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ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECÂNICA EMPRESARIAL
RIO GRANDE-RS
2016
ÁLISSON FARIAS DA SILVA
RIO GRANDE - RS
2016
ÁLISSON FARIAS DA SILVA
A banca examinadora, abaixo identificada, analisou este projeto e concluiu que o mesmo
apresenta as características técnico-científicas exigidas para um projeto de graduação,
decidindo pela sua aprovação.
_________________________________________________________
Orientador - Prof. Dr. Jorge Luis Braz Medeiros (FURG)
_________________________________________________________
Prof. Dr. Luciano Volcanoglo Biehl (FURG)
_________________________________________________________
Prof. Me. Márcio Ulguim Oliveira (FURG)
DEDICATÓRIA
Palavras-chave: aço ABNT 8550, nitretação a gás, camada nitretada, MEV, microdureza e
corrosão
ABSTRACT
This project's objective is to present the mechanical and metallurgical avaliation of six
samples, from the benefited ABNT 8550 steel after gas nitriding in different treatment timing
(16, 24 and 32 hours). The preparation of the samples and the chemical attack using Nital 2%
were performed. Metalographic analyses were done after obtaining the images with an optical
microscope, that revealed a good quality of the composite layers, or white layer and diffused
layer. Better details of the microstructure from the substract and the nitrite coating were
acquired after gathering the Scanning Electron Microspoce (SEM). It was shown in every
sample a tempered martensite core, compost layer, cracks and their characteristic porosity.
For the achievement of the nitride coating thickness, the microhardness shape method was
used, revealing different thickness on samples with 0,60 mm as maximum depth. Hardness
measuring of the cores showed na average of approximately 300 HV, and 1217,5 HV for
superficial hardness. The saline mist chamber was used to accelerate the tests, revealing a
resistence of the nitride coating for more than 120 hours and in the substrate at 6 hours of test.
At last, the effectivenees of the treatment was proven and increased the corrosion resistence,
hardness and abrasion resistence of the ABNT 8550 steel by the presence of composite layers
and diffused.
Keywords: ABNT 8550 steel, gas nitriding, nitride coating, SEM, corrosion and
microhardness.
LISTA DE FIGURAS
Tabela 1- Aços baixa liga com alumínio para a nitretação a gás. .......................................... 13
Tabela 2 - Tempo e temperatura indicados para nitretação líquida de diferentes aços. .......... 20
Tabela 3 - Tabela de valores de potenciais em relação ao eletrodo padrão de hidrogênio a
25ºC(77ºF) baseada na tabela da ASM- vol. 13A.................................................................. 25
Tabela 4 - Composição química do aço, segundo norma SAE J404, conforme fabricante. .... 26
Tabela 5 - Propriedades mecânicas do material utilizado. ..................................................... 27
Tabela 6 - Parâmetros para a nitretação. ............................................................................... 27
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 13
2.1 Aços baixa liga e sua aplicação. ............................................................................... 13
2.3 Nitretação: o tratamento termoquímico superficial................................................ 13
2.3.1 Introdução ........................................................................................................... 13
2.3.2 Diagrama Fe-N e a formação de fases da nitretação. ............................................ 14
2.3.3 Particularidades dos tipos de nitretação................................................................ 16
2.3.3.1 Nitretação a gás e seus estudos...................................................................... 16
2.3.3.2 Alguns aspectos da nitretação líquida. .......................................................... 20
2.3.3.3 Considerações sobre a nitretação iônica ou a plasma. .................................... 20
2.4 Corrosão e a importância da nitretação .................................................................. 22
2.4.1 Introdução ........................................................................................................... 22
2.4.2 A variabilidade dos meios corrosivos................................................................... 22
2.4.3 As formas de corrosão ......................................................................................... 23
2.4.4 Mecanismo Eletroquímico ................................................................................... 24
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 26
3.1 Materiais de estudos ................................................................................................. 26
3.2 Execução do tratamento termoquímico................................................................... 27
3.3 Preparação das amostras ......................................................................................... 27
3.4 Análises da camada de difusão e da camada de compostos .................................... 28
3.6 Análises da microdureza superficial........................................................................ 29
3.7 Ensaios de corrosão .................................................................................................. 30
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 31
4.1 Análise metalográfica das amostras ........................................................................ 31
4.1.1 Microscopia óptica .............................................................................................. 31
4.1.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)....................................................... 35
4.2 Perfil de microdureza e microdureza superficial .................................................... 39
4.3 Ensaio de corrosão na câmara de névoa salina ....................................................... 41
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 42
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 43
12
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a busca incessante pela máxima qualidade e pela maior eficiência, tanto
em produtos quanto serviços, abrem precedência para várias áreas de pesquisa e
desenvolvimento progredirem no encontro de uma solução mais rápida e de melhor
característica para alcançar tais objetivos. Atrelado a isso está o avanço da tecnologia e o
surgimento de novas técnicas que complementam e proporcionam muitas vezes, como
exemplo, na diminuição de custos em mão de obra, fabricação, manutenção, matéria prima e
também, não menos importante, no aumento da vida útil de determinado produto.
