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DIREITO DO CONSUMIDOR

ATUALIZADO EM 19/03/2019

DIREITO DO CONSUMIDOR1

INTRODUÇÃO

- Direito fundamental. Cláusula pétrea. Norma principiológica. Cláusulas gerais. Princípio da ordem
econômica. Microssistema jurídico multidisciplinar. Normas de ordem pública. Normas de interesse
social. - Consumo = CONSUMIDOR + FORNECEDOR + PRODUTO OU SERVIÇO.

CONSUMIDOR2* FORNECEDOR PRODUTO OU SERVIÇO


- PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA - Pessoa física ou jurídica, Produto móvel ou
- ADQUIRE OU UTILIZA PRODUTOS E pública ou privada, nacional imóvel, material ou
SERVIÇOS ou estrangeira, entes imaterial
- DESTINATÁRIO FINAL (TEORIA FINALISTA despersonalizados
MITIGADA: VULNERABILIDADE técnica, - Produtor, montador, Serviço atividade
jurídica, fática, informacional ou criador, construtor, fornecida mediante
HIPOSSUFICIÊNCIA). Retira o bem do transformador, importador, remuneração
mercado e coloca fim na cadeia de produção. exportador, distribuidor,
Conceito econômico de consumidor. comerciante, prestador de
serviços
- Consumidor equiparado: coletividade - Habitualidade
lesada na relação de consumo.

*Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses em que atua
na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou incorporadora. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.560.728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/10/2016 (Info 592).

*Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor - CDC ao contrato de transporte de mercadorias


vinculado a contrato de compra e venda de insumos. STJ. 3ª Turma.REsp 1.442.674-PR, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 7/3/2017 (Info 600)

*Deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre a pessoa natural, que visa a atender
necessidades próprias, e as sociedades que prestam, de forma habitual e profissional, o serviço de
corretagem de valores e títulos mobiliários. Ex: João contratou a empresa “Dinheiro S.A Corretora de
Valores” para que esta intermediasse operações financeiras no mercado de capitais. Em outras palavras,

1
Essa FUC tem como base o material produzido pelo site Foca no Resumo (https://focanoresumo.com/).
2
*A banca FCC, em 2016, na prova da DPE-BA, propôs o seguinte enunciado: “Sebastião juntou dinheiro que
arrecadou ao longo de 20 anos trabalhando como caminhoneiro para adquirir um caminhão, zero quilômetros, que
passou a utilizar em seu trabalho, realizando fretes no interior do Estado da Bahia. Ainda no prazo de garantia, o
veículo apresentou problemas e ficou imobilizado. Sua esposa, Raimunda, microempresária do ramo da costura,
adquiriu uma máquina bordadeira de valor elevado de uma grande produtora mundial, que depois de poucas
semanas de funcionamento, também apresentou parou de funcionar.” E considerou correta a seguinte
alternativa: “ambos podem ser considerados consumidores, ainda que não se configurem como usuários finais dos
produtos adquiridos, uma vez que, embora o Código de Defesa do Consumidor adote a teoria finalista, em casos
semelhantes, o Superior Tribunal de Justiça já admitiu a mitigação desta teoria diante da prova da hipossuficiência
e do desequilíbrio na relação, caracterizando hipótese de consumo intermediário.”
João contratou essa corretora para investir seu dinheiro na Bolsa de Valores. A relação entre João e a
corretora é uma relação de consumo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 14/3/2017 (Info 600)

*A condição de consumidor do promitente-assinante não se transfere aos cessionários do contrato de


participação financeira. Ex: João firmou contrato de participação financeira com a empresa de telefonia.
João cedeu os direitos creditícios decorrentes do contrato para uma empresa privada especializada em
comprar créditos, com deságio. A empresa cessionária, ao ajuizar demanda contra a companhia
telefônica pedindo os direitos decorrentes deste contrato, não poderá invocar o CDC. As condições
personalíssimas do cedente não se transmitem ao cessionário. STJ. 3ª Turma. REsp 1.608.700-PR, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/3/2017 (Info 600).

* As normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor não se aplicam ao seguro obrigatório


(DPVAT). STJ. 3ª Turma. REsp 1.635.398-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/10/2017
(Info 614). * #OLHAOGANCHO: Uma associação que tenha fins específicos de proteção ao consumidor
não possui legitimidade para o ajuizamento de ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses
coletivos de beneficiários do seguro DPVAT. Isso porque o seguro DPVAT não tem natureza
consumerista, faltando, portanto, pertinência temática. STJ. 2ª Seção. REsp 1.091.756-MG, Rel. Min.
Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/12/2017 (Info 618).

*#OUSESABER: Em regra, os contratos do Sistema Financeiro de Habitação, SFH devem obediência ao


CDC. Contudo, se nos contratos de financiamento imobiliário integrantes do SFH estiver presente
cláusula que vincule os contratos ao Fundo de Compensação de Variação Salarial, FCVS, não haverá
relação consumerista, conforme decidido no REsp 489701 / SP.

* #SELIGANASÚMULA: Súmula 602-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos


empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas. STJ. 2ª Seção. Aprovada em
22/2/2018, DJe 26/2/2018.
Súmula 609-STJ: A recusa de cobertura securitária sob alegação de doença pré-existente é ilícita se não
houve a exigência de exames prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado;

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Contrato de conta-corrente mantida entre corretora de


Bitcoin e instituição financeira: não se aplica o CDC A empresa corretora de Bitcoin que celebra contrato
de conta-corrente com o banco para o exercício de suas atividades não pode ser considerada
consumidora. Não se trata de uma relação de consumo. A empresa desenvolve a atividade econômica
de intermediação de compra e venda de Bitcoins. Para realizar essa atividade econômica, utiliza o
serviço de conta-bancária oferecido pela instituição financeira. Desse modo, a utilização desse serviço
bancário (abertura de conta-corrente) tem o propósito de incrementar sua atividade produtiva de
intermediação, não se caracterizando, portanto, como relação jurídica de consumo, mas sim de insumo.
Em outras palavras, o serviço bancário de conta-corrente é utilizado como implemento de sua atividade
empresarial, não se destinando, pois, ao seu consumo final. Logo, não se aplicam as normas protetivas
do Código de Defesa do Consumidor. STJ. 3ª Turma. REsp 1.696.214-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 09/10/2018 (Info 636)
- PrincípiosVULNERABILIDADE (todo consumidor é vulnerável),DEVER GOVERNAMENTAL,
HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES(desenvolvimento econômico e tecnológico + defesa do consumidor),
GARANTIA DE ADEQUAÇÃO, EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO, BOA-FÉ OBJETIVA, EDUCAÇÃO
E INFORMAÇÃO DOS CONSUMIDORES, INCENTIVO AO AUTOCONTROLE (necessidade de o Estado
incentivar os próprios fornecedores a tomarem medidas e providências tendentes a solucionar
eventuais conflitos), COIBIÇÃO E REPRESSÃO DOS ABUSOS DE MERCADO, RACIONALIZAÇÃO E
MELHORIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, ESTUDO DAS MODIFICAÇÕES DO MERCADO, ACESSO À JUSTIÇA
(implícito).

- Boa-fé objetivaestabelece um DEVER DE CONDUTAentre fornecedores e consumidores no sentido


de agirem com lealdade e confiança. É um conjunto de padrões éticos de comportamento, aferíveis
objetivamente, que devem ser seguidos pelas partes em todas as fases da relação contratual.

FUNÇÃO INTERPRETATIVA FUNÇÃO DE CONTROLE FUNÇÃO INTEGRATIVA


O juiz deve sempre prestigiar, Visa EVITAR O ABUSO DO Insere deveres anexos, cuja violação
diante de convenções e DIREITO SUBJETIVO, limitando é chamada de “VIOLAÇÃO POSITIVA
contratos, a TEORIA DA condutas e práticas comerciais DO CONTRATO”, são eles:
CONFIANÇA, segundo a qual abusivas. Quando não houver a)Dever anexo de informação;
as partes agem com lealdade lealdade no exercício do b)Dever anexo de cooperação (o
na busca do adimplemento direito subjetivo, de forma a fornecedor deverá cooperar para
contratual. O juiz deve frustrar a confiança criada em que o consumidor possa alcançar
interpretar as cláusulas outrem, o ato será abusivo e suas expectativas, facilitando os
contratuais de modo a considerado ilícito. meios para que o mesmo possa
desconsiderar a malícia da Art. 187 do CC: também adimplir o contrato)
parte que se vale de evasivas comete ato ilícito o titular de c)Dever anexo de proteção (o
para criar convenções um direito que, ao exercê-lo, fornecedor deve preservar a
duvidosas, a fim de obter excede manifestamente os integridade pessoal e patrimonial do
vantagens incomuns; bem limites impostos pelo seu fim consumidor que, quando violados,
como as cláusulas lacunosas econômico ou social, pela geram danos materiais e morais –
ou imprecisas deverão ser boa-fé ou pelos bons ex.: quando o fornecedor
interpretadas de acordo com o costumes. disponibiliza estacionamento para
que, normalmente, são os veículos dos clientes, assume o
entendidas pelos indivíduos. dever, derivado do princípio da boa-
fé objetiva, de proteger os bens e a
pessoa do usuário).

*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: O médico deverá ser condenado a pagar indenização por
danos morais ao paciente que teve sequelas em virtude de complicações ocorridas durante a cirurgia
caso ele não tenha explicado ao paciente os riscos do procedimento. O dever de informar é dever de
conduta decorrente da boa-fé objetiva e sua simples inobservância caracteriza inadimplemento
contratual, fonte de responsabilidade civil per se. A indenização, nesses casos, é devida pela privação
sofrida pelo paciente em sua autodeterminação, por lhe ter sido retirada a oportunidade de ponderar os
riscos e vantagens de determinado tratamento que, ao final, lhe causou danos que poderiam não ter
sido causados caso não fosse realizado o procedimento, por opção do paciente. O dever de informação
é a obrigação que possui o médico de esclarecer o paciente sobre os riscos do tratamento, suas
vantagens e desvantagens, as possíveis técnicas a serem empregadas, bem como a revelação quanto aos
prognósticos e aos quadros clínico e cirúrgico, salvo quando tal informação possa afetá-lo
psicologicamente, ocasião em que a comunicação será feita a seu representante legal. Para que seja
cumprido o dever de informação, os esclarecimentos deverão ser prestados de forma individualizada em
relação ao caso do paciente, não se mostrando suficiente a informação genérica (blanket consent). O
ônus da prova quanto ao cumprimento do dever de informar e obter o consentimento informado do
paciente é do médico ou do hospital, orientado pelo princípio da colaboração processual, em que cada
parte deve contribuir com os elementos probatórios que mais facilmente lhe possam ser exigidos. STJ.
4ª Turma. REsp 1.540.580-DF, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª
Região), Rel. Acd. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/08/2018 (Info 632). #IMPORTANTE

- BOA-FÉ OBJETIVA E CONTRATOS DE PLANO DE SAÚDEo STJ entende que a cláusula que exclui
tratamento de doenças infectocontagiosas de notificação compulsória, como a AIDS, é nula porque é
abusiva. Plano de saúde não pode limitar sessões de radioterapia e quimioterapia. É abusiva a cláusula
que prevê o não custeio de prótese, imprescindível para o êxito do procedimento cirúrgico coberto pelo
plano, sendo indiferente se a prótese é ou não importada. Deve ser invalidada a cláusula de exclusão de
transplante.
- A doença preexistente só pode ser oposta pela seguradora ao segurado mediante a realização de
prévio exame médico ou prova inequívoca de sua má-fé.
- É ilegal a estipulação que prevê a submissão do segurado a novo período de carência, de duração
equivalente ao prazo pelo qual perdurou a mora, após o adimplemento do débito em atraso.
*- Nos termos da lei 9.656/98, o prazo de carência será de 24 horas para urgência e emergência, sendo
abusiva qualquer estipulação para além desse prazo. Nesse sentido, também é a Sumula 597 do STJ.
- É abusiva a cláusula prevista em contrato de plano de saúde que suspende o atendimento em razão do
atraso do pagamento de uma única parcela.
- Injusta recusa de cobertura = dano moral.
- É abusiva cláusula que prevê a rescisão unilateral do plano de saúde. Contudo, é possível a rescisão,
sem necessidade de ação judicial, dos contratos de consumidores que estejam com mensalidades em
atraso há mais de 2 meses, desde que notificados previamente.
- O STJ admite a validade de reajustes em razão da mudança de faixa etária, desde que atendidas certas
condições:
a)Previsão no instrumento negocial;
b)Respeito aos limites e demais requisitos estabelecidos na Lei 9.656/98;
c)Observância ao princípio da boa-fé objetiva.
- O plano de saúde tem o dever de informar a cada consumidor, individualmente, sobre o
descredenciamento de médicos e hospitais (dever de informação).

*#OUSESABER: O que é contrato cativo de longa duração? Conforme ensina a doutrinadora Cláudia
Lima Marques, trata-se de uma série de novos contratos ou relações contratuais que utilizam os
métodos de contratação de massa (através de contratos de adesão ou de condições gerais dos
contratos) para fornecer serviços especiais de mercado, criando relações jurídicas complexas de longa
duração, envolvendo uma cadeia de fornecedores organizados entre si e com uma característica
dominante: a posição de "catividade" ou dependência dos clientes". Um exemplo que pode ser citado
são os contratos de seguro em geral, mormente os de plano de saúde. Tal expressão já foi utilizada
expressamente pelo STJ, no informativo 441.
JURISPRUDÊNCIA DO STJ (PLANOS DE SAÚDE)
SÚMULA 302: É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE PLANO DE SAÚDE QUE LIMITA NO TEMPO A
INTERNAÇÃO HOSPITALAR DO SEGURADO.
É POSSÍVEL A EXCLUSÃO DE ALGUMAS MOLÉSTIAS, CONTANTO QUE SEJA EM DATA POSTERIOR À
VIGÊNCIA DA LEI 9.656/98 OU QUE A MOLÉSTIA SEJA PREEXISTENTE À CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE
SEGURO DE SAÚDE.
A CLÁUSULA É ABUSIVA QUANDO A RECUSA DO TRATAMENTO SE REFERE À MOLÉSTIA GRAVE OU
QUE IMPLIQUE RISCO DE MORTE.
O PLANO DE SAÚDE PODE ESTABELECER AS DOENÇAS QUE TERÃO COBERTURA, MAS NÃO O TIPO DE
TRATAMENTO UTILIZADO PARA A CURA DE CADA UMA DELAS.
É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE SEGURO DE SAÚDE QUE ESTABELECE LIMITAÇÃO DE VALOR
PARA O CUSTEIO DE DESPESAS COM TRATAMENTO CLÍNICO, CIRÚRGICO E DE INTERNAÇÃO
HOSPITALAR.
É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL QUE EXCLUI DE COBERTURA A COLOCAÇÃO DE “STENT”,
QUANDO ESTE É NECESSÁRIO AO BOM ÊXITO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO COBERTO PELO PLANO
DE SAÚDE.
* Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos
serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada abusiva se
ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação. STJ. 2ª Seção. Aprovada
em 08/10/2017
* O beneficiário de plano de saúde coletivo por adesão possui legitimidade ativa para se insurgir
contra rescisão contratual unilateral realizada pela operadora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.705.311-SP, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/11/2017 (Info 615)

* Súmula 608-STJ: APLICA-SE o CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR aos contratos de PLANO DE


SAÚDE, SALVO os administrados por entidades de AUTOGESTÃO;

*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: A operadora de plano de saúde não pode negar o


fornecimento de tratamento prescrito pelo médico sob o pretexto de que a sua utilização em favor do
paciente está fora das indicações descritas na bula/manual registrado na ANVISA (uso off-label). STJ. 3ª
Turma. REsp 1.721.705-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/08/2018 (Info 632).

*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: Nos planos de saúde coletivos custeados exclusivamente


pelo empregador não há direito de permanência do ex-empregado aposentado ou demitido sem justa
causa como beneficiário, salvo disposição contrária expressa prevista em contrato ou em
acordo/convenção coletiva de trabalho, não caracterizando contribuição o pagamento apenas de
coparticipação, tampouco se enquadrando como salário indireto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.594.346-SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/8/2016 (Info 588). STJ. 2ª Seção. REsp 1.680.318-SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/08/2018 (recurso repetitivo) (Info 632).

*#DEOLHONAJURIS DIZERODIREITO #STJ: As operadoras de planos de saúde não estão obrigadas a


fornecer medicamento não registrado pela ANVISA. STJ. 2ª Seção. REsp 1.712.163-SP, Rel. Min. Moura
Ribeiro, julgado em 08/11/2018 (recurso repetitivo) (Info 638). #IMPORTANTE
*Não se aplica o CDC às relações entre as operadoras de planos de saúde constituídas sob a modalidade
de autogestão e seus filiados. Assim, os planos de saúde de autogestão podem ser considerados como
uma exceção à Súmula 469 do STJ: "Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano
de saúde." A operadora de plano privado de assistência à saúde na modalidade de autogestão é pessoa
jurídica de direito privado sem finalidades lucrativas que, vinculada ou não à entidade pública ou
privada, opera plano de assistência à saúde com exclusividade para um público determinado de
beneficiários. A constituição dos planos sob a modalidade de autogestão diferencia, sensivelmente,
essas pessoas jurídicas quanto à administração, forma de associação, obtenção e repartição de receitas,
dos contratos firmados com empresas que exploram essa atividade no mercado e visam ao lucro. Em
razão disso, não se aplica o CDC ao contrato de plano de saúde administrado por entidade de
autogestão, por inexistência de relação de consumo. STJ. 2ª Seção. REsp 1.285.483-PB, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 22/6/2016 (Info 588).

*#OUSESABER: A jurisprudência é pacífica, inclusive no STJ, no sentido de que o CDC não incide nos
contratos de locação de imóvel por não se tratar de relação de consumo e nem prestação de serviço,
caracterizando-se, objetivamente, como uma cessão de uso remunerado. Todavia, no âmbito
doutrinário, cumpre destacar as ilações da doutrinadora Cláudia Lima Marques no sentido da
possibilidade de subsunção do CDC para as hipóteses em que o locador é um profissional na atividade
locatícia, sendo viável juridicamente qualificá-lo como prestador de serviços de moradia.

*Em 1999, João aposentou-se pelo INSS. Em 2000, voltou a trabalhar para uma empresa e passou a
usufruir do plano de saúde coletivo empresarial no qual a empregadora pagava metade e ele a outra
metade das mensalidades. Em 2009, João foi demitido sem justa causa, mas continuou no plano,
assumindo o pagamento integral das mensalidades. Em 2015, João faleceu e Maria continuou no plano,
não mais na condição de dependente, mas sim na de beneficiária principal. Em 2017, contudo, o plano
enviou uma carta para Maria comunicando que havia cessado a sua condição de segurada no plano de
saúde coletivo. O argumento utilizado pelo plano de saúde para cessar a condição de segurada de Maria
foi o de que a sua situação se enquadrava no art. 30 da Lei nº 9.656/98. Maria não concordou e afirmou
que, quando João faleceu, ele estava aposentado, de forma que deveria incidir a regra do art. 31 da Lei
nº 9.656/98. A manutenção de Maria no plano ocorreu com base no art. 30 ou no art. 31 da Lei nº
9.656/98? Aplica-se o disposto no art. 31 da Lei nº 9.656/98 ao aposentado – e ao grupo familiar
inscrito, na hipótese de seu falecimento – que é contratado por empresa e, posteriormente, demitido
sem justa causa. No caso concreto, Maria terá direito de continuar no plano por tempo indeterminado
(regra do caput do art. 31) ou por prazo determinado (regra do § 1º do art. 31)? Por prazo determinado.
A lei somente assegura ao aposentado a sua manutenção como beneficiário, sem qualquer restrição
temporal, quando houver contribuído para os planos de assistência à saúde pelo prazo mínimo de 10
anos (regra do caput do art. 31). A vigência do contrato de seguro saúde iniciou-se em 2000, quando
João foi contratado pela empresa X. Em 2009 João foi demitido sem justa causa e continuou como
beneficiário do plano de saúde, assumindo o ônus integral do pagamento das mensalidades, o que fez
até a data de seu óbito, em 2015. Desta feita, tem-se que o tempo de filiação original ao plano foi de 9
anos (2000 a 2009), mostrando-se, impossível, portanto, a aplicação do art. 31, caput, da Lei, que exige
tempo de contribuição mínimo de 10 anos. Maria alegou que, com a morte de João, ela o teria sucedido
no plano de saúde, devendo, portanto, somar o tempo que João contribuiu (9 anos) com o tempo que
ela também pagou o plano (2 anos, ou seja, de 2015 a 2017). Logo, somando esses dois períodos,
haveria mais que 10 anos de contribuição ao plano. Essa tese foi aceita pelo STJ? NÃO. O art. 31 da Lei
expressamente exige que o APOSENTADO tenha contribuído por prazo mínimo de 10 anos, não
prevendo a possibilidade de haver a soma do período de contribuição do aposentado com seus
eventuais sucessores. João contribuiu por 9 anos para o plano coletivo de assistência à saúde. Logo, a
manutenção do contrato em favor de Maria deve se dar por 9 anos. O termo inicial para a contagem
desses 9 anos de manutenção do contrato não pode ser considerado a data do óbito de João (2015) mas
sim a data em que ocorreu a cessação do vínculo empregatício (2009), considerando que foi neste
momento que nasceu o direito à manutenção do titular, bem como de sua dependente no plano de
saúde. STJ. 3ª Turma. REsp 1.371.271-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/2/2017 (Info 597).

