3º ANO DA VIDA DA CRIANÇA:

GUIA DE CUIDADOS PARA MELHOR

SAÚDE E CRESCIMENTO
Introdução 03

Desenvolvimento da criança 04

Hora da escola? 15

Construção de amizades 24

Desfralde 27

Memorização e ensino 33

Conclusão 35

Sobre a Cordvida 36
 3
INTRODUÇÃO

Aos 3 anos, seu filho está deixando de ser um bebê, iniciando seus passos
em direção a uma maior autonomia ao autocuidado e as relações
sociais — é o início da socialização.

Ele começa a entender que é uma pessoa diferente dos outros, tem
uma imaginação a todo vapor e está na transição da vida familiar para a
escolar e das fraldas para a roupa íntima.

Para ajudá-la a compreender e acompanhar essa fase do desenvolvimento

infantil, trazemos, neste e-book, os principais pontos de mudança e
aprendizado da criança de 3 anos.

Boa leitura!
 4
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Neste tópico, vamos falar sobre os principais marcos do desenvolvimento da

criança de 3 anos. Abordaremos o crescimento físico, motor, emocional
e das relações sociais.

É importante ter em mente que cada criança tem seu próprio ritmo
de aprendizado. Ela é um ser independente e também vai aprender
a expressar seus gostos e desejos, por isso, pode se interessar mais
por uma atividade ou outra, o que refletirá na forma e no tempo
que levará para desenvolver uma habilidade específica.

Os estímulos externos que a criança recebe — da família e dos círculos

sociais que frequenta — também têm papel fundamental na sua
percepção do mundo, encorajando ou desencorajando que ela se arrisque
a desenvolver competências e capacidades.

Os marcos do desenvolvimento servem para acompanhar a evolução

infantil, de acordo com o que é esperado em cada fase, facilitando a
identificação de atrasos e anormalidades que possam indicar a necessidade
de uma intervenção precoce, para evitar ou reduzir complicações,
garantindo à criança seu pleno desenvolvimento.

Esses parâmetros, no entanto, não devem ser usados para fazer

comparações vexatórias entre uma criança e outra. Respeite o tempo
do seu filho e seja seu principal apoiador nas incríveis descobertas que
ele está prestes a fazer.
 5
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

DESENVOLVIMENTO FÍSICO

É incrível o quanto as crianças crescem em apenas três anos.

Aqueles com cerca de 50 centímetros ao nascer já estarão com

aproximadamente 100 centímetros ao final do terceiro ano de vida. Os
meninos em geral tem 5 cm a mais que as meninas. , Em relação ao peso,
aqueles que nasceram com aproximadamente 3 quilos eque cabiam
confortavelmente em seu colo, nessa fase terão cerca de 14 quilos e
pernas que sobram para foro do colo. Os meninos, em média, pesam 300
gramas a mais que as meninas.

A dentição de leite está completa e é preciso que a criança já tenha

uma boa higiene oral — que já deverá ter sido iniciada antes mesmo de
o primeiro dentinho nascer — para evitar cáries e problemas nos dentes
permanentes, que também já se formaram e estão apenas aguardando
o momento certo para substituir os de leite.
 6
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Aos 3 anos, seu filho já se sente independente, já desenvolveu boa parte

das suas capacidades motoras e agora vai apenas aprimorá-las. Ele
não para: quer correr, pular, saltar e escalar, pois percebe que dá conta
de fazer essas coisas com mais facilidade.
 7
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

MOTRICIDADE FINA

A criança está gradualmente desenvolvendo sua motricidade fina, ou seja,

sua capacidade para usar dedos, mãos e braços para realizar atividades
que, à primeira vista, parecem muito simples, mas que exigem grande
destreza e desenvolvimento cognitivo.

O desenvolvimento da motricidade fina significa que seu filho, aos três

anos, é capaz de segurar o lápis usando três dedos — polegar,
indicador e médio —, subir escadas alternando os pés, despejar líquidos
e carregar objetos.

