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Pode-se dizer que uma estrutura apresenta segurança estrutural se ela for capaz de
resistir ilesa a todas as ações que vierem a solicitá-la desde o período construtivo até o final de
sua vida útil.
Vários métodos foram desenvolvidos na tentativa de buscar um valor que possa servir
como medida desta segurança. Atualmente o método que vem sendo adotado pelas normas é o
método dos estados limites, que leva em consideração conceitos probabilísticos na verificação
da segurança.
A NBR 8681 (2003) define os estados limites últimos como aqueles relacionados ao colapso, ou
a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.
Como estados limites de serviço, aqueles que pela sua ocorrência, repetição ou duração,
causam efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso normal da
construção, ou que são indícios do comprometimento da durabilidade da estrutura.
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Pelas normas atuais, os valores das ações usadas são definidos como de natureza
probabilística, ou seja, as normas indicam os valores médios mais prováveis de ocorrência.
Quando uma estrutura está submetida a mais de uma ação variável, o valor máximo de
um determinado esforço ocorre quando uma das ações variáveis atinge o seu máximo valor e as
demais permanecem com seus valores nominais. A este princípio dá-se o nome de Regra de
Turkstra de combinações de ações, e a norma ABNT NBR 8800:2008 aplica esse critério.
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➢ Ações Variáveis:
• Sobrecargas;
• Cargas de equipamentos;
• Variação de temperatura;
• Vento.
c) Quanto ao Modo de Atuação:
➢ Ações Externas:
• Peso próprio;
• Sobrecarga;
• Vento;
• Equipamentos.
➢ Ações Internas:
• Variação de temperatura;
• Pró-tensão.
Para o estabelecimento das regras de combinação das ações, estas são classificadas
segundo sua variabilidade no tempo em três categorias:
Dessa forma, nos itens seguintes são abordadas as características das duas
metodologias, enfatizando-se o Método dos Estados Limites, não só por este ser mais racional,
mas também por ser o adotado nas normas brasileiras, como foi mencionado.
O principal objetivo a ser alcançado é tornar uma estrutura segura; para isso, a estrutura
deve atender às expectativas de utilização a que se propõe, durante toda sua vida útil, resistindo
às ações solicitantes atuantes durante a edificação e utilização.
Os critérios da norma são aplicáveis para estruturas e peças estruturais constituídas dos
materiais usualmente utilizados na construção, inclusive aço.
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𝑓𝑦𝑘
σ𝑚á𝑥 < 𝜎̅ = (2.1)
𝛾
Sendo:
𝜎̅ → é a tensão admissível;
γ → é o coeficiente de segurança.
Algumas limitações deste método começaram a ser constatadas e, por isso, atualmente
adota-se normalmente o Método dos Estados Limites no projeto de estruturas metálicas. Entre
as principais carências desta metodologia, pode-se destacar a utilização de um coeficiente único
de segurança que expressa todas as incertezas, independente de sua origem e a não
possibilidade de considerações de reserva de segurança após a plastificação, visto que o método
foi concebido para a análise no regime elástico.
Segundo a norma brasileira NBR 8681/03, os estados limites de uma estrutura são
aqueles a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades do
projeto. Isto significa que os esforços, as deformações ou os deslocamentos devem ser inferiores
a certos valores limites, que dependem do material utilizado e do tipo de estrutura. Quando tais
objetivos não são alcançados, quer dizer que um ou mais estados limites foram excedidos.
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Os ELS são aqueles que por sua ocorrência, repetição ou duração, provocam danos ou
efeitos incompatíveis com as condições especificadas para o uso normal da estrutura durante
sua vida útil. Os ELS estão associados a eventos frequentes (cargas em serviço) e referem-se
ao desempenho da estrutura, podendo impedir sua utilização para o fim ao qual se destina. Os
estados limites de serviço podem ser originados por um ou mais dos seguintes fenômenos:
De acordo com a norma NBR 8800/08, o método dos estados limites, utilizado para o
dimensionamento dos componentes de uma estrutura de aço (barras, elementos e meios de
ligação), requer que nenhum estado limite aplicável seja excedido quando a estrutura for
submetida a todas as combinações apropriadas de ações.
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nas resistências, nas ações e nos seus efeitos (solicitações), através da definição de valores
característicos e de cálculo.
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Fig. 2.2 – Probabilidade de falha P(R < S) depende da área de sobreposição das duas f dp.
