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Universidade Federal do Rio de Janeiro

CAMPUS MACAÉ

Roteiros

Física Experimental I
(MCG 113 e FIW 122)

2018/1

Claudio Ccapa Ttira


Benardo Mattos Tavares
Prof. Adjunto de Física
UFRJ/ Campus Macaé

1
Conteudo
Experiência 1 – Medições e gráficos....................................................................................................3

Experiência 2 - Tempo médio de reação...............................................................................................7

Experiência 3 - Movimento Retilíneo Uniforme (Trilho de Ar)...........................................................9

Experiência 4 - Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado (Trilho de Ar)..............................11

Experiência 5 - Força de atrito estático e cinético..............................................................................14

Experiência 6 – Colisões elásticas e inelásticas (Trilho de Ar)..........................................................17

Apêndice B: Medição, incertezas e tratamento de dados...................................................................21

B.1) Grandezas e unidades..............................................................................................21

B.2) Incertezas e a representação de medidas experimentais..........................................23

B.3) Tratamento estatístico de dados...............................................................................25

B.4) Medidas indiretas e propagação de erros................................................................26

Apêndice C: Gráficos e ajuste linear..................................................................................................28

Apêndice D: O Trilho de Ar...............................................................................................................31

Referências.........................................................................................................................................33

2
Experiência 1 – Medições e gráficos

Objetivos
1. Compreender que nenhuma medição, mesmo que cuidadosamente realizada, pode estar
completamente livre de incertezas.
2. Aprender a realizar medidas diretas.
3. Estimar a magnitude das incertezas experimentais.
4. Apreender a relatar incertezas
5. Desenhar gráficos de grandezas físicas em papel milimetrado.
6. Apreender a reconhecer a relação entre duas grandezas físicas a partir do gráfico
correspondente.

Introdução

Erro em uma medida científica significa a inevitável incerteza que acompanha todas as
medições. Desta forma, erros não são equívocos; você não pode eliminá-los mesmo sendo muito
cuidadoso. O melhor que você pode fazer é assegurar que os erros sejam tão pequenos quanto
possível. Por outro lado precisamos de uma estimativa confiável da magnitude da incerteza.
Neste experimento inicial apreenderemos fazer medidas diretas e estimar suas incertezas. A
partir das medidas diretas calcularemos medidas indiretas e mais importante ainda apreenderemos a
calcular e relatar incertezas nestes casos. Vamos considerar também o caso de medidas repetidas em
experimentos onde não se pode medir diretamente com o instrumento de medida, nestes casos o
processo mais recomendável e realizar várias medições e tentar estimar o melhor valor possível
assim como sua faixa de incerteza.
Discutiremos os conceitos básicos da análise de erros e discutir as regras gerais para determinar
incertezas desde os casos mais simples até os casos de medidas indiretas obtidas como resultado de
soma, diferença e produto de medições diretas. Este processo é chamado de propagação de
incertezas, já que literalmente a incerteza (porcentual) aumenta ou se propaga cada vez que
efetuamos alguma operação sobre as medições diretas.
Em geral, o resultado de alguma medição da quantidade x escreve-se como:

(valor medido de x )=x±δ x ,

significando que o valor medido de x, encontra-se no intervalo x−δ x < x< x+ δ x .

Por exemplo: o comprimento l de um lapiz se escreve como:

l=(36±1)mm

Propagação de incertezas

Se duas quantidades x e y são medidas com incertezas δx e δ y , e se os valores

3
medidos x e y são usados para calcular a soma q=x+ y , o intervalo para q , pode ser
aproximado da seguinte forma:
limite superior do intervalo = maior valor provável de q=(x + y )+( δ x + δ y )
limite inferior do intervalo = menor valor provável de q=( x + y )−( δ x+ δ y )

Combinando as equações anteriores vemos que a incerteza na soma, δ q , é a soma das incertezas
em x e y :
δ q≈δ x + δ y

Na verdade esta formula se sobrepõe ao nosso provável erro. Pode se demostrar que sendo os erros
independetes e aleatórios , a incerteza na soma é certamente menor do que a simples soma
δ x+ δ y :
δ q⩽δ x+ δ y .
A resposta depende das leis estatísticas que governam as nossas medidas de erros. Se as medidas de
x e y são tomadas independentemente e obedecem à distribuição normal ou de Gauss
(sujeitas apenas a incertezas aleatórias), então a incerteza δ q para o valor calculado q=x+ y ,
será a soma em quadratura ou soma quadrática das incertezas δ x e δ y :
δ q=√ (δ x)2 +(δ y)2

Um conceito útil e relacionado com a noção de algarismos significativos é a incerteza fraccionária,


definida como:
δx
Incerteza fraccionária=
|x|
A incerteza fraccionária é também chamada incerteza relativa ou de precisão. Multiplicando por
100 nos temos a incerteza porcentual não possui unidades, por tanto é útil para comparar incertezas
entre diferentes grandezas. Por exemplo: Uma medida de comprimento L=(17,4±0,2) cm tem
1,1% de incerteza porcentual. Quanto menor o valor da incerteza percentual maior a precisão da
medição. É desejável que a incerteza percentual de qualquer medida não seja maior do que o 10%.

A continuação damos algumas fórmulas úteis para o calculo de incertezas:

Se duas quantidades x e y foram medidas com incertezas δ x , δ y e incertezas relativas


pequenas δ x /|x| , δ y /| y| respectivamente, e se os valores medidos x e y são usados
para calcular a (o):
Operação Incerteza
Soma q=x+ y δ q=√ (δ x)2 +( δ y)2
Diferença q=x− y δ q=√ (δ x)2 +( δ y)2

√(
Produto q=x . y
)( )
δx 2 δy 2
δq
= +
|q| |x| | y|

√(
Divisão x
) +(
| y| )
2 2
q= δq δx δy
y =
|q| |x|
Produto por uma constante r=c . x δ r=|c|δ x
Potencia p=x n δp δx
=|n|
|p| |x|
Mais detalhes do conceito de medições e propagação de incertezas podem ser consultadas no

4
apêndice B deste roteiro.

Procedimento experimental

1. Medir com uma régua as arestas de um bloco retangular de madeira.


2. Medir com um paquímetro a altura de um bloco cilindrico.
3. Medir com um paquímetro o diâmetro do cilindro.
4. Medida do comprimento da corda de um pêndulo usando um método indireto. Medir L e
l=L−h como mostrado na figura abaixo.

Análise experimental

1. Preencher a tabela abaixo com as medidas realizadas:

Grandezas Medida no formato x±δ x


Comprimento (a)
Largura (b)
Altura
Altura do cilindro (h)
Diâmetro do cilindro (d)
Comprimento L do pêndulo (L)

2. Calcular a incerteza do perímetro p da superfície retangular do bloco, p=2(a+b) .


Este é um caso de propagação de incertezas na soma de medições. Para obter a incerteza do
perímetro, calcule primeiro a incerteza da soma a+ b . Informar o valor do perímetro
junto com a incerteza na forma padrão.

5
3. Calcular a área da superfície A=a .b , junto com sua incerteza δ A .
4. Estimar a incerteza associada à medida do comprimento l do pêndulo, obtida como a
diferença de L e l=L−h , como mostrado na figura acima, l=L−h .

5. Relação entre grandezas físicas. A tabela de dados mostrada abaixo é resultado da medição
do esticamento de uma mola vertical pela ação de uma massa presa a ela:

Massa m (g) 200 300 400 500 600 700 800 900
δ m despresível
Comprimento x(cm). 1,1 1,5 1,9 2,8 3,4 3,5 4,6 5,4
δ x=0,3
para todos

Faça o gráfico do comprimento x em função da massa m . Disponha a massa na


vertical e o comprimento na horizontal. Desenhe também as barras de incerteza correspondentes
para os valores do comprimento. Qual é a relação entre as grandezas x e m ?

