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Universidade Salgado de Oliveira

Curso de Direito

Leonardo Barreto da Silveira

Marya Julia Peixoto de Menezes

Rafael Costa Queiroz dos Reis

A Responsabilidade Civil no Caso Bruno

Goiânia – 2010

Leonardo Barreto da Silveira


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Marya Julia Peixoto de Menezes

Rafael Costa Queiroz dos Reis

A Responsabilidade Civil no Caso Bruno

Trabalho apresentado como VT integrada


da disciplina Responsabilidade Civil, do
curso de Direito da Universidade Salgado
de Oliveira, sob orientação do professor
Geysler Alves.

Goiânia – 2010
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3

I. O Fato .............................................................................................................. 4

1) Os personagens ................................................................................. 4

1.1) Goleiro Bruno ............................................................................. 4

1.2) Eliza Samúdio ............................................................................. 4

2) Descrição do Caso ............................................................................ 5

II. A Responsabilidade Civil no Caso Bruno ................................................... 8

1) Função da Responsabilidade Civil ................................................. 8

2) Dano .................................................................................................. 9

2.1) Dano Material e Dano Moral .................................................... 10

2.2) Dano Direto e Dano Indireto ................................................... 10

2.3) Dano Subsistente ................................................................... 10

2.4) Dano Reparável ...................................................................... 10

2.5) Dano Certo e Dano Atual ....................................................... 10

2.6) Dano Individual ....................................................................... 11

2.7) Dano Emergente ..................................................................... 11

3) Conduta ........................................................................................... 11

4) Nexo de Causalidade ..................................................................... 12

III. Fixação da Indenização ............................................................................. 13

CONCLUSÃO ................................................................................................. 15

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 16
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INTRODUÇÃO

Neste trabalho, discutiremos a responsabilidade civil aplicada ao


caso, amplamente divulgado pela mídia nacional, do goleiro Bruno, do Flamengo
e da modelo Eliza Samúdio, que pleiteava na justiça o reconhecimento de
paternidade de seu filho de quatro meses de vida por parte do atleta.

No primeiro capítulo, trataremos do perfil dos principais envolvidos


reconstruindo, abreviadamente, suas trajetórias de vida, até a eclosão do caso
que mobilizou, e mobiliza, um batalhão de jornalistas de todo o país e do
exterior. Também de modo conciso, trataremos de reconstruir o caso, para que
possamos ter subsídios para discutir a responsabilidade civil nos capítulos
seguintes.

Adiante, no segundo capítulo, trataremos de discutir especificamente


a responsabilidade civil ao caso Bruno X Eliza Samúdio. Primeiramente,
traçaremos um panorama geral da responsabilidade civil, principalmente aquela
derivada de ilícitos penais. Em seguida, discutiremos os elementos que ligam o
dano sofrido pela vítima ao dever de indenizar do agente. Conceituaremos,
doutrinariamente, o dano sofrido pela vítima e suas respectivas classificações, a
conduta do agente e o nexo causal que liga a conduta ao dano. Em todos os três
elementos que formam a responsabilidade civil, trataremos de adequar os
conceitos aqui tratados ao caso em tela.

Por fim, no último capítulo, descobriremos, especificamente, a forma


indenizatória referente a este caso, traçaremos os elementos gerais da
obrigação de indenização por danos morais além dos elementos que devem ser
considerados pelo juiz ao calcular o “quantum” indenizatório. Ainda, discutiremos
a dificuldade de se encontrar um valor “justo” ante as circunstâncias que
envolvem esse caso.
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CASO BRUNO

I. O Fato

1) Os personagens

1.1) Goleiro Bruno

Como a maioria dos atletas profissionais de futebol do Brasil, Bruno


Fernandes das Dores de Souza tem origem humilde. O goleiro Bruno, ídolo de
imensas torcidas como o Clube Atlético Mineiro e o Clube de Regatas Flamengo,
nasceu em Ribeirão das Neves, na grande Belo Horizonte, sendo criado pela
avó e com muito pouco contato com os pais biológicos.

