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Pinto M et al.

ControleARTIGO ORIGINAL
de qualidade • ORIGINAL
de monitores ARTICLE
de diagnóstico

Controle de qualidade de monitores de diagnóstico


por imagem e iluminância nos espaços de pós-processamento
em serviços de imagiologia*
Display quality control based on luminance measurements in post-processing units at imaging diagnosis
centers

Márcia Pinto1, Maria Pedro1, António Santos2, António Saraiva3

Resumo Objetivo: Avaliar a qualidade dos monitores de diagnóstico e tratamento de imagem digital em radiologia convencio-
nal (raios X) com base nos níveis de luminância. Fez-se a medição da iluminância dos postos de trabalho onde esta-
vam os monitores. Materiais e Métodos: A medição da luminância foi realizada usando-se um detector Unfors Xi
Light em cinco instituições, com 23 monitores primários e 22 secundários, sendo 6 usados em urgência, seguindo o
método descrito no relatório TG18 da American Association of Physicists in Medicine (AAPM). O instrumento de me-
dida utilizado foi o Delta Ohm HD 9221 luximeter. Resultados: Para as recomendações da AAPM, tanto monitores
primários como secundários cumpriram, no geral, os níveis de tolerância. No caso dos níveis de iluminância, nos lo-
cais de trabalho dos monitores primários encontravam-se ligeiramente acima do intervalo recomendado. Quanto às
recomendações do The Royal College of Radiologists (RCR), os monitores que respeitaram os níveis recomendados
estavam em minoria, embora as diferenças não fossem significativas. Conclusão: Em geral, os resultados foram sa-
tisfatórios, embora os monitores não fossem adequados para atingir as recomendações exigentes do RCR. Os níveis
de referência entre os monitores primários e secundários deveriam aproximar-se, de modo a garantir a qualidade de
imagem. Os monitores para visualização e diagnóstico de imagens médicas devem ser regularmente avaliados para
manter um sistema com a qualidade exigida, dada a função que desempenham.
Unitermos: Controle da qualidade; Luminância; Iluminância.

Abstract Objective: To evaluate the quality of primary and secondary displays of conventional radiography systems based on
luminance measurements. The level of ambient lighting within the rooms was also measured. Materials and Methods:
Luminance measurements were performed with an Unfors Xi Light Detector in 23 primary and 22 secondary displays
(six of them utilized in emergency departments) at five different institutions, and according to the method described on
the American Association of Physicists in Medicine (AAPM) TG18 report. The level of ambient lighting was measured
with Delta Ohm HD 9221 lux meter. Results: In general, both the primary and secondary the displays were compliant
with the AAPM guidelines. As regards ambient lighting, the primary workstation rooms were slightly above the
recommended levels. As far as The Royal College of Radiologists (RCR) recommendations are concerned, the number
of compliant displays corresponded to a minority, with no significant difference, though. Conclusion: Although most of
the displays could not meet the strict RCR guidelines, in general, the results were satisfactory. The level of agreement
between primary and secondary displays should be as high as possible in order to guarantee the image quality. Considering
the key role played by diagnostic imaging systems, medical imaging displays must be regularly evaluated to assure that
the quality of the imaging system is maintained.
Keywords: Quality control; Luminance; Illuminance.
Pinto M, Pedro M, Santos A, Saraiva A. Controle de qualidade de monitores de diagnóstico por imagem e iluminância nos espaços de
pós-processamento em serviços de imagiologia. Radiol Bras. 2012 Jan/Fev;45(1):29–34.

