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Modelo

Pedagógico
Metodologias de Êxito da
Parte Diversificada do Currículo

Práticas Educativas
Propriedade de:

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Anotações:
Modelo
Pedagógico
Metodologias de Êxito da
Parte Diversificada do Currículo

Práticas Educativas
Olá Educador

Neste Caderno você conhecerá as Metodologias de Êxito da


Escola da Escolha, o que são, para que servem e uma introdu-
ção sobre como colocá-las em prática.

As práticas educativas deste caderno estão organizadas da


seguinte forma:

• Acolhimento
• Tutoria

Bom trabalho!
©iStock.com/fotostorm
Práticas Educativas

ACOLHIMENTO

Afinal de Contas, o que é Por meio dessa metodologia, os


o Acolhimento? estudantes terão a oportunidade de
estabelecer os primeiros vínculos, sen-
É uma metodologia desenvolvida pelo tindo-se recebidos e pertencentes à
Modelo Escola da Escolha que ob- escola desde os primeiros dias do ano
jetiva apresentar as bases do projeto letivo. É um momento também para
escolar para diferentes públicos. É a que vivenciem situações nas quais se-
porta de entrada dessa forma inovado- rão conduzidos à reflexão sobre os seus
ra de conceber a educação e de trans- sonhos e sobre as expectativas em tor-
formar a escola. Uma ação deliberada e no da sua realização, a partir do apoio
intencionada, destinada a quatro situa- deste novo tempo, nesta nova escola.
ções distintas:
Por que fazer o Acolhimento
• Acolhimento dos estudantes
dos Estudantes na escola?
• Acolhimento diário
• Acolhimento da equipe escolar Assim como todas as outras metodo-
• Acolhimento dos pais ou responsáveis logias desenvolvidas, o Acolhimento
se integra ao currículo como uma das
práticas e vivências oportunizadas pelo
E o que é o Acolhimento projeto escolar, a fim de criar as con-
dos Estudantes? dições essenciais para a realização da
sua tarefa mais importante: o Projeto
O Acolhimento é a estratégia por meio de Vida dos estudantes por meio de
da qual são apresentadas aos novos uma formação integral.
estudantes as bases do projeto es- No Acolhimento, os estudantes
colar, para que eles percebam de que iniciam as primeiras práticas como
maneira essa estrutura se colocará protagonistas em atividades cuja pro-
à disposição da construção do seu gramação é considerada o “marco
Projeto de Vida. zero” do Projeto de Vida.
6 MODELO PEDAGÓGICO
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Práticas Educativas

Perante tudo isso, é esperado que


as famílias se preocupem com o Aco-
“Na implantação do Programa,
lhimento a ser realizado nessa nova
o ICE realiza o Acolhimento dos
fase escolar. Ciente dessa realidade e
estudantes por intermédio dos de todas as mudanças que ocorrerão
Jovens Protagonistas – jovens com os estudantes na dinâmica da
egressos de escolas onde o Mode- Escola da Escolha, é preciso que a equipe
lo foi implantado e que hoje já escolar se planeje para esse momento,
se encontram em plena execu- para que todos, família e estudantes,
sintam-se acolhidos e compreendam a
ção dos seus Projeto de Vida.”
proposta do Projeto escolar.
Esse planejamento deve estar per-
É realizado pelos estudantes da meado pela presença pedagógica. Na
própria escola, sem interferência da Escola da Escolha, a Pedagogia da
equipe escolar, que os apoia nas ne- Presença deve ser vivenciada todos os
cessidades que eventualmente pos- dias, em pequenos gestos, de forma a
sam encontrar na sua execução. Seu estar presente na vida do educando de
foco principal é provocar os estudantes maneira construtiva, por um relaciona-
a refletirem sobre seus sonhos, seus mento respeitoso e de muita reciproci-
valores e o que pensam sobre o futuro dade entre ambos.
que cada um poderá construir. Essa
metodologia busca despertar o desejo O Acolhimento no início do ano letivo:
de conhecer e de fazer parte da vida marco “0” do Projeto de Vida!
do outro e da escola e a confiança no O Acolhimento é um marco na vida dos
projeto escolar. estudantes que ingressam na escola
Um aspecto muito importante a ser por demonstrar, desde os primeiros
considerado nos Anos Finais do Ensino dias do ano letivo, a importância de
Fundamental é a condição dos estudan- cada pessoa no processo de constru-
tes dos 6º anos. Por volta dos 11 anos, ção, autodesenvolvimento e de reali-
eles ingressam em um mundo cheio de zação do seu Projeto de Vida, além de
mudanças, seja do ponto de vista bio- garantir a troca de experiências e inte-
lógico, por meio das transformações gração entre todos da escola.
do corpo com a chegada da puberda- Para a escola, o Acolhimento tem
de, seja psíquico, pois estão saindo grande importância, pois é por meio
do mundo infantil e entrando na ado- dele que toda a equipe escolar tem
lescência. Nesse ritual de passagem é contato com os primeiros registros
cobrado um conjunto de adaptações dos sonhos dos estudantes, apresen-
às quais, muitas vezes, eles ainda não tados ao final das atividades. É por
estão preparados para responder. Se- meio da sistematização desses regis-
gundo Costa (2000), a adolescência tros que a escola traça as suas princi-
pode ser encarada, do ponto de vista pais metas de trabalho para o ano leti-
do desenvolvimento pessoal e social, vo, fazendo com que o projeto escolar
como uma transição da heteronomia da esteja alinhado com os projetos de vida
infância à autonomia do mundo adulto. dos estudantes.
MODELO PEDAGÓGICO 7