A carreira de Bruno foi meteórica. Em 2005 assumiu a titularidade


do gol do Atlético/MG após a suspensão do titular Danrlei e da convocação do
reserva imediato, Diego Alves, para a seleção brasileira de futebol sub-20. Após
sua estréia como profissional, Bruno foi escolhido pela mais tradicional revista
esportiva do país, a revista Placar, como o segundo melhor goleiro do
Campeonato Brasileiro de Futebol de 2005. Em seguida, sua carreira
deslanchou e Bruno assinou contrato com a poderosa “Media Sports
Investments” (MSI), que o levou para uma brevíssima passagem pelo
Corinthians paulista e, depois, pelo Flamengo do Rio de Janeiro, clube no qual,
depois de defesas e conquistas importantes, tornou-se ídolo.

1.2) Eliza Samúdio

Paranaense, de Foz do Iguaçu, Eliza Samúdio não teve uma


história muito diferente da de Bruno. Filha de pais separados, Eliza viveu,
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alternadamente, entre a casa de seu pai, em Foz do Iguaçu, e a de sua mãe, em


Campo Grande/MS.

Com dezoito anos de idade, Eliza deixou a casa de seu pai,


transferindo-se para São Paulo/SP, onde atuou como modelo profissional e atriz
de filmes de orientação adulta.

Desde criança, Eliza sempre foi aficionada por jogadores de


futebol, tendo a imprensa, após a repercussão de seu desaparecimento,
inclusive, publicado fotos dela com jogadores, como Luiz Fabiano, Cristiano
Ronaldo e Cicinho. Através de amigos, Eliza conheceu o goleiro Bruno em um
churrasco na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Após isso, relatam testemunhas, os
dois teriam tido um caso amoroso, culminando na gravidez de Eliza, sendo
Bruno o suposto pai do bebê.

2) Descrição do caso

Não se sabe ao certo quando iniciou-se o relacionamento entre o goleiro


Bruno e a modelo Eliza Samúdio. Sabe-se, no entanto, que a relação entre os
dois tem início entre o fim de 2008 e o início de 2009. A partir daí, essa história
da vida real possui alguns tons de drama “hollywoodiano” e romance policial de
Agatha Christhie, algo bem estranho para nossa cultura.

Após engravidar, supostamente de Bruno, Eliza Samúdio, ainda no início


da gravidez, entrou em contato com o goleiro para lhe contar o ocorrido e lhe
solicitar auxílio na condição de futuro pai da criança. No entanto, Bruno teria
espancado Eliza e a obrigado a ingerir remédios abortivos. O caso chegou a
Delegacia de Defesa da Mulher no Rio de Janeiro, que proibiu Bruno de se
aproximar por 300 metros de Eliza. A justiça, porém, não atendeu ao pedido de
afastar Bruno de Eliza, alegando que a finalidade da Lei Maria da Penha não era
proteger relacionamentos esporádicos e ocasionais, e sim proteger
relacionamentos estáveis ou casamento.
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Quando a criança nasceu, Eliza pleiteou na justiça o reconhecimento da


paternidade da criança por parte de Bruno. O goleiro, no entanto, segundo a
polícia, atraiu Eliza para o Rio de Janeiro, já que ela passou a gravidez em São
Paulo, na casa de amigas e, em seguida, levou-a à Minas Gerais, onde teria
ordenado o assassinato da modelo.

Inicialmente, a investigação estava baseada apenas em denúncias


anônimas recebidas pela polícia civil de Minas Gerais. Posteriormente, porém, a
polícia do Rio de Janeiro, em colaboração com a polícia mineira, apreendeu no
apartamento de Bruno, na capital carioca, um menor que confessou ter
participado da morte de Eliza, contando, inclusive, detalhes do ocorrido.

Segundo esse menor, Eliza teria sido levada à força do Rio de Janeiro
para a cidade de Esmeraldas/MG, onde Bruno possui um sítio, mantida em
cárcere privado e, em seguida, teria sido estrangulada, esquartejada, seus
restos mortais devorados por cães e sua ossada concretada. Essa menor disse,
ainda, à polícia os nomes dos demais acusados de matar Eliza Samúdio. Dentre
os envolvidos estão o secretário particular de Bruno, seu amigo de infância,
conhecido como Macarrão, um ex-policial mineiro, acusado de participar de
grupos de extermínio, conhecido como Bola, além de um primo de Bruno.

