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Redação - MedEnsina

AULA 1
Orientações Gerais sobre a disciplina de redação:

 Aulas a cada 15 dias.


 A cada aula, um tema de redação será proposto. Se não for proposto, a escolha é livre. O
objetivo é que os alunos estejam sempre fazendo redações e evoluindo nos textos.
 Há, na salinha, um Banco de Redações. Nesta pasta há temas de diversos vestibulares
conceituados como FUVEST, VUNESP, UNIFESP e ITA.
 As aulas não seguem a sequência proposta pelo ETAPA. Sendo assim, a presença nas aulas é
fundamental. Na medida do possível, elas serão disponibilizadas no site do cursinho.
 Entrega de redações para correção: na salinha, na pasta devidamente identificada. Peça para a
Estefânia o canhoto da redação, preencha-o e prenda-o na redação. O tempo ideal para a
entrega da redação é na segunda feira em que não há aula de redação.

Sistema de Correção (quesitos):

I. Tema e estrutura
II. Proposta (Argumentação)
III. Norma Culta (Gramática e uso da língua)
IV. Coerência
V. Coesão textual

Básico de redação para DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

Título: sempre se deve fazer, ao menos que esteja explícito nas instruções/coletânea que este não é
necessário. No ENEM, seu uso é facultativo. Só coloque o tema da redação no título se nada melhor lhe
vier à cabeça até o fim do tempo de prova.

Estrutura geral: Introdução, Argumentação e Conclusão.

Introdução: Dividida em Periférico (frase de efeito para começar o texto e chamar o interesse do
corretor para a leitura), Tema (apresentação do tema de modo claro, sem expressar opiniões ainda) e
Tese (expressar a sua opinião sobre o tema, sem justifica-la). Lembrando que a introdução deve ser
concisa e nela se responde a pergunta ‘O quê?’, sem nada justificar nela. Não deve passar de seis linhas
e o posicionamento da tese define 50% da nota de tema e estrutura.

Argumentação: Dividida em, no mínimo, dois parágrafos e, no máximo, em três. Na argumentação se


responde POR QUE a tese estabelecida na introdução foi escolhida. Cada parágrafo da argumentação
defende um argumento, uma opinião do redator sobre o tema e a tese escolhida. Para validar o
argumento, pode-se usar exemplos, argumentos de autoridade (citações, pensamentos de filósofos,
historiadores e sociólogos), fatos históricos, atualidades e qualquer outro tipo de bagagem cultural do
redator. Deve-se lembrar de sempre retomar o tema e a tese em cada parágrafo de argumentação,
relacionando-os com sua opinião. A ordem opinião/periférico não importa, ao menos que se esteja
usando pensamentos de filósofos e sociólogos para validar sua opinião; coloque primeiro o que você
pensa e depois o periférico, para que o corretor saiba definir onde termina o seu pensamento e começa
o do filósofo e sociólogo. O número de linhas não deve ultrapassar 20.

Conclusão: Dividida em resumo (resume os argumentos) tema-tese (reapresenta o tema e a tese) e


chave de ouro (frase de efeito que fecha o texto de forma elegante). Na conclusão não se adicionam
ideias novas (onde você as desenvolverá?) e o máximo de linhas é 6. O uso de palavras de sentido
conclusivo (logo, portanto, finalmente, em suma...) deve ser deslocado no resumo, não se iniciando o
parágrafo com as mesmas.

Vale ressaltar que essa é uma receita pronta de se fazer redação e que propicia excelentes coerência e
coesão textual se bem feita. Existem outros modos, esse é o que eu julgo mais fácil de se fazer e com
maiores chances de dar certo em momentos de pressão como o vestibular.

Leituras de correção

Vertical: avalia estrutura redacional, se ela possui começo, meio e fim, se a tese está bem posicionada.

Horizontal: Coerência, coesão, gramática.

Pontos importantes

 Limpeza do texto e caligrafia.


 Norma culta, evitar coloquialismos.
 Coesão textual.
 Uso de primeira pessoa é proibido. Para a impessoalidade, deve-se usar a terceira pessoa.
 Evitar o uso de senso comum e clichês.
 Não ficar enchendo linguiça, textos sucintos são melhores que textos prolixos.
 Evitar o uso de crenças, preconceitos e generalizações. Sempre respeitar os direitos humanos.
 A compreensão do tema é fundamental. A fuga do mesmo zera a redação e a tangência, gera
notas muito baixas.
Redação – MedEnsina – Aula 2
1 COMENTÁRIOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO TEMA PROPOSTO
ANTERIORMENTE EM SALA (AUTOESTIMA DO POVO BRASILEIRO)
 Ausência de posicionamento de tese: Cuidado! Uma redação sem uma tese bem definida já é
lida diferentemente pelo corretor, afinal, ele não sabe o que virá no texto! Além de prejudicar
muito a coesão textual!
 Adição de idéias novas na conclusão: onde você irá desenvolvê-las? A conclusão retoma o que já
foi dito, termina o texto. É resumo dos argumentos, tema-tese e chave de ouro, sem delongas.
 Ausência de relacionar tema-tese com o argumento: sem isso, o texto fica meramente
expositivo. É uma frase curta que dá toda a coesão ao seu texto e torna-o argumentativo, como
deve ser.
 Uso de perguntas: relembre o que foi falado em sala! Se uma pergunta é feita, ela deve ser
respondida. Perguntas retóricas, portanto, são encheção de linguiça e completamente
desnecessárias. Se não bem colocadas no texto (o que é muito comum), elas prejudicam a
coesão e até mesmo a coerência textual.
 Formação de parágrafos: cuidado! Um parágrafo não é composto de uma frase só! Períodos
muito longos prejudicam a coesão textual e tornam mais fácil você se perder no meio do texto.
 Proposta claramente bilateral! Escolha uma tese e fique nela até o fim! Se você não tem
argumentos bons o suficiente para fazer 3 parágrafos de argumentação, faça apenas 2.
 Na minha opinião, a argumentação sensacional no tema seria a de que a autoestima do
brasileiro é utópica, algo como um complexo de superioridade. O brasileiro procura se orgulhar
de sua cultura, de seu futebol e afins para mascarar seus problemas sociais diante do cenário
internacional. Sua autoestima, portanto, é baixa. É difícil manter a coerência dentro de uma tese
destas, mas é possível. A chave para uma boa argumentação, na minha opinião novamente, era
deixar claro que o que compromete a autoestima do brasileiro é a sua necessidade constante de
comparação com outros povos estrangeiros.