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Práticas Educativas

O produto do Acolhimento, alinhado Desde o Acolhimento, os estudantes


aos resultados da análise dos questioná- são estimulados a pensar sobre o pa-
rios socioeconômicos dos estudantes, pel que lhes cabe como protagonistas
apontará diretrizes importantes para de suas vidas, como agentes ativos de
o planejamento e para a execução do transformação e renovação da socie-
Plano de Ação da escola. dade, sobre a necessidade de deixar de
ser expectador da vida para ser promo-
tor das próprias ações e a se perceber
“Questionários socioeconômicos como fonte de iniciativa, de liberdade e
e de expectativas são aplicados de compromisso.
no início do ano e servem de Uma das atividades propostas e que
possibilita essa reflexão é a Oficina
referência para a definição de
“ Varal dos Sonhos ”. Nela, os estu-
estratégias no Plano de Ação.” dantes expõem seus sonhos e traçam
várias etapas numa escala, projetando
o que é preciso para a sua realização.

Quantos dos nossos


estudantes sonham?
Quantos não sonham?
Com o que sonham?

Possíveis respostas a essas perguntas ATIVIDADES


poderão ser encontradas após a siste-
matização do material proveniente do
PROPOSTAS NO
Acolhimento. Os sonhos dos estudan- ACOLHIMENTO
tes estão alinhados às expectativas
que seus pais têm em relação à escola
e ao seu futuro? São muito díspares ou Assim como as aulas de
convergentes? É possível vislumbrar Projeto de Vida, as ati-
quais ações poderão ser desenvolvidas
vidades do Acolhimento
para apoiar os pais na crença no poten-
abordam questões sobre
cial sonhador de seus filhos? Mais uma
vez, são muitos os questionamentos a construção da identi-
que esta ação demanda no sentido dade dos estudantes e
de garantir o direito ao sonho de seus do seu universo de
estudantes. valores na relação
Essas respostas, refletidas no Plano consigo mesmo, bem
de Ação da escola, serão um importan-
como estimula a refle-
te “sinalizador” para que as equipes
xão sobre a importância
escolares se mobilizem e organizem
as metodologias do Modelo, tendo de ter planos e sonhar.
em vista o foco no jovem e no seu Pro-
jeto de Vida.
8 MODELO PEDAGÓGICO
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PLANEJAMENTO
Uma questão de máxima importân-
DO ACOLHIMENTO cia para o Acolhimento é identificar se
nas turmas haverá estudantes com
“O detalhamento sobre as atividades alguma deficiência. Nesse caso, as
desenvolvidas durante o Acolhi- especificidades e necessidades des-
ses estudantes devem ser levadas em
mento, bem como todo o material
conta durante o planejamento do Aco-
necessário, encontra-se na Cartilha
lhimento para que, verdadeiramente,
do Acolhimento - material encami- todos participem da ação. Presença de
nhado à equipe da Secretaria de intérprete de libras para o dia e horário
Educação durante o planejamento em que um estudante com deficiência
da implantação o Programa.” auditiva estiver participando da ação,
material em braille para estudantes
O Acolhimento realizado no pri- com deficiência visual, consideração
meiro ano de funcionamento da es- da presença do cuidador durante o
cola e de implantação do Programa é Acolhimento são exemplos de atitudes
executado por Jovens Protagonistas, que garantirão a plena participação e
egressos de escolas que já operam no protagonismo de todos os educandos.
Modelo Escola da Escolha, sob a coor- Para tanto, os profissionais da esco-
denação do ICE. la que conhecem o tema da deficiência
A partir do ano seguinte, o Acolhi- (professores de sala de recursos, pro-
mento dos novos estudantes será rea- fessores de atendimento educacional
lizado pelos próprios estudantes da es- especializado, professores itinerantes
cola (9º anos) e estudantes que tenham ou outros profissionais da própria equi-
concluído no ano anterior, replicando pe escolar ou de apoio da Secretaria
o conceito de corresponsabilidade e de Educação, por exemplo) devem
exercitando diversas competências orientar os Jovens Protagonistas, ofe-
importantíssimas como planejamento, recendo informações básicas de como
capacidade de execução, resolução de proceder junto a esses estudantes e se
problemas etc. colocando à disposição, caso seja ne-
A seleção, tanto dos atuais estudan- cessário algum apoio durante a ação
tes como dos egressos (ainda estu- de Acolhimento.
dantes), deve considerar aqueles
que, ao longo de sua experiência esco-
lar, desenvolveram algumas competên- “É preciso apostar nos jovens!
cias cognitivas, pessoais e sociais que Orientá-los adequadamente e
os colocam na posição de protagonis- investir na sua ação protagonista.
tas na experiência escolar como, por Porém, sabe-se que algumas pessoas
exemplo, bom relacionamento com
com deficiência podem, durante
os colegas e equipe escolar, efetiva
a ação, necessitar de apoios para
participação nas atividades propostas
e executadas pela escola, bons resulta- os quais os jovens que realizam
dos tanto acadêmicos como comporta- o Acolhimento não dispõem de
mentais, entre outros. repertório. Por isso, recomendamos
que esses profissionais estejam de
sobreaviso para apoiar os Jovens
Protagonistas caso necessário.”
MODELO PEDAGÓGICO 9

