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DIRETO ADMINISTRATIVO II MONCADA

AULA 12/02/2019
Todo o ato administrativo tem determinados elementos essenciais, como o sujeito/forma e o objeto. Com determinados finalidades/fins e que
efetivamente o objeto do ato praticado não está em concordância com, se o ato pretendido, não respeita o respetivo objeto tal como ele decorre da
lei, incorrendo em invalidade; que pode ser a nulidade ou a anulabilidade. A nulidade do ato não é excecional, mas também não é regra.
A lei tem um conjunto de circunstância em que o ato é nulo, e algumas novidades no âmbito do poder discricionário; utilização da
discricionaridade para um fim particular; em vez de ser para um fim público, é para um fim meramente privado.
Mas a nulidade não é regra; a regra é a mera anulabilidade do ato, que fica sanada dentro de um certo prazo, se não for interposta a ação dentro
de um determinado prazo, prazo este, contencioso, o ato fica sanado.
No entanto, esta sanação do ato, não significa que o ato passe a válido, o que não pode é ser contenciosamente recorrido.
Ex: embora a invalidade possa relevar para outros efeitos; Ex: supondo que a Administração pratica um ato qualquer, em matéria disciplinar que
seja anulável. Deixou-se passar os 3 meses para se poder interpor ação em tribunal pedindo condenação à Administração à prática do ato ou outro
meio processual que se afigure indicado, assim passado este prazo, o ato transformou-se de inválido a válido? R: Não. Pois a invalidade do ato pode
relevar para outros efeitos, mas já não pode relevar é para recurso contencioso, mas poderá sim, relevar (outros efeitos) para que se possa pedir uma
indemnização pelos prejuízos que o ato causou. Pede-se responsabilidade civil, por “violação” de determinados pressupostos do mesmo.
Provando-se o ilícito, a ilegalidade é um ilícito automaticamente, o ato já não se pode anular, mas “posso” arguir” que o ato conduziu a um ilícito,
tendo direito a indemnização; pelos atos que (o ato) me tenha eventualmente causado. Como se deixou passar o prazo, já não se poderá pedir ao
tribunal que anule o ato, mas sim pedir indemnização. Prova-se o ato ser ilícito, documentando o mesmo -» Fiscalização Incidental da Ilegalidade;
Chama-se incidental porque não é principal, pois o prazo para fiscalizar a ilegalidade do ato já passou.
O ato para pedir uma indemnização (3 anos, por vezes mais) é muito superior ao prazo para pedir a anulação do ato (3 meses).
Pedir indemnização -» 3anos. Pedir anulação -» 3 meses.
Embora no exemplo anterior, o facto de se ter deixado passar o prazo, para pedir que o ato seja anulado, não significa que o ato se tenha tornado
válido; não há nenhuma sanação. Art.º 161, atos nulos (mas não são taxativos); admitem-se outros casos de nulidade; leis especiais como em
matérias de urbanismo e matérias de ambiente (a ideia aqui é reforçar a tutela dos atos ilegais nestas matérias). Art. 162º, nº1, o ato nulo não produz
efeitos (alguns referem, o ato anulável produz efeitos até ser anulado); o ato nulo, a invalidade é muito forte.
Ex: “A” é arguido num processo disciplinar, não concedendo ou violam os direitos de defesa. Invoca “A” que a pena disciplinar aplicada contra ele
é nula face ao princípio do contraditório. “A” ganha em Tribunal a causa, e o Tribunal declara que essa pena é nula. Assim “A” pedirá a sua
reintegração no seu posto de trabalho, bem como indemnização de restituição salarial, que deixou de receber; mas a entidade diz que não o fará por
não ter produzido efeitos, por o ato ter sido considerado nulo. “A” (o ato produziu claramente efeitos) pois deixou de receber salários/sofreu por
estar em casa injustamente7perdas de anos de contagem de serviço.
São efeitos produzidos pelo ato nulo. (Mera abstração) Antes do Tribunal decidir, não se sabe se o ato é nulo ou não. E ao colocarmos a ação em
Tribunal, é porque estamos a sofrer efeitos. Art.º 162, nº3, produz efeitos jurídicos; efeitos de Direito. Art.º 163, no ponto 2.1 (livro anotado do
Dr.), foram efeitos gravosos para o particular e assim sendo, produziram efeitos, tendo de ser retroativamente destruídos; para restituir a situação
hipotética favorável ao particular.
Tem efeitos o ato nulo e são imediatos. Os atos anuláveis podem ser impugnados perante:
1) a própria administração; ou
2) perante os Tribunais; Perante a Administração impugna-se o ato através de um meio gracioso que pode ser uma reclamação (se a lei prevê) ou
um recurso que se pede efetivamente a anulação do ato com fundamento na sua ilegalidade; é um meio gracioso perante a própria Administração.
Assim há meios graciosos/petitórios (Administração) e meios contenciosos (perante os Tribunais). Art.º 163, nº 5, Doutrina do aproveitamento do
ato (Doutrina perigosa); anteriormente quem consagrava a Doutrina eram os Tribunais, sem qualquer apoio na lei.
Ex: não se anulava o ato quando se o impugnava, porque a administração decidiria da mesma maneira, mesmo para os vícios de natureza formal,
pois os pareceres são obrigatórios mas não vinculativos e a administração decidia sem ouvir os pareceres do órgão consultivo; violação de forma -»
violação do procedimento. Assim os Tribunais davam pouca importância, pois mesmo a Administração ouvindo o parecer, decidiria sempre da
mesma maneira e não valeria a pena anular o ato. -» A falta daquilo que não é útil, não desfaz aquilo que é útil, que é o ato negativo para o
particular.
(info) Teoria do Aproveitamento do Ato, pág. 539/540 (livro do Dr.) Em suma: esta teoria do aproveitamento do ato, é uma teoria perigosa isto
porque, tende a desvalorizar/branquear os vícios de natureza formal (Ex: desvalorizar a audiência prévia); expressa na lei; (ao contrário de
antigamente que só existia como orientação jurisprudêncial).
Ex: A administração pratica um ato nulo, mas reforma-o logo por um ato válido, quando dá pelo erro. (não aumentando a tutela do particular perante
atos nulos) A reforma e a conversão do ato não têm efeitos retroativos, mas poderá existir lugar a indemnização caso em que o particular seja lesado.
Revogação e Anulação, Art. 165º a Art. 174º (seguimos o Direito alemão o que simplificou)
-> 1) Quando é com fundamento em inconveniência, é sempre revogação; quando o ato, é afastado com fundamento na sua inconveniência;
-> 2) Quando o ato é afastado com fundamento na sua invalidade, é anulação; anulação Administrativa; feita pela Administração.
<-> 1- A revogação, só tem efeitos para o futuro (em princípio);
<-> 2- A anulação, tem efeitos retroativos (para trás, em princípio); isto porque o ato produziu efeitos, e esses efeitos inválidos têm de ser
erradicados, não podendo persistir na ordem jurídica. 1. Já a revogação não tem a ver com ilegalidade, mas vale só para o futuro (o ato era bom,
mas a partir de certa altura a Administração vê-se obrigada a revogar/alterar).
Ex: A administração celebrou um contrato administrativo com um particular e a certa altura, por motivos de interesse público, revoga o contrato,
Ex: mas terá de indemnizar. Ex: Indemnização (Pré-resolução; a resolução do contrato) Quando a Administração celebra um contrato, esta pode ser
celebrado com o particular (ato administrativo unilateral); prosseguindo sempre o interesse público.
Ex: não é o mesmo que 2 particulares celebram entre eles); o contrato é apenas um meio da Administração seguir o interesse público e não por
interesse próprio. (pode a administração modificar/extinguir).
Ex: A administração para construir estradas, terá de ser por contrato público (e não por ato unilateral) - O contrato está sempre sujeito a ser
atualizado/alterado por razões das exigências do interesse público que são volúveis; o contrato está sempre sob reserva da atualização do interesse
público. - Assim o princípio do “Pacta Sunt Servanda” (deve-se cumprir aquilo que está estipulado), não vale com a mesma intensidade no Direito
Privado e no Direito Público.
Ex: o empreiteiro a construir uma ponte, e a Ministra do Ambiente pede temporariamente a suspensão, não o podem fazer; mas se invocar razões de
interesse público já o poderá fazer, respeitando os formalismos (Ex: uma audiência prévia, fundamentado, etc.) - A revogação, é muito semelhante à
resolução do contrato, é com fundamento em mérito; é o ato administrativo (Art. 165º), em que o ato cessa; tudo quanto o ato fez até ao momento
“tudo bem”; - A anulação, Art. 165º, nº 2, “determina a destruição dos efeitos” -» ideia de retroatividade. Em suma, um ato cessa, o outro destrói (o
que já foi produzido anteriormente).
Ex: já para um contrato não se diz “revogação do contrato”, mas sim Resolução ou Rescisão do contrato. (Art. 167º) A ideia que vigorava em
Portugal, era que todo o ato administrativo era revogável sempre, porque a Administração está sempre a atualizar a sua conduta em prossecução do
interesse público (volúvel); o interesse público tem muitas exigências e a Administração não se pode eternizar e deve revogar os atos.
Em Portugal havia os limites à revogação em favor do particular, que já não existe hoje com tanta intensidade: (que era) - Se o ato constitui
Direitos, ele não é revogável; pela Tutela da Confiança do particular.
Ex: o ato que me é favorável, a Administração não pode revogar, pq “eu” tenho confiança na estabilidade do ato, e porque organizei minha vida,
com base em função daquele ato.
Ex: foi me dado uma licença/autorização, (que é uma ato permissivo), em que assim, “eu” devo ter confiança na continuidade dessa licença/
autorização.
Assim, os atos constitutivos de Direito ( os atos favoráveis particular) só podem ser revogados com fundamentos em ilegalidade e dentro do
prazo de 1 ano, e hoje são 5 anos, Artigo 168º nº4, ou seja, protegia muito o particular, hoje já não.
Não é o particular que tem de corrigir os atos de administração, principalmente quando o particular se encontra de boa fé, é o princípio da tutela da
confiança.
Revogação dos atos constitutivos de Direitos com fundamentos em conveniência:
b) Quando todos os beneficiários manifestarem a sua concordância
c) Senhor A tem uma licença para exploração pecuária e envia os resíduos para o mar; mais tarde aparece um ambientalista dizendo ser perigoso,
assim poderá a administração revogar a licença, o particular não sabe com o que contar , superviniência de conhecimentos técnicos e científicos Art.
167º nº 4, um ano a contar do conhecimento.
Art.167ºnº 5 , indemnização pelo sacrifício, é quando o ato é legal, por exemplo, é legal revogar um ato que tem efeitos nocivos em termos
ambientais, e não se torna em concreto uma indemnização, mas é a consequência do princípio da igualdade, da repartição dos cargos públicos, isto
é, se alguém é prejudicado e deixa de poder utilizar a licença, que lhe foi concedida em benefício de todos, é justo que não seja somente um
prejudicado, mas todos.
Em suma, esta revogação dos atos constitutivos de Dto, quase sem limites, não se recomenda Página 557 c) e d) do livro. Cria a figura do ato
precário, que não é estável, tendo direito a indemnização. Precário pq ñ beneficia do regime anterior, poderia ser revogado com fundamento em
nulidade e no prazo de 1 ano. Algumas exceções, recursos hídricos.
Art.168º Regime da anulação, semelhante ao da revogação, mas com algumas disposições. A anulação tem fundamento na ilegalidade, e se o ato é
ilegal, a Administração deve poder esterilizar o ato, pois a administração não pode e não deve contemporizar situações de ilegalidade;
Ex: uma pessoa recebe uma reforma maior que deveria receber, a culpa não é do particular, pois desconhecia, estava de boa fé.
Os atos administrativos podem ser objeto de anulação no prazo de 6 meses Art 168º nº 1, se forem constitutivos de Dto, podem ser anulados
no prazo de 1 ano conforme Art.168ºnº 2.
Art. 168º nº 4, os atos constitutivos de Dto., podem ser objecto de anulação, no prazo de 5 anos, e aqui há alcance retroativo, destruindo os efeitos
todos.
a) ex: peço um subsídio europeu e me é atribuído, aldrabo tudo e peço para que me seja atribuído outro subsídio, vindo a ser descoberto e induzido
a Adm. em erro. Então Adm. tem até 5 anos para me anular este subsídio.
b) como não houve fraude, podem não exigir retroatividade; ex: subsídios dados à empresas, depois vão fiscalizar a ver se o dinheiro foi bem
canalizado.
Segundo a lei, a fiscalização preventiva é permanente, assim a Adm. pode anular o ato com fundamentos em ilegalidade e exigir restituição.
Exigência comunitária.
Art 168º nº 6, ex: o subsídio será para os trabalhadores ou para formações e não para o próprio dono da empresa gozar dele à sua maneira, é difícil
prova desconhecer sem culpa.
Art 169º - A anulação ou revogação podem ser a pedido do particular, mediante um requerimento ou reclamação, ou então por iniciativa oficiosa da
própria administração.
Nº 3- demonstra esta norma, que o superior hierárquico mantém sempre a competência, tanto mais que pode anular os atos particulares pelo seu
inferior, de forma a facilitar a anulação.
Art 170º - Princípio do paralelismo de formas, em que ñ se pode revogar ou anular um ato mediante outro, com formalidades - exigentes do que
aquela que ele revoga ou anula. Podem ser formalidades mais exigentes, só não podem é ser menos, pq assim decorria-se numa ilegalidade.
Art 171º- Eficácia retroativa em benefício ao particulares.
Art 171º nº 2, efeitos repristinatórios, é ressuscitar de um ato que já estava anulado, é a repristinação ñ pode ser automática, mas sim quando a lei
o expressar. Nº 3- Já ñ é possível impugnar o ato, então tem efeitos só para o futuro, o mesmo para os atos repristinatórios. Como no Dto civil, a
anulação determina a reconstituição da situação que existira, se o ato nunca tivesse sido praticado. Ex: se anulado o ato que pune alguém
disciplinarmente, suspende alguém da função pública, esse X quererá ser reintegrado no local do trabalho, pagamentos de ordenados, carreira etc.

