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Aula 02

Direito Penal p/ TRF 2ª Região (Analista Judiciário - Área Judiciária) - com videoaulas

Professor: Renan Araujo


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AULA 02: CRIME: ELEMENTOS (PARTE II):
CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO

SUMÁRIO

1. CULPABILIDADE .......................................................................................... 3
1.1. Conceito ................................................................................................... 3
1.2. Teorias ..................................................................................................... 3
1.2.1. Teoria psicológica ..................................................................................... 3
1.2.2. Teoria normativa ou psicológico-normativa .................................................. 3
1.2.3. Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura) ..................................... 4
1.2.4. Teoria limitada da culpabilidade.................................................................. 4
1.3. Elementos ................................................................................................ 5
1.3.1. Imputabilidade penal ................................................................................ 5
1.3.1.1. Menor de 18 anos .................................................................................. 7
1.3.1.2. Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado ............. 7
1.3.1.3. Embriaguez .......................................................................................... 8
1.3.2. Potencial consciência da ilicitude ................................................................ 9
1.3.3. Exigibilidade de conduta diversa ................................................................. 9
2. ERRO ......................................................................................................... 10
2.1. Erro de tipo essencial ............................................................................. 10
2.2. Erro de tipo acidental ............................................................................. 13
2.2.1. Erro sobre a pessoa (error in persona) ...................................................... 13
2.2.2. Erro sobre o nexo causal ......................................................................... 14
2.2.2.1. Erro sobre o nexo causal em sentido estrito ............................................ 14
2.2.2.2. Dolo geral ou aberratio causae .............................................................. 14
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2.2.3. Erro na execução (aberratio ictus) ............................................................ 15


2.2.3.1. Erro sobre a execução com unidade simples (Aberratio ictus de resultado único)
15
2.2.3.2. Erro sobre a execução com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado
duplo) 15
2.2.4. Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou
aberratio criminis) .............................................................................................. 16
2.2.4.1. Com unidade simples ........................................................................... 16
2.2.4.2. Com unidade complexa ........................................................................ 16
2.2.5. Erro sobre o objeto (error in objecto) ........................................................ 17
2.3. Erro determinado por terceiro ................................................................ 17
2.4. Erro de proibição .................................................................................... 17

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3. RESUMO .................................................................................................... 21!
4. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 26
5. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 33
6. GABARITO ................................................................................................. 49

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!
Olá, meus amigos!

Na última aula nós iniciamos o estudo do crime, seu conceito e


elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato típico e a
ilicitude.
Hoje, a matéria é hard. Vamos finalizar o estudo dos elementos do
Crime, analisando a culpabilidade e o fenômeno do Erro no Direito
Penal.

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

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1.!CULPABILIDADE !

1.1.! Conceito
A culpabilidade nada mais é que o juízo de reprovabilidade acerca
da conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias
pessoais.1
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato
típico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de
estudo não é o fato, mas o agente. Daí alguns doutrinadores
entenderem que a culpabilidade não integra o crime (por não estar
relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos
trabalhá-la como elemento do crime.

1.2.! Teorias
Três teorias existem acerca da culpabilidade:

1.2.1.! Teoria psicológica


Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da
imputabilidade e da vontade (dolo e culpa). Esta teoria entende que o
agente seria culpável se era imputável no momento do crime e se
havia agido com dolo ou culpa. Vejam que essa teoria só pode ser
utilizada por quem adota a teoria causalista (naturalística) da conduta (pois
o dolo e culpa estão na culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista
(nosso Código penal), essa teoria acerca da culpabilidade é impossível, pois
a teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no fato
típico.

1.2.2.! Teoria normativa ou psicológico-normativa


Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a
exigibilidade de conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o
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Direito” e a consciência da ilicitude (que não está inserida dentro do dolo,


na qualidade de elemento normativo). Para essa teoria, mais evoluída,
ainda que o agente fosse imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só
seria culpável se no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro
comportamento que não o comportamento criminoso. Trata-se, portanto,
da inclusão de elementos normativos à culpabilidade, que deixa de
ser a mera relação subjetiva do agente com o fato (dolo ou culpa). A
culpabilidade seria, portanto, a conjugação do elemento subjetivo (dolo ou
culpa) e do juízo de reprovação sobre o agente.∗

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452
2
BITENCOURT, Op. cit., p. 447

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1.2.3.! Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura)
Essa já muda de ares. Já não mais considera o dolo e culpa como
elementos da culpabilidade, mas do fato típico (seguindo a teoria
finalista da conduta). Para esta teoria, os elementos da culpabilidade são:
a) imputabilidade; b) potencial consciência da ilicitude; c) inexigibilidade
de conduta diversa. A potencial consciência da ilicitude seria a análise
concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer o caráter
ilícito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses elementos mais à
frente.
Além disso, o dolo e a culpa passam a integrar o fato típico, como dito
anteriormente. Porém, o dolo que vai para o fato típico é o chamado “dolo
natural”, ou seja, a mera vontade e consciência de praticar a conduta. O
dolo “normativo” (consciência POTENCIAL da ilicitude) permanece na
culpabilidade.

1.2.4.! Teoria limitada da culpabilidade

Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em:


•! Teoria extremada
•! Teoria limitada
Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A
grande diferença entre elas reside no tratamento dispensado ao erro
sobre as causas de justificação (ou de exclusão da antijuridicidade),
também conhecidas como descriminantes putativas.
A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma
causa de justificação seria equiparado ao erro de proibição.
A teoria limitada, por sua vez, divide o erro sobre as causas de
justificação (descriminantes putativas) em:
•! Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro
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de fato) – Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas para o


erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO
PERMISSIVO).3
•! Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de
justificação (erro sobre a ilicitude da conduta) – Neste caso, tal
teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas
para o erro de PROIBIÇÃO, por se assemelhar à conduta daquele que
age consciência da ilicitude.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
BITENCOURT, Op. cit., p. 508

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Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada!
dizem a mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que
deve ser dispensado às descriminantes putativas.

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TEORIAS DA 789:;<!=>;?9≅ΑΒ;?9Χ
CULPABILIDADE ∆9:Ε<7;Φ<

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TEORIA
NORMATIVA
PURA
TEORIA ADOTADA
LIMITADA PELO CP

Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final,


estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO.

1.3.! Elementos

1.3.1.! Imputabilidade penal


O Código Penal não define o que seria imputabilidade penal, apenas
descreve as hipóteses em que ela não está presente.
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade
mental de entender o caráter ilícito da conduta e de comportar-se conforme
o Direito.
Existem três sistemas acerca da imputabilidade:
!! Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou
determinada idade para que o agente seja inimputável. É
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adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. Trata-


se de critério meramente biológico: Se o agente tem menos de
18 anos, é inimputável.
!! Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na
análise do caso concreto.
!! Biopsicológico – Deve haver uma doença mental (critério
biológico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso
concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter
ilícito da conduta e de se comportar conforme o Direito (critério

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psicológico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo!
nosso Código Penal.4

CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento


em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11
meses de idade) atira contra B, que fica em coma e só vem a falecer
quando A já tinha mais de 18 anos, A será considerado INIMPUTÁVEL,
pois no momento do crime (momento da ação ou omissão, art. 4º do CP),
era menor de 18 anos (critério puramente biológico, adotado como
EXCEÇÃO no CP).
Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O
sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo já contava com 18 anos.
Neste caso, Marcelo será considerado IMPUTÁVEL, pois no momento do
crime Marcelo era imputável (ainda que não fosse imputável no começo,
a partir de um dado momento passou a ser imputável, respondendo pelo
delito).

