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A correta nutrição das avestruzes

por: Prof. Manoel Garcia Neto

A formulação de rações que atenda de maneira


adequada as exigências nutricionais de

avestruzes tem sido um desafio para os


nutricionistas. A maior dificuldade está no
desconhecimento das exigências nutricionais
desta ave.

A literatura sobre nutrição de avestruzes é


muito limitada, assim há muitas questões a

serem elucidadas pelos pesquisadores.

Devido às características particulares deste animal, quanto ao trato digestivo (monogástrico


herbívoro), é fundamental um cuidado adicional na correta formulação de rações que sejam
compatíveis com a capacidade e limitações fisiológicas desta ave.

Sistema Digestivo

O sistema digestivo dos avestruzes difere consideravelmente de outros não ruminantes,


ruminantes e mesmo de outras aves (Figuras 1 e 2). Os avestruzes não apresentam dentes e
não possuem papo, assim o esôfago liga-se diretamente ao estômago glandular
(proventrículo), sem uma distinta demarcação anatômica entre o esôfago e o estômago.

Figura 1. Sistema digestivo de Ruminantes.*


*M. E. Ensminger, et al., 1990.
Figure 2. Trato Gastrointestinal de um jovem avestruz de 35 kg peso vivo.
(P = proventrículo; G = Moela; S1 = Intestino delgado; Ca = Cecos;
L1 =cólon Proximal; L2 = colon medial; L3 = cólon distal)**
** Swart et al., 1993, S. Afr. J. Anim. Sc. 23(516).

Durante a deglutição do alimento, a porção superior do esôfago é distendida devido ao


acúmulo de alimento, o qual visivelmente se move ao longo de seu pescoço.

A moela (ventrículo), seguida pelo estômago glandular, é redonda e muito musculosa, a qual
chega a armazenar até 1,5kg de pedras, de grande utilidade para triturar os alimentos, agindo
como "dentes”, assim, as pedras ao roçarem uma nas outras, pela movimentação das paredes
musculosas da moela, reduzem os alimentos em pequenas partículas, favorecendo a digestão
dos alimentos.

As pedras presentes na moela devem estar disponíveis a todas as idades, sendo as mais
indicadas as de seixo rolado. Quando estas aves não tiverem acesso a pedras, as mesmas
poderão apresentar um consumo excessivo de areia, vindo apresentar impactação por este
material, chegando à morte. Portanto, uma adequada provisão de pedras, as quais são
ingeridas segundo o critério da própria ave, é recomendada para favorecer a digestão de
material fibroso, ingerido pelos avestruzes como complemento à ração.

Em continuidade a moela, o trato digestivo apresenta o intestino delgado, dois grandes cecos e
um longo intestino grosso (± 16m de comprimento), o que permite uma eficiente digestão da
parte fibrosa do alimento, daí a sua classificação como herbívoro. Este longo intestino permite
que a flora microbiana tenha tempo hábil para fermentar a fibra ingerida. Como produto desta
fermentação anaeróbica, ácidos graxos voláteis são formados, absorvidos e utilizados como
fonte de energia, e provavelmente ocorra uma considerável síntese de aminoácidos e
vitaminas do complexo B, ficando ambos disponíveis, principalmente pela característica
peculiar de coprofagia, permitindo o aproveitamento destas substâncias.

O avestruz é a única ave que elimina a urina e as fezes separadamente, o que favorece a
coprofagia dessas aves.

Ingestão de Alimentos
Em seu habitat natural, os avestruzes ingerem plantas suculentas, frutas e folhas. Eles ingerem
também insetos, lagartos, pássaros, ratos e pequenas tartarugas.

Pela própria característica de seu bico arredondado, esta ave apresenta grande dificuldade
para apreensão e corte de gramíneas de médio e alto porte. Assim, plantas mais suculentas e
de porte rasteiro (ex: grama batatais/mato grosso) e especialmente as leguminosas (ex: feijão
guandu, leucena) favorecem o consumo de material fibroso por estas aves em qualquer idade.

Curva de crescimento

O potencial genético de uma ave pode ser descrito pela sua curva de crescimento (Tabela 1).

A estimativa média para a maturidade de peso corporal (12-14 meses) é de aproximadamente


120kg para machos e fêmeas.

O correto acompanhamento da curva de crescimento de jovens avestruzes é de extrema


importância, tanto para produtores como pesquisadores, permitindo detectar erros no manejo e
na nutrição de um plantel.

Tabela 1: Desempenho produtivo de avestruzes

Idade Ingestão total ganho total Eficiência Conversão


(Meses) de alimento (kg) alimentar (%) alimentar
(kg)
1 4.65 5.71 1.23 0.81
2 17.67 16.76 0.95 1.05
3 45.61 37.38 0.80 1.24
4 83.71 55.61 0.66 1.51
5 130.22 71.66 0.55 1.82
6 186.03 80.31 0.43 2.32
7 245.01 95.74 0.39 2.56
8 319.87 102.09 0.32 3.13
9 384.75 110.71 0.29 3.48
10 446.01 122.05 0.27 3.65
11 507.26 133.39 0.26 3.80
12 568.51 144.28 0.25 3.94

Exigências Nutricionais

Jovens avestruzes crescem muito rapidamente, e seu tamanho adulto pode ser atingido já aos
6 meses de idade, mas sua maturidade sexual só será atingida por volta dos 3 ou 4 anos de
idade.

