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Estrutura Conceitual

Documentos do IASB publicados para acompanhar a

Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro

A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro foi publicada em setembro de 2010.


O texto da Estrutura Conceitual está contido na Parte A desta edição. Esta parte apresenta os seguintes documentos que
acompanham:

APROVAÇÃO PELO CONSELHO DA ESTRUTURA CONCEITUAL DE 2010


BASE PARA CONCLUSÕES SOBRE OS CAPÍTULOS 1 E 3
TABELA DE CONCORDÂNCIA

Aprovação pelo Conselho da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro


emitida em setembro de 2010
A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro foi aprovada para emissão pelos quinze membros do Conselho de Normas
Internacionais de Contabilidade.
Sir David Tweedie Presidente
Stephen Cooper
Philippe Danjou
Jan Engström
Patrick Finnegan
Robert P Garnett
Gilbert Gélard
Amaro Luiz de Oliveira Gomes
Prabhakar Kalavacherla
James J Leisenring
Patricia McConnell
Warren J McGregor
John T Smith
Tatsumi Yamada
Wei-Guo Zhang

SUMÁRIO
parágrafos
BASE PARA CONCLUSÕES SOBRE O
CAPÍTULO 1: OBJETIVO DO RELATÓRIO FINANCEIRO PARA FINS GERAIS
INTRODUÇÃO BC1.1
Contexto BC1.3
Relatório financeiro para fins gerais BC1.4
Relatório financeiro da entidade que reporta BC1.8

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Estrutura Conceitual

PRINCIPAIS USUÁRIOS BC1.9


Deve haver um grupo de principais usuários? BC1.14
Por que investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais,
são considerados os principais usuários? BC1.15
Deve haver uma hierarquia de usuários? BC1.18
Necessidades de informação de outros usuários não incluídos
no grupo de principais usuários BC1.19
Necessidades de informação da administração BC1.19
Necessidades de informação de reguladores BC1.20
UTILIDADE PARA A TOMADA DE DECISÕES BC1.24
O objetivo do relatório financeiro para diferentes tipos de entidades BC1.29
INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS ECONÔMICOS,
REIVINDICAÇÕES E ALTERAÇÕES EM RECURSOS E
REIVINDICAÇÕES DE UMA ENTIDADE QUE REPORTA BC1.31
A significância de informações sobre desempenho financeiro BC1.31
Posição financeira e solvência BC1.34

Base para Conclusões sobre o


Capítulo 1: Objetivo do relatório financeiro para fins gerais

Esta Base para Conclusões acompanha, mas não faz parte do Capítulo 1.

Introdução
BC1.1 Esta Base para Conclusões resume as considerações do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade para chegar às
conclusões do Capítulo 1 – O objetivo do relatório financeiro para fins gerais. Ela inclui razões para aceitar algumas
alternativas e rejeitar outras. Os membros individuais do Conselho deram a alguns fatores peso maior que a outros.
BC1.2 O Conselho desenvolveu este capítulo juntamente com o Conselho de Normas de Contabilidade Financeira dos EUA
(FASB). Consequentemente, esta Base para Conclusões também inclui algumas referências à literatura do FASB.

Contexto
BC1.3 O Conselho iniciou o processo de desenvolver o objetivo de relatório financeiro revisando sua própria estrutura conceitual e
conceitos, bem como aqueles dos outros normatizadores. Em julho de 2006, o Conselho publicou um documento de
discussão sobre este tópico para comentários públicos. Esse mesmo documento também foi publicado pelo FASB. O
Conselho e o FASB receberam 179 respostas. Em suas novas deliberações das questões sobre este tópico, o Conselho
considerou todos os comentários recebidos e informações obtidas de outras iniciativas de divulgação. Em maio de 2008, o
Conselho e o FASB publicaram conjuntamente uma minuta de exposição. Os conselhos receberam 142 respostas. O
Conselho reconsiderou todas as questões sobre este tópico. Esse documento é o resultado dessas reconsiderações.

Relatório financeiro para fins gerais


BC1.4 Consistentemente com as responsabilidades do Conselho, a Estrutura Conceitual estabelece um objetivo de relatório
financeiro e não apenas de demonstrações financeiras. Demonstrações financeiras são uma parte central do relatório
financeiro, e a maioria das questões que o Conselho trata envolve demonstrações financeiras. Embora o alcance da
Declaração de Conceitos 1 do FASB – Objetivos do Relatório Financeiro por Empresas Comerciais fosse relatório
financeiro, as outras declarações de conceitos do FASB concentraram-se em demonstrações financeiras. O alcance da
Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação de Demonstrações Financeiras do Conselho, que foi publicada pelo
órgão antecessor do Conselho em 1989 [doravante denominada Estrutura Conceitual(1989)], tratava somente de
demonstrações financeiras. Portanto, para ambos os conselhos o alcance da Estrutura Conceitual é mais amplo.

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Estrutura Conceitual

BC1.5 Alguns constituintes sugeriram que avanços em tecnologia podem tornar o relatório financeiro para fins gerais obsoleto.
Novas tecnologias, por exemplo o uso de eXtensible Business Reporting Language (XBRL), pode tornar praticável no futuro
que entidades que reportam elaborem ou disponibilizem as informações necessárias para que diferentes usuários preparem
diferentes relatórios financeiros para atender suas necessidades de informações individuais.
BC1.6 Fornecer diferentes relatórios para diferentes usuários, ou disponibilizar todas as informações que os usuários necessitariam
para preparar seus próprios relatórios personalizados, seria dispendioso. Exigir que usuários de informações financeiras
preparem seus próprios relatórios também poderia não ser razoável porque muitos usuários necessitariam ter uma
compreensão maior de contabilidade do que eles têm atualmente. Portanto, o Conselho concluiu que por enquanto um
relatório financeiro para fins gerais ainda é o modo mais eficiente e eficaz de atender às necessidades de informações de
uma variedade de usuários.
BC1.7 No documento de discussão, o Conselho utilizou o termo relatório financeiro externo para fins gerais. Externo pretendia
transmitir que usuários internos, como por exemplo a administração, não eram os beneficiários pretendidos para relatório
financeiro para fins gerais, conforme determinado pelo Conselho. Durante as novas deliberações, o Conselho concluiu que
esse termo era redundante. Portanto, o Capítulo 1 utiliza relatório financeiro para fins gerais.