2 GÊNEROS REDACIONAIS
 Dissertação: mais comum em vestibulares, pode ser argumentativa ou expositiva. A dissertação
argumentativa é a top do vestibular, a que é pedida em praticamente todos. Suas peculiaridades
estão na estrutura textual (dividida em introdução, argumentação e conclusão) e na
necessidade de que a opinião do redator esteja claramente exposta no texto, sendo defendida
através de argumentos e ratificada através de exemplos, fatos históricos, fatos atuais,
argumentos de autoridade e semelhantes.
A dissertação expositiva é o que você faz quando responde, por exemplo, uma pergunta de
história no vestibular. Você coloca ali tudo o que sabe, sem opinar a respeito. Cuidado! Quando
você faz um parágrafo supostamente de argumentação e não relaciona sua tese ao argumento,
seu texto deixa de ser argumentativo (sua opinião não está nele) e passa a ser expositivo (o que
você sabe sobre o assunto).
 Narrativas: A narrativa é o famoso ‘conte uma história’. Aparece em vestibulares como o da PUC
e da Unicamp, em muito menos intensidade do que as dissertações. Entre as suas
peculiaridades, tem-se a necessidade da narrativa ter um começo, meio e fim e que todas as
situações nela criadas precisam ser resolvidas. Aquele suspense típico de literatura não deve
estar presente, de preferência. A resolução deve ser no clímax, no final da narrativa.
Há dois tipos de narradores: o observador e o personagem. O primeiro narra em terceira
pessoa, podendo ser onisciente (sabe o que os demais personagens estão pensando) ou não
onisciente (apenas observa). O personagem participa da trama e conta apenas a sua visão da
situação. Cuidado! Quando você escolher um narrador, vá com ele até o fim. Narradores tipo
‘Harry Potter’, que variam sua posição, não são bem vindos na redação narrativa.
 Cartas: As cartas podem ser narrativas ou dissertativas. Quando narrativas, estarão
normalmente obedecendo a realidade – você deve ser narrador personagem ou observador não
onisciente – e deve constar, no topo da folha, a data e o vocativo, sem se esquecer da despedida
ao final. Não assine a redação.
Se for dissertativa, expositiva ou argumentativa, deve estar em primeira pessoa.
Redação – MedEnsina – Aula 3
1 DISCUSSÃO DO TEMA PROPOSTO ANTERIORMENTE EM SALA (TELENOVELA)
 Procurem os plantonistas para discutir a redação! Esse feedback é fundamental. Vocês são em
muitos, corrigimos muitas redações e fica inviável escrever em cada texto tudo o que nós
achamos.
 A meta para quem está abaixo de 5,0, é chegar nesta nota. Para quem já está conseguindo
passar disso, é chegar nos 7,5. Lembrem-se que 5,0, na prova de redação, não é uma nota ruim.
 Explicitem a tese o máximo possível. Quando o tema for uma pergunta, ela deve ser respondida
na tese.
 Relacionem tema-tese e argumento, como já explicado na Aula 2.
 Cuidado com o uso de senso comum nos argumentos. Ele pode ser usado, sim, mas cuidado
como vocês o utilizam e a linguagem que usam para tal.
 Cuidado com a pontuação! 1 parágrafo não deve, de maneira alguma, ser formado por uma
frase só. Períodos muito longos comprometem a coerência textual!
 A escrita só melhora com a leitura! Invistam nisso!

2 FORMAÇÃO DE PARÁGRAFOS
A formação de parágrafos em redação se dá através de tópicos frasais. São frases bem curtas, como se
fossem tópicos mesmo. Servem para, nos rascunhos, organizarem o raciocínio, evitar tangência/fuga do
tema e manter a coesão textual.

