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CCE0181 - Estruturas Metálicas

UNIDADE 2: AÇÕES E SEGURANÇA


2.1 INTRODUÇÃO
No projeto de uma estrutura, seja ela de concreto armado, aço, madeira ou qualquer outro
material, independentemente de sua complexidade arquitetônica ou estrutural, deve-se exigir que
a mesma desempenhe as funções para que foi concebida com eficiência, aliando economia,
durabilidade e segurança estrutural.

Pode-se dizer que uma estrutura apresenta segurança estrutural se ela for capaz de
resistir ilesa a todas as ações que vierem a solicitá-la desde o período construtivo até o final de
sua vida útil.

Vários métodos foram desenvolvidos na tentativa de buscar um valor que possa servir
como medida desta segurança. Atualmente o método que vem sendo adotado pelas normas é o
método dos estados limites, que leva em consideração conceitos probabilísticos na verificação
da segurança.

Estados limites são situações em que a estrutura apresenta comportamento inadequado


ou inadmissível, ou seja, são estados em que a estrutura está imprópria para o uso.

A NBR 8681 (2003) define os estados limites últimos como aqueles relacionados ao colapso, ou
a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.

Como estados limites de serviço, aqueles que pela sua ocorrência, repetição ou duração,
causam efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso normal da
construção, ou que são indícios do comprometimento da durabilidade da estrutura.

A determinação das ações é importante para a determinação dos esforços atuantes,


dimensionamento, estabilidade e segurança estrutural. Estas ações são normalmente devidas a
causas externas que ocasionam esforços internos e deformações na estrutura. Como exemplo
pode-se citar o peso próprio dos elementos estruturais e construtivos, dilatações térmicas, vento,
etc..

Segundo FUSCO (1976) o termo ação, designa qualquer influência ou conjunto de


influências capaz de produzir estados de tensão na estrutura. Usualmente, as forças e as
deformações são consideradas como se fossem as próprias ações.

Para a verificação da segurança torna-se necessário realizar a combinação das ações


atuantes. Essas combinações devem ser feitas de diferentes maneiras, de forma que possam
ser determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura. Devem ser estabelecidas tantas
combinações de ações quantas forem necessárias para que a segurança seja verificada em
relação a todos os possíveis estados limites da estrutura.

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2.2 AÇÕES NAS ESTRUTURAS


Ação em uma estrutura pode ser entendida como tudo aquilo que provoca tensões e
deformações nos elementos estruturais.

Pelas normas atuais, os valores das ações usadas são definidos como de natureza
probabilística, ou seja, as normas indicam os valores médios mais prováveis de ocorrência.

Quando uma estrutura está submetida a mais de uma ação variável, o valor máximo de
um determinado esforço ocorre quando uma das ações variáveis atinge o seu máximo valor e as
demais permanecem com seus valores nominais. A este princípio dá-se o nome de Regra de
Turkstra de combinações de ações, e a norma ABNT NBR 8800:2008 aplica esse critério.

Em geral, as ações podem ser agrupadas da seguinte maneira:


a) Quanto à Origem:
➢ Ações dos Materiais Usados na Construção:
• Peso próprio da estrutura;
• Peso próprio de paredes, divisórias e tapamento;
• Peso próprio de pisos;
• Peso próprio de coberturas.
➢ Ações de Utilização:
• Sobrecarga de utilização em pisos de edifícios;
• Cargas de equipamentos;
• Variação de temperatura causada por equipamentos;
• Cargas de silos, reservatórios e tubulações.
➢ Ações do Meio Ambiente:
• Vento;
• Variação de temperatura;
• Chuva;
• Neve;
• Terremoto.
➢ Ações Excepcionais:
• O colapso de algumas estruturas (tais como pontes, barragens, usinas nucleares e
plataformas de exploração de petróleo) pode ter consequências catastróficas.
Portanto, dimensionam-se essas estruturas para resistir a carregamentos não usuais,
podendo ser construídas estruturas de proteção chamadas defensas.
b) Quanto à Variação com o Tempo:
➢ Ações Permanentes:
• Peso próprio da estrutura;
• Peso dos materiais permanentemente ligados à estrutura;
• Peso de instalações, acessórios e equipamentos permanentes.

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➢ Ações Variáveis:
• Sobrecargas;
• Cargas de equipamentos;
• Variação de temperatura;
• Vento.
c) Quanto ao Modo de Atuação:
➢ Ações Externas:
• Peso próprio;
• Sobrecarga;
• Vento;
• Equipamentos.
➢ Ações Internas:
• Variação de temperatura;
• Pró-tensão.
Para o estabelecimento das regras de combinação das ações, estas são classificadas
segundo sua variabilidade no tempo em três categorias:

2.2.1 Ações Permanentes


Consideram-se como ações permanentes:
a) Ações Permanentes Diretas: os pesos próprios dos elementos da construção, incluindo-
se o peso próprio da estrutura e de todos os elementos construtivos permanentes, os pesos
dos equipamentos fixos, empuxos devidos ao peso próprio de terras não removíveis e de
outras ações permanentes sobre elas aplicadas;

b) Ações Permanentes Indiretas: pro-tensão, recalques de apoio e retração dos materiais.

