultura e identidade territorial, do trabalho, da
paços para a difusão da arte popular, geração de renda e da sustentabilidade sociocultural e ambiental, gerando subsídios
trazendo ao público objetos que, por para políticas públicas.
seu significado simbólico, tecnologia Além deste encontro, outros 10 foram realizados reunindo grupos culturais e brin-
de confecção ou matéria-prima em- cantes dos territórios de Sisal, Portal do Sertão, Semi-Árido Nordeste II, Piemonte da
pregada, são testemunhos do viver e Diamantina, Bacia do Jacuípe, Itapetinga, Médio Rio de Contas, Chapada Diamantina,
fazer das camadas populares. Nelas, os Velho Chico, Recôncavo e Baixo Sul, regiões que apontaram as culturas populares como
artistas expõem seus trabalhos, estipu- prioridade na II Conferência Estadual de Cultura. Nesses encontros, envolvendo 341
lando livremente o preço e explicando participantes, ocorreram oficinas de capacitação em elaboração de projetos com vistas
as técnicas envolvidas na confecção. à participação no edital Manifestações Culturais Tradicionais e Contemporâneas/2008.
São exposições precedidas de pesquisa Grupos de samba de roda de Irará, Saubara, Santo Amaro e Terra Nova, Conceição
de campo e documentação fotográfica, do Almeida, Vera Cruz e Antonio Cardoso fizeram o Circuito do Samba entre agosto e
que situam o artesão em seu meio so- novembro de 2008. A iniciativa contou com a participação de 55 grupos de samba de
ciocultural. roda distintos, envolvendo 29 cidades do interior da Bahia. A importância do reconhe-
Em 2008, em articulação com o Ins- cimento do samba de roda como patrimônio imaterial da humanidade e da criação e
tituto Mauá, o Banco do Brasil, o Banco profissionalização de uma rede de grupos foram temas debatidos. O projeto atingiu um
do Nordeste, o Centro Interdisciplinar público total de 3.050 pessoas.
de Desenvolvimento e Gestão Social Em 2009, foi realizado o cadastramento das bandas e filarmônicas do estado e con-
(CIAGS) da UFBA e o MinC, a SecultBA cluída a formatação do Programa de Apoio a Filarmônicas da Bahia, a ser concretizado

CULTURA É O QUÊ? [ 90 ]
em 2010. O cadastramento das filarmô- Walter Silveira, abordando as tradições culturais dos povos indígenas, através de
nicas coletou informações e dados de entrevistas e imagens, que revelam mitos e lendas, crenças, pinturas e o ritual do
186 agremiações de 164 municípios em Toré, entre outras manifestações que aconteceram durante o E-14.
todos os Territórios de Identidade, que
incluem 4.667 músicos e 8.889 alunos. Juntamente com a SJCDH, foi concedido apoio para a realização dos Jogos Indígenas
No caso das fanfarras, o cadastramen- Pataxó, em Coroa Vermelha, território Extremo Sul. Durante os jogos houve a exibição
to ocorreu com a participação de 136 de filmes de curta-metragem, com a participação de cerca de 1.500 pessoas.
agremiações, sendo 60,2% vinculadas a Também, em Coroa Vermelha, foi ministrada uma oficina de elaboração de proje-
escolas estaduais, motivando uma ação tos com os índios Pataxós. Foram ainda realizadas oficinas e videoconferência para a
conjunta entre a SecultBA e a Secretaria divulgação do Prêmio Culturas Populares / MinC, com participação de 150 pessoas, em
da Educação (SEC). articulação com o MinC, SEC/Instituto Anísio Teixeira (IAT).
A SecultBA apoiou a realização da Programação Cultural de Intercâmbio entre os
CULTURAS INDÍGENAS índios do Sertão e os do Litoral, Kaimbé e Pataxó, com participação de 350 indígenas,
realizada em Salvador.
O Encontro das Culturas dos 14 Povos
Indígenas (E-14), realizado em 2008, PROJETO IRE AYÔ
discutiu a necessidade de incentivo
cultural, inclusão digital, realização de O projeto Ire Ayô – Educação das Relações Étnico-Raciais atende ao desafio enfrentado
pesquisas, mapeamento, registro e pu- tanto na concepção quanto na operacionalização das políticas públicas voltadas para a
blicação de dados referentes às origens valorização da ancestralidade afro-descendente.
e tradições dos povos indígenas. Na Trata-se de uma política de fundamental relevância, no sentido de reconfigurar as
aldeia Tuxá, em Rodelas, reuniram-se relações entre negros e não-negros em nosso país e em nossas comunidades. O pro-
550 pessoas, entre as quais, 266 repre- jeto contém premissas básicas e metodologia específica para a implantação de uma
sentantes indígenas dos povos Atikum, educação cuja vivência pedagógica assegure positivamente as relações étnico-raciais.
Kaimbê, Kiriri, Kantaruré, Pankararé, O projeto Ire Ayô foi realizado em Santo Amaro da Purificação, em abril de 2009,
Pankaru, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Payayá, em parceria com o Instituto Anísio Teixeira (IAT), com carga horária de 120 horas, be-
Truká, Tumbalalá, Tupã, Tupinambá, neficiando a 50 educadores.
Tuxá e Xucuru-Kariri.
Em 2009, as ações do E-14 tiveram
continuidade em março, com a realiza-
ção de uma série de eventos na Praça
do Campo Grande e no Teatro Castro
Alves:
• O Ritual do Toré, um ritual sagrado
comum a todos os povos indígenas
da América, ocorrido aos pés da
estátua do Caboclo, na Praça do
Campo Grande;
• A Exposição “Os Tupinambá de
Kirimuré” foi montada no foyer do
Teatro Castro Alves, sendo organi-
zada pela professora Maria Hilda
Baqueiro Paraíso, sinalizando a pre-
sença indígena na área da Baía de
Todos os Santos, por eles chamada
de Kirimuré, nos séculos XVI e XVII;
• Lançamento de um documentário
de 52min, com direção geral de

[ 91 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
DIFUSÃO ARTÍSTICA E BENIN
INTERCÂMBIO NACIONAL E
INTERNACIONAL No âmbito do Protocolo de Intenções
assinado em 2008 foi realizada a Se-
As ações de intercâmbio internacional mana Cultural do Benin na Bahia,
visando a renovação da produção artís- promovida pelo Ministério da Cultura/
tica e cultural e a promoção da cultura Fundação Palmares, com o apoio da
baiana compreendem a divulgação e SecultBA.
o intercâmbio de produções artísticas
entre os países-foco e a Bahia, além do FRANÇA
apoio à participação de artistas, técni-
cos e estudiosos convidados em even- O ano de 2009 marcou uma nova fase
tos culturais no exterior na história da relação de aproximação
entre a Bahia e a França, quando a di-
ARGENTINA mensão cultural passou a fazer parte
de ambas as agendas. A inauguração
No âmbito da cooperação descentra- do Museu Rodin na Bahia, a realiza-
lizada, por meio do Protocolo de In- ção dos Encontros Malraux, a parceria
tenções com a Província de Tucuman com a Culturesfrance – Agência dos
visando o intercâmbio de artistas e Ministérios das Relações Exteriores e
experiências, conhecimentos e boas Européias e da Cultura e da Comuni-
práticas em gestão cultural, foi reali- cação – para os intercâmbios culturais
zado em Tucuman, em março de 2009, internacionais, iniciada em 2007, e re-
a Mostra de Cinema da Bahia. Face à forçada em 2009, com a realização do
crise financeira internacional, que afe- Ano da França no Brasil e a visita do
tou duramente os estados nacionais, Presidente do Conselho Regional de
foi adiada a execução do acordo de Rhone-Alpes, Sr. Jean-Jack Queyranne,
cooperação com a cidade de Buenos são exemplos que ilustram este proces-
Aires para realização de temporadas so. A participação da Bahia no III En-
culturais baianas na capital portenha e contro de Cooperação Descentralizada
vice-versa, bem como o intercâmbio de França-Brasil, em Lyon, no período de 3
conhecimentos na área de engenharia a 4 de dezembro, revela a importância
do espetáculo. dada pelo Estado à cooperação cultural
com a França e suas instâncias subna-
VENEZUELA cionais.
Mediante apoios e articulações, a
À cooperação técnica entre a Fundaci- Bahia recebeu o quarto maior número
ón del Estado para el Sistema Nacional de projetos para o Ano da França no
de las Orquestas y Coros Juveniles e Brasil, ficando atrás de São Paulo, Rio
Infantiles de Venezuela (FESNOJIV) e de Janeiro e Belo Horizonte. Entre as
o programa Neojibá para a implanta- chamadas públicas e apoio direto foi
ção do sistema de orquestras juvenis investido R$ 1,2 milhão.
e infantis na Bahia, iniciada em 2007,
somou-se o Memorandum de Entendi-
mento com o Governo de Aragua, no
qual está previsto o intercâmbio de co-
nhecimentos e experiências no campo
da cultura.