Na fabricação de produtos que utilizam o aço, primeiramente, é executado o projeto o
qual é responsável pelo dimensionamento dos materiais a serem utilizados, levando em
consideração as diferentes solicitações e características necessárias para a criação e melhor
desempenho de tal produto. Entretanto, durante e após a produção, é necessário a realização
de vários ensaios para analisar se o material irá suportar aos esforços submetidos e atender as
especificações da fase inicial do projeto. Estes ensaios, na academia, são realizados e
estudados nas disciplinas de comportamento dos materiais mecânicos e, na indústria,
realizados no setor de pesquisa e desenvolvimento abrangendo tantos conhecimentos
mecânicos quantos metalúrgicos a fim de se obter o comportamento desejado dos materiais.
Baseado nestes fatos, este trabalho apresenta o estudo através de análises mecânicas e
metalúrgicas do aço ABNT 8550 após a aplicação da nitretação a gás, tratamento
termoquímico mais convencional que utiliza o gás amônia ( NH 3 ) como meio nitretante para a
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Aço de baixa liga são os aços que, além de serem constituídos basicamente de ferro e
carbono, possuem o total de até 5% em elementos de liga na sua composição química. Estes
elementos são adicionados fundamentalmente para reduzir a velocidade de decomposição da
austenita durante o resfriamento do tratamento térmico e o resultado tende a ser um aço muito
mais duro (VAN VLACK, 1984). Estes aços juntamente com os aços ferramenta e os aços
rápidos - classificação dos aços segundo a sua aplicação - são indicados para a nitretação por
possuírem em sua composição, justamente as ligas formadoras de nitretos como cromo (Cr),
molibdênio (Mo), alumínio (Al) entre outros. Rosa (2007) diz que a formação de precipitados
na superfície se dá pela grande afinidade dos elementos formadores de nitreto com o
nitrogênio, evitando a sua difusão, criando uma camada de elevada dureza, mas pequena
espessura. Esta é a justificativa do porquê de se aplicar este tipo de tratamento termoquímico.
Existe comercialmente um grupo de aços, que são mais conhecidos como Nitralloy
(Tabela 1), contendo em torno de 1% de alumínio e 1,2% de cromo, e são os mais indicados
para se aplicar a nitretação, principalmente a nitretação gasosa.
2.3.1 Introdução
na condição ferrítica com valor de 500ºC a 600ºC e conforme Piccili (2009), estas
temperaturas de trabalho devem ser abaixo, se material temperado, do revenimento e também
da temperatura de transformação da austeníta para se obter boas camadas nitretadas sem afetar
o metal base do núcleo evitando suas distorções. Segundo Pessin as fresas, machos, punções
de matrizes, moldes de injeção e extrusão, válvulas, engrenagens, virabrequins, pistões,
camisas de cilindro, interior de canos de armas, implantes cirúrgicos são alguns exemplos que
a nitretação aumenta a eficiência e a vida útil (apud SILVA, 2008, pág.51).
Uma das vantagens da nitretação, em comparação com a cementação, é por esse
processo utilizar menores temperaturas gerando menores tendências de causar trincas e
produzindo menores distorções no material e após realização do processo, não é necessária a
têmpera para produzir o endurecimento na camada nitretada.
Silva e Mei (2010) listam alguns motivos para empregar a nitretação: a primeira é
obter altíssima dureza superficial além de uma alta resistência ao desgaste, aumentar a
resistência à corrosão, exceto para aços inoxidáveis (podendo ser obtida através da nitretação
a plasma), melhorar a resistência a fadiga e por último obter resistência ao amolecimento
quando a superfície alcançar temperaturas próximas a de nitretação.
SANTOS, 2003) existe uma sequência de fases, da superfície para o núcleo, produzida no aço
durante a nitretação em temperaturas abaixo da eutetóide (591ºC) vista na Figura 1.