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Experiência 2 - Tempo médio de reação

Objetivos

Introduzir o procedimento da medição de grandezas experimentais (medidas diretas e indiretas),


bem como o conceito de valores médios, dispersão e erros de medidas ao aluno. Além disso, ao
término desta atividade, o aluno deverá ser capaz de:
• A partir de um movimento de queda livre, determinar o tempo médio de reação do colega.
• Reconhecer que, por mais cuidadoso que seja, sempre haverá erro na medida de uma
quantidade física.

Introdução

Orientando-se o eixo vertical para baixo, a equação que descreve o movimento de queda livre,
desprezando a resistência do ar, é dada por:
1
h=v 0 t g t 2 (1)
2

Considerando-se que a velocidade inicial de queda da régua é nula temos que a expressão (1) fica:
1
h= g t 2 (2)
2
Invertendo-se a equação (2) obtemos o tempo de queda correspondente a altura h medida:
t=
 2h
g
(3)

Procedimento experimental
1. Utilizando uma régua milimetrada (metálica ou plástica de
30 a 50 cm), proceda da seguinte maneira:
2. Segure o extremo da régua segurando na posição I conforme
indicado na figura 1. Solicite a um colega que fique com a
mão na posição II, com os dedos indicador e polegar
afastados cerca de 3 cm entre si, no nível zero da régua.
3. Solte a régua sem aviso prévio e o colega II deverá segurá-
la, apenas fechando os dedos sem mover a mão.
4. Anote em uma tabela o valor de h (que é uma medida
direta) lido na régua, no ponto em que o aluno II a segurou.
5. Repita este procedimento até completar 120 repetições e
preencha a tabela conforme indicado abaixo:

Medida Distância h (cm) Tempo de queda t (s)


1 … …
2 … …
… … …
120 … …
Tabela 1

7
6. O campo “tempo de queda” (i.e uma medida indireta) na tabela acima deve ser preenchido,
aplicando-se a equação (3) para cara valor de h correspondente. Pode fazer este calculo
usando uma planilha de dados no computador ou no smartphone.

Análise de dados

1) Utilizando os dados da tabela 1, obtenha o valor médio t̄ , o desvio padrão (dispersão)


S t e o erro da média S m ,t dos tempos de queda para (a) os últimos 20, (b) os
primeiros 60 e (c) para o conjunto completo de 120 medidas.

i ti t i−t̄ (t i− t̄ )2
1
2
3
...
N
Somas
Tabela 2

2) Represente os resultados das contas na tabela 3 para os três conjuntos de dados:

Número de Valor médio t̄ Desvio padrão S t Incerteza S m ,t


medidas
20
60
120
Tabela 3

3) Qual o comportamento das quantidades t̄ , S t e S m ,t quando variamos o número de


medidas? Explique no relatório!
4) Por convenção S t é usado como definição da incerteza de cada medida realizada.
Compare e discuta o valor de S t para o conjunto de 120 medições com a precisão do
cronômetro utilizado.
5) Calcule para o conjunto de 120 medições a fração de medidas contidas nos intervalos (a)
[t̄ −1 S , t̄ +1 S ] (b) [t̄ −2 S , t̄ +2 S ] (c) [t̄ −3 S ,t̄ +3 S] . Em um procedimento sujeito
somente a flutuações aleatórias, as frações esperadas para estes intervalos são
aproximadamente 68.3%, 95.4% e 99.7% respectivamente. Note então que a convenção
mais adotada, de utilizar como incerteza o valor do desvio padrão, corresponde a adotar um
intervalo de incerteza que conteria aproximadamente 68% dos valores obtidos, caso o
processo de medida fosse repetido muitas vezes.

ATENÇÃO: o experimento deve ser feito sempre pelas mesmas 2 pessoas! Uma na posição II e
outra na posição I, para garantirmos que o experimento está sendo repetido em idênticas
condições experimentais.

8
Experiência 3 - Movimento Retilíneo Uniforme (Trilho de Ar)

Objetivos

• Aprender a manusear o trilho de ar;


• Determinar a velocidade de um objeto em movimento retilíneo uniforme;
• Verificar que o movimento de um carrinho no trilho de ar é retilíneo e uniforme, na ausência
de força resultante atuando sobre o objeto.
• Descobrir a relação entre duas grandezas físicas a partir do gráfico correspondente.

Introdução

O trilho de ar é um aparelho desenhado para o estudo de movimentos com baixíssimo atrito. Neste
experimento utilizaremos este aparelho na medição da velocidade de um objeto em movimento
retilíneo uniforme (velocidade constante). Recomenda-se a leitura do apêndice D antes da execução
deste experimento. A primeira lei de Newton (lei da inércia) afirma que:

“um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo


uniforme caso a força resultante sobre o corpo seja nula”.

Portanto, depois de darmos a propulsão inicial no carrinho sobre o trilho de ar (por exemplo: um
empurrão por um tempo muito curto), seu movimento não sofrerá mais a ação de forças horizontais
e consequentemente a velocidade não irá variar, até atingir o final do trilho. Portanto a equação de
movimento do carrinho será:

x t= x 0v 0 t (1)

onde v 0 é a velocidade (constante) atingida pelo carrinho, depois de cessar a propulsão inicial.
Note que a equação (1) é válida a partir de um tempo t 0 , posterior a propulsão inicial (que
tomamos nulo por conveniência) e até um tempo t max anterior ao choque com o final do trilho.

Procedimento experimental

• Ligue o gerador de fluxo de ar.


• Certifique-se que o trilho de ar está nivelado colocando o carrinho em várias posições no
trilho e observando se ele se move aceleradamente. Caso necessário, proceda o nivelamento
com auxílio do professor.
• Verifique a instalação elétrica do centelhador.
• Sem a fita termo-sensível simule a obtenção de dados:
1. Estime a frequência a ser selecionada no centelhador (isto é, o intervalo de tempo
entre duas centelhas sucessivas).
2. Verifique se a distância entre o condutor do carrinho e a tira metálica é adequada.
3. Pense como impulsionar o carrinho (discuta com o professor)!
4. Teste a manipulação do centelhador!
• Agora desligue os aparelhos e descarregue o centelhador. Coloque a fita termo-sensível

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sobre a tira metálica.
• Religue os aparelhos e solte o carrinho. Registre o movimento na fita.
• Desligue os aparelhos e descarregue o centelhador. Retire a fita do trilho e observe-a.
Discuta com o professor se é necessário refazer a tomada de dados.
• Afixe a fita sobre a mesa e proceda a leitura dos dados. Oriente o eixo x e sua origem de
uma forma conveniente! Use a régua para medir a posição do carrinho.
• Construa uma tabela da posição em função do tempo e preencha as colunas:

# Tempo (s) Posição (cm) δ x ( cm)


0 t0 x0 δ x0
1 t1 x1 δ x1
2 t2 x2 δ x2
... … … ...

Análise de dados

1) Calcule a velocidade média do carrinho em vários intervalos de tempo ao longo do


movimento (dois no início, dois no meio e dois no final).
2) Estime a incerteza associada a cada velocidade média achada no item anterior.
3) Compare as velocidades no item 2) e suas incertezas no item 3). Pode concluir que dentro da
faixa das incertezas a discrepância entre os valores achados de velocidades médias é
significativa? A velocidade do carrinho é constante? Dica: Uma vez obtido as velocidades
medias e suas incertezas, faça um gráfico de velocidade média em função do número de
valores de velocidade calculados. Observe se os pontos são compatíveis entre sim
desenhando uma reta que passe bem próximo dos pontos e dentro das barras de erro. Se a
reta for horizontal significa que a velocidade foi constante, por exemplo:

4) Construa um gráfico da posição em função do tempo em papel milimetrado, incluindo as


barras de erro. Leia o apêndice C para sugestões de como se fazer um bom gráfico!
5) Qual o tipo de relação entre as grandezas envolvidas (posição e tempo)? Desenhe a curva
que passa por dentro o mais perto possível de todas as barras de erro.
6) Calcule o coeficiente angular da reta pelo método de ajuste linear visual. Qual o significado
desde coeficiente?
7) Estime a velocidade instantânea no tempo t 5 .

