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Momento de Inércia
e
Conservação do Momento Angular
Engª Electrotécnica
Engª Informática
Engª Química
Engª dos Materiais
Física IA - 2004/2005
Versão 04/05 C H
Momento de Inércia e Conservação do Momento Angular
1. Objectivos
2. Introdução
r
r dL
τ= (2)
dt
r r
sendo L o momento angular e τ o momento resultante das forças externas aplicadas ao objecto
(soma dos vectores momentos devidos a cada uma das forças aplicadas ao corpo) ambos calculados
em relação ao mesmo ponto. Esta equação rege a dinâmica do movimento de rotação de um objecto
em torno de um eixo, podendo ser considerada como a segunda lei de Newton para o movimento de
rotação. De facto salienta-se a semelhança desta equação com a segunda lei do de Newton do
r
movimento de translação, que estabelece que uma força, F , origina uma variação de momento
r
linear, p , de tal forma que
r dpr
F= (3)
dt
Da equação (2) pode concluir-se que se o momento das forças externas aplicadas for nulo, o
r
momento angular mantém-se constante ( k )
€ r r r r
τ =0⇒ L=k (4)
1 €
Por uma questão de simplicidade passaremos a chamar momento ao momento de uma força. O termo torque
também é usado (português do Brasil) para designar esta grandeza vectorial.
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6.2
Para um sólido rígido em rotação em torno de um dos eixos principais de inércia (eixo que passa
pelo centro de massa do corpo), o vector momento angular segundo esse mesmo eixo pode
escrever-se
r r
L =I ⋅ω (5)
r r
Note-se que, comparando as expressões (4) para o momento angular e p = mv para o momento
linear, concluimos que o momento de inércia, I , assume no movimento de rotação um papel
semelhante ao da massa no movimento de translação: I representa a maior ou menor facilidade em
€
pôr um objecto em rotação. O momento de inércia de um corpo relativamente a um eixo depende da
forma como a massa do corpo está distribuida em torno do eixo.
Nos casos em que há conservação do momento angular, das equações (4) e (5) pode-se deduzir
que
r
L = k ⇒ L = I ⋅ω = k (6)
Quando o momento resultante das forças exteriores não for nulo, não haverá conservação de
momento angular. Das equações€(2) e (5) pode concluir-se que o corpo adquire uma aceleração
R2 R1
Figura1: disco e eixo de rotação neste trabalho Figura2: anel e eixo de rotação n este trabalho
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6.3
- O momento de inércia do conjunto disco+anel com os dois elementos colocados de tal forma que
os eixos referidos anteriormente fiquem coincidentes é:
1 1
ID +A = M D RD2 + M A (R12 + R22 ) (10)
2 2
3. A experiência
€
Neste trabalho, pretende observar-se a conservação do momento angular numa colisão entre um
anel inicialmente em repouso, e um disco em rotação em torno de um eixo principal.
Primeiro determinam-se os momentos de inércia do disco e do conjunto disco+anel. Só depois
se analisa o momento angular do sistema nos instantes imediatamente anterior e imediatamente
posterior à queda do anel.
3.1 Material
- Sistema rotacional para determinação do momento de inércia e estudo da conservação do
momento angular:
• Base de apoio com veio e rolamentos
• Disco
• Anel
• Roldana
• Conjunto de massas e respectivo suporte
• Fio
- Sistema de aquisição de dados - Balança
- Nível de bolha de ar - Fita métrica
disco
base
Massa
suspensa
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6.4
a um ponto do eixo do sistema é fácil de determinar usando a equação (1). A força aplicada é
devido a uma massa, m, suspensa de um fio enrolado em torno da base (ver figura 3)
τ = rT (11)
onde r é o raio de enrolamento do fio no veio e T a tensão do fio. Se se puder desprezar o atrito
cinético no eixo de rotação o momento
€ resultante é dado pela expressão (11).