Durante as refeições, a criança usa bem o garfo e a colher, levando com

destreza os alimentos à boca.
 8
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Dos 3 aos 4 anos, a criança demonstrará sua preferência por usar uma
das mãos, que progressivamente se tornará a dominante, definindo se
ela é destra ou canhota. Você perceberá que ela já será capaz de desenhar
com uma mão e segurar o papel com a outra. Em pouco tempo, ela terá a
capacidade de copiar desenhos de círculos, cruzes, polígonos e triângulos.

Porém, ela ainda não consegue colorir respeitando os limites do

desenho. Apenas aos 4 anos, quando aprimorar o posicionamento do
lápis entre os três dedos, ela poderá deslizá-lo com mais facilidade sobre
o papel, garantindo a firmeza para iniciar, inclusive, a escrita.

Outro ganho de motricidade fina dos 3 anos é poder usar a tesoura para
cortar em linha reta. Para cortar curvas simples, como um ‘S’, a criança
desenvolve o senso de que a mão auxiliar pode ajudá-la a fazer a curva,
girando o papel. Fantástico, não é mesmo?
 9
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

MOTRICIDADE GROSSEIRA

A motricidade grosseira diz respeito à capacidade de controle

corporal para fazer grandes movimentos — como andar, pular, correr
e girar sobre o corpo. Ela está relacionada ao equilíbrio, postura,
deslocamentos e balanços.

Aos 3 anos, a criança está desenvolvendo melhor seu equilíbrio,

especialmente aquele relacionado ao ouvido interno. Equilibrar-se em
um único pé ainda é um desafio, mas ela já consegue fazê-lo por um curto
espaço de tempo.

Nadar, balançar o corpo e andar na ponta dos pés ajudam a

aumentar o equilíbrio e aprimorar os mecanismos que têm relação
com o ouvido interno. Seu filho também já consegue se vestir
sozinho e lavar as mãos, mas precisa de ajuda para secá-las.

Ele pode subir escadas alternadamente, porém, ainda não consegue

alternar os pés para descê-las — isso requer um equilíbrio que ele deve
conquistar por volta dos 3 anos e 9 meses, quando também será capaz
de andar de bicicleta ou triciclo, ainda que precise das rodinhas.

Por outro lado, já é capaz de saltar degraus baixos — o que se torna

facilmente uma de suas atividades preferidas. Consegue, ainda, executar
movimentos seguindo um ritmo, como bater palmas ou dançar.
 10
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

Os adultos costumam achar muito engraçada a forma como as crianças

falam quando estão aprendendo. Trocar e “comer” letras parece fofo,
e nessa fase ainda é normal, No entanto, é preciso conversar com as
crianças usando as palavras de forma correta, para que elas possam
desenvolver bem o vocabulário.

Aos 3 anos, a criança usa cerca de 900 palavras e pode compreender algo
em torno de 1.200. Sua reserva inclui o uso do plural. É o início da fase
dos porquês — o que possibilita que ela inicie por si mesma uma conversa,
geralmente relacionada a alguma curiosidade, comentário ou observação.

Prepare-se, pois ela fará muitas perguntas em um curto espaço de tempo

e deve repetir o mesmo questionamento várias vezes.
 11
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

DESENVOLVIMENTO EMOTIVO E RELAÇÕES SOCIAIS

Aos 3 anos, a criança está cada vez mais consciente do seu lugar na família.
Seu filho está ganhando mais autonomia e é importante que receba
pequenas tarefas que o façam se sentir integrante da ordem familiar.

Peça que ele, por exemplo, leve a roupa suja para o cesto, recolha
os brinquedos e ajude a colocar a mesa — sempre com segurança,
claro. Essa é a fase em que a criança também expressa suas preferências
por brincadeiras de acordo com o seu gênero, se reconhecendo como
menino ou menina.

Adora imitar o comportamento dos pais e das pessoas que estão ao

seu redor. É uma fase em que é preciso muito cuidado com os exemplos
a que elas têm acesso, pois aprendem e repetem o que veem na televisão
ou no convívio com os familiares e cuidadores.

A criança aprende por imitação, dessa forma, gosta de representar diferentes

papéis, usando muito a imaginação.