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Práticas Educativas

(...) Educar é criar espaços. Essa afir- Durante o Acolhimento, a participa-


mação nos remete à visão do educador ção da equipe escolar consiste exclu-
como criador de condições para que sivamente em fornecer apoio relativo
a educação aconteça. Criar espaços, aos espaços, materiais, condições de
nesse sentido, não é apenas a atuação acessibilidade física e atitudinal, se for
do educador na escolha e estruturação necessário, além de recursos físicos.
do lugar em que o processo educati- Não atua, portanto, na execução e nem
vo vai se desenvolver. Criar espaços na definição dos trabalhos.
é criar acontecimentos. É articular O Acolhimento é encerrado com as
espaço, tempo, coisas e pessoas para apresentações dos estudantes, atra-
produzir momentos que possibilitem vés das estratégias definidas por eles
ao educando ir, cada vez mais, assu- próprios (dramatizações, coreografias
mindo-se como sujeito, ou seja, como etc), comunicam suas mensagens para
fonte de iniciativa, responsabilidade toda a equipe escolar como declaração
e compromisso (...). de confiança de que contam com todos
– Antônio Carlos Gomes da Costa. para realizarem os seus sonhos.

O QUE É O QUE NÃO É


• Estudantes e jovens protagonistas • Atividade recreativa para entreteni-
integrados em todas as atividades mento dos estudantes.
propostas, contribuindo para a instalação • Interferência da equipe escolar no
de um clima escolar harmonioso e de desenvolvimento das atividades
trocas de experiências. dos Jovens Protagonistas durante
• Sentimento de pertencimento dos o Acolhimento.
estudantes em relação à escola desde • O impedimento dos espaços e
os primeiros dias do ano letivo e recursos necessários para a
confiança no apoio oferecido pela realização das atividades.
equipe escolar na construção de • A desvalorização da experiência e
seus Projetos de Vida. capacidade dos Jovens Protagonistas
• Apoio da equipe escolar em todas na liderança dos estudantes.
as direções para assegurar o sucesso • A ausência de estímulo e motivação
das atividades. para a idealização do futuro e das
• Incentivo à participação dos estu- perspectivas positivas a respeito dele.
dantes nas atividades desenvolvidas, • A imposição da participação de todos
respeitando suas possibilidades os estudantes nas apresentações de
de engajamento. Culminância do Acolhimento.
• Ter como foco de todas as ações
do Acolhimento os estudantes e seus
Projetos de Vida.
• Valorização e respeito a todas as
formas de expressão dos estudantes
sobre seus sonhos.
10 MODELO PEDAGÓGICO
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ACOLHIMENTO DIÁRIO DOS ESTUDANTES

Os conceitos subjacentes ao Acolhi- tamentos, a percepção de que algum


mento se estendem do início do ano estudante chegou de forma diferente
letivo para o cotidiano escolar. O do trivial para a jornada escolar. O
Acolhimento Diário deve ser realizado compartilhamento desse olhar sobre o
de forma planejada, intencional e estudante, de modo que ele possa real-
fundamentado nos princípios da Peda- mente ser visto em sua interdimensio-
gogia da Presença. nalidade, fará com que essa informa-
O Acolhimento Diário deve ser en- ção circule de forma ética pela equipe
tendido como algo além do ato de re- escolar de modo que seu tutor possa se
ceber os estudantes. É, para muitos, a aproximar, acolher o estudante e exer-
primeira oportunidade da escola come- cer a esperada e necessária presença
çar a fazer sentido e de ser o lugar onde pedagógica, capaz de proporcionar um
finalmente ele é reconhecido, visto, dia de aula mais tranquilo e produtivo
ouvido, respeitado e acolhido. ou a tomada de novos encaminhamen-
Trata-se daquele momento em que tos, se for o caso.
a equipe escolar, responsabiliza-se Essa primeira hora do dia servirá
pelo acompanhamento da chegada dos para afinar a comunicação entre todos
estudantes. É o momento da primei- da equipe escolar, sendo que o foco
ra troca do dia, de pequenos, porém é esse “bem vindo”, comunicado por
fundamentais gestos: o sorriso que palavras e gestos.
acolhe, o bom dia verdadeiro, a busca O Acolhimento Diário também é
pela compreensão de possíveis embo- momento de “recados” da gestão
escolar ou dos educadores, em geral.
Nele, ocorrem as celebrações das con-
quistas dos estudantes ou da equipe de
educadores por algum resultado alcan-
çado. Também é momento para refle-
xão coletiva sobre algum episódio que
necessite da consideração por parte
de todos.
O ambiente escolar é alimentado
pelo envolvimento dos estudantes, que
podem ser responsáveis pela “sono-
rização do dia” por meio das músicas,
da leitura de mensagens, cantos, ou seja,
aqueles devem ser envolvidos no plane-
jamento e execução da acolhida diária.
MODELO PEDAGÓGICO 11

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ACOLHIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR

O Acolhimento da equipe escolar é uma metodologia executada pelos pró-


prios estudantes e/ou Jovens Protagonistas com o objetivo de sensibili-
zá-la frente aos novos desafios de ver, sentir e cuidar do estudante, a partir de
novas perspectivas conceituais e práticas trazidas pelo Modelo da Escola da
Escolha. É realizado durante um dia, na própria escola, e deve ter a presença de
toda a equipe escolar: professores e demais profissionais.

