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1. Introdução
práticas e teóricas dadas em cada disciplina e a média 5 (cinco), no mínimo, como índice de
aproveitamento nos trabalhos práticos realizados em cada um dos períodos” (Relatório,
volume I, 1957). O relatório exemplifica como trabalhos práticos os da cadeira de
Antropologia Cultural, que foram publicados em 1956.2 Chama atenção o fato de a Faculdade
utilizar, ainda em decorrência da cultura da época uma denominação lingüística de escola
escolar, pois em diversas passagens do relatório, encontramos a referência à esta categoria.
Em comunicação ao diretor de Ensino Superior do Ministério da Educação, a
direção da Faculdade Catarinense de Filosofia menciona possuir os materiais didáticos
especializados requeridos para as cadeiras dos diversos cursos da faculdade. As cadeiras a que
se refere a direção, estão agregadas ao Departamento de Geografia e as de Arqueologia e
História da Arte. A “biblioteca conta com 5.581 volumes tombados – continua o comunicado
-, neles incluídos os de mais de cem páginas, sendo os de menor paginação considerados
folhetos, que são relacionados em separado, como o são também as revistas. 3 Os folhetos são
em número de 240; as revistas, em número de 826” (Ibid.) Além disso, cada cadeira está
constituindo biblioteca especializada, que inclui revistas científicas. Já a faculdade tem quase
completo e em condições de próximo funcionamento um laboratório de reproduções
fotográficas, montado com material e recursos obtidos por doação. Do período de
funcionamento no centro da cidade de Florianópolis, sua sede funcionou em espaço cedido
pelos padres do Colégio Catarinense e nas imediações, também na rua Esteves Junior, e pelo
governo do estado de Santa Catarina. Decorrente das diversas atividades desenvolvidas no
Departamento de Geografia, “houve a necessidade de alugar dois prédios que suplementassem
as dependências” (FONTES, 1960, p. 43).
de uma época e os valores fundamentais de uma visão de currículo expressa nos fundamentos
de uma formação voltada ao homem ilustrado, naturalmente, desejoso de distinção pessoal e
profissional na sociedade.
Foi assim que:
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Embora a FCF fosse privada, seus diretores tomavam como referência as legislações federal e estadual.
De acordo com o decreto nº 21.321/1946, “A nomeação dos assistentes será feita pelo prazo máximo de três
anos, podendo ser reconduzidos, a juízo do professor catedrático e de acordo com as condições que o regimento
das unidades universitárias estabelecer” (FÁVERO, 2000, p. 210).
4
p. 8). Somente desta forma a FCF pôde contratar um grupo de importantes professores fora do
meio local para os cursos que se iniciavam.
Do regime de trabalho dos professores, Fontes (1960) destaca que os contratados fora
do meio local deveriam receber vencimentos, diga-se salários mensais, iguais aos dos
catedráticos da Universidade do Brasil e os contratados no meio local, o equivalente à quarta
parte de remuneração daqueles professores, valores que eram pagos por verbas repassadas
anualmente pelo governo do Estado, de acordo com a lei nº 948/1953. Abaixo, relacionamos
na forma de um quadro demonstrativo, as disciplinas dos cursos por série, os/as
professores/as, sua formação e a forma de contrato que regiam seus vínculos com a
instituição.
I - Curso de Filosofia5
1ª série6
2ª série
5
As tabelas aqui apresentadas foram construídas a partir dos relatórios de verificação para reconhecimento da
Faculdade Catarinense de Filosofia, volumes I, II, IV e V.
6
Alunos matriculados no curso de Filosofia em 1955: “Aiga Barreto, Alcides Abreu, Ângelo Ribeiro, Aurora
Goulart, Boris Miguel Moreira da Silva, Celeste Mães, Célia Rovere, Célia Vieira Bucchi, Dilma Livramento,
Eli Fernandes, Elisabeth Maria Fragoso Gallotti, Fernando Luiz Soares de Carvalho, Francisco José Pereira,
Glaycon Pôrto Lucena, Helena Ana de Souza, Hend Miguel, Irene Reckziegel, Izabel Maria Souto, José
Brognoli, José Hamilton Martinelli, Luiz Adolfo Olsen da Veiga, Marli Terezinha Ammon, Matolde Vieira,
Mário José Caldeira Bastos, Nelza Mafra, Olga Brasil da Luz, Onésia de Oliveira Furtado, Selva Palma Ribeiro,
Sylvia Maria Fleming, Telmo Vieira Ribeiro, Therezinha de Jesus Araújo, Walmor Cardoso da Silva e Zanzibar
da Silva Fernandes.” (Fontes, 1960, p. 20)
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“Os professores catedráticos serão nomeados por decreto do presidente da República e escolhidos mediante
concurso na forma estabelecida na legislação vigente e no regimento das escolas e faculdade” (FÁVERO, 2000,
p. 210).
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Também foi professor no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina até a década
de 1980, quando se se aposentou. É fundador da Fundação Internacional Esperanto e autor de diversos livros
sobre Esperanto, tendo editado a Revista “Filozofia Revuo SIMPOZIO”, dedicada à divulgação dessa língua.
Dentre os outros livros, destacamos: PAULI, Evaldo. Estética Geral. Florianópolis: Editora Biblioteca Superior
de Cultura, 1963 e PAULI, Evaldo. Tratado do Belo. Florianópolis: Editora Biblioteca Superior de Cultura, s/d.
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3ª série
II – Curso de Geografia10
1ª série
2ª série
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De acordo com (FONTES, 1960), o prof. João Dias da Silveira, catedrático de Geografia Física da Faculdade
de Filosofia da Universidade de São Paulo, esteve à disposição do Governo de Santa Catarina e dirigiu o
Departamento de Geografia da Faculdade Catarinense de Filosofia.