Ela começa a estender sua visão de mundo para os outros,

tornando-se mais receptiva a compartilhar. Assim, se for
estimulada, vai compartilhar por prazer, e não por obrigação,
se interessando na partilha como forma de convivência
com outras crianças.
 12
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Começa, ainda, a se interessar por jogos cooperativos, aprendendo, aos

poucos, a respeitar as regras e esperar sua vez de jogar. Se precisar decidir
entre o que é certo e o que é errado, vai seguir a decisão da maioria.

Essa é uma fase em que as crianças podem se assustar muito com

os sonhos e pesadelos. Algumas até desenvolvem terror noturno. É
importante acalmá-la e, em alguns momentos, não há problemas em deixar
que ela durma com os pais — lembrando sempre de avisá-la de que ela
será levada para a própria cama após pegar no sono.
13
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

SINAIS DE ALERTA NO DESENVOLVIMENTO

Como dissemos no início deste tópico, os marcos de desenvolvimento

são um norte para identificar o que se espera da criança em cada fase,
respeitando sua individualidade e ritmo de aprendizado.

Por meio desses marcos, é possível perceber alguns sinais de alerta, que
podem sugerir a necessidade de falar com o pediatra e buscar ajuda
multiprofissional para que a criança consiga superar dificuldades.
 14
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Veja abaixo alguns sinais de alerta para crianças nessa fase:

• a criança cai com frequência;

• não consegue se equilibrar em um único pé;

• tem dificuldade para subir escadas;

• não consegue manipular objetos pequenos;

• não copia uma linha ou um círculo;

• não é capaz de construir uma torre com mais de 4 cubos;

• não formula frase simples, com cerca de 3 palavras;

• não entende ordens simples;

• grande parte do que diz é ininteligível;

• não faz jogo de imaginação com outras crianças;

• apresenta dificuldade extrema em separar-se da mãe

ou do cuidador.
 15
HORA DA ESCOLA?

De acordo com a Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, apenas aos 4 anos

os pais são obrigados a matricularem seus filhos em uma escola — e
o Estado é obrigado a ter vagas para todos os pequenos nessa faixa etária.

No entanto, por opção ou necessidade e pela crescente inserção das

mulheres no mercado de trabalho, é cada vez mais comum que as
crianças iniciem a vida escolar ainda no maternal ou pré-escola.

Nesse momento, é importante ter uma atenção especial à adaptação

da criança a esse novo ambiente — quer seja sua primeira escola ou
uma nova turma.

Os cuidados com a adaptação se iniciam desde a escolha da instituição,

lembrando que algumas crianças podem se adaptar rapidamente e outras
podem precisar de até dois meses para se sentirem seguras longe dos pais.
 16
HORA DA ESCOLA?

INFORMAÇÕES SOBRE A ESCOLA

Para se sentir segura sobre o local onde deixará seu filho, faça uma visita
presencial para avaliar a estrutura física, limpeza e equipe.

Faça perguntas sobre alimentação, rotina que a criança terá,

quais são as formas de contato em caso de emergência e tudo o
mais que julgar importante. Não saia dessa visita com dúvidas!

Contate outros pais e peça referências sobre o local e as cuidadoras. Avalie

se a metodologia e tudo o mais que a escola oferece estão de acordo com
o que você deseja para seu filho, dentro do preço que você pode pagar.

Você só passará segurança para a criança ao se sentir segura da

escolha que fez.
 17
HORA DA ESCOLA?

INFORMAÇÕES SOBRE A CRIANÇA

A criança de 3 anos ainda não compreende o que é ir para a escola.

Por isso, é preciso que o espaço e as pessoas que vão cuidar dela saibam
o máximo sobre ela, para deixá-la o mais confortável e segura possível.

Além de informações médicas, como alergias e uso de medicamentos,

transmita à escola os hábitos do seu filho — o que ele costuma fazer,
quais são suas preferências, o que mais gosta de comer, o que rejeita,
como reage quando está cansado, com raiva ou com dor.

Esses conhecimentos vão auxiliar as cuidadoras na recepção da criança e

na sua adaptação, compreendendo um pouco melhor suas reações diante
de situações e atividades específicas.
18
HORA DA ESCOLA?