Apesar do depoimento do menor, o cadáver de Eliza nunca foi


encontrado, tendo a polícia vasculhado inúmeros locais, como o sítio de Bruno,
a casa do ex-policial “Bola” e uma lagoa na região de Belo Horizonte, onde,
segundo denúncias, o corpo de Eliza teria sido desovado.

Apesar de não haver prova material do homicídio de Eliza Samúdio (o


cadáver), Bruno e os demais foram indiciados por homicídio doloso qualificado,
estando os envolvidos encarcerados no presídio Aníbal Bruno, em
Contagem/MG. Também encontra-se presa a ex-esposa de Bruno, Dayane de
Souza, a qual foi acusada pela polícia logo no início das investigações, de ter
subtraído o suposto filho de Bruno com Eliza.
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Apesar da polícia não ter encontrado, ainda, a prova material do crime,


todos os indícios levam a crer no homicídio de Eliza Samúdio com Bruno tendo
sido o executor ou o mandante. Se condenado, além da reclusão pelo crime,
Bruno terá que pagar pensão alimentícia, caso seja confirmada a paternidade da
criança e indenizar civilmente a família de Eliza Samúdio, pondo este que
abordaremos a seguir.
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II. A Responsabilidade Civil no Caso Bruno

1) Função da responsabilidade civil

A responsabilidade civil possui dupla função. A primeira delas é a de


reparar o direito lesado a alguém. A segunda é servir de sanção civil referente à
pessoa que causou o dano. Dessa forma, podemos afirmar que a
responsabilidade civil possui a função-garantia (reparar o direito lesado) e a
função-sanção (onerar o agente causador do dano).

Assim sendo, é de se notar, em relação a reparação civil, que o direito


não apenas protege o bem jurídico de uma pessoa, impondo uma reparação ao
agente causador de uma lesão, mas também impões sanção ao agente, de
modo que, muitas vezes, a sanção pecuniária torna-se até mais eficiente que a
penal, quando é o caso.

Neste contexto, no caso Bruno, levando em consideração que ele é o


assassino ou o mandante do assassinato da modelo Eliza Samúdio, deverá o
atleta ser responsabilizado civilmente, independentemente da sanção penal que
venha a sofrer. O Código Civil de 2002, no seu art. 935, assim previu:

“C/C, art.935 – A responsabilidade civil é independente da criminal, não se


podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o
seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.”

A partir da leitura do art. 935, do Código Civil Brasileiro, percebe-se que


depois de tramitado e julgado o processo criminal em desfavor do goleiro Bruno,
desde que ele tenha sido considerado culpado pelo crime a ele atribuído, recairá
sobre ele (o autor) reparação civil, não podendo mais o mérito do processo
criminal ser discutido no juízo civil. No entanto, o processo civil é independente
do processo criminal, podendo o juiz civil, antes mesmo de o processo criminal
transitar em julgado, fixar o valor indenizatório. Porém, essa não é a prática,
pois, geralmente, os juízes cíveis aguardam o término do processo criminal para
fixarem o “quantum” indenizatório.
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Pode ocorrer, porém, da sentença proferida em juízo criminal ser


absolutória para o goleiro Bruno. O simples fato da absolvição, porém, não
exime o atleta de reparar civilmente a família de Eliza Samúdio. Isso ocorre
porque a sentença absolutória criminal pode acontecer por falta ou insuficiência
de provas, por não constituir o fato numa infração penal - o que não é o caso em
tela, pois Bruno está enquadrado no art. 121 do CPB, entre outros – ou quando
a absolvição fundar-se na inexistência da culpa do réu. Nesses casos, como
dito, o atleta seria absolvido no criminal e, ainda assim, poderia ser condenado
no civil, pois a esfera penal é mais exigente na aferição dos elementos que
levam à culpa do autor que a esfera civil. Por outro lado, se a sentença
absolutória negar a existência material do fato ou afirmar que Bruno não é o
autor, partícipe e nem mandante do crime, não há que se falar mais em
condenação civil.