As causas de inimputabilidade estão previstas nos arts. 26, 27 e 28 do


CP:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação
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especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente
de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4
BITENCOURT, Op. cit., p. 474.

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determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei!
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Percebam que os critérios biológicos (circunstâncias que


presumidamente retiram a capacidade de discernimento) estão
grifados em preto, e os critérios psicológicos (análise efetiva da
ausência de discernimento quanto à ilicitude do fato ou
possibilidade de agir conforme o Direito) estão grifados em
vermelho.
Para facilitar, ainda, o estudo de vocês, grifei em azul as hipóteses de
semi-imputabilidade.
Vamos explicar as hipóteses de inimputabilidade:

1.3.1.1.! Menor de 18 anos


Esse é um critério meramente biológico e taxativo: Se o agente é
menor de 18 anos, responde perante o ECA não se aplicando a ele o CP,
nos termos do art. 27 do CP.

1.3.1.2.! Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou


retardado
No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da conduta ou se era
parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, será inimputável, ou seja,
isento de pena. No segundo caso, será semi-imputável, e será aplicada
pena, porém, reduzida de um a dois terços.
Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade
por este motivo: 26620291295

•! Que o agente possua a doença (critério biológico)


•! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato OU inteiramente incapaz de
determinar-se conforme este entendimento (critério
psicológico)

Por isso se diz que este é um critério BIOPSICOLÓGICO (pois


mescla os dois critérios).
Além dos doentes mentais, nesse grupo encontram-se ainda os
silvícolas (índios), que podem ser: imputáveis (caso integrados à
sociedade), semi-imputáveis (caso parcialmente integrados à sociedade),

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ou inimputáveis (caso não tenham se integrado de maneira nenhuma à!
sociedade, ou muito pouco).
Nos dois casos acima, se o agente for inimputável, exclui-se a
culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi-imputável, será
considerado culpável (não se exclui a culpabilidade), mas sua pena será
reduzida de um a dois terços.
No caso de o agente ser inimputável, por ser menor de 18 anos, não
há processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser inimputável
em razão de doença mental ou desenvolvimento incompleto, será isento de
pena (absolvido), mas o Juiz aplicará uma medida de segurança (internação
ou tratamento ambulatorial). Isso é o que se chama de sentença
absolutória imprópria (Pois, apesar de conter uma absolvição,
contém uma espécie de sanção penal).
No caso de o agente ser semi-imputável, ele não será isento de
pena! Será condenado a uma pena, que será reduzida. Entretanto, a lei
permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de liberdade
por uma medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial).

1.3.1.3.! Embriaguez
Segundo o CP, a embriaguez não é uma hipótese de
inimputabilidade, salvo se decorrente de caso fortuito ou força
maior (E mesmo assim, deve ser completa e retirar totalmente a
capacidade de discernimento do agente).
EXEMPLO: Imaginem que Luciana é embriagada por Carlos (que coloca
álcool em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alcoólicas
e comete crime. Nesse caso, Poliana poderá ser inimputável ou semi-
imputável, a depender de seu nível de discernimento quando da prática
da conduta.

Vejamos o seguinte esquema:


Embriaguez: 26620291295

Voluntária
Não excluem a
Culposa imputabilidade
COMPLETA – agente
é inimputável
Acidental (caso fortuito ou força maior)
PARCIAL – agente é
semi-imputável

Importante destacar que o CP exige que EM RAZÃO da embriaguez


decorrente de caso fortuito ou força maior o agente esteja

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INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o caráter ilícito do fato ou de!
determinar-se conforme este entendimento.
Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, não será possível
aplicação de medida de segurança, pois essa visa ao tratamento do
agente considerado doente, e que oferece risco à sociedade. No caso
da embriaguez acidental, o agente é sadio, tendo ingerido álcool por caso
fortuito ou força maior.

1.3.2.! Potencial consciência da ilicitude


A potencial consciência da ilicitude é a possibilidade (daí o termo
“potencial”) de o agente, de acordo com suas características, conhecer o
caráter ilícito do fato5. Não se trata do parâmetro do homem médio, mas
de uma análise da pessoa do agente. Assim, aquele que é formado em
Direito, em tese, tem maior potencial consciência da ilicitude que
aquele que nunca saiu de uma aldeia de pescadores e tem pouca
instrução. É claro que isso varia de pessoa para pessoa e, principalmente,
de crime para crime, pois alguns são do conhecimento geral (homicídio,
roubo), e outros nem todos conhecem (bigamia, por exemplo).
Quando o agente age acreditando que sua conduta não é penalmente
ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do CP).

1.3.3.! Exigibilidade de conduta diversa


Não basta que o agente seja imputável, que tenha potencial
conhecimento da ilicitude do fato, é necessário, ainda, que o agente
pudesse agir de outro modo.
EXEMPLO: imagine a situação de uma mãe que vê seu filho clamar por
comida e, diante disso, rouba um cesto de pães. Nesse caso, a mãe era
maior de idade, sabia que a conduta era ilícita, mas não se podia exigir
que, naquelas circunstâncias, agisse de outro modo. Dessa forma, nesse
caso, sua culpabilidade estaria excluída (isso sem comentar o princípio
da bagatela, que excluiria a própria tipicidade, por ausência de lesão
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tutelável. Mas isso dependeria da análise de outros fatores do caso


concreto).

Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusão


da culpabilidade:
!! Coação MORAL irresistível – Ocorre quando uma pessoa
coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de
lhe fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na
cabeça de Poliana e diz que se ela não atirar em Romeu, matará

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
5
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión.
Bogotá, 1996, p. 153

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seu filho, que está sequestrado por seus comparsas. Nesse caso,!
não se pode exigir de Poliana que deixe de atirar em Romeu,
pois está sob ameaça de um mal gravíssimo (morte do filho).
!! Obediência hierárquica – É o ato cometido por alguém em
cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior
hierárquico. Cuidado! A ordem não pode ser
MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem
sabe que está cometendo uma ordem ilegal, responde pelo crime
juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem não é
manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu estará
acobertado pela excludente de culpabilidade da inexigibilidade
de conduta diversa.

CUIDADO! Nesse caso, só se aplica aos funcionários públicos, não


aos particulares!

Com relação à coação mora irresistível, vocês podem perceber que eu


coloquei a expressão “MORAL” em caixa alta. Foi para deixar BEM CLARO
que somente a coação MORAL irresistível é que exclui a
culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa).
A coação FÍSICA irresistível NÃO EXCLUI A CULPABILIDADE. A
coação FÍSICA irresistível EXCLUI O FATO TÍPICO, pois o fato não
será típico por ausência de CONDUTA, já que não há vontade.