COMO FAZER A ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA

AO AMBIENTE ESCOLAR

ELA DEVE SER RECEBIDA PELO NOME

É importante que o cuidador que recepcionar a criança a receba pelo seu

nome, ao mesmo tempo em que lhe diga o seu. Isso transmite à criança
duas mensagens importantes para lhe trazer segurança: aquelas
pessoas sabem quem ela é e ela sabe quem elas são.

CONHECER A SALA DE AULA

Para formar uma relação afetiva com o novo espaço, é importante que
a criança o reconheça como seu e se sinta à vontade nele.

A melhor forma de fazer isso é estimular que ela caminhe pela

sala, reconhecendo onde fica o seu material, qual o seu lugar no
chão durante as brincadeiras, qual é a sua carteira, ao lado de
quem ela se senta etc.

Se a criança é nova na turma, esses espaços podem ser mostrados

por outra criança que já os conheça — um igual pode transmitir mais
segurança e sentimento de pertencimento.
19
HORA DA ESCOLA?

CONHECER OS DEMAIS ESPAÇOS DA ESCOLA

Assim como na sala de aula, é importante que a criança conheça os demais

espaços da escola e suas funções:

• o refeitório e seu lugar na mesa para as refeições;

• o pátio e os espaços para as atividades externas;

• a sala da direção e o lugar onde poderá falar com a mamãe e o

papai se precisar.
 20
HORA DA ESCOLA?

MUDANÇAS IMPORTANTES DEVEM SER EVITADAS DURANTE A FASE

DE ADAPTAÇÃO

É normal que a criança se sinta insegura com o novo ambiente e a nova

rotina. Para não piorar esse sentimento, é preciso ter cuidado com outras
mudanças importantes que possam acontecer nessa fase, evitando,
sempre que possível, grandes alterações — como desfralde, retirada de
chupeta e troca de mobília do quarto, por exemplo.

É preciso, ainda, estar atento a eventos que possam atingi-la

emocionalmente durante essa fase, como a morte do animal de
estimação ou perda de um parente próximo, a chegada de um irmãozinho
ou a mudança de casa.

OS PAIS DEVEM ENTREGAR A CRIANÇA AO CUIDADOR

O ideal é que a mãe ou o pai coloque a criança no chão e a incentive a

entrar andando na escola. Não deixe que o cuidador retire a criança dos
braços da mãe. Isso torna a separação mais dolorosa e difícil para a criança.

Ainda que o seu coração de mãe doa, saiba que o choro não significa
que a criança não queira ficar na escola. Ela apenas sente a separação.

Da mesma forma, a ausência do choro também não significa que a criança

não esteja sentindo esse afastamento. É preciso acolhê-la e respeitar suas
demonstrações de insegurança.
 21
HORA DA ESCOLA?

A DESPEDIDA DEVE SER NATURAL

É importante que a criança saiba com antecedência que você vai deixá-la
na escola e buscá-la mais tarde.

Despeça do seu filho com naturalidade e não saia escondida. Essa atitude
aumenta a ansiedade dele e pode causar um sentimento de abandono.
 22
HORA DA ESCOLA?

O COMBINADO COM A CRIANÇA DEVE SER SEMPRE CUMPRIDO

Se você combinou com o seu filho que estará no pátio da escola ao fim
da aula, esteja lá antes da saída dele.

Isso é importante para que ele se sinta seguro, confiante e aproveite ao

máximo as horas que passará na escola, tendo a certeza de que a mamãe
ou a pessoa que você disse que o levaria para casa estará lá.

Se houver algum imprevisto, avise a direção da escola para que a cuidadora

possa avisá-lo. Assim, você evita que ele fique ansioso.

REGRESSÕES DE COMPORTAMENTO PODEM OCORRER

Algumas crianças apresentam regressões de comportamento na fase de

adaptação escolar, tais como: voltar a fazer xixi na cama, pedir a chupeta,
gaguejar etc. Alguns sintomas psicossomáticos também podem ocorrer,
como febre, vômitos e mal-estar. Tudo isso passa assim que a criança se
sentir mais adaptada.
 23
HORA DA ESCOLA?

CUIDADO COM A ADAPTAÇÃO APARENTE

É preciso respeitar a programação de adaptação definida pela escola.