AULA 13 FEVEREIRO
Anteriormente os atos constitutivos de Dto. serviam de barreira à corrupção. Hoje é a revogação e anulação.
<-> Revogação: feita pela administração.
<-> Anulação: há uma anulação oficiosa pela administração, através de meio gracioso (reclamação ao recurso). Anulação conteciosa: feita pelos
tribunais;
Figura do ato precário: foi instituída, desde que este ato tenha por objeto a obtenção de dinheiro.
Ex: quem receba dinheiro, não o utiliza de maneira rigorosa, de acordo com a lei ou com o contrato, dentro de 5 anos poderá ser restituído.
Art 167º nº 2 c) - Esta superviniência em conhecimentos técnicos e científicos pode levar à revogação do ato.
Ex: o que hoje se pensa estar correto, do ponto de vista técnico e científico, amanhã poderá não esta, (meio ambiente); claro que o particular estando
de boa fé, terá direito a indemnização, com fundamento na indemnização pelo sacrifício. Embora esta indemnização não é automática, tem o
particular de pedir ao Tribunal.
Art 163º, Princípio de aproveitamento do ato, vale sobretudo para os vícios de natureza formal.
A revogação tem efeitos para o futuro por motivos de conveniência e não para o passado.
Já a anulação tem efeitos retroativos, pq tem de se destrui, isto é, a anulação irá anular o ato que já nasceu inválido, e nascendo inválido
não poderia produzir efeitos. A partida todos os efeitos que o ato produziu, são inválidos.
O ato que foi revogado, este nasceu válido, deixou foi de ser conveniente a partir de certo momento, ex: alguém com licença de uso e porte de arma
e um dia exalta-se e excede os limites, ai irá revogar-se sua licença, aqui produz-se efeitos apenas para o futuro.
O ato nulo está sujeito a reforma e a conversão, ou seja a administração pode emendar o ato nulo, o que é a prova de que ele produziu efeitos.
Torna-se assim uma vantagem, pq a administração para reformular o ato nulo é obrigado a dar mais atenção ao caso concreto e ai, está em linha de
conta a boa-fé.
O ato não é por ser nulo que deixado produzir efeitos.
A Administração não tem obrigação de anular atos inválidos, deve sempre é olhar para o caso em concreto; não há o dever de anulação desses atos.
As circunstancias do caso/ato concreto => boa fé e a tutela da confiança, em situação de ser favorável.
CASOS PRÁTICOS
-> 1) um indivíduo diz, que a sua empresa está em boas condições económicas e afinal, vem a descobrir-se que está em pré-falência. Assim no dia
em que o ato foi pedido, não estava tudo legal. Assim, a administração anula o ato com efeitos retroativos, vai exigir tudo o que lhe deu desde o
início, acrescido de juros.
-> 2) Um indivíduo diz que a sua empresa está em boas condições económicas, entregou os papéis e está td certo, não ludibriou a Administração,
nem com atitudes dolosas. No dia em que lhe foi atribuído o empréstimo, estava conforme as exigências legais. O problema é que se veio verificar
mais tarde, que através de uma ação de inspeção, o destino desses dinheiros eram para outros fins, fora do fim contratualizado. Assim, a
Administração revoga, para o futuro. Neste último caso, o dinheiro foi aplicado corretamente, mas passado uns 3 ou 4 anos, vem-se constatar que
realmente foi mal aplicado, pois nos primeiros 2 anos foram aplicados corretamente.
Assim, a administração deve revogar, mas sem efeitos retroativos, pois ainda ouve 2 anos em que financiamento foi bem aplicado, atendendo a
votação da boa-fé. A restituição só deve ser exigido após o momento em que a ilegalidade começa a decorrer. Quem tem de provar a boa-fé é a
administração, o ónus de provar é aquele a quem o facto foi feito.

19 DE FEVEREIRO
O particular pode pedir indemnização, para tal terá de provar que está de boa-fé. Caso vá para o tribunal, cabe ao juiz perceber se o particular está
de boa-fé ou não, e atribuir a indemnização ou não.
Garantia graciosa: (distintas das contenciosas; estas cabem ao tribunal) -São garantias que a administração concede ou não. São garantias que a
própria administração concede ao particular, revendo o ato que praticou. O que se pede com as garantias graciosas é que a administração anule ou
revogue o ato e o substitua por outro, consoante aos caso pode até não substituir, ex: se o particular ficar contente com a anulação, há uma
reconsideração por parte da administração.
Quem suscita este poder de revogação é o próprio particular, mediante um requerimento, no qual ele propõe uma recondição com recurso.
A reclamação é dirigida a quem praticar o ato.
Recurso hierárquico, é o recurso parta instância superior. O recurso, hoje em dia, é apresentado a quem praticou o ato, mas é dirigido à instância
superior para dar oportunidade a quem praticou, de refletir uma última vez.
Ex: é dirigida ao Ministro, mas apresentada a entidade, para dar uma última oportunidade. Se o Ministro concordar com o recurso hierárquico, então
revoga ou anula o ato.
Estas garantias petitórias, são relevantes, por terem uma mais valia, em relação às garantias contenciosas:
1- são mais baratas (não tem custos);
2- são apresentadas com simples requerimentos, não carecem de assinatura do advogado, não sendo necessário patrocínio judiciário, pois nos
contenciosos já é necessário.
Com a reforma do código, o recurso hierárquico passou a ser facultativo. Se o recurso é necessário, interrompe o recurso contencioso, não suspende
o ato mas suspende o prazo.
A reclamação ou o recurso suspendem o prazo da acão contenciosa, suspensão do ato só com uma pendência cautelar para suspensão da eficácia do
próprio ato.
Ex: uma pessoa pode interpor um recurso hierárquico necessário, o prazo para a ação contenciosa está suspenso, mas a administração tem um prazo
para decidir o recurso hierárquico necessário de 30 dias. Na maioria das vezes a administração não responde dentro do prazo, aqui o particular tem
de ter atenção, visto que o prazo para a ação contenciosa começa a contar no dia seguinte ao trigésimo dia.
Com o novo código prevê um avistamento processual para proteger o particular.
Se a administração entretanto indeferiu o ato, ou seja, praticou o ato que não tinha praticado, o particular permanece na mesma ação e pede ao
tribunal que modifique a instância, isto é, a ação em vez de ser de condenação ao ato, é impugnado para o ato, que foi praticado e prossegue. A ação
mantém-se como estava, mas com o pedido diferente. Isto acontece com o preenchimento de um requerimento, por parte do particular justificando a
alteração do objeto.
Ex: agora, o particular já não poderá pedir, que condenem a administração por um ato que não praticou, mas pode pedir que a condenem, ao praticar
o ato que nos interessa que é o ato de deferimento.
CASO PRÁTICO: Sou estudante, com as condições necessárias para pedir uma bolsa de estudos e peço à administração (Ministério da Educação),
esta diz que não, e supondo que o aluno tem de interpor, um recurso hierárquico necessário para o Ministro, ou para o Secretário de Estado, a pedir
que lhe seja atribuída, a bolsa de estudos nessas condições. É entregue o requerimento dentro do prazo legal, o prazo para ação contenciosa fica
suspensa passados 30 dias, sem haver resposta. Após estes 30 dias, o estudante tem 90 dias para interpor ação contenciosa, onde pede ao Tribunal
para condenar o Ministro, a emitir um ato que lhe seja favorável, a bolsa, com fundamentos de não terem respondido ao recurso. Supondo que o
ministro, após receber a notificação, indefere o pedido do estudante. Aqui o estudante, terá de informar o Tribunal que o fundamento de ação
continua a ser a condenação, mas já não será com fundamento em omissão, pq entretanto o ato foi praticado. Já há indeferimento, pois o ato foi
praticado por parte da Administração, mas como o estudante não se vê satisfeito, a ação continua com outro fundamento.
Suspensão do ato, só mediante garantia graciosa.
Se interpor uma ação em Tribunal contra um ato administrativo, o ato não fica suspenso, a não ser que o ato seja com uma garantia certa, sem
natureza sancionatória e prestar caução bancária.

Aula prática – 20 fevereiro


A administração tem poder unilateral, os contratos subentendem igualdade entre as partes e a administração não está no mesmo
patamar que os particulares. A administração tem poder de autoridade, coisa que não acontece com os particulares. Esta posição é
clássica só muito lentamente é que o contrato se tornou uma actividade normal da administração.
Com a transição para o Estado intervencionista já no séc. XX, as coisas tinham de mudar, o Estado não podia continuar a servir-se de
direito privado contratando com quem queria. Aqui foi necessário identificar a ideia de que o Estado tinha de estar sujeito a um
determinado número de formalidades ao contratar com particulares para garantir valores de transparência e imparcialidade, ou seja, o
Estado não podia escolher quem quisesse. Aos poucos foi-se percebendo que os contratos praticados pela administração não podiam
ser iguais aos particulares, passou então a haver uma divisão entre as duas manifestações contratuais. Para além dos contratos
privados o Estado passou a fazer também contratos administrativos, estes são os contratos que estão vinculados ao interesse
público. Surge então a figura do acto administrativo.
O contrato administrativo nada tem a ver com o contrato privado, por duas razões:
- A primeira é que é necessário que esse contrato manifeste valores ou que dê razão a valores como a imparcialidade e concorrência,
que não façam peonagem ao direito privado. O Estado não pode também actuar de qualquer forma, Ex: eu como privado tenho um
andar e para o arrendar posso colocar um anúncio no jornal, receber várias propostas e escolher a mais vantajosa para mim. Outro
caso diferente é, um funcionário público da CML que tem 10 habitações para arrendamento, e estas têm de ser atribuídas cumprindo
todas as formalidades necessárias, o interesse público aqui prevalece, o funcionário não pode atribuir a casa a quem quiser. Nestes
exemplos prova-se que o contrato celebrado pelo direito privado nunca pode ser igual ao público. O contrato público está sujeito a
imparcialidade, transparência, igualdade, etc., etc., etc. Já o privado não está sujeito a nenhuma destas formalidades.
-A segunda razão é que, quando a administração celebra um contrato com o particular, a administração tem de estar sempre
vinculada ao interesse público até à extinção do contrato, a administração está sempre vinculada ao interesse público. Ex: celebrar
um contrato com uma concessionária e dar a concessão da exploração do Hospital de Santa Maria, mesmo depois da celebração do
contrato, a administração não pode abdicar de poderes de controlo, inspeção que pode chegar até à modificação ou extinção do
contrato; basta o interesse público não estar devidamente acautelado. A administração não pode não querer saber do funcionamento
do hospital, é responsável pelo serviço e interesse público e não pode deixar de estar vinculado ao interesse público. O regime do
contrato celebrado com o estado é especial em dois aspectos: o primeiro, o pré-contratual (antes do contrato), isto porque é
preciso acautelar os valores concorrenciais, em segundo, o pós-contratual (depois do contrato celebrado), isto porque é preciso
acautelar o interesse público, ou seja, a administração tem de fiscalizar o contrato e pode até rescindi-lo se vir que não está a ser
devidamente acautelado.
Não há nenhum direito, face ao código civil de valores de transparência, contrato com quem quero e depois do contrato celebrado
com o meu inquilino, Ex: eu não posso resolver o meu contrato, alegando que os meus interesses não estão a ser cumpridos. Aqui há
uma marca do Estado, o Estado não pode da sua natureza estatal, interesses públicos, alienando-os a uma entidade privada. Aí a
figura do acto administrativo, que é o contrato, não é bem um contrato. Apesar de ser um contrato assinado por duas pessoas, com
clausulas contratuais, no entanto não é bem um contrato porque a administração dispõe de poderes que lhe são dados, não pelo
contrato, mas pela lei e a administração não pode prescindir deles, como exemplo, comprometer-se a não fazer fiscalização ao
cumprimento do contrato. Se o fizesse a administração estaria a renunciar à sua competência legal, o que não pode fazer.
A administração tem o dever de fiscalizar o cumprimento e de lançar um concurso público, este é o método pré-contratual adequado
para a administração escolher o candidato que oferece melhores condições, aí o critério do melhor candidato, anteriormente era
apenas o preço mais baixo agora já não o é, agora tem influência outros critérios de influência comunitária, Ex: dar emprego a
deficientes, usar métodos ambientais.
A peça pré-contratual essencial é o concurso público. No pós-contratual a peça essencial são os poderes de
fiscalização, direção, modificação e resolução ou rescisão do contrato (poderes mais agressivos), sendo que a
modificação e a resolução podem implicar uma obrigação de indemnizar o particular.
A figura do contrato, que a administração serve interesses públicos, tem influência na parte anterior à celebração do contrato, pré-
contratual e tem influência depois da celebração do contrato, pós-contratual. Continuando a administração a celebrar contratos de
direito privado.
Qual é a diferença entre um contrato de direito privado na administração e um contrato administrativo? Não há uma distinção em
concreto que se possa fazer, apenas apreciando cada caso concreto. Ex: o ministro pedir ao secretário Gaspar, que vá comprar uma
resma de papel porque já não há. Aqui estamos perante um contrato de direito privado entre Gaspar (a representar a administração)
e o ser da papelaria é de direito privado, não foi preciso abrir um concurso público. Outro exemplo, a administração precisa de
comprar um andar para instalar o arquivo e têm conhecimento que há um determinado andar que é perto e barato e a administração
vai lá e compra, este contrato também é de direito privado. Isto porque, a administração interessou-se por aquele andar em
específico. Outro caso diferente é a administração querer comprar trinta automóveis para fornecer os gabinetes da administração
interna e aqui tem de fazer um concurso público.
Em suma, não há uma distinção certa entre contrato de direito privado na administração e contrato administrativo, existem apenas
indícios de administratividade, indícios estes que não são seguros.
O novo código entendeu que não é possível apresentar um elenco rígido e que os contratos administrativos são aqueles que
são regidos pelo regime especial. Portanto o código apresenta um conjunto de indícios de que o contrato é administrativo, indícios
esses que são: primeiro, uma das partes é uma entidade pública (que pode ser uma concessionária, como por exemplo a Brisa),
segundo, o contrato é celebrado para fins de utilidade pública que se enquadram nas tarefas que a administração tem, e terceiro, ter
um regime especial que é diferente do código civil. Se todos estes indícios estiverem presentes é um sintoma de que o contrato ser
administrativo logo tem um regime especial, embora nenhum deles seja 100% seguro.
Os contratos sob bens imóveis, infungíveis, não são administrativos. Isto porque o bem que se pretende é aquele em particular e
concreto logo não faz sentido haver um concurso público.
Os contratos com relevância concorrencial têm de ser alvo de concurso público, norma ditada pela EU. Ex: empreitada de obras
públicas, a concessão de obras públicas, a concessão de serviços públicos, fornecimento de bens ou serviços e bens móveis com
intenção de apanhar o material informático. Estes contratos têm obrigatoriamente, de estar sujeitos ao regime europeu, os outros,
cada país faz como entender. O principal objectivo da Eu com isto é fazer com que os países contratem com quem quiserem. Há
contratos que a EU não se interessa como por Ex: as concessões nas praias, as praias são de domínio público e a concessão é
privada, para a UE, este contrato não tem relevância por ser de baixo valor. Assim como os bens imóveis, jogos de fortuna e azar,
fazem contratos de utilização privada no domínio público a quem quiser o direito europeu não dá relevância porque são valores
reduzidos. A UE quer saber dos contratos onde a administração gasta verdadeiramente dinheiro, chamados contratos de compras
públicas. Contratos estes de aquisição onde o Estado gasta dinheiro, aqui a transparência e a concorrência têm de estar asseguradas.
O direito europeu utiliza o conceito de contrato público. O contrato público é um pouco diferente do contrato administrativo, é mais
extenso. O nosso código tem então uma parte para os concursos públicos e outra parte para os contratos administrativos
portugueses. Podemos então dizer que, todos os contratos administrativos são contratos públicos, no sentido europeu, mas nem todos
os contratos públicos, sãos contratos administrativos, no sentido português. Ex: a compra de bens móveis, como carros, é um
contrato público não administrativo. E por sua vez, há contratos administrativos que não estão sujeitos ao código dos contratos
públicos por não serem contratos públicos por exemplo, o contrato de compra de bens imóveis.