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Experiência 4 - Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado
(Trilho de Ar)

Objetivos

• Aprender novas técnicas de utilização para o trilho de ar;


• Analisar o movimento de um carrinho sujeito a variação uniforme da velocidade.
• Calcular a aceleração de um carrinho em movimento sujeito a ação de uma força constante.
• Estimar a aceleração da gravidade.
• Aprofundar os conhecimentos de propagação de incertezas.

Introdução

Neste experimento utilizaremos o trilho de ar para estudar o movimento de um objeto (carrinho de


metal) sob ação de uma força constante. Considere um corpo sobre um plano sem atrito como
mostrado na figura abaixo, um peso prove uma propulsão constante através de uma corda que
conecta o peso com o carrinho.

Inicialmente o sistema está em repouso, mas depois de liberar o carrinho, a sua velocidade
aumenta a uma taxa constante, aceleração constante a x . A lei horária que rege este movimento
está dada por:
a
x (t)=x 0 +v 0 t+ x t 2 (1)
2
onde x 0 é a posição inicial do corpo, que pode ser tomada como 0 (origem do eixo coordenado).
onde v 0 é a velocidade inicial do corpo. Se o objeto parte do repouso temos v 0=0 . Por fim, a
velocidade do objeto em função do tempo, é dada por:
v (t )=v 0 + a x t (2)
A velocidade instantânea v (t ) pode se calcular a traves de uma velocidade média entre os
instantes t – Δt e t + Δt:
x (t+ Δ t)− x(t−Δ t)
v (t )= (3)
2Δt
Isto é apenas valido para o caso de aceleração constante.

Pode se demostrar aplicando as leis de Newton que a aceleração está determinada pela relação:

11
mp
a= g (4)
mp +mc + I /r ²
onde m p e mc são as massas do peso e do carrinho respectivamente, I é o momento de
inercia da polia e r o seu raio. Finalmente g é a aceleração da gravidade.

Procedimento experimental

1. Ligue o gerador de fluxo de ar


2. Certifique-se que o trilho de ar está nivelado colocando o carro em várias posições no trilho e
observe se há ou não há força resultante. Caso necessário, faça o nivelamento com o auxílio da
bolha de nível.
3. Verifique a instalação elétrica do centelhador.
4. Conete com um fio que deslize sobre a polia o carrinho com o peso. Amarre os objetos nas
extremidades opostas do fio;
Nota: escolha um tamanho de fio que permita ao carrinho percorrer a máxima distancia no
trilho.
5. Sem a fita termossensível simule a obtenção de dados:
◦ Escolha o período de disparo do centelhador (que pode ser ajustado de 50 ms a 200 ms).
◦ Verifique se a distância entre a ponte condutora do carro e a barra metálica é adequada;
◦ Pense em como manter o carrinho em repouso no momento inicial;
◦ Teste a manipulação do centelhador!
6. Agora desligue os equipamentos e descarregue o centelhador. Coloque a fita termossensível
sobre a tira a barra metálica.
7. Religue os aparelhos e solte o carro, registrando o movimento na fita.
8. Desligue os equipamentos e descarregue o centelhador. Retire a fita do trilho e observe se há
necessidade de refazer o experimento.
9. Coloque a fita sobre a mesa e proceda a leitura dos dados. Escolha o eixo x e a origem do eixo
de coordenadas de uma forma conveniente. Use uma régua milimetrada para fazer as medidas
da posição do carro.
10. Construa uma tabela da posição em função do tempo,

# t(s) x(cm) δ x (cm)


0 t0 x0 δ x0
1 t1 x1 δ x1
2 t2 x2 δ x2
... ... ... ...

Análise de dados
1. Construa um gráfico de posição em função do tempo em papel milimetrado. Observe o
comportamento dos pontos durante o movimento. A partir do gráfico, qual é a relação entre a
posição e o tempo?
2. Calcule a velocidade instantânea no tempo t, por meio da equação (3). Podemos escrever
também como:

12
x i +1−x i−1
vi =
t i +1−t i−1

NOTA: Prove no seu relatório, a partir das equações (1) e (2) que esta fórmula é de fato a
velocidade instantânea.
NOTA 2: repare que usando a equação (3) não é possível determinarmos a velocidade nos
instantes inicial e final.

3. Use as fórmulas de propagação (tabela do experimento n 0 1) de incertezas para determinar a


expressão para a incerteza na velocidade instantânea.
4. Construa o gráfico de v(t) vs. t em papel milimetrado. Não esqueça das incertezas!
5. Analise os pontos deste gráfico e verifique se podemos tratá-los como pertencendo a uma
mesma reta. Se for este o caso, desenhar a melhor reta. Determine a aceleração a x e
respetiva incerteza, pelo método de ajuste linear dos mínimos quadrados (MMQ).
6. Pelo uso da fórmula (4), determinar a aceleração da gravidade local e sua incerteza
respectiva. Para isso meça as massas do carrinho, do peso e da polia e meça o raio da polia.
Verifique se a contrinuição do termo I /r ² é não despresível. Compare o valor achado
com o valor da aceleração da gravidade g = 9,780 m/s2 ao nível do mar na cidade do Rio
de Janeiro.

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Experiência 5 - Força de atrito estático e cinético

Objetivos

• Determinar os coeficientes de atrito estático e cinético entre um objeto e uma superfície;


• Reforçar os conceitos de medidas diretas e indiretas, e o tratamento estatístico de dados.
• Calcular a propagação de incerteza para funções arbitrarias usando a formula geral.

Introdução

Considere um corpo sobre um plano inclinado, conforme mostrado na figura 5.1. Ele estará sujeito a
força peso P, a normal N de contato entre ele a a superfície, e a força de atrito Fat entre o corpo e a
superfície.

Figura 5.1 – Plano inclinado com atrito

Decompondo as forças nos eixos indicados na figura, as equações de movimento ficam:

Eixo x: m a=P x −F at =mg sen −F at (1)


Eixo y: 0=N −mg cos  → N =mg cos  (2)

Vamos agora estudar o comportamento da força de


atrito. A Figura 5.2 mostra um gráfico do módulo da
força de atrito em função da componente P x do peso.
Pela equação (1) vemos que Px é função do ângulo de
inclinação  do plano. Para  mmenor que um
certo valor crítico e temos que a força de atrito se
ajusta ao Px e o sistema se mantém em equilíbrio. Ou
seja:

F at =P x =mg sen  (3)

Figura 5.2 – diagrama da força de

14
atrito em função de Px .
Entretanto, quando o plano atinge o valor crítico e a força de atrito é dada pela expressão:

F at = e N (4)

A equação (4) é obtida empiricamente e nos diz que a força de atrito é proporcional a normal
na iminência do deslizamento. O coeficiente de proporcionalidade  e chama-se coeficiente de
atrito estático, que é uma grandeza adimensional e pode ser considerado constante em nosso
caso.

Iremos agora obter uma expressão que relacione  e com o ângulo crítico e . Substituíndo a
equação (4) na (1) temos:
mg sen e = e N (5)

Substituindo-se a equação (2) na (5) e isolando  e obtemos:

 e =tan e (6)

A expressão acima fornece um método de determinar o coeficiente de atrito estático entre o


corpo e o plano inclinado!