2.2.2 Ações Variáveis


São as cargas acidentais das construções, bem como efeitos, tais como forças de
frenação, de impacto e centrífugas, os efeitos do vento, das variações de temperatura, do atrito
nos aparelhos de apoio e, em geral, as pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas. Em função de
sua probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, as ações variáveis são
classificadas em normais ou especiais.

a) Ações Variáveis Normais: são aquelas com probabilidade de ocorrência suficientemente


grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um
dado tipo de construção;

b) Ações Variáveis Especiais: são as ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou


de intensidade especiais.

2.2.3 Ações Excepcionais


São as decorrentes de causas tais como: explosões, choques de veículos, incêndios,
enchentes os sismos excepcionais.
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2.3 SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS (ABNT NBR 8681:2003)


As normas inicialmente utilizadas para estruturas metálicas eram baseadas no Método
das Tensões Admissíveis, passando gradativamente a adotar o Método dos Estados Limites
(Load and Resistance Factor Design). Este é o método adotado pela maioria das recomendações
internacionais, assim como pela norma brasileira para projeto de estruturas metálicas ABNT NBR
8800 desde sua versão de 1986 (tendo sido mantida na nova norma divulgada em 2008). A
norma americana ANSI/AISC 360-05, que foi publicada em 2005, apresenta os dois métodos em
seu texto.

Dessa forma, nos itens seguintes são abordadas as características das duas
metodologias, enfatizando-se o Método dos Estados Limites, não só por este ser mais racional,
mas também por ser o adotado nas normas brasileiras, como foi mencionado.

O principal objetivo a ser alcançado é tornar uma estrutura segura; para isso, a estrutura
deve atender às expectativas de utilização a que se propõe, durante toda sua vida útil, resistindo
às ações solicitantes atuantes durante a edificação e utilização.

A norma ABNT NBR 8681:2003 fixa os requisitos exigíveis na verificação da segurança


das estruturas usuais da construção civil e estabelece as definições e os critérios de
quantificação das ações e das resistências a serem consideradas no projeto das estruturas de
edificações.

Os critérios da norma são aplicáveis para estruturas e peças estruturais constituídas dos
materiais usualmente utilizados na construção, inclusive aço.

2.3.1 Método das Tensões Admissíveis


O primeiro critério adotado foi o de que em nenhum ponto da estrutura deveria ocorrer
tensão maior que um determinado valor da máxima tensão que o material suportaria. Surgia o
método da tensão característica, ou da máxima tensão normal. Para os elementos tracionados,
a imposição de uma tensão característica de cada material, que não fosse ultrapassada pelas
tensões atuantes, revelou-se um critério coerente e seguro.

Para os elementos comprimidos ou fletidos tal critério não se revelou suficiente,


precisando determinar não mais uma tensão do material, mas sim a carga que poderia levar a
estrutura ao colapso. Surgiam então os métodos da tensão característica e o do coeficiente
externo.

Estes dois métodos foram reunidos em um, genericamente denominado de “Tensões


Admissíveis”, e que durante muito tempo embasou o dimensionamento das estruturas e as
normas técnicas, para todos os materiais estruturais. Este método admite o comportamento
estrutural e as características mecânicas e geométricas de uma estrutura como grandezas
determinísticas.

No método das tensões admissíveis as máximas tensões que poderão ocorrer na


estrutura não devem ultrapassar o valor das tensões de escoamento dos materiais, divididas por

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um coeficiente de segurança, “γ”, maior que a unidade. O quociente da tensão de escoamento


do material pelo coeficiente de segurança é denominado tensão admissível.

𝑓𝑦𝑘
σ𝑚á𝑥 < 𝜎̅ = (2.1)
𝛾

Sendo:

𝜎̅ → é a tensão admissível;

fyk → é a tensão de escoamento;

γ → é o coeficiente de segurança.

Este método se originou a partir do desenvolvimento da resistência dos materiais no


regime elástico e o coeficiente de segurança “γ” deve representar a existência de diversas fontes
de incerteza que podem estar relacionadas às cargas, resistências dos materiais, modelagem
estrutural e às imperfeições na execução da estrutura.

Algumas limitações deste método começaram a ser constatadas e, por isso, atualmente
adota-se normalmente o Método dos Estados Limites no projeto de estruturas metálicas. Entre
as principais carências desta metodologia, pode-se destacar a utilização de um coeficiente único
de segurança que expressa todas as incertezas, independente de sua origem e a não
possibilidade de considerações de reserva de segurança após a plastificação, visto que o método
foi concebido para a análise no regime elástico.

2.3.2 Método dos Estados Limites


Visando elaborar o projeto de forma mais racional, surgiu o Método dos Estados Limites.
A base deste método diz que, quando um sistema estrutural é submetido a um determinado
carregamento, a sua resposta dependerá do tipo e da magnitude das ações aplicadas e também
da resistência e da rigidez da estrutura. A resposta do sistema é considerada satisfatória quando
determinados limites de esforços, tensões, deformações ou deslocamentos não são
ultrapassados. Tais limites são conhecidos como estados limites da estrutura e são definidos por
normas.