Uma boa nutrição é essencial para o sucesso da produção de avestruzes. Assim, devido seu
rápido crescimento, eles devem receber uma dieta com adequados níveis de proteína e com
um correto balanceamento de aminoácidos, além do teor de energia, minerais e vitaminas.
Também a nutrição dos reprodutores afeta a produção de ovos e a eclosão.

Avaliações nutricionais
Em uma criação, a alimentação normalmente constitui de 70 a 80% do total do custo, em um
sistema de produção intensiva, além de ser a maior inflência sobre o desempenho do animal.

Pode ser observado pelas Tabelas 2 e 3 que a capacidade do trato digestivo de diferentes
animais, são comparados graficamente. Portanto, fica bem claro que o intestino grosso do
avestruz é muito maior do que frangos de corte e suínos, quando comparado ao trato digestivo
como um todo. Isto está diretamente associado com a habilidade do avestruz digerir materiais
fibrosos, constituindo aproximadamente de 11%, 21% e 61% do total do trato digestivo,
respectivamente para frangos de corte, suínos e avestruzes.

Tabela 2. Comprimento relativo do intestino delgado, intestino grosso (colon) e ceco de


avestruzes, frangos e corte e suínos (adaptado de Getty, 1975 and Bezuidenhout & Van
Aswegen, 1990)

Intestino delgado Intestino Ceco (%)


(%) Grosso (%)
avestruz 39 48 13
Frango de corte 89 2 9
Suínos 79 19 2

Tabela 3. Tempo de retenção do alimento no trato digestivo de frangos de corte, suínos e


avestruzes (Ensminger & Olentine, 1978; Swart, 1988)

Espécie
Tempo de
Frangos de corte Suínos Avestruzes
retenção
Tempo (horas) ± 10 ± 30 ± 40

O tipo de dieta fornecida aos avestruzes, também afeta o tamanho relativo do intestino grosso.
Aves alimentadas com dietas de alto teor de fibras apresentam um colon maior (Baltmanis et
al, 1997). Estes animais, provavelmente, adaptam-se para obter mais nutrientes disponíveis do
alimento ingerido.

A idade é outro fator importante que influencia a digestão de fibras pelo avestruz. Em
pesquisas conduzidas por Angel (1996), relatou-se que avestruzinhos com três semanas de
idade, digerem 6,5% da fibra em detergente neutro (NDF) de sua dieta, enquanto que animais
adultos (acima de 30 meses de idade) podem digerir 61,5% da FDN. Angel (1993) descreve
ainda que avestruzes são capazes de digerir fibras eficientemente de 10 a 17 semanas (51,2 e
58,0% NDF, respectivamente). Outro importante fator para uma eficiente digestão é o tempo de
retenção ou taxa de passagem da digesta, para materiais fibrosos. Este é mensurado pelo
tempo de passagem do digesta para se mover através do trato digestivo do animal. Quanto
mais demorada a taxa de passagem, mais tempo haverá para a ação das enzimas e
microorganismos, e uma maior proporção poderá ser digerida. O tempo de retenção para
frangos de corte, suínos e avestruzes é de ±10; ±30 e ±40 horas, respectivamente.

Visando comparar a eficiência de digestão de dietas com vários níveis de fibra bruta com
frangos, suínos e avestruzes, Brand et al. (2000a), concluiram que avestruzes são 20% do que
suínos ao aproveitar alimentos volumosos. Swart (1988), em sua pesquisa, também comprovou
que avestruzes têm habilidade de digerir celulose e hemicelulose, podendo obter de 12 a 76%
de sua necessidade energética de ácidos graxos voláteis (produto final da digestão dos
alimentos ricos em fibra no intestino grosso). Já os suínos, que também são capazes de digerir
a fração hemicelulose da fibra, esta contribuição energética contribui de 10 a 30% de sua
exigência (Eggum et al., 1982). Quando a digestão de frangos de corte, ao nível do intestino
grosso, não supriu nenhuma energia para as mesmas (Hayes, 2000).

Ao aproveitar a mencionada habilidade de melhor aproveitamento dos alimentos ricos em


fibras, e assim, uma dieta mais econômica, Salih et al. (1998), utilizando 90 avestruzes (18
grupos de 5 aves/cada), arraçoadas com dietas inicial, crescimento e terminação, com três
níveis de energia. Os pesquisadores observaram que a melhor taxa de crescimento e
conversão alimentar foram para aves que receberam a maior nível de energia da dieta, durante
a fase incial. Entretanto, nenhuma diferença significativa foi observada para a conversão
alimentar entre os três níveis energéticos (alto, médio e baixo) para as fases de crescimento e
terminação, o que não era esperado, desde que dietas com maior teor energético,
normalmente, imprimem uma melhor taxa de conversão alimentar.