INTRODUÇÃO A utilização de monitores para visuali-


* Trabalho realizado na Escola Superior de Tecnologia da Saúde
de Coimbra (ESTeSC), Coimbra, Portugal. zação de imagens médicas teve início nos
O advento da era tecnológica, mais pre-
1. Licenciadas, Técnicas Radiologistas da Escola Superior de anos 70. Primariamente, os monitores es-
Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), Coimbra, Portugal. cisamente a chegada da radiologia digital,
2. Doutor, Professor da Escola Superior de Tecnologia da
tavam associados à imagem de tomografia
veio alterar os componentes de um serviço
Saúde de Coimbra (ESTeSC), Coimbra, Portugal. computadorizada, e posteriormente, tam-
3. Mestre, Professor de Radiologia da Escola Superior de Tec- de imaginologia, desde a sala de exames até
bém a ecografia, radiologia digital e resso-
nologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), Coimbra, Portugal. ao tratamento e diagnóstico.
Endereço para correspondência: Dr. António Saraiva. Departa- nância magnética. O surgimento do picture
mento de Radiologia – Escola Superior de Tecnologia da Saúde archiving and communication systems
de Coimbra (ESTeSC). Rua 5 Outubro, Apartado 7006. 3046- Recebido para publicação em 8/7/2011. Aceito, após revisão,
854 Coimbra, Portugal. E-mail: asaraiva@estescoimbra.pt em 11/1/2012. (PACS) tornou-se uma realidade apenas

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0100-3984 © Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Pinto M et al. Controle de qualidade de monitores de diagnóstico