Segundo a norma brasileira NBR 8681/03, os estados limites de uma estrutura são
aqueles a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades do
projeto. Isto significa que os esforços, as deformações ou os deslocamentos devem ser inferiores
a certos valores limites, que dependem do material utilizado e do tipo de estrutura. Quando tais
objetivos não são alcançados, quer dizer que um ou mais estados limites foram excedidos.

Os estados limites são classificados em:

a) Estados Limites Últimos (ELU);

Os ELU estão relacionados ao esgotamento da capacidade portante da estrutura,


determinando a interrupção do seu uso, no todo ou em parte. Os ELU estão associados a eventos

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extremos (cargas excessivas) e, como consequência, ao colapso total ou parcial da estrutura. No


caso de estruturas de aço, os estados limites últimos podem ser originados por um ou mais dos
seguintes fenômenos:

a) Perda de equilíbrio estático da estrutura, ou de uma parte dela;

b) Ruptura de uma ligação ou seção crítica;

c) Instabilidade total ou parcial;

d) Flambagem de barras como um todo;

e) Flambagem local de elementos de barras.

b) Estados Limites de Serviço (ELS).

Os ELS são aqueles que por sua ocorrência, repetição ou duração, provocam danos ou
efeitos incompatíveis com as condições especificadas para o uso normal da estrutura durante
sua vida útil. Os ELS estão associados a eventos frequentes (cargas em serviço) e referem-se
ao desempenho da estrutura, podendo impedir sua utilização para o fim ao qual se destina. Os
estados limites de serviço podem ser originados por um ou mais dos seguintes fenômenos:

a) Danos ligeiros ou localizados que comprometam o aspecto estético ou a durabilidade


da estrutura;

b) Deformações ou deslocamentos excessivos que afetam a utilização normal da


estrutura;

c) Vibrações excessivas que provocam desconforto ou afetam elementos não estruturais.

De acordo com a norma NBR 8800/08, o método dos estados limites, utilizado para o
dimensionamento dos componentes de uma estrutura de aço (barras, elementos e meios de
ligação), requer que nenhum estado limite aplicável seja excedido quando a estrutura for
submetida a todas as combinações apropriadas de ações.

O dimensionamento pelo método dos estados limites é um processo de três etapas:

1. Identificação de todos os estados limites, ou seja, os modos de colapso e as maneiras


pelas quais a estrutura deixaria de preencher os requisitos para os quais foi projetada;

2. Determinação de níveis aceitáveis de segurança contra a ocorrência de cada estado


limite;

3. Consideração, pelo calculista da estrutura, dos estados limites significativos.

A 2ª etapa é baseada em métodos probabilísticos, que levam em consideração a


variabilidade das ações e das resistências. No entanto, no projeto de uma estrutura o calculista
não lida diretamente com probabilidades.

2.3.3 Característica do Método dos Estados Limites


A verificação da segurança e das boas condições de serviço no método dos estados
limites tem um caráter semi-probabilístico, o qual introduz um tratamento adequado às incertezas

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nas resistências, nas ações e nos seus efeitos (solicitações), através da definição de valores
característicos e de cálculo.

O problema básico de segurança estrutural é assegurar que a resistência da estrutura


seja suficiente para suportar os efeitos (ou solicitações) da máxima ação ou combinação de
ações que ela pode estar exposta durante a sua vida útil. De fato, a determinação desses
parâmetros (resistência e solicitação atuante máxima) não é uma tarefa simples, sendo sempre
necessárias para a solução a adoção de estimativas e previsões. Assim, fica claro que
resistências e solicitações não podem ser determinadas precisamente, mas devem ser descritas
como pertencentes a determinados intervalos, podendo ser modeladas como variáveis
aleatórias. Nestes termos, portanto, a confiabilidade de um sistema pode ser mais realisticamente
medida em termos probabilísticos.

Logo, as solicitações nominais (Sn) e as resistências nominais (Rn) são valores


característicos obtidos de curvas estatísticas, ou funções densidade de probabilidade (fdp). Em
geral, são valores característicos inferiores ou superiores, correspondentes a um determinado
quantil da fdp, por exemplo, 5% ou 95%, como ilustrado na Figura 2.1, em que fs (s) e fr(r) são as
funções densidade de probabilidades da solicitação e resistência, respectivamente.

Fig. 2.1 – Função densidade de probabilidade da solicitação S ou da resistência R com os valores


característicos.

O objetivo de uma análise de confiabilidade de estruturas é expressar a probabilidade de


que o evento (R > S) ocorra durante toda a vida útil da estrutura (ou um tempo especificado para
um sistema de engenharia). Isto somente é possível calculando a probabilidade P(R > S). Admitindo
que as distribuições de probabilidade de R e S são disponíveis, isto é, fs(s) e fr(r) são conhecidas,
e estas variáveis sejam contínuas e não correlacionadas, a probabilidade de falha depende da
área de sobreposição das duas fdp, conforme mostra a Figura 2.2:

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Fig. 2.2 – Probabilidade de falha P(R < S) depende da área de sobreposição das duas f dp.