CULTURA É O QUÊ? [ 92 ]
PROJETOS DO ANO DA FRANÇA NO BRASIL
APOIO POR CHAMADA PÚBLICA (BAHIA, 2009)
PROJETO PROPONENTE DESCRITIVO RECURSO (R$)
Paris de Pierre Verger Luciano Martins da Silva Exposição de Pierre Verger com fotos dos anos 30, ti- 69.750
radas em Paris e documentos sobre a vida particular
do fotógrafo.
Residência Artística Sacatar - Ano da Fundação Sacatar - John Taylor Contato de cinco artistas franceses com a cultura baia- 88.550
França No Brasil na, totalizando 20 dias de pesquisa e ações em Salva-
dor, Vitória da Conquista, São Félix, Feira de Santana,
Juazeiro e Andaraí.
Praia da Bahia Luciana Machado de Vasconcelos Espetáculo multimídia resultado de uma parceria entre 37.938
o Trio D’Argent, de flautistas franceses, o grupo 7 Por-
tas, de percussionistas baianos e a videasta francesa
Catherine Parmat.
Tempestade à 13º Sud Marcelo Sousa Espetáculo teatral de Gilles Pastor inspirado no texto 64.980
“A Tempestade” de Shakespeare, situada na latitude
13º, de Salvador.
Combate de Negros e de Cães e Oficina de Cultura Produções e Eventos Projeto do diretor Philip Boulay, criação e circulação 179.022
Tabataba Ltda dos espetáculos Tabataba e Combate de Negro e de
Cães, com atores baianos.
Mostra 50 Anos de Cinema da África Tabuleiro das Baianas Cinema e Vídeo Retrospectiva dos 50 anos da cinematografia africana 150.000
Francófona Ltda de língua francesa, com obras de alguns dos mais
importantes cineastas africanos.
Edição Especial do Festival de Música Mina Produções e Eventos Ltda Edição Especial do Festival de Angouleme, França, em 294.000
Mestiça de Angouleme Salvador, no Museu do Ritmo.
Pierre Fatumbi Verger Michel Colin Edição brasileira e divulgação do livro do antropólogo 40.000
francês Pierre Fatumbi Verger: Du regard détaché à la
connaissance initiatique.
Panorama Musical C. Artes Produções Artísticas e Culturais Apresentação de quatro espetáculos musicais franco- 80.000
Ltda brasileiros (Eric Vicent, Companhia do Musette, Hip
Hop no Brasil e Lokua Kanza e Vander Lee) e de duas
oficinas de DJs e grafite.
Soli-tutti Leonardo Figueiredo Costa Duas apresentações do grupo vocal contemporâneo 40.000
francês Soli-tutti na RMS, no Teatro Molière, da Aliança
Francesa, e no Teatro Dona Canô, em Santo Amaro.
Circulação de Espetáculo e Oficinas das Mércia Maria Aquino de Queiroz Produção de espetáculos e oficinas em Salvador. Dan- 69.704
Artes Cênicas em Salvador ça: Va et Vis, Na Tempo e Palement debut; Teatro: Noce
de Clows e Verticale; Oficina: Oficina de Clowns e Ate-
lier de dança contemporânea.
TOTAL 1.113.944
Fonte: SecultBA

[ 93 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
PROJETOS DO ANO DA FRANÇA NO BRASIL – APOIO DIRETO (BAHIA, 2009)
N. PROJETO VALOR(R$)
1 Apresentação da Cia de dança Toufik OI no Mês da Dança 15.000
2 Espetáculo binacional “Tempête 13º Sud”: pré-produção e ida de três artistas baianos para apresentações em Lyon. 34.835
3 Realização da oficina de Lutheria do projeto Neojibá 3.000
4 Residência Artística de Pierre David 16.509
5 Mostra Margherite Duras na Sala Walter da Silveira 3.000
6 Participação de Jean-Christophe Ballot no conversas plugadas 555
7 Exposição de Sophie Calle 7.810
8 Realização dos Encontros Malraux 3.998
TOTAL 84.707
Fonte: SecultBA

INTERCÂMBIO INTERNACIONAL Em 2009, a concessão de bolsas be- do Benin, para a realização do projeto
E RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS neficiou a nove artistas baianos. Três Saccharum-BA.
desses projetos de residência já foram No âmbito das sidências para
Tem como objetivo apoiar a participa- realizados e os outros seis acontecerão curadores, jornalistas, diretores de ins-
ção de artistas, técnicos e pesquisado- ao longo de 2010. tituições culturais, críticos e agentes
res baianos atuantes nas áreas ligadas No âmbito nacional, as artistas de mercado internacionais foram aco-
à cultura em festivais, mostras e even- baianas Ana Paula Pessoa e Rachel lhidos cinco jornalistas especializados
tos culturais no exterior, disponibilizan- Mascarenhas foram contempladas pela em música para cobrir os eventos do
do recursos para custeio de transporte Fundação Armando Álvares Penteado mês de novembro da música, o Festival
e seguro. O principal instrumento de (FAAP), de São Paulo. de Música Mestiça e o lançamento do
viabilização dessas ações é a Chama- O apoio a artistas estrangeiros para projeto exposição do Centro de Música
da Pública por intermédio do Fundo de participar de residências artísticas na Negra. Esta residência foi viabilizada
Cultura. Bahia foi realizado no contexto do Ano através de parceria com a Bahiatursa.
O apoio a residências artísticas pre- da França no Brasil. O MAM recebeu
vê a concessão de bolsas para artistas o artista plástico francês Pierre David
baianos participarem de residências que, ao final de seus estudos, organi-
no exterior, para artistas estrangeiros zou uma exposição do trabalho reali-
participarem de residências na Bahia e zado durante a sua permanência no
também para que curadores, diretores museu. Através de uma parceria com
de instituições culturais, jornalistas, crí- o Goethe-Institut/Icba, a Bahia recebeu
ticos e/ou agentes de mercado possam outro artista residente, Meschac Gaba,
visitar a Bahia e conhecer a sua produ-
ção artística in situ. Seu objetivo é di-
namizar a cena cultural baiana, renovar
a criação artística e contribuir para a
inserção da Bahia no circuito mundial
das artes. RESIDÊNCIA ARTÍSTICA – ARTISTAS APOIADOS EM 2009
Selecionados no XV Salão da N PROJETO PROPONENTE VALOR
Bahia - MAM, aberto em dezembro 01 Desloco em Corpo e Imagens Ana Carolina Moura de Oliveira 24.995
de 2008, dois artistas concluíram suas 02 LuzoouBrazuca Mauricio Santil Santos 8.249
residências no exterior no primeiro se- 03 Espaço.Espaço Adriana dos Santos Araujo 8.249
mestre de 2010: Vinícius S.A. e Daniel TOTAL 41.493
Lisboa (Holanda-WBK Vrije Academie). FONTE: SecultBA

CULTURA É O QUÊ? [ 94 ]
[ 95 ] PROMOÇÃO DA CULTURA
desenvolvimento
TERRITORIAL
da cultura

CULTURA É O QUÊ? [ 96 ]
Descentralizar ações é IMPLANTAÇÃO DOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA
CULTURA
uma linha de atuação
adotada pelo Governo A partir das conclusões da II Conferência Estadual da Cultura da Bahia, realizada em
Federal e seguida na 2007, a SecultBA reuniu subsídios para a elaboração do Plano Estadual de Cultura e
dos Planos de Desenvolvimento Territorial da Cultura, instrumentos de planejamento
Bahia pelo Governo do essenciais para as políticas públicas de desenvolvimento territorial da cultura.
Estado. Com o propósito Em 2009, a elaboração dos planos de cinco territórios de identidade – Sisal, Baixo
de democratizar o Sul, Bacia do Jacuípe e Litoral Sul – foi objeto de convênios com a Escola de Adminis-
tração da UFBA. Além da elaboração do Plano Operacional de Atividades e do Guia
acesso da população de Planejamento e Orientações Metodológicas, foi realizada a capacitação do núcleo
às atividades culturais, gestor da SecultBA e foram iniciadas as atividades nos territórios do Sisal e na Bacia
do Jacuípe.
atingindo todos os
municípios baianos, IMPLANTAÇÃO DOS PONTOS DE CULTURA
a SecultBA vem
Os Pontos de Cultura são iniciativas culturais existentes na sociedade, assim consi-
promovendo uma série derados a partir de projetos apresentados por entidades civis sem fins lucrativos em
de ações que constituem processos seletivos públicos e fazem parte do Programa Mais Cultura do Ministério da
a estratégia global Cultura. A Bahia foi o primeiro estado a firmar com o Minc o convênio para a estadua-
lização das ações do programa.
de Desenvolvimento Ao todo, 394 projetos oriundos de 180 municípios foram inscritos no edital. A
Territorial da Cultura. maioria apresentou propostas transversais de atuação, incluindo a relação de lingua-
gens artísticas e manifestações tradicionais com educação, esportes, meio ambiente e
Parte-se da idéia de turismo, voltadas tanto para a juventude como para a infância.
que é fundamental criar
redes de cooperação
intermunicipais e
interterritoriais para
que a gestão da cultura
funcione como sistema,
tendo o Estado como
instância de elaboração
de ações estratégicas.

[ 97 ] DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA CULTURA


Dos 150 projetos selecionados, 149 • Modernização de 100 bibliotecas meio ambiente e proteção às águas,
estão em andamento e receberam, em municipais; numa clara demonstração de que os
2009, a primeira parcela dos respecti- • Implantação de 23 bibliotecas co- Pontos de Cultura, se estimulados,
vos convênios, no valor de R$ 60 mil. munitárias; podem contribuir para viabilizar várias
Cada ponto de cultura receberá R$ 180 • Implantação de 572 agentes de ações de políticas públicas transversais
mil em três anos, o que representa um leitura; à cultura.
investimento total de R$ 27 milhões, • Implantação de 260 Pontos de Cul-
sendo R$ 9 milhões de contrapartida tura; APOIO À IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS
estadual. • Implantação de 17 Pontos de Cul- MUNICIPAIS E COMUNITÁRIAS
Parte dos recursos destinados aos tura Pronasci;
novos pontos de cultura no primeiro • Implantação de 70 Pontinhos de No triênio de 2007-2009 foram im-
ano de funcionamento foi direcionada Cultura; plantadas 68 bibliotecas públicas
à compra de kits multimídia para uso • Implantação de 60 Cine + Cultura. municipais, em parceria com o Minis-
de softwares livres, com câmera digital tério da Cultura/Fundação Biblioteca
e ilha de edição, além de outros equi- Todas as ações conveniadas devem Nacional (Programa Livro Aberto), ca-
pamentos, para que as ações culturais, ser desenvolvidas no ano de 2010 e bendo ao Governo Federal a doação
através de som e imagem, possam circu- são consideradas prioritárias dentro do de mobiliário, equipamento e acervo.
lar e ser compartilhadas entre os diver- programa de trabalho para descentrali- Ao Governo do Estado da Bahia coube
sos pontos de cultura da Bahia e do país. zação e desenvolvimento territorial da disponibilizar os técnicos para organi-
Para dar suporte ao pleno desen- cultura. zação das bibliotecas e às prefeituras,
volvimento das atividades, represen- Ainda como incentivo à gestão, a a complementação do mobiliário, o for-
tantes de todos os Pontos de Cultura SecultBA firmou convênio com a Casa necimento de materiais de consumo e a
foram devidamente capacitados para Civil para seleção de jovens monitores contratação de pessoal.
realizar a prestação de contas. Além para trabalhar em cada projeto, rece- Destaca-se a implantação, em
disso, durante o ano ocorreram dois bendo uma bolsa auxílio através do 2009, da biblioteca “Vozes da África”,
encontros com o objetivo de incentivar Fundo de Combate à Pobreza (Funcep) especializada em poesia, situada no
a atuação colaborativa em rede. e também promoveu, em parceria com Parque Castro Alves, no município de
Integrando, também, o Programa a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Cabaceiras do Paraguaçu.
Mais Cultura do Governo Federal, fo- Inovação (SECTI) a capacitação de mo- Serviços de visita, orientação, as-
ram assinados dois convênios entre a nitores multiplicadores para apoiar o sistência técnica e doação de acervo
SecultBA e o MinC para execução das uso de softwares livres pelas entidades foram prestados a diversas instituições,
seguintes ações: conveniadas. com o objetivo de auxiliá-las na manu-
Um convênio com o Instituto de tenção e melhoria das atividades nas
Gestão das Águas e Clima (Ingá) pre- comunidades onde estão inseridas.
miará os Pontos de Cultura com pro-
jetos efetivos e inovadores na área de