quando computadores e redes se tornaram apresentar valores mínimos para determi- equivale ao valor mais alto possível que
rápidas para a transferência e armazena- nados parâmetros fotométricos(3). não interfere com outros parâmetros de
mento em tempo útil. Acompanhando este As imagens radiológicas apresentam performance, como a resolução ou tempo
desenvolvimento, também os monitores variados níveis de cinza, nem sempre per- de vida. Quando as recomendações do fa-
tiveram de se adaptar à visualização de ceptíveis pelo olho humano. Para isso há bricante para este parâmetro não estiverem
imagens radiológicas. Os antigos tubos de um padrão DICOM GSDF, que assegura disponíveis, devem seguir-se as recomen-
raios catódicos (CRTs) em cores apresen- que o profissional possa observar que um dações internacionalmente estabelecidas(6).
tavam defeitos relacionados com a lumi- valor de pixel de 200 apresenta o dobro do A AAPM e o The Royal College of Ra-
nância, resolução de contraste e distorções brilho de um valor de pixel de 100. Para isto, diologists (RCR) elaboraram documentos
geométricas, pelo que foram desenvolvidos os monitores são calibrados para que a di- que indicam valores de Lmax, razão de lu-
CRTs monocromáticos de alta qualidade, ferença entre cada nível e o próximo seja de minância, iluminância e dimensões para
com fósforos especiais que produziam al- pelo menos 1 JND (just noticeable differ- monitores primários e/ou secundários.
tos níveis de luminância(1). Com estas alte- ence). A luminância destas escalas de cinza O Report 03 da AAPM recomenda, para
rações conseguiu-se atingir a qualidade e é determinada pelo LUT (look up table), os monitores primários, valores de 2 a 10
resolução equivalente à de uma película ra- encontrado ou no computador ou no pró- lux para a iluminância, Lmax ≥ 170 cd/m2 e
diológica. Em meados dos anos 90 surgi- prio monitor(4). Contudo, a DICOM GSDF razão de luminância ≥ 250 cd/m2. Para os
ram os monitores de cristal líquido (LCDs), contribui para a correta percepção da ima- monitores secundários, os valores são de 50
que também se adaptaram para o mercado gem, mas não tem valor significativo em a 180 lux para a iluminância, Lmax ≥ 100 cd/
da imagem médica, com alta luminância e outros aspectos importantes da qualidade m2 e razão de luminância ≥ 100 cd/m2.
alta resolução(1). Com o tempo, LCDs fo- da imagem no monitor, como a iluminân- Os níveis de referência recomendados
ram preferidos aos CRTs, pois apresentam cia, a luminância e a razão de luminância(4). para monitores primários no guia do RCR
maior duração e luminância, menor peso e A luminância é a quantidade visível de são de 15 lux para a iluminância, Lmax ≥
temperatura, entre outros. De modo a se luz emitida ou refletida por segundo por 500 cd/m2, razão de luminância ≥ 500:1 cd/
equipararem aos negatoscópios no que toca unidade de área, por unidade de ângulo só- m2 e dimensão do monitor ≥ 20 polegadas.
à visualização de múltiplas imagens, têm lido numa superfície(2). É o brilho ou luz Na literatura é ainda indicado que no
sido utilizadas estações de trabalho com projetada pelo écran do monitor, medido em caso das estações de trabalho com múlti-
dois e quatro monitores conjuntos(1). unidades de candelas por metro quadrado plos monitores, a diferença de Lmax entre