Deve-se levar em consideração que caso Bruno venha a ser penalmente


culpado, essa responsabilidade será personalíssima, ou seja, a pena imposta
somente poderá recair sobre a pessoa dele. Por outro lado, a responsabilidade
civil é passível de transferência aos seus sucessores, até o limite da herança
recebida. Portanto, hipoteticamente, caso Bruno venha a falecer, não há mais
que se falar em responsabilidade criminal, no entanto, o patrimônio acumulado
pelo atleta, até então, servirá como meio de reparação à família de Eliza
Samúdio.

2) Dano

Entende-se por dano a lesão de algum bem jurídico. Assim, quando


ocorre desvantagem ou diminuição de algum bem jurídico que possuímos, seja
ele de natureza moral ou material, temos o direito de sermos ressarcidos.

Ao falarmos de dano, estaremos diante de algumas classificações que


podem repercutir no direito (ou não) de reparação civil ou mesmo no “quantum”
indenizatório, que a vítima receberá. Abaixo, considerando o caso envolvendo a
modelo Eliza Samúdio, trataremos dessas classificações.
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2.1) Dano Material e Dano Moral

Dano moral é aquele que não possui efeitos patrimoniais e, por


analogia, dano material é aquele que repercute sobre o patrimônio da vítima.
Dessa forma, se há algum direito personalíssimo da vítima ofendido (vida,
saúde, etc,) estamos diante de um dano moral. Elisa Samúdio sofreu danos
morais porque, supostamente, teve sua vida interrompida devido a ação do
goleiro Bruno e seu bando.

2.2) Dano Direto e Dano Indireto

Dano direto é aquele sofrido diretamente pela vítima, dano indireto,


também conhecido como dano ricochete, é aquele em que uma pessoa sofre o
refluxo de um dano causado a outrem.

No caso, Eliza sofreu um dano direto, pois o bem jurídico violado


foi sua própria vida.

2.3) Dano Subsistente

Como o caso ainda não está concluído, nem na esfera civil e nem
na criminal, podemos classificar o dano causado a Eliza Samúdio como Dano
Subsistente, pois ainda não ocorreu o ressarcimento financeiro em favor da
vítima (no caos, em favor de seus sucessores).

2.4) Dano Reparável

Dizemos que o dano causado a Eliza Samúdio é reparável porque


o bem jurídico vilipendiado é suscetível de reparação.

2.5) Dano Certo e Dano Atual

Os prejuízos causados a Eliza Samúdio podem ser classificados


tanto como danos certos, como atual. Dano certo porque se funda num
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acontecimento preciso, no caso, a cessação de sua vida. Dano atual porque o


fim da vida de Eliza surgiu exatamente do evento delituoso supostamente
cometido pelo goleiro Bruno e seus comparsas.

2.6) Dano Individual

Consideramos o dano causado à Eliza Samúdio como dano


individual, pois o mesmo foi cometido em desfavor de apenas uma pessoa. Se,
por acaso, tivessem sido várias as vítimas do bando liderado por Bruno e estas
pudessem ser identificadas, uma a uma, estaríamos diante de um dano coletivo.
Estaríamos diante de um dano difuso se fossem várias vítimas mas as mesmas
não pudessem ser precisadas quanto ao número. Um exemplo de dano
transindividual é um dano causado ao meio-ambiente, o que não é o caso do
assassinato de Eliza Samúdio.

2.7) Dano Emergente

Diz-se dano emergente aquele que veio ao mundo real, ou seja,


aconteceu. No caso envolvendo Eliza Samúdio, podemos classificar o dano por
ela sofrido como dano emergente, pois apontaram as investigações policiais e a
denúncia feita pelo Ministério Público como homicídio.

3) Conduta

Responsabilidade civil é a medida que obriga alguém a reparar o dano


causado a outrem. Essa obrigação de reparação surge a partir de uma conduta
omissiva ou comissiva de um agente.

A conduta é comissiva quando o agente causou o dano através de uma


ação, podendo ser dolosa (com intenção de praticar) ou culposa (quando o
agente age com negligencia, imprudência ou imperícia. Há conduta omissiva
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quando o agente tinha o dever jurídico de agir mas não o fez, causando prejuízo
a outrem.