CULTURA É O QUÊ? [ 98 ]
IMPLANTAÇÃO BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS – BAHIA, 2007 – 2008
TERRITÓRIOS DE IDENTIDADE MUNICÍPIO ACERVO (Nº de exemplares) POPULAÇÃO BENEFICIADA
2007
VELHO CHICO Brotas de Macaúbas 2.682 10.922
AGRESTE DE ALAGONHAS / LIT. NORTE Conde 1.992 22.034
PORTAL DO SERTÃO Coração de Maria 2.025 23.161
BACIA DO PARAMIRIM Érico Cardoso 3.206 10.609
REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR Salinas da Margarida 2.220 25.557
VELHO CHICO Feira da Mata¹ 2.495 18.468
IRECÊ Lapão 1.469 6.328
São Gabriel² 2.474 13.090
TOTAL 18.563 130.169
2008
PORTAL DO SERTÃO Água Fria 2.652 14.810
VELHO CHICO Feira da Mata 2.011 18.468
Sítio do Mato 2.736 12.567
RECÔNCAVO Muritiba 2.383 27.212
IRECÊ Itaguaçu da Bahia 1.887 12.545
Canarana 2.358 24.436
SERTÃO DO SÃO FRANCISCO Canudos 1.922 14.656
BACIA DO PARAMIRIM Boquira 2.685 21.856
MÉDIO RIO DE CONTAS Ubatã 2.319 24.791
VITÓRIA DA CONQUISTA Tremedal 1.285 20.811
SERTÃO PRODUTIVO Dom Basílio 4.109 11.087
Pindaí 1.502 15.306
Palmas de Monte Alto 2.821 21.107
EXTREMO SUL Itanhém 4.863 20.636
TOTAL 35.533 260.288
Fonte: FPC (GESB/DIBIP) IBGE – Censo 2007
(¹) A implantação da BPM foi realizada em duas etapas (2007-2008)
(²)Não houve ônus para esta visita, uma vez que intercalada no período da viagem de implantação da BPM de Lapão.

[ 99 ] DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA CULTURA


IMPLANTAÇÃO BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS (BAHIA, 2009)
TERRITÓRIOS DE IDENTIDADE MUNICÍPIO ACERVO Nº DE EXEMPLARES POPULAÇÃO BENEFICIADA
2009
AGRESTE DE ALAGONHAS / LIT. NORTE Cardeal da Silva 1.800 9.226
Jandaíra 1.800 11.156
BACIA DO PARAMIRIM Rio do Pires 1.800 11.944
Macaúbas 1.800 45.819
Tanque Novo 1.800 16.797
Ibipitanga 1.800 13.528
BACIA DO RIO CORRENTE Santa Maria da Vitória 1.800 41.066
BAIXO SUL Cairú 1.800 8.634
Presidente Tancredo Neves 1.800 19.948
CHAPADA DIAMANTINA Barra da Estiva 1.800 29.687
Boninal 1.800 11.599
Andaraí 1.800 13.633
Ibitiara 1.800 12.836
EXTREMO SUL Teixeira de Freitas 1.800 121.156
Vereda 1.800 6.533
IRECÊ América Dourada 1.800 15.955
ITAPARICA Abaré 1.800 15.252
ITAPETINGA Ibicuí 1.800 14.759
LITORAL SUL Maraú 1.800 18.911
Ubaítaba 1.800 25.603
São José da Vitória 1.800 4.607
MÉDIO RIO DE CONTAS Manoel Vitorino 1.800 16.470
Gongogi 1.800 11.506
OESTE BAIANO Riachão das Neves 1.800 23.109
Catolândia 1.800 2.978
PIEMONTE DA DIAMANTINA Mirangaba 1.800 14.017
Ourolândia 1.800 17.311
PIEMONTE DO PARAGUAÇU Itatim 1.800 14.641
Iaçu 1.800 30.278
PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU Antônio Gonçalves 1.800 6.981
PORTAL DO SERTÃO Santa Bárbara 1.800 18.783
RECÔNCAVO Cabaceiras do Paraguaçu** 1.800 16.294
SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE II Banzaê 1.800 10.913
Pedro Alexandre 1.800 18.522
Euclides da Cunha 1.800 15.184
SERTÃO PRODUTIVO Livramento de Nossa Senhora 1.800 40.331
Malhada de Pedras 1.800 9.145
SISAL Nordestina 1.800 13.612
Araci 1.800 48.989
VALE DO JIQUIRIÇA Planaltino 1.800 6.235
Brejões 1.800 16.787
Irajuba 1.800 6.367
VELHO CHICO Bom Jesus da Lapa 1.800 57.874
Matina 1.800 11.091
VITÓRIA DA CONQUISTA Jacaraci 1.800 13.214
Cordeiros 1.800 6.391
Maetinga 1.800 15.745
TOTAL 82.800 931.417

CULTURA É O QUÊ? [ 100 ]


APOIO A ARQUIVOS MUNICIPAIS Bombeiros, em Salvador, e do mes- Municipal. Além disso, também foram
E INSTITUCIONAIS DE tre Osvaldo, em Lençóis; feitas vistorias em imóveis nas sedes
INTERESSE PÚBLICO • A realização de eventos de inter- e áreas rurais dos municípios de Li-
câmbio, como o Encontro Baiano vramento de Nossa Senhora, Igaporã,
Os acervos custodiados pelos Arqui- de Arquivos Municipais (2007 a Candiba e Pindaí. Os relatórios foram
vos Públicos Municipais (APM) são de 2009) e o Simpósio Baiano de Ar- encaminhados às respectivas Prefeitu-
grande importância, não apenas pelo quivologia (edições I e II, em 2008 ras Municipais.
seu caráter histórico e cultural, por e 2009). No Município de Feira de Santana
guardarem documentos relevantes foram vistoriados 11 imóveis tomba-
para a memória política, social e insti- Foram implantados cinco arquivos mu- dos, dos quais, seis em caráter provisó-
tucional do Estado, como também pelo nicipais em Irecê, Miguel Calmon, Barra rio, para definir a poligonal de interesse
valor comprobatório da vida coletiva. A do Choça, Livramento de Nossa Se- patrimonial e medidas fiscalizadoras
SecultBA, por intermédio da Fundação nhora e Conceição do Coité. Em 2010, junto à prefeitura.
Pedro Calmon, dispõe de informações serão concluídos os projetos de apoio Na Bacia do Paramirim foi realizada
sobre aproximadamente 107 Arquivos à implantação de três arquivos nos mu- uma vistoria no povoado de Morro do
Públicos Municipais. nicípios de Camaçari, Brumado e Ipirá. Fogo, no Município de Érico Cardoso,
A implantação de arquivos mu- Foram prestados serviços de asses- para instrução do processo de tomba-
nicipais é precedida por visita técnica soria técnica aos arquivos municipais mento estadual.
de profissionais para elaboração de de Camaçari, Feira de Santana, Morro No Município de Andaraí, na Cha-
diagnóstico para posterior cessão de do Chapéu, Valença, Lauro de Freitas, pada Diamantina, foi realizada a inspe-
equipamentos e materiais básicos. Conde, Jacobina, Mata de São João, ção técnica da sede, da Vila de Igatu
Esta ação busca contribuir para a pre- Castro Alves, Itaparica, Madre de Deus, e do Povoado de Passagem, em aten-
servação, organização e divulgação de Lençóis, Jequié, Piritiba, Mairi, Itabera- dimento à demanda da Prefeitura para
acervos documentais do município, por ba, Santo Amaro, Cachoeira, Nazaré, avaliação das áreas sob tombamento
meio de parcerias firmadas com as pre- Vitória da Conquista, São Félix, Muri- estadual.
feituras. tiba e Irará. As visitas têm por objetivo
O Programa de Apoio a Arquivos orientar os profissionais no que diz res-
Municipais foi desenvolvido com base peito a gestão documental e organiza-
em quatro ações: ção do acervo e realizar oficinas sobre
• A assistência técnica a municípios, procedimentos arquivísticos.
com a coordenação da catalogação
de acervos documentais de arqui- APOIO A AÇÕES DE PRESERVAÇÃO
vos públicos em parceria com a PATRIMONIAL
Universidade Estadual do Recônca-
vo, a Universidade Estadual de San- Arquitetos, museólogos, restauradores
ta Cruz e a Universidade do Estado e historiadores visitaram o Território
da Bahia; de Identidade Sertão Produtivo com o
• A realização do Curso de Capacita- objetivo de atender às demandas rela-
ção de Gestores e Funcionários de tivas ao patrimônio cultural. Em Caetité
Arquivos Públicos Municipais, com foram vistoriados 13 imóveis tomba-
o propósito de garantir a preserva- dos, sendo seis em caráter provisório,
ção dos acervos e um atendimento foi feito o levantamento da ocupação
mais eficiente ao público; no centro da cidade e foram realizadas
• O inventário e assistência técnica reuniões públicas para discussão sobre
a instituições privadas que abri- a preservação do patrimônio local. A
gam acervos de interesse público, a ação resultou na proposição de nova
exemplo da Irmandade do Rosário poligonal de interesse patrimonial, en-
dos Homens Pretos e do Corpo de caminhada posteriormente à Prefeitura

[ 101 ] DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA CULTURA


história, memória
e PATRIMÔNIO
CULTURA É O QUÊ? [ 102 ]
PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

PROGRAMA BID MONUMENTA

O Monumenta é um programa do Ministério da Cultura, desenvolvido desde ju-


nho de 2001, que tem como diretriz preservar e recuperar o patrimônio histórico
e artístico nacional por meio do aperfeiçoamento dos mecanismos de gestão
desses bens, aumentando a utilização econômica, cultural e social das áreas de
intervenção. Na Bahia, o Monumenta é objeto de um contrato de financiamento
firmado entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Governo do
Estado, por intermédio do IPAC, com contrapartida do governo federal, formali-
zada pelo Ministério da Cultura (MinC), para execução de obras nas cidades de
Cachoeira, no Recôncavo, e Lençóis, na Chapada Diamantina.