Fonte: O Autor
Fonte: O Autor
Figura 3- Sequências modificadas: (a) resfriamento lento com T > 591ºC e (b) nitretação exatamente na
T=591ºC.
Fonte: O Autor
Fe 4 N ( ' ) ,e acima deste teor, esta fase satura e o nitrogênio em excesso novamente se
reorganiza se transformando em um estrutura hexagonal compacta, formando a fase . De 5,9
até 7,4%, aproximadamente de nitrogênio dissolvido, no aço tem-se uma microestrutura
bifásica formada pelas fases ' + . Acima deste valor é formado somente um campo
monofásico de Fe 23 N ( ) .
Na Figura 4, podemos perceber o diagrama de fases Fe-N de Lieneweber, citado por
Silva (2008) e que é, assim como o diagrama ferro-cementita, o responsável pela detecção das
16
mesma temperatura do ferro- a pressão de 1 atm, como anteriormente, para se ter uma boa
dissociação de N 2 . A dissociação da amônia se dá por:
2 NH 3
2 N + 6 H (1)
Há estudos capazes de comprovar o que ocorre entre o gás amônia e o ferro nas
temperaturas de nitretação. Basicamente o ferro funciona como catalisador de reações de
dissociação formando uma atmosfera de nitrogênio e hidrogênio que fica na interface
gás/metal aumentando o seu teor de nitrogênio monoatômico, criando uma diferença de
potencial químico no sistema ferro e gás. Após isso, o sistema buscará seu estado de
equilíbrio difundindo e introduzindo o nitrogênio até o potencial químico ser nulo (equilíbrio
termodinâmico igual a zero). A Figura 5 ilustra a dissociação da amônia e a dissolução de
nitrogênio no metal.
Figura 6 - Aspecto microestrutual da camada nitretada do aço (A)AISI D2 e (B) AISI D6. Ataque Nital 4%.
apresentou que o aço ferramenta para trabalho a frio AISI D2 obteve uma dureza superficial
de 1100HV. Para o aço inoxidável austenítico AISI 304, Lemos (2013) detectou após o
processo, que a dureza superficial aumentou de 166HV para coincidentemente o valor de
1100HV.
Piccilli (2009) fez o estudo dos prováveis fatores aplicados à nitretação gasosa a fim
de diminuir ou eliminar a formação de trincas em anéis de pistões de motores de combustão
interna fabricados em aço inoxidável. Em seu estudo, foi analisado os fatores a serem
alterados através de um brainstorming com uma equipe especializada a fim de fazerem a
seleção, eliminação e definição destes fatores. Foi obtido cinco variáveis e, após a execução
do processo e das análises dos resultados, concluiu que aumentando a temperatura de
nitretação para 610ºC e a temperatura de alívio de tensões a 625ºC haveria uma melhor
eficiência no processo de nitretação para a minimização da ocorrência das trincas.
Dos Santos (2003) afirma que existem alguns pesquisadores executando e
aprofundando o estudo da utilização da uréia ( H 2 NCONH 2 ) como uma alternativa de formar
nitretos ou de realizar a nitretação, particularmente com os elementos Gálio (Ga) e Indio (In),
através da decomposição da mesma para formar o Nitreto de Indio e o Nitreto de Gálio.
Para se realizar o processo de nitretação a gás é possível se encontrar vários
equipamentos disponíveis comercialmente, a Figura 7 é um exemplo de equipamento, o forno
tipo câmpula.
É o processo de nitretação que utiliza como meio nitretante um banho de sais fundidos
a base de cianeto ou cianato e o aquecimento é realizado na mesma faixa de temperatura que a
nitretação a gás, de 500 a 570ºC. A relação entre o cianato e o cianeto é crítica, conforme Dos
Santos (2003) e torna esta a principal responsável pela ação de nitretação, pois esse cianato
decompõe-se liberando nitrogênio e carbono que difundem no ferro. A adição de carbono
resulta na formação de carbonetos. Somente o nitrogênio é mais ativo na ação de difusão,
gerando maiores quantidades de nitretos em relação à de carbonetos.
Este processo também apresenta a formação das camadas de compostos e de difusão.
A camada branca formada pelos nitretos e carbonetos, conforme tempo de operação, pode
atingir espessura de 0,005 a 0,015 mm, que varia de 60 a 180 minutos e possui uma
resistência ao desgaste e ao engripamento, excelente resistência a corrosão mesmo não
possuindo uma dureza muito elevada. Esta dureza e a resistência a fadiga é obtida na camada
de difusão devido a precipitação de nitretos finos (DOS SANTOS,2003).