*É indevido cobrar reajuste de ex-empregado demitido sem justa causa que opta por permanecer
vinculado ao plano de saúde em que se encontrava antes da demissão, na condição de beneficiário, pelo
prazo que lhe assegura o art. 30, § 1º, da Lei nº 9.656/98, nas mesmas condições de cobertura
assistencial e mediante o pagamento integral das mensalidades, só lhe podendo ser atribuído algum
aumento que também tenha sido estipulado aos empregados em atividade. Em 2011, a ANS editou a
Resolução ANS 279/2011, prevendo que "a manutenção da condição de beneficiário no mesmo plano
privado de assistência à saúde em que se encontrava quando da demissão ou exoneração sem justa
causa ou aposentadoria observará as mesmas condições de reajuste, preço, faixa etária e fator
moderador existentes durante a vigência do contrato de trabalho" (art. 16). Vale ressaltar, no entanto,
que, mesmo antes da Resolução ANS 279/2011, os empregados demitidos sem justa causa já possuíam
esse direito de permanecerem pagando o mesmo valor. Isso porque esse direito decorre diretamente do
art. 30 da Lei nº 9.656/98 (e não da Resolução, que só veio confirmar essa conclusão). STJ. 3ª Turma.
REsp 1.539.815-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/2/2017 (Info 599)

* Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), como condição
de deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de plano de saúde,
bem como para o pagamento de honorários médicos. A exigência de menção da CID nas requisições de
exames e demais serviços de saúde decorre do fato de que as operadoras de planos de saúde estão
obrigadas a prestar apenas os serviços previstos no contrato. Logo, é importante essa informação para
que os pagamentos e as requisições de exames não se voltem para tratamentos que ultrapassem as
obrigações contratuais do plano de saúde. STJ. 3ª Turma. REsp 1.509.055-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 22/8/2017 (Info 610).

* É abusiva a cláusula contratual ou o ato da operadora de plano de saúde que limite ou interrompa o
tratamento psicoterápico oferecido ao usuário sob o argumento de que já se esgotou o número máximo
de sessões anuais asseguradas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS. Depois que
terminarem as sessões obrigatórias que o plano tem o dever de custear integralmente, deverão
continuar sendo oferecidas as sessões necessárias para o tratamento, no entanto, a partir daí, o custo
delas será dividido, em regime de coparticipação, entre o plano de saúde e o usuário. Ex: o médico
solicitou para João 40 sessões de psicoterapia. Contudo, a ANS prevê que os planos de saúde são
obrigados a custear apenas 18; para o STJ, isso significa que essas 18 o plano irá pagar sozinho e as 22 a
mais deverão ser custeadas, de forma dividida, entre o plano e o usuário (João). STJ. 3ª Turma. REsp
1.679.190-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/09/2017 (Info 612).

* É constitucional lei estadual que obrigue os planos de saúde a fornecerem aos consumidores
informações e documentos justificando as razões pelas quais houve recusa de algum procedimento,
tratamento ou internação. O Mato Grosso do Sul editou uma lei estadual prevendo que, se o plano de
saúde recusar algum procedimento, tratamento ou internação, ele deverá fornecer, por escrito, ao
usuário, um comprovante fundamentado expondo as razões da negativa. O STF entendeu que essa
norma não viola competência privativa da União, considerando que ela trata sobre proteção ao
consumidor, matéria inserida na competência concorrente (art. 24, V, da CF/88). STF. Plenário. ADI
4512/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/2/2018 (Info 890)

* A Lei nº 9.656/98, que disciplina os planos e seguros privados de assistência à saúde, é constitucional.
Este diploma, contudo, não pode ser aplicado para contratos celebrados antes de sua vigência. Assim,
são inconstitucionais os dispositivos da Lei nº 9.656/98 que determinavam a sua aplicação para
contratos celebrados antes da sua edição. STF. Plenário. ADI 1931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 7/2/2018 (Info 890).

- Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, o Poder Público manterá assistência
jurídica integral e gratuita para o consumidor carente.

MODIFICAÇÃO REVISÃO
PRESTAÇÕES DESPROPORCIONAIS FATOS SUPERVENIENTES EXCESSIVAMENTE ONEROSOS.
(não há o elemento subjetivo do CC TEORIA DA BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO
"necessidade" ou "inexperiência"). (não exige a imprevisibilidade do fato superveniente nem
extrema vantagem para o credor).

- Restitutio in integrum o consumidor deve ser ressarcido integralmente.


- Dano moral in re ipsa provada a ofensa, o dano moral presume-se. Responsabilidade do agente por
força do simples fato da violação. Em regra, o simples inadimplemento contratual não gera dano moral,
salvo quando ocasionar transtornos consideráveis, com repercussão na esfera íntima da vítima (dor,
vexame, sofrimento, humilhação que, de forma anormal, interfira no comportamento psicológico do
indivíduo).

Importante!!! Não configura dano moral in re ipsa a simples remessa de fatura de cartão de crédito para a
residência do consumidor com cobrança indevida. Para configurar a existência do dano extrapatrimonial, é
necessário que se demonstre que a operadora de cartão de crédito, além de ter incluído a cobrança na fatura,
praticou outras condutas que configurem dano moral, como por exemplo: a) reiteração da cobrança indevida
mesmo após o consumidor ter reclamado; b) inscrição do cliente em cadastro de inadimplentes; c) protesto da
dívida; d) publicidade negativa do nome do suposto devedor; ou e) cobrança que exponha o consumidor, o
submeta à ameaça, coação ou constrangimento. STJ. 4ª Turma. REsp 1.550.509-RJ, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 3/3/2016 (Info 579).
- Esse entendimento é mais compatível com a dinâmica atual das formas de pagamento por meio de cartões e
internet, os quais facilitam a circulação de bens, mas, por outro lado, ensejam fraudes, as quais, quando
ocorrem, devem ser coibidas, propiciando-se o ressarcimento do lesado na exata medida do prejuízo. A
banalização do dano moral, em caso de mera cobrança indevida, sem repercussão em direito da
personalidade, aumentaria o custo da atividade econômica, o qual oneraria, em última análise, o próprio
consumidor.

SÚMULAS DO STJ
420INCABÍVEL, EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA, DISCUTIR O VALOR DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS.
402O CONTRATO DE SEGURO POR DANOS PESSOAIS COMPREENDE DANOS MORAIS, SALVO
CLÁUSULA EXPRESSA DE EXCLUSÃO.
388A SIMPLES DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE CHEQUE CARACTERIZA DANO MORAL.
387É LÍCITA A CUMULAÇÃO DAS INDENIZAÇÕES DE DANO ESTÉTICO E DANO MORAL.
385DA ANOTAÇÃO IRREGULAR EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, NÃO CABE
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, QUANDO PREEXISTENTE LEGÍTIMA INSCRIÇÃO, RESSALVADO O
DIREITO AO CANCELAMENTO.
370CARACTERIZA DANO MORAL A APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE PRÉ-DATADO.
362A CORREÇÃO MONETÁRIA DO VALOR DA INDENIZAÇÃO DO DANO MORAL INCIDE DESDE A
DATA DO ARBITRAMENTO.
326NA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, A CONDENAÇÃO EM MONTANTE INFERIOR AO
POSTULADO NA INICIAL NÃO IMPLICA SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
281A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL NÃO ESTÁ SUJEITA À TARIFAÇÃO PREVISTA NA LEI DE
IMPRENSA.
227A PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER DANO MORAL.
37SÃO CUMULÁVEIS AS INDENIZAÇÕES POR DANO MATERIAL E DANO MORAL ORIUNDOS DO
MESMO FATO.
532  Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa
solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa
administrativa.

#NOVIDADE #SÚMULA #DEFENSORIA #MAGISTRATURA


Súmula 563-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência
complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas3.

O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação jurídica entre participantes ou assistidos de
plano de benefício e entidade de previdência complementar fechada, mesmo em situações que não
sejam regulamentadas pela legislação especial. A súmula 321 do STJ só vale para entidades ABERTAS de
previdência privada. Para entidades fechadas não se aplica o CDC. Súmula 321-STJ: O Código de Defesa
do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus
participantes. STJ. 2ª Seção. REsp 1.536.786-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/8/2015
(Info 571)

O STJ cancelou a Súmula 321, que possuía a seguinte redaçã: Súmula 321-STJ: O Código de Defesa do
Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.
Obs: O entendimento da Súmula 321 foi substituído pelo enunciado 563.

- O dano moral coletivo (não é pacífico) prescinde da prova da dor, sentimento ou abalo psicológico
sofridos pelos indivíduos. Como transindividual, manifesta-se no prejuízo à imagem e moral coletivas e
sua averiguação deve pautar-se nas características próprias as interesses difusos e coletivos. Ex.: banco
paga dano moral coletivo por manter caixa preferencial em 2º andar de agência.

3
*Tal temática foi objeto de questionado na prova da DPE-BA, realizada pela FCC, em 2016, e foi
considerada correta a seguinte alternativa: “aplica-se o CDC às entidades abertas de previdência
complementar e aos serviços remunerados prestados uti singuli, mas não se aplica às entidades
fechadas de previdência complementar e nem aos serviços públicos uti universi.”
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular
em juízo a defesa de direitos transindividuais de consumidores que celebram contratos de compra e
venda de imóveis com cláusulas pretensamente abusivas. STJ. Corte Especial. EREsp 1.378.938-SP, Rel.
Min. Benedito Gonçalves, julgado em 20/06/2018 (Info 629).

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


OPE JUDICIS OPE LEGIS
VEROSSIMILHANÇA ou - Arts. 12, §3º, e 14, §3º O FORNECEDOR DEVE PROVAR AS
HIPOSSUFICIÊNCIA EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE NO FATO DO PRODUTO E DO
(* art. 6º, VIII) SERVIÇO.
- Art. 38 QUEM PATROCINA A PUBLICIDADE DEVE PROVAR A
VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES VEICULADAS.

- TODO CONSUMIDOR É VULNERÁVEL, MAS NEM TODO CONSUMIDOR É HIPOSSUFICIENTE.

VULNERABILIDADE HIPOSSUFICIÊNCIA (inversão do ônus da prova)


Conceito de direito material. Conceito de direito processual.
PRESUNÇÃO ABSOLUTA: o consumidor é a parte PRESUNÇÃO RELATIVA: precisa ser comprovada no
vulnerável na relação de consumo. caso concreto diante do juiz.

- A inversão do ônus da prova é REGRA DE INSTRUÇÃO: a decisão que determina a inversão do ônus da
prova deve ser proferida na FASE DE SANEAMENTO ou, pelo menos, assegurar à parte a quem não
incumbia inicialmente o encargo a reabertura de oportunidade para manifestar-se nos autos.
- É nula a cláusula de eleição de foro inserida em contrato de adesão quando gerar maior ônus para a
parte hipossuficiente defender-se ou invocar a jurisdição, propondo a ação de consumo em local
distante daquele em que reside (STJ).
- Responsabilidade SOLIDÁRIA: o consumidor pode intentar a ação contra todos na cadeia de
responsabilidade (todos que foram responsáveis por colocar o produto no mercado). Exceção:
responsabilidade exclusiva do fornecedor imediato ou comerciante que fizer a pesagem ou a medição
do produto e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
- Não cabe denunciação da lide (procrastinação do feito). Só cabe CHAMAMENTO AO PROCESSO DO
SEGURADOR.
- Responsabilidade solidária das operadoras de saúde por erro médico: se a escolha do profissional ou
hospital é do consumidor (com reembolso), não há responsabilidade da operadora (seguro-saúde).
Contudo, se o profissional ou hospital é credenciado do plano, há responsabilidade solidária (o hospital,
o médico e a operadora do plano de saúde).
- Importante!!! A franqueadora pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos causados pela
franqueada aos consumidores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.426.578-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 23/6/2015 (Info 569). A franquia, aos olhos do consumidor, consiste em uma mera
intermediação ou revenda de bens ou serviços do franqueador, que é fornecedor no mercado de
consumo, ainda que de bens imateriais. Os arts. 14 e 18 do CDC, ao falarem em fornecedores, preveem
a responsabilização solidária de todos aqueles que participarem da introdução do produto ou serviço no
mercado, inclusive daqueles que apenas organizem a cadeia de fornecimento pelos eventuais defeitos
ou vícios apresentados. Cabe às franqueadoras a organização da cadeia de franqueados do serviço,
atraindo para si a responsabilidade solidária pelos danos decorrentes da inadequação dos serviços
prestados em razão da franquia.
- Os produtos e serviços oferecidos não poderão acarretar riscos à saúde e à segurança dos
consumidores, salvo aqueles que, pela sua própria natureza, apresentam em si um RISCO INERENTE
(riscos “normais e previsíveis”).
- Em qualquer hipótese, o consumidor tem direito à informação.

* O fornecedor de alimentos deve complementar a informação-conteúdo "contém glúten" com a


informação-advertência de que o glúten é prejudicial à saúde dos consumidores com doença celíaca.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.515.895-MS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/09/2017 (Info
612).

- A periculosidade pode ser INERENTE (insegurança normal e previsível), ADQUIRIDA (defeito de


fabricação, de concepção ou por insuficiência de informação) ou EXAGERADA (não compensam os
benefícios, de forma que não podem ser colocados no mercado).
- Princípio da prevençãoo fornecedor conhece a periculosidade do produto, devendo tomar todas as
medidas para que não ocorram danos à saúde e à segurança.
- Princípio da precauçãose o fornecedor não comprovar que o produto ou serviço não oferece riscos,
não deve introduzi-los no mercado.
- Quando se descobre que o produto foi posto no mercado com algum defeito de fabricação, o
fornecedor deve comunicar os consumidores, chamando de volta os produtos imprestáveis (recall), mas
isso não o isenta da obrigação de indenizar.

*#JURISEMTESES #STJ #EDIÇÃO95:


- A embriaguez do segurado, por si só, não exime o segurador do pagamento de indenização prevista em
contrato de seguro de vida, sendo necessária a prova de que o agravamento de risco dela decorrente
influiu decisivamente na ocorrência do sinistro.

*#STJ: Súmula 620 - A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização
prevista em contrato de seguro de vida.

- A ausência de habilitação para dirigir caracteriza-se como mera infração administrativa, não
configurando, por si só, o agravamento intencional do risco por parte do segurado, apto a afastar a
obrigação de indenizar da seguradora.
- A oferta de seguro de vida por companhia seguradora vinculada à instituição financeira, dentro de
agência bancária, implica responsabilidade solidária da empresa de seguros e do banco perante o
consumidor.
- É possível, excepcionalmente, atribuir ao estipulante a responsabilidade pelo pagamento da
indenização securitária, como nas hipóteses de mau cumprimento de suas obrigações contratuais ou de
criação nos segurados de legítima expectativa de ser ele o responsável por esse pagamento.
- É devida a indenização do seguro de vida aos beneficiários do policial (militar, civil ou federal) que
falece, dentro ou fora do horário ou do local de serviço, desde que no estrito cumprimento de suas
obrigações legais.
- O simples atraso no pagamento das prestações do contrato de seguro de vida não determina a
suspensão ou a resolução automática da cobertura, exigindo-se a prévia constituição do segurado em
mora pela seguradora, mediante notificação ou interpelação, mostrando-se indevida a negativa de
pagamento da indenização correspondente.
- O suicídio cometido nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida é risco não
coberto, ressalvado o direito do beneficiário ao ressarcimento do montante da reserva técnica já
formada.
- É desnecessário o prévio requerimento administrativo para liquidação de sinistro no contrato de
seguro de vida.

RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

FATO (ACIDENTE DE CONSUMO) VÍCIO


A utilização do produto ou serviço pode gerar Os produtos ou serviços não correspondem às
acidentes de consumo. expectativas geradas pelo consumidor.
O prejuízo é extrínseco: não há uma limitação da O prejuízo é intrínseco: o bem só está em
inadequação do produto em si, mas uma desconformidade com o fim a que se destina.
inadequação que gera danos além do produto.
Ex.: curto-circuito no aparelho de som, que pega Ex.: a caixa de um aparelho de som não funciona.
fogo.
Garantia da incolumidade físico-psíquica do Garantia da incolumidade econômica do
consumidor, protegendo sua SAÚDE E SEGURANÇA. consumidor.
O produto tem um DEFEITO, que é um vício O produto tem um VÍCIO que o torna
acrescido de um problema extra: gera um dano ao inadequado.
consumidor.
PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA.
NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE RESPONSABILIDADE
COMERCIANTE É DIFERENCIADA(art. 13). SOLIDÁRIA (o art. 14 fala em “fornecedores”).
NO FATO DO SERVIÇO, A RESPONSABILIDADE DOS A responsabilidade é objetiva, não havendo
PROFISSIONAIS LIBERAIS É SUBJETIVA. diferenciação.

* A comprovação de graves lesões decorrentes da abertura de air bag em acidente automobilístico em


baixíssima velocidade, que extrapolam as expectativas que razoavelmente se espera do mecanismo de
segurança, ainda que de periculosidade inerente, configura a responsabilidade objetiva da montadora
de veículos pela reparação dos danos ao consumidor. STJ. 3ª Turma. REsp 1.656.614-SC, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 23/5/2017 (Info 605).

*Determinada loja adota a seguinte prática: se o produto vendido apresentar algum vício
(popularmente conhecido como "defeito"), o consumidor poderá solicitar a troca da mercadoria na
própria loja, desde que faça isso no prazo de 3 dias corridos, contados da data da emissão da nota fiscal.
Por outro lado, se o consumidor detectar o vício somente após esse prazo, ele deverá procurar a
assistência técnica credenciada e lá irão verificar a existência do vício e a possibilidade de ele ser
reparado ("consertado"). Essa prática é válida? Sim. É legal a conduta de fornecedor que concede
apenas 3 (três) dias para troca de produtos defeituosos, a contar da emissão da nota fiscal, e impõe ao
consumidor, após tal prazo, a procura de assistência técnica credenciada pelo fabricante para que
realize a análise quanto à existência do vício. A loja conferiu um "plus", ou seja, uma providência extra
que não é prevista no CDC, não sendo, contudo, vedada porque favorece o consumidor. Vale ressaltar
que a política de troca da loja (direito de troca direta do produto em 3 dias) não exclui a possibilidade de
o consumidor realizar a troca, na forma do art. 18, § 1º, I, do CDC, caso o vício não seja sanado no prazo
de 30 dias. Em outras palavras, a loja concede uma opção extra, além daquelas já previstas no art. 18, §
1º. STJ. 3ª Turma. REsp 1.459.555-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/2/2017 (Info
598).

