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2017 abril Ed.

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2 2017 abril Ed. 47
2017 abril Ed. 47 3
Editorial

Luciano Lannes
Editor

Caro leitor,
Nesta edição trazemos um tema muito interessante e que talvez poucos
vislumbrem sua inter-relação com o Coaching: o Psicodrama.
Confesso que, até então, eu não estava entre eles.

Convidei para coordenar o dossiê desta edição Andressa Miashiro, que foi
quem plantou esta sementinha na minha cabeça em agosto de 2016. Na
época, perguntei a ela se haveria uma massa crítica de pessoas para abordar
o tema e suas correlações com o Coaching. Ela demonstrou que sim.

Assim, mais uma vez, vejo um dos grandes objetivos da Revista Coaching
Brasil em ação: “ampliar a visão e vislumbrar novas oportunidades”.

Reproduzo o início do artigo de Andressa, que ilustra o que você, leitor(a),


pode esperar da experiência de ler todos os artigos deste dossiê:

“Vejo o Coaching com Psicodrama como uma jornada de resgate e


fortalecimento do Ser espontâneo e criativo que habita em cada
indivíduo. Estes fatores são temas centrais para nós. Segundo Moreno,
todos possuem estes recursos como internos e inatos desde o início
de seu desenvolvimento, mas que por questões ambientais ou sociais,
tais recursos podem ser afetados. Diante disso, entendo que o resgate
destas forças representa o reencontro do próprio Ser com o que há de
melhor em si, com as suas singularidades e o que o torna único.
Espontaneidade, em latim, vem de ‘sua sponte’, que significa ‘do
interior para o exterior’ e, para Moreno, espontaneidade é um fator
que ‘opera no presente, isto é, aqui e agora, impulsiona o indivíduo na
direção de uma resposta adequada a uma nova situação, ou a uma
nova resposta a uma velha situação’”.

O ser humano é nossa matéria-prima de trabalho e, para revelar o encoberto,


nada como a liberação das amarras que restringem tanto o contato interno
com fatos e emoções como a expressão disto para o mundo, momento que
partilhamos, aprendendo mais sobre nós mesmos e sobre o outro.

Aproveitem esta aventura por águas lindas, talvez nunca navegadas.

Tenha uma excelente leitura.

Luciano Lannes
Editor

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6 Um outro olhar - Ana Pliopas
8 Papo Rápido - As várias personas na inovação - Marco Ornellas
10 ICF e a arte do Coaching - João Luiz Pasqual
12 Apresentação do Dossiê: - Psicodrama - Andressa Miiashiro
14 Dossiê - Psicodrama - Um olhar filosófico, teórico e prático - Rosa Lidia Pontes
18 Dossiê - A Dramatização do Psicodrama em Processos de Coaching - Yvette Betty Datner -
Rogério Augusto Cortes
22 Dossiê - Coaching com Psicodrama: Uma Jornada do Ser - Andressa Miiashiro
26 Dossiê - Coaching com Psicodrama e o uso do Objeto Intermediário (OI) - Joceli Drummond -
Andréa Claudia de Souza - Marcos Bidart de Novaes
30 Dossiê - Tecendo relações: a arte de desenvolver equipes - Marcela Lempé - Sandra Tudisco
34 Dossiê - O Psicodrama e o Coaching, um Encontro pra lá de Criativo - Andréa Korps Calderon -
Gislene Aparecida Germano
36 Coaching Executivo - Pesquisas sobre Coaching Executivo e Empresarial:
O Estado da Arte - Rosa R. Krausz
40 Para Refletir - “Learning By Doing” como metodologia para o processo de Coaching individual
e grupal - Daniele Gebin

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Apresentação
do Dossiê:

Psicodrama
Coordenação de Andressa Miiashiro
Psicóloga, psicodramatista, psicoterapeuta, coach e facilitadora
de grupos. Membro associado da ICF.
Meu propósito é despertar o poder de ir além, de pessoas e
organizações, através de relações saudáveis.
andressa@lotustalentos.com.br

Muita alegria em estar aqui!