Sd = γf . Sk → γf > 1
Rd = Rk / γm → γm > 1
As condições de segurança de toda a estrutura, com referência aos ELU, segundo a NBR
8681/03 são expressas por:
S𝑑 ≤ 𝑅𝑑 (2.2)
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𝑅𝑘
𝑅𝑑 = (2.3)
𝛾𝑚
onde:
Aço estrutural1)
γa Aço das
Escoamento, Concreto armaduras
Combinações
flambagem e γc
Ruptura γs
instabilidade γa2
γa1
Normais 1,10 1,35 1,40 1,15
Especiais ou de construção 1,10 1,35 1,20 1,15
Excepcionais 1,00 1,15 1,20 1,00
1)
Inclui o aço de fôrma incorporada, usado nas lajes mistas de aço e concreto, de pinos e parafusos.
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sendo:
γf1 - é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera a variabilidade das
ações;
γf2 - é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera a simultaneidade de
atuação das ações;
γf3 - é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera os possíveis erros de
avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas construtivos, seja por deficiência do
método de cálculo empregado, de valor igual ou superior a 1,10.
Nas combinações de ações de serviço são usados os fatores de redução γ1 e γ2, dados
na Tabela 2.3, para obtenção dos valores frequentes e quase permanentes das ações variáveis,
respectivamente.
Os valores das ações são determinados a partir de algum critério estatístico (ações que
correspondem a certa probabilidade de serem excedidos) ou simplesmente arbitrando algum
valor que produz alguma envoltória das solicitações.
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2) O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual deve ser considerado como
ação decorrente do uso e ocupação da edificação.
3) Nas combinações normais, as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança podem,
opcionalmente, ser consideradas todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,35 quando as
ações variáveis decorrentes do uso e ocupação forem iguais a 5 kN/m 2, ou 1,40 quando isso não ocorrer.
Nas combinações especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e
1,30, e nas combinações excepcionais, 1,15 e 1,20.
4) Nas combinações normais, se as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança forem
agrupadas, as ações variáveis que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser
consideradas também todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as ações
variáveis decorrentes do uso e ocupação forem iguais ou superiores a 5 kN/m 2, ou 1,40 quando isso não
ocorrer (mesmo nesse caso, o efeito da temperatura pode ser considerado isoladamente, com o seu próprio
coeficiente de ponderação). Nas combinações especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação
são respectivamente 1,30 e 1,20, e nas combinações excepcionais, sempre 1,00.
5) Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um
dispositivo físico, de modo que o valor dessa ação não pode superar o limite correspondente. O coeficiente
de ponderação mostrado nesta tabela se aplica a esse valor limite.
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Tabela 2.3 — Valores dos fatores de combinação Ψo e de redução Ψ1 e Ψ2 para as ações variáveis.
γf21)
Ações
Ψo Ψ14) Ψ25)
Locais em que não há predominância de pesos e de
equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de 0,5 0,4 0,3
tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas2).
Cargas
Locais em que há predominância de pesos e de equipamentos
acidentais de
que permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de 0,7 0,6 0,4
edifícios
elevadas concentrações de pessoas3).
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e
0,8 0,7 0,6
sobrecargas em coberturas (ver B.5.1)
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral. 0,6 0,3 0
Variações uniformes de temperatura em relação à média anual
Temperatura 0,6 0,5 0,3
local.
Cargas Passarelas de pedestres. 0,6 0,4 0,3
móveis e Vigas de rolamento de pontes rolantes. 1,0 0,8 0,5
seus efeitos
dinâmicos Pilares e outros elementos ou subestruturas que suportam
0,7 0,6 0,4
vigas de rolamento de pontes rolantes.
1) Ver alínea c) de 4.7.5.3.
Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não
desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período pré-
estabelecido.
Estas ações devem ser tomadas como características e, para o estabelecimento das
regras de combinação das ações, devem ser classificadas segundo sua variabilidade no tempo,
conforme a NBR 8681, classificados a seguir:
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✓ Ações variáveis (FQ): ações decorrentes do uso e ocupação da edificação (ações devidas
a sobrecargas em pisos e coberturas, equipamentos e divisórias móveis, etc), pressão
hidrostática, empuxo de terra, vento, variação de temperatura, etc. Os valores
característicos das ações variáveis, Fqk, são estabelecidos por consenso e indicados em
normas específicas, apresentando uma probabilidade pré-estabelecida de serem
ultrapassados no sentido desfavorável, durante um período de 50 anos.
b) Ações variáveis especiais: nas estruturas em que devam ser consideradas certas ações
especiais, como ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade
especiais, elas também devem ser admitidas como ações variáveis. As combinações
de ações em que comparecem ações especiais devem ser especificamente definidas
para as situações especiais consideradas.