Por que realizar o Acolhimento posturas de seus educadores no exer-


cício de suas funções, sempre na pers-
da Equipe Escolar?
pectiva de serem influências constru-
tivas na vida dos seus estudantes.
O Acolhimento cria espaços para a
reflexão da equipe escolar sobre a ne- E como o Acolhimento da equi-
cessidade e as oportunidades educa-
pe escolar acontece na escola?
tivas que atendam às expectativas de
desenvolvimento dos estudantes.
É no Acolhimento que todos os in- O Acolhimento estabelece um “elo” en-
tegrantes da equipe escolar falam so- tre os educadores, os estudantes e a es-
bre suas experiências profissionais e cola. É por ele que toda a equipe escolar
expectativas diante dos desafios do pactua, junto aos Jovens Protagonistas,
Modelo Escola da Escolha, refletindo o compromisso com a formação e cons-
sobre a necessidade de não apenas trução dos Projetos de Vida dos estu-
compreenderem do que se trata o Mo- dantes. Assim como no Acolhimento
delo, mas efetivamente refletindo so- dos Estudantes, a partir do segundo ano
bre aceitá-lo, assumindo a correspon- de funcionamento da escola, o Acolhi-
sabilidade pela sua execução. mento dos Educadores é realizado por
O Acolhimento da equipe escolar é, uma equipe composta pelos estudantes
portanto, um espaço para refletir e ex- da escola (9º ano) e estudantes que o
plicitar a imprescindibilidade de novas tenham concluído o ano anterior.

O QUE É O QUE NÃO É


• Momento de integração da equipe • Reunião para informes gerais
escolar a favor do novo projeto escolar. sobre a escola.
• Momento de reflexão sobre a impor- • Momento para discussão sobre as
tância de estarem ali, envolvidos dificuldades de trabalho ou problemas
e comprometidos com a realização da educação em geral.
dos Projetos de Vida dos estudantes
e sobre os mecanismos necessários
para sua contribuição, no plano
coletivo e individual.
12 MODELO PEDAGÓGICO
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ACOLHIMENTO DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS

É uma metodologia que tem como obje- tas, sobre a importância de apoiar os
tivo orientar as famílias e sensibilizá-las estudantes na construção dos seus
em torno dos mecanismos de apoio e Projetos de Vida, provendo as condi-
acompanhamento do Projeto de Vida ções necessárias para isso. Ou seja,
dos estudantes. o acolhimento permite que os pais e
A ação de acolher os pais tem dois responsáveis desenvolvam ações/
objetivos principais: apresentar o pro- estratégias que contribuam para a
jeto escolar e refletir, por meio da formação dos estudantes em todas as
experiência de Jovens Protagonis- suas dimensões.

Por que fazer o Acolhimento dos pais ou responsáveis na escola?

Partimos do pressuposto que é impor- Assim como a escola, a família pos-


tante que pais e responsáveis conhe- sui um contexto de conhecimentos,
çam o projeto escolar para que possam atividades, regras e valores apren-
oferecer apoio necessário ao pleno didos pelos estudantes. Por isso, é
desenvolvimento do estudante. A família importante que cada uma das partes
viabiliza e potencializa a aprendizagem tenha clareza sobre as suas funções
dos estudantes quando entende os no processo de desenvolvimento dos
objetivos educativos da escola e se tor- estudantes. O pais não realizam as
na sua parceira. tarefas e nem os estudos dos seus
É fundamental orientar os pais e res- filhos, mas criam condições para
ponsáveis sobre como podem prover que eles os façam, os estimulam e
meios, estimular e orientar estudantes demonstram interesse pelas suas rea-
no estabelecimento de sua rotina e con- lizações e conquistas, bem como pre-
dições de estudos. Ter apoio da família é ocupações pelas suas dificuldades.
imprecindível e isso não significa trans-
ferir para os pais e/ou responsáveis as
tarefas inerentes à escola. Há muitas Além do Acolhimento, há outras
maneiras de apoiá-los e não são neces- formas de interação da escola junto
sários recursos para isso se conside- aos pais/responsáveis, por exemplo,
rarmos, por exemplo, que os filhos não
Culminância das Disciplinas Eletivas,
faltem às aulas nem cheguem atrasados
festas culturais, datas comemorativas,
por que dormiram em horário inadequa-
do; que não deixem de realizar seus es- reuniões bimestrais, associação de pais,
tudos por que priorizaram as brincadei- estudantes e mestres etc. Cabe à escola
ras ou porque foram mobilizados para oportunizar espaços para a participação
executar as tarefas domésticas. das famílias e criar as condições para o
seu engajamento, estabelecendo relações
de qualidade nessa convivência.
MODELO PEDAGÓGICO 13

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Práticas Educativas

E como o Acolhimento Da mesma forma que no Acolhi-


mento dos Estudantes e das Equipes
dos pais ou responsáveis
Escolares, a partir do segundo ano
acontece na escola? de funcionamento da escola, o Aco-
lhimento dos Pais ou Responsáveis
O Acolhimento dos pais e responsáveis é realizado por uma equipe (Equipe
acontece, geralmente, no turno da noi- de Jovens Protagonistas) composta
te e tem duração máxima de 2 horas. pelos próprios estudantes da esco-
Por meio de slides e vídeos, os Jovens la (9º ano) e estudantes que tenham
Protagonistas apresentam às famílias, concluído o ano anterior.
aos professores e aos funcionários da
escola suas experiências de vida como
jovens egressos de escolas que ope- É preciso, também,
ram do Modelo da Escola da Escolha e a avaliar a presença
forma como foram apoiados pelos seus de pais de estudantes
pais e famílias em geral. Muitos relatam
com deficiência na
que encontraram em casa o estímulo
escola e buscar adaptar/
necessário para continuar os estudos
e construir seus projetos ou descrevem acessibilizar a atividade
um pouco do que precisaram vencer da mesma forma pro-
para não deixar que seus sonhos e posta para os estudantes
estudos fossem interrompidos. sem deficiência. Tal
O Acolhimento é encerrado com a atitude revela zelo,
distribuição de uma cartilha intitulada:
cuidado e empatia no
Pais, escola e filhos, dez atitudes que
favorecem o sucesso dos filhos na sala
que se refere à presença
de aula e na vida, elaborada por Antônio desses pais na escola.
Carlos Gomes da Costa.