Apesar dos investimentos para equipa- (cd/m2) ou nit. A iluminância, ou luz am- estes não deve diferir mais do que 10%(6).
mento de um serviço de radiologia digital, biente, é o fluxo luminoso incidente de for-
o controle da qualidade é subvalorizado nos ma perpendicular a uma superfície, por
MATERIAIS E MÉTODOS
serviços. Esta investigação teve como ob- unidade de área (m2), sendo a sua unidade
jetivo avaliar monitores de diagnóstico e lúmens por metro quadrado (lm/m2) ou lux. A investigação foi realizada em 23 mo-
monitores de visualização/tratamento atra- Segundo o Report 03 da AAPM, exis- nitores primários e em 22 monitores secun-
vés da medição de parâmetros como a lu- tem dois tipos de monitores médicos. Os dários em cinco instituições de saúde da
minância e iluminância, comparando-os monitores primários são todos aqueles usa- zona centro de Portugal, seguindo as reco-
então com valores recomendados por asso- dos para interpretação de imagens médicas, mendações descritas no Report 03 da
ciações de reconhecido valor internacional. por exemplo, pelos médicos da especiali- AAPM(5). Este estudo se cingiu à avaliação
Estes parâmetros, entre outros, são de dade de radiologia. Definem-se como mo- de monitores destinados a visualização/tra-
grande importância, uma vez que apresen- nitores secundários os que são utilizados tamento e diagnóstico de imagens de radio-
tando-se desadequados podem ter conse- para visualização de imagens médicas, por logia convencional.
quências na qualidade de imagem para exemplo, por técnicos de radiologia ou Procedeu-se à recolha de dados com o
diagnóstico. outros profissionais de saúde. Os monito- auxílio de um medidor de luminância Un-
O Report 03 da American Association res secundários da nossa amostra estão as- fors Xi, calibrado de acordo com o Natio-
of Physicists in Medicine (AAPM) é um sociados, tipicamente, às estações de traba- nal Institute of Standards and Technology
documento completo sobre sistemas de lho que servem de suporte ao tratamento (NIST), com erro de calibração < 2%. Este
visualização e o seu controle da qualidade. e/ou impressão de imagem. Como a per- medidor possui um tubo óptico e um anel
Este descreve os diferentes tipos de moni- formance dos monitores de tratamento tem bloqueador de luz encaixáveis na zona do
tores usados para a visualização de imagens impacto direto na imagem apresentada em sensor de luz, pelo que as medições foram
médicas e enumera, ainda, os diferentes outros monitores, a sua performance deve feitas por contato direto do anel bloquea-
testes padrão para a sua avaliação(2). manter um determinado nível mínimo acei- dor com a superfície do écran, sem neces-
Para a consistência e qualidade de ima- tável. Idealmente, estes níveis deveriam ir sidade de condições de câmara escura du-
gens radiológicas em monitor, este deve ao encontro dos níveis de luminância dos rante a aquisição. Com este equipamento
obedecer a certos requisitos técnicos, como monitores primários(5). é possível medir valores de luminância que
estar calibrado segundo a DICOM greys- Normalmente, o valor recomendado de variem entre 0,05 e 50.000 cd/m2, com re-
cale standard display function (GSDF) e luminância máxima (Lmax) pelo fabricante solução de 0,01 cd/m2.