O patrimônio histórico,
artístico e cultural
constitui uma riqueza
de grande importância
para a Bahia. Por ser
objeto do interesse e
da atenção de diversos
públicos, a sua
preservação contribui, Desde 2007, foram recuperados três monumentos e iniciadas as obras de
outros cinco, em Cachoeira, tendo sido desembolsados R$ 13.958.608,54 nes-
entre outros aspectos, sas obras. Além disso, mais R$ 1.917.939,01 foi empregado no financiamento
para o desenvolvimento da reforma de 28 imóveis privados. Já em Lençóis, foi concluída a recuperação

da atividade turístico- de um monumento e iniciadas as obras de outros três, ao custo total de R$


2.940.350,63, e foram aplicados R$ 263.200,00 no financiamento da reforma
cultural e para melhorar de 19 imóveis privados.
a qualidade de vida da Destacam-se a recuperação da Casa de Cultura Afrânio Peixoto e Anfiteatro,
em Lençóis, e da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, do prédio do Arquivo
população nas áreas Público Municipal e da antiga residência do jurista Augusto Teixeira de Freitas,
beneficiadas. em Cachoeira.

[ 103 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO


No exercício de 2008, foram investidos R$ 9,507 milhões. Em Cachoeira, o pro-
grama concentrou-se na recuperação de cinco monumentos, dos quais, dois foram
concluídos – Igreja de Nossa Senhora de Conceição do Monte e a etapa I da Rua
do Cais - e no financiamento da reforma de 32 imóveis privados. Em Lençóis, foram
concluídas as obras de requalificação da Avenida Senhor dos Passos e a recuperação
da Igreja de Nosso Senhor dos Passos. Também foram financiadas as reformas de 33
imóveis privados.
Já em 2009, o programa disponibilizou R$ 34,3 milhões para obras de recuperação
de monumentos e R$ 10,4 milhões para recuperação e reforma de imóveis privados,
através de financiamento da Caixa Econômica Federal. No exercício, destacam-se as se-
guintes obras, realizadas pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC):
• No município de Cachoeira foi recuperado o conjunto arquitetônico do Quarteirão
Leite Alves, inaugurado em 25 de maio de 2009, para sediar o campus da Univer-
sidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), com investimentos que totalizaram
R$ 7,9 milhões e contrapartida de R$ 4,4 milhões. A recuperação do imóvel na Rua
Ana Nery nº 25 encontra-se em fase de licitação, com previsão de início de obras
para o primeiro semestre de 2010, e conta com um investimento de R$ 1,4 milhão.
Foram aplicados R$ 475 mil nas obras de recuperação de 12 imóveis privados,
sendo que nove estão em conclusão (R$ 382 mil) e três em andamento (R$ 92 mil).
• Em São Félix, encontram-se em execução as obras de requalificação urbana da orla
(R$ 2,4 milhões) e a restauração dos bens artísticos da Igreja Matriz (R$ 956 mil),
somando um investimento de R$ 3,3 milhões.

CULTURA É O QUÊ? [ 104 ]


O IPAC passou a integrar o Conselho RECUPERAÇÃO DE MONUMENTOS NO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR, 2008
INVESTIMENTO
Gestor do Fundo de Preservação do Patri- TÉRMINO
MONUMENTO PREVISTO INÍCIO SITUAÇÃO
mônio Histórico e Cultural da Cidade de PREVISÃO
(R$ MIL)
Cachoeira, constituído sob a coordena- Casa das Sete Mortes 2.096 07/08 05/09 Concluída
ção de representante da Prefeitura Mu- Igreja e Cemitério do Pilar 3.544 07/08 07/09 Em andamento
nicipal e representações do MinC, IPHAN, Igreja N. S. da Conceição 2.529 07/08 07/09 Concluída
do Boqueirão
Prefeitura e da sociedade civil local. Palácio Rio Branco 4.705 02/08 - Licitação concluída
Na cidade de Lençóis, a sede da Oratório da Cruz do 193 - - Em licitação
Prefeitura (R$ 927 mil) e a Igreja de Pascoal
Nossa Senhora do Rosário (R$ 605 mil) Igreja Nossa 2.343 - - Em licitação
Senhora do Rosário dos
foram concluídas e inauguradas em 2 Pretos
de maio de 2009, com investimento de TOTAL 15.410
R$ 1,5 milhão. Além disso, 14 imóveis
A obra do Hotel Escola Portal da Misericórdia não pode ser realizada, conforme previsto, devido a pendências jurídicas.
privados tiveram suas obras concluídas, Fonte: SecultBA/IPAC

16 continuam em andamento e oito


novas obras foram iniciadas, totalizan-
do R$ 602 mil.
As 2ª e 3ª etapas de requalificação
urbana de logradouros da cidade estão
em fase de licitação, com previsão de iní-
cio de obras para o primeiro semestre de
2010 e investimento de R$ 3,2 milhões.
PRESERVAÇÃO DE SÍTIOS HISTÓRICOS –

[ 105 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO


PRODETUR milhões do Governo Federal e R$ 1,5 RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE BENS
milhões de contrapartida do Tesouro PROTEGIDOS E/OU DE RECONHECIDO
O Programa de Desenvolvimento do Estadual, acrescido de R$ 4,6 milhões, VALOR CULTURAL
Turismo no Nordeste (Prodetur/NE) foi dos quais R$ 370 mil representam a
concebido para criar condições favorá- contrapartida estadual. Foram iniciadas obras emergenciais de
veis à expansão e melhoria da quali- Em convênio com a Secretaria de restauração no Palácio da Aclamação,
dade da atividade turística na Re- Turismo, foram concluídas as obras de em Salvador, com investimento da or-
gião Nordeste. Trata-se de um quatro imóveis da sede do IPAC, locali- dem de R$ 1,4 milhão e conclusão pre-
programa de crédito para o zados no Centro Histórico de Salvador. vista para 2010, e na Estação Ferroviá-
setor público (Estados e Também foi iniciada a execução das ria São Francisco, em Alagoinhas, com
Municípios) que tam- obras de restauração da Igreja de Nos- investimento previsto de R$ 171 mil.
bém tem como sa Senhora da Conceição do Boquei- Foram adotadas providências para
objetivo melho- rão, da Igreja e Cemitério do Pilar, do viabilizar a recuperação física da Fonte
rar a qualidade de vida das populações Palácio Rio Branco e da Casa das Sete das Pedras, monumento tombado pelo
residentes nas áreas beneficiadas. Atra- Mortes. Além dessas, foi assinada a or- Estado, que havia sido parcialmente
vés do PRODETUR II foi assinado Con- dem de serviço para início das obras da destruído. Também foram realizadas
vênio com o Ministério do Turismo, com Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos intervenções na sede da Irmandade da
interveniência da Secretaria de Turismo, Homens Pretos, com conclusão prevista Boa Morte, em Cachoeira, e efetuada a
para recuperação de sete monumentos para 2010, e foi reformulado o projeto fiscalização das obras do Parque Munici-
no Centro Histórico de Salvador no va- Portal da Misericórdia. pal Maria Quitéria, em Feira de Santana.
lor de R$ 15,4 milhões, sendo R$13,9 Foi prestado apoio técnico às pre-
feituras nas obras de cobertura da
biblioteca e recuperação da Igreja de
Caroba (Irará), na recuperação do te-
lhado da Prefeitura de São Felix e nas
obras de urbanização da Praça de Cipó.
Em Santo Amaro, iniciou-se o acompa-
nhamento da obra de reforma no Solar
Paraíso e de orientação técnica para a
recuperação do telhado da Igreja de
Nossa Senhora do Amparo.
Entre os projetos arquitetônicos na
capital e no interior para restauração e/
ou conservação de imóveis destaca-se
o do Quartel do Corpo de Bombeiros,
concluído no segundo semestre de
2008 e encaminhado à 7ª Superin-
tendência Regional do Instituto do
Patrimônio Histórico Artístico Nacional
(Iphan) para avaliação e posterior enca-
minhamento ao Programa Nacional de
Apoio à Cultura (Pronac) visando a ob-
tenção de recursos para sua realização.
No que diz respeito aos bens mó-
veis, em Salvador foram recuperados o
altar e a imagem de São Benedito, da
Igreja de Nossa Senhora de Santana,
que haviam sido destruídos em dezem-