2.!ERRO
2.1.! Erro de tipo essencial
Sabemos que o crime, em seu conceito analítico, é formado
basicamente por três elementos: fato típico (para alguns, tipicidade, mas a
nomenclatura aqui é irrelevante), ilicitude e culpabilidade.
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Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente à


conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato
típico e, como disse, estará presente, portanto, a tipicidade.
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato típico por
equívoco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado típico,
mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos.
O erro de tipo é a representação errônea da realidade, na qual
o agente acredita não se verificar a presença de um dos elementos
essenciais que compõem o tipo penal.
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato:

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Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão !
dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Imaginemos que o agente desconhecesse a condição de funcionário
público da vítima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu
em erro sobre elemento essencial do tipo penal.

O erro de tipo pode ocorrer, também, nos crimes omissivos


impróprios (comissivos por omissão), pois o agente pode desconhecer
sua condição de garantidor no caso concreto6 (aquele que tem o dever de
impedir o resultado).
EXEMPLO: Imagine que uma mãe presencie o estupro da própria filha,
mas nada faça, por não verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a mãe
incidiu em erro de tipo, pois errou na representação da realidade fática
acerca de elemento que constituía o tipo penal. Ou seja, não identificou
que a vítima era sua filha, elemento este que faria surgir seu dever de
intervir.

ATENÇÃO! Quando o erro incidir sobre elemento


normativo do tipo7, há divergência na Doutrina! Parte entende que
continua se tratando de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende
que não se trata de erro de tipo, mas de erro de proibição, pois o agente
estaria errando acerca da licitude do fato8. Exemplo: O art. 154 do CP diz
o seguinte: Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano
a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Nesse caso, o
elemento “sem justa causa” é elemento normativo do tipo. Se o médico
revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que este
poderá ajudá-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, acreditando
haver justa causa, quando na verdade o parente é um tremendo26620291295

fofoqueiro que só quer difamar o paciente, o médico incorreu em erro de


tipo, pois acreditava estar agindo com justa causa, que não havia. Porém,
como disse a vocês, parte da doutrina entende que aqui se trata de erro

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6
BITENCOURT, Op. cit., p. 512
7
Com relação a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como
“elementos normativos especiais da ilicitude”. Para o autor, elementos normativos seriam
aqueles que demandam mero juízo de valor acerca de um objeto (saber que o documento
falsificado é público, por exemplo, no crime de falsificação de documento público). Termos
como “indevidamente”, “sem justa causa”, etc., seriam antecipação da ilicitude do fato
inseridas dentro do tipo penal. (BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, já
que a Doutrina majoritária entende que tais expressões são elementos normativos do tipo
penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211.
8
BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515

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de proibição. Mas a teoria que prevalece é a de que se trata mesmo !
de erro de tipo.

O erro de tipo pode ser:


•! Escusável – Quando o agente não poderia conhecer, de fato,
a presença do elemento do tipo. Exemplo: “A” entra numa loja
e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra
uma bolsa idêntica à sua, e a leva embora. Entretanto, “A” não
sabia que essa bolsa era de “B”, que estava olhando revistas
distraída, tendo sua bolsa sido levada por outra pessoa no
momento em que saiu da loja pela primeira vez. Nesse caso,
“A” não tinha como imaginar que alguém, em tão pouco tempo,
haveria roubado sua bolsa e que outra pessoa deixaria no
mesmo lugar uma bolsa idêntica. Nesse caso, “A” incorreu
em erro de tipo escusável, pois não poderia, com um
exercício mental razoável, saber que aquela não era sua
bolsa.
•! Inescusável – Ocorre quando o agente incorre em erro sobre
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um
esforço mental razoável, não ter agido desta forma.
Exemplo: Imaginemos que Marcelo esteja numa repartição
pública e acabe por desacatar funcionário público que lá estava.
Marcelo não sabia que se tratava de funcionário público, mas
mediante esforço mental mínimo poderia ter chegado a esta
conclusão, analisando a postura da pessoa com quem falava e
o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo incorreu em erro
de tipo inescusável, e responderia por crime culposo, caso
houvesse previsão de desacato culposo (não há).

Assim, lembrem-se:

8::9
26620291295

8::9!>9Μ:8!<!8Γ;>7Ν∆?;<!ΟΠ7;?<!
Η8!ΘΕ!Η9>!8≅8Ε8∆79>!ΡΘ8!
?9Ε=Σ8Ε!9!7;=9!=8∆<≅
Η8!7;=9

Pode ser que se utilize o termo “Erro sobre elemento constitutivo


do tipo penal”. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela não é utilizada
sempre.

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ATENÇÃO! Existe, ainda, o que se convencionou chamar de “erro de tipo !
permissivo”. O que é isso? O erro de “tipo permissivo” é o erro sobre os
pressupostos objetivos de uma causa de justificação (excludente de
ilicitude). Assim, o erro de “tipo permissivo” seria, basicamente,
uma descriminante putativa. Fala-se em “tipo permissivo” em razão
da teoria dos elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no
começo do século passado. Para esta teoria, as causas de exclusão da
ilicitude seriam elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto
o “tipo incriminador” propriamente dito seria a descrição da conduta
proibida, as excludentes de ilicitude corresponderiam a “ressalvas” à
ilicitude da conduta. Desta forma, o que a Doutrina quis dizer foi que,
basicamente, quando o art. 121 do CP diz que “matar alguém” é crime,
ele na verdade quer dizer que “matar alguém é crime, exceto se houver
alguma causa de justificação”.
Esta é uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente
disso, o fato é que o termo “erro de tipo permissivo” é largamente
utilizado e, portanto, digno de nota!

2.2.! Erro de tipo acidental


O erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execução do fato
criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado9. Pode
se apresentar de diversas formas:

2.2.1.! Erro sobre a pessoa (error in persona)


Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa
visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito.
Neste caso, o erro é irrelevante, pois o agente responde como se
tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previsão
está no art. 20, §3° do CP.
Aqui o sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, não existe
falha na execução do delito. O erro está em momento anterior (na26620291295

representação mental da vítima).


Ex.: João quer matar seu pai, pois está com raiva em razão da partilha
dos bens de sua mãe. João fica na espreita e, quando vê uma pessoa
chegar, acreditando ser seu pai, mira bem no crânio e lasca um balaço
certeiro, fazendo com que a vítima caia desfalecida. Após, verifica que a
pessoa não era seu pai, mas seu irmão.
Neste caso o agente responderá como se tivesse praticado o delito
contra seu pai (pessoa visada) e não pelo homicídio contra seu irmão.
Trata-se da teoria da equivalência.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376

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2.2.2.! Erro sobre o nexo causal !
No erro sobre o nexo causal o agente alcança o resultado efetivamente
pretendido, mas em razão de um nexo causal diferente daquele que o
agente planejou. Pode ser de duas espécies:

2.2.2.1.! Erro sobre o nexo causal em sentido estrito


Aqui o agente, com um só ato, provoca o resultado pretendido (mas
com nexo causal diferente).
Ex.: José dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria,
em razão dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento.
O agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por
afogamento).10

