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2- Experiência de estágio

O ultimo estágio da graduação consiste na realização de atividades em um ambiente


não escolar, nesse caso realizamos nossas atividades ao Centro de Atendimento Psicossocial
Pássaro Livre (CAPS), situado na cidade de Amargosa- Bahia. A instituição atende cento e
quinze pacientes, estes oriundos em sua maioria da zona urbana do município. Para realizar a
assistência a este publico o CAPS conta com uma equipe formada por terapeuta ocupacional,
psicólogo, assistente social,farmacêutico, oficineiros e dois vigilantes, contabilizando um total
de vinte e um funcionários.

Pensar em atividades voltadas para esse grupo foi um grande desafio, pois até então
estávamos habituadas ao trabalho com a escola, principalmente por recebermos uma formação
direcionada em sua maior parte para o trato com a Educação Física Escolar. Desse modo, ao
nos depararmos com esta tarefa, tivemos que pensar na melhor maneira de executar nosso
trabalho de modo que atendêssemos a necessidade da instituição e dos indivíduos que
frequentam a mesma, estes que são o foco do nosso trabalho.

Para iniciar a construção do plano de trabalho passamos por um período de


observação, durante os dias voltados para esta atividade passamos a nos adaptar a rotina e as
pessoas da instituição já referida neste texto. Assim sendo utilizamos as observações como
base para construção do nosso plano de trabalho, analisando a rotina, o comportamento e a
organização daquele local, e ainda com o intuito de compor o projeto analisamos os
prontuários daqueles usuários que acompanharíamos no decorrer do estágio.

Desse modo de posse das informações coletadas no período de observação elaboramos


o plano de trabalho, utilizando como conteúdo o forró pé de serra. A escolha do conteúdo se
deu por considerar algo presente no cotidiano dos pacientes do CAPS, por tanto organizamos
nosso planejamento voltando às atividades para a apresentação dos passos básicos do forró pé
de serra de forma contextualizada com o conhecimento prévio do publico atendido.

Objetivamos com esse plano apresentar a importância dos usuários na cultura fora do
ambiente do CAPS, de modo que os mesmos percebam que os conhecimentos abordados
durante as intervenções podem ser utilizados em vivencias que ocorram dentro e fora das
atividades realizadas no centro.
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3- Analise da experiência

Até onde vivenciamos a experiência do estagio consideramos a mesma de grandiosa


importância para nossa construção docente, principalmente se analisarmos o fator de não
realizar as atividades no âmbito escolar e como já citamos no tópico anterior foi encarado por
nós com um desafio importante para o nosso aprendizado, crescimento e prática.

Ao pensarmos as atividades desenvolvidas até o momento é possível identificar fortes


influencias dos aspectos culturais presentes no vocabulário, gestos, ações, vestuários e
escolhas das pessoas que frequentam a instituição. Durante as primeiras intervenções
detectamos inicialmente aspectos voltados para a presença do forró na sociedade de
Amargosa buscando colher dos usuários pontos relevantes para montagem do nosso “quebra
cabeça”, chamado planejamento.

A identificação desses aspectos ocorreu a partir de diálogos estabelecidos no inicio das


aulas com o intuito de conhecer nossos alunos, bem como perceber a visão deles sobre
aspectos culturais, nesse caso sobre o forró. Durante as primeiras conversas alguns usuários se
recordaram das antigas festas de São João, que aconteciam na cidade e na zona rural, ainda
nesse diálogo os usuários trouxeram informações a cerca dos aparelhos de som utilizados
nessa época, os tipos de discos e ate mesmo a organização das famílias para realização das
mesmas.

Ainda durante esse momento foi perceptível à insatisfação de alguns sujeitos com a
atual forma de se comemorar a data citada no parágrafo anterior, nas entrelinhas da conversa,
pareceu que tais colocações para além da insatisfação ainda existem o sentimento da exclusão,
incutido de modo muito evidente no âmbito social extra CAPS, embora o que a instituição
pregue é contribuir para o convívio social desses indivíduos, é difícil discernir até onde este
objetivo é alcançado ou não.

Destacamos o papel social do CAPS, por observarmos que na maioria das vezes
aparenta que a felicidade, o bem estar e o respeito com as pessoas que frequentam tal
instituição apenas aconteçam apenas em um campo intra CAPS, uma vez que ao chegar ao
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fim do dia os usuários retornam as suas casas e seu grupo social de origem correndo riscos de
estarem expostos aos mesmos problemas que os acompanham ao longo de suas vidas.