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O Report 03 da AAPM fornece variados


protocolos e testes para avaliar parâmetros
como contraste, reflexão, ruído, resolução,
luminância, entre outros. Para os parâme-
tros que se pretendiam testar, Lmax e razão
de luminância, o teste TG18-LN era o in-
dicado, estando disponível online(7).
O teste padrão TG18-LN (Figura 1), do
qual foi usada a versão 12 bits no formato
DICOM, é constituído por um conjunto de
18 imagens com diferentes níveis de lumi-
nância. Cada imagem consiste numa região
central de teste com determinado valor de
pixel, que ocupa cerca de 10% da área to-
tal, sendo que a área restante da imagem
tem um fundo uniforme com luminância Figura 2. Esquema de medição da luminância com o teste padrão TG18-LN. Fonte: American Associa-
igual a 20% da luminância máxima(5). Se- tion of Physicists in Medicine(7).
guindo o protocolo descrito no referido
Report, foi efetuada uma medição em cada entre 0 e 200.000 lux. Apresenta resolução Na recolha de dados foi usado um mé-
uma das 18 imagens (Figura 2), sendo que de 0,1 para medições inferiores a 200 lux, todo consistente e sistemático com alguns
ao longo destas a região central varia o e resolução de 1 para medições superiores passos pré-definidos, sendo eles: assegurar
valor de pixel desde 0 a 4.080(5). a 200 lux. A sua estabilidade é de 0,15% e o tempo mínimo de 30 minutos do moni-
No caso dos monitores secundários, desvio-padrão de 0 ± 0,06%/°C. tor a avaliar; proceder à limpeza da super-
como permitiam regulação manual do bri- Foi criada uma estrutura de registro que fície do monitor; ver a janela de brilho e
lho do écran, foram feitas pelo menos duas permitisse guardar os seguintes dados: registrar o brilho encontrado nos monito-
medições por conjunto de 18 imagens, cor- • a data da realização das medidas; res em que é possível; montar o equipa-
respondendo a brilho máximo, brilho mí- • a instituição a que pertence o monitor; mento de medição e o estabilizar na área
nimo ou brilho encontrado (uma vez que • o número de série do monitor; desejada para o teste através de um tripé;
em alguns casos o brilho encontrado era • o modelo e a marca do monitor; fazer medição em stand by.
igual ao brilho máximo ou brilho mínimo). • a data de fabricação; Desde a primeira medição ate à última
Dos monitores primários, apenas seis de- • o nível de iluminância medida; foi evitada a movimentação do medidor,
les permitiam fazer este ajuste manual, já • a classificação do monitor segundo o tendo sido feitas todas as medições no
que os restantes possuíam controles inter- Report 03 da AAPM; mesmo local, e todas as alterações, como
nos de autorregulação de brilho. • o brilho encontrado no caso de moni- o brilho, foram repostas, não se tendo efe-
Para as medições de iluminância foi tores secundários. tuado qualquer alteração.
usado um luxímetro Delta Ohm HD 9221. O registro das medições de luminância A duração de cada aquisição demorou,
Este instrumento de medida, calibrado de efetuadas foi feito para o programa Unfors em média, de 20 a 30 minutos. As medições
acordo com o NIST, apresenta mudança de Xi View por transferência direta dos dados foram majoritariamente realizadas fora do
escala automática e permite medir valores via porta USB. horário de trabalho dos serviços.

A B C
Figura 1. Exemplos de imagens do padrão TG18-LN. Estas são as imagens designadas por TG18-LN12-01 (A), TG18-LN12-08 (B) e TG18-LN12-18 (C). Fonte:
American Association of Physicists in Medicine(7).