3 RASCUNHOS
Neste primeiro momento, vamos dividir os rascunhos em três.

1. Brainstorm: pode ser feito no canto da folha, junto ao tema. São palavras, frases curtas,
citações, tudo o que você sabe relacionado ao tema, bem resumido. Coloque o que você acha,
mas não defina a tese ainda.
2. Rascunho esquema: faça onde der, alguma folha em branco que você possa usar na prova. Ele é
composto de tópicos frasais de cada parte da redação. O esquema segue em uma folha abaixo,
que você pode imprimir e usar para fazer seus rascunhos das próximas redações.
3. Rascunho escrito: una seus tópicos frasais feitos no esquema, através de conjunções e frases
auxiliares.
4 RASCUNHO ESQUEMA

I. INTRODUÇÃO

Periférico:

Tema:

Tese:

II. ARGUMENTAÇÃO

Argumento 1:

Ratifica 1:

Argumento 2:

Ratifica 2:

Argumento 3:

Ratifica 3:

III. CONCLUSÃO
Resumo:

Tema-tese:

Chave de ouro:
Redação - MedEnsina - Aula 4
Leitura e aproveitamento da coletânea
-> Às vezes o tema da redação pode ser uma simples frase ou uma pergunta. Na maioria das
vezes, entretanto, vem acompanhado de uma série de textos, imagens e tirinhas relacionadas
entre si, ao que chamamos de coletânea.
-> A leitura da coletânea deve ser feita de forma cuidadosa. Sugere-se grifar as partes mais
importantes e o tópico frasal de cada texto deve ser destacado.
-> Em alguns vestibulares, como a FUVEST, é muito comum que todos os textos tenham uma
única opinião sobre o tema, o que já serve de guia para qual tese é mais recomendada no
caso. Em outros, haverá temas divergentes e convergentes, dando espaço ao redator para a
escolha da tese.
-> Não se deve NUNCA copiar dados da coletânea. Em alguns vestibulares é permitido mas,
pelo sim e pelo não, é melhor não copiar.
-> A partir do que se é grifado na coletânea, pode-se dar início ao brainstorm e escolher a
tese.

-> Quando lendo a coletânea, tente se questionar o porquê do texto ter sido escolhido pelo
examinador, o que se destaca nele para estar ali. Procure fazer relações com textos que vocês
conhecem e o conhecimento que vocês tem. Uma pergunta interessante a se fazer é 'que
informações não estão presentes na coletânea e que seriam importantes para serem
abordadas neste assunto?'

Retirando o tema do texto


-> Quando o tema não é fornecido, deve-se perceber o que relaciona os textos da coletânea e
este será o tema. Quando há apenas um único texto na coletânea, a ideia central deste é o
tema.

-> Retirando o tema de um texto: proposta do MACK, ap. 1, pág. 11:


No primeiro texto da coletânea, de Paulo Francis, as frases importantes são: "eu prefiro a
solidão dos livros ao contato com as pessoas" e "as relações humanas são sempre complicadas".
No segundo texto, de Carlos Drummond, o tópico frasal é "nem me afaste demasiado dos
homens nem me obrigue a praticá-los diuturnamente". "Minha ilha" pode ser considerada um
tópico frasal também.
E, no último texto, de Fernando Pessoa, o tópico frasal é "deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havermos de ir juntos?".

O tema central do texto é a solidão, o homem vivendo em uma ilha. Deve-se ficar atento ao
fato que esta solidão é algo pensado, escolhido e não uma situação em que o indivíduo foi
forçado a permanecer.
Para a argumentação, tem-se a atual complicação das relações humanas, as situações criadas
pela globalização e informatização, a sociedade individualista e egoísta emergente e afins.
É um tema fácil de se retirar do texto, mas sua argumentação pode ser difícil.

Fuga do tema x Tangência


A fuga do tema ocorre quando em nenhum momento do texto respeita-se o tema proposto.
Ocorre, por exemplo, quando o tema pede que você fale do posicionamento político do jovem
diante da corrupção e você fala apenas da corrupção o texto todo.
A tangência pode ocorrer em grandes partes do texto, como, no mesmo exemplo citado
acima, você fala do posicionamento político do jovem em apenas um parágrafo da redação
ou apenas na sua tese. Ela também pode ocorrer em um parágrafo, quando, por exemplo, é
para se falar da corrupção e você perde suas preciosas linhas apontando os mil problemas do
serviço de saúde ou de educação brasileiros, sem fazer a devida relação da existência destes
com a corrupção.
Redação - MedEnsina - Aula 5

Introdução - Especificidades e técnicas.

A introdução, como já dito em aulas anteriores, divide-se, pela técnica básica de dissertação
argumentativa, em três partes: o periférico, o tema e a tese.

-> Periférico: o periférico pode ser uma citação, uma frase feita por você, havendo intertexto
com livros, filmes, obras de arte que você conheça. Deve estar, obrigatoriamente,
relacionado ao tema e ser relevante para a compreensão da sua argumentação. Deve vir
acompanhados de elementos de coesão, bem encaixado no parágrafo; não 'jogue' o periférico
no texto. Ele é importante, pois é a primeira impressão passada ao corretor, é a primeira
frase que será lida - se nela contiver uma boa bagagem cultural ou algo bem articulado, o
corretor já lê a sua redação com mais carinho. Mas cuidado: o periférico deve sempre estar
coeso com a sua tese e argumentação.

-> Tema: apresentação do tema de forma simples e direta, pode ser emendado com o
periférico em uma frase. NÃO COPIE o tema apresentado na coletânea, de forma alguma.
Na pior das hipóteses, parafraseie.

-> Tese: A tese é a parte mais importante da sua introdução. Ela mostra ao corretor o que
você irá defender ao longo do texto e que este é uma dissertação argumentativa, como
pedido nas instruções/coletânea. Deve conter a sua opinião sobre o assunto, sem justificá-la.
Ela pode ser emendada com o tema ou vir sozinha em uma frase.