CULTURA É O QUÊ? [ 106 ]


bro de 2007. Foram recuperadas duas molduras da Igreja de N. S. da Conceição do Foram desenvolvidos projetos ar-
Monte, em Cachoeira, e elaborado diagnóstico do estado de conservação de 33 peças quitetônicos de restauração e/ou con-
(oratórios e esculturas) pertencentes ao acervo do Museu do Recolhimento dos Hu- servação de imóveis nos municípios de
mildes, em Santo Amaro. Dois painéis do artista plástico baiano Jenner Augusto, antes Santo Amaro, Cachoeira e Alagoinhas,
localizados no antigo restaurante do Alto de Ondina, foram removidos e restaurados bem como estudos para elaboração de
e serão instalados no Largo de Jubiabá, no Pelourinho, e no Jardim Zoológico, em projetos para reforma do imóvel situa-
Ondina. Serviços de restauração de pinturas parietais foram realizados na Casa Anísio do na Rua da Oração nº. 1, em Salva-
Teixeira, em Caetité, e no Palácio Rio Branco, em Salvador, sendo também realizada dor, e para a restauração da Casa de
avaliação do estado de conservação dos painéis da Escola Parque de Salvador. Cultura Américo Simas, em São Félix.
Em 2009, o IPAC investiu R$ 22 mil para realizar 41 vistorias visando a elaboração
de diagnósticos da situação física de bens culturais, móveis e imóveis da capital e do PROJETOS E OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO E
interior. Os relatórios de orientação técnica são encaminhados aos prfeitos e/ou aos RECUPERAÇÃO
proprietários dos bens vistoriados. Essas iniciativas visam a consolidação do Sistema
Estadual de Patrimônio Cultural, objetivando a real participação dos municípios, junto Ao longo do triênio, foram realizadas
ao Estado e à União, na construção de ações preservacionistas. diversos projetos e obras de recupera-
Entre as vistorias técnicas realizadas destacam-se a Casa de Jorge Amado e a Casa ção e/ou melhoria do patrimônio histó-
do Benin, em Salvador, o Palácio Episcopal e o Museu do Cacau, em Ilhéus, e a Igreja rico-arquitetônico do estado:
da Escada, em Olivença. Em Itabuna, foram vistoriados os painéis de Lênio Braga e de • Um investimento de 1,4 milhão foi
Genaro de Carvalho e os bens integrados das fachadas da Fazenda Valparaíso. Também direcionado para a instalação de
foram vistoriados, os acervos do Museu do Parque Histórico Castro Alves, no Município 244 novas luminárias e 35 postes
de Cabaceiras do Paraguaçu, do Colégio Nossa Senhora da Vitória-Maristas e da Igreja duplos nas principais ruas de aces-
de São Lázaro, em Salvador. so do Centro Antigo de Salvador. A

[ 107 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO


ação faz parte do Plano de Reabili-
tação do Centro Antigo de Salvador
e tem o objetivo de oferecer mais
segurança a turistas e moradores
locais, além de realçar a beleza do
maior patrimônio arquitetônico da
América Latina.
• Também foram investidos R$ 160
mil no Programa Tempo e Luz, para
contratação do projeto de ilumina- eira) e a restauração da Capela no Parque Histórico Castro Alves e,
ção cênica de 23 monumentos no de São Pedro Gonçalves do Corpo em Santo Amaro, o jardim e a gua-
Centro Histórico de Salvador, e R$ Santo, no Centro Histórico de Sal- rita do Museu Recolhimento dos
281 mil na aquisição de novas lu- vador. Humildes foram recuperados. Em
minárias para a 2ª etapa da melho- • Também foram iniciados os pro- Candeias, foram iniciadas as obras
ria da iluminação pública. jetos de requalificação do Passeio emergenciais do Museu Wanderley
• Ainda, no Centro Antigo de Sal- Público, em Salvador, do Museu Pinho, antigo Engenho Freguesia,
vador, foi concluída a 1ª etapa da Ecológico Frans Krajcberg e de re- com recursos da Petrobras, através
recuperação das fachadas da Rua cuperação do Carro de Boi, anexo da Lei Rouanet.
J.J. Seabra (Baixa dos Sapateiros) do Centro Cultural Amélio Amorim, • O IPAC fiscalizou obras de restau-
no trecho Aquidabã-Taboão e em Feira de Santana. ração em cinco municípios: Santo
elaborado o projeto do segundo • Em 2009, a SecultBA realizou obras Amaro (Igreja Nossa Senhora do
trecho (Taboão-Barroquinha), en- de conservação predial em 25 imó- Amparo e Convento dos Humil-
tre a Rua Padre Agostinho Gomes veis, em Salvador e no Recôncavo, des, além do reforço estrutural das
e a Ladeira do Ferrão. Além disso, envolvendo recursos da ordem de fundações do Museu do Recolhi-
também foi concluída a manuten- R$ 1,5 milhão. Melhorias foram mento dos Humildes), Ilhéus (nas
ção e conservação de 17 imóveis, realizadas no Escritório Regional Igrejas de São Jorge dos Ilhéus e
envolvendo recursos da ordem de do Recôncavo e na Hospedaria Nossa Senhora da Escada), Valen-
R$ 1,5 milhão. do IPAC, além de obras emergen- ça (na Câmara Municipal), Pedrão
• Foram elaborados os Termos de ciais no Terreiro Rumpame Ayono (na Praça Jovino Valverde) e em
Referência que incluem reforma e Runtologi, todos em Cachoeira. Saubara (na Igreja São Domingos
adaptação para o Centro Cultural No Município de Cabaceiras do de Gusmão).
Irmandade da Boa Morte (Cacho- Paraguaçu foram feitas melhorias

CULTURA É O QUÊ? [ 108 ]


Pela primeira vez edificações moder-
nistas e art déco foram tombadas pelo
Estado da Bahia.
Foram realizadas pesquisas históri-
cas sobre a Igreja de Nossa Senhora de
Guadalupe, a Capela Nossa Senhora de
Brotas, o Palácio da Aclamação, os lar-
gos do Pelourinho e da Estação Ferro-
viária da Calçada, a Igreja de Mataripe
RESTAURAÇÃO E BENS MÓVEIS INTEGRADOS e o edifício da Secretaria de Segurança
Pública, na Piedade.
Numa ação que se destaca pelo nível de detalhes e pormenores envolvidos, foram exe-
cutadas as restaurações de pinturas parietais na Casa dos Pescadores do Rio Vermelho REQUALIFICAÇÃO DA FEIRA DE SÃO
e em duas salas do Museu Rodin Bahia – Palacete das Artes. Também foram restaura- JOAQUIM
das peças do acervo de Arte Popular Lina Bo Bardi e duas imagens religiosas – O Livro
e a Coluna – de Encarnação do Passé, em Candeias. Além disso, também foi elaborado Seguindo diretrizes dos Planos de Salva-
o estudo das cores das fachadas de 31 imóveis no Centro Histórico de Salvador. guarda e Dinamização de Espaços Pre-
servados, o Projeto de Requalificação da
SALVAGUARDA DE BENS PATRIMONIAIS Feira de São Joaquim (FSJ) tem como ob-
jetivo central preservar e desenvolver sua
PATRIMÔNIO MATERIAL sustentabilidade, delimitando parâmetros
e definindo ações estratégicas e diretrizes
Em 2007, foi lançada a cartilha “Salvaguarda de Bens Culturais da Bahia”, importante para a manutenção das dinâmicas carac-
registro da memória à disposição da comunidade. O documento contém a relação terísticas da feira. Executado a partir de
completa dos bens culturais tombados pelo IPAC em todo território baiano, além de um convênio entre o Governo do Estado
outras informações como etapas de tombamento e um mapa da Bahia com seus 26 da Bahia, através do IPAC, e Governo
Territórios de Identidade. Federal, através do Ministério da Cultura
No período, 23 bens culturais foram colocados sob salvaguarda, sendo 10 em Sal- (MinC), esta ação contou com recursos
vador. No interior do estado, foi estabelecida uma poligonal de interesse patrimonial na para elaboração dos projetos executivos
área central da cidade de Caetité, onde foram emitidas notificações de Inventário para no valor global de R$ 1,7 milhão, sendo
Preservação e/ou tombamento de seis imóveis. Outros cinco tombamentos provisórios R$ 1,2 milhão oriundo do MinC e R$ 572
foram realizados nos Municípios de Juazeiro, São Francisco do Conde, Cipó e Itacaré. mil de contrapartida estadual.

[ 109 ] HISTÓRIA,
CULTURA ÉMEMÓRIA
O QUÊ? E PATRIMÔNIO
Os estudos foram iniciados em Quatro marcos foram realizados em 2008 e, em março de 2009, ocorreu o quin-
2008 e, em 2009, foram concluídos to marco. O sexto e último deverá ser realizado em 2010 e representará a transição
os projetos executivos de qualificação da etapa de projetos urbanístico e arquitetônico, sociocultural e gerencial, para a de
arquitetônica e urbanística. Através execução de obras físicas. Nessa ocasião, serão iniciadas ações de qualificação dos
da Secretaria de Turismo do Estado da feirantes, com a instalação de oficinas e apoio de cartilhas, em parceria com o Sebrae,
Bahia, os projetos complementares de ao lado da montagem de uma exposição fotográfica.
engenharia foram encaminhados à Cai-
xa Econômica Federal (CEF), que asse- PATRIMÔNIO IMATERIAL
gurou os recursos no montante de R$
32 milhões para execução das obras. O registro dos bens culturais de natureza imaterial contribui para garantir as condições
O projeto FSJ exigiu metodologia socioambientais necessárias à sua produção, reprodução e transmissão, para democra-
específica de abordagem em espaços tizar o acesso e promover o uso sustentável desse patrimônio e para a melhoria das
complexos a partir da cultura. Foram condições de vida de seus produtores e detentores.
desenvolvidas ações estratégicas e di- Em dezembro de 2008, o cortejo de Santa Bárbara, uma das mais importantes ma-
retrizes pautadas no caráter participa- nifestações do sincretismo religioso que acontece em Salvador, foi reconhecido como
tivo, que deram o tom aos trabalhos e patrimônio imaterial da Bahia.
definiram instrumentos de aproxima- Foi concluído e encaminhado para apreciação do Conselho Estadual de Cultura
ção entre diversos setores envolvidos o levantamento sobre o carnaval de Maragojipe. Além disso, foi realizado o registro
com a Feira de São Joaquim, quer atra- fotográfico e documental da Festa do Bembé, em Santo Amaro da Purificação, e estão
vés da realização de grandes eventos sendo realizados estudos sobre os Afoxés, o Carnaval de Salvador e o Cortejo do 2 de
ou de reuniões de Grupos Temáticos, julho.
denominados de “marcos”. Em conjunto com o Iphan e representantes dos terreiros de candomblé, foi iniciado
o processo para definição de planos de salvaguarda e realizadas visitas para avaliação