Continuemos agora a estudar o gráfico da figura 5.2. Notamos que para  e a a força de atrito
torna-se constante, com valor dado por:
F at = c N (7)

Esta expressão (7) também é obtida empiricamente, sendo  c o coeficiente de atrito cinético ou
dinâmico, que é uma grandeza adimensional que pode ser considerada constante em nosso
experimento. Além disso nota-se claramente que  c  e .

Vamos obter uma equação para determinar o  c . Substituindo-se a equação (7) e a (2) na (1)
obtemos:
mg sen −mg cos  c=m a (8)

Considerando-se que a aceleração no eixo x é constante, podemos determina-la a partir da seguinte


equação cinemática:
a
x t= x 0v 0 t x t 2 (9)
2

Podemos considerar que o corpo parte do repouso. Portanto:


a 2 x
 x= x− x 0= x t 2 → a= 2 (10)
2 t

Substituíndo a eq. (10) na (8) e isolando para  c chegamos na seguinte equação:


2 x
 c =tan − 2 (11)
g t cos 

15
Procedimento experimental e análise dos dados

Este experimento será dividido em duas partes. Na primeira determinaremos o coeficiente de atrito
estático e na segunda o coeficiente de atrito dinâmico entre um bloco de madeira e uma superfície
acrílica. Os materiais empregados serão um plano inclinado (aparato mecânico, contendo placa de
acrílico e fuso) e o bloco de madeira.

Parte 1: determinação do coeficiente de atrito estático.

1. Coloque o bloco de madeira sobre a placa acrílica, e inicialmente com o plano na horizontal,
gire o fuso continuamente de maneira a aumentar a inclinação do plano.
2. Quando o bloco começar a deslizar, pare de girar o fuso e anote o valor do ângulo indicado
no medidor fixo no aparato.
3. Repita o procedimento por mais 10 vezes.
4. Determine o ângulo médio e o respectivo erro da média Sm (consulte o apêndice B) .
5. Substitua o ângulo médio calculado na equação (6) e determine o coeficiente de atrito
estático.
6. Determine o erro de  e .
δθe
NOTA: demonstre por propagação de erros no seu relatório que δ μ e =
cos 2θ e
Parte 2: Determinação do coeficiente de atrito cinético.

1. Gire o fuso até que o ângulo marcado seja significativamente maior que o e médio
encontrado na Parte 1. Fixe este ângulo.
2. Coloque o bloco de madeira sobre a placa acrílica e segure-o para não deslizar.
3. Solte o bloco a partir do repouso e com um cronômetro determine o tempo transcorrido até
que o bloco percorra toda a superfície acrílica.
4. Determine a distância total percorrida pelo bloco. Note que o plano inclinado contém uma
escala que permite determinar a distância. Portanto posicione o bloco de uma maneira a
facilitar o cálculo desta distância!
5. Para o mesmo ângulo, repita o procedimento da medida do tempo por mais 15 vezes,
assegurando-se de que o bloco vai percorrer a mesma distância no plano.
6. Calcule o tempo médio e o respectivo erro da média.
7. Determine o coeficiente de atrito cinético, substuindo os valores medidos para o tempo
(médio) o ângulo de inclinação do plano e da distância percorrida, na equação (11).
8. Calcule o erro de  c .
4Δ xδ t
NOTA: demonstre por propagação de erros, no seu relatório, que δ μ c = 3 se
g t cos θ
desprezarmos o erro na distância  x percorrida e no ângulo  .
7. Baseado nos seus resultados, discuta se o procedimento utilizado para a determinação dos
coeficientes de atrito estático e cinético é confiável.

16
Experiência 6 – Colisões elásticas e inelásticas (Trilho de Ar)

Objetivos

• Verificar as leis de conservação de momento linear e da energia em uma colisão;


• Fixar conceitos de medidas diretas, indiretas, erros e ajuste linear MMQ.

Introdução

Neste experimento vamos verificar que o momento linear e também a energia cinética se conservam
quando dois objetos (partícula 1 e 2, representadas por carrinhos metálicos) colidem elasticamente
sobre o trilho de ar. . Pela conservação do linear temos:

m1 v 1im 2 v 2i=m1 v 1f m2 v 2f (1)

e pela conservação da energia (cinética) temos:

1 1 1 1
m1 v 21i m2 v 22i = m1 v 21f  m2 v 22f (2)
2 2 2 2

Fazendo manipulações algébricas com as equações acima obtemos para as velocidades finais das
partículas 1 e 2:

m1−m2 2 m2
v 1f = v 1i  v (3)
m1m2 m 1m2 2i

2 m1 m −m1
v 2f = v 1i  2 v (4)
m1m2 m1m2 2i

Procedimento experimental

1. Certifique-se de que o trilho de ar está nivelado e que as ligações elétricas estão adequadas.
Note que a ligação deve ser diferente da que fizemos anteriormente! Discuta com seu
professor.
2. Escolha os carrinhos que serão usados e meça suas massas. Faça com que a massa deles seja
semelhante.
3. Coloque um dos carrinhos (partícula 2) inicialmente em repouso (localizado
aproximadamente na metade do trilho) e outro em uma das extremidades.
NOTA: coloque um adaptador de mola ou semelhante em um dos carros na superfície que
irá colidir (por que?).
4. Sem a fita termo-sensível lance o carrinho da extremidade de encontro ao outro e simule a
obtenção de dados. Estude como fará o procedimento.
5. Agora, coloque a fita e realize a tomada de dados. Anote os dados, para cada carrinho, em
tabelas como as indicadas:

17
# t (s) x1 (cm) x2(cm)  x (cm)
… … … ... …
Tabela 1 – Carrinhos 1 e 2

6. Repita o procedimento para carrinhos de massas diferentes. Observe atentamente o que


ocorre de diferente da situação anterior, SEM ANOTAR DADOS.
7. Repetir o procedimento 1-5 para uma colisão completamente inelástica. Discutir como deve
ser a ligação do trilho de ar neste caso. Não precisa monitorar os dois carrinhos, só o
carrinho que colide.

Análise de dados:

Colisão elástica
1. Faça um gráfico de x vs. t para o movimento de cada carrinho e obtenha suas respectivas
velocidades ANTES e DEPOIS da colisão (pelo ajuste MMQ).
2. Verifique que o valor medido para as velocidades dos carrinhos depois da colisão elástica
são compatíveis (dentro das margens de erro) com os valores previstos pelas equações (3) e
(4) , para v 2i=0 .
3. Calcule o momento linear e a energia cinética ANTES e DEPOIS da colisão e verifique
explicitamente que se estas quantidades se conservam.
NOTA: calcule os erros associados!
4. Baseado nas suas observações e nas equações (3) e (4), discuta em seu relatório o que se
deve esperar para o movimento dos carrinhos de massas diferentes.
5. Discuta como se move o centro de massa do sistema que colidiu elasticamente. Inclua o
movimento do centro de massa no gráfico de x vs t do movimento de cada carrinho.

Colisão inelástica
1. Faça um gráfico de x vs. t para o movimento de cada carrinho e obtenha suas respectivas
velocidades ANTES e DEPOIS da colisão (pelo ajuste MMQ). Inclua também o movimento
do centro de massa do sistema.
2. Calcule o momento linear e a energia cinética ANTES e DEPOIS da colisão e verifique
explicitamente a conservação do momento linear.
NOTA: calcule os erros associados!
3. Calcule a perda de energia cinética e sua incerteza associada.