No método dos estados limites, esta análise probabilística é dispensada através da


adoção de coeficientes de ponderação das ações e coeficientes de resistência, que são pré-
determinados por condições específicas baseadas em probabilidade. Assim, as ações nominais
são majoradas pelos coeficientes de ponderação apropriados e as resistências nominais são
minoradas pelos correspondentes coeficientes de resistência, sendo assegurada a segurança
quando a resistência “minorada” for maior ou igual às solicitações “majoradas”.

Para cobrir as incertezas existentes no cálculo estrutural, os valores nominais (ou


característicos) das resistências (Rk) e das solicitações (Sk) são transformados em valores de
cálculo (ou de projeto) das resistências (Rd) e das solicitações (Sd), através da aplicação de
coeficientes de ponderação, os quais usualmente minoram as resistências e majoram as ações
ou seus efeitos (solicitações).

De forma geral, os coeficientes de ponderação no método dos estados limites são:

➢ γf - coeficiente de majoração das ações ou dos seus efeitos (solicitações), aplicado da


seguinte forma:

Sd = γf . Sk → γf > 1

➢ γm - coeficiente de minoração das resistências, aplicado da seguinte forma:

Rd = Rk / γm → γm > 1

As condições de segurança de toda a estrutura, com referência aos ELU, segundo a NBR
8681/03 são expressas por:

f(Sd , Rd) → Função de estado limite (fel).

f(Sd , Rd) = 0 → significa que um determinado ELU é alcançado.

f(Sd , Rd) < 0 → significa que um determinado ELU é ultrapassado.

Quando a segurança é verificada isoladamente, em relação a cada um dos esforços


atuantes, a condição de segurança pode ser simplificada, ficando:

S𝑑 ≤ 𝑅𝑑 (2.2)

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➢ Coeficiente de Ponderação das Resistências:

Os coeficientes de ponderação γf e γm são determinados por considerações


probabilísticas para cada tipo de estado limite, geralmente como o produto de coeficientes
parciais, os quais têm por objetivo quantificar separadamente as várias causas de incerteza. A
resistência de cálculo (ou de projeto – ABNT NBR 8800:2014, item 4.8.1.2.1) é dada pela
Equação 2.3:

𝑅𝑘
𝑅𝑑 = (2.3)
𝛾𝑚

onde, Rk é o valor característico inferior da resistência e γm é o coeficiente de ponderação das


resistências, o qual pode ser escrito na forma:

γ𝑚 = 𝛾𝑚1 . 𝛾𝑚2 . 𝛾𝑚3 (2.4)

onde:

γm1 - é a parcela do coeficiente de ponderação que considera a variabilidade da resistência dos


materiais envolvidos;

γm2 - é a parcela do coeficiente de ponderação que considera a diferença entre a resistência do


material no corpo-de-prova e na estrutura;

γm3 - é a parcela do coeficiente de ponderação que considera os desvios gerados na construção


e as aproximações feitas em projeto do ponto de vista das resistências.

Os valores finais de γm são encontrados na Tabela 3 da NBR 8800/08. Para facilitar a


consulta, Tabela 2.1.

Tabela 3 — Valores dos coeficientes de ponderação das resistências γm.

Aço estrutural1)
γa Aço das
Escoamento, Concreto armaduras
Combinações
flambagem e γc
Ruptura γs
instabilidade γa2
γa1
Normais 1,10 1,35 1,40 1,15
Especiais ou de construção 1,10 1,35 1,20 1,15
Excepcionais 1,00 1,15 1,20 1,00
1)
Inclui o aço de fôrma incorporada, usado nas lajes mistas de aço e concreto, de pinos e parafusos.

FONTE: ABNT NBR 8800:2014

➢ Coeficiente de Ponderação das Ações:

O coeficiente γf para as ações e seus efeitos (solicitações) é geralmente considerado


como o produto de três coeficientes parciais (válido para os ELU):

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γ𝑓 = 𝛾𝑓1 . 𝛾𝑓2 . 𝛾𝑓3 (2.5)

sendo:

γf1 - é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera a variabilidade das
ações;

γf2 - é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera a simultaneidade de
atuação das ações;

γf3 - é a parcela do coeficiente de ponderação das ações γf, que considera os possíveis erros de
avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas construtivos, seja por deficiência do
método de cálculo empregado, de valor igual ou superior a 1,10.

Os valores de γf encontram-se estabelecidos a seguir:

✓ Coeficientes de ponderação das ações no estado-limite último (ELU)

Os valores-base para verificação dos estados-limites últimos são apresentados nas


Tabelas 2.2 e Tabela 2.3, para o produto γf1.γf3 e para γf2, respectivamente. O produto γf1.γf3 é
representado por γg ou γq. O coeficiente γf2 é igual ao fator de combinação γ0.