26 FEVEREIRO
A adm. pode continuar a celebrar contratos fechados ou não? pode e deve.
O tribunal entendeu que o governo pode exigir serviços mínimos.

Isto é uma questão de política de trabalho ou de administrativo?

Administrativo – O Governo, feito por um sindicato de utilidade pública que são os enfermeiros, podia ser de outra.. de realidade
pública, tenha o poder de discernir a obrigatoriedade de cumprimento de serviços mínimos. Esse poder é um poder atribuído por lei,
não há dúvida nenhuma. E de que natureza é? Vinculado ou discricionário?

É de natureza discricionário, ou seja, é um conceito indeterminado, definir o que é que é um serviço mínimo em termos de satisfação
do interesse público. E portanto os tribunais estarão habilitados a controlar esta definição? Os tribunais podem dizer o que é que é
um serviço mínimo e não é um serviço mínimo?

Não podem, é um conceito indeterminado. Os tribunais só podem controlar o uso pelo Governo das liberdades conferidas por um
conceito indeterminado (podiam ser serviços mínimos, imóvel de interesse público, médicos ou fármacos, que representam perigo
para a saúde pública) em que termos?

A lei prevê que o Governo pode exigir a prestação de serviços mínimos em profissões de interesse público como é o caso dos
enfermeiros, médicos, ou dos delegados do ministério público. É um poder legal que a lei dá ao Governo. Quem define o que são
serviços mínimos é o Governo.

Se o sindicato leva isto a tribunal, que conteste a utilização deste conceito em tribunal, os tribunais estão habilitados a controlar o uso
que o Governo fez deste conceito ou não?

Não, claro que não. Trata-se de um poder, não é discricionário mas é um conceito.

Ex: o Governo entende que amanhã, os médicos numa greve, ou o enfermeiros, são obrigados a prestar serviços mínimos…e o
Governo entende por serviços mínimos o que entende. Sai um Despacho a definir o que são serviços mínimos e o sindicato contesta
ou não. Nós é que sabemos o que são serviços mínimos e isto é ilegal? Não é ilegal, o Governo pode definir o que são serviços
mínimos, é a lei que lhe dá essa prerrogativa. E os tribunais podem opor-se? Não, claro que não. Isto é, eles podem pedir ao tribunal
que controle, o Tribunal é competente, agora basicamente o que os Tribunais dirão é que não vão controlar. Eles poder controlar
podem, trata-se do exercício de um poder de autoridade e portanto os tribunais administrativos são competentes, estatutariamente
entende-se que sejam competentes os tribunais também. O problema está em saber se o juiz pode substituir o Governo para saber o
que são serviços mínimos. É evidente que o Sindicato ia perder.

Qual é o único caso em que o exercício do poder discricionário ou do exercício de uma liberdade conferida por lei, neste caso
indeterminada, em que os tribunais poderiam efetivamente censurar e dizer que a definição de serviços mínimos está errada?

Do erro manifesto de apreciação. Aquele erro que é acessível de qualquer pessoa, por exemplo se o Governo entender que serviços
mínimos é estar ao serviço 24h ao dia, aí haveria um erro de manifesto de apreciação; o governo teria feito uma leitura excessiva do
que seriam serviços mínimos. Mas se não for esse o caso, não é possível que os tribunais controlem.

É um conceito indeterminado, ninguém sabe o que são serviços mínimos.

Sobre contratos

A administração pode continuar a celebrar contratos privados? Pode e deve.

A grande maioria dos contratos que a administração celebra são privados.

Alguns antes eram e agora deixaram de ser.

ex.: compra de bens móveis entendeu-se, face às diretivas comunitárias, que através da compra de bens móveis pela administração,
apenas administrações internas, podia ser o pretexto para gerar grandes protecionismos e parcialidades, corrupção inclusivamente.

E portanto o direito comunitário, entendeu que a compra de bens móveis, tem de estar sujeita a um procedimento pré-contratual.

Para abranger sobretudo dois tipos de bens móveis de certos valores acima: automóveis e o material informático, é sobretudo isto
que está em causa.

Mas a partir daí outros bens móveis podem celebrar contratos privados, sobretudo se tiverem lineares, ou seja, se a importância dos
valores for pequena.

O contrato privado continuará a ser o instrumento normal da entidade administrativa, nem podia ser de outra maneira.

Se a administração pretende, sobretudo a administração empresarial, produtivas, eficientes, viradas para a produção de lucros, não
podíamos esta a exigir permanentemente a utilização de procedimentos pré-contratuais, não faria sentido.

É por isso, que as empresas públicas estão, à partida, excluídas da aplicação do regime dos contratos públicos.

A CGD não tem de aplicar o código dos contratos públicos. É uma empresa; se nós andamos a aprender durante anos, que
efetivamente o que se pretende das empresas dos Estado, é que elas sejam eficientes de modo a impedir que, seja o Estado a
financiá-las, com recursos do orçamento, não faria sentido retirar-lhes agora essa autonomia e exigir-lhes que aplicassem concursos
públicos.

O código dos contratos públicos visa, sobretudo os contratos mediante os quais a administração gasta dinheiro, os contratos de
compras públicas.

Os contratos através dos quais a administração transfere dinheiro do Orçamento para os Particulares. Quais? As concessões,
sobretudo as empreitadas; na empreitada da obra pública, quem é que é o dono da obra? O Estado. A prestação de serviços ao
Estado; A compra de bens móveis, que o Estado também paga. E agora as concessões para não beneficiar ninguém. Durante muito
tempo, as concessões não estavam vinculadas nas diretrizes comunitárias, mas agora passaram a ser, a partir de 2014, mas mesmo
assim não se excluiu completamente o ajuste direto nas concessões.

O processo mais transparente foi transformar as empresas públicas em sociedades anónimas, criar capital social, para fazer através
da bolsa. Portanto emitiram ações e as ações foram compradas. Isto é um processo mais transparente, foi utilizado em muitos casos.
Porque noutros casos, houve concurso e abriu-se sempre a possibilidade de um ajuste direto.

Ex: O Estado português, vendeu a empresa por um euro ao antigo proprietário (Champalimaud). Ele ganhou uma ação pelo Tribunal
Europeu dos Direitos do homem; o Estado português devia-lhes 70 milhões de contos e o Cavaco Silva vende-lhe e depois ele
vendeu aquilo ao Santander. O ajuste direto é a exceção nas privatizações.

Há concessões, que não estão sujeitas ao código dos contratos públicos, ex: matérias de armamento.

O Governo reserva-se ao direito de escolher os seus parceiros, até para que não se saiba, a quem o Governo vende. Ganha-se
muito dinheiro com o armamento, mas tem de haver um certo secretismo, não pode haver concurso público.

Os códigos dos contratos públicos, incide especialmente sobre as compras públicas, por razões óbvias. Grande parte dos contratos
são contratos administrativos.

Compras públicas são os contratos através dos quais o Governo vai ao mercado comprar ou paga dinheiro do orçamento. São
dinheiros através dos quais o Governo aplica ou gasta recursos públicos.

O direito comunitário não quer saber, se os Estados Membros querem chamar determinados contratos administrativos, se querem
chamar a contratos públicos administrativo. Desde que eles sejam contratos públicos ficam sujeitos ao regime pré-contratual. Agora
também em parte pós-contratual.

O Domínio público, pode ser domínio público ou domínio público privado.

Público é invendável e impenhorável (não posso penhorar a ponte 25 de abril); domínio público privado são bens que não estão
afetos de uso público (matas nacionais, é vendável, se o Estado não paga, posso penhorar).

Apesar de serem em leis laborais, que está previsto que o Governo possa, definir serviços mínimos em caso de greve, essa
definição é um ato administrativo e é praticado o exercício, é um conceito indeterminado e portanto os Tribunais podem controlar mas
não devem. O conceito indeterminado dá ao Governo uma liberdade semelhante ao que dispõe quando utiliza o poder discricionário
propriamente dito.

A determinação do que é um serviço público é um ato administrativo e o Governo deve ter o privilégio de avançar o que é
um serviço mínimo ou não.

Um contrato público não é um contrato como os outros. É um contrato mediante o qual o Estado exerce poder de autoridade.
Tirando os sectores gerais que não são contratualizáveis, a polícia e os impostos, o Estado hoje em dia pode utilizar o contrato à
vontade. A utilizar o contrato, o Estado não prescinde dos seus poderes de autoridade.

O regime jurídico do contrato, não é igual ao regime jurídico do contrato entre particulares. Em que se reflete? É pré-contratual; Tem
de haver concurso antes de celebrar contrato, que variam consoante o tipo de contrato e é pós contratual, ou seja porque depois de
celebrar o contrato.

Exemplo real: a Casa Pia de Lisboa, é uma entidade pública, celebrou um contrato de exploração do Campo Pequeno, da praça de
Touros, com uma empresa que foi à falência por acaso. A empresa obrigou-se a fazer X corridas de touros por ano, não fez todas. O
Estado pode intervir neste contrato. Podia exigir contratação dos melhores toureiros etc.; podia ter uma intervenção em ordem a
acautelar o interesse público cultural. O particular não pode opor-se. Se o contrato fosse privado eu podia resolver, mas não podia
obrigar a fazer o que a empresa não quer. O Estado pode obrigar, a empresa pode pedir uma indemnização, mas pode obrigar.

Ao contratar o Estado, não abdicou do interesse público. Não pode renunciar às suas competências, mesmo fazendo contratação.
Ex.: O concessionário não pode fazer o que lhe apetecer em matérias de transportes públicos. Tem de cumprir horários, amortizar
camionetes, os bilhetes têm um teto... está tudo regulamentado pelo contrato e o Estado intervém muito, recebe queixas e aplica
sanções. Isto num contrato privado não é possível porque quem é o último responsável dos transportes é o estado, eles são só os
concessionários.

27 FEVEREIRO

Os contratos administrativos que estão sujeitos ao código dos contratos públicos (CCP) são apenas aqueles em que a
administração gasta dinheiro. O que significa que há muitos contratos administrativos que não estão sujeitos ao CCP estão sujeitos a
lei especial.

ex: os contratos e concessão de fortuna e azar, o contrato de concessão de uso privado em domínio publico, porque a administração
ao conceder uso privado no domínio publico, por exemplo numa praia, não está a gastar dinheiro quem o está a fazer é a
concessionária. Logo não é um contrato relevante porque não é a administração a gastar dinheiro portanto há muitos contratos
administrativos que têm lei especial não só porque não sã contratos de compras publicas.

O CCP tem uma serie de contratos que estão excluídos, chamada contratação excluída.

Há contratação excluída que não se aplica o CCP, aplicam-se, só os princípios gerais ou então, em determinados casos, aplica-se o
Procedimento administrativo.

Esta contratação não está verdadeiramente excluída, tem a aplicação de um regime de direito publico, ele é menos intenso que o
regime dos contratos públicos. Não se pode dizer que a contratação excluída, fique avessa a um regime de direito publico. Isto é o
âmbito objetivo dos contratos públicos.

No âmbito subjetivo dos contratos públicos, todas as entidades que celebram contratos estão sujeitas ao regime de contratos
públicos? Não, as empresas publicas não estão só, está em principio, aquilo a que o direito europeu chama de organismo direito
publico, onde exclui as empresas, claro que está o Estado, as autarquias, regiões, entidades administrativas independentes,
associações pÚblicas, etc.; mas as empresas não estão, como é por exemplo a CGD. Estavam também sujeitas as fundações
pÚblicas de direito privado mas, deixaram de estar.

Em Portugal, o conceito de contratos públicos era desconhecido, só tínhamos o conceito de contrato privado e contrato
administrativo.

O contrato publico esta a meio, é um contrato privado mas administrativo, antes era apenas pré contratual, agora também pós
contratual. O que significa que o contrato administrativo no CCP e o contrato publico dos contratos públicos em vez de afastarem
estão cada vez mais semelhantes.

O código dos contratos públicos, só abrange contratos lesados pelos organismos de direito publico, conceito comunitário, visa
afastar o setor empresarial do Estado deste código e por outro lado, só se aplica a contratos, que impliquem despesas da
administração, porque é ai que interessa resguardar a concorrência, contratos mediante os quais a administração gasta dinheiro.

As razões da concorrência valem tanto para os contratos públicos como para a atividade administrativa.

ex: na atribuição de licenças para chofer de táxis, aqui tem de se respeitar a concorrência porque justamente as licenças são
escassas quando o particular pretende a utilização de bens escassos ou de serviços que por sua natureza são escassos, a CML não
pode estar a atribuir quarenta mil licenças a táxis aqui tem de se abrir concurso para atribuição de licenças a quem apresentar as
melhores propostas. mas aqui não se aplica o CCP porque não há contrato, que é a atribuição unilateral do ato administrativo que é
uma licença para funcionar um táxi. Não e apenas na atividade contratual que a concorrência é importante.

-> Regime pré contratual, ou seja, deve-se abrir concursos para saber o montante que o Estado vai gastar.

-> Regime pós contratual, saber quais são os poderes que a administração tem,

quanto aos contratos administrativos e contratos públicos (não estando bem regulamentado). São os poderes de direção de
fiscalização e de resolução.

Regime contencioso, regime de influência européia, regime este, que dá aos interessados, não apenas garantias judiciais, processo
é rápido, mas também providências cautelares, adequados e a figura do stand by, ou seja, há um prazo necessário, entre a escolha
da pessoa, em que a administração vai contratar e a celebração do contrato, isto para evitar que o contrato esteja celebrado. Este
prazo é de 30 dias.

O adjudicante vem dizer, que estava de boa fé, e pode pedir uma indemnização , pode alegar a impossibilidade de facto, de
efetivamente anular o contrato, alegando que os utentes ficam sem serviço, as crianças sem comida, os municípios sem agua,
eletricidade, o que não é possível, logo há uma substituição da anulação do contrato por uma indemnização, é uma decisão do
Tribunal. Mas, de modo a evitar estas situações há o prazo de 30 dias, prazo stand by que é obrigatório, onde o interessado tem o
direito de impugnar o contrato sem estar assinado de modo a evitar problemas exteriores. Nesta é uma norma europeia.

Exemplo de contratos privados, celebrados pela administração publica, alguém ir comprar uma resma de papel porque não há.

ex: o catering e o aluguer de tendas, são contratos de prestação de serviços, compra publica logo está sujeita ao código dos
contratos públicos, mas por exemplo, a compra de um imóvel, o Estado também gasta muito dinheiro para compra desse imóvel, mas
esse contrato não está sujeito ao código dos contratos públicos é uma exceção.

Isto porque um imóvel é um bem ifungível, ou seja, o Estado quer aquele imóvel porque aquele imóvel é que serve não é outro, por
diversos motivos, acesso, localização, dimensões. Aqui não é possível abrir um concurso publico porque o imóvel, eu sei que é
aquele em particular e concreto.

Quanto à venda dos imóveis do Estado, que pertencem ao domínio privado, não há um concurso, há um procedimento concursal,
que é um leilão eletrónico.