Relatório financeiro da entidade que reporta


BC1.8 Alguns respondentes da minuta de exposição afirmaram que a entidade que reporta não é separada de seus investidores em
títulos patrimoniais ou de um subconjunto desses investidores em títulos patrimoniais. Esse ponto de vista tem suas raízes
na época em que a maioria dos negócios eram firmas individuais e sociedades de pessoas administradas por seus sócios, os
quais tinham responsabilidade ilimitada pelas dívidas incorridas no curso dos negócios. Ao longo do tempo, a separação
entre os negócios e seus sócios cresceu. A grande maioria dos negócios de hoje tem substância jurídica separada da de seus
sócios em virtude de sua natureza jurídica, numerosos investidores com responsabilidade legal limitada e administradores
profissionais separados dos sócios. Consequentemente, o Conselho concluiu que os relatórios financeiros deveriam refletir
essa separação pela contabilização da entidade (e de seus recursos econômicos e reivindicações) e não de seus principais
usuários e suas participações na entidade que reporta.

Principais usuários
BC1.9 O objetivo de relatório financeiro do parágrafo OB2 refere-se a investidores, mutuantes e outros credores, existentes e
potenciais. A descrição dos principais usuários do parágrafo OB5 refere-se a investidores, mutuantes e outros credores,
existentes e potenciais, que não podem exigir que as entidades que reportam forneçam informações diretamente a eles. O
parágrafo OB10 estabelece que “reguladores e membros do público, exceto investidores, mutuantes e outros credores”
podem achar úteis as informações contidas em relatórios financeiros para fins gerais, mas indica claramente que eles não
constituem partes às quais relatórios financeiros para fins gerais são essencialmente direcionados.
BC1.10 O parágrafo 9 da Estrutura Conceitual (1989) estabelecia que os usuários incluíam “atuais e potenciais investidores,
funcionários, mutuantes, fornecedores e outros credores comerciais” (e posteriormente acrescentou consultores na
discussão das necessidades de investidores), todos os quais se pretende que sejam compreendidos pela frase do parágrafo
OB2. O parágrafo 9 da Estrutura Conceitual (1989) incluía também uma lista de outros potenciais usuários, tais como
clientes, governos e seus órgãos e o público, a qual é similar à lista do parágrafo OB10 que prevê aqueles que podem ter
interesse em relatórios financeiros mas não são os principais usuários.
BC1.11 O parágrafo 10 da Estrutura Conceitual (1989) estabelecia que “como os investidores são provedores de capital de risco
para a entidade, o fornecimento de demonstrações financeiras que atendam às suas necessidades também atenderá a maior
parte das necessidades de outros usuários que as demonstrações financeiras puderem atender”, o que podia ser interpretado
como restringindo o foco somente a investidores. Contudo, o parágrafo 12 previa expressamente que o objetivo das
demonstrações financeiras é fornecer informações “que sejam úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de
decisões econômicas”. Assim, a Estrutura Conceitual (1989) concentrava-se nas necessidades dos investidores como
representativas das necessidades de uma ampla variedade de usuários, mas não identificava expressamente um grupo de
principais usuários.
BC1.12 A Declaração de Conceitos 1 do FASB referia-se a “atuais e potenciais investidores, credores e outros usuários na tomada
de decisões racionais de investimento, crédito e similares” (parágrafo 34). Ele previa também que “os principais grupos de
investidores são os titulares de títulos patrimoniais e de títulos de dívida” e que “os principais grupos de credores são
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fornecedores de bens e serviços que estendem crédito, clientes e funcionários que possuem reivindicações, instituições de
empréstimo, mutuantes individuais e titulares de títulos de dívida” (parágrafo 35). Uma diferença em termos de ênfase em
relação à Estrutura Conceitual (1989) – que enfatizava os provedores de capital de risco – está em que a Declaração de
Conceitos 1 referia-se a “tanto aqueles que desejam segurança no investimento quanto aqueles que estão dispostos a aceitar
o risco para obter taxas de retorno mais altas” (parágrafo 35). Contudo, assim como a Estrutura Conceitual (1989), a
Declaração de Conceitos 1 previa que os termos ‘investidores’ e ‘credores’ “podem compreender também analistas e
consultores de títulos, corretores, advogados, agências reguladoras e outros que prestem consultoria ou representem os
interesses de investidores e credores ou que, de outro modo, tenham interesse no desempenho de investidores e credores”
(parágrafo 35).
BC1.13 Os parágrafos OB3, OB5 e OB10 diferem da Estrutura Conceitual (1989) e da Declaração de Conceitos 1 por duas razões
– para eliminar diferenças entre a Estrutura Conceitual e a Declaração de Conceitos 1 e para serem mais diretos ao se
concentrar em usuários que tomam decisões sobre a oferta de recursos (mas não para excluir consultores). As razões são
discutidas nos parágrafos BC1.15–BC1.24.

Deve haver um grupo de principais usuários?


BC1.14 O documento de discussão e a minuta de exposição propunham identificar um grupo de principais usuários de relatórios
financeiros. Alguns respondentes da minuta de exposição afirmaram que outros usuários que não ofereceram nem estão
considerando oferecer recursos à entidade utilizam relatórios financeiros por uma série de razões. O Conselho simpatizou
com as suas necessidades de informação, mas concluiu que, sem um grupo definido de principais usuários, a Estrutura
Conceitual arriscaria tornar-se indevidamente abstrata ou vaga.

Por que investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais, são


considerados os principais usuários?
BC1.15 Alguns respondentes do documento de discussão e da minuta de exposição sugeriram que o grupo de principais usuários
deveria se limitar a acionistas existentes ou aos acionistas majoritários da entidade controladora. Outros afirmaram que os
principais usuários deveriam ser acionistas e credores existentes e que os relatórios financeiros deveriam se concentrar em
suas necessidades.
BC1.16 As razões pelas quais o Conselho concluiu que o grupo de principais usuários deveria consistir em investidores, mutuantes
e outros credores, existentes e potenciais, de uma entidade que reporta são:
(a) Investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais, têm a necessidade mais crítica e imediata das
informações contidas nos relatórios financeiros, e muitos deles não podem exigir que a entidade lhes forneça as
informações diretamente.
(b) As responsabilidades do Conselho e do FASB exigem que eles se concentrem nas necessidades dos participantes dos
mercados de capitais, que incluem não apenas investidores existentes, mas também potenciais investidores e
mutuantes e outros credores, existentes e potenciais.
(c) É provável que informações que atendam às necessidades dos principais usuários especificados atendam às
necessidades de usuários tanto em jurisdições com um modelo de governança corporativa definido no contexto dos
acionistas quanto naquelas com um modelo de governança corporativa definido no contexto de todos os tipos de
stakeholders.
BC1.17 Alguns respondentes manifestaram o ponto de vista de que o grupo de principais usuários especificado era muito amplo e
resultaria em informações excessivas nos relatórios financeiros. Contudo, excessivas é um julgamento subjetivo. Ao
desenvolver requisitos de relatório financeiro que atendam ao objetivo do relatório financeiro, os conselhos se basearão nas
características qualitativas de informações financeiras úteis e na restrição do custo sobre tais informações a fim de prever
disciplina para evitar o fornecimento de informações excessivas.