Em 2013 estive na 4ª edição compartilhando minha
história na coluna “Como Comecei”. E hoje, abrir
este dossiê com temas pelos quais tenho tanta
paixão, na companhia de amigos tão queridos, faz
meu coração transbordar de emoção.
Falar do Psicodrama neste espaço que admiro, no
mês em que nós, psicodramatistas, comemoramos
seu aniversário, me faz acreditar ainda mais no
poder da sincronicidade. Posso dizer que todos os
artigos foram escritos com muito carinho.
Neste dossiê, falaremos do Psicodrama
contemplando suas principais teorias, métodos
e técnicas e também apresentaremos a prática
através de nossas experiências com o coaching
individual e em grupo.

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Iniciamos nossa viagem psicodramática com Rosa Lidia Pontes, com o
artigo “Psicodrama: Um olhar filosófico, teórico e prático.” Rosa nos traz
a história de seu criador, Jacob Levy Moreno. Aqui, somos convidados a
conhecer os bastidores e as inspirações de Moreno que influenciaram na
criação do Psicodrama.

Nosso segundo artigo é elaborado por Yvette Betty Datner e Rogério


Augusto Cortes. Nele, “A dramatização do Psicodrama em processos de
coaching”, é abordada focando o diferencial da dramatização de Moreno
de outros tipos de teatralização, por meio de um rico e instigante olhar
teórico e prático.

Chegamos ao meio da nossa caminhada com o artigo “Coaching com


Psicodrama: Uma Jornada do Ser”. Falo de espontaneidade e criatividade,
conceito que estará presente por todo o nosso dossiê, por se tratar de um
dos eixos do psicodrama. Compartilho um caso de coaching individual,
demonstrando o uso do jogo dramático.
Seguimos com o artigo “Coaching com Psicodrama e o uso do Objeto
Intermediário (OI)”, com Joceli Drummond, Andréa Claudia de Souza e
Marcos Bidart de Novaes. Nosso trio explana como os objetos podem
atuar como facilitadores da comunicação e também contribuir para
ampliação da visão do coachee no processo do coaching.
Em seguida, nos encontramos com Marcela Lempé e Sandra Tudisco,
através do artigo “Tecendo relações: a arte de desenvolver equipes”. Elas
trazem importantes conceitos psicodramáticos, e nos presenteiam com
dois casos, um focado em coaching com sócios e o outro em coaching de
equipe e liderança.

Encerramos com Andréa Korps Calderon e Gislene Aparecida Germano,


com o tema “O Psicodrama e o Coaching, um Encontro pra lá de Criativo”.
Aqui encontramos a aventura de duas psicoterapeutas e psicodramatistas
no mundo do coaching. Elas contam sua experiência como alunas em
uma formação de coaching com a metodologia psicodramática.

Sinto-me honrada e agradecida por poder apresentar pessoas tão


queridas, amigos, parceiros, professores e supervisores, pessoas pelas
quais sinto gratidão por fazerem parte da minha história.
Desejamos uma ótima leitura e tenha certeza de que estamos muito
felizes em estarmos compartilhando todos esses artigos com você!

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Andressa Miiashiro
Psicóloga, psicodramatista, psicoterapeuta, coach e
Dossiê facilitadora de grupos.
Membro associado da ICF.
Meu propósito é despertar o poder de ir além de pessoas
e organizações através de relações saudáveis.
andressa@lotustalentos.com.br

Leia em 12 min

Coaching com Psicodrama:


Uma Jornada do Ser

Vejo o Coaching com Psicodrama como uma jornada de resgate e fortalecimento do Ser
espontâneo e criativo que habita em cada indivíduo. Estes fatores são temas centrais
para nós. Segundo Moreno, todos possuem estes recursos como internos e inatos
desde o início de seu desenvolvimento, mas que por questões ambientais ou sociais,
tais recursos podem ser afetados. Diante disso, entendo que o resgate destas forças
representa o reencontro do próprio Ser com o que há de melhor em si, com as suas
singularidades e o que o torna único.

Espontaneidade, em latim, vem de “sua sponte”, que significa “do interior para o
exterior” e, para Moreno, espontaneidade é um fator que “opera no presente, isto é,
aqui e agora, impulsiona o indivíduo na direção de uma resposta adequada a uma nova
situação, ou a uma nova resposta a uma velha situação” (2008, p.54).