Quando o Estado quer vender os seus bens de domínio privado, atualmente abre online um leilão eletrónico e as pessoas estão
atentas a este procedimento publico, o Estado vende a quem oferece mais. Também há procedimentos que são muito complexos:

ex: se o Estado quiser comprar material informático, muito sofisticado ou material de guerra, altamente sofisticado ou material para
reparação de submarino, muitas vezes o Estado não sabe bem o que quer, por haver várias alternativas técnicas, e portanto
estabelece um principio, o contrato em que o caderno de encargos, que tem de ser publicado antes do concurso é muito vago e o
estado vai adequando as suas necessidades, à medida que vão aparecendo as propostas, porque uma das peças fundamentais da
transparência contratual é a publicação do caderno de encargos, aqui o estado diz ao particular o que é que quer e não pode sair
disso.

Agora, por vezes os bens são de tal forma complexos, que o Estado não tem os conhecimentos técnicos, para dizer logo o que é que
quer, portanto há um método concursal, que vai permitindo a adequação reciproca. O caderno de encargos tem um valor quase
regulamentar, logo o Estado não se pode comprometer, com um caderno de encargos porque este não pode ser alterado. Um
caderno de encargos pode ser apresentado em termos muito amplos e depois vai sendo adequado à medida que o Estado vai
esclarecendo, aquilo que prende à medida do que é oferecido.

Há muitos acórdãos do Tribunal de justiça europeia ,que dizem que quando um cidadão sofre lesão por falta de regulamentação
adequada de uma diretiva europeia que o favorece, o Estado é responsável.

Há a responsabilidade do ato do Estado pela função legislativa, politica e direito administrativo. Esta ultima é a que está mais ao
alcance, porque responsabilizar o Estado pela função legislativa, porque a lei tem conteúdo geral e abstrato e, em principio, não é de
aplicação direta só em circunstancias anómalas é que o Estado poderá ser responsabilizado pela função legislativa até porque o
legislador é um órgão coletivo. O exercício da função politica ainda menos.

O contrato pode ser “Na prossecução das suas atribuições ou dos seus fins, os órgãos da Administração Publica pode celebrar
quaisquer contratos administrativos, salvo se outra coisa resultar da lei ou da natureza das relações a estabelecer.” (n.º 3 do artigo
200.º CPA) o que este artigo quer dizer é que há fungibilidade, mas não absoluta eu não posso utilizar o contrato administrativo para
substituir o exercício de poderes que pela sua natureza, não são contratualizáveis, poderes de policia ou impostos, a única coisa
possível é negociar uma forma de pagamento com as finanças, fica contratualizado, fora disso não há contratos fiscais. Nem tudo é
contratualizavel.

ex: colocar uma claúsula no contrato, que diz que a administração se compromete a não fazer fiscalização ,no prazo de três anos,
está clausula não vale nada. A administração tem de fazer as ações de fiscalização, sempre que necessário, sem prevenir o
particular.

Mas, caso modifique ou altere o contrato, já tem de notificar o particular, tem de haver audiência prévia. Tem de haver audiência
previa, tem de haver fundamentação e notificação nos moldes adequados, o particular tem de saber antecipadamente que a
administração, por este e aquele motivo, vai findar o contrato. Não pode haver uma notificação ou presunção unilateral, de um
contrato dado que o particular poderá ter graves danos.

Os contratos administrativos são de dois tipos: os contratos administrativos, ou seja os contratos de colaboração entre a
administração e os particulares para prossecução de fins públicos, influência francesa. Na Alemanha como a figura do contrato
administrativo não existe, mas admitem que a administração por contrato em vez de praticar um ato unilateral pratica um contrato,
dentro de uma perspetiva liberal. São os contratos sobre o exercício de poderes públicos, a administração prescinde de exercer o
poder publico e faz um contrato. Isto tem limites.

O nosso código prevê o contrato sobre o exercício de poderes públicos, conforme n.º 3 do artigo 200.º CPA. Este tipo de contratos
não é muito utilizado pelo CCP porque não há uma grande dispensa de dinheiro por parte da administração.

O que é possível fazer, é a câmara fazer um contrato, em vez de passar uma licença, ou seja, o empreiteiro pode construir aquele
edifício em determinado sitio, mas tem de arranjar os arruamentos daquela zona, ou os postos de eletricidade, por exemplo.
Antigamente era muito recorrente mas, ainda hoje o é.

12 MARÇO
Contratos   públicos   e   contratos   administrativos.
O regime jurídico dos contratos públicos, reporta-se à fase pré contratual e o regime dos contratos administrativos reporta -
se à fase pós contratual.
Se a administração for comprar um andar para instalar um serviço, estamos perante um  
contrato privado, não obstante o interesse publico aqui presente.
O contrato de compra de um bem imóvel, também poderia ser administrativo, o problema é que o bem imóvel não está
sujeito ao mercado, porque a administração quer aquele imóvel em particular e não outro.
ex: mas se alguém pretender explorar um bar da praia, este contrato é administrativo.     Há contratos
administrativos que pela sua própria natureza, não podem ter o mesmo tipo de formalismos que para outros, porque o contrato
administrativo mexe com interesses não apenas das partes do contrato mas com interesses que podem ser
de terceiros, os utentes por exemplo.

O regime europeu dos contratos tem a ver com diversos aspectos, não apenas o regime pré-
contratual, também o regime pós contratual.

Hoje em dia o direito europeu, não se fica pela necessidade de assegurar, que haja
concurso anteriores à adjudicação, fornece critérios para a própria adjudicação,
ex: uma empresa, que ofereça condições de respeito pelo ambiente é privilegiada,
uma empresa que garanta o emprego a deficientes, uma empresa que garanta emprego  
em regiões atrasadas ou uma empresa, que para construir uma auto estrada, garante  
300 postos de trabalho em Castelo Branco, isto são fatores que tornam estas empresas  
em vantagem perante as outras. Não é apenas o preço mais baixo, há outro fatores.
Estes fatores reportam -se ao concurso e à adjudicação, isto é, quanto à escolha da entidade com quem se vai celebrar o contrato.
Há aspetos procedimentais, que o direito europeu impõe, entre a adjudicação e a
celebração do contrato tem que intermediar um período, pelo menos 30 dias, antes de
poder ser celebrado o contrato, para os que não ficaram classificados de interporem umaação ou uma providência cautelar 
em Tribunal, se acharem que há motivos para isso. Isto porque, depois do contrato assinado, desfazê-lo é muito mais complicado.
Ao desfazer o contrato, quem o assinou vem alegar que estava de boa fé e que por isso  
quer uma indemnização, fica muito mais caro para o Estado, desfazer um contrato que já
estava assinado do que esperar 30 dias, obrigatoriamente, para assinar o contrato para  
ver se o que ficou classificado em 2.º e em 3.º lugar, não querem pôr um processo em  
Tribunal, a pedir cautelarmente a suspensão do próprio contrato impedindo a assinatura, mas tudo depende do juiz.
Por outro lado, nem todos os contratos administrativos estão sujeitos ao código dos  
contratos públicos, pode o contrato público ter um conceito para o qual interessa o  
regime anterior e até agora posterior ao contrato mas desde que o contrato implique  
que o Estado pague, se for o privado a pagar ao Estado, o direito europeu não se importa.
Agora quando é o Estado a gastar dinheiro público, tem de haver concurso e  
transparência, nem todos os contratos administrativos interessam ao Estado.
ex: se eu quiser alugar um bar de praia e fazer uma concessão do bar de praia quem  
paga à capitania é o privado, não têm relevância porque é o privado a receber. Estes  
contratos também estão sujeitos a um regime jurídico mas, não o dos contratos  públicos é um regime jurídico avulso.
Nos casos de contratos uso privado no domínio público, bares de praia, tem de ser  
lançado concurso publico, porque a lei exige que seja assim, a lei avulsa porque a lei  dos contratos públicos é alheia a isso.
Necessidades concorrenciais, passaram a ser obrigatórias só em 2014, isto porque se  
chegou à conclusão que os contratos de concessão disfarçados de parcerias publico  
privadas implicavam contrapartidas para o Estado Europeu extremamente vultuosas  
designadamente quando através das parcerias publico privadas se começava a  transferir o custo da exploração para o Estado.
Nas parcerias publico privadas começaram a constatar-se, de uma maneira geral, em   todos os países europeus, que os
c o n t r a t o s e r a m c e l e b r a d o s d a s e g u i n t e f o r m a , o  
concessionário pagava ao Estado, mas o Estado garantia um rendimento mínimo, ou   seja, dando como exemplo:
scuts, se não passarem um determinado número de carros   a diferença é paga pelo Estado. Mas, com as alterações de
2014, as parecerias público  privadas já estão sujeitas ao CCP.
As parcerias publico privadas, no fundo são contratos de concessão, permitem alguns  
mecanismos de financiamento dos projetos que são bons para o Estado, Project  finance e o Financiamento parcial.
ex: financiamento parcial é, o Estado manda fazer uma auto estrada e de 10 em 10km,
vai abrindo a auto estrada e cobrando portagem. O utente vai pagando a auto estrada  
em vez de pagar apenas no fim, quando está feita.
Este procedimento interessa ao Estado e à concessionária. Por outro lado, o project  
finance, onde é feita uma sociedade em que o banco que financia também é sócio, ou   seja, os sócios são a construtora, o  
Estado PT e o banco tem de ser aprovado em Conselho de Ministros, regime jurídico das concessões privadas.
Há 3 tipos de concursos que funcionam bem: obras publicas (tem uma certa   continuidade), a empreitada de obras publicas,
(tem um caracter menos permanente),   ex: fazer uma casa de banho ou um anexo é uma empreitada, fazer um edifício, uma  
ponte é uma obra.
E o s c o n t r a t o s d e p r e s t a ç ã o d e s e r v i ç o s p ú b l i c o s e d e c o m p r a d e b e n s m o v e i s ,   s o b r e t u d o 
automóveis e compra de material informático.
Os concursos públicos são vários, há concursos públicos mais e menos formais,  
basicamente os mais formais comportam um determinado numero de fases, que são  sempre as mesmas:  
-   Decisão de contratar
-   Abertura do concurso;
-   Publicidade (tem de se colocar um anuncio nos jornais, DRE e no jornal europeu);  
- Receção das propostas, (aqui há várias formalidades a cumprir, tem de estar na  
publicitação tem de estar identificado o caderno de encargos onde o Estado diz o que  
pretende e quais os encargos das empresas. O caderno de encargos tem valor  
normativo, uma vez publicado é inalterável, auto vincula o Estado);  
-   Nomeação de um júri ;
-   Abertura das propostas;  
-   Adjudicação (escolha da entidade com quem se vai contratar);  
- Celebração do contrato (tendo em conta o prazo de 30 dias que a Adm. tem de  esperar para poder assinar o contrato).
No Art.16.º CCP, diz-nos quais os tipos de procedimentos, estes são os contratos de  
compras publicas.
O ajuste direto é uma exceção.
A parceria para inovação é um contrato que serve para quando a Adm.não sabe bem  o que quer.
Aqui é feito um contrato que não está aberto ao concurso publico e admite a entrada  
de concorrentes que lhe apresentam projetos inovadores, sem que haja caderno de  encargos.
ex:se o Estado quer fazer um contratar com uma empresa que faz aviões com  
especialidades especificas e o Estado não tem técnicos então aceita, sem definição de  
um caderno de encargos rígido, porque o Estado não sabe.
É uma espécie de aprendizagem por erro. (procedimentos excecionais).
Nos contratos administrativos, que estão sujeitos ao CCP, o Estado dispõe de 4 poderes:  
-> fiscalização;
-> direção;
-> modificação;
-> rescisão/revogação, nos casos de concessão, chama-se: resgate da concessão.  
Todos estes poderes estão na lei e são sujeitos a determinadas formalidades,  
sobretudo a rescisão e há limites, o Estado pode mudar o contrato, tem é de  indemnizar.
ex: hospital Amadora Sintra, está a ser explorado por concessão, pela família Melo,   não me interessa se
o s e r v i ç o p u b l i c o n ã o e s t á a s e r p r e s t a d o , e n t ã o o E s t a d o r e s g a t a  
e passa a ser o Estado a exercer o serviço publico hospitalar, mas tem de os indemnizar, porque eles é que realizaram os
investimentos.
Se for para modificar o contrato, porque quero mais estás máquinas e a família melo vai comprar essas maquinas mas, tem de ter  
uma indemnização. Contratam mais 30 especialistas em ortopedia, mas isso encarece o preço. Não nos podemos opor à  
modificação podemos colocar mais 30 especialistas mas isso tem um preço, e das duas uma ou chegam a acordo ou não chegam a  
acordo e vão para Tribunal discutir o valor da indemnização. Se os especialistas não forem contratados e se se oporem à  
modificação ai a administração pode rescindir o contrato com fundamento em incumprimento e ai não há direito a indemnização.  
As concessões são uma forma de privatizar, o que se privatiza é a função, o Estado continua a ser responsável da opinião publica  
mas o concessionário atua por sua conta e risco. A função é do Estado, saúde, ensino por exemplo mas quem está no terreno é  
uma empresa privada que funciona por sua conta e risco. O Estado tem grande vantagem nisto porque a ligeira despesas, se fosse  
o Estado diretamente a exercer a atividade isso ia aumentar imenso as despesas publicas. Esta é a vantagem de uma concessão.  
A concessionária atua por sua conta e risco mas a função eu ele desempenha não é dele, mas sim do Estado, estando que se  
pode chamar à concessão a privatização funcional, o que é que se privatiza? É a função, que pode ser por concessão ou por  
delegação. Há muitas empresas privadas que desempenham funções que são do Estado, por exemplo a certificação de qualidade ,  
as inspeções dos automóveis, acreditação do ensino superior privado ou publico estas funções são do Estado, mas em vez de as  
exercer diretamente delega ou concessiona, é uma privatização da função porque o Estado não tem funcionários públicos para tudo  
isto .  
Todos os contratos de concessão são uma forma de privatizar a função. Estando sujeitos à inspeção, direção e poderes de  
notificação de resolução do Estado. O regime e o contrato são administrativos. E quem é que regula estas entidades? O Estado  
diretamente ou podem ser entidades independentes, autoridades administrativas independentes. Por exemplo,o Estado fez  
contratos de concessão com os transportes barraqueiro e estes têm a fiscalização da entidade reguladora de transportes.