O QUE É O QUE NÃO É


• Momento de compartilhamento da • Momento para questionamentos
visão e missão da escola. Estratégia acerca dos problemas dos pais no
para estimular o engajamento dos pais processo educacional dos filhos ou
e responsáveis no seu desenvolvimento. da própria organização familiar.
• Oportunidade para os pais e respon- • Oportunidade para os pais criarem
sáveis conhecerem outras maneiras situações de ingerência sobre
de apoiar os seus filhos. o projeto escolar.
14 MODELO PEDAGÓGICO
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TUTORIA
Afinal de contas, o que é Tutoria?

De acordo com a literatura, usa-se a ferem pensar, um dom, uma caracte-


palavra tutoria para intervenções tão rística pessoal intransferível, algo pro-
diversas quanto exercer tutela, ampa- fundo e incomunicável. Ao contrário, é
rar, proteger, monitorar, supervisionar, uma aptidão possível de ser aprendida
dirigir, representar, governar, orientar, desde que haja, da parte de quem se
incentivar, educar, ensinar, dar aulas propõe a aprender, disposição interior,
particulares... Um ponto, porém, é co- abertura, sensibilidade e compromisso.
mum a todas essas acepções: a palavra Tutoria e Pedagogia da Presença
tutoria se refere a uma situação de in- são pares indissociáveis no Modelo
teração, em que uma pessoa dá apoio Escola da Escolha. Tutoria é um
a outra para tornar possível que ela método para realizar uma interação
desenvolva e/ou ponha em ação algum pedagógica em que o educador (tutor)
direito, dever, conhecimento, compe- acompanha e se comunica com os estu-
tência ou habilidade. dantes de forma sistemática, planejan-
Segundo Antônio Carlos Gomes da do seu desenvolvimento e avaliando a
Costa, a capacidade de se fazer presen- eficiência de suas orientações de modo
te na realidade do educando de forma a resolver problemas que possam ocor-
construtiva não é, como muitos pre- rer durante o processo educativo.
MODELO PEDAGÓGICO 15

Metodologias de Êxito da Parte Diversificada do Currículo


Práticas Educativas

Intuição e Tutoria: na orientação do currículo e na partici-


o que isso tem a ver? pação ativa na vida escolar. Faz parte
de suas atribuições interagir com outros
educadores que trabalham com o gru-
As palavras “intuição” e “tutoria” nas- po, fornecendo-lhes as informações
ceram da mesma semente (ou raiz, necessárias sobre cada estudante,
como diz a gramática): a palavra latina assim como com as famílias. Numa
tueri, que significa olhar, vigiar. Intueri, situação ideal, o tutor é chamado a par-
de onde vem o verbo intuir, é “olhar ticipar e a se manifestar em tudo o que
para, considerar, avaliar”. Tutore, que diz respeito a esse grupo. Com relação
originou tutor, é “guarda defensor, ao contato com os pais/responsáveis,
protetor”. Também é “aquele que tem um papel de mediação na troca
ampara e protege”, assim como os de informações entre eles e a escola e
“tutores” usados em agricultura – de incentivar e favorecer a participa-
estacas ou varas cravadas no chão para ção familiar nos processos de decisão
dar apoio, amparo e orientação a plan- do educando.
tas com caules muito frágeis e flexíveis. Tutorias técnicas: a equipe ges-
tora atribui a um docente, que não é
Os tipos de Tutoria tutor de um grupo, responsabilidades
Tutoria individual: o educador/ como coordenação de experiências
tutor procura conhecer a situação de pedagógicas, atividades de formação
cada estudante/tutorado e ajudá-lo permanente, reforço de planos de ação
pessoalmente. Essa ajuda envolve de Tutoria, organização e manutenção
orientação no planejamento e na exe- de laboratórios, bibliotecas, recursos
cução de tarefas, na escolha de estudos audiovisuais e outros.
e profissões, segundo suas capacida- Tutoria da diversidade: esse é um
des e interesses. A tutoria individual dos maiores desafios da educação
tem forte potencial de impacto positivo atual, em razão da pluralidade presente
sobre a autoestima do estudante e sua no ambiente educativo. A ênfase está
percepção de si mesmo. Consequente- nos dispositivos de comunicação e
mente, o educando tenderá a respon- métodos pedagógicos, ajudas e méto-
der com mais independência, autono- dos de aprofundamento. Na Tutoria da
mia, responsabilidade, disposição para diversidade, é preciso levar em consi-
enfrentar desafios, maior tolerância a deração que não existe uma pedago-
frustrações e segurança. A Tutoria indi- gia do estudante médio ou “padrão”: é
vidual favorece e reforça o Protagonismo. indispensável considerar cada educando
Tutoria de grupo: o educador/ em seu ritmo, estilos de aprendizagem e
tutor trabalha com um grupo de edu- em suas potencialidades, necessida-
candos (em geral, a classe), ajudá-os des e capacidades.
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Quando falamos de diversidade é estudantes e assistir a filmes que dis-