18
Apêndice A:
Relatório e Caderno de Laboratório
Um dos principais objetivos do curso de laboratório de Física básica é ensinar aos alunos a elaborar
um bom relatório de atividades. Sabe-se que o trabalho científico exige a comunicação entre os
pesquisadores, normalmente feita através de artigos em revistas especializadas, capítulo de livros,
etc. Portanto, mesmo que de maneira simplificada, a confecção de relatórios experimentais é um
treinamento para a futura atividade profissional que (eventualmente) será desempenhada pelo aluno.
Mas além disto ele também é um treinamento na confecção de qualquer documento que exija
objetividade, clareza e precisão na comunicação.

Nesta disciplina, exige-se que o relatório seja dividido da seguinte maneira:

CABEÇALHO:
Deve conter o Título do experimento, a data de realização do experimento e os nomes dos
colaboradores (todas estas informações em linhas separadas).

RESUMO:
Logo abaixo do cabeçalho do relatório deve vir o resumo, que deve conter uma descrição sucinta do
experimento como um todo. Descreva (muito brevemente) os objetivos, o procedimento
experimental, a análise e parte das conclusões mais importantes. Tente instigar a curiosidade do
leitor em ir adiante no seu relatório, ao ler o resumo!

INTRODUÇÃO TEÓRICA:
Contextualize o experimento dentro do modelo teórico empregado. Descreva brevemente equações
ou princípios que devem ser verificados pelo experimento ou utilizados como passos
intermediários.

MATERIAIS E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:


Deve-se apresentar resumidamente todos os materiais e equipamentos que foram utilizados,
citando-se as características técnicas pertinentes, sempre que necessário. A montagem destes
equipamentos deve ser descrita por palavras, figuras e esquemas. O procedimento de medição (i.e
como e quantas medições foram e feitas, fatores externos que influenciaram no seu experimento,
etc) também deve estar presentes nesta seção.

RESULTADOS:
Apresente os dados obtidos de forma organizada, sendo sempre que possível em tabelas, indicando-
se os erros das medidas e suas unidades. Gráficos também devem ser apresentados nesta seção.
Devido a importância da confecção de gráficos nesta disciplina, o apêndice

19
ANÁLISE DOS DADOS:
Os dados apresentados nas tabelas ou gráficos deverão ser analisados e/ou processados de acordo
com uma previsão de um modelo físico. Os parâmetros determinados experimentalmente serão
confrontados com alguma previsão teórica, apresentada na seção INTRODUÇÃO TEÓRICA

CONCLUSÕES:
As conclusões são a a parte crucial de um relatório. Nesta seção, a resposta da questão básica
formulada na introdução teórica deve ser apresentada a partir dos dados obtidos durante o
experimento. Aqui cabe uma ressalva: não existe experimento de laboratório que dê resultado
errado. Não “discuta” com seus dados, mas sim com seu procedimento experimental. As conclusões
não podem apontar em direção diferente aos dados que você obteve. Camuflar experimentos mal
feitos é uma desonestidade com você e não com o professor. Faz parte das conclusões também as
possíveis fontes de erro do experimento. Discuta-as no relatório!! As vezes, um experimento não
sair como o planejado é a mais frutífero para o aluno!

ATENÇÃO:

o roteiro dos experimentos é dividido em geral da seguinte maneira:


Objetivos,
Introdução,
Procedimento experimental e
Análise dos dados.

Ou seja, existem elementos do seu relatório que podem ser extraídos (em parte) do roteiro, mas:

JAMAIS FAÇA UMA CÓPIA DO ROTEIRO NO RELATÓRIO!

Por exemplo, na seção análise de dados do roteiro, existem perguntas que devem ser respondidas na
seção de conclusões e discussão do seu relatório! Pense de forma crítica e tire suar dúvidas na
confecção do relatório com seu professor.

Caderno de Laboratório:

O caderno funciona como uma espécie de rascunho para montagem do relatório. Ele deve conter
todas as anotações pertinentes ao experimento. Desde tabelas de dados, equações e hipóteses
empregadas, erros dos instrumentos e gráficos ou esboços, até perguntas e dúvidas referentes a
dados coletados, etc. realizado Recomenda-se um caderno com dimensões de papel A4 e
quadriculado, para facilitar a confecção de tabelas, esboços de gráficos, etc.

Todos os dados medidos devem ser anotados diretamente no caderno e nunca em folhas
separadas de rascunho. A anotação em folhas de rascunho causa perda de tempo, aumenta a
possibilidade de erros involuntários de cópia e cria a tentação para a "filtragem" de dados As
anotações de dados medidos devem sempre incluir o valor da incerteza associada.

20
Apêndice B: Medição, incertezas e tratamento de dados

B.1) Grandezas e unidades

A palavra Física é de origem grega e significa Natureza. Portanto, podemos dizer que
Física é a ciência que estuda os fenômenos naturais, desde escalas
microscópicas (moléculas, átomos, prótons, nêutrons, elétrons … quarks e glúons!)
até astronômicas (estrelas, planetas, galáxias, aglomerados de galáxias … e o próprio
Universo!) atravessando assim, mais de 40 ordens de grandeza em escalas! Esta
capacidade de modelar e prever fenômenos tão extensivamente só foi possível
“costurando” a linguagem matemática à observação e experimentação, usando
como “linha” o raciocínio indutivo e dedutivo, que formam as bases do método
científico, estabelecido em meados do século XVII por grandes pensadores como
Galileu e Francis Bacon.

Por exemplo, foi empregando o método científico, recém estabelecido, que permitiu
Newton formular as leis da Mecânica clássica, da Gravitação Universal, dentre outros
feitos. Entretanto, para dar início a todo o processo científico realizado por Newton,
Galileu ou qualquer outro cientista ... incluindo você, aluno de Laboratório de Física
básica, o primeiro passo é a quantificação de grandezas que serão usadas para
descrever as observações experimentais. O processo de quantificação da grandeza se
chama medição e se dá pela comparação entre o que é observado a algum padrão que
define a unidade desta grandeza. Por exemplo, podemos estabelecer que a unidade de
comprimento é a distância entre o dedo indicador e o cotovelo do professor de laboratório
de física básica, que denominaremos 1 “braço”. O “braço” passa então a ser o padrão
desta grandeza. Entretanto o tamanho dos “braços” serão diferentes de pessoa para
pessoa e esta não é uma boa padronização. É importante que os cientistas, em qualquer
parte do mundo, concordem que as definições dos padrões são ao mesmo tempo
razoáveis e práticas, de uma forma a permitir que os resultados dos experimentos
possam ser comunicados de maneira clara, compreensível e que permita a reprodução
por outros experimentadores.

Com o intuito de padronizar procedimentos e quantificar os objetos estudados surgiram os


sistemas
internacionais de padrões de medida. Nós usaremos neste curso as unidades do Sistema
Internacional (SI). Abaixo segue a lista das unidades básicas do SI:

21
NOME SÍMBOLO GRANDEZA
Metro m Comprimento
Quilograma Kg Massa
Segundo s Tempo
Ampère A Corrente elétrica
Kelvin K Temperatura
Mole mol Quantidade de uma
substância
Candela Cd Intensidade luminosa
Tabela B.1 – lista das 7 grandezas escolhidas como
base do SI na 14a conferência Geral de Pesos e medidas em 1971.

Cada um dos padrões para unidades de medida seguem uma definição bem específica.
Em geral cada país tem um laboratório de referência de pesos e medidas, contendo
padrões (derivados de algum padrão primário) que são usados para calibrar
equipamentos de medição, como réguas, balanças e relógios, usados em laboratórios de
pesquisa menores. No Brasil temos laboratórios de referência como o INMETRO e o IRD.