Dessa forma, em se tratando de responsabilidade civil, a conduta do


goleiro Bruno em relação a morte de Eliza Samúdio pode ser classificada como
comissiva. Ainda se discute no processo se o ex-goleiro do Flamento foi
mandante, co-autor ou partícipe do assassinato de Eliza. No entanto, isso é
irrelevante para a responsabilidade civil, pois, sem a conduta de Bruno,
independente do tipo de participação que ele tenha tido, não teria acontecido o
crime tipificado no art. 121 do CBP (matar alguém), logo, Eliza Samúdio não
teria o seu bem jurídico, a vida, violado.

4) Nexo de Causalidade

Diz-se em nexo de causalidade a relação entre conduta do agente e o


dano sofrido pela vítima. Dessa forma, se o dano sofrido não tiver nexo causal
com a conduta do agente, não temos que falar em responsabilidade civil.

Há circunstâncias de excludentes de responsabilidade civil, como culpa


exclusiva da vítima, caso fortuito e força maior. Em qualquer uma das
circunstâncias elencadas, caso aconteçam, rompe-se o nexo de causalidade
entre a conduta do agente e o dano sofrido pela vítima.

Por tudo o que foi trazido até o momento e as circunstâncias da morte e,


conseqüentemente, do desaparecimento de Eliza Samúdio, podemos concluir
que sem a conduta de Bruno de atrair a modelo de São Paulo para o Rio de
Janeiro e, depois, do Rio de Janeiro para o sítio do goleiro em Esmeraldas/MG,
independentemente de Bruno ter sido autor, mandante, partícipe ou co-autor,
Eliza Samúdio não teria sido assassinada se não fosse essa sucessão de
eventos praticados dolosamente por Bruno, que, por sua vez, ligam sua conduta
ao dano sofrido por Eliza Samúdio.
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III. Fixação da Indenização

No dano moral, a indenização tem como objetivo compensar a vítima


ou seus herdeiros da dor causada pela conduta do agente. No entanto, não
existem critérios unificados para um juiz fixar esse tipo de reparação, o que pode
causar, muitas vezes, desvio de finalidade da indenização, pois o objetivo não é
enriquecer a vítima e nem mesmo deixar o agente em estado de pobreza, mas
sim, como dissemos, apenas consolar a dor da vítima.

No Brasil, as indenizações por dano moral são arbitradas pelo juiz,


utilizando o magistrado o critério da estimativa prudencial. Dessa forma, deve o
“quantum” indenizatório não apenas servir como um consolo para a dor da
vítima, mas como um desestímulo para o agente praticar novas condutas que
causem prejuízo a outrem novamente. No entanto, devemos salientar que o
objetivo sempre será a indenização, sendo o caráter punitivo apenas acessório.

Ao arbitrar a sentença, para não enriquecer sem causa a vítima nem


onerar excessivamente o agente, o juiz deve adotar alguns critérios no momento
da fixação do “quantum”. Deve considerar o juiz a situação econômica do
lesado, a intensidade do sofrimento do ofendido, a gravidade e a repercussão da
ofensa, o grau de culpa e a situação econômica do ofensor, bem como as
circunstâncias que envolvem os fatos. Dessa forma, deve o juiz achar sempre
um valor adequado, agindo com razoabilidade e moderação, e, ainda,
atendendo as normas legais e doutrinárias.

Especificamente no caso envolvendo a modelo Eliza Samúdio e o


goleiro Bruno, levando em consideração a condição da vítima e do acusado e os
critérios arrolados no parágrafo anterior, dificilmente encontraríamos um valor
suficientemente moderado e razoável para que não houvesse oneracao
excessiva do agente e nem enriquecimento sem causa da vítima (no caso, dos
herdeiros da vítima).
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Nosso posicionamento explica-se pela dimensão que o caso teve na


mídia e na sociedade brasileira. O bem jurídico da vítima que foi afetado, no
caso sua própria vida, e a enorme diferença dos padrões de renda entre o
goleiro Bruno e a modelo Eliza Samúdio.
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Obrigações, Parte Especial, Tomo II,
Responsabilidade Civil – 7ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2010.

BRASIL. Novo Código Civil.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil,


Texto constitucional promulgado em 05 de outubro de 1988, com as alterações
adotadas pelas Emendas Constitucionais n.ºs 1/92 a 64/2010 e pelas Emendas
Constitucionais de Revisão n.ºs 1 a 6/94 – Brasília: Senado Federal,
Subsecretaria de Edições Técnicas, 2010.

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