*Para a responsabilização do fornecedor por acidente do produto não basta ficar evidenciado que os
danos foram causados pelo medicamento. O defeito do produto deve apresentar-se, concretamente,
como sendo o causador do dano experimentado pelo consumidor. Em se tratando de produto de
periculosidade inerente (medicamento com contraindicações), cujos riscos são normais à sua natureza e
previsíveis, eventual dano por ele causado ao consumidor não enseja a responsabilização do fornecedor.
Isso porque, neste caso, não se pode dizer que o produto é defeituoso. STJ. 3ª Turma. REsp 1.599.405-
SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 4/4/2017 (Info 603)

*O fornecimento de bem durável ao seu destinatário final, por removê-lo do mercado de consumo, põe
termo à cadeia de seus fornecedores originais. A posterior revenda desse mesmo bem por seu
adquirente constitui nova relação jurídica obrigacional com o eventual comprador. Assim, os eventuais
prejuízos decorrentes dessa segunda relação não podem ser cobrados do fornecedor original. Não se
pode estender ao integrante daquela primeira cadeia de fornecimento a responsabilidade solidária de
que trata o art. 18 do CDC por eventuais vícios que o adquirente da segunda relação jurídica venha a
detectar no produto. Ex: a empresa “Via Autos” alienou um carro para João que, depois de dois anos
utilizando o veículo, vendeu o automóvel para Pedro. Em seguida, Pedro percebeu que o hodômetro do
carro havia sido adulterado para reduzir a quilometragem. Pedro não poderá exigir a responsabilização
da “Via Autos” pelo vício do produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.800-PE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 2/5/2017 (Info 603).

* #POLÊMICA: Para ocorrer a indenização por danos morais em função do encontro de corpo estranho
em alimento industrializado, é necessária a sua ingestão? A jurisprudência é dividida sobre o tema: •
Ausente a ingestão do produto considerado impróprio para o consumo em virtude da presença de corpo
estranho, não se configura o dano moral indenizável. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp
489.030/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/04/2015. • A aquisição de produto de gênero
alimentício contendo em seu interior corpo estranho, expondo o consumidor à risco concreto de lesão à
sua saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão de seu conteúdo, dá direito à compensação por
dano moral, dada a ofensa ao direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da
dignidade da pessoa humana. O simples ato de “levar à boca” o alimento industrializado com corpo
estranho gera dano moral in re ipsa, independentemente de sua ingestão. Nesse sentido: STJ. 3ª Turma.
REsp 1.644.405-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/11/2017 (Info 616). STJ. 3ª Turma. REsp
1.644.405-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/11/2017 (Info 616). #AJUDAMARCINHO: Ao
observar o inteiro teor dos julgados e os casos examinados, percebe-se a seguinte distinção: • Se o
consumidor encontra o corpo estranho sem ter comido nada do produto: não cabe danos morais. • Se o
consumidor encontra o corpo estranho após ter comido parte do produto: cabe danos morais, mesmo
que ele não tenha ingerido o corpo estranho. Vale ressaltar, contudo, que essa diferenciação não consta
de forma expressa nos julgados. Trata-se de uma constatação pessoal, razão pela qual deve-se ter
cautela em afirmar isso nos concursos públicos. Para fins de prova, é importante ficar com a redação
literal das ementas, conforme exposto acima.
* A parte celebrou contrato de mútuo com a instituição financeira e deu uma joia em penhor como
garantia do débito. Ocorre que a joia foi furtada de dentro do banco. Diante disso, o devedor (mutuário)
terá que pleitear indenização pelos prejuízos sofridos com o furto, sendo de 5 anos o prazo prescricional
para essa ação de ressarcimento. O furto das joias, objeto do penhor, constitui falha do serviço prestado
pela instituição financeira, devendo incidir o prazo prescricional de 5 anos para a ação de indenização,
conforme previsto no art. 27 do CDC. STJ. 4ª Turma. REsp 1.369.579-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 24/10/2017 (Info 616)

RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO


Art. 12: o fabricante, o produtor, o construtor, Art. 14: o fornecedor de serviços responde,
nacional ou estrangeiro, e o importador independentemente da existência de culpa, pela
respondem, independentemente da existência de reparação dos danos causados aos consumidores
culpa, pela reparação dos danos causados aos por defeitos relativos à prestação dos serviços,
consumidores por defeitos decorrentes de bem como por infomações insuficientes ou
projeto, fabricação, construção, montagem, inadequadas sobre sua fruição e riscos.
fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua utilização e riscos.
§1º o produto é defeituoso quando não oferece a §1º o serviço é defeituoso quando não fornece a
segurança que dele legitimamente se espera, segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais: relevantes, entre as quais:
I – sua apresentação; I – o modo de seu fornecimento;
II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele
esperam; se esperam;
III – a época em que foi colocado em circulação. III – a época em que foi fornecido.
§2º o produto não é considerado defeituoso pelo §2º o serviço não é considerado defeituoso pela
fato de outro de melhor qualidade ter sido adoção de novas técnicas.
colocado no mercado.
§3º o fabricante, o construtor, o produtor ou §3º o fornecedor de serviços só não será
importador só não será responsabilizado quando responsabilizado quando provar:
provar: I – que, tendo prestado o serviço, o defeito
I – que não colocou o produto no mercado; inexiste;
II – que, embora haja colocado o produto no II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
mercado, o defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de
terceiro.
§4º a responsabilidade pessoal dos profissionais
liberais será apurada mediante a verificação de
culpa.
Art. 13: O comerciante é igualmente responsável,
nos termos do artigo anterior, quando:
I – O fabricante, o construtor, o produtor ou o
importador não puderem ser identificados;
II – O produto for fornecido sem identificação
clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador;
III – Não conservar adequadamente os produtos
perecíveis.
Parágrafo único: Aquele que efetivar o pagamento
ao prejudicado poderá exercer o direito de
regresso contra os demais responsáveis, segundo
sua participação na causação do evento danoso.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A concessionária de transporte ferroviário pode responder


por dano moral sofrido por passageira, vítima de assédio sexual, praticado por outro usuário no interior
do trem. STJ. 1ª Turma. REsp 1.662.551-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 628).

*#STJ #DEOLHONAJURISPRUDENCIA #DIZERODIREITO: A Bancorbrás é parte legítima para figurar no


polo passivo de ação indenizatória de dano moral decorrente de defeito do serviço prestado por hotel
integrante de sua rede conveniada. STJ. 4ª Turma. REsp 1.378.284-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 08/02/2018 (Info 620).

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: A alteração substancial e unilateral do contrato firmado de


transporte aéreo para terrestre impede a utilização da excludente de fortuito externo para eximir a
empresa de transporte aéreo da responsabilidade civil por danos causados por roubo ao ônibus. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.728.068-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 05/06/2018 (Info 627).

- NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE É DIFERENCIADA (art. 13). Já no


FATO DO SERVIÇO, não há essa distinção, pois o art. 14 fala em “FORNECEDOR”.

- No fato do SERVIÇO há responsabilidade diferenciada para o PROFISSIONAL LIBERAL (subjetiva),


enquanto que no fato do produto não há essa diferenciação.

FORNECEDOR REAL FORNECEDOR APARENTE FORNECEDOR PRESUMIDO


- FABRICANTE - DETENTOR DO NOME, MARCA - IMPORTADOR
- PRODUTOR OU SIGNO APOSTO NO - COMERCIANTE DE PRODUTO
- CONSTRUTOR PRODUTO FINAL ANÔNIMO

O consumidor prova... O fornecedor prova... (EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE)


DANO (ACIDENTE DE - O PRODUTO NÃO FOI COLOCADO NO MERCADO
CONSUMO) - NÃO HÁ DEFEITO
+ - CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU TERCEIRO
NEXO CAUSAL Atenção: É ÔNUS DO FORNECEDOR PROVAR AS EXCLUDENTES
(INVERSÃO OPE LEGIS).

- Embora não mencionadas no CDC, o STJ tem admitido a CULPA CONCORRENTE para reduzir a
indenização e o CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR para excluir a responsabilidade.
FORTUITO INTERNO FORTUITO EXTERNO
É fato imprevisível e inevitável, que se liga à É fato imprevisível e inevitável, mas estranho à
organização da empresa, relacionando-se com os organização do negócio, não guardando
RISCOS DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA PELO NENHUMA LIGAÇÃO COM A ATIVIDADE DO
FORNECEDOR. NÃO EXCLUI A RESPONSABILIDADE! FORNECEDOR. EXCLUI A RESPONSABILIDADE!

- Súmula 187 do STJ: a responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com passageiro,
não é elidida por culpa de terceiro contra o qual tem ação regressiva. Fortuito interno. Ainda que o
acidente seja causado por terceiro ou em decorrência de má conservação das estradas, há
responsabilidade do transportador, por guardar conexão com a atividade de transporte. É uma
obrigação de resultado (o transportador assume a obrigação de levar o passageiro com segurança ao
destino contratado).
- Súmula 479 do STJ: as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados no âmbito de operações bancárias. Fortuito
interno.
- Exemplos de fortuitos externos nos transportes: roubo de mercadoria transportada, explosão de
bomba em estação ferroviária, bala perdida, arremesso de pedra que atinge passageiro, assalto em
posto. Quanto a este último, o dever de segurança de posto de combustível frente aos seus
consumidores diz respeito à qualidade do produto, ao correto abastecimento e à adequação das
instalações. O assalto configura fortuito externo (exclusão da responsabilidade objetiva). A prevenção
de delitos é, em última análise, da autoridade pública competente. É dever do Estado, a proteção da
sociedade (art. 144 da CF).

- Teoria do risco de desenvolvimento é o risco que não pode ser identificado quando da colocação do
produto no mercado, mas em função de avanços científicos e técnicos, é descoberto posteriormente,
geralmente depois de algum tempo de uso do produto. Prevalece que NÃO EXCLUI A
RESPONSABILIDADE, porque o fornecedor é sempre responsável pelos efeitos nefastos de seu produto,
ainda que este apresente inteira conformidade com as exigências da tecnologia e da ciência da época da
fabricação.

- Teoria da perda de uma chance é a possibilidade de se responsabilizar o autor do dano decorrente


da perda de uma oportunidade de obter uma vantagem ou de evitar um prejuízo. Exige-se o DANO
REAL, ATUAL E CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não de mera possibilidade. Ocorre a
perda da possibilidade de se buscar posição mais vantajosa que muito provavelmente se alcançaria,
não fosse o ato ilícito praticado. Ex.: candidato a Vereador que deixa de ser eleito por reduzida
diferença de 8 votos após atingido por notícia falsa publicada por jornal. Para se responsabilizar
advogados por condutas negligentes, deve-se analisar as REAIS POSSIBILIDADES DE ÊXITO DO
PROCESSO. Não é o só fato de o advogado ter perdido o prazo para a contestação ou para a
interposição de recursos, que enseja sua automática responsabilização.
- Não se paga como indenização o valor do resultado final que poderia ter sido obtido, mas sim uma
quantia a ser arbitrada pelo juiz, levando em consideração o caso concreto.
- A aplicação da teoria da perda de uma chance no caso de erro médico possui algumas diferenças da
aplicação tradicional às demais hipóteses:

TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE POR ERRO MÉDICO
CLÁSSICA
Ocorre quando o agente frustrou a Ocorre quando o médico, por conta de um erro, fez com
oportunidade da pessoa de auferir uma que a pessoa não tivesse um tratamento de saúde
vantagem. adequado que poderia tê-la curado e evitado a sua morte.
Há sempre certeza quanto à autoria do Aqui, a extensão do dano já está definida (a pessoa
fato que frustrou a oportunidade. Existe morreu), e o que resta saber é se esse dano teve como
incerteza quanto à existência/extensão concausa a conduta do réu.
dos danos.

- NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE É DIFERENCIADA.

RESPONSABILIDADE DO - CONSERVAÇÃO INADEQUADA DE PRODUTOS PERECÍVEIS


COMERCIANTE - FABRICANTE, PRODUTOR, CONSTRUTOR E IMPORTADOR ANÔNIMOS

- A responsabilidade do comerciante é subsidiária ou solidária? Na subsidiária, haveria a obrigação de


executar antes os obrigados principais, o que não ocorre. Se acontecer quaisquer das hipóteses acima, a
responsabilidade será direta do comerciante, seja porque no não conservou adequadamente os
produtos perecíveis (exclusiva), seja porque o fornecedor é anônimo. Na solidária, o consumidor poderia
demandar tanto o comerciante como os outros fornecedores, o que também não se verifica: se o
fornecedor for identificado, a demanda será necessariamente contra eles. Na hipótese da conservação
inadequada, a responsabilidade é exclusiva.

- A possibilidade de DIREITO DE REGRESSO abrange os ACIDENTE DE CONSUMO (FATO DO PRODUTO E


DO SERVIÇO). Lembrar que é vedada a denunciação da lide.

- NO FATO DO SERVIÇO, A RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS É SUBJETIVA.

OBRIGAÇÃO DE O profissional se obriga a empenhar todos os esforços possíveis para a prestação


MEIO de determinados serviços, não existindo compromisso com a obtenção de um
resultado específico.
Responsabilidade SUBJETIVA PURA.
OBRIGAÇÃO DE O profissional garante a consecução de um resultado final específico. Ex.: na
RESULTADO cirurgia estética, o cirurgião se compromete a alcançar um resultado específico
(STJ).
Responsabilidade SUBJETIVA COM CULPA PRESUMIDA (INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA EM DESFAVOR DO PROFISSIONAL LIBERAL).
Ex.: basta à vítima demonstrar o dano para que a culpa se presuma. O cirurgião
que deverá provar que não agiu com culpa e que os eventos danosos
decorreram de fatores externos e alheios à sua atuação durante a cirurgia.

- Se o causador do dano foi um médico sem nenhum vínculo com o hospital, o médico responde sozinho
(subjetiva). Se o dano foi causado por um médico do corpo do hospital, respondem solidariamente o
hospital (objetiva) e o médico (subjetiva). Se o dano foi causado por um serviço de atribuição do hospital
(ex.: higienização), a responsabilidade é objetiva do hospital.
- Súmula 465 do STJ: RESSALVADA A HIPÓTESE DE EFETIVO AGRAVAMENTO DO RISCO, A
SEGURADORA NÃO SE EXIME DO DEVER DE INDENIZAR EM RAZÃO DA TRANSFERÊNCIA DO VEÍCULO
SEM A SUA PRÉVIA COMUNICAÇÃO.

- Equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento (bystanders: pessoas estranhas à relação
de consumo, mas que sofreram prejuízos em razão do acidente). Só se aplica à responsabilidade pelo
FATO do PRODUTO ou SERVIÇO.

RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

- Aqui, são sujeitos passivos todos os “FORNECEDORES”, coobrigados e solidariamente.


- Não há responsabilidade diferenciada para o comerciante.
- OS VÍCIOS DO PRODUTO PODEM SER DE QUALIDADE OU QUANTIDADE.

Torna o produto IMPRÓPRIO ou INADEQUADO ao consumo


VÍCIOS DE QUALIDADE DIMINUEM O VALOR DO PRODUTO
Produtos com FALHA NA INFORMAÇÃO

- Produtos impróprios prazo de validade vencido, deteriorados, alterados, adulterados, avariados,


falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos, em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, ou que se revelem inadequados ao fim a
que se destinam.
- NO VÍCIO DE QUALIDADE, O FORNECEDOR TEM O DIREITO DE CONSERTAR O VÍCIO EM 30 DIAS.

VÍCIOS DE QUALIDADE
O fornecedor dispõe de 30 O vício não foi sanado em 30 dias: Não precisa esperar 30 dias:
DIAS para consertar o vício. - SUBSTITUIÇÃO - Comprometer a QUALIDADE
As partes podem convencionar - RESTITUIÇÃO - Comprometer as
(entre 7 E 180 DIAS). - ABATIMENTO CARACTERÍSTICAS
Contratos de Obs.: em qualquer hipóteses, - Diminuir o VALOR
adesãocláusula pode caber PERDAS E DANOS. - PRODUTO ESSENCIAL
convencionado em separado.

- PRODUTOS IN NATURAserá responsável perante o consumidor oFORNECEDOR IMEDIATO, EXCETO


QUANDO IDENTIFICADO CLARAMENTE SEU PRODUTOR. Quando também conhecido o produtor,
ambos serão responsáveis. A regra continua sendo a responsabilidade solidária.Obviamente, o
fornecedor não poderá se valer do prazo de 30 dias para sanar o vício.

- Quanto aos VÍCIOS DE QUANTIDADE, o consumidor poderá imediatamente (NÃO INCIDE O PRAZO DE
30 DIAS) optar por:

ABATIMENTO proporcional do preço


COMPLEMENTAÇÃO do peso ou medida
SUBSTITUIÇÃO do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo
RESTITUIÇÃO imediata da quantidade paga, com correção monetária + perdas e danos
- Aqui também há RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Exceção: responsabilidade exclusiva do fornecedor
imediato ou comerciante quando fizer a pesagem ou a medição do produto e o instrumento utilizado
não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

- RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO SERVIÇO

inadequados para os fins que deles se esperam


Serviços impróprios não atendem a normas regulamentares
VÍCIOS DE QUALIDADE Diminuição do valor
Falha na informação

- Não há exceção quanto à responsabilidade objetiva para os profissionais liberais (só no fato do
serviço).
- Quando verificado o VÍCIO DO SERVIÇO, o consumidor poderá imediatamente (não incide o prazo de
30 dias) optar por:

REEXECUÇÃO dos serviços, sem custo adicional e quando cabível


RESTITUIÇÃO imediata da quantidade paga, com correção monetária + perdas e danos
ABATIMENTO proporcional do preço

- NÃO HÁ TRATAMENTO EXPRESSO COM RELAÇÃO AOS VÍCIOS DE QUANTIDADE DOS SERVIÇOS
(DIFERENTE DO VÍCIO DO PRODUTO, QUE PODE SER DE QUANTIDADE OU QUALIDADE). Nesses casos,
a doutrina aplica, por analogia, as regras para os vícios de quantidade dos produtos (art. 19):
abatimento proporcional do preço, execução do serviço na parte faltante, a restituição imediata da
quantia paga.

FATO VÍCIO
- Responsabilidade OBJETIVA - Responsabilidade OBJETIVA
- Inversão do ônus da prova ope legis - Perdas e danos
- Vítimas equiparadas a consumidores
PRODUTO
PRODUTO - Fornecedores
- Fabricante, produtor, construtor e - Qualidade direito de consertar em 30 dias (ou 7 a 180).
importador - Quantidaderesponsabilidade exclusiva do fornecedor
- RESPONSABILIDADE DIFERENCIADA DO imediato ou comerciante quando fizer a pesagem ou a
COMERCIANTE medição do produto e o instrumento utilizado não estiver
aferido segundo os padrões. Não incide o prazo de 30 dias.
SERVIÇO
- Fornecedor SERVIÇO
- RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DOS - Não incide o prazo de 30 dias.
PROFISSIONAIS LIBERAIS - Só são citados os vícios de qualidade, mas quanto aos de
quantidade, usa-se, por analogia, as regras para os vícios de
quantidade dos produtos.

INFORMATIVO 573 - STJ


Não tem direito à reparação de perdas e danos decorrentes do vício do produto o consumidor que, no
prazo decadencial, não provocou o fornecedor para que este pudesse sanar o vício. STJ. 3ª Turma. REsp
1.520.500-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/10/2015 (Info 573).

- O fornecedor deve utilizar componentes ORIGINAIS, ADEQUADOS e NOVOS ou que mantenham as


ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO FABRICANTE.

-A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não
o exime de responsabilidade (teoria do risco da atividade econômica). O fornecedor não poderá se
eximir de sua responsabilidade ao argumento de que desconhecia o vício de adequação, que tanto por
ser quanto à qualidade, quantidade ou informação dos produtos e serviços. A DEMONSTRAÇÃO DE
BOA-FÉ NO SISTEMA CONSUMERISTA NÃO É CAPAZ DE ELIDIR A RESPONSABILIDADE PELO DANO
CAUSADO AO CONSUMIDOR. Conhecendo o vício ou não, com boa-fé ou não, o fornecedor será
responsabilizado.

- A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a


exoneração contratual do devedor. A “cláusula de não indenizar” não tem validade perante o CDC.

- Serviços públicos obrigação de fornecer serviços ADEQUADOS, EFICIENTES, SEGUROS e, quanto aos
ESSENCIAIS, CONTÍNUOS. Responsabilidade OBJETIVA.

JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE SERVIÇOS PÚBLICOS


Possibilidade de corte no fornecimento de serviços públicos essenciais (principalmente energia elétrica e
água) em decorrência de inadimplência do consumidor, desde que tenha aviso prévio.
No tocante às pessoas jurídicas de direito público, pode haver a interrupção
desde que preserve as unidades públicas provedoras de necessidades inadiáveis da comunidade.
Só é admitida a interrupção do serviço caso o inadimplemento seja atual, não servindo como meio de
compelir o consumidor a pagar débitos pretéritos.
Em casos especiais, como a miserabilidade do consumidor, em respeito ao princípio da dignidade da
pessoa humana, não tem permitido a interrupção do serviço.
Súmula 356: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DE TARIFA BÁSICA PELO USO DOS SERVIÇOS DE TELEFONIA
FIXA.
Súmula 407: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DA TARIFA DE ÁGUA, FIXADA DE ACORDO COM AS
CATEGORIAS DE USUÁRIOS E AS FAIXAS DE CONSUMO.
O fornecimento das faturas discriminadas será sem ônus para o assinante consumidor, bastando que
seja requerida uma única vez, marcando para a concessionária o momento a partir do qual o
consumidor pretende obter suas faturas com detalhamento.
Não se admite a interrupção em relação às contas de energia elétrica contestadas em juízo por suposta
fraude em medidor.
Súmula 412: A AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO DE TARIFAS DE ÁGUA E ESGOTO SUJEITA-SE AO
PRAZO PRESCRICIONAL ESTABELECIDO NO CÓDIGO CIVIL.
Súmula 595-STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados
pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre
o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. STJ. 2ª Seção. Aprovada em
25/10/2017, DJe 06/11/2017.
*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo
efetivo por fraude no aparelho medidor atribuída ao consumidor, desde que apurado em observância
aos princípios do contraditório e da ampla defesa, é possível o corte administrativo do fornecimento do
serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do consumo
recuperado correspondente ao período de 90 (noventa) dias anterior à constatação da fraude, contanto
que executado o corte em até 90 (noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito
de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclusive antecedente
aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação. STJ. 1ª Seção. REsp 1.412.433-RS, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 634). #IMPORTANTE

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO (DEFEITO)


(ACIDENTE DE CONSUMO)
Prazo PRESCRICIONAL de 5 ANOS, Prazo DECADENCIAL.
iniciando-se sua contagem a partir do Produto ou serviço não durável30 DIAS.
CONHECIMENTO DO DANO E DE SUA Produto ou serviço durável90 DIAS.
AUTORIA. Início da contagemENTREGA EFETIVA DO PRODUTO OU DO
Art. 27 do CDC: prescreve em 5 anos a TÉRMINO DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS.
pretensão à reparação pelos danos Nos vícios ocultos, a contagem inicia-se no MOMENTO EM
causados por fato do produto ou do QUE FICAR EVIDENCIADO O DEFEITO.
serviço prevista na Seção II deste Capítulo,
iniciando-se a contagem do prazo a partir Obstam a decadência:
do conhecimento do dano e de sua
autoria. I – A reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até
a resposta negativa correspondente, que deve ser
transmitida de forma inequívoca;
III – A instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

* O CDC prevê que é causa obstativa da decadência a


reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor
perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma
inequívoca, nos termos do art. 26, § 2º, I: Art. 26 (...) § 2º
Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente
formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos
e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve
ser transmitida de forma inequívoca; De que forma tem que
ocorrer essa “reclamação”? Pode ser verbal? SIM. A
reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, § 2º,
I, do CDC, pode ser feita documentalmente ou verbalmente.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.442.597-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 24/10/2017 (Info 614).
*#STJ #DEOLHONAJURISPRUDENCIA #DIZERODIREITO: A ação de indenização por danos materiais
proposta por consumidor contra construtora em virtude de vícios de qualidade e de quantidade do
imóvel adquirido tem prazo prescricional de 10 anos, com fundamento no art. 205 do CC/2002. Não se
aplica o prazo decadencial do art. 26 do CDC. O art. 26 trata do prazo que o consumidor possui para
exigir uma das alternativas previstas no art. 20 do CDC. Não se trata de prazo prescricional. Não se
aplica o prazo do art. 27 do CDC porque este se refere apenas a fato do produto. STJ. 3ª Turma. REsp
1.534.831-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em
20/02/2018 (Info 620).

- O LIMITE TEMPORAL PARA O SURGIMENTO DO VÍCIO OCULTO É A VIDA ÚTIL DO PRODUTO OU


SERVIÇO.
- Quanto a “obstam a decadência”, não se sabe se se trata de suspensão ou interrupção, ou, ainda, de
outra modalidade. Frise-se que a interpretação que entende como suspensão é prejudicial ao
consumidor, devendo ser descartada.
- Súmula 477 do STJ: a decadência do art. 26 não é aplicável à prestação de contas para obter
esclarecimentos sobre cobranças de taxas, tarifas e encargos bancários.
- Súmula 412 do STJ: a ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo
prescricional estabelecido no CC. Contudo, parece que a posição majoritária do STJ é no sentido de
INTERPRETAR O ART. 27 DE FORMA AMPLA, APLICANDO O PRAZO DE 5 ANOS SEMPRE QUE HOUVER
AÇÃO CONDENATÓRIA EM RELAÇÃO DE CONSUMO.
- Ao contrário do CC (o prazo se inicia com a violação do direito), no CDC o prazo começa a correr do
conhecimento do dano e de sua autoria.

*ACIDENTE AÉREO. VOO DOMÉSTICO. Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no
caso de acidente aéreo em voo doméstico? 5 anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC.
Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo
internacional? 2 anos, com base no art. 29 da Convenção de Varsóvia. Nos termos do art. 178 da
Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das
transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm
prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min.
Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão
geral) (Info 866) Obs: esse prazo prescricional é aplicado não apenas para ações de indenização em caso
de extravio de bagagem, incidindo também em outros casos envolvendo responsabilidade civil
relacionado com transporte aéreo internacional. #IMPORTANTE

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: É possível a limitação, por legislação internacional especial,


do direito do passageiro à indenização por danos materiais decorrentes de extravio de bagagem. STJ. 3ª
Turma. REsp 673.048-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/05/2018 (Info 626).
#IMPORTANTE

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Integrantes dos Grupos Societários e Responsabilidade SUBSIDIÁRIA


Controladas
Consorciadas Responsabilidade SOLIDÁRIA
Coligadas Só respondem por CULPA

- O CDC ADOTOU A TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.

TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO


INSOLVÊNCIA + CONFUSÃO PATRIMONIAL OU Basta a INSOLVÊNCIA da pessoa jurídica para o
DESVIO DE FINALIDADE pagamento de suas obrigações,
OBJETIVA SUBJETIVA independentemente da existência de desvio de
Confusãopatrimonial Desvio de finalidade finalidade ou de confusão patrimonial.
Art. 55 do CC: Em caso de abuso da personalidade DIREITO DO CONSUMIDOR
jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou Art. 28, §5º do CDC: também poderá ser
pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
requerimento da parte, ou do MP quando lhe personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
couber intervir no processo, que os efeitos de ressarcimento de prejuízos causados aos
certas e determinadas relações de obrigações consumidores.
sejam estendidos aos bens particulares dos DIREITO AMBIENTAL
administradores ou sócios da pessoa jurídica. Art. 4º da Lei 9.605/1998: poderá ser
A Lei do CADE também contempla a teoria maior. desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

- O CDC foi o primeiro dispositivo a se referir à desconsideração da personalidade jurídica.


Posteriormente, foi inserida em outras leis (CADE, meio ambiente, CC). Ratio do sistema protetivo dos
consumidores: PODE HAVER DESCONSIDERAÇÃO SEMPRE QUE A PERSONALIDADE FOR OBSTÁCULO
AO RESSARCIMENTO DOS DANOS SOFRIDOS PELO CONSUMIDOR. Mais recentemente, o CC
estabeleceu a desconsideração no art. 50.
- No CC, a desconsideração não pode ser aplicada de ofício (exige-se requerimento da parte ou do
MP).Como as normas consumeristas são de ordem pública, o juiz pode desconsiderar a personalidade
jurídica das empresas DE OFÍCIO, se verificar alguma das hipóteses do art. 28.
- Para o STJ, o juiz poderá decretar a desconsideração no próprio processo de execução, não sendo
preciso que haja ação específica para tal.
- Desconsideração inversa da personalidade jurídicaafasta-se a autonomia patrimonial da sociedade
para atingir o patrimônio da empresa, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do
sócio. Tem ampla aplicação nos casos de divórcio (quando o marido transfere seus bens para a
empresa). Fundamento na interpretação teleológica.

DAS PRÁTICAS COMERCIAIS

- Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que
a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
- A oferta, por si só, já é suficiente para criar um vínculo entre fornecedor e consumidor, surgindo uma
OBRIGAÇÃO PRÉ-CONTRATUAL (princípio da vinculação contratual da publicidade). Uma vez feita a
oferta, não será possível revogá-la, pois o vínculo já foi estabelecido.
- Os exageros (puffing) não obrigam os fornecedores, por faltar-lhes a precisão.
- Dever geral de informaçãoa oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar
informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros
dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Nos
produtos refrigerados, serão gravadas de forma indelével.
- Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição
enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Cessadas a produção ou importação, a
oferta deverá ser mantida por PERÍODO RAZOÁVEL DE TEMPO, na forma da lei.
- Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
- É PROIBIDA A PUBLICIDADE DE BENS E SERVIÇOS POR TELEFONE, QUANDO A CHAMADA FOR
ONEROSA AO CONSUMIDOR QUE A ORIGINA. Ex.: quando o consumidor liga pro SAC, o fornecedor não
pode oferecer produtos.

- OS FORNECEDORES SÃO RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS PORATOS DE SEUS PREPOSTOS OU


REPRESENTANTES AUTÔNOMOS.

OPÇÕES DO CONSUMIDOR QUANDO O FORNECEDOR NÃO CUMPRIR A OFERTA OU PUBLICIDADE


Exigir o cumprimento Aceitar outro produto ou Rescindir o contrato, com direito à
forçado da obrigação prestação de serviço restituição de quantia eventualmente
equivalente antecipada

- Publicidadedeve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique
como tal (princípio da identificação obrigatória da publicidade).Ex.: o telespectador deve saber quais
produtos serão apresentados como merchandising.
- O CDC não proíbe o teaser (“aí vem o filme mais esperado do ano”). É o anúncio do anúncio.
- O fornecedor deve manter em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados
fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem (princípio da transparência da
fundamentação).Os exageros (puffing), desde que não sejam capazes de induzir o consumidor a erro,
não sofrem a incidência desse princípio. Ex.: “o melhor carro do mundo”.
- Todos aqueles que tiveram algum proveito com a publicidade enganosa respondem, solidariamente,
perante o consumidor.
- “Publicidade chamariz”: atrair o consumidor de maneira enganosa a adquirir algum produto e serviço.
Ex.: um fornecedor anuncia determinado produto a preço altamente competitivo, mas, no momento em
que o consumidor vai à loja adquirir o produto é informado que já havia esgotado o estoque. Assim,
outros produtos similares mais caros serão oferecidos.

PUBLICIDADE ENGANOSA PUBLICIDADE ABUSIVA


Qualquer modalidade de informação ou comunicação de É abusiva, dentre outras, a PUBLICIDADE
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, DISCRIMINATÓRIA DE QUALQUER
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz NATUREZA, a que incite à violência, explore
de induzir em erro o consumidor a respeito da o medo ou a superstição, se aproveite da
natureza, características, qualidade, quantidade, deficiência de julgamento e experiência da
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados criança, desrespeita valores ambientais, ou
sobre produtos e serviços.A publicidade é enganosa que seja capaz de induzir o consumidor a se
por OMISSÃO quando deixar de informar sobre DADO comportar de forma prejudicial ou perigosa
ESSENCIAL do produto ou serviço. à sua saúde ou segurança.
Todas as informações passadas ao consumidor devem
ser verdadeiras.

- O ANUNCIANTE É OBJETIVAMENTE RESPONSÁVEL PELOS DANOS QUE SEU ANÚNCIO VIER A CAUSAR,
SENDO IRRELEVANTE AVERIGUAR A INTENÇÃO (MÁ-FÉ OU BOA-FÉ). Em contrapartida, A AGÊNCIA DE
PUBLICIDADE SÓ SERÁ RESPONSÁVEL QUANDO TIVER AGIDO COM DOLO OU CULPA.
- O CDCestipulou a imposição de contrapropaganda que será divulgada pelo responsável da mesma
forma, frequência e dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local, espaço e horário.
- O ÔNUS DA PROVA DA VERACIDADE E CORREÇÃO DA INFORMAÇÃO OU COMUNICAÇÃO
PUBLICITÁRIA CABE A QUEM AS PATROCINA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA OPE LEGIS.

É enganosa a publicidade televisiva que omite o preço e a forma de pagamento do produto,


condicionando a obtenção dessas informações à realização de ligação telefônica tarifada. STJ. 2ª Turma.
REsp 1.428.801-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 27/10/2015 (Info 573).

* O art. 54, § 3º do CDC prevê que, nos contratos de adesão, o tamanho da fonte não pode ser inferior a
12. Essa regra do art. 54, § 3º NÃO se aplica para ofertas publicitárias. Assim, as letras que aparecem no
comercial de TV ou em um encarte publicitário não precisam ter, no mínimo, tamanho 12. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.602.678-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 23/5/2017 (Info 605)
#IMPORTANTE

*#OUSESABER: Em que consiste a teoria do desvio produtivo?

A tese foi criada pelo advogado Marcos Dessaune na obra Desvio Produtivo do Consumidor, lançada em
2011 pela Editora Revista dos Tribunais. O desvio produtivo caracteriza-se quando o consumidor se vê
obrigado a desperdiçar o seu tempo e a desviar de suas atividades para tentar resolver um problema
criado pelo fornecedor, a um custo de oportunidade indesejado, irrecuperável e, portanto, indenizável.
Constituem exemplos o tempo perdido pelo consumidor em filas de espera em bancos e consultórios
médicos e dentários; em atendimentos em SAC e demais call centers; em retorno às lojas para
consertos de bens recém-adquiridos; em espera em aeroportos por voos atrasados; em casa pelo
profissional autônomo ou pelo envio de uma mercadoria, etc. Recentemente, o STJ referendou a
aplicação do princípio pelo TJ/SP, por ocasião do AREsp 1.260.458/SP, 3ª Turma, decisão do Ministro
Marco Aurélio Bellizze.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A mera invocação de legislação municipal que estabelece


tempo máximo de espera em fila de banco não é suficiente para ensejar o direito à indenização. Em
outras palavras, o simples fato de a pessoa ter esperado por atendimento bancário por tempo
superior ao previsto na legislação municipal não enseja indenização por danos morais. Ex: a lei
estipulava o máximo de 15 minutos e o consumidor foi atendido em 25 minutos. No entanto, se a
espera por atendimento na fila de banco for excessiva ou associada a outros constrangimentos, pode
ser reconhecida como provocadora de sofrimento moral e ensejar condenação por dano moral. STJ. 3ª
Turma. REsp 1662808/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/05/2017. STJ. 4ª Turma. REsp
1647452/RO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/02/2019. O descumprimento da lei
municipal que estabelece parâmetros para a adequada prestação do serviço de atendimento
presencial em agências bancárias é capaz de configurar dano moral de natureza coletiva. A violação
aos deveres de qualidade do atendimento presencial, exigindo do consumidor tempo muito superior aos
limites fixados pela legislação municipal pertinente, afronta valores essenciais da sociedade, sendo
conduta grave e intolerável, de forma que se mostra suficiente para a configuração do dano moral
coletivo. A instituição financeira optou por não adequar seu serviço aos padrões de qualidade
previstos em lei municipal e federal, impondo à sociedade o desperdício de tempo útil e acarretando
violação injusta e intolerável ao interesse social de máximo aproveitamento dos recursos produtivos,
o que é suficiente para a configuração do dano moral coletivo. A condenação em danos morais
coletivos cumprirá sua função de sancionar o ofensor, inibir referida prática ilícita e, ainda, de oferecer
reparação indireta à sociedade, por meio da repartição social dos lucros obtidos com a prática ilegal com
a destinação do valor da compensação ao fundo do art. 13 da Lei nº 7.347/85. STJ. 2ª Turma. REsp
1402475/SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 09/05/2017. STJ. 3ª Turma. REsp 1.737.412/SE,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/02/2019 (Info 641).

DAS PRÁTICAS ABUSIVAS

- Teoria do abuso do direitotambém comete ATO ILÍCITO o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu FIM ECONÔMICO OU SOCIAL, pela BOA-FÉ ou
pelos BONS COSTUMES (art. 187 do CC).
- O ATO ABUSIVO DECORRE DO DIREITO SUBJETIVO LÍCITO ATRIBUÍDO AO TITULAR QUE, AO EXERCÊ-
LO, O TORNA ILÍCITO. O PARÂMETRO PARA AFERIR OS LIMITES DO ABUSO DO DIREITO É O PRINCÍPIO
DA BOA-FÉ OBJETIVA. JÁ O ATO ILÍCITO NÃO COMPORTA CONTROLE DE ABUSIVIDADE, POIS JÁ É
CONTRÁRIO À LEI DESDE A ORIGEM.

ATO ILÍCITO
SUBJETIVO OBJETIVO OU ABUSO DO DIREITO
Art. 186: aquele que, por ação ou omissão Art. 187: também comete ato ilícito o titular de um
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
direito e causar dano a outrem, ainda que limites impostos pelo seuFIM ECONÔMICO OU
exclusivamente moral, comete ato ilícito. SOCIAL, pelaBOA-FÉou pelosBONS COSTUMES.
BASEADO NA CULPA. BASEADO NA CONFIANÇA(DISSOCIADO DA CULPA).
- Ação ou omissão (conduta) É inicialmente lícito, mas torna-se ilícito depois.
- Culpa lato senso (dolo, negligência, Subespécies:
imprudência e imperícia) - Venire contra factum proprium
- Dano - Supressio (Verwirkung) e surrectio (erwirkung)
- Violação culposa de direito alheio - Tu quoque
- Nexo de causalidade - Duty to mitigate the loss
Nem sempre gera responsabilidade civil. - Substancial performance (adimplemento
substancial)
- Violação positiva do contrato(adimplemento fraco)
- Venire contra factum propriumé abusivo contradizer seu próprio comportamento, após ter
produzido, em outra pessoa, uma legítima expectativa. Cada um dos comportamentos individualmente
considerados é válido, o ilícito está na conduta considerada de modo global.
- Quando a conduta, a teor do art. 187 do CC, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, comete ato ilícito objetivo.
- A fábrica de extrato de tomates Cica fornecia aos produtores rurais sementes (factum proprium)
para, posteriormente, adquirir a safra para industrialização, porém, posteriormente, recusou-se a
comprar a produção (venire). O TJRS condenou a fábrica a indenizar os danos sofridos pelos agricultores
em razão da ofensa à boa-fé objetiva, mais especificamente pela quebra da confiança.

- Supressioo não exercício de um direito pelo decurso de tempo pode gerar a expectativa na outra
parte de que o direito não mais será exercido. Deste modo, caso venha a ser exercido, será
considerado abusivo e, portanto, ilícito, já que frustrou a confiança gerada na outra parte de que não
seria mais exercido. A configuração da supressionão depende da análise de dolo ou má-fé do titular do
direito, pois o objetivo do instituto não é punir a inércia do sujeito, mas sim proteger a outra parte, em
virtude da boa-fé objetiva, pela confiança criada na relação.
- Não é suficiente o simples retardamento no exercício do direito, é indispensável que em virtude do
retardamento tenha surgido na outra parte a confiança, em termos objetivos, de que não mais
haveria o seu exercício. 3 requisitos: a omissão no exercício do direito; o transcurso de um
determinado período, geralmente variável e indícios objetivos de que esse direito não mais seria
exercido.

- Surrectioa prática reiterada de certos atos pode gerar no beneficiário a expectativa de


continuidade. A surrectio gera a aquisição do direito subjetivo em razão de um comportamento
continuado. Supressio e surrectio são dois lados da mesma moeda (quando uma parte perde um direito,
sofre supressio; consequentemente, outra parte ganha algo, ocorrendo a surrectio). Ex.: quando o
fornecedor aceita que o pagamento do financiamento concedido ao consumidor seja efetuado em
lugar diferente do previsto no contrato, por um longo período, gerará a confiança no consumidor de
que o fornecedor não exercitará mais seu direito contratual. Em razão da inércia do titular, nasce esse
novo direito, aquisição do direito subjetivo em razão de um comportamento continuado.

- Adimplemento substancial do contratopossibilidade de rejeição judicial da resolução do acordo


contratual quando o inadimplemento tem significância diminuta relativamente às parcelas
contratuais regularmente cumpridas no âmbito global do contrato. O STJ, que parecia somente admitir
a teoria quando faltava apenas uma prestação, em julgado recente, considerou a análise global do
contrato e não simplesmente a falta de uma única parcela.