Lembre-se de que eles são profissionais acostumados a essas situações.
Pular etapas da adaptação pode trazer problemas para seu filho.

Fique atenta às suas demandas para não deixar passar despercebidas

angústias que a criança possa sentir nessa etapa e que podem refletir
em seu comportamento, adaptação e aprendizado.

OS PAIS TAMBÉM PRECISAM SE ADAPTAR

Fazer a transição da vida exclusivamente doméstica para a vida escolar é

uma mudança difícil não apenas para a criança, mas também para
seus pais — sobretudo para as mães, que precisam cortar mais uma vez
o cordão umbilical.

Sentimento de culpa e ciúmes por ter outra pessoa cuidando do seu

bebezinho é normal. Insegurança e preocupação com relação aos
cuidados que ele vai receber, também. É preciso, no entanto, que
você lide com esses sentimentos de frente, para passar por eles da
forma mais tranquila possível e não transmiti-los ao seu filho.

Converse com a psicóloga da escola ou outro profissional de sua escolha

se o momento for particularmente difícil para você. Foque nos ganhos
que esse novo arranjo trará para você e seu filho e tudo ficará bem.
24
CONSTRUÇÃO DE AMIZADES

A socialização da criança começa a ser formada aos 2 anos, mas é aos 3

que ela passa a ter uma melhor percepção de si, desconectando o “eu”
do “outro”. Por isso, essa é uma fase-chave para o estímulo do convívio
com outras crianças e a formação de amizades.

Nessa idade, a criança começa a entender que o outro pode se sentir

diferente dela — por isso, é comum que vista a roupa e calce os sapatos
da mãe e do pai, para experimentar o mundo como eles.
25
CONSTRUÇÃO DE AMIZADES

Porém, ela ainda não é capaz de compreender bem o que é mau ou

bom e não entende que uma atitude sua pode magoar o colega. É preciso
que isso seja explicado com carinho e paciência, mais de uma vez.

O 3° ano é a fase das mordidas, puxões de cabelo e tapas. Os pais

interpretam essas atitudes como agressivas, mas não é como a criança
as percebe. Como ela ainda não sabe expressar bem em palavras o que
deseja, acaba usando esse comportamento para chamar a atenção.

É importante, nesses momentos, que você segure a mão da

criança e explique que não pode e que aquilo machuca o colega.
Mais uma vez, isso precisará ser feito algumas vezes, até que ela
compreenda a relação de causa e efeito.

Aos 3 anos, a criança ainda é muito autocentrada e pode ter dificuldades

em compartilhar seus brinquedos e objetos. Isso não significa que ela
seja egoísta ou muito mimada.

É uma característica normal da idade e basta que você a incentive a

compartilhar e a motive a cooperar — ela vai, aos poucos, se abrir para
brincar com o outro.

Algumas crianças são naturalmente mais sociáveis que outras,

mas é importante que todas frequentem ambientes onde possam
interagir com seus iguais, para aprender a conviver em grupo e
trabalhar em equipe.
 26
CONSTRUÇÃO DE AMIZADES

Veja algumas dicas para ajudar seu filho a socializar e fazer amigos:

• promova o encontro com outras crianças — ir a parquinhos,

festinhas infantis, encontros com primos e outras crianças da família
e da vizinhança é essencial para a socialização;

• evite a superproteção — fique de olho, mas evite interferir demais

na relação do seu filho com outras crianças durante as brincadeiras.
É importante que ele aprenda a resolver os conflitos e saiba que não
tem sempre razão;

• elogie a generosidade do colega — chame a atenção da criança para

a generosidade do colega que emprestou um brinquedo, isso mostra
que você valoriza essa atitude. Além disso, nessa idade, as crianças
tendem a imitar o outro e podem se tornar mais abertas a essa troca.
 27
DESFRALDE

O controle sobre a continência urinária e fecal envolve um amadurecimento

das funções cerebrais — especificamente do córtex —, sendo influenciado
por questões sociais, educacionais, familiares, ambientais, psicológicas
e hereditárias.
 28
DESFRALDE

Esse processo amadurece desde o nascimento, primeiro de forma

involuntária, para depois poder ser controlado — perceba, por exemplo,
como aos poucos o bebê deixa de fazer cocô durante a noite.