Percebo respostas adequadas como aquelas que estão congruentes à escolha do


coachee, do seu protagonismo e estado de presença. Ao contrário disso, temos as
respostas mecanizadas ou condicionadas, que partem de padrões que automatizam
o comportamento, conhecido no psicodrama como conserva cultural. As conservas
podem agir de forma a restringir o repertório de atuação, posicionando-se como
uma barreira para a criatividade, fazendo, por exemplo, com que o coachee repita um
comportamento antes adequado e hoje não mais, atuando através de crenças que não
fazem mais sentido, mas que são repetidas muitas vezes sem consciência.

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Se agirmos sem consciência, nos distanciamos das nossas escolhas
e do nosso protagonismo. Desta forma, a ressignificação de crenças
tem uma forte importância, pois quando o coachee revê suas crenças,
ele está fazendo muito mais do que isto, está indo além, está se
libertando daquilo que barra sua criatividade na busca de respostas
adequadas e alinhadas ao momento, ao aqui e agora, encontrando
soluções assertivas, saudáveis e sustentáveis para as suas questões.
Trarei um recorte de um caso de coaching individual para que possa
exemplificar tais teorias na prática:

Lembro-me de uma coachee que chegou muito incomodada com


questões relacionadas ao seu papel profissional. Dizia que estava
em uma posição que precisava se posicionar com mais firmeza e
segurança, mas explicava que em situações de conflito ficava muito
nervosa e tinha um “branco”, consequentemente não demonstrava
realmente o que sabia e como não conseguia se expor e argumentar
quando necessário, era vista como passiva e incompetente.

No psicodrama enxergamos o ser humano pela sua potencialidade


e sua capacidade criadora. Desta maneira, em uma determinada
sessão, realizamos uma atividade com a finalidade de ajudá-la a se
perceber além de seus incômodos, identificando seus pontos fortes
e o que possuía de saudável em si. A coachee então traz uma fala
muito significativa: “- Eu não sei brigar, só dialogar!”. Em um primeiro
momento, expressa nesta frase tristeza e frustração, pois percebe
somente o que não consegue, brigar! Perguntei em que situações
ela conseguia perceber isto, respondeu-me que em sua vida pessoal
e começou a trazer diversas situações em que usou o diálogo para
resolver seus problemas. Neste instante, a coachee começa a trazer
entusiasmo em sua fala, compartilhando várias situações em que
conseguia se expor em outros papéis, seus olhos brilhavam...
Com o intuito de dar mais voz e vida ao que a coachee estava trazendo,
inicio um jogo dramático através de um personagem. Pergunto:
“- Qual o sentimento que lhe vem, contando tudo isto?” Ela responde:
“- Força e confiança.”

A partir deste momento, entramos em uma fase de aquecimento, para


que o personagem interno possa emergir. Convido-a a fechar os olhos
e trago algumas falas para que ela vá se conectando com este papel
que lhe traz força e confiança. Os pensamentos foram aos poucos
dando espaço para os sentimentos, que ressoavam também pelo seu
corpo. Dou um tempo para que possa ir se apropriando do que está
sentindo. E então a questiono: “- Se pudesse dar um nome para este
papel, qual seria?”. Ela responde prontamente: “- A Guerreira!”.
Explico à coachee risonhamente, que gostaria de conversar mais com a
sua Guerreira. Através da realidade suplementar, no “como se”, realizo
um profundo diálogo com a sua personagem, entendendo como ela
é, como atua, quando aparece e, ao final, pergunto se ela gostaria de

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deixar um conselho à Bruna (nome fictício
da coachee). A Guerreira diz: “- Bruna,
você é ótima dialogando, você aprendeu
isso com o seu pai. Então quando você for
para a empresa não precisa brigar para se
posicionar, você pode dialogar, e isto você
faz muito bem!”.

Para finalizar o jogo dramático, agradeço e


despeço-me da personagem, e peço para
que a Bruna volte. Pergunto à coachee o
que ficou para ela, ouvindo o seu outro lado.
Relata que conseguiu perceber a forma que
travava na empresa, pois muitas pessoas
diziam que para se expor e argumentar,
precisava falar duro e até ser agressiva,
algo que não conseguia e também não
concordava, mas também não enxergava
que poderia ter um outro jeito, até perceber
que dentro dela existiam outras formas, mas
que não estava enxergando.