- Tu quoqueninguém pode invocar normas jurídicas após descumpri-las. Ex.: exceção do contrato
não cumprido. Se a parte não executou a sua prestação no contrato, não poderá exigir da outra parte a
prestação. Assim, não poderá invocar a regra que descumpriu em seu benefício.

- Violação positiva do contratoo princípio da boa-fé objetiva, em sua função integrativa, insere
deveres anexos ao contrato, como o dever de informação, de cooperação, de proteção etc. A violação
desses deveres é chamada de violação positiva do contrato.

- Agora, vamos ao rol de práticas abusivas.


1) VENDA CASADA é proibido condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento
de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos.
- Tem-se aceitado como JUSTA CAUSA a justificar os LIMITES QUANTITATIVOS, principalmente em
promoções, ao argumento de que se um consumidor adquirir todo o estoque, justamente porque não
há limitação de quantidade, outro ficará sem aproveitar a promoção. Atenção: A JUSTA CAUSA SÓ
PODE SER UTILIZADA NOS LIMITES QUANTITATIVOS, NÃO NA VENDA CASADA.
- O STJ considerou que não ofende o direito do consumidor a cobrança de tarifa mínima, tanto de
água, como de telefonia, ainda que o consumidor não tenha utilizado o serviço ou tenha utilizado a
menor, o que seria, de certa forma, uma imposição de limite mínimo. Há justa causa: necessidade da
concessionária manter disponibilizado o serviço ao consumidor, de modo contínuo e ininterrupto.

2) RECUSA DE ATENDIMENTO é proibido recusar atendimento às demandas dos consumidores, na


exata medidade suas disponibilidades de estoque e, ainda, de conformidade com os usos e costumes.
Ex.: o taxista não pode negar a corrida ao consumidor por ser pequena a distância a ser percorrida. A
recusa de venda é crime contra as relações de consumo (art. 7º, I, da Lei 8.137/90).

3)FORNECIMENTO DE PRODUTO NÃO SOLICITADO é proibido enviar ou entregar ao consumidor, sem


solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. Os serviços prestados e os produtos
enviados serão considerados amostras grátis.

4)APROVEITAMENTO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDORé proibido prevalecer-se da fraqueza


ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
impingir-lhe seus produtos ou serviços. Ex.: é abusiva a negativa do plano de saúde em cobrir as
despesas de intervenção cirúrgica de gastroplastia necessária à garantia da sobrevivência do segurado.

5)VANTAGEM EXCESSIVA é proibido exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva. É


excessiva avantagem que ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
peculiares do caso.

6) NECESSIDADE DE ORÇAMENTO PRÉVIO E AUTORIZAÇÃO DO CONSUMIDOR é proibido executar


serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as
decorrentes de práticas anteriores entre as partes. Se o consumidor não autorizar o serviço e esse for
realizado, será considerado amostra grátis de acordo com o parágrafo único do artigo.

7)REPASSE DE INFORMAÇÃO DEPRECIATIVA, REFERENTE A ATO PRATICADO PELO CONSUMIDOR NO


EXERCÍCIO DE SEUS DIREITOSé proibido repassar informação depreciativa, referente a ato praticado
pelo consumidor no exercício de seus direitos. A ideia é evitar que o consumidor seja constrangido ao
defender seus direitos.

8)DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TÉCNICASé proibido colocar, no mercado de consumo, qualquer


produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conmetro.
9)RECUSA DE VENDA INDIRETA é proibido recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,
diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
intermediação regulados em leis especiais. Aqui, o fornecedor se recusa a vender o produto ou prestar
serviço diretamente ao consumidor, impondo intermediários.

10)ELEVAÇÃO DE PREÇOS SEM JUSTA CAUSA é proibido elevar, sem justa causa, o preço de produtos
ou serviços. A mudança de valores, além de ser previamente avisada, deve ser feita de forma amena e
gradativa, não causando impacto surpreendente no consumidor.
- Pode-se cobrar preços diferentes nas vendas com cartão de crédito em relação ao pagamento a vista?
Para a 1ª e a 2ª Turmas do STJ pode. Para a 3ª Turmaa prática é abusiva: o custo pela disponibilização
de pagamento por meio do cartão de crédito é inerente à própria atividade econômica desenvolvida
pelo empresário, destinada à obtenção de lucro, em nada referindo-se ao preço de venda do produto
final. Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisão de gastos advindos
do próprio risco do negócio (de responsabilidade exclusiva do empresário), o que, além de refugir da
razoabilidade, destoa dos ditames legais, em especial do sistema protecionista do consumidor.

11)NECESSIDADE DE PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO é proibido deixar de estipular


prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
critério.

12)APLICAÇÃO DE REAJUSTE DIVERSO DO PREVISTO EM LEI OU NO CONTRATO é proibido aplicar


fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.

- O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor ORÇAMENTO PRÉVIOdiscriminando o


valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento,
bem com as datas de início e término dos serviços.SALVO ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO, O VALOR
ORÇADO TERÁ VALIDADE PELO PRAZO DE 10 DIAS, contado de seu recebimento pelo consumidor.
Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado
mediante livre negociação das partes. O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos
decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

- No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de


tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o
fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada,
podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis.

- Cobrança de dívidas na cobrança de débitos, O CONSUMIDOR INADIMPLENTE NÃO SERÁ EXPOSTO


A RIDÍCULO, EM SERÁ SUBMETIDO A QUALQUER TIPO DE CONSTRANGIMENTO OU AMEAÇA.

- O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao
DOBRO DO QUE PAGOU EM EXCESSO, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese
deENGANO INJUSTIFICÁVEL. Engano justificável  devolução simples (não em dobro).
- O STJ acrescenta outra condição: má-fé ou má-fé ou culpa. Cláudia Lima Marques critica: o CDC só
falou em “ausência de engano justificável”, o STJ não deveria ter acrescentado outra condição.

COBRANÇA DE PAGAMENTO EFETIVO INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ (4ª TURMA) OU


QUANTIA INDEVIDA DA QUANTIA ENGANO JUSTIFICÁVEL MÁ-FÉ E CULPA (2ª
INDEVIDA TURMA)

- A cobrança não pode ter sido oriunda de CLÁUSULA POSTERIORMENTE DECLARADA NULA (o
fornecedor exerceu seu direito regularmente quando cobrou o convencionado na cláusula), de
POSICIONAMENTO CONTROVERTIDO NOS TRIBUNAIS ou de MÁ INTERPRETAÇÃO DA LEI.

- Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o


nome, o endereço e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do fornecedor do produto ou serviço
correspondente.

- Súmula 322 do STJ: para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta
corrente, não se exige a prova do erro.

* Não há abusividade na cláusula contratual que estabeleça o repasse dos custos administrativos da
instituição financeira com as ligações telefônicas dirigidas ao consumidor inadimplente. Ex: João
resolveu tomar um empréstimo junto ao banco. No contrato, há uma cláusula prevendo que se o
contratante atrasar o pagamento das parcelas do empréstimo e, em razão disso, a instituição financeira
tiver que fazer ligações telefônicas ao devedor para cobrar o débito, o consumidor deverá pagar, além
dos juros e da multa, os custos com as ligações telefônicas. Tal cláusula, em princípio, é válida. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.361.699-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

* #DEOLHONASÚMULA: Súmula 603-STJ: É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os


salários, vencimentos e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda
que haja cláusula contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem salarial
consignável, com desconto em folha de pagamento, que possui regramento legal específico e admite a
retenção de percentual. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 22/2/2018, DJe 26/2/2018.

#DIZERODIREITO: Porque a súmula foi cancelada em tão pouco tempo ? O STJ entendeu que a redação
dada à súmula não foi a mais adequada e que ela estava gerando interpretações equivocadas por
partes dos juízes e Tribunais.

- Banco de dados o consumidorterá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros


e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
- Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de
fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a 5 anos.

*Importante!!! O termo inicial do prazo de permanência de registro de nome de consumidor em


cadastro de proteção ao crédito (art. 43, § 1º, do CDC) inicia-se no dia subsequente ao vencimento da
obrigação não paga, independentemente da data da inscrição no cadastro. Assim, vencida e não paga a
obrigação, inicia-se no dia seguinte a contagem do prazo de 5 anos previsto no §1º do art. 43, do CDC,
não importando a data em que o nome do consumidor foi negativado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.316.117-
SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Rel. para acórdão Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
26/4/2016 (Info 588).

*O que acontece se o órgão mantenedor do cadastro restritivo (ex: SERASA) enviar a notificação para
um endereço errado, ou seja, um endereço que não seja o do consumidor? Neste caso, o consumidor
terá que ser indenizado, mas quem pagará a indenização? O consumidor deverá propor a ação contra o
credor (ex: loja onde foi feita a compra) ou contra o órgão mantenedor do cadastro e que enviou a
notificação? Depende: • Se o credor informou o endereço certo para o órgão mantenedor do cadastro e
este foi quem errou: a responsabilidade será do órgão mantenedor. • Se o credor comunicou o
endereço errado do consumidor para o órgão mantenedor do cadastro e este enviou exatamente para o
local informado: a responsabilidade será do credor. Veja, no entanto, uma situação diferente julgada
pelo STJ: É passível de gerar responsabilização civil a atuação do órgão mantenedor de cadastro de
proteção ao crédito que, a despeito da prévia comunicação do consumidor solicitando que futuras
notificações fossem remetidas ao endereço por ele indicado, envia a notificação de inscrição para
endereço diverso. Neste caso concreto, o consumidor informou ao órgão mantenedor do cadastro que
seu endereço estava errado no banco de dados e pediu para ser comunicado no endereço certo em
futuras notificações. Apesar disso, o órgão mandou novamente para o endereço errado. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.620.394-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 15/12/2016 (Info 597).

- A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por
escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
- O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de 5 dias úteis, comunicar a alteração aos
eventuais destinatários das informações incorretas.
- Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e
congêneres são considerados ENTIDADES DE CARÁTER PÚBLICO.
- Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O “cadastro de passagem” ou “cadastro de consultas


anteriores” é um banco de dados de consumo no qual os comerciantes registram consultas feitas a
respeito do histórico de crédito de consumidores que com eles tenham realizado tratativas ou solicitado
informações gerais sobre condições de financiamento ou crediário. É lícita a manutenção do “cadastro
de passagem”, ou seja, ele pode existir. No entanto, assim como ocorre com todo e qualquer banco de
dados ou cadastro de consumo, o “cadastro de passagem” deve cumprir às exigências previstas no art.
43 do CDC. Assim, somente poderão constar no “cadastro de passagem” informações dos consumidores
se essa inclusão tiver sido previamente comunicada ao respectivo consumidor.

A inserção de informações dos consumidores no “cadastro de passagem” sem prévia comunicação é


prática ilícita. Vale ressaltar, no entanto, que a prática é que é ilícita, não o cadastro em si. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.726.270-BA, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado
em 27/11/2018 (Info 641).

JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE OS ARQUIVOS DE CONSUMO


Súmula 404: É DISPENSÁVEL O AVISO DE RECEBIMENTO NA CARTA DE COMUNICAÇÃO AO
CONSUMIDOR SOBRE A NEGATIVAÇÃO DE SEU NOME EM BANCOS DE DADOS E CADASTROS.
- Basta a prova do envio da comunicação ao endereço do consumidor. Não precisa ser via AR.
AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA DA INSCRIÇÃO = DANO MORAL.
Mas se há outras inscrições anteriores e a dívida é devida, a falta de comunicação de nova inscrição não
gera danos morais. Somente há suspensão do registro até que seja cumprido o requisito da
comunicação.
A COMUNICAÇÃO TEM QUE SER ANTES DA INSCRIÇÃO.
Súmula 359: CABE AO ÓRGÃO MANTENEDOR DO CPC A NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR ANTES DE
PROCEDER À INSCRIÇÃO. Assim, a comunicação é obrigação do órgão, não do credor.
A RESPONSABILIDADE PELA RETIRADA DO NOME DO CONSUMIDOR É DO FORNECEDOR, quando
quitada a dívida.
É preciso distinguir duas situações: uma, quando, por iniciativa do credor, o registro negativo consta em
cartório de protesto de títulos; e outra, no caso de inclusão em órgãos cadastrais. Na primeira situação,
quando se tratar de PROTESTO DE TÍTULOS (necessário para a cobrança judicial de cártula), a
responsabilidade por dar baixa no cartório é do DEVEDOR e não do credor.
A segunda situação é diversa. A responsabilidade pela retirada do nome do devedor de cadastro de
inadimplentes é do CREDOR, se a ele deu causa, ou seja, se teve a iniciativa de promover a inscrição
no órgão cadastral.
A RESPONSABILIDADE PELA INSCRIÇÃO IRREGULAR É DO FORNECEDOR E NÃO DO ARQUIVISTA.
O Sistema de Informação de Crédito do Banco Central (SCR) é equiparado aos órgãos de restrição de
crédito como a Serasa e o SPC, pois se trata de um cadastro oficial no qual as instituições financeiras são
obrigadas a registrar toda sua movimentação contábil.
A simples inscrição irregular já é por si só suficiente para configurar o dano moral, não havendo
necessidade da prova do prejuízo sofrido (in re ipsa). Por outro lado, o dano material, em decorrência
da inscrição indevida, não pode ser apenas alegado, devendo estar provado nos autos.
Não se admite a negativação do consumidor que não emitiu o cheque sem fundos,
mesmo sendo titular da conta conjunta.
O simples ERRO NO VALOR INSCRITO da dívida, em órgão de proteção ao crédito, não tem o condão
de causar dano moral ao devedor.
Para permitir o cancelamento ou a abstenção da inscrição do nome do consumidor é necessário a
presença concomitante de 3 elementos:
1) A existência de ação proposta pelo devedor, contestando a existência integral ou parcial do débito;
2) A efetiva demonstração de que a cobrança indevida se funda em jurisprudência consolidada do STF
ou do STJ (houve uma certa relativização, exigindo apenas “fumaça do bom direito”);
3) O depósito do valor referente à parte incontroversa do débito ou que seja prestada caução idônea.
Súmula 380: A SIMPLES PROPOSITURA DA AÇÃO DE REVISÃO DO CONTRATO NÃO INIBE A
CARACTERIZAÇÃO DA MORA DO AUTOR.
Não cabe dano moral por falta de comunicação quando a informação é acessível ao público (Diários
Oficiais, ex.: execução fiscal/Cartórios de protesto).
Se o consumidor possui negativação anterior, não cabe dano moral por uma nova inscrição indevida.
Súmula 385: DA ANOTAÇÃO IRREGULAR EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, NÃO CABE
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, QUANDO PREEXISTENTE LEGÍTIMA INSCRIÇÃO, RESSALVADO O
DIREITO AO CANCELAMENTO.
Súmula 323: A INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR PODE SER MANTIDA NOS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO
AO CRÉDITO ATÉ O PRAZO MÁXIMO DE 5 ANOS, INDEPENDENTEMENTE DA PRESCRIÇÃO DA
EXECUÇÃO.
Ausência de Inscrição irregular Erro no valor Retirada do Protesto de
comunicação prévia inscrito nome títulos
ÓRGÃO MANTENEDOR CREDOR - CREDOR Devedor
Dano moral, salvo Dano moral (in re ipsa), Não causa
quando preexistente salvo quando dano moral.
legítima inscrição preexistente legítima
(suspensão do registro inscrição, ressalvado o
até o cumprimento da direito ao
comunicação) cancelamento.

Súmula 548-STJ: Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro
de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito. STJ. 2ª
Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.

Há interesse de agir na ação em que o consumidor postula o cancelamento de múltiplas inscrições de


seu nome em cadastro negativo de proteção ao crédito, mesmo que somente uma ou algumas delas
ultrapassem os prazos de manutenção dos registros previstos no art. 43, §§ 1º e 5º, do CDC. STJ. 4ª
Turma. REsp 1.196.699-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/9/2015 (Info 571).
- Nem toda dívida inscrita em cadastro negativo de proteção ao crédito (a exemplo do SPC e Serasa) é
igual, pois cada uma delas apresenta características próprias que as diferem das demais, tais como as
partes contratantes, o valor da obrigação, a data de vencimento, as garantias contratuais e até eventual
foro para dirimir as questões decorrentes do negócio. Assim, como cada dívida pode gerar uma inscrição
distinta, vislumbra-se ser possível que o devedor inadimplente, sob os mais variados fundamentos,
questione individualmente cada registro.

Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) é um cadastro que reúne informações sobre
pessoas que emitiram cheques e que estes foram devolvidos por falta de provisão de fundos, por conta
encerrada ou por prática espúria. O CCF é organizado e mantido pelo Banco do Brasil, mas abrange
informações sobre os cheques de todos os bancos. Assim, por exemplo, se João emite um cheque do
Itaú e o beneficiário não consegue descontá-lo porque não havia fundos, o próprio Itaú irá comunicar
esse fato ao Banco do Brasil, que irá incluir o nome do emitente no CCF. É indispensável que o emitente
do cheque seja notificado antes de ser incluído no CCF. A inclusão no CCF sem prévia notificação pode
ensejar indenização por danos morais. O Banco do Brasil, na condição de gestor do CCF, NÃO tem a
responsabilidade de notificar previamente o devedor acerca da sua inscrição no aludido cadastro,
tampouco legitimidade passiva para as ações de reparação de danos diante da ausência de prévia
comunicação. A responsabilidade pela inclusão do emitente no CCF é do banco sacado. Logo, ele é que
tem responsabilidade pela notificação prévia do emitente e, caso isso não seja feito, ele é que tem o
dever de indenizar o lesado. STJ. 2ª Seção. REsp 1.354.590-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
9/9/2015 (Info 568).

- Segundo a Resolução, a instituição financeira, ao recusar o pagamento de cheque por motivo que
enseje a inclusão de ocorrência no CCF, deve providenciar a referida inclusão no prazo de 15 dias,
contados da data de devolução do cheque.
- O emitente do cheque precisa ser avisado antes de sua inclusão no CCF? SIM. A abertura de qualquer
cadastro, ficha, registro e dados pessoais ou de consumo referentes ao consumidor deverá ser
comunicada por escrito a ele (§ 2º do art. 43 do CDC).

- O CCF, por ser de consulta restrita, não pode ser considerado como banco de dados públicos para o
fim de afastar o dever de proceder à prévia notificação prevista no art. 43, § 2º, do CDC. Assim, é
indispensável que o emitente do cheque seja notificado antes de ser incluído no CCF.

- Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações


fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

* É lícita a conduta da prestadora de serviço que em período anterior à Resolução da ANATEL nº 528, de
17 de abril de 2009, efetuava cobranças pelo aluguel de equipamento adicional e ponto extra de TV por
assinatura. STJ. 4ª Turma. REsp 1.449.289-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Marco Buzzi,
por maioria, julgado em 14/11/2017 (Info 617).

DA PROTEÇÃO CONTRATUAL

- Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for
dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Ex.: deve
ser remetida cópia da apólice contratada ao segurado, ainda que a celebração do contrato tenha se
dado por via telefônica (STJ).

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Em compras realizadas na internet, o fato de o consumidor


ser penalizado com a obrigação de arcar com multa moratória, prevista no contrato com a financeira,
quando atrasa o pagamento de suas faturas de cartão de crédito não autoriza a imposição, por sentença
coletiva, de cláusula penal ao fornecedor de bens móveis, nos casos de atraso na entrega da mercadoria
e na demora de restituição do valor pago quando do exercício do direito do arrependimento. STJ. 4ª
Turma. REsp 1.412.993-SP, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
08/05/2018 (Info 628).

*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: É lícito o desconto em conta-corrente bancária comum,


ainda que usada para recebimento de salário, das prestações de contrato de empréstimo bancário
livremente pactuado, sem que o correntista, posteriormente, tenha revogado a ordem. STJ. 2ª Seção.
REsp 1.555.722-SP, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), julgado
em 22/08/2018 (Info 634).

