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Pata-de- Vaca
Taxonomia e Nomenclatura
Ordem: Fabales
Paulo Ernani Ramalho no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo; pata-de-vaca-branca,
Carvalho no Rio Grand'e do Sul; pata-de-vaca-com-espinho e unha-de-vaca-de-espinho, no Estado
Engenheiro Florestal, de São Paulo; unha-d'anta, em Minas Gerais; . unha-de-boi, em Minas Gerais, em Santa
Doutor. Pesquisador da
Catarina e no Estado de São Paulo; unha-de-vaca, na Bahia, no Espírito Santo, em Minas
Embrapa Florestas.
ernani@cnpf.embrapa.br Gerais, no Paraná, no Estado do Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina
e no Estado de São Paulo.
Etimologia: Bauhinia é um gênero criado por Linnaeus, em homenagem aos irmãos Jean
Bauhin (1541- 1613) e Gaspard Bauhin (1550 -1624), médicos e botânicos suíços
(Fortunato, 1986).
Descrição
Carauta et al., 1989; Bloomfield et al., 1997b; al., 2000), e na Roresta de Tabuleiro, no norte do
Campos & Vaz, 1998; Silva Neto et al., 1999). Espírito Santo (Rizzini et aI., 1997); Floresta Ombrófila
Mista (Floresta com Araucária); Floresta Estacionai
Rio Grande do Norte (Tavares et al., 1975;). Semidecidual (Klein, 1985; Bloomfield et al., 1997);
Floresta Estacionai Decidual Baixo-Montana (TabareIJi,
Rio Grande do Sul (Lindeman et aI., 1975; Knob, 1992;) e Submontana, no baixo Paranaíba (Carvalho et
1978; Santa Maria, 1981; Jacques et aI., 1982; aL, 1999); eventualmente no Cerrado (Brandão &
Mattos, 1983; Brack et al.. 1985; Amaral, 1990; Gavilanes, 1992) e noêlomínio da Caatinga (Brandão &
Tabarelli, 1992; Longhi, 1997; Vaccaro et al., 1999). Gavilanes, 1994).
Santa Catarina (Reitz et al., 1978). Na Região Nordeste, vegeta principalmente nas encostas
de serras e serrotes, e no litoral (Fernandes, 1990).
Rondônia (Silva et al., 1989).
Densidade: numa área inventariada, na Bacia do Rio
Estado de São Paulo (Kuhlmann & Kuhn, 1947; Piranhas, no Rio Grande do Norte, encontrou-se uma
Nogueira, 1976; Baitello & Aguiar, 1982; árvore por hectare (Tavares et al., 1975).
Kageyama, 1986; Pagano et al., 1987; Vieira et
al., 1989; Nicolini, 1990; Salis, 1990; Maltez et Em levantamento fitos sociológico realizado à margem do
al., 1992; Toledo Filho et aI., 1993, Kotchetkoff- Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram
Henriques&Joly, 1994; Toledo Filho et al., 1997; encontradas 5 árvores na encosta da área (Toledo Filho
Cavalcanti, 1998; Toledo Filho et al., 2000). et ai., 2000).
Deficiência hídrica: nula, na Região Sul, de moderada a importante acompanhar a maturação fisiológica, para não
forte, com estação seca até 5 meses, na Região se perder as sementes.
Nordeste e parte central de Minas Gerais.
Como a deiscência é explosiva, as sementes são
Temperatura média anual: 16,5°C (Curitiba, PR) a lançadas a grandes distâncias quando os frutos alcançam
27,2°C (Mossoró, RN). o ponto ideal de maturação. Com uma simples pressão
dos dedos, a vagem se abre e as sementes são extraídas
Temperatura média do mês mais frio: 12,2°C (Curitiba, manualmente. Outra maneira é colocar os frutos colhidos
PR) a 25°C (Mossoró, RN). ao sol, para que se abram e soltem as sementes.
Temperatura média do mês mais quente: 19,9°C Número de sementes por quilo: 3.200 (Tigre, 1970) a
(Curitiba, PR) a 28,J°C (Mossoró. RN). 15.100 (Lorenzi, 1992).
Temperatura mínima absoluta: -6,4°C (Colombo, PR). Tratamento para superação da dormência: as sementes
de Bauhinia farficata não apresentam impermeabilidade
Número de geadas por ano: médio de O a 11; máximo do tegumento, como muitas sementes de leguminosas
absoluto de 33 geadas, na Região Sul. (Pereira, 1992), contudo, muitas sementes germinam
sem tratamento pré-germinativo. Entretanto, a maioria
Tipos climáticos IKoeppen): tropical (Af, Am e Aw); delas deve ser submetida a imersão em água quente,
subtropical úmido (Cfa); temperado úmido (Cfb) e com temperatura inicial de 80°C, por 10 minutos para
subtropical de altitude (Cwa e Cwb). embebição.