Os aços que são empregados podem ser ao carbono, baixa liga ferramenta, inoxidável
e resistente ao calor, segundo a tabela 2.
Segundo Silva e Mei (2010), era conhecida como nitretação por descarga
luminescente, hoje nitretação iônica ou a plasma. É um processo termo-físico-químico que,
em um vaso a vácuo, usa como meio de fornecimento de nitrogênio as características de um
plasma gasoso de um gás ionizado, composto de uma mistura de nitrogênio e hidrogênio e as
vezes pequenas quantidades de metano. Este plasma é criado através de um campo elétrico e
os íons de nitrogênio são acelerados em direção da peça (cátodo) com considerável energia
21
Figura 8 - Microestrutura da superfície nitretada conforme as concentrações do gás. Aço AISI 4140. Nital 2%.
Tier (1998) explica que a temperatura de trabalho também é uma vantagem em relação
aos outros dois processos convencionais de nitretação, pois a temperatura da carga tem menor
influência no processo devido que a criação e adsorção do nitrogênio dependem apenas dos
parâmetros elétricos como tensão e corrente. Então, as temperaturas para se executar a
nitretação a plasma variam em torno de 350ºC tendo como restrições a temperaturas ainda
menores a redução do coeficiente de difusão do nitrogênio.
22
2.4.1 Introdução
Os meios mais freqüentes e comuns encontrados são: atmosferas, solo, águas naturais
e produtos químicos. A agressividade do meio pode variar, em relação ao material, ou seja,
um meio pode ser mais corrosivo para alguns materiais e não tanto para outros, tudo depende
da composição da superfície.
A atmosfera é alvo de um grande número de publicações científicas e sua ação
corrosiva depende da umidade relativa. Conforme Gentil (2011), o Ferro sofre corrosões
acelerada acima de 70% de umidade relativa dos gases e particulados (substâncias poluentes)
que através de reações químicas geram compostos oxidantes de elevada ação em meio
industriais e urbanos. Um grande exemplo é a formação do ácido sulfuroso e ácido sulfúrico
proveniente da reação entre gases, contendo carbono, hidrogênio e enxofre, e a umidade
presente no ar. A temperatura também é um fator que altera a atmosfera bem como os ventos,
insolação e o tempo de permanência de um eletrólito na superfície metálica.
De acordo com Gentil (2011) a água geralmente possui contaminantes como sólidos
suspensos, gases dissolvidos, sais, bactérias, algas, fungos. Então, os materiais metálicos em
contado com esta, tendem a sofrer corrosão. Como parâmetros de controles sob o efeito
corrosivo da água é de suma importância o controle do ph, da temperatura, a velocidade e
também sua composição química. Uma aplicação destes controles é em águas utilizadas na
geração de vapor para caldeiras. Esta água recebe tratamentos de desmineralização e
23
desaeração para evitar a presença de sais e de oxigênio, elemento este que oxidaria a
magnetita ( Fe3O4 ) nos tubos do equipamento formando uma camada não protetora.
O solo, por sua vez, pode apresentar diversos parâmetros que influenciam na sua
natureza tornando um meio corrosivo. A sua variabilidade, suas características fisio-químicas,
condições microbiológicas e operacionais alteram sua composição. Já os produtos químicos
podem gerar a corrosão devido a sua temperatura, concentração e tempo de contato com o
material metálico gerando reações químicas tendo que serem estudadas antes de qualquer
início de projeto.
Figura 9 - Exemplo de corrosão por pites no aço inoxidável AISI 304. Imagem obtida através do MEV
(Microscópio Eletrônico de Varredura).
Fe 2 2e
Fe (2)
Al 3 3e
Al (3)
Ni 2 2e
Ni (4)
Zn 2 2e
Zn (5)
2 H 2e
H 2 (6)
25
Segundo Santa Anna (2008), experimentalmente foi verificado que os metais possuem
diferentes tendências para se oxidar e com isso, foi criada uma tabela, Tabela 3, que dispõe a
ordem dos elementos que tem maior facilidade de perder elétrons.
Tabela 3 - Tabela de valores de potenciais em relação ao eletrodo padrão de hidrogênio a 25ºC(77ºF) baseada na
tabela da ASM- vol. 13A
3 METODOLOGIA
Fonte: O autor.