- Interpretação favorávelAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS SERÃO INTERPRETADAS DE MANEIRA MAIS


FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR. Decorrência da presunção de boa-fé dos consumidores. Ex.: cabe ao
fornecedor realizar no consumidor exames prévios ao contrato para detectar doenças preexistentes
ou provar que o mesmo intencionalmente ocultou a doença (STJ).
- No CC, a interpretação favorável restringe-se aos contratos de adesão com cláusulas ambíguas ou
contraditórias. No CDC, a interpretação é favorável a todos os consumidores, pouco importanto se as
cláusulas são ambíguas ou contraditórias.
- As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às
relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica.Ex.: quando o
fornecedor entrega um orçamento ao consumidor, ele é obrigado a prestar o serviço pelo modo e pelo
preço orçado. Mas, nesse caso, o consumidor só poderá exigir a prestação no prazo de validade do
orçamento (10 dias, se outro não tiver sido estipulado pelas partes).

- Direito de arrependimento o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 DIASa contar de


sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de
fornecimento de produtos e serviços ocorrer FORA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL, especialmente
por telefone ou a domicílio.É imotivado: não depende de qualquer vício do produto ou justificativa do
consumidor.
- Interpretar assim: quando o recebimento do produto/serviço for posterior à conclusão do contrato, a
contagem do prazo deverá se iniciar na data do efetivo recebimento da mercadoria ou do serviço, pois
somente nesse momento é que o consumidor terá condições de verificar se o produto ou serviço
atende as suas expectativas.
- Os valores pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão DEVOLVIDOS DE IMEDIATO,
monetariamente atualizados.
- É NULA A CLÁUSULA QUE IMPÕE MULTA porque trata-se de regular exercício de direito.
- Cláusulas no sentido de não aplicar o direito de arrependimento são consideradas não escritas.

- Garantia contratual a garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
escrito. Melhor interpretação: os prazos decadenciais do art. 26 (30 dias ou 90 dias) só começam a
correr depois do prazo de garantia. Ex.: se o fornecedor concede 1 ano de garantia contratual, ele está
garantindo que o produto não apresente vícios nesse tempo. Caso apresente, o início do prazo de
decadência (30 ou 90 dias) para efetuar a reclamação começará apenas quando expirar o prazo
concedido na garantia contratual, no caso, 1 ano. Diz-se, popularmente, que o consumidor tem a
GARANTIA CONTRATUAL + 30 OU 90 DIAS.

- Leonardo Garcia entende que os prazos decadenciais do art. 26 não são prazos de garantia legal. A
garantia legal, na verdade, garante que os produtos e serviços colocados no mercado de consumo
serão adequados para o fim que se destinam. Essa é a garantia legal de adequação. No art. 26, temos
prazos para fazer reclamações caso os produtos não sejam adequados. No mesmo sentido, o STJ
entende que os prazos do art. 26 não são prazos de garantia legal. O que há é prazo para reclamar
contra o descumprimento dessa garantia, o qual, em se tratando de vício de adequação, está previsto
no art. 26, sendo de 90 ou 30 dias, conforme seja produto ou serviço durável ou não.

GARANTIA CONTRATUAL + 30 OU 90 DIASpara fazer reclamações caso os produtos não sejam


estabelecida pelo fornecedor no adequados. Atenção: esses prazos não são a garantia legal. São
contrato. Poderá ser total ou prazos para reclamar contra o descumprimento dessa garantia legal
parcial. (garantia de que os produtos e serviços colocados no mercado serão
adequados).

- Se o fornecedor insere em termos de garantia que o produto/serviço terá 30 ou 90 dias de garantia,


mesmo não sendo sua intenção, acaba concedendo ao consumidor uma garantia contratual de 30 ou
90 dias. O prazo decadencial só começará a correr depois desse prazo concedido. Ex.: se for produto
durável, 90 dias + 90 dias.
- E se a garantia contratual, por exemplo, só cobrir a parte elétrica da geladeira, mas houver outro vício
sem ser na parte elétrica (não coberto)? O STJ entende que deve-se discriminar os prazos considerando
a cobertura contratual dos vícios (se eles poderiam ser sanados durante a garantia contratual ou não).
Leonardo Garcia discorda e entende que o consumidor poderá esperar o prazo contratual (prazo
contratual + prazo do art. 26). Impor ao consumidor o ônus de discriminar os vícios que estão cobertos
e os que não estão, para fim de estabelecer a correta contagem do prazo é desfavorável ao
consumidor e à sua defesa. Isso não significa que será estendida a garantia contratual para todos os
vícios. O fornecedor continua podendo estipular garantias parciais. O que será estendido ao consumidor
será a possibilidade de reclamar de vício que não esteja previsto na garantia contratual (que já estava no
produto ou serviço) após o término do prazo da garantia contratual.
- Somente nos casos de vício oculto é que se aceita o critério da vida útil. Mas, nos casos em que os
vícios são novos, deve-se observar a garantia contratual. Como saber quando os vícios são ocultos ou
novos? Se houver dúvida, cabe ao juiz inverter o ônus da prova para que o fornecedor prove a origem
dos vícios (consumidor tecnicamente hipossuficiente).

- Se o produto estiver consertando (em posse do fornecedor) ao fim do prazo contratual, o início do
prazo decadencial de 30 ou 90 dias somente se dará quando o fornecedor entregar o produto ao
consumidor.

* #MUDANÇADEENTENDIMENTO #SELIGA: Se o produto que o consumidor comprou apresenta um


vício, ele tem o direito de ter esse vício sanado no prazo de 30 dias (art. 18, § 1º do CDC). Para tanto, o
consumidor pode escolher para quem levará o produto a fim de ser consertado: a) para o comerciante;
b) para a assistência técnica ou c) para o fabricante. Em outras palavras, cabe ao consumidor a escolha
para exercer seu direito de ter sanado o vício do produto em 30 dias: levar o produto ao comerciante, à
assistência técnica ou diretamente ao fabricante. STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 12/09/2017 (Info 619).

- DAS CLÁUSULAS ABUSIVASrol exemplificativo de cláusulas nulas de pleno direito (nulidade


absoluta).

- Súmula 381 do STJ: nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da
abusividade das cláusulas. Criticar a súmula: as normas do CDC são de ordem pública e o art. 51 é
expresso ao declarar que “são nulas de pleno direito”. O consumidor é vulnerável na relação com o
fornecedor e por isso é necessário permitir que o juiz intervenha na relação, de ofício, para manter o
equilíbrio contratual.

1)CLÁUSULAS DE IRRESPONSABILIDADE cláusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a


responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos.
- No mesmo sentido o art. 25 (responsabilidade pelo fato e por vício): é vedada a estipulação contratual
de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções
anteriores.
- NAS RELAÇÕES DE CONSUMO ENTRE O FORNECEDOR E O CONSUMIDOR PESSOA JURÍDICA, A
INDENIZAÇÃO PODERÁ SER LIMITADA EM SITUAÇÕES JUSTIFICÁVEIS.
2)CLÁUSULAS QUE SUBTRAIAM AO CONSUMIDOR A OPÇÃO DE REEMBOLSO DA QUANTIA JÁ PAGA;

3)CLÁUSULAS QUE TRANSFIRAM RESPONSABILIDADES A TERCEIROScomo a responsabilidade do


fornecedor vem da lei, ele não pode, por meio de cláusula contratual, transferir a terceiros para se
eximir. Ex.: as empresas que oferecem plano de assistência médica não podem transferir a
responsabilidade aos profissionais credenciados. Porém, caso sejam condenadas, poderão agir em
regresso contra o profissional causador do dano.

4)CLÁUSULAS QUE ESTABELEÇAM OBRIGAÇÕES INÍQUAS, ABUSIVAS, QUE COLOQUEM O


CONSUMIDOR EM DESVANTAGEM EXAGERADA, OU SEJAM INCOMPATÍVEIS COM A BOA-FÉ OU A
EQUIDADE;

*O plano de saúde não pode se recusar a custear exames, internações e tratamentos hospitalares
usando como único argumento o fato de que tais procedimentos foram solicitados por médico não
integrante da rede de atendimento do plano. A cláusula contratual que prevê o indeferimento de
quaisquer procedimentos médicohospitalares, se estes forem solicitados por médicos não cooperados,
deve ser reconhecida como cláusula abusiva, nos termos do art. 51, IV, do CDC. STJ. 4ª Turma. REsp
1.330.919-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/8/2016 (Info 588).

* É abusiva a prática comercial consistente no cancelamento unilateral e automático de um dos trechos


da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para embarque no voo
antecedente. STJ. 4ª Turma. REsp 1.595.731-RO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/11/2017
(Info 618).

*É assegurado ao trabalhador demitido sem justa causa ou ao aposentado que contribuiu para o plano
de saúde em decorrência do vínculo empregatício o direito de continuar no plano durante certo período
com as mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de
trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral (arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/98). Para isso, no
entanto, é necessário que, durante o vínculo empregatício, ele contribuísse para o pagamento do plano.
Quando se fala em "contribuição" para o plano, isso significa pagamento de mensalidade. Assim, se
apenas a empresa contribuía para o plano, o ex-empregado não terá direito de continuar nele mesmo
que este plano fosse sob a modalidade de coparticipação (quando o usuário, apesar de não pagar
contribuição mensal, paga uma parte do tratamento/consulta). Resumindo: o empregado que for
aposentado ou demitido sem justa causa não terá direito de ser mantido em plano de saúde coletivo
empresarial custeado exclusivamente pelo empregador - sendo irrelevante se houver coparticipação no
pagamento de procedimentos de assistência médica, hospitalar e odontológica -, salvo disposição
contrária expressa em contrato ou em convenção coletiva de trabalho. STJ. 3ª Turma. REsp 1.594.346-
SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/8/2016 (Info 588).

Ainda que, em contrato de plano de saúde, exista cláusula que vede de forma absoluta o custeio do
serviço de home care (tratamento domiciliar), a operadora do plano será obrigada a custeá-lo em
substituição à internação hospitalar contratualmente prevista, desde que cumpridos os seguintes
requisitos: 1) tenha havido indicação desse tratamento pelo médico assistente; 2) exista real
necessidade do atendimento domiciliar, com verificação do quadro clínico do paciente; 3) a residência
possua condições estruturais para fazer o tratamento domiciliar; 4) haja solicitação da família do
paciente; 5) o paciente concorde com o tratamento domiciliar; 6) não ocorra uma afetação do equilíbrio
contratual em prejuízo do plano de saúde (exemplo em que haveria um desequilíbrio: nos casos em que
o custo do atendimento domiciliar por dia supera a despesa diária em hospital). STJ. 3ª Turma. REsp
1.378.707-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/5/2015 (Info 564). STJ. 3ª Turma.
REsp 1.537.301-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/8/2015 (Info 571).

- Algumas observações importantes sobre o tema:


1) Em geral, o tratamento domiciliar é mais barato que o tratamento hospitalar, de forma que, na
maioria dos casos, não haveria essa afetação do equilíbrio contratual.
2) Se o plano de saúde não fornecer o home care por não preencher os requisitos acima, ele deverá
continuar mantendo os custos do tratamento hospitalar.
3) Qualquer cláusula contratual ou ato da operadora de plano de saúde que importe em absoluta
vedação da internação domiciliar como alternativa de substituição à internação hospitalar será abusivo,
visto que se revela incompatível com a equidade e a boa-fé, colocando o usuário (consumidor) em
situação de desvantagem exagerada (art. 51, IV, do CDC).
4) Em caso de recusa indevida no fornecimento do home care, o plano de saúde poderá ser condenado
a pagar indenização por danos morais.

- Os contratos de planos de saúde, além de serem classificados como contratos de consumo (relação
jurídica de consumo), são também contratos de adesão. Como consequência, a interpretação dessas
cláusulas contratuais segue as regras especiais de interpretação dos contratos de adesão ou dos
negócios jurídicos estandardizados. Assim, havendo dúvidas, imprecisões ou ambiguidades no
conteúdo de um negócio jurídico, deve-se interpretar as suas cláusulas do modo mais favorável ao
aderente. O serviço de home care constitui desdobramento do tratamento hospitalar contratualmente
previsto. Em outras palavras, é uma etapa do tratamento. Daí o STJ ter entendido ser possível essa
obrigação em desfavor dos planos de saúde.

No caso em que o serviço de home care (tratamento domiciliar) não conste expressamente do rol de
coberturas previsto no contrato de plano de saúde, a operadora ainda assim será obrigada a custeá-lo
em substituição à internação hospitalar contratualmente prevista, desde que respeitados os seguintes
requisitos: 1) tenha havido indicação desse tratamento pelo médico assistente; 2) o paciente concorde
com o tratamento domiciliar; 3) não ocorra uma afetação do equilíbrio contratual em prejuízo do plano
de saúde (exemplo em que haveria um desequilíbrio: nos casos em que o custo do atendimento
domiciliar por dia supera a despesa diária em hospital). STJ. 3ª Turma. REsp 1.378.707-RJ, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/5/2015 (Info 564).

Caracteriza prática abusiva quando o fornecedor de bens e serviços prevê preços mais favoráveis para o
consumidor que paga em dinheiro ou cheque em detrimento daquele que paga em cartão de crédito.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.479.039-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/10/2015 (Info 571)4.

*#OUSESABER : O chamado "abono de pontualidade" consiste na prática de oferecer desconto ao


consumidor que paga em dia sua mensalidade. Muito se discutiu a respeito da abusividade ou não
desse benefício, já que, em tese, não se trataria de desconto, e sim de multa implícita para aquele que
pague fora do vencimento aprazado.

4
*Tal entendimento foi objeto de questionamento na prova da DPE-BA de 2016, sendo considerada
correta: “Caracteriza prática abusiva no mercado de consumo a diferenciação do preço do produto em
função de o pagamento ocorrer em dinheiro, cheque ou cartão de crédito.”
O STJ, contudo, em recente julgado, entendeu não haver abusividade nessa prática. Nesse sentido: (...)
São distintas as hipóteses de incidência da multa, que tem por propósito punir o inadimplemento, e a do
desconto de pontualidade, que, ao contrário, tem por finalidade premiar o adimplemento, o que, por si
só, afasta qualquer possibilidade de bis in idem, seja em relação à vantagem, seja em relação à punição
daí advinda. 3.2 Entendimento que se aplica ainda que o desconto seja dado até a data do
vencimento. Primeiro, não se pode olvidar que a estipulação contratual que concede o desconto por
pontualidade até a data de vencimento é indiscutivelmente mais favorável ao consumidor do que
aquela que estipula a concessão do desconto até a data imediatamente anterior ao vencimento." (RESP
1424814)

**#NOVIDADELEGISLATIVA: Os estabelecimentos comerciais (e outros fornecedores de bens ou


serviços) podem cobrar mais caro pelo produto caso o consumidor opte por pagar com cartão de
crédito ou com cheque em vez de pagar com dinheiro? Os fornecedores de bens e serviços podem dar
descontos para quem paga no dinheiro?

A partir da MP 764/2016 (Lei 13.455/2017):


ANTES: NÃO podiam. SIM
Isso era considerado prática abusiva. A MP, convertida na Lei 13.455/2017,
passou a permitir esta prática.

A jurisprudência dizia que:


A diferenciação entre o pagamento em
Veja o que diz a Lei nº 13.455/2017:
dinheiro, cheque ou cartão de crédito
Art. 1º Fica autorizada a diferenciação de
caracteriza prática abusiva no mercado de
preços de bens e serviços oferecidos ao
consumo, nociva ao equilíbrio contratual.
público em função do prazo ou do
instrumento de pagamento utilizado.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.479.039-MG, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 6/10/2015.
Parágrafo único. É nula a cláusula contratual,
STJ. 3ª Turma. REsp 1.133.410/RS, Rel. Min.
estabelecida no âmbito de arranjos de
Massami Uyeda, julgado em 16/03/2010.
pagamento ou de outros acordos para
prestação de serviço de pagamento, que
Fundamento legal para essa conclusão do
proíba ou restrinja a diferenciação de preços
STJ: art. 39, V e X, do CDC e no art. 36, § 3º, X
facultada no caput deste artigo.
e XI, da Lei nº 12.529/2011.

Repare, portanto, que se permite expressamente a diferenciação de preços de bens e serviços em


função: • do prazo. Ex: pagamentos à vista podem ser mais baratos que os realizados a prazo; ou • do
instrumento de pagamento utilizado. Ex: é permitido que o lojista cobre um preço mais caro se o
consumidor optar por pagar em cheque ou cartão em vez de dinheiro.

5)CLÁUSULAS QUE ESTABELEÇAM INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM PREJUÍZO DO CONSUMIDOR;

6)CLÁUSULAS QUE DETERMINEM A UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIA DE ARBITRAGEM;

7)CLÁUSULAS QUE IMPONHAM REPRESENTANTE PARA CONCLUIR OU REALIZAR OUTRO NEGÓCIO


JURÍDICO PELO CONSUMIDOR o fornecedor, valendo-se da vulnerabilidade do consumidor, não pode
impor representante para celebrar negócio jurídico em seu nome. Ex.: as “CLÁUSULAS MANDATO” nos
contratos bancários (caso o consumidor fique inadimplente, o banco pode ser constituído como seu
procurador, assinando nota promissória ou emitindo letra de câmbio).
- Súmula 60 do STJ: É NULA A OBRIGAÇÃO CAMBIAL ASSUMIDA POR PROCURADOR DO MUTUÁRIO
VINCULADO AO MUTUANTE, NO EXCLUSIVO INTERESSE DESTE.
- Todavia, no tocante às administradoras de cartão de crédito, o STJ vem admitindo a legalidade da
cláusula mandato, permitindo à administradora buscar recursos no mercado para financiar o usuário
inadimplente.

Importante!!! Nos contratos de cartão de crédito, é abusiva a previsão de cláusula-mandato que


permita à operadora emitir título cambial contra o usuário do cartão. STJ. 2ª Seção. REsp 1.084.640-SP,
Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/9/2015 (Info 570).
- Acepções da expressão cláusula-mandato nos contratos de cartão de crédito: O Ministro do STJ Marco
Buzzi explica que a palavra "cláusula-mandato", inserida nos contratos de cartão de crédito, pode ter
três acepções (sentidos):
a) Cláusula-mandato significa a previsão existente em todos os contratos de cartão de crédito segundo o
qual a administradora do cartão se compromete a honrar, mediante eventual anuidade e até o limite de
crédito estipulado para aquele consumidor, as despesas feitas por este perante comerciantes ou
prestadores de serviços.
b) Cláusula-mandato é a autorização dada pelo consumidor à administradora do cartão de crédito para
que, em seu nome, obtenha recursos no mercado financeiro para saldar eventuais dívidas e
financiamentos advindos do uso do cartão.
c) Cláusula-mandato é a autorização dada pelo consumidor à administradora do cartão de crédito para
que esta emita títulos de crédito em nome do consumidor.
- A primeira acepção (letra "a" acima) está presente em todos os contratos de cartão de crédito e não
desperta nenhuma atenção especial. É uma característica inerente a esse tipo de pacto. Em outros
contratos, contudo, a cláusula-mandato prevê apenas o poder de emitir título cambial (acepção "c").
Esse, inclusive, é o caso mais comum. Explico o porquê. Atualmente, a grande maioria das operadoras
de cartão de crédito é também instituição financeira (banco). Logo, elas entendem que não é necessário
prever essa autorização para tomar empréstimos de outras instituições, considerando que, em situação
de débito, a própria operadora do cartão é quem irá emprestar o dinheiro para o usuário do cartão (com
juros).
- A validade da cláusula-mandato há muitos anos é questionada. Os seus críticos afirmam que ela é
abusiva, devendo ser considerada ilícita, nos termos do art. 51, VIII, do CDC e Súmula 60 do STJ: “Art. 51.
São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos
e serviços que: VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo
consumidor”; Súmula 60-STJ: “É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário
vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste”.
- O que o STJ entende? A cláusula-mandato, nos contratos de cartão de crédito, é válida ou não?
Depende:
1) Cláusula-mandato que autoriza a administradora a contrair empréstimos para saldar a dívida do
contratante: é válida. A cláusula-mandato que, no bojo do contrato de cartão de crédito, permite que a
administradora do cartão de crédito tome recursos perante instituições financeiras em nome do
contratante para saldar sua dívida é válida. Para o STJ, a tomada de empréstimo pela administradora do
cartão em nome do cliente, para financiá-lo, é procedimento que atende ao interesse do usuário do
cartão de crédito, haja vista que busca como intermediária, perante o mercado, os recursos necessários
ao financiamento do consumidor/mandante que não teve condições de pagar as despesas efetuadas.
Assim, pelo fato de esse empréstimo ser tomado no interesse do consumidor, não se aplica a súmula 60
do STJ nem o art. 51, VIII, do CDC.
2) Cláusula-mandato que autoriza a administradora a emitir título cambial contra o contratante: é
abusiva. Nos contratos de cartão de crédito, é abusiva a previsão de cláusula-mandato que permita à
operadora emitir título cambial contra o usuário do cartão. Essa previsão não traz qualquer benefício ao
contratante. Ao contrário, faz com que fique em uma situação de extrema vulnerabilidade, já que
autoriza que seja constituído unilateralmente um título executivo contra ele, o que reduz,
inegavelmente, a sua capacidade de defesa.