necessário recortarmos a presença cutam o tema da diversidade. A incor-
dos estudantes com deficiência nas poração desse tema ao currículo es-
escolas. Esses meninos e meninas colar pode contribuir para o apren-
ainda são invisíveis nos sistemas edu- dizado dos estudantes e também
cacionais. Para esse grupo, a Tutoria para construção de sua cidadania.
deve considerar estratégias e ações
a serem feitas “com” os estudantes e Ao discutir temas como o da acessi-
não “para” os estudantes. Essa pos- bilidade física nas cidades (melhoria
tura do tutor (e de todos na escola) das calçadas, necessidade de ram-
contribuirá para que os estudantes pas, respeito às vagas de estaciona-
com deficiência também sejam pro- mento reservadas etc.), o professor
tagonistas de suas histórias. contribui para uma maior consciên-
cia sobre o tema, quebra preconcei-
Seus estudantes conhecem o tema tos e traz informações sobre a defi-
da diversidade? ciência. A diversidade é um assunto
Recomenda-se trabalhar em sala muito amplo e abrange a deficiência,
de aula com histórias infantis, usar a pobreza, as questões raciais e ou-
músicas e brincadeiras da região, tras. É preciso trabalhar todos es-
encenar peças teatrais com seus ses aspectos com os estudantes.
MODELO PEDAGÓGICO 17

Metodologias de Êxito da Parte Diversificada do Currículo


Práticas Educativas

Tutoria empresarial: este tipo de Barudy (psiquiatra chileno especializado


Tutoria ocorre dentro da dinâmica organi- em resiliência), os educadores podem as-
zacional, na qual, em geral, é chamada sumir o papel de “tutores de resiliência”
mentoring. Quando funciona da ma- e atuar como pessoas capazes de inte-
neira esperada, permite reconhecer, grar e otimizar o desenvolvimento dos
prestigiar, potencializar e disponibilizar estudantes, apesar dos eventuais trau-
a sabedoria que um profissional acu- mas ou condições de vida difíceis por
mulou ao longo do tempo, com base eles enfrentados.
numa relação de confiança mútua.
Os efeitos podem ser muito positivos
para o desenvolvimento do profissional
que é tutorado e também para o clima
da organização. Por que desenvolver
Tutoria intercultural: o incremento Tutoria na escola?
das migrações e dos deslocamentos
favorecidos pela globalização ou pro- A Tutoria é adequada a qualquer nível
vocados por conflitos e catástrofes na- de ensino, pois o tutor é quem assu-
turais resultou em um aumento signi- me a sua condução como articulador
ficativo de grupos sociais minoritários do trabalho pedagógico. Todo profes-
em muitos países e regiões. No âmbi- sor tem ou deveria ter algo de tutor. O
to da educação, essa modalidade de próprio estudante pode exercer uma
Tutoria se mostrou uma das iniciativas função tutorial, com acompanhamento
mais adequadas para facilitar a integra- e supervisão do professor. É o que ocorre,
ção social e cultural, favorecer relações por exemplo, quando o professor con-
entre diferentes etnias, evitar conflitos ta com a ajuda de estudantes-tutores
entre maiorias e minorias, combater a para apoiar o ensino formal. Nas
segregação e tornar o ensino universi- universidades e em aulas de comple-
tário mais igualitário. mentação de atividades ou em labora-
Tutoria em EAD: na educação a tórios, a presença do tutor-estudante é
distância (EAD), que, graças à Internet comum. O estudante que se encontra
e ao desenvolvimento de novas ferra- em nível mais avançado auxilia os nova-
mentas de informação e comunicação, tos, esclarecendo dúvidas e reforçando
hoje abarca todos os níveis de forma- a aprendizagem.
ção e se desenvolve cada vez mais no No Modelo da Escola da Escolha, a
Brasil e no mundo todo, um tutor pode tutoria acadêmica, com características
acompanhar o desenvolvimento e a de monitoria, tanto ocorre nos Anos
aprendizagem de cada estudante e lhe Finais do Ensino Fundamenal quan-
dar um retorno pertinente em termos to no Ensino Médio. É um exercício de
de orientação, estímulo e percepção a protagonismo juvenil, no qual o estu-
partir do que dele recebe. dante é parte da solução do problema
Tutoria de resiliência: a escola do seu colega, porque naquele mo-
pode proporcionar uma barreira mento domina um conhecimento que o
de proteção para os estudantes em outro ainda não domina e se coloca à
contextos vulneráveis. Na visão de sua disposição para ajudá-lo.
18 MODELO PEDAGÓGICO
Metodologias de Êxito da Parte Diversificada do Currículo
Práticas Educativas