Considerações gerais:

-> A introdução deve conter entre 4 e 6 linhas, de preferência. Introduções muito longas são
mais propensas a conter justificativas da tese.
-> Caso sejam usados, no periférico, conceitos que necessitem de explicação, esta deve ser
feita. Lembrando que, além desta situação, não se deve justificar nada na introdução.
-> De maneira alguma faça sua introdução toda em uma frase. Ela pode conter até quatro
frases, mas o modelo que proporciona uma maior coesão é o de duas frases. Você pode
escolher em juntar o periférico e o tema ou o tema e a tese.

Sobre a escolha da tese:

-> Em temas unilaterais (os mais trabalhados em redação, que não suscitam polêmica),
deve-se escolher apenas uma tese (jogo do sim ou não). Caso o tema suscite polêmica (os
chamados bilaterais, como maioridade penal, aborto, religião, crenças, pena de morte e
afins), pode-se escolher duas teses ("ficar em cima do muro"), desde que sejam definidos os
limites entre as duas.
Jogo do sim ou não: pergunte a sim mesmo se você concorda ou não com o que foi proposto
pelo tema. Se o tema é, por exemplo, consumismo, pergunte-se se você concorda com o
consumismo exacerbado e levante no brainstorm seus argumentos que fortaleçam essa sua
opinião.
-> Como definir o limite entre as duas teses? Em um tema como o aborto, por exemplo,
deixe claro em que situações este deve ser proibido e em quais deve ser liberado, tomando
cuidado para não se contradizer.

Tema proposto: ITA (pág. 16): "Nós, brasileiros, cidadãos".


Redação - MedEnsina - Aula 6
Construindo a argumentação
-> Uma vez estabelecida uma tese na introdução, é necessário justificá-la. É na argumentação o
momento de expor motivos e ideias que defendam seu ponto de vista. Deve-se tomar cuidado para
não contradizê-la.
-> Os argumentos devem estar em uma ordem lógica, em que se tem a sua opinião seguida de algo
que a ratifique como válida. Essa ordem é ainda mais importante quando se usa o pensamento de
outra pessoa para validar o seu (argumento de autoridade), já que os limites entre a sua opinião e o
argumento de autoridade devem ser bem nítidos no texto.
-> O que ratifica minha opinião? Fatos históricos, exemplos da sociedade e atualidade, dados
estatísticos, argumentos de autoridades no assunto.

Paragrafação

-> A organização dos parágrafos é de extrema importância na argumentação. A técnica


básica ensinada a vocês é de um argumento por parágrafo. Dentro desta técnica, pode-se
usar dois ou três parágrafos para argumentar.

-> Uso de DOIS parágrafos: quando se tem dois argumentos fortes e muito o que falar sobre
eles - serão bem explorados. Pode-se ter mais de uma coisa que valide o argumento
(combinar fatos históricos e argumentos de autoridade, por exemplo). É o jeito mais fácil de
se argumentar. Deve-se ficar atento ao gancho entre os parágrafos (deve ser feito a partir do
tema), que será o elemento de coesão. A coerência também pode ficar prejudicada, devendo
tomar cuidado com os períodos mais longos. Pode ser usado em qualquer tema, bilateral ou
unilateral. Cada parágrafo pode ter entre 9 e 11 linhas.

-> Uso de TRÊS parágrafos: a técnica mais ensinada, normalmente trabalha com dois
argumentos muito fortes e um mais fraco. Não recomendo, já que os argumentos fortes ficam
mal explorados pela limitação de linhas e o mais fraco acaba fragilizando a coesão textual.
Pode ser usado quando os três argumentos forem fortes e deve ser acompanhado de uma
boa capacidade de síntese, para que os parágrafos não fiquem demasiadamente grandes.
Não se deve utilizar o último parágrafo para refutar a tese ou mostrar o outro lado da
mesma, já que isso enfraquece a argumentação e, novamente, prejudica a coesão textual.
Uma boa indicação para o uso de três parágrafos é em narrativas e quando de temas
bilaterais, já que se justifica menos e deixa o parágrafo menos propenso a erros de
argumentação.

Considerações gerais
-> Deve-se, em cada parágrafo, fazer a relação com o tema tese. É o que torna seu texto
coeso e mantém o tom de dissertação argumentativa.
-> A sua opinião é a parte central da argumentação! Cuidado para não utilizar mil dados que
a validem e não colocá-la, o texto fica expositivo.
-> Cuidado com o uso de primeira pessoa, seja do plural ou singular. Não deve ocorrer.
-> Cuidado com períodos longos, eles prejudicam a coesão e coerência. Procure utilizar frases
de, no máximo, três linhas, mantendo a coesão entre as frases dentro de um parágrafo.

O que não é argumento?

-> Crenças
-> Gostos pessoais ("a música clássica, arcaica diante da sociedade atual..." - quem disse que é
arcaica? A sociedade?)
-> Generalizações indevidas ("as mulheres, em geral mais frágeis, preferem romances...")
-> Preconceitos (implícitos e explícitos).

O que se deve evitar?

-> Lugar comum


-> Clichês

E o senso comum, serve de argumento?


Serve, mas é considerado um argumento fraco. O que determina a qualidade da
argumentação nesse caso é a linguagem e se há teorias embutidas no pensamento.

Tema proposto: Fuvest 2001 - Crescimento do neonazismo e neofascismo.


Redação MedEnsina – Aula 7
Formação de bagagem cultural – periféricos e argumentos.