A massa suspensa ganha uma aceleração, a, que se relaciona com a tensão através da segunda lei
de Newton,
T = m(g − a) (12)
Esta aceleração relaciona-se ainda com a aceleração angular do sistema em rotação:
a
€ α=
r (13)
Substituindo na equação (7) os resultados (13), (11) (válida se o atrito cinético no eixo de
rotação for desprezável) e (12), obtemos a seguinte relação entre o momento de inércia do sistema
em rotação, a massa suspensa e € a sua aceleração linear:
r 2 m(g − a)
I= (14)
a
Analisemos de seguida como corrigir o efeito do atrito cinético no eixo de rotação2 . Se dermos
um impulso ao sistema (sem a massa m suspensa) colocando-o em rotação, ao fim de algum tempo
a sua velocidade angular acabará€por se anular devido a este atrito. Nessa situação, a força de atrito
r
é a única força responsável pela existência de momento, isto é, o momento da força de atrito, τ atrito ,
é o momento resultante. Tendo em conta a expressão (7) podemos escrever para a aceleração
angular (que terá um valor negativo):
dω τ atrito €
α atrito = =
dt I (15)
Esta aceleração angular é aproximadamente constante e pode ser determinada pelo declive
(negativo) do gráfico de ω(t). A relação entre o momento da força de atrito e a aceleração angular
€
devida ao atrito é pois
τ atrito = Iα atrito (16)
Para tomarmos em conta o efeito do atrito cinético no eixo de rotação aquando da suspensão da
massa m deveremos considerar o momento τ atrito no cálculo do momento resultante. Como o
€ r
momento devido à tensão tem a mesma direcção de τ atrito a expressão (11) corrigida tendo em
conta o efeito do atrito é:
€
τ = rT + Iα atrito (17)
€
A expressão (14) dará então lugar a
Sendo nulo o momento das forças externas verifica-se a conservação do momento angular e,
da equação 5, resulta que
IDω i = ID +Aω f (19)
Nestas condições a velocidade angular final, ω f , dever-se-á relacionar com a velocidade angular
inicial através de:
€ I
ω f = D ωi
ID +A (20)
Um outro parâmetro que importa aqui considerar, já que ocorre uma colisão, é a fracção de
energia cinética de rotação perdida. A energia cinética de rotação de um objecto de momento de
€
inércia I em rotação com velocidade angular ω é
1 2
EK = Iω
2 (21)
Assim sendo, a fracção de energia cinética perdida na colisão será dada por
Ekf − Eki I ω f 2
= 1− D+ A (22)
Eki ID ω i
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6.6
4. Actividade experimental
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6.7
Determinação do efeito do atrito no eixo …
4.1.12 – Retire o sistema que inclui a roldana e substitua-o pelo que contém apenas a fotocélula
como se mostra na figura 4. Tenha em atenção que o disco com orifícios lidado à base deve passar
no meio da barreira óptica do fotodetector. Ligue a fotocélula ao computador através da entrada 1 da
interface 500.
4.1.13 – Volte ao menu “measurement list” e seleccione “Angular Velocity, ch1 (rad.s-1)”.Na
secção “Display” escolha as opções “Graph” e “3.14 Digits”.
4.1.14 – Manualmente coloque o sistema em rotação e escolha a opção “Start” na barra de
comando superior. A velocidade angular do disco em rotação deverá aparecer no gráfico do ecrã
bem como o indicador digital indicando o seu valor instantâneo. Uma vez confirmado que os
valores estão a ser lidos correctamente pelo computador faça “Stop” para parar a aquisição dos
dados.
… para o sistema com o conjunto anel+disco
4.1.15 – Manualmente, coloque o sistema com o anel e o disco em rotação e proceda como
anteriormente para obter o gráfico da velocidade angular em função do tempo, ω(t).
4.1.16 – Use a ferramenta de regressão linear para obter o declive da recta ω(t), isto é, o valor da
aceleração angular α atrito . Anote o valor na tabela III. Imprima o gráfico para anexar ao
trabalho
… para o sistema com o anel
4.1.17 – Retire o anel de cima do disco.
4.1.18 – Repita o procedimento de 4.1.15 até 4.1.16 e anote os valore na tabela III.
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6.8
FÍSICA IA
5 Registos
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6.9
Tabela III – Dados para a determinação dos momentos de inércia usando o sistema rotacional
Diâmetro (d = 2r )do
cilindro de enrolamento
(4.1.4)
d /_________
δ m = _________
Célia Henriques
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6.10
6. Análise de resultados
Use folhas de tamanho A4 para o relatório que deverá elaborar tendo em conta os items da lista que
se segue. Tenha em atenção que o seu trabalho deve ser claro (indique todos os seus cálculos) e
apresentar um aspecto cuidado. Indique o item da lista que está a analisar.
6.1 - Calcule os momentos de inércia do disco e do conjunto anel+disco a partir dos dados
registados nas tabelas I e II.
6.3 - Tome para g o valor 9,8 m/s2 . A partir dos dados da tabela III obtenha:
6.3.1 - os momentos de inércia do disco e do conjunto anel+disco desprezando o efeito do
atrito cinético no eixo.
6.3.2 - os momentos de inércia do disco e do conjunto anel+disco tendo em conta o efeito
do atrito cinético no eixo.
6.4 – Compare os valores anteriores estimando o erro relativo que se comete ao esprezar o efeito do
atrito.
6.4 – Use os momentos de inércia obtidos em 6.1 para calcular os momentos angulares e
respectivas incertezas padrão, antes e depois das colisões para os 3 ensaios. Pode concluir que
houve conservação de momento angular?
6.5 - Porque não lhe foi pedido que calculasse os valores médios para o conjunto dos vários
ensaios?
6.6 - À partida existem forças externas aplicadas, nomeadamente o peso do disco e do anel. Em sua
opinião estas forças poderão nesta experiência alterar a condição de conservação de momento
angular?
6.7 - Escolha os resultados correspondentes a dos1 ensaios e estime a fracção de energia cinética
perdida na colisão.
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6.11