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Os parâmetros que foram tidos em conta Nos monitores secundários, quando superior dos valores encontrados (α =
nesta investigação foram: comparada a Lmax no brilho encontrado 0,001) em relação ao valor mínimo de 170
• Razão de luminância: os níveis de (Tabela 1) com o valor estipulado nas re- cd/m2, sendo a diferença média na ordem
luminância máxima, mínima e de luz am- comendações do Report 03 da AAPM, a de 208,33 cd/m2 (Tabela 2). Quatro dos 22
biente correspondem, respectivamente, a variação não foi significativa (α > 0,05), monitores não cumpriam o valor mínimo.
100% branco, 100% preto e à luz ambiente havendo diferença média de 23,30 cd/m2, Quanto ao valor teste de 500 cd/m2, os
refletida pelo monitor quando da exibição em face do valor de critério de 100 cd/m2, valores foram significativamente inferio-
em stand by. Estes níveis foram medidos com desvio-padrão de 58,48 cd/m2. Foram res (α = 0,001), e neste caso com uma di-
utilizando o medidor de luminância. A ra- obtidas medições inferiores a 100 cd/m2 em ferença média na ordem de 121,66 cd/m2,
zão de luminância do monitor foi então nove monitores. com 19 monitores a não cumprir o valor
calculada através da seguinte expressão: Nos monitores secundários, os valores teste mínimo. A média global da Lmax no
de Lmax com o brilho máximo se apresenta- brilho encontrado nos 23 monitores foi de
L’max + Lamb / L’min + Lamb
ram significativamente (α = 0,001) acima 378,33cd/m2, com um desvio-padrão de
considerando-se a luz ambiente, neste caso, do valor teste de 100 cd/m2, com um des- 142,96 cd/m2 (Tabela 2).
insignificante(5). vio-padrão de 41,94 cd/m2 (Tabela 1). A Relativamente aos monitores primários
• Luminância máxima: medição corres- diferença média foi de 59,31 cd/m2. Ape- com regulação manual do brilho, Lmax com
pondente à imagem 18 do teste TG18-LN nas um monitor não atingiu o valor teste. o brilho máximo em face do valor teste mí-
(100% branco)(5). Quanto à Lmax no brilho encontrado, nimo de 170 cd/m2, a média global da lu-
• Iluminância: medição realizada atra- agora relativamente aos monitores primá- minância nos seis monitores foi inferior,
vés de luxímetro, em posição horizontal, a rios, houve variação significativamente sem que a diferença tivesse sido significa-
15 cm do monitor quando este se encontra
em stand by. Tabela 1 Resumo dos resultados obtidos nos monitores secundários, com indicação do número de
monitores que cumpriu o respectivo nível de referência ou intervalo recomendado, de um total de 22.
Métodos de inferência estatística Média
aplicada Parâmetros Recomendações (cd/m2) Monitores secundários
Relativamente ao tratamento dos dados, Lmax brilho encontrado AAPM 123,30 13
utilizou-se um programa especializado de Lmax brilho máximo AAPM 159,31 21
estatística, o SPSS versão 16, recorrendo- Razão de luminância brilho AAPM 451 22
se ao teste χ2 aderência e ao teste t de Stu- encontrado
dent para uma amostra, e ao teste correla- Razão de luminância brilho AAPM 444,79 22
máximo
ção rho (ρs) Spearman, ao teste correlação
R de Pearson, ao teste χ2 independência e Iluminância AAPM — 3 (restantes abaixo do intervalo)
Dimensão RCR — 5
ao teste t de Student para amostras indepen-
dentes. AAPM, American Association of Physicists in Medicine; RCR, The Royal College of Radiologists.
Para a análise de relações, usaram-se
como valores de referência: quando a signi- Tabela 2 Resumo dos resultados obtidos nos monitores primários, com indicação do número de mo-
nitores que cumpriu o respectivo nível de referência ou intervalo recomendado, de um total de 23.
ficância > 0,05 não existe relação; quando
a significância ≤ 0,05 existe relação. Monitores primários
Relativamente às correlações, os valo- Média Manualmente
res da força da relação são: R < 0,2: corre- Parâmetros Recomendações (cd/m2) Autorreguláveis reguláveis
lação muito fraca e sem significância; R
AAPM 17 0
[0,2–0,39]: correlação fraca; R [0,4–0,69]: Lmax brilho encontrado 378,33
RCR 4 0
correlação moderada; R [0,7–0,89]: corre-
AAPM — 2
lação forte; R [0,9–1]: correlação muito Lmax brilho máximo 166,68
RCR — 0
elevada. Estes valores mantêm-se para cor-
relações negativas(8). Razão de luminância brilho AAPM 17 6
533,97
encontrado RCR 9 0

Razão de luminância brilho AAPM — 6


RESULTADOS 455,74 —
máximo RCR 0
Dos 23 monitores primários que exis- AAPM 2
Iluminância
tiam nos hospitais estudados, 6 apresenta- RCR 9
vam regulação manual do brilho. Os restan- Dimensão RCR — 16
tes 17 possuíam sistemas de autorregulação
Variação de luminância AAPM — Sete estações de trabalho
dos níveis de luminância, pelo que apenas
foi obtida uma medição por imagem. AAPM, American Association of Physicists in Medicine; RCR, The Royal College of Radiologists.