Deve haver uma hierarquia de usuários?


BC1.18 Alguns respondentes da minuta de exposição que apoiaram a composição do grupo de principais usuários recomendaram
também que o Conselho estabelecesse uma hierarquia de principais usuários, pois investidores, mutuantes e outros credores
têm necessidades diferentes de informações. Contudo, o Conselho observou que usuários individuais podem ter
necessidades e desejos de informações que sejam diferentes e possivelmente conflitantes com aquelas de outros usuários
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que tenham o mesmo tipo de interesse na entidade que reporta. Relatórios financeiros para fins gerais destinam-se a
fornecer informações comuns a usuários, não podendo acomodar todas as solicitações de informações. O Conselho buscará
o conjunto de informações que se destine a atender as necessidades do maior número de usuários de uma forma que
apresente uma boa relação custo-benefício.

Necessidades de informação de outros usuários não incluídos no grupo de principais


usuários
Necessidades de informação da administração
BC1.19 Alguns membros questionaram a interação entre o relatório financeiro para fins gerais e as necessidades da administração.
O Conselho declarou ser provável que algumas das informações dirigidas aos principais usuários atendam algumas das
necessidades da administração, mas não todas elas. Contudo, a administração tem a capacidade de acessar informações
financeiras adicionais; consequentemente, o relatório financeiro para fins gerais não precisa ser explicitamente dirigido à
administração.

Necessidades de informação de reguladores


BC1.20 Alguns membros afirmaram que manter a estabilidade financeira nos mercados de capitais (a estabilidade da economia ou
dos sistemas financeiros de um país ou região) deveria ser um objetivo do relatório financeiro. Eles afirmaram que o
relatório financeiro deveria se concentrar nas necessidades dos reguladores e tomadores de decisões de política fiscal que
são responsáveis por manter a estabilidade financeira.
BC1.21 Outros membros se opuseram ao estabelecimento do objetivo de manter a estabilidade financeira. Eles afirmaram que
demonstrações financeiras devem apresentar a realidade econômica da entidade que reporta de forma tão imparcial quanto
possível, mas que essa apresentação não é necessariamente inconsistente com um objetivo de estabilidade financeira. Ao
apresentarem a realidade econômica, as demonstrações financeiras poderiam levar a uma tomada de decisões mais
1
informada, sustentando assim a estabilidade financeira, mesmo que esse não seja o principal objetivo.
BC1.22 Contudo, os defensores do objetivo de estabilidade financeira tinham em mente um resultado diferente. Eles não
incentivavam o Conselho a exigir que as entidades que reportam fornecessem informações a serem usadas por reguladores e
tomadores de decisões de política fiscal. Em vez disso, eles recomendaram que o Conselho considerasse as consequências
de novas normas de relatório financeiro para a estabilidade das economias e sistemas financeiros mundiais e, ao menos
eventualmente, atribuísse maior peso a esse objetivo do que às necessidades de informação de investidores, mutuantes e
outros credores.
BC1.23 O Conselho reconheceu que os interesses de investidores, mutuantes e outros credores frequentemente se sobrepõem aos
dos reguladores. Contudo, expandir o objetivo do relatório financeiro para incluir a manutenção da estabilidade financeira
poderia eventualmente criar conflitos entre os objetivos que o Conselho não está bem equipado para solucionar. Por
exemplo, alguns podem ser da opinião de que a melhor forma de manter a estabilidade financeira é exigir que as entidades
não divulguem ou adiem a divulgação de algumas mudanças nos valores de ativos ou passivos. Essa exigência muito
certamente resultaria em privar investidores, mutuantes e outros credores de informações de que eles precisam. A única
forma de evitar conflitos seria eliminar ou deixar de enfatizar o objetivo existente de fornecer informações a investidores,
mutuantes e outros credores. O Conselho concluiu que eliminar esse objetivo seria inconsistente com a sua missão
fundamental, que é atender às necessidades de informação dos participantes dos mercados de capitais. O Conselho
observou também que fornecer informações financeiras pertinentes e representadas de forma fiel pode melhorar a confiança
dos usuários nas informações e, assim, contribuir para promover a estabilidade financeira.

Utilidade para a tomada de decisões


BC1.24 As estruturas conceituais anteriores tanto do Conselho quanto do FASB concentravam-se no fornecimento de informações
que fossem úteis para a tomada de decisões econômicas como o objetivo fundamental do relatório financeiro. Essas

1
Um grupo que manifestou esse ponto de vista foi o Grupo Consultivo sobre a Crise Financeira (FCAG). O FCAG consistia em aproximadamente 20
líderes seniores com ampla experiência em mercados financeiros internacionais e interessados na transparência das informações financeiras O FCAG foi
formado em 2009 para prestar consultoria ao Conselho e ao FASB sobre as implicações da crise financeira na normatização e sobre potenciais mudanças
no ambiente regulatório global.