O valor do coeficiente de ponderação de cargas permanentes de mesma origem, num


dado carregamento, deve ser o mesmo ao longo de toda a estrutura.

✓ Coeficientes de ponderação e fatores de redução das ações no estado-limite de


serviço (ELS)

Em geral, o coeficiente de ponderação das ações para os estados-limites de serviço, γf,


é igual a 1,0.

Nas combinações de ações de serviço são usados os fatores de redução γ1 e γ2, dados
na Tabela 2.3, para obtenção dos valores frequentes e quase permanentes das ações variáveis,
respectivamente.

Para a determinação dos valores das solicitações, é necessário o conhecimento das


ações atuantes nas estruturas. O termo ação representa qualquer influência ou conjunto de
influências capazes de produzir estados de tensão, deformação ou movimento de corpo rígido
em uma estrutura (cargas, deformações impostas, variação de temperatura, recalque, etc).

Os valores das ações são determinados a partir de algum critério estatístico (ações que
correspondem a certa probabilidade de serem excedidos) ou simplesmente arbitrando algum
valor que produz alguma envoltória das solicitações.

As normas brasileiras que devem ser utilizadas para a determinação de ações em


estruturas são:

• NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações

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• NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações


• NBR 7188 – Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestres

Tabela 2.2 — Valores dos coeficientes de ponderação das ações γf =γf1.γf3.

Ações permanentes (γg) 1) 3)


Diretas
Peso próprio
de estruturas
Peso próprio
Peso moldadas no Peso próprio
Combinações Peso de elementos
próprio de local e de de elementos Indiretas
próprio de construtivos
estruturas elementos construtivos
estruturas industrializados
pré- construtivos em geral e
metálicas com adições in
moldadas industrializados equipamentos
loco
e empuxos
permanentes
1,25 1,30 1,35 1,40 1,50 1,20
Normais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
Especiais ou 115 1,20 1,30 1,30 1,40 1,20
de
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
construção
1,10 1,15 1,15 1,20 1,30 0
Excepcionais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
Ações variáveis (γq) 1) 4)
Demais ações variáveis,
Ações
Efeito da temperatura2) Ação do vento incluindo as decorrentes do
Truncadas 5)
uso e ocupação
Normais 1,20 1,40 1,20 1,50
Especiais ou
de 1,00 1,20 1,10 1,30
construção
Excepcionais 1,00 1,00 1,00 1,00
NOTAS
1) Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para as ações permanentes favoráveis à
segurança; ações variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não devem ser incluídas nas
combinações.

2) O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual deve ser considerado como
ação decorrente do uso e ocupação da edificação.
3) Nas combinações normais, as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança podem,
opcionalmente, ser consideradas todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,35 quando as
ações variáveis decorrentes do uso e ocupação forem iguais a 5 kN/m 2, ou 1,40 quando isso não ocorrer.
Nas combinações especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e
1,30, e nas combinações excepcionais, 1,15 e 1,20.
4) Nas combinações normais, se as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança forem
agrupadas, as ações variáveis que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser
consideradas também todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as ações
variáveis decorrentes do uso e ocupação forem iguais ou superiores a 5 kN/m 2, ou 1,40 quando isso não
ocorrer (mesmo nesse caso, o efeito da temperatura pode ser considerado isoladamente, com o seu próprio
coeficiente de ponderação). Nas combinações especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação
são respectivamente 1,30 e 1,20, e nas combinações excepcionais, sempre 1,00.
5) Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um
dispositivo físico, de modo que o valor dessa ação não pode superar o limite correspondente. O coeficiente
de ponderação mostrado nesta tabela se aplica a esse valor limite.

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Tabela 2.3 — Valores dos fatores de combinação Ψo e de redução Ψ1 e Ψ2 para as ações variáveis.

γf21)
Ações
Ψo Ψ14) Ψ25)
Locais em que não há predominância de pesos e de
equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de 0,5 0,4 0,3
tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas2).
Cargas
Locais em que há predominância de pesos e de equipamentos
acidentais de
que permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de 0,7 0,6 0,4
edifícios
elevadas concentrações de pessoas3).
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e
0,8 0,7 0,6
sobrecargas em coberturas (ver B.5.1)
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral. 0,6 0,3 0
Variações uniformes de temperatura em relação à média anual
Temperatura 0,6 0,5 0,3
local.
Cargas Passarelas de pedestres. 0,6 0,4 0,3
móveis e Vigas de rolamento de pontes rolantes. 1,0 0,8 0,5
seus efeitos
dinâmicos Pilares e outros elementos ou subestruturas que suportam
0,7 0,6 0,4
vigas de rolamento de pontes rolantes.
1) Ver alínea c) de 4.7.5.3.

2) Edificações residenciais de acesso restrito.


3) Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.
4) Para estado-limite de fadiga (ver Anexo K), usar Ψ1 igual a 1,0.
5) Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para Ψ2 o valor zero.

