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PROCESSO Nº XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
tendo em vista a equivocada execução que fora intentada, e que gera prejuízo irreversível para a
devedora e nítido enriquecimento ilícito para a parte Autora/Exequente, conforme restará sobejamente
comprovado adiante:
01 - OS PRESENTES EMBARGOS são próprios e tempestivos, a teor do permissivo legal insculpido no art. 52,
inciso IX, da Lei 9.099/95.
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IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando sobre:
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;
b) manifesto excesso de execução;
c) erro de cálculo;
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação,
superveniente à sentença”. (Sem grifo no original).
03 - ESTA _________________________, ora Embargante, está sendo intimada para, em 15 (quinze) dias,
pagar o débito requerido pelo Exequente/Autor, ora Embargado, no vultoso valor de R$ 39.076,89 (trinta e nove
mil, setenta e seis reais e oitenta e nove centavos), diante da Ação de Cumprimento de Sentença que move
em face desta empresa Embargante.
05 – OCORRE que, por não concordar, concessa vênia, com a Execução, esta ________________________,
ora Embargante, deposita a quantia reclamada, como forma de garantir o juízo, para a apresentação de
Embargos à Execução, com fulcro no art. 914 e seguintes do novo Código de Processo Civil.
II – SÍNTESE FÁTICA
06 – EM ANÁLISE aos autos, computa-se a alegação do Exequente relatando lhe ser devido o valor de R$
39.076,89 (trinta e nove mil, setenta e seis reais e oitenta e nove centavos), referente ao valor da condenação
devidamente atualizado.
07 - POR NÃO concordar com os cálculos do Exequente, a empresa manifesta seu repúdio, garante o juízo e
opõe seus Embargos à Execução nos moldes a seguir expostos:
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III – DA REALIDADE DOS FATOS
10 – ANTES DE mais nada e apesar desta ______________/Embargante ter realizado o depósito do valor total
da execução (R$ 39.076,89), conforme comprovante de pagamento em anexo, a empresa
________________ Ltda. aproveita os Embargos à Execução para externar os erros de cálculos cometidos pelo
Exequente, com o precípuo fim de induzir este r. Juízo em erro, vejamos:
11 – O EXEQUENTE afirma que o valor devido a título de Danos Materiais é no montante de R$ 10.019,71 (dez
mil e dezenove reais e setenta e um centavos) e a título de Danos Morais o valor de R$ 20.039,44 (vinte mil e
trinta e nove reais e quarenta e quatro centavos), porém, mencionados valores não merecem
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prosperar, haja vista que o Exequente está calculando os juros legais (1% a.m) sobre o valor da condenação
atualizado monetariamente, o que este r. Juízo não poderá permitir, vênia, de forma que tanto a correção monetária,
bem como os juros legais devem incidir, exclusivamente, sobre o valor principal, ou seja, sobre o valor da
condenação, senão vejamos:
12 – DANOS MATERIAIS:
Valor Principal: R$ 4.000,00
Condenação Sentença (Id nº - Valor R$
5372984) 4.000,00
Juros Do arbitramento: março de
de 1% ao mês 2013 75% R$ 3.000,00
TOTAL - - R$ 8.725,55
13 – DANOS MORAIS:
Valor Principal: R$ 8.000,00
Condenação Sentença (Id nº - Valor R$
5372984) 8.000,00
Juros Do arbitramento: março de
de 1% ao mês 2013 75% R$ 6.000,00
TOTAL - - R$ 17.451,04
14 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
Valor da - Valor
Condenação Honorários Advocatícios 20% Total
atualizado
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15 - ASSIM, conforme os cálculos expostos acima, o valor exato da condenação, no que diz respeito aos Danos
Materiais, Danos Morais e Honorários Advocatícios, é no quantum de R$ 31.411,91 (trinta e um mil,
quatrocentos e onze reais e noventa e um centavos) e não R$ 39.076,89 (trinta e nove mil, setente e seis e
oitenta e nove centavos) como o Exequente quer enganar este r. Juízo.
17 – EXCELÊNCIA, o Exequente, mais uma vez está tentando ludibriar este r. Juízo, inserindo uma multa (10%),
cujo prazo de pagamento, sequer tinha iniciado. Assim, a conduta do Exequente demonstra a sua má-fé, de
maneira que está tentando induzir Vossa Excelência em erro para se beneficiar e enriquecer-se ilicitamente às
expensas desta _________________, ora Embargante/Executada, o que não se poderá permitir, com a devida
vênia.
19 - TENDO isso em vista, não há que se falar em qualquer tipo de multa, posto que esta empresa
___________________ Ltda. realizou o depósito do valor total da execução dentro do prazo determinado por
Vossa Excelência, conforme comprovante de pagamento em anexo.
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20 – Com fulcro em tudo o que fora exposto, é imperioso o reconhecimento de excesso de execução no valor de
R$ 7.664,98 (sete mil, seiscentos e sessenta e quatro reais e noventa e oito centavos), por este douto Juízo, 1º,
porque o Exequente com notória má-fé calculou os juros legais sobre o valor da condenação (Danos
Materiais e Danos Morais) monetariamente atualizado e, 2º, porque incidiu sobre o valor total da
execução a multa de 10% (dez por cento) quando o prazo de pagamento voluntário, sequer, tinha
iniciado.