2.2.2.2.! Dolo geral ou aberratio causae


Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. É o
engano no que se refere ao meio de execução do delito. Ocorre quando o
agente, acreditando já ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro
ato, mas ao final verifica que este último foi o que provocou o resultado.
Ex.: O agente atira contra a vítima, visando sua morte. Acreditando
que a vítima já morreu, atira o corpo num rio, visando sua ocultação. Mais
tarde, descobre-se que esta última conduta foi a que causou a morte da
vítima, por afogamento, pois ainda estava viva.
Embora, tenhamos dois crimes (um homicídio doloso tentado na
primeira conduta e um homicídio culposo consumado na segunda conduta),
a Doutrina majoritária entende que o agente responde por apenas
um crime, pelo crime originalmente previsto (homicídio doloso
consumado11), tendo sido adotada a TEORIA UNITÁRIA (ou princípio
unitário).12
Mas qual o nexo causal que se deve considerar? O pretendido
ou o efetivamente ocorrido? Embora não haja unanimidade, prevalece
26620291295

o entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal


efetivamente ocorrido (e não pelo pretendido).13

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
10
Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm.
Salvador, 2015, p. 380
11
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niterói-RJ, 2015, p.
360
12
Doutrina minoritária (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por
dois crimes em concurso: homicídio doloso tentado (primeira conduta) + homicídio culposo
consumado (segunda conduta). Trata-se da adoção da teoria do desdobramento.
13
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador,
2015, p. 380/381

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2.2.3.! Erro na execução (aberratio ictus) !
Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, não por
confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO.
Imagine que o agente, tentando acertar “A”, erre o tiro e acaba acertando
“B”. No erro sobre a pessoa o agente não “erra o alvo”, ele “acerta o alvo”,
mas o alvo foi confundido. SÃO COISAS DIFERENTES!
A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execução
do delito (não houve má execução pelo infrator, mas mero acidente).
Ex.: José deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro
todas as manhãs para ir ao trabalho, coloca uma bomba no veículo, que
será acionada assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, não
usa o carro naquele dia, e quem acaba ligando o veículo é seu marido,
que vem a falecer em razão da bomba. Vejam que, aqui, o agente não
errou na hora de executar o ato criminoso, mas acabou atingindo pessoa
diversa em razão de acidente no curso da empreitada criminosa.

Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde


pelo crime originalmente pretendido. Esta é a previsão do art. 73 do CP14.
No que tange às consequências, o erro na execução pode ser de duas
ordens:

2.2.3.1.! Erro sobre a execução com unidade simples (Aberratio ictus


de resultado único)
O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso,
responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e não aquela
efetivamente atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a
pessoa.

2.2.3.2.! Erro sobre a execução com unidade complexa (Aberratio


ictus de resultado duplo) 26620291295

O agente atinge a vítima não visada, mas atinge também a vítima


originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em
CONCURSO FORMAL.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
14
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se
tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-
se a regra do art. 70 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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2.2.4.! Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido!
(aberratio delicti ou aberratio criminis)

Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro


na execução, acaba cometendo outro. Aqui há uma relação de pessoa
x coisa (ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus há uma relação de pessoa
x pessoa. Pode ser de duas espécies:

2.2.4.1.! Com unidade simples


O agente atinge apenas o resultado NÃO PRETENDIDO. O agente
responde apenas por um delito, da seguinte forma:
"! Pessoa visada, coisa atingida – Responde pelo dolo em relação à
pessoa (tentativa de homicídio ou lesões corporais).
Ex.: José atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na
execução e acaba por atingir uma planta. Neste caso, José responde
apenas pela tentativa de homicídio.

"! Coisa visada, pessoa atingida – Responde apenas pelo resultado


ocorrido em relação à pessoa.
Ex.: Imagine que alguém atire uma pedra num veículo parado, com o
dolo de danificá-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra o alvo e
atinge o dono, que estava perto (cometendo lesões corporais, art. 129
do CP). Nesse caso, o agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO
PRETENDIDO. Responderá apenas pelo crime praticado efetivamente
(lesão corporal culposa).

2.2.4.2.! Com unidade complexa


O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou
pessoa) não pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na
26620291295

execução: atingindo ambos os bens jurídicos (o pretendido e o não


pretendido) responderá por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO
FORMAL (art. 70 do CP).15
CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (lesões corporais, por
exemplo) e, além de atingir a pessoa visada, acaba também quebrando
uma vidraça, ele NÃO responde por lesões corporais dolosas + dano
culposo, pois NÃO HÁ CRIME DE DANO CULPOSO.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
15
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379

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2.2.5.! Erro sobre o objeto (error in objecto) !
Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto
material do delito.
Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra à
noite na residência mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por
confundir com a obra pretendida.
O CP não previu esta hipótese de erro, mas diante de sua possibilidade
fática, a Doutrina se debruçou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre
o objeto, não há qualquer relevância para fins de afastamento do do dolo
ou da culpa, bem como não se afasta a culpabilidade. O agente
responderá pelo delito.
Mas qual delito? Neste caso, há divergência doutrinária. A doutrina
majoritária, porém, sustenta que o agente deve responder pela
conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada).
Assim, no exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de
pequeno valor (e não pelo furto da obra de arte valiosa).

2.3.! Erro determinado por terceiro


No erro de tipo o agente comete o erro “sozinho”, ou seja, não é
induzido a erro por ninguém. No erro determinado (ou provocado) por
terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso.
Neste caso, só responde pelo delito aquele que provoca o erro.
Entende-se que há, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o
autor mediato (agente provocador) utiliza o autor imediato (agente
provocado, aquele que comete o erro) como mero instrumento para seu
intento criminoso.
Ex.: Determinado médico, querendo a morte do paciente, entrega à
enfermeira (dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo
ao paciente, alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem saber
do que se trata, confiando no médico, ministra o veneno. O paciente
morre. Neste caso, somente o médico (aquele que provocou o erro)
26620291295

responde pelo homicídio (neste caso, doloso).


A enfermeira, em regra, não responde por crime algum, salvo se
ficar demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha
plenas condições de saber que se tratava de veneno, ou se podia
desconfiar das intenções do médico, etc.).

2.4.! Erro de proibição


A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analítico de crime) é
formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIÊNCIA
DA ILICITUDE.