2.4 COMBINAÇÕES DE AÇÕES (ABNT NBR 8800:2008)


Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam
produzir efeitos significativos para a estrutura, levando-se em conta os estados-limites últimos e
de serviço.

Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não
desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período pré-
estabelecido.

As ações adotadas no projeto das estruturas e seus componentes são as estabelecidas


pelas normas brasileiras ABNT NBR 6120, ABNT NBR 6123 e ABNT NBR 7188, ou por outras
normas aplicáveis, e também no anexo B da ABNT NBR 8800.

2.4.1 Ações a Considerar e Classificação


A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos
mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação dos estados-limites últimos e dos estados-
limites de serviço deve ser realizada em função de combinações últimas e combinações de
serviço, respectivamente.

Estas ações devem ser tomadas como características e, para o estabelecimento das
regras de combinação das ações, devem ser classificadas segundo sua variabilidade no tempo,
conforme a NBR 8681, classificados a seguir:

✓ Ações permanentes (FG): ações decorrentes do peso próprio da estrutura e de todos os


elementos componentes da construção (pisos, telhas, paredes permanentes,

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revestimentos e acabamentos, instalações e equipamentos fixos, etc.), as quais são


chamadas de ações permanentes diretas e decorrentes de efeitos de recalques de apoio,
protensão, fluência e retração do concreto e de imperfeições geométricas chamadas de
ações permanentes indiretas. Os valores característicos, Fgk, devem ser adotados iguais
aos valores médios das respectivas distribuições de probabilidade;

✓ Ações variáveis (FQ): ações decorrentes do uso e ocupação da edificação (ações devidas
a sobrecargas em pisos e coberturas, equipamentos e divisórias móveis, etc), pressão
hidrostática, empuxo de terra, vento, variação de temperatura, etc. Os valores
característicos das ações variáveis, Fqk, são estabelecidos por consenso e indicados em
normas específicas, apresentando uma probabilidade pré-estabelecida de serem
ultrapassados no sentido desfavorável, durante um período de 50 anos.

a) Ações variáveis normais: ações variáveis com probabilidade de ocorrência


suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das
estruturas de um dado tipo de construção;

b) Ações variáveis especiais: nas estruturas em que devam ser consideradas certas ações
especiais, como ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade
especiais, elas também devem ser admitidas como ações variáveis. As combinações
de ações em que comparecem ações especiais devem ser especificamente definidas
para as situações especiais consideradas.

✓ Ações excepcionais (FQ,exc): ações decorrentes de incêndios, explosões, choques de


veículos, efeitos sísmicos, etc.

O critério normalmente utilizado em normas de projeto (ABNT NBR 8800:2008) consiste


em considerar “n” combinações onde sempre uma das ações variáveis é considerada com seu
valor extremo e as outras são consideradas com valores correntes, se elas atuam no sentido
desfavorável (todas as ações variáveis que atuem no sentido favorável devem ser desconsideras
na combinação).

Tome-se como exemplo uma edificação na qual podem atuar as ações variáveis:
sobrecarga, vento e variação de temperatura. A probabilidade de que todas as solicitações acima
ocorram simultaneamente com seus valores mais altos é muito pequena.

As combinações de ações partem da premissa que, em um determinado momento da


vida útil da estrutura, uma das ações variáveis ocorra em sua plenitude provável. Nesta condição
ela é chamada pela ABNT NBR 8800:2008 de ação variável principal. Supondo que tal ação seja
a sobrecarga, para as demais ações variáveis, vento e variação de temperatura, é suposto que
apenas uma fração do esforço ocorra concomitantemente, ou seja, atua a carga máxima
multiplicada por um fator de combinação redutor “Ψ”. Para se obter a envoltória de esforços
devem-se fazer todas as combinações possíveis onde cada uma das ações variáveis deve ser
testada como ação que atua plenamente (ação variável principal), enquanto as demais atuam

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reduzidas, isto é, multiplicadas por “Ψ”. Então, na segunda combinação o vento será a ação
plena, enquanto as demais aparecem reduzidas (multiplicadas por Ψ) na combinação, e na
terceira combinação a variação de temperatura será a ação que atua plena. Enfatizando, apenas
a ação que atua plenamente (preponderante) não é multiplicada pelo coeficiente de combinação
Ψ. O maior esforço assim obtido será o esforço de cálculo para o dimensionamento.

Além das combinações últimas normais, especiais, de construção e excepcionais, devem


ser verificadas combinações em serviço, cuja finalidade é garantir um desempenho satisfatório
quando em uso. O termo em serviço caracteriza situação de combinação de cargas sem
majoração, isto é, cargas não são multiplicadas pelos coeficientes de ponderação.

A seguir reproduz-se o texto e a classificação da ABNT NBR 8800:2008, com todos os


casos de combinações, adicionados com alguns comentários para melhor compreensão.

Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não
desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período pré-
estabelecido.

A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos
mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação dos Estados-Limites Últimos (ELU) e dos
Estados-Limites de Serviço (ELS) deve ser realizada em função de combinações últimas e
combinações de serviço, respectivamente.