 A aquisição de bagagem se dá através da leitura, de filmes e do conhecimento de


obras de arte. Quando colocado diante de um tema, o aluno deve ser capaz de listar o
que se sabe bem e está relacionado ao mesmo, estudando a coletânea de modo a se
perguntar ‘o que eu sei, que pode ser útil na construção do texto, e não está aqui?’.
 Lembrar que existem formas de argumentar: pode-se concordar plenamente com a
tese (sendo o mais comum e mais indicado para temas unilaterais); pode-se discordar
totalmente da tese (teoria de refutação) e pode-se concordar parcialmente com a
tese, expondo prós e contras (recomendado para temas bilaterais e de cunho
polêmico).

Indicações de leitura:

Zygmunt Bauman: sociólogo polonês. Muito citado pela FUVEST em suas


coletâneas, têm linguagem de fácil compreensão e se vale de exemplos da
modernidade, pertencentes ao nosso cotidiano. Não é exatamente bem aceito na
comunidade filosófica e sociológica porque suas ideias não são consideradas originais
e sim uma grande mistura de toda uma escola contemporânea de filosofia e
sociologia.
Livro indicado: Modernidade Líquida.
Resenha online: http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9917

Entrevista com Zygmunt: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-


20702004000100015&script=sci_arttext

Outras obras: 44 cartas ao mundo líquido moderno; Amor líquido; Vidas


desperdiçadas.

Jostein Gaarder: escritor norueguês. O Mundo de Sofia é seu trabalho mais


conhecido, onde se tem uma descrição da história da filosofia, com linguagem de fácil
compreensão e de modo didático.
Livro indicado: “O Mundo de Sofia”
Resenha online:
http://no.comunidades.net/sites/ale/alexxandre/index.php?pagina=1948442625

Entrevista com o autor:


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u52793.shtml

Outras obras: O Pássaro Raro (sua primeira obra, excelente para o trabalho de temas
abstratos); Maya.

Anthony Burgess: escritor e crítico britânico. Suas obras são marcadas pela sátira
constante à sociedade inglesa da sua época (modernismo inglês). A obra mais
importante é “Laranja Mecânica”, uma fábula de ficção científica que descreve um
futuro cheio de violência. Tem uma raiz filosófica com o básico de pensadores da
época.

Resenha na SuperInteressante: http://super.abril.com.br/cultura/laranja-mecanica-


futuro-violento-444702.shtml
Outra resenha: http://livrosecontos.blogspot.com.br/2012/08/laranja-mecanica-
resenha.html

George Orwell: escritor e jornalista inglês. Obra que revela injustiças sociais, se opõe
ao totalitarismo e apoia timidamente a anarquia.
Livro indicado: 1984
Resenha: http://www.icultgen.com.br/2011/12/03/resenha-do-livro-1984-george-orwell/
Resenha no Guia do Estudante: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-
historia/saiba-mais-livro-1984-george-orwell-678177.shtml
Acesso às obras completas de Orwell: http://www.george-orwell.org/

-> Lembre-se de que a leitura deve ser feita de modo crítico, com anotações e
pesquisas sobre o que não se sabe e/ou entende. Não se deve seguir em frente sem
entender o que foi dito anteriormente e qual a relação daquela situação no contexto.

Indicações de filmes

-> Novamente, lembrar de não seguir em frente sem entender o que ocorreu
anteriormente e a situação no contexto. Fazer anotações.

- O Menino do Pijama Listrado: fala de eugenia e mostra um pouco do contexto de 2ª


Guerra Mundial e campos de concentração.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=j3fK0p3x0RE

- Preciosa – Uma história de esperança: filme independente que vai tratar da


desigualdade social e do preconceito na sociedade pós moderna.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=AnrxEqzI81g

- Diamante de Sangue: trata da questão africana e da venda de diamantes em Serra


Leoa que subsidia a guerra civil.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=MbAI1M4M3S0

- Hotel Ruanda: trata da guerra entre tutsis e hutus em 1994, um dos maiores
genocídios já vistos no mundo.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=3wf8prFBpIM

- Notícias de uma guerra particular: documentário que trata do tráfico de drogas,


como um Tropa de Elite da vida real.
Está por inteiro no youtube.

- Persépolis: trata da Revolução Islâmica no Irã e da crise árabe que se estende até os
dias de hoje.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=3PXHeKuBzPY
http://www.youtube.com/watch?v=5Q_WXPXq-WM (filme completo)

- Trabalho interno: vencedor do Oscar de 2011, vai tratar da crise econômico-


financeira atual.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=YamDhfIi6Hs

Obras de arte:

- Os retirantes – Portinari
- A Persistência da Memória – Dali
- Guernica – Picasso
- A Traição das Imagens – Magritte
Redação MedEnsina – Aula 8
Técnicas de conclusão

A conclusão fecha o texto e deve fazê-lo de forma redundante, sem apresentar ideias
novas (já que não há mais espaço para desenvolvê-las e cada ideia que é aberta na redação
deve ser explorada de forma coerente e coesa).

Divide-se comumente a conclusão em três partes: Resumo, tema-tese e chave de ouro.

 Faz-se, primeiramente, o resumo dos argumentos utilizados. Pode-se fazê-lo juntando


os tópicos frasais que determinaram cada argumento. Tenha o cuidado de não repetir
frases inteiras e parafrasear sempre que necessário.
 Depois, reapresenta-se o tema-tese, de forma sucinta, tendo o cuidado de se manter a
coerência. O resumo e o tema-tese podem ser colocados em uma frase só, sendo esta
a forma mais recomendada.
 Por último, coloca-se uma chave de ouro, uma frase de efeito que termine o texto de
forma interessante e também aproveite a oportunidade para mostrar, mais uma vez,
que você tem bagagem cultural e conhecimento sobre o assunto. Deve dar a sensação
de que o texto valeu a pena ser lido.