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tiva (α > 0,05), e quatro deles não atingi- se revelaram majoritariamente fora do in- Analisando a porcentagem de variação
ram o valor teste. A diferença média foi de tervalo de 2 a 10 lux (74%), apesar de não da Lmax dos monitores primários associados
3,31 cd/m2 inferior ao valor teste. No caso ser significativo. Apenas cerca de 9% se à mesma estação de trabalho de diagnós-
do valor teste ser 500 cd/m2, os valores en- encontraram dentro deste e ainda 17% se tico, a maioria (57,1%) das estações de tra-
contrados foram significativamente infe- encontraram muito acima do recomendado, balho com monitores autorregulados tinha
riores (α = 0,001), sendo a diferença mé- situando-se entre os 50 e 180 lux. Quando uma diferença de luminância ≤ 10%, en-
dia igual a 333,31 cd/m2. Nenhum dos seis o valor referência é de 15 lux, a diferença quanto todas as três estações trabalho com
monitores esteve dentro do valor teste de não é significativa relativamente a este monitores reguláveis se encontraram den-
500 cd/m2. A média global foi de 166,68 valor, embora cerca de 60% se encontrar tro desta condição.
cd/m2 e o desvio-padrão, de 24,62 cd/m2 acima deste.
(Tabela 3). Os níveis de iluminância medidos nos
DISCUSSÃO
Na análise da razão de luminância dos locais de trabalho de monitores secundá-
monitores primários, os valores da razão de rios se encontraram todos no intervalo ou De modo geral, para os monitores primá-
luminância do brilho encontrado foram sig- abaixo dos níveis máximos recomendados. rios estudados, os valores dos parâmetros
nificativamente mais altos do que o valor A análise do tamanho da diagonal em estão dentro do recomendado. Embora não
teste de 250 cd/m2, com uma diferença polegadas dos monitores primários e se- significativo, apenas o valor de tamanho
média de 283,97 cd/m2. Apenas um moni- cundários mostrou que há associação entre dos monitores se encontrou baixo, assim
tor não atingiu o valor teste. Para o valor o tipo de monitor e o seu tamanho. Tendo como os valores de iluminância estavam
teste de 500 cd/m2, não foi significativa a em conta que 70% dos monitores primá- acima dos valores ou intervalos mínimos.
diferença dos resultados, sendo o valor da rios apresentaram dimensões recomenda- É de salientar que os valores de Lmax
diferença média de 33,97 cd/m2. Apesar das, cerca de 30% destes não apresentaram, com brilho encontrado não satisfizeram os
disto, 14 dos 23 monitores revelaram razão o que revela ser uma porcentagem superior testes relativamente ao nível de referência
de luminância inferior a 500 cd/m2. O va- face à proporção de monitores secundários, de razão de luminância de 500 cd/m2 (des-
lor médio global foi de 533,97 cd/m2, com onde também as dimensões não cumpriram crito no documento do RCR). Os valores
desvio-padrão de 185,57 cd/m2 (Tabela 3). a norma em 23% dos casos. obtidos se revelaram significativamente
Quanto à razão de luminância do brilho Ao se comparar o número de anos de baixos, referindo ainda que, no caso dos
encontrado para os monitores secundários, vida de cada monitor com a sua Lmax no monitores manualmente reguláveis, quando
o valor médio global de razão de luminân- brilho encontrado e brilho máximo, não se analisados separadamente, apresentavam
cia se revelou muito acima do valor refe- observou correlação estatisticamente sig- maior discrepância do nível de referência.
rência de 100 cd/m2, com uma média glo- nificativa (α > 0,05) da Lmax em face do Por isto se poderia considerar que a quali-
bal de 451 cd/m2. A diferença estimada foi tempo de vida do aparelho. No entanto, se dade dos monitores autorreguláveis seria
em torno de 351 cd/m2, com desvio-padrão evidenciou que em 28 dos 45 monitores superior, no entanto, os autores não põem
de 217,24 cd/m2. Os monitores secundá- (com brilho regulável para o máximo) o de parte a hipótese do tamanho da amostra
rios, em relação ao seu próprio critério ao melhor brilho encontrado se associou a de monitores reguláveis ser insuficiente,
nível razão de luminância, revelaram uma melhor brilho máximo. Dos 28 monitores, assim como não será possível comparar
diferença média superior em comparação 41% revelaram este padrão. Ao fazer dis- marcas e modelos diferentes neste estudo
com a diferença média dos monitores pri- tinção nesta comparação, entre monitores em particular.
mários ao seu respectivo valor referência. primários e secundários, a tendência para É de referir que, apesar de uma amostra
Os níveis de iluminância medidos nos não associação dos anos de vida com a Lmax pequena, os pares de monitores manual-
locais de trabalho de monitores primários se manteve. mente reguláveis que pertenciam à mesma
estação de diagnóstico se encontravam com
Tabela 3 Valores de Lmax de monitores primários associados à mesma estação (para as estações variação de Lmax menor que 10% entre eles,
A1/A2,...,J1/J2) de diagnóstico, com a respectiva porcentagem de variação entre eles. ao contrário de alguns conjuntos de moni-
Monitores Lmax brilho encontrado Porcentagem de variação tores autorreguláveis. Em três estações de
trabalho se observaram monitores com di-
A1 / A2 482,004 / 505,263 5%
ferença superior a 10% de Lmax.
B1 / B2 156,395 / 160,46 3%
Para os valores padrão testados nos
C1 / C2 475,516 / 493,537 4%
monitores secundários, como sejam a razão
D1 / D2 367,159 / 520,444 29%
de luminância, a Lmax e a iluminância, os
E1 / E2 146,173 / 139,442 5%
resultados foram na sua maioria significa-
F1 / F2 432,48 / 560,396 23%
tivamente superiores, ou se encontravam
G1 / G2 / G3 / G4 376,306 / 382,233 / 402,403 / 414,837 10%
majoritariamente dentro dos limites estipu-
H1 / H2 185,987 / 205,141 9%
lados. Contudo, o brilho encontrado nos
I1 / I2 489,276 / 473,592 3%
monitores das instituições se apresentou
J1 / J2 492,859 / 548,766 11%
variável, em alguns monitores sendo tão