Mas o trabalho de Tutoria é muito


mais amplo do que a busca de melho-
res resultados escolares e o apoio para “Entretanto, o avanço da luta
alcançá-los. Como autêntico apoio na
das pessoas com deficiência no
construção do Projeto de Vida do estu-
mundo todo evidenciaram que
dante, cabe ao professor/tutor auxiliá-lo
a descobrir as direções que quer tomar essa não é a melhor forma de se
e a fazer o necessário para concreti- referir a esse grupo populacional,
zar suas intenções em cada etapa de a maior minoria do mundo.
seu desenvolvimento. A Tutoria torna O Brasil, signatário da Convenção
possível ao estudante ampliar a visão Internacional dos Direitos da Pessoa
que tem de si mesmo, do mundo, das
com Deficiência, passou a adotar
oportunidades, das estratégias e pos-
sibilidades para tomar em suas mãos
o termo ‘pessoa com deficiência’
sua própria vida. No Modelo Escola da ao se referir a esse contingente da
Escolha, o estudante dos Anos Finais população. ‘Necessidades especiais’
do Ensino Fundamental registra essas todos e qualquer um de nós tem/
descobertas no Diário de Vivências. teve ou mesmo poderá vir a ter em
algum momento da vida, porém,
características singulares que
Os pontos nos iii sobre advindas da presença de uma
“educação especial” deficiência e constitutivas da
e “necessidades especiais” identidade do sujeito é algo bem
diferente disso. É exatamente isso
Segundo o Relatório Warnock, publi- que deve ser levado em conta ao se
cado em Londres em 1978, 20% dos
trabalhar com essas singularidades
jovens em algum momento de sua vida
escolar têm necessidade de educação
em qualquer ação educacional,
especial. O conceito de necessidade inclusive na ação tutorial.”
de educação especial foi adotado pela
Unesco em 1994 e é bastante amplo. minorias culturais ou étnicas, os des-
Seu grande mérito é se afastar das favorecidos ou marginais, os que apre-
noções exclusivamente centradas em sentam problemas de conduta ou de
deficiência e recuperação, passando ordem emocional).
a englobar todas as crianças e jovens Essa abrangência mostra que as
cujas necessidades envolvem deficiência dificuldades decorrentes do desen-
ou dificuldades de aprendizagem de volvimento na adolescência também
qualquer natureza (os menores em si- justificam um trabalho “especial”. É
tuação de desvantagem, os chamados nesse contexto que a Tutoria se revela
superdotados, os moradores de rua ou especialmente adequada e coerente.
em situação de risco, os menores que E. Erikson, em seu livro Identidade,
trabalham, os que pertencem a grupos juventude e crise (1968), destaca como
nômades ou populações remotas, as as duas principais tarefas evolutivas
MODELO PEDAGÓGICO 19

Metodologias de Êxito da Parte Diversificada do Currículo


Práticas Educativas

da adolescência na busca de integra- O modelo adotado deverá ser


ção do eu: a formulação de perguntas objeto de discussão e definição em
sobre si mesmo e sua relação com os virtude das condições existentes, ou
outros e o desenvolvimento de relações seja, se será adotado o modelo de um
satisfatórias com seus pares, temas Tutor para determinado número de es-
fundamentais que atravessam todo o tudantes, de um Tutor para cada turma
processo de construção do Projeto de ou ainda se a Tutoria ocorrerá entre
Vida do estudante. aqueles que desejarem ser tutorados e
os que desejarem ser tutores.
E como desenvolver Tutoria? Para qual quer que seja a defini-
ção, é fundamental assegurar que os
A estratégia de Tutoria adotada no estudantes tenham a liberdade de fa-
Modelo Escola da Escolha é um método zer a escolha sobre aquele que será o
para efetivar uma interação pedagógi- seu tutor.
ca. Tutores acompanham e se comu-
nicam com seus estudantes de forma Perfil do tutor
sistemática, planejando o seu desen-
volvimento e avaliando a eficiência de O especialista em Recursos Humanos,
suas orientações com vistas ao desen- Jair Moggi, considera que a Tutoria,
volvimento do Projeto de Vida, nos âm- pode ser descrita como uma ativida-
bitos pessoal, acadêmico e produtivo. de próxima à do professor: um bom
A depender da estrutura adotada professor é alguém reconhecido pela
pela Secretaria de Educação, a Tutoria comunidade como uma pessoa com
será adequada para o modelo que me- conhecimentos, habilidades e atitudes
lhor responder às suas condições. coerentes e diferenciadas numa deter-
Operacionalmente, a Tutoria não minada área. Logo em seguida, o tutor/
demanda tempo específico definido mentor que é quase um professor, é
na matriz curricular da escola e pode comparado a um mestre: quando uma
ser realizada em diversos momentos pessoa tem necessidade de aprender
em que haja disponibilidade do tutor ou se desenvolver, procura um mestre,
e necessidade do tutorado. Isso signi- procura alguém com um passado irrefu-
fica que a ação tutorial pode ser ajus- tável, apaixonado pelo que faz, que sou-
tada em virtude dos horários possíveis be transformar seus conhecimentos e
e das demandas existentes, podendo experiências em sabedoria e que esteja
ocorrer, por exemplo, mediante con- disposto a compartilhar tudo isso.
cordância das partes antes do início E o que caracteriza, então, um tutor
das aulas, no horário do intervalo, ou mentor? Para Moggi, é:
após o almoço (e mesmo durante) e • alguém que tem disponibilidade
após o final das aulas. para servir;
• alguém desprendido, que tem
genuíno interesse em ver o próximo
atingir seus objetivos.
São pessoas que conseguem co-
locar os outros à vontade, a partir de
20 MODELO PEDAGÓGICO
Metodologias de Êxito da Parte Diversificada do Currículo
Práticas Educativas