Porém, é apenas por volta dos 3 anos que a criança consegue controlar
melhor a musculatura perineal — podendo, assim, perceber a vontade
de fazer xixi e cocô com antecedência.

Algumas crianças desenvolvem o controle esfincteriano por volta dos 18

meses, porém, o mais comum, é que elas consigam fazer isso depois de
completar 3 anos. A maioria das crianças nessa faixa etária consegue
controlar o xixi durante o dia.

Os meninos, geralmente, fazem o desfralde mais cedo que as meninas.

Crianças que tem irmãos mais velhos também costumam deixar as fraldas
mais cedo, devido à observação.

É muito importante que o desfralde respeite o tempo de amadurecimento

da criança. Forçar a retirada das fraldas antes de o seu filho estar pronto
só vai atrasar o processo.

Além disso, ao se sentir pressionada pela cobrança dos pais e

cuidadores, a criança pode fazer a contração incorreta do assoalho
pélvico, o que pode levar a uma disfunção miccional ou intestinal,
entre outros problemas.
 29
DESFRALDE

COMO FAZER O DESFRALDE

Abaixo, listamos algumas dicas para facilitar a transição da

fralda para a calcinha e a cuequinha. É importante dizer que o
desfralde noturno deve começar após o desfralde diurno estar
consolidado, ou seja, quando a criança não precisar usar fraldas
inclusive para ir a eventos sociais.

PERMITA QUE A CRIANÇA APRENDA POR IMITAÇÃO

Ver o papai e a mamãe fazendo xixi vai estimular a criança a querer fazer
da mesma forma. É, ainda, um ótimo momento para explicar a diferença
entre meninos e meninas.

COMPRE OS ACESSÓRIOS ADEQUADOS

O bom e velho penico ainda é o mais indicado, pois é mais fácil e mais
confortável para a criança usar. Mas, se achar melhor, você pode optar
por um adaptador de vaso.

MOSTRE QUE O PENICO PERTENCE A ELA

Incentive a criança a interagir com o penico. Ela pode colar figurinhas,

colocar uma boneca ou urso para usá-lo ou mesmo se sentar nele vestida,
apenas para brincar.
 30
DESFRALDE

COMPRE CALCINHAS E CUECAS ESPECIAIS

Diga à criança que ela está recebendo roupas íntimas especiais

porque já está crescida e pode andar sem fraldas. Se for possível, deixe
que ela mesma escolha as peças. Ela vai se sentir importante e motivada
pelo desfralde.

NÃO REPROVE OS ESCAPES

Mesmo que a criança já tenha um bom controle do xixi e do cocô, alguns

escapes são inevitáveis nessa fase de transição.

Não repreenda a criança ou demonstre raiva e decepção. Além de

não ajudar, essas demonstrações só fazem com que ela se sinta mal.

Acolha a criança e diga que ela está indo bem, reforçando que, da
próxima vez, ela vai conseguir chegar ao penico. Isso a deixará mais
confiante e evita regressões.
 31
DESFRALDE

FAÇA FESTA SEMPRE QUE ELA PEDIR PARA FAZER XIXI OU COCÔ

O estímulo positivo a deixa orgulhosa e satisfeita.

ENSINE AS MENINAS A SE LIMPAREM CORRETAMENTE

A maior dificuldade das meninas é limpar corretamente a área íntima.

É importante ensinar a elas, já durante o desfralde, como passar o
papel higiênico sempre da frente para trás, especialmente após fazer cocô,
para evitar infecções.

DEIXE A CRIANÇA CIRCULAR PELADA PELA CASA

Durante o desfralde, andar pelada vai ajudar a criança a ter mais sucesso
nas primeiras tentativas de uso do penico.

O tempo entre a percepção da necessidade de ir ao banheiro e o ato de

fazer o xixi ainda é curto — e não ter que tirar a roupa já ajuda bastante.

COLOQUE ROUPAS FÁCEIS DE TIRAR

Jardineiras, calças com botões e bodies não são boas opções nessa fase.
O melhor é colocar roupas de elástico, que a criança consiga tirar e
colocar com facilidade.
 32
MEMORIZAÇÃO E ENSINO

Entre os 3 e os 4 anos, a área cerebral com maior atividade é o córtex

pré-frontal, responsável por funções cognitivas mais elevadas e refinadas,
como o planejamento de ações.