O aço de baixa liga a ser analisado é o aço ABNT 8550 ou DIN 34 CrAlNi 7. É
conhecido como aço para nitretação (Nitralloy) ou também comercialmente chamado
NITRODUR. O material tem composição química conforme a Tabela 4 consultada na ficha
técnica do material do fabricante de aço SCHOMOLZ + BICKENBACH. É um aço pré-
beneficiado, temperado e revenido, contendo dureza entre 258 a 286 HB e apresentando
propriedades mecânicas conforme Tabela 5.
Tabela 4 - Composição química do aço, segundo norma SAE J404, conforme fabricante.
Fonte: O autor.
Foi realizado o ataque químico nas amostras com NITAL 2% para a revelação da
microestrutura do núcleo bem como a revelação da camada de nitretação. As imagens das
amostras foram obtidas através do auxílio do microscópico óptico da marca Olympus de
modelo GX51 do Laboratório de Metalografia e também do Microscópio Eletrônico de
Varredura (MEV) de marca Jeol de modelo JSM - 6610LV de posse do Laboratório CEME-
Sul (Centro de Microscopia Eletrônica da Zona Sul), ambos da FURG. Com o uso destes
equipamentos, foi possível analisar as características da camada branca, camada de difusão e
o núcleo de cada amostra.
Para a obtenção da profundidade das camadas de difusão (NHT) foi empregado o
método de perfil de microdureza conforme a norma DIN 50190, que define a profundidade da
camada como sendo a profundidade onde a medição da dureza tenha dado o resultado 50
HV0,05 acima da dureza do núcleo, medida em HV0,05, conforme a seguinte expressão:
Fonte: O autor.
29
Esta análise foi realizada pelo método do perfil de microdureza, conforme a norma
DIN 50190. As medições foram executadas pelo método Vickers e com o auxílio do
microdurômetro de marca Shimadzu da série HMV-2. A carga usada no ensaio foi de 50gf
com o tempo de 10 segundos cada identação e com espaçamento de 0,05 mm do núcleo para a
superfície das amostras.
Fonte: O autor.
Para ter a simulação de um meio corrosivo e ser possível a análise da corrosão no aço
ABNT 8550, foi utilizada a Câmera de Névoa Salina, do laboratório de fabricação mecânica
da FURG, para se ter um corrosão acelerada. Neste ensaio, as amostras foram submetidas à
névoa salina contendo concentração de 5% de Cloreto de Sódio (NaCl) em uma temperatura
de 35ºC e ph controlado entre 6,5 e 7,2.
31
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 12 - Amostra nitretada a 525ºC por 16h, ataque Nital 2%, microscópio óptico.
(a) (b)
Fonte: O autor.
32
A amostra nitretada por 24 horas, visualizada nas figuras 13.a e 13.b, apresentou as
mesmas características da amostra nitretada por 16 horas. Na figura 13.a é possível observar
a presença da camada branca e da camada de difusão, no entanto a camada de difusão está
com a cor ligeiramente mais clara que a amostra anterior e com pequena diferença na sua
espessura. A figura 13.b mostra que a camada branca já não é tão densa como a amostra
analisada anteriormente e apresenta a diferença das duas fases, sinalizadas na figura, sendo
mais na superfície do material e ' logo abaixo. Toth (2000) observou que o ataque químico
com reagente Nital 2% realça a fase ' que possibilita a sutil diferenciação entre a fase de
nitreto .
Figura 13 - Amostra nitretada a 525ºC por 24 horas, ataque Nital 2%, microscópio óptico.
(a)
(b)
Fonte: O autor.
33
Na Figura 14.a, é vista que a amostra novamente possui a mesma microestrutura das
amostras anteriores, porém ela apresentou maior número de manchas brancas que são os
nitretos formados na matriz. A Figura 14.b está sinalizando as trincas presentes na camada
branca desta amostra e possibilita a visualização de precipitados em forma de agulhas da
camada de difusão.
Figura 14 – Amostra nitretada a 525ºC por 32 horas , ataque Nital 2%, microscópio óptico. Em (b) trincas na
camada branca, dos nitretos formados e a forma de agulhas dos nitretos da camada de difusão.
(a)
(b)
Fonte: O autor.
34
Figura 15 - Amostra duplicata nitretada a 525ºC por 16 horas, ataque Nital 2%, microscópio óptico.
Fonte: O autor.
Figura 16 - Amostra duplicata nitretada a 525ºC por 24 horas, ataque Nital 2%, microscópio óptico.
Fonte: O autor.
35
Figura 17 - Amostra duplicata nitretada a 525ºC por 32 horas, ataque Nital 2%, microscópio óptico..