CULTURA É O QUÊ? [ 110 ]


de tombamento dos terreiros Acepó tificação Pública de registro do desfile Foram encaminhados ao Conse-
Orilé Eda Ifanjú, no Alto do Peru, e o Ilê de Afoxés e a segunda, em junho, com lho Estadual de Cultura os dossiês da
Axé Kalé Bokum, em Plataforma. a Notificação Pública para registro da Sede do Corpo de Bombeiros, do So-
Também em conjunto com o Iphan Festa da Irmandade da Boa Morte. Des- lar Bandeira, do Cine Teatro Jandaia,
e a Prefeitura Municipal de Salvador, fo- de então, uma série de estudos estão do Colégio Nossa Senhora da Vitória
ram realizadas pesquisas iconográficas sendo realizados para a composição de – Maristas e da Associação dos Em-
para elaboração do Memorial das Baia- dossiês que deverão ser enviados ao pregados do Comércio da Bahia, em
nas e iniciados os trabalhos de elabora- Conselho Estadual de Cultura. Salvador, e da Capela de Santo Antô-
ção do plano de salvaguarda do ofício Em Caetité, foi iniciado o inventário nio de Mataripe, em Madre de Deus.
das baianas. de manifestações e de personalidades Já encontram-se concluídos os dossi-
Durante os festejos do Carnaval de vinculadas ao patrimônio imaterial ês de tombamento dos imóveis Usina
Maragojipe, foi realizada vistoria para daquele município, a exemplo das re- Cinco Rios e do Palácio da Aclamação.
atualização do seu dossiê de registro e zadeiras e benzedeiras e do memorial Encontram-se em elaboração os dossi-
realizadas novas coletas documentais, para monsenhor Osvaldo. ês de tombamento da Igreja de Nossa
exposições e participação no Conselho Senhora da Escada, em Olivença; do
Patrimonial do Município, composto PESQUISA, DOSSIÊS E TOMBAMENTOS Conjunto Arquitetônico da Piedade e
por representantes locais e represen- Palácio Episcopal, em Ilhéus; da Igreja
tantes do IPHAN e do IPAC, que pro- Por intermédio do Decreto nº 11.637, de São Miguel, em Itacaré; da Antiga
moveu uma exposição de fotos antigas de 22 de agosto de 2009, o Estado Santa Casa de Misericórdia, em Feira
e fantasias do carnaval. da Bahia promoveu o tombamento da de Santana e dos Edifícios Caramuru e
Duas novas iniciativas relacionadas Igreja de Nossa Senhora de Brotas, em Oceania, em Salvador.
a bens imateriais foram tomadas. A pri- Salvador, construída no início do século Em Salvador, foram também reali-
meira, em fevereiro de 2009, com a No- XVIII. zadas vistorias na Estação Ferroviária

[ 111 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO


Calçada, na Ordem Terceira do Carmo e no Institu- de grupos de dança importantes,
to Geográfico e Histórico, visando a abertura de pro- como o Balé Folclórico da Bahia,
cesso para tombamento. Além disso, foram concluídas divulgou o nome do estado no Bra-
as pesquisas históricas e antropológicas relativas à Estação sil e no exterior e quebrou tabus ao
de Hidroaviões, no bairro da Ribeira, e ao Terreiro Ilê Axé Kalè propor um elenco exclusivamente
Bokun, que aguarda o laudo topográfico, e também foi entregue masculino em seu grupo artístico
a Notificação de Tombamento Provisório do Terreiro Tumba Junçara, Frutos Tropicais;
no bairro de Vila América, já em fase de estudos. • foi firmada uma parceria com o
Acervo Mariposa, videoteca sem
HISTÓRIA E MEMÓRIA fins lucrativos especializada em
dança, que gerencia o acesso
Os acervos artísticos, documentais, bibliográficos e museológicos são essenciais na gratuito a vídeos digitalizados de
tarefa de preservação da memória, da história e do patrimônio cultural. As principais dança para o público nacional e
ações de preservação, ampliação e difusão são relatadas a seguir. internacional. A parceria tem por
objetivo ampliar o acervo de víde-
REGISTRO E MEMÓRIA DAS ARTES os da Escola de Dança da FUNCEB;
realizar palestras, debates e bate-
Diversas exposições, atividades e eventos reavivaram a história e a memória do patri- papos sobre registro e memória na
mônio artístico. dança e promover a recuperação e
Na área de teatro: a digitalização do acervo de dança
• o documentário “40 Anos em 40 Minutos” e a exposição “TCA 40 Anos: Marco da FUNCEB.
na Construção e Recuperação de Patrimônios Culturais Edificados”, pontuaram as
comemorações dos 40 anos do Teatro Castro Alves; Na área do audiovisual:
• a exposição “Teatro Baiano em Cartaz – de 1968 a 2008”, na Galeria Xisto Bahia. • por intermédio de parceria firma-
da com a Cinemateca Brasileira,
Na área das artes visuais: a Fundação Cultural do Estado da
• o mapeamento de murais, painéis, esculturas e monumentos artísticos da Bahia, Bahia passou a integrar o Sistema
atividade de pesquisa que consiste na catalogação e registro de peças existentes Brasileiro de Informações Audiovi-
em espaços públicos e privados de Salvador, cuja primeira etapa iniciou-se em suais (Sibia), garantindo uma me-
novembro de 2008 e concluíu-se em janeiro de 2009, enfocando as características lhor sistematização e, consequen-
técnicas de 144 murais e painéis e informações acerca dos autores e da sua impor- temente, uma maior dinamização
tância no contexto cultural baiano. O resultado do seu acervo, composto por 474
encontra-se disponível para consulta pública no rolos de filmes, 1.936 itens entre
site da FUNCEB; VHS e DVD, 196 cartazes de fil-
• a publicação de catálogo contendo informa- mes, uma ampla coleção fotográ-
ções e imagens das obras premiadas e de artistas homena- fica e um acervo fonográfico com
geados nas seis edições dos Salões Regionais de 2007 e 2008. 827 itens em CDs e 85 pacotes de
A publicação inclui também, textos institucionais e uma apresen- discos de vinil. A FUNCEB também
tação crítica de autoria de Alejandra Munõz, professora de Arte Con- possui livros, revistas, roteiros origi-
temporânea da Escola de Belas Artes da UFBA. nais, fotografias e cartazes da área
de audiovisual, firmando-se como
Na área de dança: local de pesquisa, resgate, preser-
• exposição “Yanka Rudzka”, no Espaço Xisto Bahia, na Escola de Dança da vação e difusão da produção do
FUNCEB e no Centro de Cultura Olívia Barradas, em Valença. A bailarina polonesa, gênero na Bahia.
ícone da dança moderna, veio para a Bahia a convite da Universidade Federal e se • em 2007, por meio do edital nacio-
tornou a primeira diretora da Escola de Dança da UFBA; nal Programa de Restauro Cinema-
• a exposição “Ninho Reis”, em homenagem ao coreógrafo e diretor baiano, apre- teca Brasileira – Petrobras, foram
sentada no Centro de Cultura Antônio Carlos Magalhães, em Jequié. Integrante restaurados dois filmes baianos:

CULTURA É O QUÊ? [ 112 ]


Tocaia no Asfalto, de Roberto Pi- ACERVOS DOCUMENTAIS
res, e Caveira, My Friend, de Álvaro
Guimarães. Há mais de 15 anos, O esforço de preservação documental resultou na
nenhum filme baiano tinha sido produção de 20.170 documentos no Centro de Memória.
recuperado. Foram codificadas e elaboradas 118.950 ementas, transcri-
• foi instituído um grupo de traba- ções de cartas e descrições de fotografias de documentos. No
lho com o objetivo de promover a que diz respeito ao sistema de bibliotecas, 10.049 títulos biblio-
junção dos acervos audiovisuais da gráficos foram restaurados e servirão como fonte de pesquisa para o
FUNCEB e do IRDEB, implementar público interessado.
o Programa Memória Audiovisual e A fim de preservar a memória histórica do Estado e salvaguardar os acer-
Sonora da Bahia e desenvolver uma vos privados de interesse público, mais de 1 milhão de documentos passaram
política pública de memória audio- por ações de identificação, codificação, restauração, microfilmagem e digitalização.
visual para o Estado. O programa Além disso, foi feita a descontaminação dos depósitos onde estão localizados os acer-
tem como principal projeto a im- vos documentais sob a guarda do Arquivo Público da Bahia.
plantação da Cinemateca da Bahia Ainda no âmbito da preservação dos acervos documentais, foi elaborado o pro-
– Centro de Memória e Difusão do jeto Independência do Brasil na Bahia: microfilmagem, digitalização e elaboração de
Audiovisual Baiano, que abrigará instrumento digital de pesquisa, que prioriza a restauração e a disponibilidade de do-
no seu escopo o Tempo Glauber cumentos da Independência do Brasil para consulta pública, por meio de um banco de
Digital na Bahia e o Memorial de dados. Orçado em R$ 23 mil, o projeto será financiado pelo governo espanhol, através
Cinema Roque Araújo. da agência de apoio Desarrollos de Archivos Iberoamericanos (ADAI).
• foi realizada a exposição Alexan- Encontra-se, também, em andamento o projeto Conversão Digital de Documen-
dre Robatto Filho – centenário de tos Especiais, que tem o objetivo de promover o acesso e a preservação de acervos
um cineasta baiano para celebrar sonoros produzidos e salvaguardados pelo Centro de Memória da Bahia, através da
a memória de um dos pioneiros do digitalização, publicação e divulgação das palestras referentes ao Curso Conversando
cinema baiano e um empreendedor com a sua História. Com o intuito de garantir a preservação e a divulgação do acervo,
das artes em nossa terra. Dentista o conjunto Documental do Tribunal da Relação do Estado do Brasil, custodiado pelo
de formação, ele foi também, fotó- APB, foi reconhecido pela Unesco como parte do Programa Memória do Mundo para a
grafo, radioamador, escritor, cronis- Educação, Ciência e Cultura.
ta e inaugurador da arte de fazer No triênio, o acervo bibliográfico do Centro de Memória da Bahia, predominantemen-
películas. Entre os anos 30 e 40 do te especializado em história da Bahia, acessível à comunidade acadêmica e ao público
século XX, Alexandre Robatto foto- em geral, foi ampliado em 356 títulos provenientes de doações. Já a Biblioteca Francisco
grafava e filmava a Bahia em seus Vicente Viana, pertencente ao Arquivo Público da
fatos cotidianos ou extraordinários. Bahia, incorporou ao seu acervo outros 802 títulos,
A exposição apresentou painéis também procedentes de doações, além de 222 livros
sobre a vida e a obra do autor de doados pela 7ª Delegacia de Polícia.
Entre o Mar e o Tendal.
• o evento “Glauber, Uma Revolução ACERVOS MUSEOLÓGICOS
Baiana” apresentou uma exposi-
ção multimídia no foyer do TCA e Nesta área destacam-se a recuperação dos acervos de Arte Africana
promoveu a exibição de filmes do Cláudio Masella, de Arte Popular Lina Bo Bardi e do Palácio da Aclama-
cineasta e debates na Sala Walter ção.
da Silveira. O Museu de Arte Moderna da Bahia, sua história e acervo foi o tema do 27º
volume da série “Museus Brasileiros”, iniciada pelo Instituto Cultural J. Safra, em
Na área de música: 1982. O livro tem 360 páginas ilustradas por fotografias de obras da arte brasileira,
• a exposição “Ícones da Música Baia- desde o Modernismo até a estética Contemporânea, contempla todo o acervo de 1.133
na”, na Casa da Música, homena- peças do museu e constitui-se em um verdadeiro catálogo-guia da instituição.
geou Dorival Caymmi, Lindemberg
Cardoso, João Gilberto e Raul Seixas;