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baixo quanto 0% ou tão alto quanto 100%, longo deste estudo constatou-se, tal como ção consistente de imagem entre os dois
o que não se considera correto para a visua- é referido na literatura consultada, que os tipos de monitores.
lização das imagens e tempo de vida dos monitores tipo LCD são uma boa opção As conclusões aqui apresentadas devem
próprios monitores. para o tratamento e diagnóstico de imagem ser entendidas como o resultado de um
Relativamente à análise da associação da médica. Na sua instalação deve ser tido em estudo de caso, pelo que estas deverão ser
Lmax com os anos de vida do monitor (mo- conta condições de luz ambiente e ergono- validadas em estudos posteriores de forma
nitores primários e secundários), os resulta- mia, assim como devem ser implementados a ser possível a sua generalização.
dos revelaram ausência de correlação. Uma protocolos de controle da qualidade dos
vez que os monitores estudados são relati- mesmos. REFERÊNCIAS
vamente recentes (idade igual ou inferior Segundo o Report 03 da AAPM, os 1. Hirschorn DS. Image displays. In: Dreyer KJ,
Hirschorn DS, Thrall JH, et al., editors. PACS –
a cinco anos), este fato poderá ter inviabi- monitores de diagnóstico por imagem de- A guide to the digital revolution. 2nd ed. New
lizado este tipo de dependência proposta. vem ter avaliações anuais por um perito na York, NY: Springer; 2006. p. 347–62.
Quanto à iluminância no local onde os área da engenharia, e também avaliações 2. Aldrich JE, Rutledge JD. Assessment of PACS
monitores primários costumam ser usados, mensais por um técnico de controle da qua- display systems. J Digit Imaging. 2005;18:287–
95.
depende da sua intensidade de distribuição, lidade para detectar anomalias e valores fora
3. The Royal College of Radiologists. Picture
da percepção eficaz e confortável do ele- dos níveis normais. A periodicidade do archiving and communication systems (PACS)
mento que executa a tarefa visual(9). Vários controle da qualidade pode ser menor em and quality assurance. [cited 2008 Apr 7]. Avail-
able from: http://www.rcr.ac.uk/docs/radiology/
autores têm demonstrado que o efeito da sistemas que automaticamente avaliem e
pdf/IT_guidance_QAApr08.pdf
iluminância em monitores causa degrada- estabilizem a luminância mínima e máxima. 4. Thompson DP, Koller CJ, Eatough JP. Practical
ção do limite de detecção de detalhes de Os monitores de diagnóstico por ima- assessment of the display performance of radiol-
baixo contraste(4). A iluminância provoca gem são o último elo na cadeia da imagi- ogy workstations. Br J Radiol. 2007;80:256–60.
artefatos de reflexão e perda de qualidade nologia médica. Com a variabilidade de tec- 5. American Association of Physicists in Medicine.
AAPM On-Line Report No. 03. Assessment of
do écran do monitor(6). nologias e degradação física com o tempo display performance for medical imaging sys-
O efeito da Lmax sobre a qualidade de de vida, estes monitores devem ser cuida- tems. [cited 2009 Mar 2]. Available from: http://
imagem percebida e sua variação ao longo dosamente avaliados de modo a demons- deckard.mc.duke.edu/~samei/tg18_files/tg18.pdf
6. Samei E, Badano A, Chakraborty D, et al. Assess-
do tempo são fatores importantes quando trar uma performance correta e estável com
ment of display performance for medical imag-
se avalia o desempenho global do monitor. o decorrer do tempo. Os monitores usados ing systems: executive summary of AAPM TG18
A razão de luminância está associada com para visualização e diagnóstico de imagens report. Med Phys. 2005;32:1205–25.
a redução do número de JND, mais vulgar- médicas devem por isso ser regularmente 7. American Association of Physicists in Medicine
(AAPM) Task Group 18. [cited 2009 Sep 14].
mente, com o número de pequenos incre- verificados para que se mantenha um sis- Available from: http://www.duke.edu/~samei/
mentos de luminância na imagem(10). Para tema com a qualidade que é exigida, dada tg18.html
que haja concordância da imagem nos mo- a função que desempenham. 8. Pestana MH, Gageiro JN. Análise de dados para
nitores de tratamento e nos monitores de Os monitores responderam satisfatoria- ciências sociais. A complementaridade do SPSS.
5ª ed. Lisboa, Portugal: Edições Silabo; 2008.
diagnóstico, o técnico de radiologia deve mente à avaliação por nós efetuada, e de-
9. International Organization for Standardization.
consultar frequentemente o médico radio- fendemos que um adequado plano de con- ISO 8995:2002. Lighting of indoor work places.
logista para garantir que as imagens estão trole da qualidade terá impacto significa- 2nd ed. Vienna, Austria; 2002.
a ser enviadas com a qualidade correta(11). tivo no serviço prestado pelo profissional 10. Fifadara DH, Averbukh A, Channin DS, et al. Ef-
fect of viewing angle on luminance and contrast
de saúde. É de grande valor a concordân- for a five-million pixel monochrome display and
cia entre monitores de tratamento e diag- a nine-million-pixel color liquid crystal display.
CONCLUSÃO J Digit Imaging. 2004;17:264–70.
nóstico, de modo que o técnico de radio-
Na compra e instalação de equipamen- logia que ajuste uma imagem radiológica 11. Carter C, Vealé B. Quality control and quality
management. In: Carter C, Vealé B, editors. Digi-
tos de visualização de imagens médicas é para níveis apropriados para diagnóstico o tal radiography and PACS. St. Louis, MO: Mosby/
necessário ter alguns fatores em conta. Ao faça efetivamente, havendo uma reprodu- Elsevier; 2008. p. 196–207.

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