Geralmente, conta-se com uma conclusão de 4 a 6 linhas, podendo-se valer do uso de


conjunções e termos conclusivos como o ‘portanto’, desde que sejam usados de modo
deslocado na oração.

Sobre o número de frases, normalmente usam-se duas, podendo unir o resumo e o tema
tese, ou o tema tese e a chave de ouro. Em determinadas situações em que se consegue
manter a coerência textual, pode-se inverter tema-tese e resumo de posição dentro do
parágrafo, tomando o devido cuidado para manter a chave de ouro como a última coisa do
texto.

No ENEM, a chave de ouro some e entra em seu lugar a proposta de intervenção.


Cuidado, isso ocorre APENAS NO ENEM ou se estiver EXPLÍCITO NAS INSTRUÇÕES DO TEXTO.
Para construir a proposta de intervenção, evite os clichês (vamos todos dar as mãos e construir
um mundo melhor; se cada um fizer a sua parte;) e o uso de 1ª pessoa do plural (nós). Utilize
expressões como ‘é preciso”, “é imprescindível”, “é necessário” e proponha sempre ações
envolvendo a educação e a conscientização, sem atacar governos e tomando cuidado para não
desrespeitar direitos humanos (ex: é melhor matar todo bandido).

Alguns modos de construir a conclusão incluem a interrogação (não é muito recomendada,


transfere para o leitor o problema a ser solucionado ou discutido); a surpresa (pode-se fazer
jogos de palavras; contar anedotas comportadas, tomando cuidado com preconceitos e
generalizações indevidas; usar citações e provérbios) e o uso de frases próprias.

Tema indicado: FUVEST 2010 – Um Mundo por Imagens.


Redação MedEnsina – Aula 9
Recursos de Coesão

 Toda ideia colocada no texto deve ser desenvolvida, estando vinculada ao tema e à
tese.
 Coerência: refere-se a um texto claro e com sentido, cuja leitura é feita como se
fosse um livro – sem pausas e sem retornos. As ideias devem estar bem interligadas
dentro de cada frase e de cada parágrafo. Refere-se ao termo de leitura linear.
 Coesão: interligação do texto como um todo. O que mantém a coesão do texto é
primeiramente o tema e, em um segundo momento, a estrutura.
Os recursos de coesão gramaticais podem ser anafóricos (quando retomam algo
que já foi mencionado, sendo essencialmente pronomes) e catafóricos (quando se
referem a algo que será mencionado adiante).
 Métodos de evitar a repetição de palavras: uso de termos anafóricos (pronomes) e
catafóricos (pronomes como ‘esta’, uso de dois pontos e termos resumitivos);
repetição de parte do nome (quando citando autores); nominalização (substituição
da forma verbal pela forma nominal; ex: pensar criticamente – pensamento crítico);
uso de sinônimos (ex: pessoas, cidadãos, indivíduos, massa); uso de epítetos (ex:
Pelé, Rei do Futebol, Craque da Vila).
 Métodos de se manter a coerência: utilização adequada de conjunções (conectivos)
e domínio de sintaxe. Saber qual conjunção utilizar em cada tipo de oração e em
cada momento.
Site útil para aprender sintaxe e seus componentes:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/
Redação MedEnsina – Aula 10
Filosofia aplicada

- Tema utilizado: FUVEST 1996 – O mito, as crenças, seu funcionamento efetivo e seu futuro.

O mito é a história dos deuses – criados à imagem e semelhança dos humanos –


através da qual se explica o mundo e seu funcionamento.
Os rituais costumavam funcionar não só porque davam mais confiança às pessoas, que se
entregavam ao trabalho com mais tranquilidade e alegria; mas também porque eram feitos
sempre em uma mesma época do ano – o que no caso da agricultura e afins era essencial.

Com o surgimento da ciência, pensou-se que o mito está fadado a desaparecer e, no


que tange às explicações definitivas para fenômenos naturais e, muitas vezes, sociais, talvez
esteja. Entretanto, o mito une-se às religiões e crenças, mantendo ainda a explicação
fantasiosa para o que não pode ser explicado cientificamente. Após a divisão definitiva de
ciência e religião, feita no Renascimento, pode-se dizer que o mito ficou restrito, mas não
fadado ao desaparecimento.

Diz-se, historicamente, que a divisão definitiva entre ciência e religião foi feita no
Renascimento, mas pode-se observar o início do trajeto dessa fronteira já no surgimento dos
primeiros filósofos da natureza – que procuravam explicações para os processos da natureza
e, principalmente, para as transformações visíveis. É com eles que surge a primeira forma de
fazer ciência: a observação.