8)CLÁUSULAS QUE DEIXEM AO FORNECEDOR A OPÇÃO DE CONCLUIR OU NÃO O CONTRATO, EMBORA


OBRIGANDO O CONSUMIDOR;

9)CLÁUSULAS QUE PERMITAM AO FORNECEDOR, DIRETA OU INDIRETAMENTE, VARIAÇÃO DO PREÇO


DE MANEIRA UNILATERAL;

10)CLÁUSULAS QUE AUTORIZEM O FORNECEDOR A CANCELAR O CONTRATO UNILATERALMENTE, SEM


QUE IGUAL DIREITO SEJA CONFERIDO AO CONSUMIDOR;

11)CLÁUSULAS QUE OBRIGUEM O CONSUMIDOR A RESSARCIR OS CUSTOS DE COBRANÇA DE SUA


OBRIGAÇÃO, SEM QUE IGUAL DIREITO LHE SEJA CONFERIDO CONTRA O FORNECEDOR;

12)CLÁUSULAS QUE AUTORIZEM O FORNECEDOR A MODIFICAR UNILATERALMENTE O CONTEÚDO OU


A QUALIDADE DO CONTRATO, APÓS SUA CELEBRAÇÃO;

13)CLÁUSULAS QUE INFRINJAM OU POSSIBILITEM A VIOLAÇÃO DE NORMAS AMBIENTAIS;

14)CLÁUSULAS QUE ESTEJAM EM DESACORDO COM O SISTEMA DE PROTEÇÃO AO


CONSUMIDORNORMA DE ABERTURA. O sistema não se resume ao CDC, mas também compreende
qualquer norma que tutele, ainda que indiretamente, o consumidor. Ex.: Lei de Economia Popular, Lei
de Planos de Saúde etc.

15)CLÁUSULAS QUE POSSIBILITEM A RENÚNCIA DO DIREITO DE INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS


NECESSÁRIAS.

- Princípio da conservação dos contratosa nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida
o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
excessivo a qualquer das partes.

- É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao MP que ajuíze a


competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste
código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Atenção: embora o dispositivo só cite o MP, a doutrina é uniforme no sentido de admitir que
QUALQUER DOS LEGITIMADOS DO ART. 82 PODE INGRESSAR COM AÇÃO COLETIVA PARA O
CONTROLE JUDICIAL DE CLÁUSULA ABUSIVA.
- A diferença entre o controle judicial abstrato e o concreto está na eficácia da sentença, uma vez que,
formulado pedido de controle abstrato, a decisão declaratória da abusividade da cláusula contratual
fará coisa julgada erga omnes (tratando-se de direitos difusos) ou ultra partes (tratando-se de direitos
coletivos). Entretanto, formulado pedido individual de declaração de abusividade de cláusula
contratual, a coisa julgada somente abrangerá as partes integrantes da relação jurídica processual.
- Já o controle administrativo das cláusulas abusivas, somente poderá ser feito pelo MP (por meio do
inquérito civil ou do TAC) ou pela administração pública, nos limites do seu poder de fiscalização e
regulamentação. Ex.: Procons aplicando multas, instaurando processos administrativos, notificando os
fornecedores etc.

- CLÁUSULAS NOS CONTRATOS BANCÁRIOS

ENCARGOS DA NORMALIDADE
JUROS Cartão de crédito Súmula 283 do STJ: AS EMPRESAS ADMINISTRADORAS DE
REMUNERATÓRIOS CARTÃO DE CRÉDITO SÃO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E,
POR ISSO, OS JUROS REMUNERATÓRIOS POR ELAS
COBRADOS NÃO SOFREM AS LIMITAÇÕES DA LEI DE
USURA.
Contratos bancários Súmula 382 do STJ: A ESTIPULAÇÃO DE JUROS
REMUNERATÓRIOS SUPERIORES A 12% AO ANO, POR SI
SÓ, NÃO INDICA ABUSIVIDADE.
SFH Súmula 422 do STJ: OS JUROS REMUNERATÓRIOS NÃO
ESTÃO LIMITADOS NOS CONTRATOS VINCULADOS AO
SFH.
CAPITALIZAÇÃO DE Contratos bancários Capitalização anual: o STJ admite a capitalização anual
JUROS e cartão de crédito nos contratos com instituições financeiras, desde que
previamente pactuados.
SFH É permitida a pactuação de capitalização de juros com
periodicidade mensal nas operações realizadas pelas
entidades integrantes do SFH.

ENCARGOS MORATÓRIOS
MULTA MORATÓRIA Súmula 285 do STJ: NOS CONTRATOS BANCÁRIOS POSTERIORES AO CDC
INCIDE A MULTA MORATÓRIA NELE PREVISTA.
Obs.: a multa moratória no CDC não poderá ser superior a 2% do valor da
prestação.
JUROS MORATÓRIOS Súmula 379 do STJ: NOS CONTRATOS BANCÁRIOS NÃO REGIDOS POR
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA, OS JUROS MORATÓRIOS PODERÃO SER
CONVENCIONADOS ATÉ O LIMITE DE 1% AO MÊS.
COMISSÃO DE É VÁLIDA A CLÁUSULA QUE PREVÊ A COBRANÇA DA COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA PERMANÊNCIA PARA O PERÍODO DE INADIMPLÊNCIA, DESDE QUE NÃO
CUMULADA COM JUROS REMUNERATÓRIOS, JUROS MORATÓRIOS,
MULTA MORATÓRIA OU CORREÇÃO MONETÁRIA (súmulas 30 e 296 do
STJ).
A comissão de permanência só é legal se calculada pela TAXA MÉDIA DOS
JUROS DE MERCADO APURADA PELO BANCO CENTRAL (súmula 294 do
STJ).
Súmula 472 do STJ: a cobrança de comissão de permanência – cujo valor
não pode ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios
previstos no contrato – exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios,
moratórios e da multa contratual.

-COMO O CDC SE ALICA ÀS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS, A MULTA MORATÓRIA ESTÁ ADSTRITA AO


PATAMAR MÁXIMO DE 2% DESDE A ENTRADA EM VIGOR DA LEI 9.298/96 (ART. 52, §1º DO CDC).
ALÉM DISSO, A ESTIPULAÇÃO DE JUROS REMUNERATÓRIOS SUPERIORES A 12% AO ANO, POR SI SÓ,
NÃO INDICA ABUSIVIDADE (SÚMULA 382 DO STJ).
- Art. 52, §1º: as multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não
poderão ser superiores a 2% do valor da prestação (Redação dada pela Lei 9.298/96).
- Súmula 286 STJ: a renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a
possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.

#SÚMULA #NOVIDADE #PROVAOBJETIVA


Súmula 565-STJ: A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC) e de emissão de carnê (TEC), ou
outra denominação para o mesmo fato gerador, é válida apenas nos contratos bancários anteriores ao
início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008.
Súmula 566-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n.
3.518/2007, em 30/4/2008, pode ser cobrada a tarifa de cadastro no início do relacionamento entre o
consumidor e a instituição financeira.
STJ. 2ª Seção. Aprovadas em 24/02/2016. DJe 29/02/2016.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:

O cliente paga alguma tarifa bancária quando ele saca dinheiro de sua conta? Os bancos adotam a
seguinte prática contratual: o cliente pode fazer até quatro saques por mês sem pagar nada. A partir do
quinto saque, é cobrada uma tarifa bancária. Esta prática bancária é válida? SIM. É legítima a cobrança,
pelas instituições financeiras, de tarifas relativas a saques quando estes excederem o quantitativo de
quatro realizações por mês. STJ. 3ª Turma. REsp 1.348.154-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 13/12/2016 (Info 596)

O saque indevido de numerário em conta-corrente, reconhecido e devolvido pela instituição financeira


dias após a prática do ilícito, não configura, por si só, dano moral in re ipsa. O saque indevido em conta
corrente não configura, por si só, dano moral, podendo, contudo, observadas as particularidades do
caso, ficar caracterizado o respectivo dano se demonstrada a ocorrência de violação significativa a
algum direito da personalidade do correntista. STJ. 3ª Turma. REsp 1.573.859-SP, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 07/11/2017 (Info 615). Sobre o tema, vale a pena recordar: O banco deve
compensar os danos morais sofridos por consumidor vítima de saque fraudulento que, mesmo diante de
grave e evidente falha na prestação do serviço bancário, teve que intentar ação contra a instituição
financeira com objetivo de recompor o seu patrimônio, após frustradas tentativas de resolver
extrajudicialmente a questão. STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 395.426-DF, Rel. Min. Antonio Carlos
Ferreira, Rel. para acórdão Marco Buzzi, julgado em 15/10/2015 (Info 574).
* É abusiva e ilegal cláusula prevista em contrato de prestação de serviços de cartão de crédito que
autoriza o banco contratante a compartilhar dados dos consumidores com outras entidades financeiras
ou mantenedoras de cadastros positivos e negativos de consumidores, sem que seja dada opção de
discordar daquele compartilhamento. STJ. 4ª Turma. REsp 1.348.532-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 10/10/2017 (Info 616)

* É abusiva a cláusula que prevê a cobrança de ressarcimento de serviços prestados por terceiros, sem a
especificação do serviço a ser efetivamente prestado.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.578.553-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 28/11/2018 (recurso
repetitivo) (Info 639).

*É válida a tarifa de avaliação do bem dado em garantia, bem como da cláusula que prevê o
ressarcimento de despesa com o registro do contrato, ressalvadas: • a abusividade da cobrança por
serviço não efetivamente prestado; e • a possibilidade de controle da onerosidade excessiva, em cada
caso concreto. Tarifa de avaliação do bem dado em garantia: valor cobrado do banco para remunerar o
especialista que realiza a avaliação do preço de mercado do bem dado em garantia. Ressarcimento de
despesa com o registro do contrato: valor cobrado pela instituição financeira como ressarcimento pelos
custos que o banco terá para fazer o registro do contrato no cartório ou no DETRAN. Ex: despesas para
registrar a alienação fiduciária de veículo no DETRAN. STJ. 2ª Seção. REsp 1.578.553-SP, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 28/11/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).

*É abusiva a cláusula que prevê o ressarcimento pelo consumidor da comissão do correspondente


bancário, em contratos celebrados a partir de 25/02/2011, data de entrada em vigor da Resolução CMN
3.954/2011, sendo válida a cláusula no período anterior a essa resolução, ressalvado o controle da
onerosidade excessiva. STJ. 2ª Seção. REsp 1.578.553-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 28/11/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).

* É abusiva a cláusula que prevê o ressarcimento pelo consumidor da despesa com o registro do pré-
gravame, em contratos celebrados a partir de 25/02/2011, data de entrada em vigor da Resolução CMN
3.954/2011, sendo válida a cláusula pactuada no período anterior a essa resolução, ressalvado o
controle da onerosidade excessiva. STJ. 2ª Seção. REsp 1.639.259-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 12/12/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).

* Nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a
instituição financeira ou com seguradora por ela indicada. STJ. 2ª Seção. REsp 1.639.259-SP, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 12/12/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).

- CONTRATOS DE GRUPO nos contratos de seguro em grupo o estipulante é mandatário dos


segurados, sendo parte legítima para figurar no polo passivo da presente ação.
- APÓS O TÉRMINO DO CONTRATO COLETIVO, O CONSUMIDOR NÃO TEM DIREITO A MANTER O
PLANO INDIVIDUAL NAS MESMAS CONDIÇÕES. Aceitar a continuidade da vinculação da recorrida a
seguro de saúde coletivo que nem mesmo existe mais, mediante o recolhimento de verba simbólica, é
providência que visivelmente impede a preservação do necessário equilíbrio contratual. Não há direito
adquirido à manutenção das condições previstas em contrato de seguro-saúde em grupo extinto.
- Por sua vez, se o aposentado ou empregado desligado por rescisão ou exoneração do contrato de
trabalho arcar com o pagamento integral, poderá se manter no plano de saúde nas mesmas
condições.

INFORMATIVO 578 DO STJ


A migração de beneficiário de plano de saúde coletivo empresarial extinto para plano individual ou
familiar não enseja a manutenção dos valores das mensalidades previstos no plano primitivo. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.471.569-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 1º/3/2016 (Info 578).
- Os planos de saúde variam segundo o regime e o tipo de contratação. De acordo com art. 16, VII, da Lei
nº 9.656/1998, há três modalidades: a) individual ou familiar; b) coletivo empresarial e c) coletivo por
adesão.
- O plano de saúde individual é aquele em que a pessoa física contrata diretamente com a operadora ou
por intermédio de um corretor autorizado. A vinculação de beneficiários é livre, não havendo restrições
relacionadas ao emprego ou à profissão do usuário em potencial (art. 3º da RN n. 195/2009 da ANS).
- O plano de saúde coletivo é aquele contratado por uma empresa, conselho, sindicato ou associação
junto à operadora de planos de saúde para oferecer assistência médica e/ou odontológica às pessoas
vinculadas às mencionadas entidades, bem como a seus dependentes. São dois os regimes de
contratação de planos de saúde coletivos: b) o coletivo empresarial, o qual garante a assistência à saúde
dos funcionários da empresa contratante em razão do vínculo empregatício ou estatutário (art. 5º da RN
nº 195/2009 da ANS); e c) o coletivo por adesão, contratado por pessoas jurídicas de caráter profissional,
classista ou setorial, como conselhos, sindicatos, cooperativas e associações profissionais (art. 9º da RN
nº 195/2009 da ANS).
- Quanto à formação de preços dos serviços de saúde suplementar e ao reajuste das mensalidades, o
cálculo difere entre as três modalidades de plano de saúde. Com efeito, no plano coletivo empresarial, o
empresário ou o órgão público tem condições de apurar, na fase pré-contratual, qual é a massa de
usuários que será coberta, pois dispõe de dados dos empregados ou servidores, como a idade e a
condição médica do grupo. Diante disso, considerando-se a atuária mais precisa, pode ser oferecida uma
mensalidade inferior àquela praticada aos planos individuais. Ademais, ao se constatar, na execução
contínua do contrato, um desequilíbrio econômico-financeiro devido à alta sinistralidade da massa e à
inflação acumulada no período, pode a operadora, em livre negociação com a estipulante, pactuar um
reajuste que viabilize a manutenção dos serviços de saúde suplementar. Em outras palavras, o reajuste
anual nesse tipo de contratação é apenas acompanhado pela ANS, para fins de monitoramento da
evolução dos preços e de prevenção de práticas comerciais abusivas, não necessitando, todavia, de sua
prévia autorização. Assim, não havendo mais interesse na prestação dos serviços por qualquer das
partes, os contratos de planos privados de assistência à saúde coletivos podem ser rescindidos
imotivadamente, cumpridas algumas formalidades.
- Por sua vez, no plano de saúde individual ou familiar, não existe livre negociação de preço sobre a
mensalidade que será paga diretamente pelo beneficiário, visto que os valores praticados devem ser
aqueles compatíveis com o mercado e previamente aprovados pela ANS, mediante notas técnicas,
devendo ser cobrados indistintamente de todos que contratem aquela cobertura específica no mesmo
período, segundo a faixa etária de cada um. Nessa modalidade, o preço e os reajustes anuais são
vinculados à prévia autorização da ANS, não guardando o índice de reajuste correlação com a
sinistralidade do plano de saúde em si, mas com outros parâmetros adotados em metodologia
particular.

- Boleto bancárioA COBRANÇA DE TARIFA PELO PAGAMENTO MEDIANTE BOLETO/FICHA DE


COMPENSAÇÃO CONSTITUI ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA POR PARTE DAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRA, pois há dupla remuneração pelo mesmo serviço, importando em vantagem exagerada dos
bancos em detrimento dos consumidores.

- É abusiva a cláusula contratual que determina, em caso de rescisão de promessa de compra e venda
de imóvel, por culpa exclusiva da construtora/incorporadora, a restituição de parcelas pagas somente
ao término da obra, haja vista que poderá o promitente vendedor, uma vez mais, revender o imóvel a
terceiros e, a um só tempo, auferir vantagem com os valores retidos, além de que a conclusão da obra
atrasada, por óbvio, pode não ocorrer.
- Não é abusiva cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega
das chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção sob o regime
de incorporação imobiliária.
- Banco não pode exigir assinatura de devedor em contrato em branco.
- NOS CONTRATOS DE CAPITALIZAÇÃO, É VÁLIDA A CONVENÇÃO QUE PREVÊ, PARA O CASO DE
RESGATE ANTECIPADO, O PRAZO DE CARÊNCIA DE ATÉ 24 MESES PARA A DEVOLUÇÃO DO MONTANTE
DA PROVISÃO MATEMÁTICA. Não pode o juiz, com base no CDC, determinar a anulação de cláusula
contratual expressamente admitida pelo ordenamento jurídico pátrio se não houver evidência de que o
consumidor tenha sido levado a erro quanto ao seu conteúdo. No caso concreto, não há nenhuma
alegação de que a recorrente tenha omitido informações aos aplicadores ou agido de maneira a neles
incutir falsas expectativas.

- Cláusula de decaimento nos contratos de compra e venda de MÓVEIS OU IMÓVEISmediante


pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de
pleno direito as cláusulas que estabeleçam a PERDA TOTAL DAS PRESTAÇÕES PAGASem benefício do
credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto
alienado.

INFORMATIVO 567, STJ – 2015


Súmula 543-STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel
submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas
pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente
vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao
desfazimento. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 26/8/2015, DJe 31/8/2015 (Info 567).
- O art. 53 do CDC veda a retenção integral das parcelas pagas: Art. 53. Nos contratos de compra e
venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias
em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das
prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do
contrato e a retomada do produto alienado.
- Desse modo, o art. 53 do CDC afirma que é nula de pleno direito a cláusula de decaimento. Assim, o
STJ entende que é justo e razoável que o vendedor retenha parte das prestações pagas pelo consumidor
como forma de indenizá-lo pelos prejuízos suportados, especialmente as despesas administrativas
realizadas com a divulgação, comercialização e corretagem, além do pagamento de tributos e taxas
incidentes sobre o imóvel, e a eventual utilização do bem pelo comprador.
- Existem precedentes do STJ afirmando que o percentual máximo que o promitente-vendedor poderia
reter seria o de 25% dos valores já pagos, devendo o restante ser devolvido ao promitente comprador.
Nesse sentido: STJ. 2ª Seção. EAg 1138183/PE, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/06/2012.
- Em alguns casos, a depender da situação concreta, o promitente-vendedor pode comprovar que teve
gastos maiores que esses 25% (STJ. 3ª Turma. REsp 1258998/MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 18/02/2014).
- Em contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao CDC, é abusiva a cláusula
contratual que determine, no caso de resolução, a restituição dos valores devidos somente ao término
da obra ou de forma parcelada, independentemente de qual das partes tenha dado causa ao fim do
negócio. A restituição dos valores deverá ser imediata, mesmo que o "culpado" pelo desfazimento do
negócio tenha sido o consumidor (promitente comprador). Qual é o fundamento para essa conclusão?
Não existe um dispositivo no CDC que afirme expressamente que a devolução das parcelas deve ser
imediata. No entanto, para o STJ tais cláusulas violam o art. 51, II e IV, do CDC: Art. 51. São nulas de
pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços
que: II — subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste
Código; IV — estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. Essas cláusulas são
abusivas mesmo se analisado o tema apenas sob a ótica do Código Civil. Isso porque o art. 122 do CC-
2002 afirma que são ilícitas as cláusulas puramente potestativas, assim entendidas aquelas que sujeitam
a pactuação “ao puro arbítrio de uma das partes”. Em hipóteses como esta, revela-se evidente
potestatividade, o que é considerado abusivo tanto pelo art. 51, IX, do CDC, quanto pelo art. 122 do
CC/2002.