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A POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE é a possibilidade de o!
agente, de acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do
fato. Não se trata do parâmetro do homem médio, MAS DE UMA ANÁLISE
DA PESSOA DO AGENTE.
Quando o agente age acreditando que sua conduta não é ilícita,
comete ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21 do CP).
O erro de proibição pode ser:
!! Escusável – Nesse caso, era impossível àquele agente, naquele
caso concreto, saber que sua conduta era contrária ao Direito.
Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é isento de
pena.
!! Inescusável – Nesse caso, o erro do agente quanto à proibição
da conduta não é tão perdoável, pois era possível, mediante
algum esforço, entender que se tratava de conduta ilícita. Assim,
permanece a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena
diminuída de um sexto a um terço (conforme o grau de
possibilidade de conhecimento da ilicitude).
EXEMPLO: Um cidadão, lá do interior, encontra um bem (relógio de
ouro, por exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que
essa conduta é crime, previsto no CP (apropriação de coisa achada).
Vejamos:
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito
ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: (...)
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente,
dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

Percebam que até mesmo uma pessoa de razoável intelecto é capaz


de não conhecer a ilicitude desta conduta16. Assim, o agente,
26620291295

diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA


PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa não é sua, é uma
coisa que foi perdida por alguém), mas ACREDITA QUE A CONDUTA É
LÍCITA.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
16
Não se exige que o agente conheça EXATAMENTE a tipificação penal de sua conduta,
bastando que ele saiba que sua conduta é ilícita. Assim, se o agente pratica uma
determinada conduta que sabe ser ilícita (embora não saiba a qual crime se refere), NÃO
HÁ ERRO DE PROIBIÇÃO. Haveria, aqui, o que se chama de “erro de subsunção”, que é
irrelevante para fins de determinação da responsabilidade penal do agente. Isso ocorre
porque não se exige do agente que saiba EXATAMENTE a que tipo penal corresponde sua
conduta. Basta que se verifique ser possível ao agente, de acordo com suas características
pessoas e sociais, saber que sua conduta é ilícita (Isso é o que se chama de VALORAÇÃO
PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO).

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Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relógio,!
na verdade, soubesse que não podia ficar com as coisas dos outros, mas
acreditasse que o relógio era um relógio que ele tinha perdido horas antes
(quando, na verdade, era o relógio de outra pessoa). Nesse caso, o agente
sabia que não podia praticar a conduta de “se apropriar de coisa alheia
perdida” (Não há, portanto, erro de proibição), mas acreditou que a
coisa não era “alheia”, achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara
a diferença?

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=9:!<?Υ<:!ΡΘ8!<!?9∆ΗΘ7<!∆ς9!
8::9 Η8!
Ω!=:9;Μ;Η< =:9;Μ;Ξς9

O erro de proibição pode ser direto (que é a hipótese mencionada) ou


indireto. O erro de proibição indireto ocorre quando o agente atua
acreditando que existe uma causa de justificação que o ampare.
Contudo, não confundam o erro de proibição indireto com o erro de tipo
permissivo. Ambos se referem à existência de uma causa de justificação
(excludente de ilicitude), mas há uma diferença fundamental entre eles:
•! Erro de tipo permissivo – O agente atua acreditando que, no
caso concreto, estão presentes os requisitos fáticos que
caracterizam a causa de justificação e, portanto, sua conduta
seria justa. Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois
acreditava tratar-se de um ladrão (acreditava que as
circunstâncias fáticas autorizariam agir em legítima defesa).
•! Erro de proibição indireto – O agente atua acreditando que
existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de
justificação) que autorize sua conduta. Trata-se de erro
sobre a existência e/ou limites de uma causa de justificação em
abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento jurídico17. Ex.:
26620291295

José encontra-se num barco que está a naufragar. Como possui


muitos pertences, precisa de dois botes, um para se salvar e
outro para salvar seus bens. Contudo, Marcelo também está no
barco e precisa salvar sua vida. José, no entanto, agride Marcelo,
impedindo-o de entrar no segundo bote, já que tinha a intenção
de utilizá-lo para proteger seus bens. Neste caso, José não
representou erroneamente a realidade fática (sabia exatamente
o que estava se passando). José, conduta, errou quanto aos
limites da causa de justificação (estado de necessidade), que

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
17
BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525

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não autoriza o sacrifício de um bem maior (vida de Marcelo) para!
proteger um bem menor (pertences de José).

CUIDADO! Não confundam Descriminantes Putativas com delito


putativo.
As descriminantes putativas são quaisquer situações nas quais o
agente incida em erro por acreditar que está presente uma
situação que, se de fato existisse, tornaria sua ação legítima (a
doutrina majoritária limita estes casos às excludentes de
ilicitude).

Imagine que o agente está numa casa de festas e ouça gritos de


“fogo”! Supondo haver um incêndio, corre atropelando pessoas, agredindo
quem está na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo não passava
de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas (moderadamente, é
claro), para se salvar, supondo haver uma situação que, se existisse
(incêndio) justificaria a sua conduta (estado de necessidade). Dessa forma,
há uma descriminante putativa por estado de necessidade putativo
(descriminante putativa).
NO DELITO PUTATIVO acontece EXATAMENTE O OPOSTO do que
ocorre no erro de tipo, no erro de proibição e nas descriminantes putativas
(seja de que natureza forem). O agente acredita que está cometendo o
crime, quando, na verdade, está cometendo um INDIFERENTE PENAL.
EXEMPLO: Um cidadão, sem querer, esbarra no carro de um terceiro,
causando danos no veículo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade,
ele acredita que está cometendo crime de DANO CULPOSO, mas não
sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NÃO EXISTE. Portanto, há,
aqui, DELITO PUTATIVO.

DESCRIMINANTES PUTATIVAS X DELITO PUTATIVO


26620291295

DESCRIMINANTES PUTATIVAS Agente acredita não estar


cometendo crime algum, por
incidir em erro. Contudo, está
praticando uma conduta típica
e ilícita.
DELITO PUTATIVO Agente comete um
INDIFERENTE PENAL, mas
acredita estar praticando crime.

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3.! RESUMO !

CULPABILIDADE

CONCEITO - Juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente,


considerando-se suas circunstâncias pessoais.

TEORIAS

TEORIAS ACERCA DA CULPABILIDADE


PSICOLÓGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa

PSICOLÓGICO- Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa +


NORMATIVA culpa + dolo natural (consciência e vontade) + dolo
normativo (consciência da ilicitude)
EXTREMADA Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa +
dolo normativo (POTENCIAL consciência da ilicitude)18
LIMITADA Mesmos elementos da teoria ADOTADA
extremada + divergência quanto ao PELO CP
tratamento das descriminantes
putativas decorrentes de erro sobre
pressupostos fáticos (entende que
devem ser tratadas como erro de
tipo, e não erro de proibição).

ELEMENTOS

IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o caráter ilícito da


conduta e de comportar-se conforme o Direito.
Critérios para aferição da imputabilidade: 26620291295

CRITÉRIOS PARA AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE


BIOLÓGIO Basta a existência de uma característica
biológica (doença mental ou determinada idade)
para que o agente seja inimputável.
OBS.: Adotado pelo CP em relação à
inimputabilidade por menoridade penal.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
18
O dolo natural (a mera vontade e consciência de praticar a conduta definida como crime)
migra, portanto, para o fato típico, como elemento integrante da conduta.

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PSICOLÓGICO Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na!
análise do caso concreto (se o agente tinha
discernimento).
BIOPSICOLÓGICO Conjuga a presença de um elemento biológico
(doença mental ou idade) com a necessidade de se
avaliar se o agente, no caso concreto, tinha
discernimento.
OBS.: Adotado pelo CP em relação à
inimputabilidade por doença mental e embriaguez
decorrente de caso fortuito ou força maior.
OBS.: Em qualquer caso, a inimputabilidade é aferida no momento do fato
criminoso.