IV – DO EFEITO SUSPENSIVO
21 – PRIMEIRAMENTE, Excelência, é necessário esclarecer que deve ser atribuído o efeito suspensivo aos
presentes Embargos à Execução, nos moldes do que dispõe o §1º do art. 919 do novel Código de Processo
Civil.
23 – DESNECESSÁRIO dizer que, inobstante o potencial econômico da Empresa, ora Embargante, o desfalque
do valor em questão possui efetivamente o condão de lhe trazer danos irreparáveis.
24 – PRESENTES os requisitos necessários, quais sejam, garantia integral do Juízo, incerta reparação do dano
grave no caso de prosseguimento da execução e
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plausibilidade do direito invocado, essencial à atribuição do efeito suspensivo, ato judicial de cautela.
26 – PRESENTES os requisitos no caso sub judice, requer esta Empresa, ora Embargante, que seja atribuído
efeito suspensivo aos presentes Embargos à Execução por ser medida da mais pura e lídima justiça.
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28 – NESTE SENTIDO, consoante já debatido, não se justifica, tendo em vista os fatos demonstrados, tamanha
condenação desta Empresa/Embargante, ora Executada, sendo que detida análise da presente execução, é
medida segura e correta a ser tomada.
29 – A CONSTITUIÇÃO garante a proteção contra o enriquecimento sem causa por meio de seus princípios e
garantias. Por ser construído sob a égide constitucional, portanto, o Código Civil Brasileiro, assim como
Constituição veda a possibilidade de tal locupletamento ilícito.
30 – DESSA FORMA, a proteção a essa garantia encontra-se positivada no Código Civil, conforme abaixo:
“Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é
obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do
bem na época em que foi exigido.”
31 – O ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO afirma que o art. 884 do Código Civil veio a dispor, expressamente,
sobre o enriquecimento sem causa, preenchendo uma lacuna do ordenamento. Trata-se, portanto, de cláusula
geral que permitia reparar todas as situações de vantagem indevida.
32 – DIANTE DO EXPOSTO, é notório o excesso de execução, uma vez que o Exequente/Embargado está
fazendo atualizações em duplicidade sobre os valores principais (Dano Material e Dano Moral), na
medida em que os juros estão sendo calculados sobre o valor da condenação atualizado
monetariamente, além de se utilizar da multa (10%), quando, sequer, tinha sido oportunizado a esta
Embargante o pagamento voluntário da condenação.
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VI – ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA – DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ – TENTATIVA DE
OBTENÇÃO DE VANTAGEM INDEVIDA
33 – CONFORME amplamente demonstrado, resta comprovado o real valor devido por esta
____________________, ora Embargante.
35 - VISLUMBRA-SE notoriamente a intenção do Exequente em alterar a verdade dos fatos, com o intuito de
induzir esse juízo em erro, e consequentemente, o seu enriquecimento ilícito, que de forma forçosa induz ao
entendimento de que teria direito ao valor mencionado em seus cálculos, o que não se pode aceitar.
36 – CUMPRE observar que o legislador brasileiro, atento ao dever de honestidade, lealdade processual e lisura
no comportamento das partes, instituiu regras acerca da responsabilidade daquelas por dano processual,
realçando a necessidade de coibição da má-fé, devendo seus dispositivos ser aplicados a fim de evitar a
propagação do livre uso do processo, com impunidade ou sem qualquer responsabilidade pelos atos
desonrosos tipificados no supracitado artigo.
37 – A CONDENAÇÃO da parte Exequente em litigância de má-fé é medida que se impõe como caráter
educativo e inibidor de ações fraudulentas e maliciosas que assoberbam inutilmente o Judiciário,
visando apenas aferir lucros indevidos, como o que pode vir a ocorrer no presente caso.
38 – POR SUA VEZ o Código de Processo Civil disciplina a litigância de má-fé em seu art. 79 e seguintes,
possibilitando a aplicação de multa àquele que litigar de má-fé, senão vejamos:
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“Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
como Autor, réu ou interveniente.”
“Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da
causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.”
39 – POR TUDO que demonstramos nesta peça defensiva, veja Excelência, que a conduta do Exequente na
presente ação incide nas hipóteses contidas nos incisos I, II e III do art. 80, do CPC, que devem ser veemente
repudiadas.
40 – DIANTE do exposto, requer a condenação do Exequente ao pagamento de multa pela litigância de má-fé,
nos termos dos dispositivos legais acima citados.
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A) Seja acatado o pedido de efeito suspensivo da Execução, impedindo a parte
Embargada/Exequente de levantar a quantia depositada em garantia, até o final da lide;
C) Caso Vossa Excelência entenda pela divergência de cálculos, que sejam os autos encaminhados
à respeitável Contadoria do Juízo para aferição do valor correto a ser pago, levando-se em
consideração que a correção monetária e os juros devem ser aplicados sobre o valor principal da
condenação, posto que, jamais, os juros devem ser aplicados sobre o valor da condenação,
após a efetivação da correção monetária, o que geraria dupla atualização, o que é ilegal;
D) Que seja o Exequente/Embargado condenado por sua INEQUÍVOCA Litigância de Má-Fé, por
realizar atualização indevida, em duplicidade e ainda acrescentar em seus errôneos cálculos uma
multa indevida, com o claro propósito de obter vantagens ilícitas.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
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ADVOGADA OAB/____nº __________.
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