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O prof. Aujor Ávila da Luz, catedrático de História da América, regeu interinamente as disciplinas de História
Moderna e História Contemporânea. A 3ª série do curso de Geografia começou a funcionar no ano de 1958.
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3ª série
1ª série
DISCIPLINA PROFESSOR FORMAÇÃO CONTRATO
Introdução à História Eudoro de Sousa15 Estudos superiores na Catedrático de Língua e
Faculdade de Ciências Literatura Grega -
da Universidade de contratado de acordo
Lisboa e curso de com a Lei nº 948/1953
Filosofia no Seminário
Maior de St. Sulpice,
Paris
Antropologia Cultural Oswaldo Rodrigues Doutor em Medicina Catedrático de História
Cabral da Antiguidade e da
Idade Média, depois
transferido para a
cadeira de Antropologia
Cultural - contratado no
meio local
Arqueologia Eudoro de Sousa Estudos superiores na Catedrático de Língua e
Faculdade de Ciências Literatura Grega -
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O prof. Jaldyr Bhering Faustino da Silva, catedrático de História do Brasil, regeu interinamente a disciplina de
História Medieval e auxiliava o catedrático de Antropologia Física, lecionando Etnografia do Brasil, na 3ª série
do curso de História.
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Este curso de História foi o primeiro do Estado de Santa Catarina, sendo mais tarde incorporado à nascente
Universidade Federal de Santa Catarina.
15
O prof. Eudoro de Sousa, catedrático de Língua e Literatura Grega, regeu interinamente as cadeiras de
Arqueologia e História Antiga (inclusive Introdução à História).
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2ª série
3ª série
DISCIPLINA PROFESSOR FORMAÇÃO CONTRATO
História Moderna Aujor Ávila da Luz Médico Catedrático de História
da América - contratado
no meio local
Histórica Aujor Ávila da Luz Médico Catedrático de História
Contemporânea da América - contratado
no meio local
História do Brasil Jaldyr Bhering Faustino Bacharel em Direito Catedrático de História
da Silva do Brasil - contratado
no meio local
História da Arte João Evangelista de Bacharel em Direito Catedrático de História
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O prof. secundário Walter Fernando Piazza foi auxiliar de pesquisas da cadeira de História Medieval.
17
Ministrou também as aulas de Cultura Ibérica.
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18
Sugerimos a leitura da Revista PerCursos, v. 4, nº 1, jan./jun. de 2004, do Centro de Ciências da
Educação/UDESC, Florianópolis. Este número foi dedicado integralmente à vida e produção acadêmica de
Oswaldo Rodrigues Cabral. Sugerimos também a Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, EDUFSC, v. 42,
nº 1 e 2, abr. e out. de 2008. p. 9 a 60.
10
Esta breve menção indica a universidade criada com a lei estadual, sucedendo à
Faculdade Catarinense de Filosofia, que, em seguida, com a dinâmica de federalização, foi
incorporada à nascente Universidade Federal de Santa Catarina. De breve passagem por terras
insulares, sua afirmação deu-se nas proposições de estudos na Universidade de Brasília. Em
texto publicado em Portugal, discorreu sobre a necessidade de aproximação entre os dois
países:
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Diversas outras passagens ilustram certa visão messiânica de Agostinho, que apostava
numa conciliação entre o ideário grego e a fraternidade cristã. De sua relação com os católicos
MANSO (2007), deixou registrada, dentre suas diversas contribuições, a colaboração na
revista Convivium, principalmente sua admiração pelo filósofo português Vicente Ferreira da
Silva, um dos dinamizadores do chamado grupo de São Paulo, do qual participavam também
Agostinho da Silva e Eudoro de Sousa, que fundou anos mais tarde o Centro de Estudos
Clássicos na Universidade de Brasília. Encontramos no autor citado uma curiosa observação
de que Agostinho da Silva “revelou ter sido chefe de escuteiros [sic.] em Santa Catarina”.
Isto ocorreu, revela Agostinho, “quando organizava um grupo de escuteiros, no qual estava
meu filho. E como não tinham ninguém para chefe, convidaram-me. Eu não me sentia muito
capacitado para aquilo, mas insistiram e lá fui...” (Ibid., p. 214). Em suas idéias sobre o
papel da Filosofia na universidade, lemos:
Não ficam claras as direções deste discurso de Agostinho. Em livre ilação, pode-se
descortinar certo descontentamento, talvez em direção ao modelo da própria Faculdade
Catarinense de Filosofia, ou mesmo em direção à estrutura predominante em seus currículos.
Nno texto mas abaixo, encontramos outra passagem em que explicita melhor sua concepção:
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5. Considerações finais
Foi grande o encantamento pessoal ao elaborar este texto, pois o encontro com
documentos considerados primários permitiu apurar a origem e formação dos primeiros
cursos de graduação da então Faculdade Catarinense de Filosofia, reconhecidos pelo
Ministério da Educação em terras catarinenses. As fontes de pesquisa deram indicativos, tanto
em suas vozes, quanto em suas interpretações, das lacunas institucionais e legais, dos esforços
e trajetórias de seus idealizadores, organizadores e mestres.
As intenções expressas nos documentos apontam uma preocupação enorme para com
o cumprimento de preceitos legais, sob os quais se erigiam também as estruturas curriculares,
os exames para contratação e as articulações com perspectivas de educação que começam a
subverter a ordem ainda vigente, procurando, pela relação entre tradição e inovação,
estabelecer uma nova sistematização do currículo.
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Referências
SITES
Fonte: http://www.publico.pt/Cultura/agostinho-da-silva-em-debate-15-anos-apos-a-sua-
morte_1371814. Acesso em 10 de jun 2010.
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