Causas de inimputabilidade penal (exclusão da imputabilidade)


Menoridade penal – São inimputáveis os menores de 18 anos (critério
biológico)
Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado
– Requisitos:
•! Que o agente possua a doença (critério biológico)
•! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato OU inteiramente incapaz de
determinar-se conforme este entendimento (critério
psicológico)
Obs.: Se, em decorrência da doença, o agente tinha discernimento
PARCIAL (semi-imputabilidade), NÃO É ISENTO DE PENA (não afasta a
imputabilidade). Neste caso, há redução de pena (um a dois terços).

Embriaguez – Requisitos:
•! Que o agente esteja completamente embriagado (critério
26620291295

biológico)
•! Que se trate de embriagues decorrente de caso fortuito ou
força maior
•! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato OU inteiramente incapaz de
determinar-se conforme este entendimento (critério
psicológico)
Obs.: Se, em decorrência da embriaguez, o agente tinha discernimento
PARCIAL (semi-imputabilidade), NÃO É ISENTO DE PENA (não afasta a
imputabilidade). Neste caso, há redução de pena (um a dois terços).

Esquema:

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POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente,


de acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato.
Quando o agente atua acreditando que sua conduta não é penalmente
ilícita, comete erro de proibição.

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Não basta que o agente seja


imputável e que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, é
necessário, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. Não havendo
tal elemento, afastada está a culpabilidade. Exemplos:
"! Coação MORAL irresistível – Ocorre quando uma pessoa coage
outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de lhe fazer
algum mal grave. Obs.: A coação FÍSICA irresistível NÃO EXCLUI A
CULPABILIDADE. A coação FÍSICA irresistível EXCLUI O FATO
TÍPICO, por ausência de vontade (ausência de conduta).
"! Obediência hierárquica – É o ato cometido por alguém em
26620291295

cumprimento a uma ordem não manifestamente ilegal proferida por


um superior hierárquico. Obs.: prevalece que só se aplica aos
funcionários públicos.

ERRO

ERRO DE TIPO ESSENCIAL – O agente pratica um fato considerado típico,


mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. É a
representação errônea da realidade. O erro de tipo pode ser:

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"! Escusável – Quando o agente não poderia conhecer, de fato, a!
presença do elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas
condições, cometeria o mesmo erro.
"! Inescusável – Ocorre quando o agente incorre em erro sobre
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforço
mental razoável, não ter agido desta forma.

OBS.: Erro de tipo permissivo - O erro de “tipo permissivo” é o erro


sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificação (excludente
de ilicitude).

ERRO DE TIPO ACIDENTAL - O erro de tipo acidental nada mais é que


um erro na execução do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da
conduta com o resultado. Pode ser:

Erro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui o agente pratica o ato


contra pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a
pessoa que deveria ser o alvo do delito. Não existe falha na execução, mas
na escolha da vítima. CONSEQUÊNCIA - O agente responde como se
tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA (teoria da
equivalência).

Erro sobre o nexo causal - O agente alcança o resultado efetivamente


pretendido, mas em razão de um nexo causal diferente daquele que o
agente planejou. Pode ser de duas espécies:
"! Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um só ato,
provoca o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente).
"! Dolo geral ou aberratio causae – Também chamado de DOLO
GERAL OU SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando já ter
ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final
verifica que este último foi o que provocou o resultado.
CONSEQUÊNCIA: Responde por apenas um crime (há posições em
26620291295

contrário), pelo crime originalmente previsto (TEORIA UNITÁRIA


ou princípio unitário). Responde, ainda, de acordo com o nexo
causal efetivamente ocorrido.

Erro na execução (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa


diversa daquela que fora visada, não por confundi-la, mas por ERRAR NA
HORA DE EXECUTAR O DELITO. Pode ser de duas espécies:
"! Erro sobre a execução com unidade simples (Aberratio ictus
de resultado único ou em sentido estrito) - O agente atinge
somente a pessoa diversa daquela visada.
"! Erro sobre a execução com unidade complexa (Aberratio ictus
de resultado duplo ou em sentido amplo) - O agente atinge a

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vítima não visada, mas atinge também a vítima originalmente!
pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO
FORMAL.

Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio


delicti ou aberratio criminis) - Aqui o agente pretendia cometer um
crime, mas, por acidente ou erro na execução, acaba cometendo outro.
Aqui há uma relação de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Pode ser de
duas espécies:
"! Com unidade simples - O agente atinge apenas o resultado NÃO
PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte
forma:
!! Pessoa visada, coisa atingida – Responde pelo dolo em
relação à pessoa (tentativa de homicídio ou lesões corporais).
!! Coisa visada, pessoa atingida – Responde apenas pelo
resultado ocorrido em relação à pessoa.

"! Com unidade complexa - O agente atinge tanto o alvo (coisa ou


pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) não pretendida. Responderá por
AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL.

Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro


sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que não
há qualquer relevância para fins de afastamento do do dolo ou da culpa,
bem como não se afasta a culpabilidade. CONSEQUÊNCIA: A doutrina
majoritária (há divergência) sustenta que o agente deve responder pela
conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada).

ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - No erro determinado (ou


provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. Só
responde pelo delito aquele que provoca o erro (modalidade de autoria
mediata). 26620291295

ERRO DE PROIBIÇÃO - Quando o agente age acreditando que sua


conduta não é ilícita, comete ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21 do CP). O erro
de proibição pode ser:
"! Escusável – Qualquer pessoa, nas mesmas condições, cometeria o
mesmo erro. Afasta a culpabilidade (agente fica isento de
pena).
"! Inescusável – O erro não é tão perdoável, pois era possível,
mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta
penalmente ilícita. Não afasta a culpabilidade. Há diminuição de
pena de um sexto a um terço.

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OBS.: Erro de proibição indireto - ocorre quando o agente atua!
acreditando que existe uma causa de justificação que o ampare. Diferença
entre erro de proibição indireto e erro de tipo permissivo:
"! Erro de tipo permissivo – O agente atua acreditando que, no caso
concreto, estão presentes os requisitos fáticos que caracterizam a
causa de justificação e, portanto, sua conduta seria justa.
"! Erro de proibição indireto – O agente atua acreditando que existe,
EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificação) que
autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existência e/ou
limites de uma causa de justificação em abstrato. Erro,
portanto, sobre o ordenamento jurídico (erro normativo).

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

4.!EXERCÍCIOS DA AULA

01.! (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade
Federal. No dia da matrícula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos
veteranos da universidade e submetida a um trote acadêmico violento.
Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma
cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alcoólica até ficar completamente
embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o caráter ilícito de
um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é
liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veículo que estava
estacionado em via pública, sem conseguir movimentá-lo. Abordada por
policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato,
(A) terá a pena reduzida de um a dois terços.
(B) estará isenta de pena.
(C) terá a pena reduzida de metade.
26620291295

(D) terá a pena reduzida em 1/6.


(E) terá a pena aumentada de 1/3.

02.! (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA)


No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o
entendimento da ilicitude ou a determinação por ela, a embriaguez terá,
genericamente, o condão de excluir total ou parcialmente a imputabilidade
penal quando for
(A) não preordenada.
(B) oriunda de culpa consciente.