Foi utilizada na referida dieta alfafa de alta qualidade, como fonte de volumoso, a qual,
possivelmente, tenha influenciado nutricionalmente na composição das dietas, uma vez que a
expectativa era que taxas maiores de crescimento são geralmente melhores para dietas com
alto nível energético.

Um estudo semelhante foi conduzido por Brand et al.(2000b), com dietas apresentando três
níveis de energia e três níveis de proteína/aminoácidos. Entretanto, neste caso, foi usado um
volumoso de baixa qualidade. Dezoito grupos de avestruzes, com cinco aves cada, receberam
as dietas com níveis energéticos de aproximadamente 9,0; 10,5; e 12MJ ME/kg na MS e 13; 15
e 17% de proteína bruta. Segundo os autores, a formulação foi feita de acordo com o requisito
e a composição de materiais in natura, segundo os valores preconizados segundo as tabelas
de Elsenburg ostrich feed databasis (Brand, 2000).

A composição em aminoácidos foi ajustada para corresponder aos níveis de proteína. As aves
foram alimentadas de 4 a 11 meses de idade. O ganho de peso e a ingestão de ração dos
animais, foram determinadas mensalmente. A composição das nove rações experimentais são
apresentadas na tabela 4.

Tabela 4 Dietas experimentais oferecidas a avestruzes com diferentes níveis de energia e


proteína bruta. (farelo de aveia vs feno de alfafa foram utilizados como principal fonte de
volumoso e milho como fonte do concentrado) (Brand et al., 2000b)

Dieta com baixa energia 13 % proteína+

(9.0 MJ EM/kg MS) 15 % proteína+

17 % proteína+
Dieta com média energia 13 % proteína+

(10.5 MJ EM/kg MS) 15 % proteína+

17 % proteína+
Dieta com alta energia 13 % proteína+

(12 MJ EM/kg MS) 15 % proteína+

17 % proteína+
+Aminoácidos foram ajustados proporcionalmente aos níveis de proteína da dieta.

O efeito da dieta, Segundo o nível energético e proteico, quanto ao resultado de desempenho


em relação ao período experimental (4-11meses) (±25 –89kg peso vivo), são apresentados,
respectivamente, nas tabelas 5 e 6.

Tabela 5 Efeito do nível de energia da dieta sobre o desempenho produtivo de avestruzes


de 4 a 11 meses de idade (± 25–89 kg peso corporal) (Brand et al., 2000b)

Parâmetros Níveis de energia e.p.


Alto Médio Baixo
Ingestão de 2.41a 2.63a 2.90b 0.06
matéria seca
(kg/ave/dia)
Taxa crescimento 313NS 309NS 285NS 11
(g/ave/dia)
Conversão 6.79a 7.45ab 8.81b 0.39
alimentar (kg
alimento/kg ganho
de peso)
Áre de Superfície
138 a 137 ab 134 b 1.2
de pele (dm²)

e.p. Erro padrão; NS Não significativo; a,b Diferenças significativas (P <0.05)

Tabela 6 Efeito dos níveis de proteína bruta sobre o desempenho produtivo de avestruzes
de 4 a 11 meses de idade (± 25–89 kg peso vivo) (Brand et al., 2000b)

Alta Média Baixa e.p.


proteína Proteína proteína

17% 15% 13%


Ingestão de 2.21NS 2.14NS 2.32NS 0.07
Matéria seca
(kg/ave/dia)
Taxa de 308NS 299NS 300NS 11
crescimento
(g/ave/dia)
Conversão 7.52NS 7.49NS 8.13NS 0.39
alimentar(kg
ração/kg ganho
de peso)
Área de
superfície de pele 138 NS 136 NS 135 NS 1.2
(dm²)
e.p. Erro padrão ; NS Não significativo

Vários estudos indicam que avestruzinhos apresentam melhor desempenho até o terceiro mês
de idade com dietas de alta qualidade e relativo baixo teor em volumoso.

Gandini et al. (1986), avaliaram o desempenho de avestruzinhos, até o segundo mês de vida,
recebendo dietas com níveis crescentes de proteína. Nenhuma diferença foi encontrada quanto
os índices produtivos nas dietas com 16, 18 ou 20% de PB, entretanto as aves que receberam
14% de PB em sua dieta, apresentaram o pior desempenho produtivo, quando comparado as
outras dietas (Tabela 7).

Tabela 7. Efeito dos níveis de proteína bruta sobre a ingestão de alimento, crescimento e
conversão alimentar de avestruzes jovens (Gandini et al., 1986)

Desempenho produtivo

Conversão alimentar
Nível de Peso corporal Consumo
(consumo/ganho
proteína (%)+ Final (kg) (g/dia)
peso)
14 6.4 81 2.19
16 9.4 133 1.72
18 9.6 141 1.65
20 10.0 147 1.69

+ Alfafa verde foi oferecida na proporção de 3.5% da ingestão

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