É valido salientar que em alguns momentos sofremos com a recusa de alguns


indivíduos a participarem de nossas atividades, por vezes ouvimos frase do tipo “não danço
isso não, dançar é coisa do cão” ou até mesmo, ”não quero, não sei dançar”. Frases desse tipo
nos ajudam a pensar o reforço dado pela sociedade à condição dos deficientes como incapazes
ou incompletos e para além disso podemos dizer ainda que a venerabilidade desses indivíduos
permitem que os mesmos internalizem informações que na maioria das vezes não dizem
respeito as suas crenças, e muito menos ao meio ao qual realmente pertencem.

Consideramos relevante salientar a maneira como a Educação Física é apresentada


para os usuários, sendo utilizada como “paliativo”, abordada uma vez por semana, reforçando
a ideia de que o único conteúdo existente nessa disciplina é o futebol, este que também é
apresentado como válvula de escape dos indivíduos pertencentes ao grupo do CAPS. Mais
uma vez destacando a ideia de um “conto de fadas” vivenciando nas imediações da
instituição.

Talvez a presença de estudantes de Educação Física, pessoas que fogem da rotina


tradicional dos usuários permita para estes o contato com uma diversidade de conteúdos
proporcionados pela disciplina já referida, contribuindo significativamente para a adição de
novos conteúdos e conhecimentos ao repertório dos indivíduos atendidos. No entanto
percebemos a cada intervenção que ao final do período de estágio ao deixarmos de manter a
rotina semanal de atividades a construção dos conhecimentos será interrompida, retomando as
velhas condições.

Diante dessas colocações, é relevante dizer ainda que sabendo dessas situações
elegemos o forró como foco de trabalho, por considerar este conteúdo como algo inerente a
cultura da cidade de Amargosa-BA, por conta da forte cultura relacionada as festas juninas
existente nesse município. Sendo assim montamos um plano de trabalho vislumbrando
abordar os lados técnicos e culturais da pratica do forró, utilizando musicas conhecidas e até
algumas sugeridas pelo próprio grupo de trabalho.

Assim voltamos não voltamos nosso planejamento para o aprendizado exclusivo da


técnica, mas sim para a interação com o grupo, mostrando para o mesmo que o conteúdo
abordado faz parte da cultura popular e que os mesmos possuem autonomia para integrar e
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dialogar com esse espaço, uma vez que também são componentes e agentes da sociedade. Por
tanto, organizamos nossas aulas com o intuito de deixar nos usuários um pouco de
conhecimento que possa ser aplicado no dialogo cultural que acontece fora do CAPS.

4- Resultados:

Aqui apresentaremos resultados parciais, pois estamos em processo de finalização do


período de estágio, por tanto teremos como base as intervenções realizadas até o momento.
Como discutimos no final do tópico anterior buscamos organizar nossas aulas de modo que os
assuntos tratados nelas sejam importantes e uteis para os indivíduos que se propõem a
participar das mesmas.

Por tanto em busca de respostas que resolvessem nossas duvidas sobre a forma de
recepção das nossas aulas pelo grupo, a todo o momento adotamos estratégias de ouvi-lo ,
permitindo que este estivesse a vontade para expor as satisfações e insatisfações com as
atividades propostas. No inicio, os usuários aparentaram certo receio, trazendo informações
bastante superficiais a cerca dos questionamentos sobre as aulas.

No decorrer das intervenções passamos a nos sentir mais a vontade com o grupo e a
recíproca foi verdadeira, uma vez que ao convidarmos os usuários para opinar sobre as
atividades permitiam-se a expor suas percepções de modo mais seguro, fator que contribuiu
significativamente para melhorarmos nossa pratica. É importante dizer ainda que esse diálogo
no permitiu perceber resultados bastante positivos quanto ao aprendizado e recepção do que
nos propomos ofertar para o publico em questão.

Desse modo, ainda que apenas tenhamos resultados parciais, estes são positivos e de
modo geral satisfatórios, pois o grupo com o qual trabalhamos compreende o que buscamos
apresentar e recebem as propostas de maneira cordial, contribuindo para o sucesso das
intervenções.

Roteiro para trabalho do oitavo período 1 - A experiência de estágio – descrição 2 -Análise da experiência: a- As
culturas representadas no espaço e sua relação com a formação construída pelo estágio, problematizando as
categorias identidade-sujeito-cultura e suas discussões em nossas aulas (hibridismo, transitoriedade, estratégia).
(problematizar aqui o processo de construção) b- Resultados alcançados e sua analise crítica. c- A relação de
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poder entre a experiência acadêmica, as culturas e as questões de um plano de ensino (apontar novas propostas
a partir dos resultados já alcançados)

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