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(C) oriunda de culpa inconsciente. !
(D) oriunda de caso fortuito.
(E) não premeditada.

03.! (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ)


Na coação moral irresistível, há exclusão da
a) antijuridicidade.
b) culpabilidade, por inimputabilidade.
c) culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa.
d) tipicidade.
e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude.

04.! (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR


LEGISLATIVO)
Há uma crítica doutrinária bastante conhecida e frequente ao fundamento
teórico da punição, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado
de embriaguez. Pode-se sintetizá-la afirmando que essa punição, ao
fundar-se na teoria
a) da equivalência dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as
diversas modalidades de embriaguez, não permitindo uma justa
diferenciação de seus variados graus de reprovabilidade.
b) objetiva pura alemã, não considera as diversas situações subjetivas
desencadeantes da embriaguez, e, por consequência, não propicia a devida
diferenciação entre seus variados graus de reprovabilidade.
c) da actio libera in causa, não é facilmente extensível aos casos de
embriaguez não preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-
se, eventualmente, situações de responsabilização penal estritamente
objetiva.
d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juízo da
consciência da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente
26620291295

exigível e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime,


ainda que compreensivelmente não tivesse condições ou razões reais para
não se embriagar nas circunstâncias em que o fato se deu.
e) monista temperada, acaba comportando situações graves de
impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e
limítrofes ao dolo eventual.

05.! (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL)


A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etária exclui da conduta a
a) tipicidade.
b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente.

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c) antijuridicidade. !
d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente.
e) culpabilidade.

06.! (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou
de força maior,
a) não suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de
entendimento gerando uma causa geral de diminuição de pena.
b) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, não operando qualquer
efeito na aplicação da pena.
c) é hipótese de elisão da imputabilidade penal porque afeta a capacidade
de compreensão, tornando o agente isento de pena.
d) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como
circunstância agravante.
e) embora não suprima a imputabilidade penal, é censurável, e serve como
circunstância agravante.

07.! (FCC – 2011 – TCE-SP – PROCURADOR)


Constitui causa de exclusão da culpabilidade
A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, em
virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato.
B) o erro sobre a ilicitude do fato, em decorrência da não imputabilidade
do agente.
C) a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
em função de não se poder exigir conduta diversa do agente.
D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a
ilicitude do fato.
E) a coação moral irresistível, em função de não se poder exigir conduta
26620291295

diversa do agente.

08.! (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR)


O erro sobre a ilicitude do fato
A) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
lei.
B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
C) exclui o dolo e a culpa.
D) reflete na culpabilidade, de modo a excluí-la ou atenuá-la.
E) extingue a punibilidade

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09.! (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR) !
A coação moral irresistível e a obediência hierárquica são causas de
exclusão da
A) culpabilidade.
B) antijuridicidade.
C) ilicitude.
D) tipicidade.
E) punibilidade.

10.! (FCC – 2010 – MPE-SE – ANALISTA – DIREITO)


Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez decorrente
de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras, excludentes de
A) tipicidade
B) ilicitude
C) punibilidade
D) antijuridicidade
E) culpabilidade

11.! (FCC – 2011 – TER/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Código Penal,
A) a embriaguez voluntária pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
B) a emoção e a paixão.
C) a embriaguez culposa pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
D) se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento. 26620291295

E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior, se


o agente era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

12.! (FCC – 2011 – TRT 1°RG – TÉCNICO JUDICIÁRIO –


SEGURANÇA)
O erro inevitável sobre a ilicitude do fato
A) isenta o réu de pena.
B) não isenta o réu de pena, mas implica na redução de um sexto a um
terço.
C) não isenta o réu de pena, mas constitui circunstância atenuante.

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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
D) não isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuação da pena. !
E) exclui a ilicitude do fato.

13.! (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -


SEGURANÇA)
O erro inevitável sobre a ilicitude do fato
A) isenta o réu de pena.
B) não isenta o réu de pena, mas implica na redução de um sexto a um
terço.
C) não isenta o réu de pena, mas constitui circunstância atenuante.
D) não isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuação da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.

14.! (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)
A dispara seu revólver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A
respeito dessa hipótese é correto afirmar que se trata de
A) fato típico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo.
B) erro de proibição, que exclui a culpabilidade.
C) erro de proibição, que gera apenas a diminuição da pena, posto que
inescusável.
D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusável.
E) erro quanto à existência de excludente de ilicitude (descriminante
putativa).

15.! (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)
Considere os exemplos abaixo:
26620291295

I. Casar-se com pessoa cujo cônjuge foi declarado morto para os efeitos
civis, mas estava vivo.
II. Aplicar no ferimento do filho ácido corrosivo, supondo que está utilizado
uma pomada.
III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livrá-la de mal
incurável, supondo que a eutanásia é permitida.
IV. Ingerir a gestante substância abortiva, supondo que estava tomando
um calmante.
Há erro de tipo nas situações indicadas APENAS em
A) I, II e III.
B) I e III.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!53!()!23!
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! %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋
! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
C) I, III e IV. !
D) II e III.
E) II e IV.

16.! (FCC – 2009 – TJ/PA – OFICIAL DE JUSTIÇA)


O erro de proibição quando escusável exclui a
A) imputabilidade.
B) culpabilidade.
C) punibilidade.
D) antijuridicidade.
E) conduta.

17.! (FCC – 2012 – DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO)


Em Direito Penal, o erro
a) de tipo, se for invencível, exclui a tipicidade dolosa e a culposa.
b) que recai sobre a existência de situação de fato que justificaria a ação,
tornando-a legítima, é tratado pelo Código Penal como erro de proibição,
excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta.
c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas não a culpa leve.
d) de proibição é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos
do caput do art. 21 do Código Penal, "o desconhecimento da lei é
inescusável".
e) de proibição exclui a consciência da ilicitude, que, desde o advento da
teoria finalista, integra o dolo e a culpa.

18.! (FCC – 2006 – BCB – PROCURADOR)


O erro sobre a ilicitude do fato 26620291295

a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminuí-la.


b) exclui o dolo e a culpa.
c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
d) extingue a punibilidade.
e) exclui o dolo, mas permite a punção por crime culposo, se previsto em
lei.

19.! (FCC – 2006 – BCB – PROCURADOR)


Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente,
a) a obediência hierárquica e a embriaguez acidental completa.
b) a coação moral irresistível e a doença mental.
(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!51!()!23!
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! %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋
! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
c) a desistência voluntária e o desenvolvimento mental incompleto. !
d) o exercício regular de direito e a menoridade.

20.! (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO


MUNICIPAL)
São pressupostos da culpabilidade
a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de
conduta diversa.
b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta
de cuidado.
c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado.
d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa
e a falta de cuidado.
e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a exigibilidade
de conduta diversa.

21.! (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO


MUNICIPAL)
A doença mental, a perturbação de saúde mental e o desenvolvimento
mental incompleto ou retardado
a) refletem na culpabilidade, de modo a excluí-la ou a atenuá-la.
b) excluem a ilicitude da conduta.
c) isentam sempre de pena.
d) extinguem a punibilidade.
e) excluem a tipicidade.