[ 113 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO


EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E EVENTOS PARA de educação patrimonial com o objetivo taque para
DIVULGAÇÃO E DIFUSÃO DO PATRIMÔNIO de informar sobre o uso e a apropriação as atividades
dos bens que compõem o patrimônio realizadas no Re-
Em cumprimento a um compromisso do cultural baiano e sua diversidade de ma- côncavo Baiano, cujos
Governo do Estado com a população nifestações tangíveis e intangíveis, com municípios participaram
dos municípios em torno do rio Paragua- a participação de 486 pessoas. ativamente das lutas pela In-
çu, foi realizado um seminário para in- Foi lançado o DVD Percursos Patri- dependência do Brasil que ocor-
formar sobre o processo de preparação moniais – Centro Histórico de Salvador, reram entre os anos 1821 e 1823.
do dossiê de candidatura do itinerário produzido a partir de palestra realizada Merecem destaque:
do rio a Patrimônio da Humanidade pela pelo arquiteto e professor de história • as aulas públicas realizadas para
Unesco. O encontro, que contou com a da arquitetura da UFBA, Francisco Soa- compartilhar com as comunidades
participação do IPHAN e da UFRB, teve res Senna, que discorreu sobre momen- informações sobre o pioneirismo
a finalidade de potencializar as ações do tos históricos importantes da formação das vilas do Recôncavo ao pro-
Governo no processo de preparação dos da cidade de Salvador. O DVD teve clamar o Príncipe Regente Pedro I
documentos. Para conscientizar a comu- tiragem de 1,8 mil cópias, distribuídas como Defensor Perpétuo do Brasil.
nidade sobre a importância de valorizar para bibliotecas, faculdades, centros de Além disso, salientou-se a dedica-
seu patrimônio cultural, também foram pesquisa e memória e interessados na ção dessas localidades nas lutas
promovidas palestras, oficinas e exposi- história da Bahia. que antecederam a separação de-
ções nos municípios de Cachoeira e São Em 2009, foi realizada a mostra finitiva de Portugal;
Félix, atendendo a cerca de 150 pessoas. itinerante IPAC 40 anos, composta por • os recitais poéticos sobre a obra do
A exposição Duas Paisagens – uma 30 painéis com textos, fotos e ilustra- poeta baiano Antônio de Castro Al-
troca de olhares promoveu o diálogo ções, edificações tombadas como patri- ves, para demonstrar a atualidade
entre os municípios vizinhos de Cacho- mônio material, acervos de 13 espaços da crítica social e, ao mesmo tem-
eira e São Félix e foi vista por 1.843 artístico-culturais e museus. po, despertar o interesse das novas
pessoas que visitaram a Galeria do gerações pela poesia;
IPAC, em Cachoeira, e a Casa de Cultu- PROJETOS NO CAMPO DA HISTÓRIA E • a exibição de documentários e pro-
ra Américo Simas, em São Félix. MEMÓRIA SOCIAL gramas diretamente relacionados
O projeto Guardados e Achados – com a Independência da Bahia;
Memórias de São Félix resultou numa A SecultBA, por intermédio da FPC, • a reedição do encarte no Diário
exposição aberta ao público em no- prestou assessoria direta ao Gabinete Oficial da Bahia contendo a “Co-
vembro de 2009, no Salão Nobre da do Governador na transferência simbó- letânea de Textos Históricos sobre
prefeitura daquele município. A expo- lica da capital do Estado para a cidade a Independência da Bahia”, com
sição, elaborada a partir do acervo de de Cachoeira, ocorrida no dia 25 de tiragem de 2.025 exemplares, des-
objetos pessoais da comunidade e de junho, acontecimento que fez parte do tinados a divulgar textos históricos
fotos resultantes da Oficina de Con- Ciclo de Comemorações pela Indepen- de grande valor para a memória
servação de Fotos e Partituras, envol- dência do Brasil na Bahia. coletiva do evento;
veu 106 pessoas, entre professores e Durante o Ciclo a SecultBA partici- • a organização da cartiha “A In-
alunos da rede municipal de ensino e pou da Caravana “A Rota da Indepen- dependência do Brasil na Bahia”,
membros da comunidade, que partici- dência”, que ofereceu, por intermédio destinada a estudantes da rede
param de palestras e oficinas de con- do Serviço de Atendimento ao Cidadão pública de ensino, contendo textos
servação e documentação fotográfica. (SAC), vários serviços às populações e a cronologia histórica dos episó-
Foi visitada por cerca de 1.000 pessoas, das cidades de São Gonçalo dos Cam- dios mais relevantes do 2 de Julho.
entre moradores e turistas. pos, Santo Amaro, Muritiba, São Fran-
Com o apoio das prefeituras dos cisco do Conde, Governador Manga- Ainda por intermédio da FPC, a Secult-
municípios de Andaraí, Caetité, Ituberá, beira e Maragogipe. BA, visando ampliar o debate acerca das
Jacobina, Morro do Chapéu, Santo An- Várias ações foram desenvolvidas transformações políticas, sociais, econô-
tônio de Jesus, Senhor do Bonfim e Se- com o objetivo de divulgar eventos im- micas e culturais ocorridas em diversos
abra, foram realizadas diversas oficinas portantes da história da Bahia, com des- períodos da história da Bahia e do Brasil,

CULTURA É O QUÊ? [ 114 ]


reuniu pesqui- “400 Anos da Justiça no Brasil - 1609 O Instituto de Radiodifusão da
sadores, aca- a 2009”, que receberam a visita de Bahia (IRDEB) inaugurou seu novo por-
dêmicos, artistas e 2.594 pessoas. tal (www.irdeb.ba.gov.br), concebido
políticos no “Ciclo de Para incentivar as pesquisas sobre para aproximar espectadores e ouvin-
Conferências Memória a história política da Bahia republicana, tes da TVE Bahia e da Educadora FM
dos Movimentos Sociais da a SecultBA está executando o projeto 107.5. A presença da SecultBA na TVE
Bahia”. O evento contou com a Otávio Mangabeira – Cartas do Exílio Bahia foi ampliada por meio da veicula-
participação de 690 pessoas, entre (1930-1934 e 1938-1945). Trata-se de ção de vídeos produzidos para divulgar
representantes dos movimentos das uma ação minuciosa que consiste em editais e eventos culturais realizados
mulheres, da luta pelos povos indígenas, selecionar, transcrever, comentar e con- com recursos públicos. O site da Educa-
dos trabalhadores, da luta pela preserva- textualizar historicamente, para poste- dora FM foi transformado em um portal
ção do meio ambiente, dos sem teto, das rior publicação, 1.945 correspondên- interativo no qual o público pode, além
comunidades e associações de bairros e cias pertencentes ao acervo pessoal do de ouvir a programação da emissora ao
de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e ex-governador da Bahia entre os anos vivo, com uma boa qualidade, dispor
transexuais e dos negros da Bahia. de 1947-1951, um dos mais importan- de serviços como podcasts, promoções,
Outro destaque foi a promoção do tes da história política da Bahia. enquetes, informações jornalísticas
“Ciclo de Conferências sobre os 120 atualizadas e ter a possibilidade de ou-
anos de Proclamação da República”, COMUNICAÇÃO DA CULTURA vir programas gravados já veiculados.
que reuniu pesquisadores e ofereceu Na área da comunicação também
à comunidade uma oportunidade para A “Agenda Cultural”, veículo gratuito destacaram-se as campanhas “Venha
entender várias interpretações daque- de divulgação da programação cultural Viver a Nova Energia do Pelô”, “Tô no
le acontecimento e a atuação dos di- baiana, teve sua diagramação refor- Pelô, Venha Viver a Cultura”, “A Bahia
versos grupos sociais no processo de mulada em 2007, mantendo sua pe- sempre foi um pouco Rodin” e a divul-
implantação do regime republicano. O riodicidade mensal, com tiragem de 20 gação dos Editais Cultura e de todas as
evento contou com a participação de mil exemplares, informando sobre as etapas das II e III Conferências Estadu-
427 pessoas. atividades culturais realizadas em todo ais de Cultura. A III Conferência Esta-
Na área editorial, destacaram-se o estado. A publicação também ganhou dual de Cultura também contou com
dois projetos: a revista “Bahia de To- versão online, em 2009, no endereço um blog para divulgar todas as suas
dos os Cantos”, publicada em parce- www.agendacultural.ba.gov.br. O Guia atividades (http://blogdaconferencia.
ria com a Secretaria de Planejamento Pelourinho Cultural que, entre 2007 e com), através do qual, as conferências
(SEPLAN) e a Empresa Gráfica da Bahia 2008, contava com uma versão impres- municipais, setoriais e a etapa estadual
(EGBA), cuja proposta é apresentar um sa, migrou seu conteúdo, em 2009, para foram divulgadas em tempo real.
panorama de todos os Territórios de o site www.pelourinhocultural.ba.gov. Foram produzidos e veiculados, em
Identidade do Estado, suas riquezas br, que teve ampla divulgação por inter- parceria com o Jornal A Tarde, dois ca-
culturais, características geográficas, médio de campanhas publicitárias. dernos especiais, intitulados “Cultura
peculiaridades de seu povo e conjuntu- O Conselho Estadual de Cultura em Movimento”.
ra socioeconômica, e a revista “História também passou a divulgar suas ativida-
da Bahia”, uma parceria com as uni- des pela internet, trazendo maior trans-
versidades estaduais visando a difusão parência acerca das ações e debates
de informações sobre temas relevantes promovidos. Foram criados o blog do
para a construção da memória social, CEC (http://conselhodeculturaba.word-
política e cultural da Bahia. press.com) e um informativo digital, dois
Também com o propósito de resga- produtos de comunicação que se apro-
tar e difundir a história da Bahia junto priam das ferramentas do ciberespaço,
à comunidade, foram realizadas as ex- por sua agilidade, eficiência e baixo cus-
posições “Abertura dos Portos”, “Co- to. Com uma periodicidade trimestral, o
nhecer a Quinta”, “Elevador Lacerda”, informativo é encaminhado, por correio
“Arquivo Público da Bahia 119 Anos” e eletrônico, a cerca de duas mil pessoas.