Tome-se como exemplo uma edificação na qual podem atuar as ações variáveis:
sobrecarga, vento e variação de temperatura. A probabilidade de que todas as solicitações acima
ocorram simultaneamente com seus valores mais altos é muito pequena.
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reduzidas, isto é, multiplicadas por “Ψ”. Então, na segunda combinação o vento será a ação
plena, enquanto as demais aparecem reduzidas (multiplicadas por Ψ) na combinação, e na
terceira combinação a variação de temperatura será a ação que atua plena. Enfatizando, apenas
a ação que atua plenamente (preponderante) não é multiplicada pelo coeficiente de combinação
Ψ. O maior esforço assim obtido será o esforço de cálculo para o dimensionamento.
Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não
desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período pré-
estabelecido.
A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos
mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação dos Estados-Limites Últimos (ELU) e dos
Estados-Limites de Serviço (ELS) deve ser realizada em função de combinações últimas e
combinações de serviço, respectivamente.
Devem ser consideradas tantas combinações de ações quantas forem necessárias para
verificação das condições de segurança em relação a todos os estados-limites últimos aplicáveis.
Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal,
com seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas secundárias, com
seus valores reduzidos de combinação.
FQj,k → representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar concomitantemente
com a ação variável principal.
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onde:
FGi,k → representa os valores característicos das ações permanentes;
FQj,k → representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar concomitantemente
com a ação variável especial.
Ψ0j,ef → representa os fatores de combinação efetivos de cada uma das ações variáveis que podem atuar
concomitantemente com a ação variável especial FQ1.
Os fatores Ψ0j,ef são iguais aos fatores Ψ0j adotados nas combinações normais, salvo
quando a ação variável especial FQ1 tiver um tempo de atuação muito pequeno, caso em que
Ψ0j,ef podem ser tomados como os correspondentes fatores de redução Ψ2j.
Devem ser consideradas tantas combinações de ações quantas sejam necessárias para
verificação das condições de segurança em relação a todos os estados-limites últimos que são
de se temer durante a fase de construção.
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Para cada combinação, aplica-se a mesma expressão dada em no item “c”, onde FQ1,k é
o valor característico da ação variável admitida como principal para a situação transitória
considerada.
onde:
As expressões gerais apresentadas em item “a” e item “b” que incluem as ações
permanentes. Em algumas verificações apresentadas no Anexo C, essas ações podem ser
desconsideradas.
Nas combinações quase permanentes, todas as ações variáveis são consideradas com
seus valores quase permanentes Ψ2 . FQ,k:
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𝑚 𝑛
No contexto dos estados-limites de serviço, o termo “aparência” deve ser entendido como
relacionado a deslocamentos excessivos que não provoquem danos a outros componentes da construção,
e não a questões meramente estéticas.
As combinações frequentes são aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida
da estrutura, da ordem da 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total igual a uma parte não
desprezável desse período, da ordem de 5 %. Essas combinações são utilizadas para os estados-limites
reversíveis, isto é, que não causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da
construção, incluindo os relacionados ao conforto dos usuários e ao funcionamento de equipamentos, tais
como vibrações excessivas, movimentos laterais excessivos que comprometam a vedação,
empoçamentos em coberturas (ver itens 9.3 e 11.6, ABNT NBR 8800:2008) e aberturas de fissuras.
Nas combinações frequentes, a ação variável principal F Q1 é tomada com seu valor frequente
Ψ1.FQ1,k e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores quase permanentes Ψ2.FQ,k:
𝑚 𝑛
Nas combinações raras, a ação variável principal F Q1 é tomada com seu valor característico FQ1,k
e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores frequentes Ψ1.FQ,k:
𝑚 𝑛
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EXERCÍCIOS:
1. Calcular a solicitação de projeto (intervalos de cargas) que agem sobre uma barra de treliça
de um galpão industrial dos seguintes carregamentos:
Cargas
Descrição
(kN.m)
• Peso próprio da viga metálica. + 120
• Peso próprio da laje pré-moldadas. + 150
• Sobrecarga da biblioteca. + 110
• Sobrecarga de escritório + 180
• Sobrecarga dos pisos de vãos contíguos - 50
Determine o Md da viga
3. Calcular a solicitação de projeto (intervalos de cargas) que agem sobre uma barra de treliça
de um galpão industrial dos seguintes carregamentos:
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✓ Pp = 0,85 kN/m
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