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estruturas estabeleciam também que informações financeiras que fossem úteis para a tomada de decisões econômicas
seriam úteis também ao avaliar como a administração havia cumprido sua responsabilidade de atuação.
BC1.25 O documento de discussão que levou ao Capítulo 1 declarava que o objetivo do relatório financeiro deveria se concentrar
em decisões de alocação de recursos. Embora a maioria dos respondentes do documento de discussão concordasse que
fornecer informações úteis para a tomada de decisões era o objetivo apropriado, eles afirmaram que investidores, mutuantes
e outros credores tomam outras decisões com o suporte de informações financeiras além de decisões de alocação de
recursos. Por exemplo, acionistas que votam a respeito da contratação de diretores ou da sua substituição e de como a
administração deve ser remunerada pelos seus serviços necessitam de informações para fundamentar suas decisões. O
processo de tomada de decisões dos acionistas pode incluir a avaliação do desempenho da administração da entidade em
comparação com a administração de entidades concorrentes em circunstâncias similares.
BC1.26 O Conselho concordou com esses respondentes e observou que, na maioria dos casos, informações concebidas para
decisões sobre a alocação de recursos também seriam úteis para a avaliação do desempenho da administração. Assim sendo,
na minuta de exposição que levou ao Capítulo 1, o Conselho propôs que o objetivo do relatório financeiro é fornecer
informações financeiras sobre a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, mutuantes e outros credores,
existentes e potenciais, na tomada de decisões em sua capacidade de provedores de capital. A minuta de exposição
descrevia também o papel que as demonstrações financeiras podem ter em dar suporte a decisões relacionadas à
administração dos recursos de uma entidade.
BC1.27 A minuta de exposição discutiu o Objetivo do Relatório Financeiro e a Utilidade para decisões em seções separadas. O
Conselho combinou essas duas seções no Capítulo 1 porque a utilidade para a tomada de decisões é o objetivo do relatório
financeiro. Consequentemente, ambas as seções tratavam dos mesmos pontos e forneciam mais detalhes que o necessário.
A combinação dessas duas seções resultou na eliminação das subseções separadas sobre a utilidade na avaliação das
perspectivas de fluxo de caixa e sobre a utilidade na avaliação da administração. O Conselho não pretendia dar a entender
que avaliar as perspectivas de fluxos de caixa futuros ou avaliar a qualidade da atuação da administração implicava em uma
avaliação mais importante que a outra. Ambas são importantes para a tomada de decisões sobre o fornecimento de recursos
a uma entidade, e informações sobre a atuação da administração também são importantes para provedores de recursos que
têm a capacidade de votar em relação aos atos da administração ou de influenciar tais atos.
BC1.28 O Conselho decidiu não utilizar o termo atuação da administração no capítulo pois haveria dificuldades em traduzi-lo para
outras línguas. Em vez disso, o Conselho descreveu o que a atuação da administração compreendia. Consequentemente, o
objetivo do relatório financeiro reconhece que os usuários tomam decisões sobre a alocação de recursos, bem como
decisões sobre se a administração fez uso eficiente e eficaz dos recursos fornecidos.

O objetivo do relatório financeiro para diferentes tipos de entidades


BC1.29 O Conselho considerou também se o objetivo do relatório financeiro para fins gerais deveria ser diferente para diferentes
tipos de entidades. As possibilidades incluem:
(a) entidades menores em relação a entidades maiores;
(b) entidades com instrumentos financeiros de dívida ou de patrimônio (negociados publicamente) em relação àquelas
sem tais instrumentos; e
(c) entidades de capital fechado em relação àquelas com participação amplamente dispersa.
BC1.30 Os usuários externos de relatório financeiro têm objetivos similares, independentemente do tipo de entidades em que
investem. Assim sendo, o Conselho concluiu que o objetivo de relatórios financeiros para fins gerais é o mesmo para todas
as entidades. Contudo, restrições do custo e diferenças de atividades entre as entidades podem, algumas vezes, levar o
Conselho a permitir ou exigir diferenças no relatório financeiro para diferentes tipos de entidades.

Informações sobre recursos de uma entidade que reporta, reivindicações contra a entidade e
alterações em recursos e reivindicações

A significância de informações sobre desempenho financeiro


BC1.31 Uma antiga afirmação de muitos membros é que o desempenho financeiro de uma entidade que reporta, tal como

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representado pelo resultado abrangente e seus componentes, é a informação mais importante . A Declaração de Conceitos 1
(parágrafo 43) afirmava que:
O foco principal do relatório financeiro é a informação sobre o desempenho de uma empresa, fornecida por medidas do resultado
abrangente e seus componentes. Investidores, credores e outros que se preocupam com a avaliação das perspectivas de fluxos de entrada de
caixa líquidos têm especial interesse nessas informações.

Por outro lado, a Estrutura Conceitual (1989) considerava informações sobre a posição financeira e o desempenho
financeiro da entidade que reporta como tendo igual importância.
BC1.32 Para serem úteis na tomada de decisões, relatórios financeiros devem fornecer informações sobre os recursos econômicos e
reivindicações de uma entidade que reporta e sobre as mudanças nos recursos econômicos e reivindicações durante um
período. Uma entidade que reporta não pode fornecer informações razoavelmente completas sobre seu desempenho
financeiro (tal como representado pelo resultado abrangente, lucros e perdas ou outros termos similares) sem identificar e
mensurar seus recursos econômicos e reivindicações. Consequentemente, o Conselho concluiu que seria inadequado
designar um tipo de informação como o foco principal do relatório financeiro.
BC1.33 Ao discutir a posição financeira de uma entidade, a minuta de exposição referia-se a recursos econômicos e reivindicações
sobre eles. O capítulo utiliza a frase recursos econômicos da entidade que reporta e reivindicações contra a entidade que
reporta (vide parágrafo OB12). A razão para a mudança é que, em muitos casos, as reivindicações contra uma entidade não
são reivindicações sobre recursos específicos. Além disso, muitas reivindicações serão satisfeitas utilizando-se recursos que
resultarão de futuros fluxos de entrada de caixa líquidos. Assim, enquanto todas as reivindicações são reivindicações contra
a entidade, nem todas são reivindicações contra os recursos existentes da entidade.

Posição financeira e solvência


BC1.34 Alguns membros sugeriram que o principal objetivo da demonstração da posição financeira deveria ser fornecer
informações que ajudassem a avaliar a solvência da entidade que reporta. A questão não é se as informações fornecidas nos
relatórios financeiros deveriam ser úteis na avaliação da solvência; claramente, elas deveriam. Avaliar a solvência é de
interesse para investidores, mutuantes e outros credores, e o objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer
informações que sejam úteis a eles na tomada de decisões.
BC1.35 Contudo, alguns sugeriram que a demonstração da posição financeira deveria ser dirigida às necessidades de informação de
mutuantes, outros credores e reguladores, possivelmente em detrimento de investidores e outros usuários. Tal prática seria
inconsistente com o objetivo de atender às necessidades comuns de informação do grupo de principais usuários. Portanto, o
Conselho rejeitou a noção de dirigir a demonstração da posição financeira (ou qualquer outra demonstração financeira
específica) às necessidades de um subconjunto específico de usuários.
BASE PARA CONCLUSÕES SOBRE O CAPÍTULO 2: A ENTIDADE QUE REPORTA
[a ser incluído]

SUMÁRIO
parágrafos
BASE PARA CONCLUSÕES SOBRE O
CAPÍTULO 3: CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE
INFORMAÇÕES FINANCEIRAS ÚTEIS
INTRODUÇÃO BC3.1
Contexto BC3.3
O OBJETIVO DO RELATÓRIO FINANCEIRO E AS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE INFORMAÇÕES
FINANCEIRAS ÚTEIS BC3.4
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS E DE MELHORIA BC3.8

2
O Pronunciamento de Conceitos 1 referia-se a lucro e seus componentes. Contudo, o Pronunciamento de Conceitos 6 do FASB – Elementos de
Demonstrações Financeiras substituiu pelo termo resultado abrangente o termo lucro. Este último termo se reserva a um componente do resultado
abrangente.