- Aplicação do princípio da boa-fé objetiva, extirpando qualquer cláusula que propicie uma
desvantagem exagerada ao consumidor. Uma vez rescindido o contrato, ao consumidor cabe o direito
de reaver a QUANTIA QUE PAGOU, descontado somente um percentual pela participação do
fornecedor no contrato (TAXA DE ADMINISTRAÇÃO) ou por PERDAS E DANOS sofridas por este.
- Muitas construtoras e instituições financeiras praticavam esse abuso. Não é justo admitir que o
consumidor perca tudo o que pagou em um financiamento que eventualmente não tenha sido
concluído. Para o STJ, como não se aplica o CDC aos contratos celebrados antes de sua vigência, as
cláusulas de decaimento anteriores a ele são válidas. Leonardo Garcia critica: mesmo antes do CDC, a
cláusula já era abusiva por simples interpretação constitucional (dignidade da pessoa humana, função
social do contrato).
- Para o STJ, é abusiva a cláusula que prevê a restituição em forma de carta de crédito, ficando o
consumidor preso ao fornecedor. O consumidor tem direito à restituição EM DINHEIRO.
- A jurisprudência tem aplicado um percentual de retenção de 5% a 30%, dependendo do caso
concreto, pois, em alguns casos, há uma efetiva usufruição do bem pelo consumidor, fato que
possibilita o fornecedor reter um percentual maior.

- Consórcios em relação aos contratos de consórcios, os consumidores também terão descontadas as


parcelas pagas, a taxa de administração e a vantagem auferida com o uso do bem (se houver). Porém,
há a previsão de um plus: O PREJUÍZO QUE CAUSOU AO GRUPO DE CONSORCIADOS, SEJA PELA
INADIMPLÊNCIA, SEJA PELA DESISTÊNCIA.

Descontos previstos no art. 53, §2º em razão da desistência do consórcio


PARCELAS PAGAS TAXA DE VANTAGEM AUFERIDA COM PREJUÍZOS CAUSADOS
ADMINISTRAÇÃO O USO (SE HOUVER) AO GRUPO

- O que o legislador pretendeu com a expressão “os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar
ao grupo” foi que o grupo restante não fosse prejudicado com a eventual saída do consumidor
desistente ou indimplente. Mas A SIMPLES SAÍDA DO CONSUMIDOR NÃO FAZ PRESUMIR OS
PREJUÍZOS, QUE DEVEM SER PROVADOS PELA ADMINISTRADORA. Isso porque, muitas vezes, não há
dano, uma vez que a administradora insere outro consumidor no lugar do desistente.

Devolução de A restituição dos valores pagos, corrigidamente, não deve ser de imediato, mas ATÉ
parcelas 30 DIAS contados a partir do prazo previsto contratualmente para o encerramento
do plano, quando, então, passarão a correr os juros moratórios.
Taxa de As administradoras de consórcios possuem total LIBERDADE PARA FIXAR A TAXA DE
administração ADMINISTRAÇÃO.
Legitimidade ativa A ASSOCIAÇÃO AUTORA QUE TENHA POR FINALIDADE A DEFESA DO
em ACP CONSUMIDOR PODE PROPOR AÇÃO COLETIVA EM FAVOR DE PARTICIPANTES QUE
TENHAM DESISTIDO DE CONCÓRCIO DE VEÍCULOS, NÃO SE EXIGINDO TENHA SIDO
INSTITUÍDA PARA A DEFESA ESPECÍFICA DE INTERESSES DE CONSORCIADOS DE
VEÍCULOS, DESISTENTES OU INADIMPLENTES.
Correção monetária Súmula 35 do STJ: INCIDE CORREÇÃO MONETÁRIA sobre as prestações pagas,
quando de sua restituição, em virtude da retirada ou exclusão do participante de
plano de consórcio.
Correção monetária A ACP é a via apropriada para o reconhecimento de nulidade de cláusula abusiva
e ACP que prevê a devolução sem correção monetária das prestações pagas pelo
consorciado desistente.
Eleição de foro É ABUSIVA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO NOS CONTRATOS DE ADESÃO A
GRUPOS DE CONSÓRCIOS. Assim, o foro competente para processamento da ação
de exibição de documento para instrução revisional de contrato de consórcio não é
o eleito no instrumento, devendo prevalecer o do DOMICÍLIO DO CONSUMIDOR.
Inadimplência após Caso o consumidor já tenha usufruído do bem, as regras incidentes, no caso de
posse do bem posterior inadimplemento, são as do Decreto-Lei 911/69, que trata de alienação
fiduciária. Assim, o veículo é vendido extrajudicialmente e havendo ainda saldo
negativo, poderá ser cobrado do consumidor.

- Contrato de adesãoé aquele cujas cláusulas tenham sido APROVADAS PELA AUTORIDADE
COMPETENTE ou ESTABELECIDAS UNILATERALMENTE PELO FORNECEDOR de produtos ou serviços,
sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
- A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.
- É possível cláusula que preveja a resolução do contrato, desde que a critério do consumidor. Se optar
pela resolução, deverá ser aplicado o §2º do art. 53, devolvendo-lhe, assim, os valores pagos,
monetariamente atualizados, descontadas as vantagens auferidas.
- Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo 12, de modo a facilitar sua compreensão pelo
consumidor.
- As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque,
permitindo sua imediata e fácil compreensão. Assim, é possível limitar os direitos do consumidor,
devendo somente a cláusula limitadora estar em destaque (e desde que a limitação não seja
considerada abusiva).
- A CLÁUSULA QUE ALTERAR O PRAZO DE 30 DIAS QUE O FORNECEDOR TEM PARA SANAR OS VÍCIOS
DOS PRODUTOS (ENTRE 7 E 180 DIAS) DEVERÁ SER CONVENCIONADA EM SEPARADO, COM
MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DO CONSUMIDOR.
- Nos contratos de adesão, também se aplicam as disposições do art. 47 em que as cláusulas contratuais
serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.

INFORMATIVO 578 DO STJ


É nula a cláusula inserta por operadora de plano privado de assistência à saúde em formulário de
Declaração de Doenças ou Lesões Preexistentes (Declaração de Saúde) prevendo a renúncia pelo
consumidor contratante à entrevista qualificada orientada por um médico, seguida apenas de espaço
para aposição de assinatura, sem qualquer menção ao fato de tal entrevista se tratar de faculdade do
beneficiário. A inserção de cláusula de renúncia em declaração de saúde é abusiva por induzir o
segurado a abrir mão do direito ao exercício livre da opção de ser orientado por um médico por ocasião
do preenchimento daquela declaração, notadamente porque se trata de documento que tem o condão
de viabilizar futura negativa de cobertura de procedimento ou tratamento. STJ. 3ª Turma. REsp
1.554.448-PE, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 18/2/2016 (Info 578).
- O que acontece se a pessoa souber que é portadora de doença ou lesão preexistente, mas omitir essa
informação na declaração de saúde? Haverá uma fraude, que poderá acarretar a suspensão ou rescisão
do contrato, após julgamento em processo administrativo que tramita na Agência Nacional de Saúde
(ANS). Além disso, a operadora poderá cobrar de volta do beneficiário os gastos que teve com algum
tratamento que tenha sido realizado envolvendo esta doença ou lesão. Existem várias regras envolvendo
este tema. Se quiser aprofundar ou tiver dúvidas específicas, recomendo que consulte a Resolução
Normativa DC/ANS nº 162/2007.
- Nem sempre esta declaração de saúde é muito clara, porque algumas vezes possui termos médicos que
geram dúvidas na pessoa que está preenchendo. Sabendo que isso pode acontecer, a ANS exige que o
contrante seja informado de que, antes de preencher a declaração, possui o direito de consultar um
médico para tirar suas dúvidas.
- A transparência e a informação são deveres dos prestadores de serviços e constituem direito do
consumidor de ter pleno conhecimento acerca do produto ou serviço que está adquirindo. É o que
dispõe o CDC em seus arts. 4º e 6º, os quais devem ser analisados conjuntamente com a cláusula geral
da boa-fé (art. 51).

 DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

- Competência para legislar sobre PRODUÇÃO E CONSUMOUNIÃO, ESTADOS, DF.


- Já a competência para editar normas sobre FISCALIZAÇÃO E CONTROLE de produção e consumo é
concorrente de todos os entes (União, Estados, DF, MUNICÍPIOS).
- O poder de polícia administrativo nas relações de consumo se sujeita às normas gerais de processo
administrativo, em especial à Lei 9.784/99.
- Critérios para a graduação da multa: GRAVIDADE DA INFRAÇÃO, VANTAGEM AUFERIDA e CONDIÇÃO
ECONÔMICA DO FORNECEDOR.
- O PROCON PODE APLICAR MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DAS LEIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
Não poderá aplicar sanção, contudo, se não houver relação de consumo.
- A multa não visa à reparação do dano sofrido pelo consumidor, mas sim à punição pela infração às
normas que tutelam as relações de consumo.
- Aplicação de multa por órgãos diversos, pelo mesmo fato, constitui bis in idem.
VÍCIOS DE QUANTIDADE OU DE QUALIDADE POR REINCIDÊNCIA NA PRÁTICA DAS INFRAÇÕES DE
INADEQUAÇÃO OU INSEGURANÇA DO PRODUTO MAIOR GRAVIDADE PREVISTAS NO CDC E NA
OU SERVIÇO (ART. 58) LEGISLAÇÃO DE CONSUMO (ART. 59)
- Apreensão - Cassação de alvará de licença
- Inutilização de produtos - Interdição e suspensão temporária da
- Proibição de fabricação de produtos atividade
- Suspensão do fornecimento de produto ou serviço - Intervenção administrativa
- Cassação do registro do produto
- Revogação da concessão ou permissão de uso

- A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição
econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o
Fundo de que trata a Lei nº 7.347/1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou
municipais de proteção ao consumidor nos demais casos.
- NÃO É NECESSÁRIO O FIM DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA A APLICAÇÃO DAS SANÇÕES (O
CDC AUTORIZA A APLICAÇÃO POR MEDIDA CAUTELAR, ANTECEDENTE OU INCIDENTE). Imagine que
existam fundadas suspeitas de que determinado remédio tenha causado danos à saúde dos
consumidores. Se fosse exigido o fim do processo administrativo, os danos poderiam se multiplicar.
- Para efeito da reincidência, não prevalece a sanção anterior, se entre a data da decisão administrativa
definitiva e aquela da prática posterior houver decorrido período de tempo superior a 5 anos.
- A CONTRAPROPAGANDA visa tanto a reparar a verdade da publicidade enganosa, como a
desqualificar a mensagem abusiva, assegurando, ao final, o direito à informação do consumidor que
foi violado.
- Por se tratar de direitos difusos, caberá ação coletiva postulada pelos legitimados do art. 82 do CDC
para a obtenção de sentença condenatória obrigando o fornecedor, que patrocinou a publicidade
enganosa ou abusiva, a efetuar a contrapropaganda.

INFORMATIVO 567, STJ - 2015


A pena de multa aplicável às hipóteses de infração das normas de defesa do consumidor (art. 56, I, do
CDC) pode ser fixada em reais, não sendo obrigatória a sua estipulação em Unidade Fiscal de Referência
(UFIR). O art. 57 do CDC, ao estabelecer que a "multa será em montante não inferior a duzentas e não
superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que
venha a substituí-lo", apenas define os limites para a fixação da multa. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
1.466.104-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2015 (Info 567).

INFORMATIVO 566, STJ - 2015


O Procon pode interpretar as cláusulas de um contrato de consumo e, se considerá-las abusivas, aplicar
sanções administrativas ao fornecedor. STJ. 2ª Turma. REsp 1.279.622-MG, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 6/8/2015 (Info 566).
- Se o Procon não pudesse perquirir (examinar) cláusulas contratuais para identificar as abusivas ou
desrespeitosas ao consumidor, como esse órgão poderia aplicar as sanções administrativas? O Procon,
embora seja órgão administrativo e não detenha jurisdição, está apto a interpretar cláusulas
contratuais, porque a Administração Pública, por meio de órgãos de julgamento administrativo, pratica
controle de legalidade, o que não se confunde com a função jurisdicional propriamente dita pertencente
ao Judiciário.
- Em suma: "além de possível a aplicação de multa, incumbe aos órgãos administrativos de proteção do
consumidor proceder à análise de cláusulas dos contratos mantidos entre fornecedores e consumidores
para aferir situações de abusividade" (STJ. 1ª Turma. REsp 1.256.998/GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 22/4/2014).

INFORMATIVOS DE CONSUMIDOR

*AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.


RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO EM ALIMENTO. EXPOSIÇÃO DO
CONSUMIDOR A RISCO DE LESÃO À SUA SAÚDE E SEGURANÇA. DANO MORAL EXISTENTE. A
disponibilização de produto considerado impróprio para consumo em virtude da presença de objeto
estranho no seu interior afeta a segurança que rege as relações consumeristas na medida que expõe o
consumidor a risco de lesão à sua saúde e segurança e, portanto, dá direito à compensação por dano
moral. Agravo regimental provido. (AgRg no REsp 1380274/SC, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/05/2016, DJe 19/05/2016) (grifos nossos)
 Sistema credit scoring :

*Em relação ao sistema credit scoring, o interesse de agir para a propositura da ação cautelar de exibição
de documentos exige, no mínimo, a prova de: i) requerimento para obtenção dos dados ou, ao menos, a
tentativa de fazê-lo à instituição responsável pelo sistema de pontuação, com a fixação de prazo
razoável para atendimento; e ii) que a recusa do crédito almejado ocorreu em razão da pontuação que
lhe foi atribuída pelo sistema Scoring. Assim, o consumidor só poderá ingressar com ação cautelar de
exibição de documentos pedindo o extrato de sua pontuação no sistema Crediscore se provar esses dois
requisitos acima. STJ. 2ª Seção. REsp 1.304.736-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/2/2016
(recurso repetitivo) (Info 579).
- “Credit scoring”, também chamado de “crediscore” é um sistema ou método utilizado para analisar se
será concedido ou não crédito ao consumidor que pedir a concessão de um empréstimo ou
financiamento. No “credit scoring”, a pessoa que está pedindo o crédito é avaliada por meio de fórmulas
matemáticas, nas quais são consideradas diversas variáveis como a idade, a profissão, a finalidade da
obtenção do crédito etc. Tais variáveis são utilizadas nas fórmulas matemáticas e, por meio de
ferramentas da estatística, atribui-se uma espécie de pontuação (nota) para a pessoa que está pedindo o
crédito. Quanto maior a nota, menor seria o risco de se conceder o crédito para aquele consumidor e,
consequentemente, mais fácil para ele conseguir a liberação.
- O STJ entendeu que essa prática comercial é LÍCITA, estando autorizada pelo art. 5º, IV e pelo art. 7º, I,
da Lei n. 12.414/2011 (Lei do Cadastro Positivo), que, ao tratar sobre os direitos do cadastrado nos
bancos de dados, menciona indiretamente a possibilidade de existir a análise de risco de crédito. Vale
ressaltar, no entanto, que para o “credit scoring” ser lícito, é necessário que respeite os limites
estabelecidos pelo sistema de proteção do consumidor no sentido da tutela da privacidade e da máxima
transparência nas relações negociais, conforme previsão do CDC e da Lei n. 12.414/2011.
- A pessoa que tem seus dados registrados no crediscore tem direito de pedir para saber quais as
informações a seu respeito que lá constam? SIM. Apesar de ser possível a inserção de dados do
consumidor no crediscore mesmo sem o seu prévio consentimento, caso este solicite, a empresa deverá
fornecer esclarecimentos sobre as fontes dos dados considerados (histórico de crédito), bem como
sobre as informações pessoais que foram valoradas (STJ. 2ª Seção. REsp 1419697/RS, Rel. Min. Paulo de
Tarso Sanseverino, julgado em 12/11/2014.
- Súmula 550-STJ: A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não
constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar
esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no
respectivo cálculo.
- O consumidor terá direito de saber a sua pontuação e as informações pessoais utilizadas. No entanto,
nem o consumidor nem ninguém terá direito de saber a metodologia de cálculo, ou seja, qual foi a
fórmula matemática e os dados estatísticos utilizados no “credit scoring”. Isso porque essa fórmula é
fruto de estudos e investimentos, constituindo segredo da atividade empresarial (art. 5º, IV, da Lei n.
12.414⁄2011: ..."resguardado o segredo empresarial”). STJ. 2ª Seção. REsp 1.419.697-RS, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 12/11/2014 (recurso repetitivo) (Info 551).

Súmula 550-STJ: A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não
constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar
esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no
respectivo cálculo. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.

* INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA:

É válida a cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão


de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de unidade autônoma em regime de
incorporação imobiliária, desde que previamente informado o preço total da aquisição da unidade
autônoma, com o destaque do valor da comissão de corretagem. STJ. 2ª Seção. REsp 1.599.511-SP, Rel.
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589). #IMPORTANTE

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Ressalvada a denominada Faixa 1, em que não há


intermediação imobiliária, é válida a cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a
obrigação de pagar a comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda do
Programa Minha Casa, Minha Vida, desde que previamente informado o preço total da aquisição da
unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão de corretagem. STJ. 2ª Seção. REsp
1.601.149-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
13/06/2018 (recurso repetitivo) (Info 630).

*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: É abusiva a cláusula prevista em promessa de compra e


venda que transfira para o promitente-comprador a responsabilidade pelo pagamento da comissão de
corretagem? NÃO. Segundo decidiu o STJ, é válida a cláusula contratual que transfere ao promitente
comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e
venda de unidade autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que previamente informado
o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão de corretagem
(STJ. 2ª Seção. REsp 1.599.511-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/8/2016).
Imagine, no entanto, que o adquirente não foi informado previamente que ele teria a obrigação de
pagar a comissão de corretagem, ou seja, houve falha no dever de informar. Neste caso, ele poderá
ajuizar ação pedindo a restituição dos valores pagos. Qual é o prazo prescricional? 3 anos (art. 206, § 3º,
IV, do Código Civil). Qual é o termo inicial deste prazo prescricional? A data do efetivo pagamento. E se o
pagamento foi parcelado? Se o pagamento da comissão de corretagem foi parcelado, o prazo
prescricional é contado da última parcela paga, ou seja, da data em que o adquirente terminou de pagar
(data do desembolso total). O termo inicial da prescrição da pretensão de restituição dos valores pagos
parceladamente a título de comissão de corretagem é a data do efetivo pagamento (desembolso total).
STJ. 3ª Turma. REsp 1.724.544-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 02/10/2018 (Info 634).

É abusiva a cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria técnico-imobiliária (SATI), ou


atividade congênere, vinculado à celebração de promessa de compra e venda de imóvel. STJ. 2ª Seção.
REsp 1.599.511-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/8/2016 (recurso repetitivo)
(Info 589).

Tem legitimidade passiva "ad causam" a incorporadora, na condição de promitente-vendedora, para


responder a demanda em que é pleiteada pelo promitente-comprador a restituição dos valores pagos a
título de comissão de corretagem e de taxa de assessoria técnico-imobiliária, alegando-se prática
abusiva na transferência desses encargos ao consumidor. STJ. 2ª Seção. REsp 1.551.968-SP, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).

Prescreve em 3 anos a pretensão do promitente-comprador de restituição dos valores pagos a título de


comissão de corretagem ou de serviço de assistência técnico-imobiliária (SATI), ou atividade congênere
(art. 206, § 3º, IV, CC). STJ. 2ª Seção. REsp 1.551.956-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).

* O proprietário de terreno objeto de contrato de permuta com incorporadora/construtora, rescindido


por decisão judicial no curso do processo falimentar desta, tem responsabilidade pelos danos sofridos
pelos antigos adquirentes de unidades autônomas no empreendimento imobiliário inacabado. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.537.012-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 20/6/2017 (Info 607).

 CASOS DE TRANSPORTE AÉREO:

*Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, aplica-
se o CDC ou a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal? As Convenções
internacionais. Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados
internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,
especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa
do Consumidor. Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre,
devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União,
atendido o princípio da reciprocidade. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE
766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866) Três
importantes observações: 1) as Convenções de Varsóvia e de Montreal regulam apenas o transporte
internacional (art. 178 da CF/88). Em caso de transporte nacional, aplica-se o CDC; 2) a limitação
indenizatória prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal abrange apenas a reparação por danos
materiais, não se aplicando para indenizações por danos morais. 3) as Convenções de Varsóvia e de
Montreal devem ser aplicadas não apenas na hipótese de extravio de bagagem, mas também em outras
questões envolvendo o transporte aéreo internacional.

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