13 MARÇO
A parte 3 é mais contratos administrativos, embora curiosamente, de acordo com a última revisão do código dos contratos  
públicos, ficou determinado uma novidade: os princípios da parte 3 aplicam-se também aos contratos públicos. Isto significa que o  
legislador português uniformizou o regime dos contratos públicos e administrativos. Os contratos públicos também passam a estar  
sujeitos a um regime pós-contratual, o que contribui em certa medida para essa uniformização, foi uma opção que o nosso  
legislador tomou, algo que não era necessário de acordo com o direito comunitário.
Aspetos principais da modificação, ou seja, como se diz no, Art. 390º seguintes   da   confirmação da relação contratual:
O contrato já está celebrado; depois do contrato celebrado, administrativo e agora contratos públicos, a administração não pode  
desinteressar-se da maneira de como o contrato está a ser executado. Toda essa matéria está tratada aqui no capítulo 4, parte 3,  
artigo 302º e seguintes, cap 4 e cap 5. (Vai   até   à   315).
Aqui vamos analisar duas questões.Quais são os poderes do contraente público do
Estado? Que alcance é que esses poderes têm? Em que circunstâncias é que eles podem ser exercidos? Que consequências é que
têm? Se o exercício desses poderes, da direito a indemnização para nossa parte.
A fonte destes poderes não é o contrato, é a lei, tanto assim é que estão previstos aqui.  
Qualquer contrato não é válido contra a lei, se escrevessem nos contratos administrativos amanhã e a administração dependia do  
exercício desses poderes, essa cláusula não tinha valor nenhum. Estes poderes são dados à administração não pelos contratos  
mas sim pela lei .  
Por outro lado, mesmo que estes poderes não estejam previstos   no   contrato,   existem   sempre.  
São   poderes   extracontratuais,   este   termo   não   é   muito   utilizado   mas   penso que se pode dizer isso,   ou   seja,  
decorrentes   da   lei ,   não   do   contrato.   Existem sempre mesmo que os contratos o proíbam, essa cláusula é nula por ser  
contrária à lei .
Estão   identificados   todos   no   Art. 302º, são:
Dirigir um lote de fiscalização das prestações – suponham por exemplo um contrato de  
obra pública ou de empreitada, que são os contratos mais típicos e fáceis de dirigir;  
dirigir o modo de execução, fiscalizar o modo de execução do contrato,  dirigir e fiscalizar.
Modificar unilateralmente as cláusulas respeitantes a um conteúdo e um modo de  
execução das prestações previstas no contrato, por razões de interesses públicos. Quer dizer a administração tem de evocar
razões de interesse público para modificar as prestações num contrato. É claro que isso não é possível. As partes estão em posição
de igualdade, como é acordado.
Aplicar as sanções previstas para a inexecução do contrato. O contrato pode prever  
que, se uma das partes não cumpre, fica sujeita a determinada sanção.
Resolver unilateralmente o contrato, no caso da resolução unilateral, chama-se  
resgate. Ou ordenar a cessão da posição contratual do contratante para terceiro, quer   dizer, este meu
contratante já não tem capacidade para estar aqui a contrato, a cumprir  
as prestações, porque está com dificuldades económicas, e eu então vou ordenar a  
cessão do contrato, ou seja a transferência do contrato de um terceiro que apresente  essas condições.
Isso é muito difícil de fazer, porque esse terceiro pode até não ter sido concorrente.  
Portanto isto tem de ser ponderado e tem de haver limites. Mas é uma maneira de  
evitar a resolução e garantir que o contrato continua a ser executado.
Estão aqui identificados os poderes de direção e de fiscalização nos artigos 304.º,   305.º e   306.º,
e é m u i t o i m p o r t a n t e o 3 0 7 . º . O q u e é a D i r e ç ã o ? A D i r e ç ã o é d a r  
ordens, como aqui diz: o Poder de direção no que respeita às matérias necessárias à execução do
contrato, (…)seja executado de modo conveniente e oportuno e a Direção   consiste na emissão de ordens, diretivas (304.º,  
nº2), ou instruções, sobre o sentido de   escolhas necessárias no domínio da execução técnica, financeira ou jurídico das  
prestações contratuais. As ordens devem ser emitidas por escrito, ou quando as  
circunstâncias impuserem de forma oral, deduzidas por escrito e notificadas à contra parte. É um poder unilateral.
A fiscalização consiste, limita-se a aspetos que se prendam com o modo de execução do contrato. Podendo realizar-se através  
de inspeções locais, de equipamentos, documentação, informáticos, pedido de   informação e deve ficar documentada. O
contratante não pode opor-se; a inspeção tem de haver audiência prévia, claro que não. A inspeção só é eficaz se for de surpresa. 
Muito importante é a natureza das declarações do Art.307º. Aqui diz, a regra   geral, as declarações   do   contraente  
público   sobre   a   validade   do   contrato   ou   sobre   execução,   são   meras  
declarações negociais, pelo que a falta de acordo do contraente   público   apenas   pode   contrair   os   efeitos  
requeridos, através   do   recurso   aos Tribunais.
Quer dizer, o contraente do Estado, não pode chegar ao pé do contraente, e dizer que esta cláusula é para ser interpretada assim.  
Tem de pôr uma ação interpretava em Tribunal, para o contratante demonstrar perante a sociedade, que esta norma o deixa numa
situação parental com Adm., portanto Adm. pode enviar uma notificação a dizer “eu interpreto a cláusula desta maneira”, mas isto  é  
uma mera reparação, não tem valor jurídico. Se o quer obrigar tem de meter uma ação interpretativa em Tribunal. Mesmo em  
questões óbvias.
Se atendermos ao nº2 de natureza administrativo, já não são meras declarações judiciais, as declarações de um contraente sobre a
execução de um contrato se traduzam em ordens. Já é um ato.   
Diretivas ou instruções. Poder de direção, modificação unilateral das cláusulas respeitantes a um conteúdo ou ao modo de
execução das prestações, aplicação das sanções previstas para a execução do contrato e resolução unilateral do  
contrato e cessão de processação contratual. Isto já são atos administrativos.
A administração por aqui se vê, que não está na mesma posição que um particular, pode aplicar uma sanção, pode resolver um  
contrato, etc. Isto são atos administrativos, e se são atos estão sujeitos ao formalismo próprio do ato; quer dizer, tem de ser  
notificado, tem de ser fundamentado, e tem de haver audiência prévia .
Vamos para o artigo 309º. É preciso muito cuidado com a interpretação deste artigo.  
Os atos administrativos do contraente público, relativamente à execução do contrato constituem a titulo executivo, executividade é  
o que diz o preâmbulo. Isto é uma moda teórica pura e simplesmente, foi uma tradução de Itália. Os autores Italianos fazem há  
muito tempo a distinção entre a executividade e a executóriata. Executividade é a capacidade que o ato administrativo tem de se  
impor por si próprio sem necessidade de ser através de uma sentença judicial, é autotutela.  
O ato pode ser contestado em Tribunal, mas está perfeito. A Executoriata é a capacidade que certos atos têm de serem postos  
coativamente mesmo contra a vontade do particular.
Este Art.309º, pretende-se dizer que os únicos atos que podem ser impostos coercivamente, são aqueles atos que determinam a  
resolução do contrato, ou em especial, o sequestro e o resgate de concessões. Por exemplo, se o Estado resolve o contrato de  
empreitada, no caso das concessões e sequestros, o empreiteiro que está no estaleiro não pode opor-se; chega a policia e fecha o  
estaleiro. Nesse caso, o Estado pode agir à bruta, porque seria prejudicial a nível público que o empreiteiro continuasse a obra; por  
exemplo estar a usar cimento falso na obra e a inspeção detetou isso . Nos outros casos não; o Estado pratica atos  administrativos,  
mas não são cativos, o que significa que um particular pode-se opor pela via judicial, contestando em Tribunal o ato.
Os atos que dizem respeito às ordens e à modificação das cláusulas, aplicação das sanções ou ação da processação contratual,
pode ser contestada, ou pode interpor-se um recurso, por exemplo.  
O ato é executivo, ou seja, produz efeitos por si próprio, fica perfeito por si próprio, mas não pode ser imposto coercivamente.
Ex: o senhor vai modificar o contrato, através dos atos e audiência prévia, vai notificar, por exemplo, apesar de terem sido  
contratualizados estes materiais, foram reconhecidos riscos para a saúde publica recentemente, etc., o senhor vai modificar o  
contrato e os agentes materiais passam a ser outro, uma hipótese. E eu digo não e vou a Tribunal contestar isto, posso fazê- lo e  
ninguém me pode obrigar a modificar aquilo coercivamente. Agora, o Estado envia uma notificação a dizer que vão encerrar tudo  
amanhã porque o senhor não está a cumprir com o contratado. (Exemplo Hospital Amadora Sintra)
No caso da concessão, também pode contestar em Tribunal, mas não se pode opor ao uso da força. Nos outros casos a Adm. não  
pode usar a força. Sequestro é a resolução da concessão quando é o próprio Estado a acabar com a concessão.  
Resgate é quando o Estado acaba com a concessão e substitui-se ao concessionário.
Na vida prática, a distinção entre os atos que são executivos e executórios, é muito volátil. Havendo a resolução do contrato, o  
contratante só pode pedir uma indemnização. Quais são as condições dessa indemnização? É o que vamos ver da próxima vez.  
Essa indemnização pode ser muito cara para a administração, é sempre melhor chegar a um acordo.  

20 MARÇO
O código não abrange todos os contratos administrativos, abrange só aqueles que representam gastos de dinheiro pela Adm., por  
exemplo, os contratos em que são os particulares a pagar à Adm., esses não interessam ao código.
Qual é o regime garantístico que o código estipula para os contratos públicos e administrativos?  
Para os contratos administrativos é o regime pré contratual; a necessidade de concursos públicos embora hajam diversos  
concursos públicos, nem todos têm as mesmas necessidades concorrenciais, há uns mais e menos exigente que outros. Por  
exemplo em contratos de empreitada de obra pública, a administração não pode estar obrigada a abrir um concurso um concurso  
publico a toda a gente, porque é uma perda de tempo; normalmente cinge-se a uma lista de empresas com maior legitimidade, é  
uma lista aberta.
O contrato de obra pública é o mais antigo, aquele que juridicamente é mais conhecido, é mais transparente.
As fases pré-contratuais sabem quais são(como digo, não são todos os concursos que são complexos), também já vos disse que o  
novo código tem, por um lado, submete os contratos só públicos à parte 3, que eram só para contratos administrativos, portanto  
inclui na parte 3 os contratos públicos, o poder comunitário não exigia que fosse assim.  
Mas o código também não é muito claro, não especifica se, se aplicam só princípios. Por outro lado, exclui da parte 2 os contratos  
administrativos que não esteja identificados, que não sejam abrangidos pela parte3. Agora ficou  
explicito. Quer dizer que há muitos contratos administrativos.
Os contratos dos Bingos, casinos, etc, também são contratos concorrenciais, mas é evidente que são muito menos concorrenciais  
que outros. Contratos que envolvem muito dinheiro, o Governo quer ter o controlo das entidades com quem celebra esses  
contratos, com receio que as atividades posam atrair entidades indesejadas .
No eu diz respeito ao regime dos contratos administrativos propriamente ditos, gostava de saber se têm alguma dúvida.  
A modificação do contrato pode decorrer das próprias circunstâncias, ou uma alteração na lei que possa afetar o contrato que  
está feito, sendo que obviamente o contratante tem direito a uma indeminização. Só não tem direito a indeminização  
quando não cumpriu a sua parte, não obedeceu ou entrou em falência, por exemplo.
O senhor tem um contrato com a administração, de natureza de prestação de serviços. Nesse fica assente que o senhor pode  
despejar detritos no mar. Passado uns anos esse despejo passa a ser ilegal e querem impedi-lo, porque tem efeitos poluidores. A   si  
fica mais caro dar outro desfecho aqueles detritos, têm de indemnizá-lo; o senhor cumpriu sempre, não houve
incumprimento. Vai fazer o que eles querem mas vai querer também uma indeminização.
Os contratos com regime concorrencial visam sobretudo, não apenas admitir a imparcialidade da administração e a garantia do  
bom uso dos dinheiros públicos, mas também o alcance de garantia dos próprios particulares, que assim são chamados a participar,  
têm a garantia procedimental. Outra forma de garantir aos particulares é o facto de agora a lei especificamente não apenas garantir  
meio processuais urgentes contra o contrato administrativo, meios cautelares, como também o prazo obrigatório de que não se  
pode assinar um contrato depois de excluído o adjudicado.
Há garantias não apenas procedimentais, contratuais, mas também contenciosas e até graciosas. Ou seja, esse  
prazo contratual não tem nada a ver com os Tribunais, é uma garantia graciosa.
As parcerias publico privadas na sua maioria são contratos administrativos, mas pode haver um pequeno sector delas que não  
seja. Se não é contrato administrativo é porque é privado. Para que o código dos contratos públicos tenha aplicação é preciso que  
uma das entidades, seja um organismo de direito publico, ou seja, instituição privada em que a administração tenha influência. Por  
exemplo a CGD não está sujeita. Os gestores públicos beneficiam em Portugal de um regime de pratica impunibilidade, não são  
responsáveis perante  ninguém.
A subcontratação tem de estar prevista no contrato e até no caderno de encargos.
Exemplo: caso do concurso público para fornecer alimentação às crianças das escolas públicas de Lisboa, sendo que há muitos  
casos em que essa refeição é muito importante. Nos concursos ganha uma determinada empresa, e foi posto em causa. A  
câmara arguiu e bem “ quem é que vai alimentar as crianças? teve de abrir um novo concurso, é demorado, e até lá? A câmara aí  
alegou a incapacidade prática de executar a sentença.
Há vários tipos de modelos contratuais, processamento, concurso fechado, concurso limitado(obras públicas, lista seletiva aberta),  
leilão eletrónico, quando a administração quer adquirir materiais de alta tecnologia.