uma relação de confiança mútua e de Finalidades da Tutoria


afinidade com foco na ampliação da junto ao estudante e
consciência das pessoas com as quais ao seu Projeto de Vida
interage, numa relação caracterizada
pelo ‘mestre que caminha ao lado do A oferta de Tutoria junto ao estudante
aprendiz’ e não pelo ‘mestre que fica o apoiará nas seguintes dimensões:
no alto da cátedra’.” Orientação pessoal: para propor-
cionar ao educando uma formação
integral e facilitar seu autoconheci-
As qualidades de um Tutor
mento, sua adaptação e a tomada de
Arnaiz sintetiza em três tipos as quali- decisões, apoiando e orientando as
dades que um tutor deve ter: mudanças advindas da evolução do seu
Qualidades humanas (o ser do tutor): Projeto de Vida.
empatia, maturidade intelectual e afe- Orientação escolar ou acadêmica:
tiva, sociabilidade, responsabilidade e para ajudar o educando a superar suas
capacidade de aceitação. dificuldades quanto a hábitos e méto-
Qualidades científicas (o saber do tu- dos de estudo, integração com o grupo,
tor): conhecimento da maneira de ser mediação junto aos professores etc.
do estudante e dos elementos pedagó- Orientação profissional: para aju-
gicos que tornam possível conhecê-lo e dar o educando a conhecer melhor
ajudá-lo. a si mesmo e as opções de estudos e
Qualidades técnicas (o saber fazer oportunidades existentes no âmbito
do tutor): capacidade de trabalhar profissional; para favorecer escolhas
com eficácia e em equipe, participando acadêmicas e profissionais coerentes
de projetos e programas estabelecidos com sua personalidade, suas aptidões
de comum acordo para a formação dos e seus interesses.
estudantes.
Esse conjunto de qualidades parece
O exercício do Tutor
suficientemente abrangente e aberto
para que se perceba que não se trata Elementos fundamentais para o exer-
de algo irrealizável. cício do Tutor, segundo Polly Lowe,
com estudantes adolescentes da faixa
etária que corresponde aos Anos Finais
O papel de tutor do Ensino Fundamental e ao Ensino
Entre as inúmeras definições do papel Médio:
do Tutor e da Tutoria encontradas na • criação de um ambiente tutorial orga-
literatura especializada nos parece nizado, que possibilite que a aprendiza-
especialmente clara e suficientemente gem aconteça;
abrangente para ser usada como refe- • uso de várias estratégias de observa-
rência a que nos inspira Arnaiz: ção para acompanhamento e monito-
“Tutor é um orientador da aprendi- ração dos estudantes;
zagem, dinamizador da vida socioafe- • identificação de necessidades;
tiva do grupo-classe e orientador pes- • registro de realizações e progressos;
soal, escolar e profissional dos alunos.” • registro e comparação de informações
MODELO PEDAGÓGICO 21

Metodologias de Êxito da Parte Diversificada do Currículo


Práticas Educativas

relevantes sobre os estudantes; Tutoria, mais possibilidades há de que


• tradução das solicitações externas o efeito-tutor se manifeste. Já o efeito
feitas aos estudantes, tais como uma sobre o tutorado funciona segundo o
escolha entre opções, a interpretação princípio oposto: quanto mais espon-
das normas escolares e o esclareci- tâneo o modo de funcionamento da
mento de situações negativas envol- Tutoria, mais a aprendizagem do tuto-
vendo um estudante; rado é facilitada.
• participação no assessoramento indi-
vidual e de grupo;
Na Tutoria, considerar:
• estímulo à resolução de problemas;
• ampliação da experiência tutorial • o estado “adolescente” e as muitas
mediante o emprego de destrezas de “juventudes”;
Tutoria no contexto educativo. • o mundo em permanente estado
de mudanças;
• a velocidade do mundo do trabalho
O Efeito Tutor
e suas rápidas e profundas transfor-
Uma das consequências mais interes- mações;
santes da Tutoria é a existência de • a identidade na sua singularidade;
um efeito-tutor. Ao praticá-la, o tutor • os muitos paradoxos da juventude;
também aprende e se desenvolve. • os tempos internos e próprios de cada
Ajudando alguém a melhorar sua prá- um (biológico, psíquico, cognitivo e
tica, o tutor melhora a sua própria. emocional) X o mundo em movimento;
O tipo de interação tutorial e seu nível • os naturais conflitos intergeracionais;
de estruturação determinam o efei- • a permanente crença na potencialida-
to-tutor: quanto mais estruturada a de do tutorado.

O QUE É O QUE NÃO É


• Oferta de apoio para reflexão e orien- • Estabelecimento de uma relação
tação das múltiplas aprendizagens familiar entre tutor e tutorado.
do estudante. • Julgamento das escolhas, dos
• Atuação generosa com claros limites valores e das decisões do tutorado,
de atuação pautada pela ética nem da sua família.
profissional. • Sessão psicoterápica.
• Convivência confusa e desordenada
em que não há respeito à territorialida-
de do tutor e do tutorado.
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EXPEDIENTE
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PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães

EQUIPE DE DIREÇÃO
Alberto Chinen
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto

CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Juliana Zimmerman
Coordenação: Liane Muniz Assessoria e Consultoria
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: José Gayoso, Juliana Zimmerman, Maria Betânia
Ferreira, Maria Helena Braga, Regina Lima, Reni Adriano,
Romilda Santana, Thereza Barreto
Leitura crítica: Alberto Chinen, Elizane Mecena,
Reni Adriano, Maria Helena Braga
Edição de texto: Leandro Nomura
Revisão ortográfica: Dulce Maria Fernandes Carvalho,
Álvaro Vinícius Duarte e Danielle Nascimento
Projeto Gráfico: Axis Idea
Diagramação: Axis Idea e Kora Design
Fotógrafa: Kriz Knack
Agradecimento pelas imagens cedidas: Thereza Barreto;
Ginásio Pernambucano; Escola Estadual
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1ª Edição | 2015

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