A partir das grandezas básicas do SI, outras unidades derivadas podem ser obtidas,
como:

• Unidade de Força: [F] = 1 N = 1 Kg . m/s2 (onde N lê-se Newton)


2
• Unidade de energia: [E] = 1 J = N . m = Kg . (m/s) (onde J lê-se Joule)
• Unidade de potência: [P] = 1 W = 1 J/s = Kg . m 2/s3 (onde W lê-se Watt)

Dentre muitas outras. Além disso existem grandezas que tem unidades, mas sem nome
específico, como o momento linear:
[p] = Kg . m/s
ATENÇÃO: note que a representação para descrever as unidades acima foi colocando o
nome da variável entre colchetes “[]” . É desta forma que deve ser representado por
você sempre que necessário!

Notação científica e prefixo de unidades:

Para expressar grandezas “muito grandes” ou “muito pequenas” muitas vezes é


conveniente utilizarmos potências de 10, ou seja a notação científica. Por exemplo a
medida do tamanho de uma estrada em metros é dada por:
Lestrdada = 497000 m
Porém este valor fica melhor expresso na notação científica:
L estrdada =4,97×105 m
esta notação facilita os cálculos e melhora a visualização do valor medido. Podemos
entretanto ir além neste exemplo e expressar a medida do comprimento da estrada em
termos de um prefixo que represente um múltiplo do metro. Escolhendo o prefixo K (lê-se
quilo e significa 103 ) podemos escrever o comprimento da estrada da seguinte forma:
L estrdada =497×103 m=497 Km (lê-se 497 quilômetros)
que passa a ser um múltiplo de unidade mais conveniente. Abaixo segue a lista dos

22
prefixos (múltiplo e submúltiplos) de unidade mais utilizados:

FATOR NOME DO SÍMBOLO


PREFIXO
109 Giga G
106 Mega M
103 Quilo K
10-2 centi c
10-3 mili m
-6
10 mico μ
-9
10 nano n
10-12 pico p
Tabela B.2 – prefixos de unidades mais usados

B.2) Incertezas e a representação de medidas experimentais

Até o momento aprendemos a medir uma grandeza física. Entretanto para obtermos a
informação completa sobre a medida, não basta escrevermos seu valor seguido da
unidade correspondente. Ao se realizar uma medida, há sempre fontes de erro ou incertezas
que a afetam, e (pelo menos) esta informação deve estar contida na representação final da medida.
Por exemplo, na medida do comprimento do caderno de um aluno devemos escrever:

L = (27,9 ± 0,1) cm

o número 27,9 cm representa o valor da grandeza, medida por um régua para o comprimento do
caderno. Em contra partida o número 0,1 cm representa o erro associado a precisão da régua.
Existem basicamente dois tipos de incertezas:

1 - Incerteza sistemática: em geral são erros grosseiros que deslocam


sistematicamente os os valores dos dados coletados para “mais” ou para “menos” de um
valor esperado. Aparelhos de medida mal calibrados, como uma balança que indica um
valor não nulo de massa quando não há nenhum objeto sobre seu prato de medida, são
fontes típicas de erros sistemáticos. Por outro lado um procedimento experimental
realizado sem a devida atenção também pode gerar erro sistemático, como por exemplo a
medida do comprimento de um caderno usando uma régua começando de 1 cm, ou algo
mais sutil como a medida do campo magnético de uma bobina sem levarmos em conta o
campo magnético da Terra. Se não soubermos que a Terra possui um campo magnético,
pensaríamos que o campo medido para a bobina é seu campo real, o que não é verdade,
pois o campo da Terra se soma com o da bobina. Este tipo de erro afeta a exatidão ou
acurácia da medida mas em geral podem ser identificados e excluídos, ao corrigir-se o
problema no procedimento de observação, melhorando assim a exatidão das medidas.

2 - Incerteza aleatória: se repetirmos um experimento em condições idênticas por

23
diversas vezes, com a finalidade de medirmos uma certa grandeza física, por exemplo o
tempo de queda livre de uma esfera metálica, perceberemos que os valores medidos para
o tempo de queda dificilmente são iguais entre si! Por que isto ocorre? Pois uma série de
fatores fatores ambientais como mudanças não previsíveis na temperatura da sala do
laboratório, correntes de ar, variações ínfimas na voltagem do cronômetro utilizado ou no
disparador de eletroíma, que libera a esfera do repouso, podem afetar cada medida do
tempo de queda individualmente … e de forma diferente em cada repetição! Além disso,
erros associados ao procedimento de observação também podem afetar os resultado,
como o experimentador ler a altura de lançamento da esfera, algumas vezes acima e
outras abaixo da marcação da altura na régua (conhecido como erro de paralaxe). Estes
erros afetam a precisão da medida. Todavia os fatores ambientais podem ser reduzidos
e o procedimento de observação pode ser melhorado de uma forma a reduzir-se a
dispersão dos valores em torno da média, aumentando-se assim a precisão. Abaixo a
figura mostra três situações possíveis, através do exemplo do lançamento de dardos. O
ideal do lançador de dardos (e do experimentador) é ser “preciso e acurado”.

Figura B.1 – lançamento de dardos

Porém nunca será possível remover totalmente flutuações estatísticas de uma


medida … na realidade, a dispersão dos valores medidos em torno de uma média traz
informação sobre o próprio quantidade medida e é uma característica física do problema
estudado! Na seção seguinte aprenderemos a tratar estatisticamente as incertezas
aleatórias e a interpetar as variaveis estatísticas assiociadas.

NOTA: Precisão do instrumento.

Ao utilizarmos um equipamento de medida em laboratório, como uma régua ou


multímetro, a princípio teríamos que repetir inúmeras vezes a medida e obter o erro
(aleatório) associado a medida a partir da dispersão. Entretanto para evitar perda de
tempo usaremos a seguinte regra para instrumentos analógicos ou digitais: a incerteza é
o valor da menor divisão de sua escala. Isto em geral condiz com inúmeras repetições
cuidadosas com o equipamento, desprezando-se erros sistemáticos.

Algarismos significativos:

Formalmente algarismos significativos são o número de algarismos que compõe o valor de uma
grandeza, excluindo eventuais os zeros à esquerda. No caso de medidas experimentais, o número
de algarismos significativos usados para representar uma grandeza dependerão da
quantidade de algarismos significativos da incerteza! Por exemplo a medida do período de um
pêndulo por ultrasom, o computador fornece:

T =1,78034±0,07256 s

24
entretanto este valor é irreal, pois o aparelho usado para medir o tempo já fornece valor duvidoso a
partir da 4a casa decimal do erro! Devemos então truncar o valor do período da seguinte forma:

T =1,780±0,073 s

onde usa-se a seguinte regra:


• Se o algarismo significativo depois do 1o duvidoso no erro for maior ou igual a 5
some mais um ao duvidoso e elimine o resto. Caso contrario adote o valor do
algarismo duvidoso e elimine o resto.
• O mesmo raciocínio se aplica ao valor medido, truncado no número de algarismos
correspondente ao erro.