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CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS BC3.11


Pertinência BC3.11
Valor preditivo e confirmatório BC3.14
A diferença entre valor preditivo e termos estatísticos relacionados BC3.16
Relevância BC3.17
Representação fiel BC3.19
Substituição do termo confiabilidade BC3.20
Essência sobre a forma BC3.26
Prudência (conservadorismo) e neutralidade BC3.27
A representação fiel pode ser mensurada empiricamente? BC3.30
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA BC3.32
Comparabilidade BC3.32
Capacidade de verificação BC3.34
Tempestividade BC3.37
Compreensibilidade BC3.40
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS NÃO INCLUÍDAS BC3.44
AS RESTRIÇÕES DO CUSTO SOBRE RELATÓRIOS FINANCEIROS ÚTEIS BC3.47

Base para Conclusões sobre o


Capítulo 3: Características qualitativas de informações financeiras úteis
Esta Base para Conclusões acompanha, mas não faz parte do Capítulo 3.

Introdução
BC3.1 Esta Base para Conclusões resume as considerações do Conselho para chegar às conclusões do Capítulo 3 – Características
qualitativas de informações financeiras úteis. Ela inclui razões para aceitar algumas alternativas e rejeitar outras. Os
membros individuais do Conselho deram a alguns fatores peso maior que a outros.
BC3.2 O Conselho desenvolveu o capítulo juntamente com o Conselho de Normas de Contabilidade Financeira dos EUA (FASB).
Consequentemente, esta Base para Conclusões também inclui algumas referências à literatura do FASB.

Contexto
BC3.3 O Conselho iniciou o processo de desenvolver as características qualitativas de informações financeiras úteis revisando sua
própria estrutura conceitual e conceitos, bem como aqueles de outros normatizadores. Em julho de 2006, o Conselho
publicou um documento de discussão sobre este tópico para comentários públicos. Esse mesmo documento também foi
publicado pelo FASB. O Conselho e o FASB receberam 179 respostas. Em suas novas deliberações das questões sobre este
tópico, o Conselho considerou todos os comentários recebidos e informações obtidas de outras iniciativas de divulgação.
Em maio de 2008, o Conselho e o FASB publicaram conjuntamente uma minuta de exposição. Os conselhos receberam 142
respostas. O Conselho reconsiderou todas as questões. Esse documento é o resultado dessas reconsiderações.

O objetivo do relatório financeiro e as características qualitativas de informações financeiras


úteis
BC3.4 Há alternativas disponíveis para todos os aspectos de relatório financeiro, incluindo reconhecimento, baixa, mensuração,
classificação, apresentação e divulgação. Ao desenvolver normas de relatório financeiro, o Conselho escolherá a alternativa
que vai mais longe na consecução do objetivo do relatório financeiro. Para alcançar o objetivo do relatório financeiro, os
fornecedores de informações financeiras também terão de escolher entre as alternativas se não houver nenhuma norma
aplicável disponível ou se a aplicação de uma norma específica exigir julgamentos ou opções.
BC3.5 O Capítulo 1 especifica que o objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer informações financeiras sobre a
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entidade que reporta que sejam úteis para investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais, na tomada de
decisões quanto à oferta de recursos à entidade. Os tomadores de decisões nos quais esta Estrutura Conceitual se concentra
são investidores, mutuantes e outros credores, existentes e potenciais.
BC3.6 Esse objetivo por si só deixa uma grande margem para julgamento e oferece pouca orientação sobre como aplicar esse
julgamento. O Capítulo 3 descreve o primeiro passo para fazer os julgamentos necessários para a aplicação desse objetivo.
Ele identifica e descreve as características qualitativas que as informações financeiras devem ter para atingir o objetivo do
relatório financeiro. Ele discute também o custo, que é uma restrição difusa sobre o relatório financeiro.
BC3.7 Os capítulos subsequentes utilizarão as características qualitativas para ajudar a orientar escolhas sobre reconhecimento,
mensuração e demais aspectos do relatório financeiro.

Características qualitativas fundamentais e de melhoria


BC3.8 O Capítulo 3 distingue entre as características qualitativas fundamentais que são as mais críticas e as características
qualitativas de melhoria que são menos críticas mas ainda altamente desejáveis. O documento de discussão não distinguia
explicitamente entre essas características qualitativas. O Conselho fez a distinção mais tarde devido à confusão entre os
respondentes do documento de discussão sobre como as características qualitativas se relacionam umas com as outras.
BC3.9 Alguns respondentes da minuta de exposição declararam que todas as características qualitativas deveriam ser consideradas
iguais e que a distinção entre características qualitativas fundamentais e de melhoria era arbitrária. Outros afirmaram que a
característica qualitativa mais importante difere dependendo das circunstâncias; portanto, não era apropriado diferenciar
entre as características qualitativas.
BC3.10 O Conselho não concorda que a distinção seja arbitrária. Informações financeiras sem as duas características qualitativas
fundamentais de pertinência e representação fiel não são úteis, e não podem ser tornadas úteis por serem mais comparáveis,
verificáveis, tempestivas ou compreensíveis. Contudo, informações financeiras que sejam pertinentes e representadas de
forma fiel ainda podem ser úteis mesmo que não tenham nenhuma das características qualitativas de melhoria.

Características qualitativas fundamentais

Pertinência
BC3.11 É evidente que informações financeiras são úteis para a tomada de uma decisão somente se puderem fazer diferença nessa
decisão. Pertinência é o termo utilizado na Estrutura Conceitual para descrever essa capacidade. Trata-se de uma
característica qualitativa fundamental de informações financeiras úteis.
BC3.12 A definição de pertinência da Estrutura Conceitual é consistente com a definição da Declaração de Conceitos 2 do FASB –
Características Qualitativas de Informações Contábeis. A definição de pertinência da Estrutura Conceitual (1989) era a de
que informações somente são pertinentes se efetivamente fazem diferença nas decisões dos usuários. Contudo, os usuários
consideram uma série de informações de muitas fontes, sendo difícil, se não impossível, determinar até que ponto uma
decisão é afetada por informações sobre um fenômeno econômico em particular, mesmo após o fato.
BC3.13 Por outro lado, é possível determinar se a informação é capaz de fazer diferença em uma decisão (pertinência conforme
definida na Estrutura Conceitual). Um dos principais objetivos da publicação de minutas de exposição e outros documentos
do processo requerido é obter os pontos de vista dos usuários sobre se as informações que seriam exigidas por normas de
relatório financeiro propostas são capazes de fazer diferença em suas decisões. O Conselho avalia também a pertinência
reunindo-se com os usuários para discutir normas propostas, potenciais decisões de agenda, efeitos da aplicação de normas
implementadas recentemente sobre as informações apresentadas e outros assuntos.