Fonte: O autor.
Figura 18 - Amostras nitretadas a 525ºC por (a) 16 horas e (b) 24 horas, ataque Nital 2%, MEV.
(a) (b)
Fonte: O autor.
36
Figura 19 - Amostra nitretada a 525ºC por 32 horas, ataque Nital 2%, MEV.
Fonte: O autor.
O núcleo martensítico revenido é mais bem visualizado nas amostras analisadas com o
MEV, figuras 18, 19, 20 e 21, porém com formações similares devido o fato de algumas
amostras apresentarem a formação de bainita no núcleo. Mesmo com esse fato, nota-se a boa
realização do revenimento a elevadas temperaturas.
Figura 20 - Amostras duplicatas nitretadas a 525ºC por (a) 16 horas e (b) 24 horas, ataque Nital 2%, MEV.
(a) (b)
Fonte: O autor.
Figura 21 - Amostra duplicata nitretada a 525ºC por 32 horas, ataque Nital 2%, MEV.
Fonte: O autor.
37
As imagens obtidas das camadas de compostos das amostras no MEV trazem uma
melhor riqueza de detalhes da porosidade nesta camada indicada na figura 22.a. Santos (2003)
através do estudo dos fundamentos termodinâmicos para a formação dos poros diz que quanto
maior tempo de nitretação necessariamente a camada formada é porosa. Esta porosidade se dá
quando a redistribuição de nitrogênio local, conectada com a decomposição de nitreto com
formação de N 2 dentro da camada liberando energia, ocorrer mais rápido que o transporte de
nitrogênio através da camada. A característica presença de precipitados acicular nas camadas,
Figura 22.b, assim como foi apresentado por Silva (2008), fica mais evidente do que na
análise com o microscópio óptico. Alguns círculos escuros nas amostras são devido a reação
do embutimento no momento da análise, podendo ser prejudicial ao equipamento.
Figura 22 – Camadas de compostos das amostras nitretadas a 525ºC por (a) 16 horas e (b) 24 horas. Nital 2%.
(a) (b)
Fonte: O autor.
Figura 23 - Camadas de compostos das amostras nitretadas a 525ºC por 32 horas, ataque Nital 2%.
Fonte: O autor.
38
Figura 24 – Camadas de compostos das amostras duplicatas nitretadas a 525ºC por (a) 16 horas e (b) 24 horas,
ataque Nital 2%.
Fonte: O autor.
Figura 25 – Camada de compostos da amostra duplicata nitretada a 525ºC por 32 horas, ataque Nital 2%.
Fonte: O autor.
39
Conforme explicado nos itens 3.5 e 3.6 da metodologia deste trabalho, foram obtidos
os resultados de microdureza superficial e também da espessura da camada de nitretação
através do método de perfil de microdureza. A média de dureza dos núcleos não ultrapassou
os 298 HV0,05 e após as medições foram obtidos os dados para a construção dos gráficos
comparativos entre as amostras analisadas.
Figura 26 – Perfil de microdureza das amostras nitretadas a 525ºC por 16, 24 e 32 horas.
Amostras nitretadas a 525ºC
1600
1400
1200
1000
Microdureza(HV)
16 horas
800 32 horas
24 horas
600
400
200
0
0,07 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55
Distância da superfície (mm)
Fonte: O autor.
Figura 27 - Perfil de microdureza das amostras nitretadas duplicatas a 525ºC por 16, 24 e 32 horas.
1400
1200
1000
Microdureza (HV)
800 16 horas
24 horas
32 horas
600
400
200
0
0,07 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55
Distância da superfície (mm)
Fonte: O autor.
Figura 28 – Demonstração das identações do perfil de microdureza no aço ABNT 8550 nitretado.
Fonte: O autor.
As seis amostras foram submetidas ao ensaio acelerado de corrosão. Este ensaio foi
realizado conforme descrito no item 3.7 da metodologia deste trabalho e como resultados
foram obtidas as seguintes informações:
As camadas nitretadas das amostras resistiram mais de 120 horas de exposição;
Os núcleos das amostras apresentaram corrosão em 6 horas a partir do princípio do
ensaio.
42
5 CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA
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CrVMo 51 e DIN 34 CrAlNi 7. São Carlos: USP,1999. Dissertação (Mestrado em Ciência e
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São Carlos, 1999.
FERREIRA, Gustavo E. F. Avaliação da fadiga térmica do aço AISI H13 nitretado pelos
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Ciência e Engenharia de Materiais), Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de
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