B . 3 ) Tr a t a m e n t o e s t a t í s t i c o d e d a d o s

Valor médio:

Como os erros aleatórios tendem a desviar aleatoriamente as medidas feitas, se forem realizadas
muitas medições aproximadamente a metade das medidas feitas estará acima e metade estará abaixo
do valor correto. Por isso, uma boa estimativa para o valor correto da grandeza será a média
aritmética dos valores medidos:

1 N
x =
N
∑i=1 xi
onde xi é o resultado da i-ésima medida e N é o número total de medidas feitas.

Dispersão (desvio padrão):

Ao se realizar várias medições da mesma grandeza nas mesmas condições, a incidência de erros
aleatórios faz com que os valores medidos estejam distribuídos em torno da média. Quando eles se
afastam muito da média, a medida é pouco precisa e o conjunto de valores medidos tem alta
dispersão. Quando o conjunto de medidas feitas está mais concentrado em torno da média diz-se
que a precisão da medida é alta, e os valores medidos tem uma distribuição de baixa dispersão.
Quantitativamente a dispersão do conjunto de medidas realizadas pode ser caracterizada pelo desvio
padrão do conjunto de medidas, definido como:

 1 N
S=
N −1
∑i=1
 x i − x 2 .

Medidas com desvio padrão baixo são mais precisas do que quando o desvio padrão é alto. Pode-se
ainda demonstrar que o valor de S é relativamente independente do número N de medidas e traz
informação física sobre o sistema estudado. Além disso se for feito um conjunto muito grande de
medições, 68% delas estarão dentro do intervalo x – S e x + S .

25
Erro (padrão) da média:

À medida que se realiza mais medidas, a compensação dos erros aleatórios entre si vai melhorando
e a média do conjunto de medidas, x, vai se tornando usma grandeza mais confiável. O erro padrão
da média é definido como:
S
S m=
N
e esta quantidade diminui conforme N aumenta. Ele representa o grau de confiança que podemos ter
no valor médio calculado. Para N  ∞ temos Sm → 0 e o valor médio x tende ao valor
verdadeiro  . Entretanto na prática não fazemos infinitas medições e S m é um estimador
melhor que S para o erro aleatório da medida da variável x.

Portanto:
δ x=S m

será adotado com o erro da medida neste curso.


Notas:

1 - a média aritmética e o (quadrado do) desvio padrão apresentados são apenas estimadores da
média e variância respectivamente. Estes por sua vez são parâmetros da função distribuição de
probabilidade P(x) característica da grandeza física medida. Esta distribuição de probabilidade em
geral tem a forma gaussiana ou normal. Não entraremos nos detalhes deste estudo neste apêndice.
Recomenda-se a leitura das referências para maiores detalhes.

2 - Se realizamos medidas de uma grandeza em objetos diferentes, então os experimentos não são
realizados em condições idênticas e, em rigor, e as técnicas estatísticas expostas neste apêndice
não se aplicam!

B.4) Medidas indiretas e propagação de erros

Além de medidas obtidas diretamente a partir de aparelhos, como o comprimento de uma mesa
medido por uma régua, freqüentemente é necessário obtermos valores de quantidades físicas de
forma indireta, como o tempo de queda livre de uma esfera metálica, obtida a partir da altura de
queda, ou a velocidade de um carrinho no trilho de ar, a partir das diferenças entre os pontos
referentes a posição do carrinho, marcados numa fita termosensível. Considere uma função f de
uma variável aleatória x. O valor médio desta função é dada por:

f = 1 ∑ f  x i 
N

N i=1

e o erro da medida desta função é dado por:


Sf
δf =
√N
Onde Sf é o desvio padrão da função f, dado por:

26
 1 N
S f=
N −1
∑ i=1
 f  x i − f 2

Considerando-se que a função f(x) é uma função bem comportada de x e que pode ser escrita como
uma série de potências de x. Para pequenos valores do erro da medida direta x (ou seja
δ x≪ x̄ ), vamos expandir f(x) em série de Taylor:

   
2
df d f
f  x= f  x   x− x  2
 x− x 2...
dx x dx x

onde x− x̄=δ x é o erro da medida. Portanto considerando apenas termos 1 a ordem de  x na


expansão em série, temos para o valor médio de f(x) :

f = 1
N
∑ [ f  x   
df
dx x ]
 x−x  ≈ f  x 

Portanto podemos adotar f = f  x  como o valor da medida de f a menos de termos de 2a


ordem em δ x !!
Referente ao erro da medida indireta podemos proceder de forma análoga:

√ [( ]
2

δf =
1
N ( N −1)
∑ df
dx x̄ )
( x− x̄)+
d2 f
2
dx x̄ ( )
( x− x̄ )2+ ...

calculando o termo quarático dentro da raíz acima e desprezando termos de 3a ordem em δ x a


expressão acima fica:

δf =
√ 1
N ( N −1)
∑ ( )
df 2
dx x̄
( x− x̄)2=
df
( )√ 1
dx x̄ N ( N −1)
( x− x̄)2 =
df Sf
dx x̄ √ N
=
df
( )
dx x̄
δx ( )
Ou seja:
δf = ( dxdf ) δ x

é o erro da medida indireta a menos de termos em 3a ordem (na raiz) em δ x (portanto o erro da
medida é mais preciso que o valor da medida).

Analogamente se tivermos uma função f(x,y) de duas variáveis x e y (estatisticamente


independentes) a expressão para o erro da medida é dada por:

δf =
√( )
∂f 2 2 ∂f 2 2
∂ x x̄
δx +
∂ y ȳ ( )
δy

onde substituímos as derivadas totais por parciais devido a função ser de duas variáveis. Note que
desprezamos termos cruzados em df/dx e df/dy (covariâncias). Em alguns experimentos estes
termos podem ser importantes, mas não usaremos este conceito neste curso.

Abaixo segue uma lista de algumas funções comuns e respectivos erros:

27
Função Erro da medida
 α−1
f  x , y =Cx δ f =α C x δx
(C e  são constantes)
f  x , y =x y δ f =√(δ x)2 +(δ y)2
f  x , y =x− y δ f =√(δ x)2 +(δ y)2
f  x , y =axby δ f =√ a2 (δ x) ²+ b2 (δ y) ²
(a e b são constantes)
f  x , y =xy δ f =√ y 2( δ x )2+ x2 (δ y )2

Apêndice C: Gráficos e ajuste linear

Gráficos são uma das principais maneiras de se apresentar dados em ciência e tecnologia. Saber
interpreta-los é fundamental para a análise de dados. Neste curso devem ser feitos em papel
milimetrado linear ou mono-log, e conter os seguintes elementos:

Título:
deve explicar de forma clara as medidas do gráfico. Deve ser colocado preferencialmente na parte
de cima do papel milimetrado ou em alguma região que não atrapalhe a visualização dos dados.

Eixos, escalas e unidades:


desenhe os eixos de forma clara, escrevendo o nome da variável e unidades (entre parênteses) no
eixo correspondente. Escolha uma escala com divisões que facilitem a leitura.

Pontos experimentais e respectivas barras de erro:


marque os pontos medidos de forma clara e jamais esqueça as barras de erro. Escolha sempre uma
escala que permita as barras de erro serem vistas! Além disto, nunca represente nos eixos do
gráfico o valor de cada ponto individual, apenas a escala para não poluir a leitura.

ATENÇÃO:
No final desta apostila temos em anexo um exemplo de papel milimetrado. Você pode tirar cópia
destas folhas se desejar. Caso contrário este tipo de papel pode ser encontrado em papelarias em
geral.