Neste contexto, uso o jogo dramático para


reconhecimento do EU, para trabalhar a
percepção de si e reconhecimento das
qualidades, através do personagem interno
saudável. “O jogo é uma atividade que
propicia ao indivíduo expressar livremente as
criações do seu mundo interno, realizando-
as na forma de representação de um papel,
pela produção mental de uma fantasia ou
por uma determinada atividade corporal”
(MONTEIRO, 1994, p.7). Através do jogo é
possível resgatar o potencial espontâneo,
construindo um campo relaxado e criativo,
favorecendo entrar em contato com
conteúdos e questões, com profundidade
e leveza, o que talvez por meio de um
campo tenso e envolto de razão não seriam
acessados.

Bruna encontra e apropria-se de uma


resposta adequada para a situação que está
vivendo, a partir de seus recursos internos,
respeitando e valorizando seus talentos
e valores. Acessamos um talento que não
estava sendo trazido para o papel profissional
devido a uma conserva, a sua personagem

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então lhe aconselha e lhe explica sabiamente que pode se ver e ver as situações através de diversos ângulos por
usar sim e ainda a fortalece, dizendo que dialogar é algo meio de cenas, jogos e técnicas, expandindo o olhar,
que ela faz muito bem. Assim, reencontra seu potencial as ideias, sentimentos e trazendo para o aqui e agora
espontâneo e criativo para lidar com a sua questão, novos aprendizados.
libertando-se de uma crença que não fazia sentido para
si, mas não tinha consciência, que no caso era de se O coachee é protagonista de seu processo dentro e
posicionar agressivamente, dando espaço ao seu jeito e fora da sessão, ele transpõe o que vive no “como se”
ao que é forte em si. e transforma sua realidade, vivendo a criatividade além
Percebo que em muitos processos, as pessoas chegam da sua capacidade de criação, mas também pelo seu
querendo se transformar no que não são, dando voz potencial como Criador.
em demasia às conservas culturais, com a intenção
positiva de se adaptarem, mas o ponto que gostaria
de chamar a atenção é que com este movimento de
olhar somente para fora, focam no que não têm, no
que falta, desconectando-se do que têm de positivo,
de quem realmente são, perdendo-se de si mesmos.
Para Moreno, o EU se dá através dos diversos papéis
que desempenhamos na vida, por isso acredito que
no processo de coaching podemos apoiar o coachee a Referências Bibliográficas:
se conectar com o seu EU, que é algo maior que a sua Cukier, Rosa. Palavras de Jacob Levy Moreno. Vocabulário
dificuldade e ajudá-lo a empoderar-se. de Citações do Psicodrama, da Psicoterapia de Grupo, do
Sociodrama e da Sociometria. São Paulo: Ágora, 2002.
O coaching com psicodrama propicia transformações de
dentro para fora, pois o coachee expande a visão de si Cukier, Rosa. Psicodrama Bipessoal. Sua técnica, seu
mesmo, ampliando desta forma sua atuação no mundo, terapeuta e seu paciente. São Paulo: Ágora, 1992.
acessando soluções vindas do interior para o exterior,
MARINEAU, René F. Jacob Levy Moreno 1889-1974: Pai do
conforme a definição de “sua sponte”. As sessões Psicodrama, da sociometria e da psicoterapia de grupo. São
são envoltas pelo “como se”, facilitando o acesso à Paulo: Ágora, 1992.
capacidade imaginativa, transformando o espaço em
um rico laboratório de experimentações e viagens no
MONTEIRO, R. F. Jogos dramáticos. São Paulo, Ágora, 1994.
tempo. Indo para o passado, revivendo cenas e dando
novos significados, vivendo as cenas atuais com mais MORENO, Jacob Levy. Quem sobreviverá? – Fundamentos
consciência e experimentando cenas futuras, podendo, da sociometria, da psicoterapia de grupos e do sociodrama.
assim, brincar de criar e recriar e ter a possibilidade de Edição Estudante Moreno - São Paulo: Daimon, 2008.

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