Valor preditivo e confirmatório


BC3.14 Muitas decisões de investidores, mutuantes e outros credores baseiam-se em previsões implícitas ou explícitas sobre o valor
e a época do retorno de um investimento patrimonial, empréstimo ou outro instrumento de crédito. Consequentemente,
informações são capazes de fazer diferença em uma dessas decisões somente se ajudarem os usuários a fazer novas
previsões ou confirmarem ou corrigirem previsões corretas, ou ambos (que é a definição de valor preditivo ou
confirmatório).
BC3.15 A Estrutura Conceitual (1989) identificava valor preditivo e valor confirmatório como componentes de pertinência, e a
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Estrutura Conceitual

Declaração de Conceitos 1 referia-se a valor preditivo e valor de feedback. O Conselho concluiu que se pretendia que valor
confirmatório e valor de feedback tivessem o mesmo significado. O Conselho e o FASB concordaram que ambos os
conselhos utilizariam o mesmo termo (valor confirmatório) para evitar dar a impressão de que se pretendia que as duas
estruturas conceituais fossem diferentes.

A diferença entre valor preditivo e termos estatísticos relacionados


BC3.16 Valor preditivo, conforme utilizado na Estrutura Conceitual, não é o mesmo que previsibilidade e persistência, conforme
utilizados em estatística. Informações têm valor preditivo se podem ser utilizadas para fazer previsões sobre os possíveis
resultados de eventos passados ou atuais. Por outro lado, estatísticos utilizam previsibilidade para referir-se à precisão com
a qual é possível predizer o próximo número em uma série, e persistência para referir-se à tendência de uma série de
números em continuar a mudar da forma que mudaram no passado.

Relevância
BC3.17 A Declaração de Conceitos 2 e a Estrutura Conceitual (1989) discutiam relevância e a definiam de modo similar. A
Declaração de Conceitos 2 descrevia relevância como uma restrição sobre o relatório financeiro que somente pode ser
considerada em conjunto com as características qualitativas, em especial pertinência e representação fiel. A Estrutura
Conceitual (1989), por outro lado, discutia a relevância como um aspecto da pertinência e não indicava que a relevância
tinha uma função em relação às demais características qualitativas.
BC3.18 O documento de discussão e a minuta de exposição propunham que relevância é uma restrição difusa no relatório financeiro
pois é pertinente a todas as características qualitativas. Contudo, alguns respondentes da minuta de exposição concordaram
que, embora a relevância seja difusa, ela não constitui uma restrição sobre a capacidade da entidade que reporta de
apresentar informações. Em vez disso, a relevância é um aspecto da pertinência, pois informações irrelevantes não afetam a
decisão de um usuário. Além disso, um normatizador não considera a relevância ao desenvolver normas, pois trata-se de
uma consideração específica da entidade. Os conselhos concordaram com esses pontos de vista e concluíram que a
relevância é um aspecto da pertinência que se aplica no nível da entidade individual.

Representação fiel
BC3.19 A discussão de representação fiel do Capítulo 3 difere daquela das estruturas conceituais anteriores de duas maneiras
significativas. Primeiramente, ela utiliza o termo representação fiel em vez do termo confiabilidade. Em segundo lugar,
essência sobre a forma, prudência (conservadorismo) e capacidade de verificação, que eram aspectos de confiabilidade no
Pronunciamento de Conceitos 2 ou na Estrutura Conceitual (1989), não são considerados aspectos de representação fiel.
Essência sobre a forma e prudência foram removidos pelas razões descritas nos parágrafos BC3.26–BC3.29. Capacidade de
verificação é agora descrita como uma característica qualitativa de melhoria e não como parte desta característica
qualitativa fundamental (vide parágrafos BC3.34–BC3.36).

Substituição do termo confiabilidade


BC3.20 A Declaração de Conceitos 2 e a Estrutura Conceitual (1989) utilizavam o termo confiabilidade para descrever o que agora
é chamado de representação fiel.
BC3.21 A Declaração de Conceitos 2 relacionava fidelidade de representação, capacidade de verificação e neutralidade como
aspectos da confiabilidade e discutia a integridade como parte da fidelidade de representação.
BC3.22 A Estrutura Conceitual (1989) afirmava:
Informações possuem a qualidade de confiabilidade quando estão livres de erros relevantes e tendenciosos e quando os usuários podem se
basear nelas para representar fielmente as informações que pretendem representar ou que seria razoável esperar que representassem.

A Estrutura Conceitual (1989) discutia também essência sobre a forma, neutralidade, prudência e integridade como
aspectos da representação fiel.
BC3.23 Infelizmente, nenhuma das estruturas transmitiu claramente o significado de confiabilidade. Os comentários dos
respondentes a inúmeras normas propostas indicaram a falta de um entendimento comum do termo confiabilidade. Alguns
se concentravam em capacidade de verificação ou livre de erros relevantes, praticamente excluindo representação fiel.
Outros se concentravam mais em representação fiel, talvez combinada com neutralidade. Alguns aparentemente
acreditavam que confiabilidade referia-se basicamente a precisão.
BC3.24 Como as tentativas de explicar o que confiabilidade queria significar neste contexto se mostraram infrutíferas, o Conselho
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Estrutura Conceitual

buscou um termo diferente que transmitisse mais claramente o significado pretendido. O termo representação fiel – a
descrição fiel de fenômenos econômicos em relatórios financeiros – foi o resultado dessa busca. Esse termo abrange as
principais características que as estruturas anteriores incluíam como aspectos de confiabilidade.
BC3.25 Muitos respondentes do documento de discussão e da minuta de exposição se opuseram à decisão preliminar do Conselho
de substituir confiabilidade por representação fiel. Alguns afirmaram que o Conselho poderia ter explicado melhor o que
significa confiável, em vez de substituir o termo. Contudo, muitos respondentes que fizeram esses comentários atribuíam à
confiabilidade um significado diferente daquele pretendido pelo Conselho. Em particular, a descrição de confiabilidade de
muitos respondentes assemelhava-se mais à noção do Conselho de capacidade de verificação do que a sua noção de
confiabilidade. Esses comentários levaram o Conselho a confirmar sua decisão de substituir o termo confiabilidade por
representação fiel.