26 MARÇO TEMA: RESPONSABILIDADE EXTRA CONTRATUAL DO ESTADO


A responsabilidade civil da administração na defesa da lei, (Lei nº67/2007 de 31 de Dezembro).
A responsabilidade é a consequência de um facto jurídico, que gera obrigação de responder por um dano à outrem:
1) Poderá ser uma conduta ou uma omissão;
2) Um ilícito;
3) Dano (patrimonial ou moral);
4) Nexo de causalidade, em que o dano resultou daquela conduta e não de outra; é a prova de ligação entre o dano e a conduta.
Todos estes conceitos da responsabilidade civil, foram aplicados à conduta da Administração; pois por essas condutas da administração, podem
decorrer danos/lesões para os particulares, quando essa conduta seja ilícita e quando exista o tal nexo de causalidade. Este nexo de causalidade por
vezes, torna-se difícil de provar.
A responsabilidade também gera obrigações, no plano do Direito Administrativo. Todos os conceitos básicos, são retirados do Dto. Civil (e também
Penal), e pode ser aplicado no âmbito da Responsabilidade Civil da Administração, com algumas diferenças.
ex: não se pode exigir à Administração, culpa, embora possua sim, haver imputada à Adm. a conduta, o ilícito, o dano e o nexo de causalidade, mas
não culpa, pois a Administração é uma pessoa coletiva, não sendo suscetível de culpa.
No âmbito da Responsabilidade da Administração, podem-se distinguir, 2 tipos:
1 -> Responsabilidade Contratual, a decorrente do incumprimento de um contrato que já previamente existe.
ex: o contrato pode ser público ou administrativo, em que se aplica o CC. São as condutas, que do incumprimento do contrato, possibilita à Adm.,
mas que na generalidade, rege-se pelo CC.
2 -> Responsabilidade Extra-contratual (ou Aquiliana), é a responsabilidade que qualquer pessoa incorre, exteriormente ao contrato, não estando
vinculado perante outrem dentro do contrato.
ex: Dto. dos consumidores, são os danos provocados, pelos produtos deteriorados, aqui a responsabilidade, esta cada vez mais longe da ideia de
culpa, (não no sentido subjetivo);
ex: ms o produtor, será responsabilizado pelos produtos que coloca à venda.
Responsabilidade civil extra contratual: Responsabilidade é consequencia de um facto jurídico que gera obrigações de responder perante
outro:
1º facto (conduta, omissão ou dever);
2º ilicícito (conduta tem de estar em desacordo com a lei);
3º dano (patrimonial/moral);
4º nexo causalidade (dano resultante daquela conduta) Na responsabilidade penal há elemento culpa. Só é pensável contra pessoas singulares.
Culpa mais grave (dolo): ex: falsificar assinaturas. Culpa menos grave (negligência), mera negligência, a mais grave é preter intencional, (eu sabia
que da minha conduta, podia resultar um dano grave, mas não fiz nada para impedir).
Problema nexo causalidade, que é prova de ligação entre o dano e a conduta ativa, (ação), portanto a causalidade não é científica e nem pode ser, se
fosse era impossível condenar alguém em Tribunal.
Causalidade adequada (Teoria de argumentação) ex: quando crianças morreram asfixiadas no Aqua Parque, chupadas pelo tubo de água, foi pedido
indemnização a empresa e ao Estado, a empresa contratou um jurista constitucionalista, para dizer que não se provava nexo causal e ausência de
normas de segurança no Acqua Parque.
A causalidade tem que ser adequada, social, aferida através de argumentações consistentes.
No D. nos basta uma probabilidade adequada, se não o Direito não funciona, ex: há crimes de natureza dolosa, homicídio não é crime doloso, posso
matar alguém sem querer por exemplo atropelado. Homicídio doloso 1º grau, espera chegar, atira e mata. Falsificação de documentos. Todos esses
casos concretos são de responsabilidade civil, foi adotado na administração, quando a conduta é ilícita, ações, omissões, danos provocados, por ex:
caiu a ponte entre rio e morreu pessoas, não chegou ao fim, pq vão indemnizar as famílias; processa crime, implica grau de culpa.
Responsabilidade gera obrigações na administração - todos conceitos retratados no Dto. Civil e Dto. Penal, nos podem ser aplicados, com algumas
diferenças.
Não podemos exigir culpa, pode haver nexo causal, ilicitude, conduta, mas culpa é irrelevante.
Durante muito tempo, temos que distinguir em:
<-> Responsabilidade contratual: depende do contrato (público ou administrativo) em geral se aplica C.C e no âmbito do D. administrativo, pode ter
resoluções, (conduta que o incumprimento do contrato o possibilita).
<-> Responsabilidade extracontratual/aquiliana, incorre dentro do contrato não estando vinculada a outro. no âmbito DC não pode restituir a isso se
não a administração era impune.
Responsabilidade extracontratual no DC foi se dilatando, passando abranger situações novas:
- 1º D. consumidores, muito divulgado nos EUA, ex: danos provocados por produtos deterioráveis-não há culpa no sentido subjetivo, da carne
estragada, produtos deteriorados nos EUA dá indemnização milionária.
- 2º conselho e informações falsas: ex: vender tabacos e dizer que faz bem a saúde, ou vender terreno para plantação, onde lá não cresce nada.
Responsabilidade extra contratual, 3 espécies:
-> 1- ato ilícito;
-> 2º pelo risco (indemnização pelo sacrifício, tradução literal pelo risco);
-> 3º por ato lícito.
Adm. pública quanto mais intervencionista, mais pode gerar mais danos e riscos. ex: transportar explosivos, andar armados, treinar militares em
carreira de hora. Pela própria natureza, pode gerar risco. Adm. privada gera poucos riscos, atividades arriscadas estão voltadas aos privados ou estão
proibidos ou estão sujeitas a lei, ex: quando andava na tropa, havia jurista que diziam, que as tropas treinavam militares, e depois fogos para matar e
pedem indemnização, toda gente sabe que atear fogo para matar, causa dano.
Quanto mais intervencionista o Estado, mais é o risco.
Responsabilidade actos lícito - é excepcional no Dto. privado, na Dto. Adm. não é.
ex: é lícito expropriar, mas tenho é de pagar, indemnizar.
Riscos, hoje em dia ambiente é um campo inesgotável para exigir indemnizações por riscos ambientais; ex: os telemóveis, eu tinha um amigo que
tinha a mania, que dizia que ele ia provocar um cancro na cabeça; ex: quando tabaqueira não era uma empresa pública, e não era informado dos
riscos do tabaco.
Em suma, o risco é constante do ritmo social. E a partir de certa altura, os danos por eles gerados, tem que ser obviamente indemnizados:
-> por acto ilícito,
-> por risco;
-> e por acto licito, dita, indemnizam pelo sacrifício.
Por que que os alemães dizem que há indemnização pelo sacrifício, em vez de falar em responsabilidade? Eles tem razão, ex: se exproprio uma
pessoa, exproprio em nome coletivo, mas eu tenho que o indemnizar, porque senão o indemnizasse era só ele o prejudicado, para beneficiar a
coletividade. Pela vantagem de todos não tem de pagar somente um, todos arcam com os prejuízos.
Conceito de responsabilidade, não tem que recair só em um.
Ato lícito = indemnização pelo sacrifício. É ilícito que um tira da Adm. de um falso conselho, como ex: um advogado aconselha mal o cliente, o
cliente pode pedir indemnização. É ilicito um particular, não, ele não é obrigado a dar bons conselhos, já o funcionário publico tem deveres
acrescidos.
Responsabilidade contratual tem consequências que no Direito civil não tem, Art 334º, pode ser por incumprimento.
Responsabilidade contratual contraente pouca aplicação tem.
Poderes que a administração tem: modificar, resolver, não são contratuais, são dadas por lei.
Responde Adm. pelo risco não será regra, é muito frequente, indemnização pelo sacrifício é muito frequente.
Vamos ver, ilicitude da Adm..
Responsabilidade solidária- se dá para torto também sou responsável, há ilicitude, há ilegalidade.
Ilicitude- existe quando há ilegalidade, há ilegalidade, há ilicitude, automaticamente; não é o mesmo, mas também há ilicitude quando for violada
as regras técnicas, na prestação dos serviços públicos. ex: quando saio daqui e na caio num buraco, câmara incorre ilicitude por regras técnicas.
Ilicitude é muito favorável ao particular, porque abrange não apenas a ilicitude, ilegalidade é um órgão, automaticamente da ilicitude,
como também chamado, mal funcionamento do serviço público, ou seja, violação de regras técnicas e deveres de vigilância que os
funcionários da Adm. deve ter. Na responsabilidade extra contratual o difícil é o nexo de causalidade.
Há ilegalidade, há ilicitude.

27 MARÇO
A responsabilidade civil tem os mesmos pressupostos; (conduta imputável à uma pessoa; o ilicito; o dano e o nexo de causalidade).

Isto é comum à responsabilidade contratual, decorrente do incumprimento do Contrato.

Não se estuda a responsabilidade contratual no Dto. Adm., a responsabilidade em que o particular incorre, perante a Adm., por não
cumprir um contrato, porque quando o particular não cumpre um contrato celebrado com a Adm., esta dispões de poderes para reagir
com esse incumprimento contratual, que o particular não dispõe.

ex: pode a Adm. inspecionar/dirigir/modificar e resolver o contrato, sem necessidade de ir pedir ao tribunal, para que o faça, algo que
o particular não pode.

A Adm. esta numa situação diferente, que esta o particular, a responsabilidade contratual não interessa, a não ser, que a Adm.
celebre contratos de Dto. Privado. Aqui, já a Adm., não dispõe de poderes públicos, aplicando-se o Código Civil.

ex: quando o Estado/Adm., arrenda ou compra um edifício, não para instalar um serviço público, aqui já é a relação jurídica, que se
estabelece é de Dto. privado e não de Dto. Adm.

ex: uma família, é inquilino de um edifício, que pertence a Seg. Social, está é uma Direção Geral de Estado; caso o inquilino não
pague, a seg. social poderá cair em cima dessa família, munida do Cód. Civil, não tem nenhum poder administrativo especial, para
modificar ou resolver contratos, pois a Adm. atua na base de Dto. Privado.

aplica-se a responsabilidade pelo incumprimento do contrato, de acordo com Cód. Civil.

ex: mas quando a Adm., aplica poderes de Dto. Público, designadamente contratos Adm., não interessa a responsabilidade
contratual, pois é de Dto. Público e aqui a Adm. dispões de poderes exteriores ao contrato - extra contratuais, que estão definidos
pelo CCP.

Em suma: Se a Adm. celebra um contrato, se o contrato é de Dto. Privado, aplica-se Responsabilidade Contratual; violou o contrato
(rege-se pelo C. Civil);

Se a Adm. celebra um contrato adm., aplica-se o CCP, dando à Adm. poderes extra contratuais; a responsabilidade extra contratual.

A utilização de poderes de ordem pública pela Adm., atira-a para fora da responsabilidade contratual; só há responsabilidade
contratual, na Adm. aplicando o CC, nas relações que estabelece de Dto. Privado.

Responsabilidade extra contratual, uma série de pressupostos:

- conduta;

- ilicito;

- dano;

- nexo de causalidade.

A responsabilidade extra contratual, tem varias formas/espécies, esta sub-estabelecidas em deveres/tipos:

1) por acto;

2) pelo risco;

3) pelo lícito.

<> Por ato ilícito, a responsabilidade extra contratual da Adm., resulta da ilegalidade; há uma presunção, que há uma ilicitude pela
Adm, ( embora pode não haver dano, e não havendo dano, não existirá responsabilidade extracontratual). Ou então, a ilicitude, pode
resultar também da violação de regras técnicas.

ex: a um mau funcionamento do serviço público.

ex: se a câmara lhe dá uma mau informação, quer saber se pode pedir uma indemnização? pode, tem é que provar que o dano que
sofreu, resulta da ausência de informação. A ilicitude é fácil provar, neste caso é a omissão. Pode pedir no contencioso a condenação
da câmara, por falta de informação que não recebeu, a intimação da prestação de informação.

A partir do momento que Adm. abre concurso, tem que levar o procedimento concurso até ao fim, se não leva, isso tem custos, da
direito a indemnização, responsabilidade extra contratual, nem sequer há contrato.

Responsabilidade civil, não tem haver com arguir, a invalidade do ato.

ex: suponha que há um ato legal, que ilegalidade, gera ilicitude, que gera também um dano, que há nexo de causalidade, eu deixei
passar o prazo que é 3 meses, posso interpor para impugnar a ilegalidade do ato, nos Tribunais Adm. Portanto já não posso
impugnar a ilegalidade, passou o prazo, mas posso pedir uma indemnização, porque o prazo é muito mais longo.

Para impugnar a ilegalidade do ato, ou então o prazo , é também concedido para pedir a condenação prática do ato, e quando devia
ter sido praticado e não foi, pois o prazo para pedir indemnização é muito mais longo, em principio são 3 anos. Pode haver casos que
não é assim, em princípio são 3 anos. Já não posso pedir a ilegalidade daquele ato, mas posso pedir indemnização pelos danos
causados.

Portanto, se o ato já não pode ser declarado ilegal, como é que eu vou provar que houve ilicitude, que se baseia na ilegalidade. São
coisas diferentes, tudo tem em vista a responsabilidade. Ilegalidade tem vista a validade do ato. Suponha que o ato é meramente
anulável, 3 meses, deixei passar, já não posso pedir em Tribunal que me anule o ato, posso é pedir indemnização, só que para pedir,
tenho que provar não ilegalidade, que já não posso, mas tenho de provar que há ilicitude e havendo ilegalidade já há ilicitude, e não
há ilicitude que não seja ilegalidade daquele ato. Vou pedir ao Tribunal que fiscalize a ilegalidade incidentalmente, quer dizer, ele já
não declara o ato anulável, já não pode, não pediu a tempo e horas, essa ilegalidade que já não pode declarar, constitui porem
ilicitude para efeitos indemnizatórios, chama-se isso fiscalização incidental, porque não é principal, quer dizer: eu não vou ao
Tribunal pedir que me anule o ato, eu vou pedir é que o Tribunal me dê uma indemnização, com base na ilicitude, que resultava de o
ato ser inválido. Ai o Tribunal tem que reconhecer a ilegalidade, mas não vai aprovar porque já não pode, já vai fora do prazo. Ou
seja, é reconhecer a ilicitude para efeitos de indemnização, assim o prazo para obter indemnização é muito maior.

ex: a secretária sugere que o senhor precise de ginástica, e pede papéis, e aluno não consegue esses papéis, passa o prazo, já não
se inscreveu e ai vai ver se há informação prestada pela funcionária foi uma má informação, porque os papéis que eram necessários,
não eram aqueles, mas sim outros de acesso muito mais fácil ao candidato, pode o candidato pedir indemnização? claro que pode. À
quem? a universidade lusófona.