2.4.2 Combinações de Ações


A ABNT NBR 8800:2008, considera combinação última de ações podendo ser classificada
em: normal, especial, de construção e excepcional.

a) Combinações Últimas Normais

As combinações últimas normais decorrem do uso previsto para a edificação.

Devem ser consideradas tantas combinações de ações quantas forem necessárias para
verificação das condições de segurança em relação a todos os estados-limites últimos aplicáveis.
Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal,
com seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas secundárias, com
seus valores reduzidos de combinação.

Para cada combinação, aplica-se a seguinte expressão:


𝑚 𝑛

F𝑑 = ∑(𝛾𝑔𝑖 . 𝐹𝐺𝑖,𝑘 ) + 𝛾𝑞1 . 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑(𝛾𝑞𝑗 . Ψ𝑜𝑗 . 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (2.6)


𝑖=1 𝑗=2
onde:
FGi,k → representa os valores característicos das ações permanentes;

FQ1,k → é o valor característico da ação variável considerada principal para a combinação;

FQj,k → representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar concomitantemente
com a ação variável principal.

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b) Combinações Últimas Especiais

As combinações últimas especiais decorrem da atuação de ações variáveis de natureza


ou intensidade especial, cujos efeitos superam em intensidade os efeitos produzidos pelas ações
consideradas nas combinações normais.

Os carregamentos especiais são transitórios, com duração muito pequena em relação ao


período de vida útil da estrutura.

A cada carregamento especial corresponde uma única combinação última especial de


ações, na qual devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável especial, com
seus valores característicos, e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezável de
ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação.

Aplica-se a seguinte expressão:


𝑚 𝑛

F𝑑 = ∑(𝛾𝑔𝑖 . 𝐹𝐺𝑖,𝑘 ) + 𝛾𝑞1 . 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑(𝛾𝑞𝑗 . Ψ𝑜𝑗,𝑒𝑓 . 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (2.7)


𝑖=1 𝑗=2

onde:
FGi,k → representa os valores característicos das ações permanentes;

FQ1,k → é o valor característico da ação variável variável;

FQj,k → representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar concomitantemente
com a ação variável especial.

Ψ0j,ef → representa os fatores de combinação efetivos de cada uma das ações variáveis que podem atuar
concomitantemente com a ação variável especial FQ1.

Os fatores Ψ0j,ef são iguais aos fatores Ψ0j adotados nas combinações normais, salvo
quando a ação variável especial FQ1 tiver um tempo de atuação muito pequeno, caso em que
Ψ0j,ef podem ser tomados como os correspondentes fatores de redução Ψ2j.

c) Combinações Últimas de Construção

As combinações últimas de construção devem ser levadas em conta nas estruturas em


que haja riscos de ocorrência de estados-limites últimos, já durante a fase de construção. O
carregamento de construção é transitório e sua duração deve ser definida em cada caso
particular.

Devem ser consideradas tantas combinações de ações quantas sejam necessárias para
verificação das condições de segurança em relação a todos os estados-limites últimos que são
de se temer durante a fase de construção.

Em cada combinação devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável


principal, com seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas
secundárias, com seus valores reduzidos de combinação.

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Para cada combinação, aplica-se a mesma expressão dada em no item “c”, onde FQ1,k é
o valor característico da ação variável admitida como principal para a situação transitória
considerada.

d) Combinações Últimas Excepcionais

As combinações últimas excepcionais decorrem da atuação de ações excepcionais que podem


provocar efeitos catastróficos. As ações excepcionais somente devem ser consideradas no
projeto de estrutura de determinados tipos de construção, nos quais essas ações não possam
ser desprezadas e que, além disso, na concepção estrutural, não possam ser tomadas medidas
que anulem ou atenuem a gravidade das consequências dos seus efeitos. O carregamento
excepcional é transitório, com duração extremamente curta.

A cada carregamento excepcional corresponde uma única combinação última


excepcional de ações, na qual devem figurar as ações permanentes e a ação variável
excepcional, com seus valores característicos, e as demais ações variáveis com probabilidade
não desprezável de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação,
conforme a ABNT NBR 8681. Nos casos de ações sísmicas, deve ser utilizada a ABNT NBR
15421.

Aplica-se a seguinte expressão:


𝑚 𝑛

F𝑑 = ∑(𝛾𝑔𝑖 . 𝐹𝐺𝑖,𝑘 ) + 𝐹𝑄,𝑒𝑥𝑐 + ∑(𝛾𝑞𝑗 . Ψ𝑜𝑗,𝑒𝑓 . 𝐹𝑄𝑗,𝑘 )


𝑖=1 𝑗=2

onde:

FQ,exc → é o valor da ação transitória excepcional;

2.4.3 Combinações de Serviço

As combinações de serviço são classificadas de acordo com sua permanência na


estrutura em quase permanentes, frequentes e raras.