Esses primeiros filósofos acreditavam necessariamente na existência de uma


substância básica, que faria parte de tudo o que existe no mundo. O que difere entre eles é
qual exatamente seria a tal substância.
- Tales de Mileto acreditava essencialmente na água como origem de tudo.
- Anaximandro não acreditava na teoria da água, mas estabeleceu o conceito de ‘infinito’.
- Anaxímenes acreditava no ‘sopro de ar’ como a origem de tudo.
- Parmênides não falava de uma substância básica. Suas teorias fixavam-se ao conceito de que
tudo o que existe sempre existiu. Falava também em uma ‘ilusão dos sentidos’.
Foi um racionalista, ou seja, acreditava na crença na razão humana enquanto fonte de
conhecimento do mundo.
- Heráclito vem com a ideia de que ‘tudo flui’, ou seja, tudo está em constante transformação
e o mundo está impregnado por constantes opostos. Diz também que o bem e o mal são
necessários para o equilíbrio do mundo.
- Empedócles quebra a ideia de que haveria apenas uma substância básica. Ele afirma que elas
são quatro: a água, a terra, o fogo e o ar. E a combinação destes elementos (elemento básico)
com as forças naturais (ele dizia serem elas o amor, que une os elementos; e a disputa, que os
separa) formavam a matéria. Essa concepção de que um elemento sob a ação de forças torna-
se matéria faz parte da física que conhecemos hoje como ciência.
- Anaxágoras vai teorizar que as substâncias básicas são muitas e são em partículas mínimas.
Tem-se o primeiro passo na direção da teoria atômica.
- Demócrito é quem vai formalizar a teoria atômica, surgindo com a ideia de átomo – que as
partículas das diversas substâncias básicas são indivisíveis. Também vai dizer que existem as
partículas da alma – esferas lisas e perfeitamente arredondadas, translúcidas, que saem de um
corpo na hora da morte e vão para outro corpo na hora de seu nascimento.

Surge com Demócrito uma ideia de fatalismo – tudo o que vai ocorrer está pré
determinado. E, na Antiguidade, esse pensamento é muito determinado: acreditava-se nos
Oráculos, que eram capazes de ver o destino. O mais importante era o Oráculo de Delfos. Na
entrada deste, tinha-se a seguinte frase: ‘Conhece-te a ti mesmo’, para lembrar às pessoas
que é impossível fugir do próprio destino. A ideia de fatalismo é um mito que avançou na
sociedade e tornou-se presente nas religiões.
A história de Édipo Rei é uma das mais conhecidas da época – e falava justamente sobre o
fatalismo.

Esses filósofos já mencionados compunham os pré socráticos. Nem precisa-se dizer


que Sócrates foi um grande divisor de águas. Muitos dos pré socráticos chamavam a si
mesmos de sofistas. Os sofistas eram estudiosos e professores céticos, que se diziam os
conhecedores da sabedoria, consideravam-se intelectuais.
Cético é aquele que afirma que ninguém encontrará todas as respostas.
Protágoras é um sofista conhecido. Entre suas afirmações importantes, tem-se que ‘o
homem é a medida de todas as coisas’, o que quer dizer que o bem e o mal são relativos e
devem ser avaliados em relação ao homem e as circunstâncias em que este se encaixa no
momento.
Os sofistas também afirmavam que o sentimento natural de pudor não existe, ou seja, isso era
algo adquirido na sociedade.

Sócrates faz a primeira divisão na filosofia ao se chamar de filósofo – um amante da


sabedoria, não alguém que a possui, mas sim alguém que a persegue. Seus ensinamentos são
conhecidos essencialmente por Platão.
Sócrates trabalhava através da arte do diálogo – passava a impressão ao seu interlocutor de
que queria aprender com ele quando, na realidade, queria fazê-lo perceber que o verdadeiro
conhecimento vem de dentro do indivíduo.
Tem-se assim a ironia socrática – Sócrates era capaz de fingir-se mais ignorante do que era.
Uma de suas frases conhecidas é “Só sei que nada sei”.
Sócrates também afirmava que as pessoas mais perigosas são aquelas que questionam e era
um racionalista convicto. Quando questionam a si mesmas, isso é fonte de mudança positiva,
de avanços pessoais. Quando questionam a sociedade, também podem ser fontes de
mudança. Outro conceito que ele formou é que ‘quem sabe o que é bom, acaba fazendo o
bem’. Ou seja, a distinção do que é bom ou ruim, entre o certo e o errado, não está na
sociedade e sim na razão.
O homem que pratica o mal o faz porque não conhece o bem.
REDAÇÃO – MEDENSINA

FILOSOFIA APLICADA À REDAÇÃO –PARTE I

O período de que vêm os filósofos que estudaremos agora é a época de ouro de


Atenas, após a derrota dos persas.

PLATÃO

Platão foi discípulo de Sócrates e foi quem escreveu algumas das idéias deste. Fundou
sua própria escola aos arredores de um bosque que levava o nome de um herói grego
chamado Academos, por isso recebeu o nome de Academia, que está na sociedade até os dias
atuais.
Enquanto os filósofos anteriores, principalmente os da natureza, preocupavam-se em
determinar se as coisas fluem ou são imutáveis, Platão acreditava que ambos os estados
coexistiam.

Vamos lembrar que os sofistas e Sócrates haviam se afastado da questão do que flui e o que é
imutável, se prendendo mais à análise do homem e da sociedade. A relação entre fluidez e
rigidez era feita quando se analisava a moral dos homens, ideais ou virtudes da sociedade.
Acreditavam também que o que era tido como certo ou errado mudava de local para local, de
geração em geração.

Sócrates vai imaginar que a grande parte das normas da sociedade são rígidas e
imutáveis, devendo sempre reger as ações do homem. Quando se depara com a dúvida entre
rígido e fluído, vai estabelecer que tudo o que podemos ver e tocar na natureza flui, que não
existe um elemento básico, bem como as nossas opiniões e ideias. Nessa linha, vai criar a
teoria das idéias.
Nesta, tudo se divide entre mundo dos sentidos – tudo o que podemos ver e tocar,
todas as nossas opiniões incertas, tudo o que não é duradouro na sociedade e na vida – e
mundo das ideias – que compreende tudo o que tem forma eterna e imutável, que estabelece
imagens padrão e são tidos como opiniões certas. Nesse ínterim, a razão (que está no mundo
das ideias) é o extremo oposto entre achar e sentir (que estão no mundo dos sentidos). E a
realidade existiria no mundo das ideias, além do mundo dos sentidos.