03 ABRIL
A diferenciação entre Contrato Administrativo e Contrato Público (surge da ideia importada da UE).
O contrato administrativo, já era um contrato de obras públicas, e também o de fornecimento de bens e serviços. O que sucede é
que em PT, havia muitos contratos que administração celebrava.
O direito europeu não se preocupa nada com a natureza jurídica do contrato, o direito europeu só se preocupa numa única questão:
quem é que paga? quem é que gasta dinheiro? E administração? é, então o contrato é público.
Se o dinheiro sai das mãos da administração, é preciso disciplinar esses contratos, porque a administração em sentido amplo, o
Estado em sentido amplo, pode utilizar esta facilidade dos contratos, para imprimir discriminações através do estrangeiro ou para
atua de uma maneira parcial, dando garantias de imparcialidade, portanto como não podemos aumentar a corrupção, temos que
arranjar uma figura que implica a abertura de garantias de imparcialidade e de transparência para todas as despesas que a
administração faz, ou para as principais delas, impedindo que a administração possa sob a forma contratual, sob a forma do contrato,
escapar as garantias que o ato administrativo nos dá, e como se faz?
Através de uma nova figura, que não existia no direito europeu, que é o Contrato Público. Esses contratos públicos abrangem
empreitadas, obras, prestação de serviço e compra de bens móveis (automóveis e equipamentos de informática).
E o direito europeu só se preocupa com isso.
Tudo quanto a administração faça, diz respeito à empreitadas, concessão de obras públicas, concessão de serviços (antes estava
fora disso, só a partir de 2014 começou a surgir), compra prestação de serviços e aquisição de bens móveis, (não sua todos), não
tem que ser todos, viaturas e material informático. Atenção, isso não está na disponibilidade dos Estados, isto tem de ficar reservado
ao regime jurídico europeu impositivo, imperativo para os Estados que impeça corrupções.
Direito europeu não é ingénuo, e sabe que há corrupção.
Qual é o conceito que permite a introdução desses valores de imparcialidade e transparência, o direito europeu, teve que inventar
um conceito: Contratos Públicos.
Através das diretivas: a 1ª em 2004, e a segunda em 2014,( considerava também a necessidade de disciplinar as concessões de
serviços públicos, que até 2004 e 2014 estavam afastadas desse regime, visto que em 2014 foi só aplicar o que já estava feito),
tivemos que aplicar isso, no nosso direito.
Tínhamos 2 opções: o que nós vamos fazer, em PT já existia um conceito muito antigo que era o Direito Administrativo, e entretanto
pensou-se, o que nós vamos fazer com ao Contrato Administrativo, abandonar (que é uma categoria que já não faz sentido), ou
vamos conservar (conceito PT de Contrato Administrativo, que é a base do direito francês de Marcelo Caetano). Isso foi uma questão
que levantou imenso problema. Havia quem entendesse que o Contrato Administrativo devia ser deitado fora e havia quem
entendesse que não, que o Contrato Administrativo devia ser mantido, como uma sub-espécie do Contrato. Público. E foi essa
segunda tese que vingou.
Adotamos a diretiva C.Públicos como manda UE, que são sujeito há um regime público. Todos os contratos que o direito europeu
quer, mas reservamos para os C. Adm. um regime especial, por que o direito europeu visa garantir valores de imparcialidade e
transparência, mas não se interessa por mais nada, ou seja, esse valores de imparcialidade e transparência só valem até ao
momento que o contrato é celebrado. A partir dai o direito europeu desinteressa-se.
O regime PT do C. Adm. era um regime público, não apenas antes da celebração do contrato, até o momento que ele está celebrado,
como também posterior a solução desse contrato, com os tais poderes de: fiscalização, modificação e resolução. Portanto arranjou-se
uma solução que diz o seguinte:
<-> Todos os contratos, mediante os quais o Estado, conceda, empreite, compre serviços, compre certos bens móveis, etc., são C.
Públicos e estão sujeitos à um procedimento pré- contratual, com a garantia da observância do concurso público, embora no
concurso tenha diversas áreas: há os concursos mais abertos, há os concursos mais fechados, etc.
<-> O C. Adm. está sujeito exatamente à isso, mais esta sujeito a mais, esta sujeito a uma disciplina pós- contratual, que era a que ja
existia entre nós, e compreende os poderes de direção, fiscalização, modificação e decisão.

Portanto, os C. Adm. são C. Públicos, mas nem todos os C. Públicos são C. Adm..

Com a revisão de 2014, pela 1ª vez, esta distinção que era tradicional, desde 2004, sofreu alguma alteração, na medida em que se
exigiu que, agora também os C. Públicos que não são Adm., estejam sujeitos a um regime pós- contratual, o que representa
uma intervenção do Estado, excessiva. Pt é um pais nada liberal, uma intervenção do Estado excessiva na execução de C.
Públicos, que não são administrativos. Portanto a partir de 2014, fomos para além do que o direito europeu pediu, facilitando a
intervenção do Estado nos C. públicos, em sede pós contratual. Direito europeu não pede isso.
Pode acontecer, ao menos teóricamente, que haja um C. público celebrado em Pt, que não é C. administrativo, mas
relativamente o qual o contrato tem poderes pós contratual. O direito europeu exige isso? não. O direito nacional é que exige. Foi
uma avançada no sentido liberal, dos C. públicos, efetivamente consagrou e que não era uma exigência européia, foi uma exigência
nossa.
Os C. administrativos estão sujeitos ao C. público, isso que direito europeu pretendia.
Agora os C. públicos estarem sujeitos aos C. administrativos, é uma coisa que é nossa.
O que representa grande intervenção do Estado nos C. públicos. Que não é vantajosa do ponto de vista do investimento financeiro
estrangeiro.
Pode haver contrato que não é administrativo, mas que Estado tem poderes pós contratual, o que exige isso não é direito
europeu e sim direito nacional, foi exigência nossa, não é vantajosa e do ponto de vista estrangeiro, (prejudica investimento
estrangeiro) e para facilitar o investimento estrangeiro, cometemos um regime favorável ao investimento estrangeiro que,
lembramos criar: goldens visa. Ver se atraímos os chineses, e estes vem investir em imobiliário; o dinheiro fica aqui, é um
investimento indireto. O português vendedor da casa, pode amanha reinvestir em restaurante, abrir postos de trabalho.

O conceito europeu visa:


- transparência e imparcialidade, para evitar corrupção e discriminação internacional de estrangeiros.
Contratos administrativos, quase todos são sujeitos aos C. públicos.
Parte III para C Públicos que diz: para os C Adm. também são C. Públicos; para os C. Adm., são uma parte de C. públicos, há um
regime pós- contratual. Compreende os tais poderes de direção, fiscalização, modificação, revogação.
O regime pré- contratual é para C. público e C. administrativos.
O regime pós- contratual é só para os C. administrativos, efeito que afugenta os investidores.
Embora, com a revisão de 2014, os Princípios gerais, pós contratuais também se aplica aos C. Públicos, são só os princípios. O
direito PT, foi mais longe que o direito europeu.
ex: contrato de exploração, domínios de preços, jogos de azar, nesses casos a adm. pode contratar quem quiser.
Nos contratos que o Estado ganha dinheiro, não tem que ter o valor da transparência e imparcialidade, não fazem sentido.
ex: compra deus móveis, exploração de banhos públicos, jogos de azar, o Estado não tem que abrir concurso público.
Os valores de transparência e imparcialidade, se for pra gastar faz sentido.
C. públicos, não estão sujeitos a contratos que estão sujeitos a legislação especial, pode não estar sujeito a concurso
público.
ex: para arrendar andar, não faz sentido concurso público, em negociação não há concurso público.
Estado intervencionista e prestadores precisa comprar serviços: automóveis e matéria informático.
E, suma, há contratos por sua natureza, como por exemplo: arrendamento ou compra de bens imóveis, mas por sua natureza são
ifungíveis, não suportam, estão sujeitos a concorrência, Estado ao comprar imóvel gasta dinheiro? sim. Por que? devia ter aberto
concurso público? sim, talvez, porém o imóvel do sr. x está a 300mt do local que interessa, ao contrário do sr. y que fica a 1km.
Quando o bem não é insubstituível por outro. No caso dos carros, não é assim; portanto se é fungível, justifica concurso público, se é
ifungível não justifica.
ex: arrendamento, compra de bem móvel, não é contrato administrativo, não é contrato, está sujeito a ser pré-contratual.
Só é C. público a partir de lineares fixos, (valores elevados, acima de 5mil).
ex: abrir tenda para vender coiratos, não é preciso concurso público, é inferior a 5mil.
ex: realização festa com tenda e catering, em Belém pode custar 50 mil e implica concurso público, porque é contrato de prestação
de serviços públicos.
Nem sempre C. público é igual, há contratos menos exigentes e mais exigentes, depende dos valores e do tipo de contrato.
Houve um contrato Adm. que é um contrato de concessão de serviços públicos, que foi extremamente difícil, pela ordem que é a dos
C. Públicos. Para nós a concessão de serviços públicos é um contrato Adm., para direito europeu não é, eles nem sabe o que é, é um
contrato público.
Esse concurso de serviços públicos, para o direito europeu, transfere poderes de autoridade, como faz a Brisa.
Só em 2014, a concessão de serviço público deviam estar sujeito aos princípios gerais em matéria de contratação, é uma coisa que
ninguém sabe o que é, princípios, transparência, imparcialidade e não discriminação. Não é o regime, é os princípios, que é para não
abusarem demais. Que dizer, o direito europeu tem dificuldade em obrigar os Estados-Membros, a implementarem o regime pré-
contratual, conclusão autentica para a concessão de serviços públicos. Apesar dessa obrigatoriedade, os princípios não se traduz na
exigência, que se traduz aos outros contratos.
No fundo quem tinha razão era o prof. Marcelo Caetano, numa fórmula ordinária. Os C. Adm. estão sujeitos ao recurso público,
exceto os que valem tostões e os que valem milhões, pq Estado quer ter o privilégio de contratar quem quer, estão sujeitos,
normalmente os contratos de concessão de serviços públicos.

Sai para o teste:


Contratos públicos e recursos hierárquicos (a lei continua a exigir para certos casos recursos hidra.), revogação, nulidade dos atos,
invalidade e reclamação. Reclamação tem interesse marginal. E ainda recursos especiais
Contratos públicos.
Os poderes de direção fiscalização, (não podem ser impostos coativamente) e de modificação, não são executórios, formalmente é,
não podem ser sancionatórios. Essas distinções são formais, mas na prática não funcionam.
Esse poder que administração tem, cessa da exposição contratual, transferi contrato.

Pergunta do teste:
- pergunta sobre o acto administrativo tem distinção diferente, revogação e anulação.
- efeitos da anulação, não automáticos, na medida que é possível não anular efeito de um acto e na medida que o acto constitutivo
do direito, não serve ou de direito a revogação e nem anulação.
- acto constitutivo, já não é barreira que ……..
Tutela graciosa: efeitos do acto necessário, um responde pelo facto dispendioso e outro responde pelo acto….
Diferença C. público e C. administrativo, e âmbito dos poderes e a força que têm.

1 caso e 2 questões teóricas em alternativa.

DIREITO ADMINISTRATIVO II 09/04/2019

Teste: 2 questões teóricas (escolhe uma) e 1 prática

Revogação e Anulação, Secção IV, Artigos 165º e segs. CPA

- recurso; invalidade; recurso hierárquico, recurso gracioso;


Revogação -> o código facilitou a revogação do ato, temos ponderação de interesse público e boa fé privada.
Princípio da boa fé no Dto. Adm., arranja com explicações inexplicáveis, se dá para ponderação do juízo, em
vez de descomplicar é complicar.
Recurso contencioso, definitividade e executoriedade, era uma barreira - hoje em dia já não tem que ser
definitivo e executório, são muito pouco os atos que tem que ser definitivo e executórios.
No Ministério da Adm. interna a regra que se segue é: não há resposta para os recursos hierárquicos, não se
responde, porque eles então ponham a ação contenciosa em Tribunal, para ver se ganham, mas nós não nos
vamos incomodar com isso.
Com isso temos mais em que pensar, é uma maneira de nos obrigar a ir para o Tribunal, e nós incumbirmos o
nosso dever de decidir se o recurso hierarquico, facultativo ou necessário, tanto faz, assim são os sentidos de não
responder aos recursos hierárquicos em PT, no séc. XXI, porque isso dá-lhes trabalho, tem que mobilizar juristas
para responder aos recursos hierárquicos, e tal, atirem esses trabalhos para cima dos Tribunais, podemos dizer
que não, deixa passar o prazo.
Era necessário recurso hierárquico para ver se o Tribunal mudava a decisão. Executivo ou necessário
Ato não produz efeitos se for necessário. (vantagem)
Os meios graciosos, a reclamação não tem importância prática e o recurso é para o superior, só tem interesse
se dele decorrer algum efeito para cidadão/particular, o facultativo suspende o prazo, é bom, pelo menos não
esta a perder prazo para depois ir para o Tribunal; o gracioso necessário suspende o ato, até que eles decidam
ou deixem passar o prazo para decidir, pois o ato passa-se a executar e a prevê.
ex: se a pena é disciplinar não atende a pena, não foi decidido recurso ou foi, enquanto não passar o prazo no
qual ele devia ser decidido.
Revogação: fundamento de mérito, tem efeitos para o futuro.
Anulação: fundamento na invalidade, tem efeitos retroativos.
Quando interpõe recurso hierárquico ao lato? pode haver indeferimento, quando recorre; o que se pede, o que
anule ato? não se pede que anule, se pede que revogue o ato. A revogação pode ser pura e simples? ou pode
substituir o ato por outro? muitas vezes a adm. vai substituir o ato anterior, substitui pra ver se ele passa,
(modifica), ato substituto, não é necessário eliminar o ato completamente, pratica-se um novo ato, substitui o ato
antigo, não é o ato contrario é um ato substituto.
O recurso hierárquico não tem necessariamente por consequência, a revogação pura e simples, tem a
substituição por outro, ou interpõe ação em Tribunal, por um novo ato.
Peço Adm. que anule: anula ou não anula, é mais rígida.
No CCP, temos 2 temas:
1º-> poderes que adm.tem de execução do contrato, Art.302º.
2º-> diferença de poderes, o que são executórios e os que não são executórios. Organismos da adm. que estão
sujeitos ao Dto. Público.
Art.2ºCCP elenca, contratação in house, não está sujeito ao CCP, realizado entre 2 pessoas coletivas que deu
ordem a outra, não pode haver no CCP, porque não há concorrência. Essa ordem, não podemos dizer que tem
que abrir concurso público.
Art.7º CCP, entidades adjacentes, são setores especiais, também estão sujeitos ao código. Setores especiais, do
ponto de vista técnico, não há de haver problema na concorrência, no âmbito das telecomunicações, porque por si
só, já não são concorrenciais.
Parte II, pré-contratual, não é aplicado senão hierarquicamente não funcionava.
Art.162ºnº3 CPA , o que é Princípio de boa-fé - ato nulo, não produz efeitos, exemplo claro de jurisprudência dos
conceitos.
ex: suponha que um processo disciplinar, terminou com uma expulsão de um militar, não houve audiência prévia,
Tribunal não aceita, a pena é nula. Suponha que o Tribunal declara pena nula, há alguma coisa à eliminar, não o
ato é nulo, segundo os conceitos, e homem não trabalha e não recebe, são efeitos a provar que dos atos nulos,
também resultam efeitos, mesmo que nulos e até retroativos; se está a ser prejudicado é porque produz efeitos,
não se vai partir do conceito para a realidade.
ex: direito da defesa, direito da propriedade; expropriação sem pagar, o ato é nulo. Se é nulo, houve efeitos.
Chamada jurisprudência dos conceitos, interessa é o conceito, colocar a realidade dentro do conceito.
Conveniência de serviço não é fundamentação; não tem que ser verdadeira, pode estar induzida em erro.
Art.163º CPA
Ato nulo - invalidade - presunção da ilegalidade produz efeitos, na pratica não é assim, embora só efeitos de
factos (sejam de factos ou de atos).
Anulável extun (para trás), retroativo.