As expressões gerais apresentadas em item “a” e item “b” que incluem as ações
permanentes. Em algumas verificações apresentadas no Anexo C, essas ações podem ser
desconsideradas.

a) Combinações quase permanentes de serviço


As combinações quase permanentes são aquelas que podem atuar durante grande parte do
período de vida da estrutura, da ordem da metade desse período. Essas combinações são
utilizadas para os efeitos de longa duração e para a aparência da construção.

Nas combinações quase permanentes, todas as ações variáveis são consideradas com
seus valores quase permanentes Ψ2 . FQ,k:

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𝑚 𝑛

F𝑠𝑒𝑟 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + ∑( Ψ2𝑗 . 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (2.8)


𝑖=1 𝑗=2

No contexto dos estados-limites de serviço, o termo “aparência” deve ser entendido como
relacionado a deslocamentos excessivos que não provoquem danos a outros componentes da construção,
e não a questões meramente estéticas.

Esta combinação de carregamentos é pertinente à verificação de deformação lenta (fluência),


deformações de aparência que possam provocar trincas em paredes de alvenaria, flechas excessivas e
perceptíveis a vista desarmada.

b) Combinações frequentes de serviço

As combinações frequentes são aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida
da estrutura, da ordem da 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total igual a uma parte não
desprezável desse período, da ordem de 5 %. Essas combinações são utilizadas para os estados-limites
reversíveis, isto é, que não causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da
construção, incluindo os relacionados ao conforto dos usuários e ao funcionamento de equipamentos, tais
como vibrações excessivas, movimentos laterais excessivos que comprometam a vedação,
empoçamentos em coberturas (ver itens 9.3 e 11.6, ABNT NBR 8800:2008) e aberturas de fissuras.

Nas combinações frequentes, a ação variável principal F Q1 é tomada com seu valor frequente
Ψ1.FQ1,k e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores quase permanentes Ψ2.FQ,k:
𝑚 𝑛

F𝑠𝑒𝑟 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + Ψ1 . 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑( Ψ2𝑗 . 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (2.9)


𝑖=1 𝑗=2

c) Combinações raras de serviço


As combinações raras são aquelas que podem atuar no máximo algumas horas durante o período
de vida da estrutura. Essas combinações são utilizadas para os estados-limites irreversíveis, isto é, que
causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da construção, e para aqueles
relacionados ao funcionamento adequado da estrutura, tais como formação de fissuras e danos aos
fechamentos.

Nas combinações raras, a ação variável principal F Q1 é tomada com seu valor característico FQ1,k
e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores frequentes Ψ1.FQ,k:
𝑚 𝑛

F𝑠𝑒𝑟 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑( Ψ1𝑗 . 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ) (2.10)


𝑖=1 𝑗=2

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EXERCÍCIOS:

1. Calcular a solicitação de projeto (intervalos de cargas) que agem sobre uma barra de treliça
de um galpão industrial dos seguintes carregamentos:

Descrição Cargas (kN)


• Peso próprio dos elementos das estruturas + 120
• Peso próprio das vigas pré-moldadas feitas em fábrica com controle
+ 150
tecnológico de dosagem de concreto
• Sobrecarga de equipamentos + 110
• Carga de vento + 180
• Carga decorrente da temperatura - 50
• Recalque diferencial - 800

2. A viga de um edifício comercial apresenta os seguintes esforços momentos fletores:

Cargas
Descrição
(kN.m)
• Peso próprio da viga metálica. + 120
• Peso próprio da laje pré-moldadas. + 150
• Sobrecarga da biblioteca. + 110
• Sobrecarga de escritório + 180
• Sobrecarga dos pisos de vãos contíguos - 50

Determine o Md da viga

3. Calcular a solicitação de projeto (intervalos de cargas) que agem sobre uma barra de treliça
de um galpão industrial dos seguintes carregamentos:

Descrição Cargas (kN)


• Peso próprio dos elementos das estruturas + 2220
• Peso próprio das vigas pré-moldadas feitas em fábrica com
+ 1250
controle tecnológico de dosagem de concreto
• Sobrecarga de equipamentos + 1210
• Carga de vento + 1280
• Carga decorrente da temperatura + 250
• Recalque diferencial - 1800

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4. Calcular a solicitação da barra de uma treliça (intervalos de cargas) os carregamentos que


agem sobre a estrutura da treliça de treliça são:

Descrição Cargas (kN)


• Peso próprio da viga metálica. -42
• Peso próprio da laje pré-moldadas. -16
• Peso próprio da casa de máquinas. -42,5
• Reação de viga apoiada. 12,5
• Sobrecarga utilização 45,5
• Sobrecarga dos pisos de vãos contíguos 50
• Vento 0º -50
• Vento 90º 125

5. A treliça da cobertura de uma oficina mecânica encontra-se submetida a um conjunto de


cargas como se indica:

✓ Pp = 0,85 kN/m

✓ Peso próprio da talha (nó C) = 17 kN

✓ Capacidade da talha = 135 kN

✓ Vento Frontal = -2,8 kN/m

✓ Vento de Sobrepressão = 3,1 kN/m

Determine a solicitação de projeto da barra AB.

6. Determine a envoltória das demais barras.

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