Ajuste linear visual

É muito freqüente em física experimental o problema de determinar os coeficientes α e β, que


melhor representam a relação linear entre duas variáveis aleatórias X e Y:

Y = αX + β

28
a partir de um conjunto de pares de valores medidos (xi, yi), i = 1,.., N. Nesta seção vamos aprender
um método rápido para estimar os coeficientes da reta e respectivos erros, baseado na ref. [1]. As
únicas ferramentas necessárias são um lápis (ou caneta) e uma régua (de preferência transparente).
Para ilustrar o método vamos considerar os gráfico representado na Figura C.1. Para obter o ajuste,
siga os passos:

Figura C.1 – Ilustração da determinação


dos coeficientes da reta e erros pelo método visual (Retirado de [1])

1. Estime o "centro de gravidade" dos pontos  x , y  . As retas vertical e horizontal que


passam por este ponto divide o gráfico em quatro quadrantes. No exemplo da figura C.1 os
dados estão, aproximadamente, metade no quadrante 3 e metade no quadrante 2.
2. Coloque a ponta do lápis no ponto  x , y  e apoie a régua no lápis.
3. Gire a régua em torno do ponto  x , y  até que ~ 84% dos pontos do quadrante 3 estejam
acima e ~ 84% dos pontos do quadrante 2 estejam abaixo da régua. Traçe uma reta
pontilhada! A equação desta reta será y=a min xbmin e os coeficientes devem ser
calculados usando os pontos da reta e não os medidos!
4. Repete-se o mesmo procedimento acima, só que agora giramos a régua de uma forma que ~
84% dos pontos do quadrante 3 estejam abaixo e ~ 84% dos pontos do quadrante 2 estejam
acima da régua. A equação da reta será y=a max xbmax e os coeficientes novamente
devem ser determinados usando-se pontos da reta e não os medidos!
5. Traçe agora a reta média entre as duas de maior e menor inclinação. A equação desta reta é
dada por: y=axb e os coeficientes a e b devem ser calculados da seguinte forma:
a a b b
a= max min ; b= max min
2 2
e os erros dos coeficientes são dados pelas expressões:
∣a −a ∣ ∣b −b ∣
 a = max min ; b= max min
2N 2 N
onde N é o número de pontos usados no gráfico.

29
Desta forma os valores a e b são os estimadores dos coeficientes reais α e β. Note que a região
delimitada pelas retas de inclinação máxima e mínima, contém aproximadamente 68 % dos
pontos experimentais, que é consistente com o conceito de desvio padrão para uma distribuição
estatística de dados. O método é relativamente subjetivo mas é aconselhável quando não
dispomos de computador ou calculadora com software adequado para cálculos estatísticos.
Portanto aprender o método gráfico é completamente justificável. No curso de laboratório de Física
básica 2 aprenderemos um método formal e de aplicação mais geral para a estimativa dos
coeficientes reais α e β: o método dos mínimos quadrados (MMQ).

NOTA:
Se os pontos têm barras de erro diferentes (pesos diferentes) siga o mesmo procedimento descrito
mas levando em consideração os pesos relativos de cada ponto que deve ser proporcional à
inversa da barra de erro.

Ajuste linear – Método dos mínimos quadrados

30
Apêndice D: O Trilho de Ar

É um sistema que nos permite estudar movimentos unidimensionais com baixíssima presença de
atrito. O conjunto consiste dos seguintes componentes:
• Tubo metálico oco:
objeto que possui em suas faces superiores diversos orifícios com fração de milímetro de
diâmetro e igualmente espaçados entre si. Além disso, na parte superior do tubo está presa
uma tira e um fio metálico de mesmo comprimento do tubo, conforme mostrado na figura
D.1, usados pelo sistema de registro.
• Gerador de fluxo de ar:
aparelho que injeta ar comprimido no tubo. Este ar sai através dos orifícios formando uma
espécie de “colchão de ar” entre o objeto (carrinho metálico) e o tubo oco, com
aproximadamente meio milímetro de espessura. Desta forma o atrito entre o tubo e o
carrinho é enormemente reduzido, sobrando apenas um atrito residual devido a fricção entre
o carrinho e o meio gasoso, que pode ser desprezado.
• Sistema de registro:
para efetuarmos as medições referentes ao movimento do objeto (carrinho metálico) sobre o
tubo, utilizamos um sistema de registro formado por um centelhador, tiras e fios metálicos,
carrinho(s) com extremidades condutoras e uma fita termo-sensível. As ligações devem ser
efetuadas conforme indicado na figura D.1. O centelhador gera uma diferença de potencial
(ddp) elevada. Esta ddp gera uma centelha entre a tira e o condutor do carrinho, que
“queima” a cera de uma fita termo-sensível presa na tira metálica. Desta forma registra-se a
a posição do carrinho em dado instante de tempo. Acionando-se o centelhador
continuamente podemos ter um registro da posição do carrinho em função do tempo. O
intervalo de tempo entre duas centelhas sucessivas pode ser escolhido manualmente.
• Equipamentos acessórios:
são de diversos tipos, como os utilizados na obtenção dos dado (carrinho metálico e fita
termosensível) e outros, como roldanas (de massa despresível e não despresível), fio de
naylon, molas “para-choque” para os carrinhos e masas calibradas para ajustes no peso do
carrinho. Cara um desses equipamento será utilizado conforme a necessidade dos
experimentos.

Figura D.1 – diagrama esquemático de um trilho de ar

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Precauções:

Algumas precauções devem ser tomadas quando utilizamos o trilho de ar. A seguir algumas
recomendações quanto a conservação e sua segurança no uso do trilho de ar e seus aparelhos:

• Apesar de sua aparente rigidez, qualquer deformação, mesmo que muito pequena (décimos
de milímetro) no tubo metálico são suficiente para inutiliza-lo! Por isso temos que tomar
cuidado na hora de manipularmos o tubo metálico, para não pressionarmos
desncessariamente.
• Os carrinhos são muito sensíveis a deformações. Deve-se evitar choques mecânicos fortes
(batidas) tanto entre o carro e o trilho como entre dois carros. Uma queda de alguns
centímetros pode inutilizar o carrinho.
• Para evitar arranhões nunca coloque, nem movimente, os carrinhos sobre o trilho quando
não houver ar comprimido saindo pelos orifícios do tubo metálico.
• Quando colocar pesos sobre o(s) carrinho(s) é importante que sejam distribuídos
simetricamente.
• A base do trilho deve estar ligada ao fio terra, cujo potencial elétrico é o mesmo dos demais
objetos e paredes das salas.
• Mantenha uma distância de cerca de 1 mm entre a tira metálica e o contato do carro.
Distâncias maiores podem fazer com que a descarga ocorra dentro do centelhador,
danificnado o aparelho. Em contra partida, distâncias menores pode fazer com que o contato
encoste na tira, gerando atrito e danificando o centelhador.
• Não se deve manter o centelhamento por períodos longos. A produção das faíscas aquece o
centelhador, podendo danificá-lo se persistir por muitos segundos. Não gere centelhas por
mais tempo que o necessário!
• Antes de tocar no carro ou no trilho, deve-se desligar o centelhador e acionar o botão
de faiscamento mais uma vez, de forma a certificar-se que os capacitores estejam
descarregados! (tempo de descarga de cerca 30 s).
• Um trilho de ar desnivelado faz com que o carrinho execute um movimento irregular. Para
evitar este problema, o trilho de ar deve ser nivelado a partir de ajustes na base. Note que
este procedimento é delicado e demorado e portanto não é aconselhável ter que faze-lo
dutante a aula! Faça antes!

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Referências

[1] Roteiro de Física Experimental I (2009/2) IF-UFRJ


[2] Guia para Física experimental, IFGW/Unicamp, C. H. Brito Cruz et al (Versão 1.1, 1997)
[3] Tratamento e análise de dados em Física experimental, R. B. Barthem (Cadernos didáticos
UFRJ, 4a edição)
[4] Fundamentos da teoria de erros, J. H. Vuolo (Ed. Edigard Blucher, 2a edição)

Teoria:
[5] Fundamentos de Física, vol. 1, D. Halliday, R. Resnick e J. Walker (Ed. LTC, 8a edição).
[6] Curso de Física Básica, vol. 1, H. M. Nussensveig (Ed. Edgard Blucher, 3a edição).
[7] Física, vol. 1, P. A. Tipler e G. Mosca (Ed. LTC, 6ª edição).
[8] Física, um curso universitário, vol. 1, M. Alonso e E. Finn (Ed. Edgard Blucher, 6ª edição).

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