Apesar disso, ele ainda não está amadurecido, por isso, a criança ainda
tem pouca capacidade de concentração, conseguindo se dedicar a uma
mesma atividade por, no máximo, 10 ou 15 minutos.

A área cerebral de giro angular — responsável pelo processo de

linguagem — e a área de broca — responsável pela expressão
verbal — têm um número intermediário de novas sinapses,
estando bastante ativas durante toda a fase dos 3 aos 4 anos.

A percepção de mundo nessa idade ainda é muito concreta, porém, a

criança começa a compreender conceitos mais abstratos, como os
conceitos temporais de manhã, tarde e noite.

Você pode, por exemplo, explicar quando ela vai à escola ou brincar com
um amigo usando essa referência.

Os conceitos espaciais — atrás, embaixo, para frente e para cima —

também são bem compreendidos.
33
MEMORIZAÇÃO E ENSINO

COMO ESTIMULAR A CRIANÇA

Quando falamos em estímulos, geralmente, pensamos em metodologias

avançadas e escala de atividades programadas.

No entanto, são as ações cotidianas as grandes incentivadoras do

desenvolvimento global da criança nessa idade.

Veja algumas ações simples para estimular os pequenos:

34
MEMORIZAÇÃO E ENSINO

• leia para a criança — a leitura vai ajudá-la a desenvolver o

vocabulário e exercitar a imaginação, contribuindo para o
desenvolvimento da linguagem, memória e cognição;

• estimule a sua autonomia — deixe que ela se vista e coma

sozinha, por exemplo;

• promova sua participação no autocuidado — estimule seu filho

a escovar os próprios dentes, passar o xampu nos cabelos e o
sabonete no corpo;

• dê à criança pequenas tarefas domésticas — isso a ajuda a

reconhecer seu lugar na família, estimulando seu senso de cooperação;

• responda aos seus questionamentos — não tenha medo de

responder às perguntas mais desconcertantes. Isso é importante
para ensinar à criança como lidar com suas emoções. Lembre-se de
usar uma linguagem adequada à sua idade;

• peça à criança que conte como foi o seu dia, mas sem pressioná-la;

• incentive que ela nomeie partes do corpo;

• não ridicularize o seu comportamento;

• respeite seus devaneios e fantasias — não a chame para a

realidade quando estiver falando sobre um mundo imaginário.
 35
CONCLUSÃO

Chegamos ao fim do nosso e-book. São tantas as novidades dessa fase, não
é mesmo? Mas não há motivos para pânico.

Com carinho, paciência e dedicação, você e seu filho vão passar por todos
esses momentos da melhor maneira e com muita diversão!
No mercado desde 2004, somos um dos mais avançados
bancos de armazenamento de células-tronco do mundo,
tendo sido eleito em 2016 um dos Top 10 bancos do
mundo pelo influente site BioInformant. Oito unidades
armazenadas na CordVida já foram utilizadas em
transplantes de medula óssea ou terapias celulares
e estavam totalmente viáveis para uso, o que ajuda a
explicar porque somos recomendados por renomados
obstetras em todo o país. Os nossos processos estão
de acordo com os melhores padrões mundiais da
AABB (American Association of Blood Banks), a mais
importante certificadora do setor de bancos de sangue.
Fomos a primeira empresa no Brasil a oferecer um
serviço completo de armazenamento de células-tronco
do sangue e do tecido do cordão umbilical, sempre
disponibilizando o que há de mais avançado no mundo
no processamento e armazenamento de células-tronco
do cordão umbilical
 Referência em Armazenamento de Células-Tronco

Proteger o futuro. Esse é o nosso lema, pois sabemos que não há nada
mais valioso do que o futuro de sua família.

cordvida.com.br
Geral: 0800 707 2673

Revisão Técnica:
Dra. Mariana Mader
Pediatra - CRM 52.87687-9

Dra. Aline Miranda de Souza

Diretora Médica Cordvida - CRM 129951/SP