Propagação vegetativa: a espécie, também, propaga-se médio de 8,90 rnê.ha .ano', com casca, aos 6 anos de
facilmente por estacas de brotações de raízes e de idade.
cepas.
Características da Madeira
Características Silviculturais
Massa específica aparente: a madeira da pata-de-vaca é
A pata-de-vaca é uma espécie heliófila, medianamente moderadamente densa (0,66 q.crn-'). a 15% de umidade.
tolerante às baixas temperaturas. Em florestas naturais,
árvores adultas toleram temperaturas mínimas de até -6°c. Cor: o alburno e o cerne não são diferenciados e
apresentam coloração branca.
Hábito: irregular, bastante bifurcada e com ramificação
pesada e sem dominância apical definida. Não apresenta Durabilidade natural: baixa, quando exposta ao tempo.
desrama natural, necessitando de poda de condução e
dos galhos.
Produtos e Utilizações
Métodos de regeneração: a pata-de-vaca pode ser
plantada a pleno sol, em plantio misto, e em vegetação Madeira serrada e roliça: a madeira de pata-de-vaca
matricial arbórea, em faixas de 4 m de largura abertas na apresenta uso local e bastante restrito, principalmente
vegetação secundária e plantada em linhas. em construção civil, obras internas, caixotaria, estacas,
carpintaria e obras leves.
A pata-de-vaca apresenta brotação vigorosa após corte e
também a partir da raiz, a mais de 1 m da planta original. Energia: lenha de boa qualidade.
Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para Celulose e papel: espécie adequada para produção de
cercas vivas, quando cresce como arbusto espinhoso. celulose.
Apícola: as flores dessa espécie são melíferas e fornecem Gíbbobruchus specutiter, família Bruchidae: as
pólen (Barros, 1960).
larvas broqueiam as sementes, com danos
consideráveis (Link & Costa, 1982). Foram
Medicinal: a pata-de-vaca é planta tradicionalmente
encontrados 31 ,3 % do total de sementes
usada em medicina popular, onde apresenta ação
consumidas por esse bruquídeo.
diurética e hipoglicemiante. As folhas possuem
propriedades medicinais efetivas, comprovadas através
de pesquisas farmacológicas, contra diabetes, sendo
usadas em chás (permite regime alimentar menos
Espécies Afins
rigoroso para os diabéticos). É diurética e antidiarréica.
O genêro Bauhínía Plum. ex Linnaeus possui
As folhas devem ser colhidas de preferência antes da aproximadamente 250 espécies distribuídas nas regiões
floração, e secas ao sol. Também se usam as flores, tropicais, subtropicais e temperadas-quente da América,
Na medicina popular, as folhas, a casca, o lenho e as No continente americano, se encontra o mais elevado
raízes da pata-de-vaca são usados no tratamento das número de entidades, sendo a área de maior diversidade
afecções urinárias. específica a Região Amazônica do Peru e do Brasil
(Fortunato, 1986). Pelo menos cem dessas espécies
As flores novas possuem ação purgativa. O chá é ocorrem no Brasil.
diurético, bom para rins, bexiga, garganta (gargarejo),
tosses, bronquites, sífilis, verminoses e atua As três variedades de B. forfícata ocorrentes no Brasil
favoravelmente em males do coração e da coluna possuem distribuição geográfica irregular: Bauhínía
(Correa, 1978; Marquesini, 1995).
forfícata Link varo ptstvpetete (Burch. ex Benth.) Wund
possui distribuição restrita no Maranhão, Pará, no
A raiz é venenosa, mas usada em decocto, funciona
Cerrado; em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, no
como vermífugo (Rodrigues, 1996) e ajuda a matar os
Pantanal, enquanto Bauhínía forfícata Link subsp.
micróbios (Ki:irbes, 1995). Na fitoterapia, a espécie é
pruínosa (Vog.) Fortunato et Wunderlin, ocorre na
indicada, também, no tratamento da elefantíase (Teske &
Argentina, na Bolívia, no Sul do Brasil, no Paraguai, e no
Trentini, 1997).
Uruguai (Fortunato, 1986).
Reflorestamento para recuperação ambienta.: a espécie é do Arroio Umbú - Victor Graeff, RS. Porto Alegre:
adultos se alimentam da casca dos galhos finos e URBANA, 3., 1990, Curitiba. Anais. Curitiba: FUPEF,
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folhas e as larvas desenvolvem-se nos caules e
galhos serrados (Link et al.. 1984).
Pata-de-Vaca I 7
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CGPE 4427