[ 115 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO


A BAHIA É O SEGUNDO ESTADO DO PAÍS QUE MAIS INVESTE EM

Alguns Números da
Cultura Baiana
CULTURA 1

Ficando atrás somente de São Paulo, a Bahia dá


um salto no reconhecimento em investimentos em
Cultura ficando a frente de estados como o Rio de
Janeiro e Minas Gerais. Dados foram coletados nos
Relatórios Resumidos de Execução Orçamentárias e
realizados por um coletivo formado pela sociedade
civil.

D e acordo com dados recentes da publicação Investimentos Públicos na Cul-


tura do Brasil realizada pelo Partido da Cultura - PCult, a Bahia se configura
como o segundo colocado no ranking de estados que mais investem em
Cultura, ficando atrás somente do estado de São Paulo e a frente de estados como
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. As pesquisas foram realizadas nos anos
2007, 2008, 2009 e no primeiro semestre de 2010, com base nos dados secundários
produzidos e publicados pelas Secretarias de Fazenda (ou Finanças) dos governos es-
taduais e do Distrito Federal nas suas páginas na internet, em atendimento à Lei de
Responsabilidade Fiscal, que obriga a publicação bimestral dos Relatórios Resumidos
de Execução Orçamentária (RREO).
De acordo com a pesquisa, nos anos de 2007 a 2010 o ranking é liderado pelo
estado de São Paulo, sempre com uma representação em torno dos 35% dos investi-
mentos totais em cultura no país, um total de R$434,7 milhões. Nesses dados a Bahia
se configura como a segunda colocada com investimentos que variam entre R$ 101,9
milhões no primeiro semestre de 2010, R$ 185,9 milhões no ano de 2009, R$ 160,66
milhões em 2008 e R$ 125,15 milhões em 2007.
A publicação Investimentos Públicos na Cultura do Brasil foi realizada por qua-
tro estudiosos, todos, integrantes do Pcult: Mário Olímpio Medeiros, ex-secretário de
Cultura de Mato Grosso e atual integrante da Agência MO Arte e Mídia; Lenissa Lenza
e Mariele Ramirez, ambas do instituto cultural Espaço Cubo, e o cientista econômico e
integrante do coletivo Amerê – Coletivo Fora do Eixo, Bruno PoljoKan. Ele esclarece a
importância da publicação: “o relatório é um ponto de partida para cada coletivo ou
grupo do PCult se munir de informações para servir de base aos pedidos de ampliação
de investimentos aos Governos Estaduais. A Bahia é o mais forte dentro dos estados
do Nordeste. É o que mais se sobressai”.

1 Texto produzido pela Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

CULTURA É O QUÊ? [ 116 ]


NORDESTE

Na região Nordeste, o estado da Bahia está disparado na frente dos demais, com a média
de 75,64% diante dos segundos colocados, Maranhão e Pernambuco, em todos os anos. De
acordo com os dados da pesquisa, Alagoas, Piauí e Rio Grande do Norte estão nas últimas
colocações.
“A desvinculação da Secretaria de Turismo e Cultura para pastas separadas pode ter sido
um dos fatores que fortaleceu o estado no âmbito cultural a conseguir ocupar o primeiro lugar
no ranking dos Estados do Norte e Nordeste, fatores que não víamos antes”, afirma PoljoKan.
Outro dado importante é o percentual que cada estado investe do seu orçamento total
no setor de cultura. Nesses dados o Estado varia a posição entre o 6º e o 5º colocado. Os
investimentos estão na base de 0,77% em 2010, 0,87% em 2009, 0,82% em 2008 e 0,75%
em 2007. No ranking anual de investimentos percentuais da despesa corrente na área cultural
por região, a Bahia fica em segundo colocado, somente atrás do Maranhão. A Proposta de
Emenda à Constituição - PEC 150/2003, reivindicação antiga do setor cultural, prevê aumento
orçamentário para a Cultura nos três níveis federativos: 2% na União, 1,5% nos estados e 1%
nos municípios.
O dado expressivo de investimentos em Cultura na Bahia também é atribuido à parceria
com o Governo Federal através do Programa Mais Cultura, política de fomento que inclui inves-
timentos em editais e microcréditos, dentro de uma dimensão econômica e social da cultura.
“Atrelado a tudo isso, o governo Jaques Wagner compreendeu a importância da qualificação
dos agentes culturais e gestores municipais e o envolvimento das Universidades Públicas na
Bahia. A consolidação do Sistema Estadual de Cultura e a Estadualização das Políticas Públicas
de Cultura do Estado são dois fatores também importantes”, explica o secretário de Cultura
do Estado, Márcio Meirelles. “Os diálogos sociais através da realização de conferências possi-
bilitam a compreensão pelo Estado nos anseios da sociedade, ampliando assim, as vertentes
de investimentos a partir da diversidade de linguagens artísticas, como teatro, dança, música,
artes visuais, audiovisual entre outros”, completa Meirelles.

PARTIDO DA CULTURA

Entendendo que o Poder Público tem importância fundamental na elaboração e implantação


do Sistema, o Partido da Cultura – PCult, foi criado por um grupo de pessoas com o objetivo
de expor problemas e sugerir soluções que sejam operadas a partir de decisões políticas e
institucionais de partidos políticos, candidatos a cargo eletivo e ocupante de cargos públicos.
O conceito do PCult vem sendo construído de forma coletiva e solidariamente por meio da
internet através do portal http://partidodacultura.blogspot.com.
O PCult é um fórum informal, ambiente supra-partidário permanente e trabalha para que
a Cultura, tanto quanto educação e saúde, seja tema central dos debates políticos eleitorais,
nas campanhas que acontecem a cada dois anos no país e no desenvolvimento do Sistema
Nacional de Cultura, aglutinando diversas entidades, redes, movimentos e pessoas de todos os
estados do país em torno de temas diversos, sempre na esfera cultural.
Essa foi a primeira pesquisa realizada por integrantes do grupo, porém, próximos estudos
estão em fase de construção. “Nós vamos dar início a uma nova pesquisa que irá analisar de
que forma são feitos esses investimentos, quem recebe, como recebe, se são os mesmos grupos,
a diversidade de cidades que recebem esses recursos entre outros fatores”, explica Poljokan.

[ 117 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO


ORÇAMENTO FINAL 2007 / 2010
QUADRO RESUMO POR ORGÃO – TODAS AS FONTES
SITUAÇÃO EM: 27.07.2010 (EM R$)
ORGÃO 2007 2.008 2.009 2.010
INVESTIMENTO
DIRETORIA GERAL 9.444.566 19.765.382 31.832.699 48.098.178
FCBA 23.155.419 35.068.770 29.652.250 34.667.000
IPAC 26.273.704 33.364.713 39.063.700 22.970.164
FUNCEB 6.052.100 8.277.402 11.271.653 15.081.918
FPC 1.448.505 2.018.933 2.905.427 2.227.700
IRDEB 2.109.000 2.956.044 8.436.923 9.561.061
TOTAL INVESTIMENTO 68.483.294 101.451.244 123.162.652 132.606.021

MANUTENÇÃO 2.007 2008 2.009 2010


PESSOAL E ENCARGOS 53.351.559 56.388.405 65.893.300 65.699.000
1. DIRETORIA GERAL 7.133.378 7.791.632 9.287.000 9.399.000
2. IPAC 9.419.280 9.240.081 14.214.814 12.811.000
3. FUNCEB 20.405.697 21.553.019 23.644.000 24.302.000
4. FPC 6.225.680 6.443.912 7.099.486 7.180.000
5. IRDEB 10.167.524 11.359.761 11.648.000 12.007.000
CUSTEIO 43.221.253 44.890.450 45.499.978 37.677.255
1. DIRETORIA GERAL 3.364.586 3.776.136 4.557.495 5.582.775
2. FCBA 372.500 827.000 745.000 1.086.000
3. IPAC 14.175.182 13.259.755 13.573.270 7.612.000
4. FUNCEB 13.545.587 14.315.234 12.975.665 10.458.480
5. FPC 6.056.398 6.377.565 6.434.030 6.370.000
6. IRDEB 5.707.000 6.334.760 7.214.518 6.568.000
TOTAL MANUTENÇÃO (PESSOAL + CUSTEIO) 96.572.812 101.278.855 111.393.278 103.376.255

TOTAL GERAL 165.056.106 202.730.099 234.555.930 235.982.276

CULTURA É O QUÊ? [ 118 ]


[ 119 ] HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO
CULTURA É O QUÊ?
Relatório de Atividades 2007-2009
Secretaria de Cultura do Estado da Bahia

Texto: Virgílio Neto e Cristiano Gobbi (apoio)


Design: 2designers (Zeo Antonelli e Beto Cerqueira)
Fotografias: Acervo SecultBA

Tipografias Frutiger e Folio


Formato: 21x29,7cm

Salvador, novembro de 2010


SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA
cultura
ÉoquÊ?
culturaÉoquÊ?

culturaÉoquÊ?
Relatório de Atividades 2007/2009

SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA


Relatório de Atividades 2007/2009

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