Essência sobre a forma


BC3.26 Essência sobre a forma não é considerado um componente separado de representação fiel pois isso seria redundante.
Representação fiel significa que as informações financeiras representam a essência de um fenômeno econômico e não que
representam apenas a sua forma legal. Representar uma forma legal que diferisse da essência econômica do fenômeno
econômico subjacente poderia não resultar em uma representação fiel.

Prudência (conservadorismo) e neutralidade


BC3.27 O Capítulo 3 não inclui prudência ou conservadorismo como um aspecto da representação fiel, pois incluir qualquer deles
seria inconsistente com a neutralidade. Alguns respondentes do documento de discussão e da minuta de exposição
discordaram desse ponto de vista. Eles afirmaram que a estrutura conceitual deveria incluir conservadorismo ou prudência,
ou ambos. Eles afirmaram que nem sempre se poderia presumir a parcialidade como indesejável, especialmente em
circunstâncias em que a parcialidade, em seu ponto de vista, produz informações que são mais pertinentes para alguns
usuários.
BC3.28 Refletir deliberadamente estimativas conservadoras de ativos, passivos, receita ou patrimônio tem sido algumas vezes
considerado desejável para neutralizar os efeitos de algumas estimativas da administração que têm sido vistas como
excessivamente otimistas. Contudo, mesmo com as proibições contra divulgações distorcidas deliberadas que aparecem nas
estruturas conceituais existentes, é provável que uma advertência no sentido de se adotar prudência conduza a parcialidade.
Subavaliar ativos ou superavaliar passivos em um período frequentemente leva à superavaliação do desempenho financeiro
em períodos posteriores – resultado que não pode ser descrito como prudente ou neutro.
BC3.29 Outros respondentes da minuta de exposição afirmaram que é impossível atingir neutralidade. Em seu ponto de vista,
informações pertinentes devem ter um propósito, e informações com propósito não são neutras. Em outras palavras, como o
relatório financeiro é uma ferramenta para influenciar a tomada de decisões, ele não pode ser neutro. Obviamente, espera-se
que as informações financeiras apresentadas influenciem as ações dos usuários dessas informações, e o simples fato de que
muitos usuários praticam ações similares com base nas informações apresentadas não demonstra a falta de neutralidade. O
Conselho não tenta incentivar ou prever ações específicas de usuários. Se as informações financeiras são parciais de modo a
incentivar os usuários a praticar ou evitar ações predeterminadas, essas informações não são neutras.

A representação fiel pode ser mensurada empiricamente?


BC3.30 Pesquisadores de contabilidade empírica acumularam evidências consideráveis em suporte a informações financeiras
pertinentes e representadas de forma fiel por meio de correlação com mudanças nos preços de mercado dos instrumentos de
patrimônio ou de dívida de entidades. Contudo, esses estudos não forneceram técnicas para mensurar empiricamente a
representação fiel separadamente da pertinência.
BC3.31 Ambas as estruturas conceituais anteriores discutiam a conveniência de se fornecer informações estatísticas sobre a
fidelidade de representação de uma medida financeira. Isto não seria inédito. Outras informações estatísticas são algumas
vezes refletidas em relatórios financeiros. Por exemplo, algumas entidades divulgam o valor em risco de instrumentos
financeiros derivativos e posições similares. O Conselho espera que o uso de conceitos estatísticos para relatório financeiro
em algumas situações continue a ser importante. Infelizmente, os conselhos não identificaram nenhuma forma de
quantificar a fidelidade das representações em um relatório financeiro.

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Características qualitativas de melhoria

Comparabilidade
BC3.32 Comparabilidade era um conceito importante tanto na Estrutura Conceitual (1989) quanto na Declaração de Conceitos 2,
mas as duas estruturas conceituais anteriores discordavam sobre a sua importância. A Estrutura Conceitual (1989) afirmava
3
que a comparabilidade era tão importante quanto a pertinência e a representação fiel. A Declaração de Conceitos 2
descrevia comparabilidade como uma qualidade da relação entre duas ou mais informações, a qual, embora importante, era
secundária em relação à pertinência e à representação fiel.
BC3.33 Informações pertinentes e representadas de forma fiel são mais úteis se puderem ser facilmente comparadas a informações
similares apresentadas por outras entidades e pela mesma entidade em outros períodos. Uma das razões mais importantes
para a necessidade de normas de relatório financeiro é aumentar a comparabilidade de informações financeiras
apresentadas. Contudo, mesmo que não sejam facilmente comparáveis, informações pertinentes e representadas de forma
fiel ainda são úteis. Informações comparáveis, contudo, não são úteis se não forem pertinentes e podem ser enganosas se
não forem representadas de forma fiel. Portanto, comparabilidade é considerada uma característica qualitativa de melhoria
e não uma característica qualitativa fundamental.

Capacidade de verificação
BC3.34 Informações verificáveis podem ser utilizadas com confiança. A falta de capacidade de verificação não necessariamente
torna a informação inútil, mas é provável que os usuários sejam mais cautelosos, pois há um risco maior de que a
informação não represente de forma fielmente o que pretende representar.
BC3.35 A Estrutura Conceitual (1989) não incluía explicitamente a capacidade de verificação como um aspecto da confiabilidade,
mas a Declaração de Conceitos 2 sim. Contudo, as duas estruturas conceituais não são tão diferentes quanto podem parecer,
uma vez que a definição de confiabilidade da Estrutura Conceitual (1989) continha a frase e nas quais os usuários podem
confiar, o que sugere que os usuários precisam de garantia sobre as informações.
BC3.36 O documento de discussão afirmava que as informações financeiras apresentadas deveriam ser verificáveis para assegurar
aos usuários que eram livres de erros relevantes e tendências e que se podia confiar que representavam o que pretendiam
representar. Portanto, capacidade de verificação era considerada um aspecto da representação fiel. Alguns respondentes
destacaram que incluir a capacidade de verificação como um aspecto da representação fiel poderia resultar na exclusão de
informações que não fossem facilmente verificáveis. Esses respondentes reconheceram que muitas estimativas com vistas
ao futuro que são muito importantes no fornecimento de informações financeiras pertinentes (por exemplo, fluxos de caixa
esperados, vida útil e valor de salvado) não podem ser verificadas de forma direta. Contudo, excluir informações sobre
essas estimativas tornaria os relatórios financeiros muito menos úteis. O Conselho concordou e reposicionou a capacidade
de verificação como uma característica qualitativa de melhoria, muito desejável mas não necessariamente exigida.