07 MAIO
A responsabilidade civil por ato resultantes da função legislativa judicial e administrativa, cfr. Art. 1.º CPA (lei alargada/atualizada).
Embora na pratica seja mais complexo, porque se fala de conceitos indeterminados vagos, onde só os tribunais devem concretizar.
- O direito a uma indemnização por danos em caso de responsabilidade da Administração é um direito do cidadão (Direito
fundamental), art 22.º CRP.
- Pois agora todas as funções do Estado, podem lhe ser imputada a responsabilidade; pois é a responsabilidade do Estado que
interessa mais ao particular, (o estado pagará sempre), acabando por ser uma garantia suplementar para com o lesado.
Ex: Embora, se o agente ou funcionário atuou com culpa grave ou dolo, deve ser responsabilizado, n.º 1 do art. 8.º lei 67/2007,
mecanismos que a lei prevê, para que seja exequível / cumprido, são dois: - Pode demandar-se só o Estado; - Pode também
demandar-se pessoalmente o funcionário / agente.
- Se se demandar somente o Estado, este tem depois de pagar , direito de regresso, contra funcionário / agente, n.º 3 do art 8.º lei
67/2007; - caso não tenha agido com culpa grave, já o Estado não terá direito de regresso.
A responsabilidade do Estado, no exercício da função Legislativa, (cap. IV, CPA), é apenas do Estado, ex: pois “nós” não podemos
demandar o deputado “A” ou “B”, ou o membro ou o membro do governo “A” ou “B” porque é a Assembleia um órgão coletivo; os
órgãos legislativos sõ órgãos coletivos não fazendo sentido demandar individualmente uma única pessoa, ex: “eu” demando no
deputado “A” e não no “B”, já não pode ser porque o deputado “B” também votou a lei ou demandar o Ministro da Justiça e não o
Ministro da Administração interna pelo decreto-lei “X” ter causado um dano, não pode ser pois ambos aprovaram o decreto lei.
(Quase todas as normas são aprovadas em Conselho de Ministros)
No entanto, pode haver casos em que a lei tenha efeito lesivo direto, ex: nos casos em que a lei, pode haver casos em que a lei tenha
efeito lesivo direto ex: nos casos em que a lei tenha conteúdo individual e concreto ex: lei de nacionalização de uma empresa, em
que a lei “X” vai nacionalizar aquela empresa. Não é o facto de o ato ser uma lei que branqueia a responsabilidade se dessa lei
decorrem lesões.
Se a Diretiva Europeia for aplicável diretamente e dela resultam Direitos, a não transposição de diretivas, se dela resultar uma lesão é
indemnizável. Ex: em 2007, o legislador admitiu a responsabilidade do Estado no exercício da função legislativa, quer por ação quer
por omissão, designadamente pela não transposição de diretivas europeias. (art. 15.º nº1 lei 67/2007)
Quanto à função política
- Ainda por ser a mesma coisa, pois são muito raros os atos políticos eu geram danos diretamente nos cidadãos, ex: o Sr. “A” não se
poderá queixar pedindo indemnização, pela data das eleições, por ele não ter podido ir no dia “X” votar. Mera doutrina, não tendo
quaisquer efeitos práticos.
Quanto aos atos judiciais, há que distinguir 2 figuras: 1) o erro judiciário; 2) o mau funcionamento do serviço da justiça (serviço
publico)
1) Por ser erro judiciário, ex: o juiz condena à cadeia um cidadão que depois repara que valorizou certas provas que anteriormente
não dever ter aceite/valorizado, tendo condenado o cidadão à cadeia, vem-se mais tarde a revelar que o cidadão não era culpado do
homicídio (por exemplo). O responsável será apenas o Estado, podendo o cidadão pedir uma indemnização. Embora só haja direito a
indemnização, por erro manifesto (art. 13.ºnº1 lei 67/2007). Ex: os indivíduos presos preventivamente e depois libertos por erros
judiciários.
2) Por mau funcionamento do Serviço de Justiça, nomeadamente por atraso manifesto na sentença, ex: há um acórdão da UE que
refere que tudo o que passe 3 anos, será o Estado a pagar mas, com direito de regresso sobre o juiz. (n.º 1 do art. 14.º lei 67/2007).
Embora o direito de regresso do Estado para com o funcionário Administrativo seja obrigatório, sobre o juiz não é, está em lei (os
juízes defendem-se).
As ações de responsabilidade do Estado por erro judiciário, ou por atraso da justiça competem aos Tribunais Administrativos, embora
em rigor, não se está perante função Administrativa. Função Judicial competem aos Tribunais Administrativos.
Função Administrativa
Há três tipos de Responsabilidades por danos causados:
1. Por ato ilícito (Secção I, CPA), arts. 7º ao 10º lei 67/2007
2. Pelo Risco (Secção II; CPA); art.11º lei 67/2007
3. Indemnização pelo sacrifício (antigo ato licito, capitulo V, CPA), art.16º lei 67/2007
Diz-se por ato lícito (conceito alemão) – Principio de equidade na repartição dos encargos públicos, pois não será justo o que
beneficiam todos, pagar apenas um, têm de pagar todos.
Responsabilidade pelo risco, no direito é excecional porque as atividades perigosas, em princípio, são nele proibidas e, no direito
administrativo a responsabilidade não é excecional mas sim geral. E quem paga será a entidade pública; ex: exercícios de fogo real
ou lesões provocadas nas recrutas de tropas especiais. (responsável será o Estado), não responsabilizado na prática
individualmente. Ex: uma perseguição policial ou os bombeiros na mata, etc.
Ex: caso BES, é responsabilidade por ato lícito, pois podem ter resolvido o BES (fechando), não podendo o Banco de Portugal ter
feito outra coisa.
Tanto a responsabilidade pelo risco como a responsabilidade por ato licito são objetivas, ex: o estado poderá expropriar
mediante futura indemnização; ex: o estado pode resolver um banco, ter é de indemnizar os credores.
Por ato ilícito, ilicitude resulta de 2 fatores:
1. Ilegalidade, se o ato é ilegal, logo é ilícito, (esta ilicitude está provada, há uma presunção legal, não necessita de provar). Ex: um
ato administrativo ilegal, deixou-se passar o prazo legal (3meses) poderá pedir a indemnização pela ilicitude do ato mas, o tribunal
não anulará o ato. A apreciação da ilegalidade não é principal mas incidental (anos)
2. Por mau funcionamento do Serviço Publico, por violação de regras técnicas ou deveres objetivos de cuidado/zelo . (ex, porque se
violaram regras técnicas.)ex: são atos manifestos, como um buraco no meio da estrada, a criança que premiu o botão do semáforo,
etc
Modelo de Responsabilidade por ato ilícito: (SAI NO TESTE)
1. A administração é responsável quando o funcionário ou agente atuou no exercício das suas funções e por causa dele. Se o
funcionário não estava no exercício das suas funções, a responsabilidade será exclusiva dele. Ex: o motorista do ministro foi de fim-
de-semana levando o carro para casa (sem estar ao serviço) e atropela alguém, ele será responsável.
2. A administração é responsável exclusivamente (só a Administração é responsável) se o funcionário ou agente atuou no exercício
da sua função por causa dele com dolo ou culpa grave, sendo que, nestes casos o direito de regresso é obrigatório sobre o
funcionário.
3. A administração é exclusivamente responsável, se o funcionário ou agente atue com mera negligência ou culpa leve;
4. A administração é exclusivamente responsável se o funcionário ou agente atuou sem culpa.
Ex: Se o funcionário ou agente aparece ao serviço bêbedo, aqui é culpa grave e haverá direito de regresso obrigatório.
Ex: Se o funcionário estava apenas distraído, a culpa é leve.
Ex: Como motorista, tive um acidente como exercício da minha função e por causa dele, ia para o aeroporto buscar o Ministro dos
Negócios Estrangeiros de São Tomé, quem pagará/responsabilidade será a administração (mesmo que por culpa minha) mas, sem
culpa grave ou dolo.
08 MAIO
Ex: um GNR informa-nos que para a localidade “X” vai-se pelo caminho “Y”, que na verdade é de sentido proibido e devera o guarda
dizer que era o caminho “Z”. – Aqui temo mera negligência ou culpa leve, devido à distração do guarda, agiu sem querer. (neste caso
não há direito de regresso contra o agente que se enganou)
- quanto à violação das regras técnicas ou deveres objetivos de cuidado, também gera ilicitude. Ex: os comboios, os aviões têm de
ser inspecionados periodicamente e estando isto escrito isto escrito (em regulamento), viola assim as regras e deveres, caso não seja
feito. Mas, não estando escrito, terá de provar se houve culpa grave ou não de posteriores acidentes relativos a ex: um funcionário de
cancela dos comboios que se esquece de levantar às 9h13, provocando assim um acidente. Haverá culpa grave dos deveres
funcionais. (art. 10º Regime da responsabilidade civil extra contratual - lei 67/2007)
Culpa leve é abstração; sem querer, distração.
Negligência é mais grave do que a culpa leve; consiste no não cumprimento de determinados deveres profissionais.
Responsabilidade por ato licito, ou responsabilidade pelo risco é objetivo;
Responsabilidade por ato ilícito é objetivo (pela ilicitude)/subjetivo (se for dolo/culpa grave/violação de deveres/mau
funcionamento do serviço publico).
Direito de Regresso, subentende a culpa (mas não é fácil determinar de …. É a culpa individual.
(art. 16º lei 67/2007) Responsabilidade por indemnização pelo Sacrifício: Ex: há uma expropriação e a futura indemnização é paga ao
particular. Mas, mais tarde vem se provar que não foi utilizado para fins públicos de que inicialmente estava previsto, haverá assim a
reversão.
- A expropriação tem como causa essencial o interesse publico e a afetação a este interesse publico, tem de estar definido na
fundamentação ao ato expropriatório que o justifica. Assim se a administração utilizar o terreno para outro fim tem o efeito reversão.
- e se a expropriação à posteriori não foi para fim de interesse publico, estamos perante uma ilicitude – haverá reversão.
EX: O plano Diretor Municipal (PDM), define as regras do uso do solos, não é eterno podendo ser alterado, de 4 em 4 anos.
Passando estes anos, a classificação dos solos poderá ser alterada; hoje entende-se que mesmo sem licença ou autorização
previamente dada, que a simples modificação de requalificação jurídica dos solos já afeta não um direito mas, pelo menos uma
espectativa legislativa e é indemnizável.
Principio d a indemnização pelo sacrifício, esta indemnização não subentende que seja sacrificado um direito, ex; “eu” não tenho um
Direito à permanência da qualificação jurídica do solo feita pelo PDM, se essa qualificação me for favorável (não ter um direito
subjetivo mas ter uma expectativa /interesse). Um interesse legitimamente protegido, a que essa qualificação permaneça ou pelo
menos se for alterada que me indemnizem.
Exemplos: “Vivo num prédio de 10 andares num sitio bastante sossegado e de um momento para o outro fizeram uma variante de
acesso a uma auto estrada e, havendo assim muito barulho e confusão. Assim não se pode pedir indemnização porque o sacrifício
não é especial nem anormal, conforme art. 16.º lei 67/2007 porque além de mim todos os habitantes desse quarteirão sofreram os
mesmos danos (decorrentes da vida em sociedade)
Ex. “Eu” com uma morada em Cabeçalhas de baixo e a EDP instala um poste de alta eletricidade junto ao “meu” quintal e com as
condutas a passar junto ao meu telhado, aqui haverá lugar a indemnização pelo sacrifício devido a um dano especial e anormal.

Direito Administrativo II 14/05 e 15/05


Aula 14/05/2019
EXAME: contratos públicos, administrativos e regimes gerais; responsabilidade contratual.
Ilicitude é diferente do dever de cuidar (violação do dever objetivo de cuidado), são responsabilidades.
1968 Vaz Serra - lei da responsabilidade contratual.
O comitente tem responsabilidade solidária junto com o Estado. O comissário é o agente.
CRP (m 22), tem 3 responsabilidades:
- responsabilidade judicial: -> erro judiciário; -> não funcionamento do serviço de justiça.
- responsabilidade legislativa;
- responsabilidade política;

Contratos de concessão: resgate; sequestro => formalidades 302º a 330º.


Responsabilidade por acto lícito -> equidade na repartição dos encargos públicos. lesão especial e anormal.
Responsabilidade pelo risco: estrada ruidosa; tratamento das águas.
Tutela geral da personalidade -> protege direitos.

Aula 15/05/2019
Responsabilidade civil legislativa é difícil de se concretizar, porque cabe ao órgão administrativo (AR e
Conselho de Ministros).
A responsabilidade na função legislativa é muito difícil, está consagrado por ação e omissão. Omissão porque
o legislador não podia ficar atras da União Européia, e consagramos isso.
Atos de natureza política são discricionários, compete quase todos ao Presidente.
Querer a responsabilidade legislativa, política, são legislativas, não é questão de culpa, é difícil obter
responsabilidade civil do Estado por atos.
Função da diretiva administrativa: sentença e atos.
Lesões na função administrativa: lesão e danos.
No exercício da função jurisdicional, (o código não fez Lei 67/2007, não fez mais do que assimilar o que a
jurisprudência dizia há muito tempo: temos 2 situações de responsabilidade de natureza objetiva, onde a culpa
não interessa.
<-> responsabilidade por erro judiciário: é apenas o Estado; ex: o juiz manda prender uma pessoa, ele é
julgado e absolvido, neste caso quem responde é o Estado, e só responde se houver erro manifesto que
levaram a sentença - a prova de erro amanifesto é difícil.
— atraso injustificado na sentença: há jurisprudência internacional dos direitos do homem; tudo que passe 3
anos; o juiz tem que justificar. O autor tinha razão para interpor ação em tribunal pela demora, porque não é
complexo. Pedir indemnização porque nem há sentença, nem justificação. O Estado é responsável, é uma
responsabilidade solidária, mas depois pode regressar sobre o juiz, mas não é obrigado. O conselho de
magistrados é quem decide. Portugal nunca fez isso.
<-> responsabilidade na função administrativa: nem sempre é objetiva; a culpa releva, (não estamos de
costas voltadas para a ideia de culpa); a ilicitude por vezes pressupõe a culpa.
Há 3 tipos de responsabilidades:
-> responsabilidade por ato ilicito: é a mais complexa, regulamentada no Art.9º da lei 67/2007. ex: quando
há uma concessão de um hospital particular à um funcionário.
Dr. Marcelo Caetano da 4 hipóteses:
*1* ato praticado pelo funcionário, agente, fora da função; quem responde? ele é o responsável, só ele, porque
não atuou no exercício das suas funções e por causa dela.; ex: Ministro bate na mulher? ele é responsável.
*2* No exercício das funções e por causa dela, o funcionário age com dolo (1ºgrau) e culpa grave (2ºgrau),
quem responde? o Estado, mas tem função de regressar para o agente.; ex: funcionário finanças bêbado, age
com culpa grave e se o beneficiário pedir indemnização, também tenho que pagar em conjunto com o Estado.
*3* Agente atuou com negligência e culpa leve, quem paga? o Estado e não há cobrança - a negligencia não
pode regressar sobre o agente.
*4* caso sem culpa, quem responde? só o Estado responde. ex: agente da PSP dá informação errada e o
condutor bate o carro, quem paga? o Estado.
-> responsabilidade pelo risco;
-> responsabilidade por ato lícito ou indemnização pelo sacrifício: é objetiva, não há ilicitude; ex: o
Estado pode expropriar, mas tem que indemnizar; ex: obras coercivas, quando um prédio ameaça a ruir, então
o Estado faz obras e o dono tem que pagar, senão o Estado fica com o prédio, previsto no regime jurídico da
urbanização. ex: classificação jurídica dos solos (expropriação dos planos, no domínio da urbanização. A
câmara tem muitos instrumentos para dirimir a sociedade; classificação dos solos; expropriação; pressupostos
da eletricidade. A responsabilidade é puramente objetiva.

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