Um exemplo é a escolha de uma faculdade. Imagine alguém que seja muito bom em cálculos,
tendo uma facilidade absurda. Mas é alguém que gosta muito de crianças e, por conta disso,
acredite que seu futuro esteja na pediatria. Platão diria que a razão dessa pessoa estaria em
fazer algo na área de exatas, como engenharia; mas, guiada pelos sentidos, ela prefere
medicina e faz uma escolha errada, baseada em uma opinião incerta.

Na análise do homem, Platão vai afirmar que este transita entre o dois mundos. Seu
corpo pertence à natureza, sendo, portanto, algo fluido e que depende dos sentidos, estando
então no mundo dos sentidos. Sua alma, contudo, é a morada da razão e é imortal, estando no
mundo das ideias. A alma anseia voltar ao mundo das ideias, se libertar do cárcere do corpo, e
o faz através do amor (não necessariamente o amor entre dois seres humanos, os mais
diversos tipos de amor). Esse anseio de libertação é o caminho percorrido pelo filósofo em sua
estadia no mundo dos sentidos.

Ainda neste dilema entre realidades, Platão relata o mito/alegoria da caverna, que vai
discutir as diferentes percepções de realidade entre indivíduos.
Tem-se pessoas presas dentro de uma caverna, encarando uma parede. Atrás delas tem um
muro translúcido e, atrás dele, uma fogueira. Desde que nasceram, a única coisa que vêem são
as sombras bruxuleantes projetadas na parede que encaram, como um teatro.
Um deles decide, então, se libertar. Quebra as correntes e se vira. Por trás do muro, vê
contornos não muito precisos, a luz indireta quase o cega. Resolve escalar o muro e, uma vez
do outro lado, vê contornos precisos, vê a ‘realidade’ e sofre um deslumbramento.
Maravilhado, decide voltar e contar aos demais que o que vêem não passam de um espectro
da realidade. Seus companheiros não acreditam nele, pensam que está delirando e o matam.

A visão de Platão sobre o Estado é que este deveria ser governado por filósofos.
Compara-o a um corpo humano e virtudes, onde a cabeça – cujas virtudes são a sabedoria e a
razão – seria a representação dos governantes; o peito – que representa a vontade e a
coragem – seria na realidade o exército; e o baixo ventre, que seria o prazer e a temperança,
estaria representando os trabalhadores.
Em um estado justo e equilibrado, estes três estratos seriam movidos pela razão e
cada um conheceria seu lugar no todo. Platão é muito criticado por isso, já que este sistema se
assemelha ao de castas na Índia e relaciona-se profundamente a um totalitarismo.

Em relação às mulheres, ele acreditava que elas tinham as mesmas capacidades dos
homens. E cita: “Um Estado que não forma, nem educa suas mulheres, é como um homem
que treina apenas seu braço direito.”.

ARISTÓTELES

Foi aluno da Academia de Platão, vem da Macedônia e é biólogo. É um dos maiores


expoentes da história da filosofia, mas era biólogo por profissão. Assim, vai atuar em diversas
áreas, retornando também seu olhar para a natureza e os processos desta.
Estabelece diversos argumentos contra Platão: acredita que a realidade é algo a se
perceber com os sentidos, que ‘não existe nada na consciência que não tenha sido
experimentado pelos sentidos’ e processado por uma razão inata. Vai dizer que a alma
humana é reflexo da realidade e que Platão é prisioneiro de uma visão mítica do mundo.
Aristóteles é muito metódico em seu pensamento, fundou o conceito de lógica e
estabelece vários outros.
Forma é definido como as características peculiares de algo. Relacionando-se com ela, tem-se
a substância, que é o material que este algo se compõe. É na substância que ocorrem as
mudanças na natureza, onde as possibilidades se tornam realidades.
Causa da finalidade é a tarefa vital, o propósito do indivíduo ou de outros seres, animados ou
não.
Sobre a felicidade, diz que esta só será possível ao homem se este puder desenvolver e
utilizar todas as suas capacidades e possibilidades. A primeira destas é uma vida de prazeres e
satisfações; a segunda, como cidadão livre e responsável; e a terceira como pesquisador e
filósofo. Aristóteles recusa decisões unilaterais e extremos errados, propondo a integração
entre os três como a solução. Dentro desta ideia de integração, surge o conceito de meio
termo de ouro, que seria o que oferece a harmonia ao indivíduo.
Por exemplo: ter coragem demais seria audácia, coragem de menos, covardia. O ideal seria o
meio termo, apenas a coragem.

Em relação à política, vai dizer que ‘o homem é um ser político’ e que sem a sociedade
o indivíduo não é uma pessoa; essa é a forma mais elevada de convívio humano. O modo mais
correto de se governar é qualquer um, desde que seja justo e respeite o meio termo de ouro:
pode ser monarquia, desde que não seja tirania; pode ser aristocracia, desde que não chegue à
oligarquia; pode ser democracia, desde que não se confunda com o domínio da plebe.
Na análise da mulher, sua visão é a que vai predominar pela história: a de que ela é um
homem incompleto e, portanto, um ser humano menos capaz.

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