Tempestividade
BC3.37 A Estrutura Conceitual (1989) discutia tempestividade como uma restrição que poderia privar as informações de
pertinência. A Declaração de Conceitos 2 descrevia tempestividade como um aspecto da pertinência. Contudo, a essência
de tempestividade como discutida nas duas estruturas conceituais anteriores era basicamente a mesma.
BC3.38 O documento de discussão descrevia tempestividade como um aspecto da pertinência. Contudo, alguns respondentes
ressaltaram que tempestividade não é parte da pertinência no mesmo sentido em que o valor preditivo e confirmatório o é.
O Conselho foi persuadido de que tempestividade é diferente dos outros componentes da pertinência.
BC3.39 Tempestividade é muito desejável, mas não é tão crítico quanto a pertinência e a representação fiel. Informações
tempestivas são úteis somente se forem pertinentes e representadas de forma fiel. Por outro lado, informações pertinentes e
representadas de forma fiel ainda podem ser úteis (especialmente para fins confirmatórios), mesmo que não sejam
apresentadas de forma tão tempestiva quanto seria desejável.

3
Foi usado o termo confiabilidade em vez de representação fiel, mas pretendia-se que o significado fosse similar.

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Estrutura Conceitual

Compreensibilidade
BC3.40 Tanto a Estrutura Conceitual (1989) quanto a Declaração de Conceitos 2 incluíam compreensibilidade, característica
qualitativa que permite aos usuários compreender as informações e que, portanto, as torna mais úteis para a tomada de
decisões. Ambas as estruturas descreviam também de forma similar que, para que informações financeiras fossem
compreensíveis, os usuários deveriam ter um grau razoável de conhecimento financeiro e disposição para estudar as
informações com razoável diligência.
BC3.41 Apesar dessas discussões sobre compreensibilidade e sobre as responsabilidades dos usuários pela compreensão de
relatórios financeiros, persistem os mal-entendidos. Por exemplo, alguns manifestaram o ponto de vista de que não deveria
ser implementado um novo método contábil porque alguns usuários poderiam não compreendê-lo, ainda que o novo
método contábil resultasse em informações financeiras que fossem úteis para a tomada de decisões. Eles sugerem que a
compreensibilidade é mais importante que a pertinência.
BC3.42 Se as considerações sobre compreensibilidade fossem fundamentais, poderia ser apropriado evitar a apresentação de
informações sobre questões muito complicadas, mesmo que as informações fossem pertinentes e representadas de forma
fiel. A classificação da compreensibilidade como uma característica qualitativa de melhoria destina-se a indicar que
informações cuja compreensão seja difícil devem ser apresentadas e explicadas da forma mais clara possível.
BC3.43 Para esclarecer outro ponto frequentemente mal compreendido, a Estrutura Conceitual explica que os usuários são
responsáveis por efetivamente estudar com diligência razoável as informações financeiras apresentadas em vez de apenas
estarem dispostos a fazê-lo (que era a declaração nas estruturas conceituais anteriores). Além disso, a Estrutura Conceitual
declara que os usuários podem precisar recorrer ao auxílio de consultores para compreender fenômenos econômicos que
são particularmente complexos.

Características qualitativas não incluídas


BC3.44 Transparência, alta qualidade, consistência interna, visão verdadeira e justa ou apresentação adequada e credibilidade
foram sugeridas como características qualitativas desejáveis de informações financeiras. Contudo, transparência, alta
qualidade, consistência interna, visão verdadeira e justa ou apresentação adequada são palavras diferentes para descrever
informações que possuem as características qualitativas de relevância e fidelidade de representação melhoradas por
comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade. Credibilidade é similar, mas implica
também na confiabilidade da administração de uma entidade que reporta.
BC3.45 Partes interessadas eventualmente sugeriram outros critérios para decisões de normatização, e o Conselho, por vezes, citou
alguns desses critérios como parte da fundamentação de algumas decisões. Tais critérios incluem simplicidade,
operacionalidade, praticabilidade e aceitabilidade.
BC3.46 Esses critérios não são características qualitativas. Em vez disso, são parte da ponderação geral dos custos e benefícios de
se fornecer informações financeiras úteis. Por exemplo, um método mais simples pode ter aplicação menos custosa que um
método mais complexo. Em algumas circunstâncias, um método mais simples pode resultar em informações que sejam
essencialmente as mesmas que aquelas produzidas por um método mais complexo, mas de algum modo menos precisas.
Nessa situação, ao ponderar os custos e benefícios, um normatizador incluiria a redução na representação fiel e o aumento
no custo de implementação.

As restrições do custo sobre relatórios financeiros úteis


BC3.47 O custo é uma restrição difusa que os normatizadores, assim como os fornecedores e usuários de informações financeiras,
devem ter em mente ao considerar os benefícios de um possível novo requisito de relatório financeiro. O custo não é uma
característica qualitativa da informação. É uma característica do processo utilizado para fornecer a informação.
BC3.48 O Conselho tentou e continua a tentar desenvolver métodos mais estruturados para obter informações sobre o custo de
coleta e processamento das informações que as normas propostas exigiriam que as entidades fornecessem. O principal
método utilizado é solicitar às partes interessadas, algumas vezes formalmente (como, por exemplo, por meio de testes de
campo e questionários), que, em relação a uma proposta específica, apresentem informações sobre custos e benefícios que,
tanto quanto possível, sejam quantificadas. Essas solicitações resultaram em informações úteis e conduziram diretamente a
mudanças em requisitos propostos a fim de reduzir os custos sem reduzir significativamente os respectivos benefícios.

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Estrutura Conceitual

Tabela de Concordância

Esta tabela mostra como o conteúdo da Estrutura Conceitual (1989) e da Estrutura Conceitual 2010 se correspondem.

Estrutura Conceitual (1989) parágrafos Estrutura Conceitual 2010 parágrafos

Prefácio e Introdução parágrafos 1–5 Introdução

6–21 substituído pelo Capítulo 1

22 Não mantido

23 4.1

24–46 substituído pelo Capítulo 3

47–110 Capítulo 4

47, 48 4.2, 4.3

49–52 4.4–4.7

53–59 4.8–4.14

60–64 4.15–4.19

65–68 4.20–4.23

69–73 4.24–4.28

74–77 4.29–4.32

78–80 4.33–4.35

81 4.36

82–84 4.37–4.39

85 4.40

86–88 4.41–4.43

89, 90 4.44, 4.45

91 4.46

92, 93 4.47, 4.48

94–98 4.49–4.53

99–101 4.54–4.56

102, 103 4.57, 4.58

104–110 4.59–4.65

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