22.! (FCC – 2008 – PGE/SP – PROCURADOR)


Exclui a culpabilidade, em decorrência da não-imputabilidade,
a) a emoção.
26620291295

b) a embriaguez não-acidental.
c) a coação moral irresistível.
d) a menoridade.
e) o erro sobre a ilicitude do fato.

23.! (FCC – 2007 – MPU – ANALISTA)


Considere:
I. Estado de necessidade.
II. Estrito cumprimento de dever legal.
III. Obediência hierárquica.

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! %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋
! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
IV. Exercício regular de um direito. !
V. Legítima defesa putativa.
São excludentes da culpabilidade SOMENTE o que se considera em
a) I e V.
b) II e III.
c) III e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

24.! (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ)


A coação moral irresistível e a obediência hierárquica excluem a
a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente.
b) tipicidade.
c) culpabilidade.
d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente.
e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente.

5.!EXERCÍCIOS COMENTADOS

01.! (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade
Federal. No dia da matrícula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos
veteranos da universidade e submetida a um trote acadêmico
violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi
amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida
alcoólica até ficar completamente embriagada e sem qualquer
possibilidade de entender o caráter ilícito de um fato ou de
26620291295

determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada


do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veículo que estava
estacionado em via pública, sem conseguir movimentá-lo.
Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne
ao crime de desacato,
(A) terá a pena reduzida de um a dois terços.
(B) estará isenta de pena.
(C) terá a pena reduzida de metade.
(D) terá a pena reduzida em 1/6.
(E) terá a pena aumentada de 1/3.

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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
COMENTÁRIOS: No caso em tela Maria estará isenta de pena, pois é!
considerada inimputável neste caso. A embriaguez completa, desde que
proveniente de caso fortuito ou força maior (como foi o caso), exclui a
imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1º do CP, desde que o agente
seja, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
!
02.! (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA)
No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o
entendimento da ilicitude ou a determinação por ela, a embriaguez
terá, genericamente, o condão de excluir total ou parcialmente a
imputabilidade penal quando for
(A) não preordenada.
(B) oriunda de culpa consciente.
(C) oriunda de culpa inconsciente.
(D) oriunda de caso fortuito.
(E) não premeditada.
COMENTÁRIOS: A embriaguez somente pode excluir total ou parcialmente
a imputabilidade penal quando for oriunda de caso fortuito ou força maior,
nos termos do art. 28, §§1º e 2º do CP:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
(...)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente
de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
26620291295

tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito


do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

03.! (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ)


Na coação moral irresistível, há exclusão da
a) antijuridicidade.
b) culpabilidade, por inimputabilidade.
c) culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa.
d) tipicidade.

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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude.!
COMENTÁRIOS: A coação MORAL irresistível exclui a culpabilidade, por
inexigibilidade de conduta diversa. Vejamos o art. 22 do CP:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência
a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o
autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embora o artigo fale apenas em coação irresistível, somente a coação
MORAL irresistível exclui a culpabilidade. A coação FÍSICA irresistível exclui
o fato típico, pois não há um dos elementos, que é a conduta, por ausência
de vontade.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

04.! (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR


LEGISLATIVO)
Há uma crítica doutrinária bastante conhecida e frequente ao
fundamento teórico da punição, no direito brasileiro, dos crimes
cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizá-la
afirmando que essa punição, ao fundar-se na teoria
a) da equivalência dos antecedentes causais, simplesmente
equaliza as diversas modalidades de embriaguez, não permitindo
uma justa diferenciação de seus variados graus de reprovabilidade.
b) objetiva pura alemã, não considera as diversas situações
subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequência,
não propicia a devida diferenciação entre seus variados graus de
reprovabilidade.
c) da actio libera in causa, não é facilmente extensível aos casos de
embriaguez não preordenada ou mesmo meramente culposa,
propiciando-se, eventualmente, situações de responsabilização
penal estritamente objetiva.
d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juízo
26620291295

da consciência da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna


puramente exigível e potencial, respondendo o agente
indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente não
tivesse condições ou razões reais para não se embriagar nas
circunstâncias em que o fato se deu.
e) monista temperada, acaba comportando situações graves de
impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa
consciente e limítrofes ao dolo eventual.
COMENTÁRIOS: O item correto é o da letra C. Isso porque o Brasil adotou
a teoria da actio libera in causa, segundo a qual o agente deve ser punido
pelo crime praticado em estado de embriaguez se ele se colocou livremente
nessa situação (ainda que culposamente ou sem intenção de praticar

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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
crimes). Tal teoria prega que embora não haja imputabilidade no momento!
do crime, existia livre consciência no momento da embriaguez, ou seja, a
ação era consciente “na causa” (a embriaguez).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

05.! (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL)


A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etária exclui da
conduta a
a) tipicidade.
b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente.
c) antijuridicidade.
d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente.
e) culpabilidade.
COMENTÁRIOS: A inimputabilidade por doença mental ou em razão da
idade gera exclusão da culpabilidade, por ser a inimputabilidade um
elemento da culpabilidade que, por sua vez, é o terceiro elemento na
divisão analítica do crime.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

06.! (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso
fortuito ou de força maior,
a) não suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade
de entendimento gerando uma causa geral de diminuição de pena.
b) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, não operando
qualquer efeito na aplicação da pena.
c) é hipótese de elisão da imputabilidade penal porque afeta a
capacidade de compreensão, tornando o agente isento de pena.
d) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como
26620291295

circunstância agravante.
e) embora não suprima a imputabilidade penal, é censurável, e
serve como circunstância agravante.
COMENTÁRIOS: Tal embriaguez NÃO exclui a imputabilidade penal, pois
não é completa. Contudo, é causa de diminuição de pena. Vejamos:
Art. 28 (...)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
07.! (FCC – 2011 – TCE-SP – PROCURADOR) !
Constitui causa de exclusão da culpabilidade
A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força
maior, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a
ilicitude do fato.
B) o erro sobre a ilicitude do fato, em decorrência da não
imputabilidade do agente. !
C) a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, em função de não se poder exigir conduta diversa do
agente.
D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente
conhecer a ilicitude do fato.
E) a coação moral irresistível, em função de não se poder exigir
conduta diversa do agente.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Como vimos no art. 28, § 1° do CP a embriaguez fortuita
completa só exclui a culpabilidade quando o agente for inteiramente
incapaz de compreender o caráter ilícito da conduta ou de determinar-se
conforme este entendimento, consequência esta que é possível, mas não
inerente à embriaguez completa.
B) ERRADA: Pois nem sempre o erro sobre a ilicitude exclui a culpabilidade.
Esse erro deverá ser escusável. Mais, ainda que exclua a culpabilidade, não
será por falta de imputabilidade, mas por ausência de potencial consciência
da ilicitude. CUIDADO!
C) ERRADA: A simples presença da doença não exclui a culpabilidade. Como
vimos, o Brasil adotou o critério biopsicológico, sendo necessário que, além
da doença, fique provado que o agente não era capaz de entender o caráter
ilícito da conduta.
D) ERRADA: A menoridade, de fato, exclui a culpabilidade, mas não pela
ausência de potencial consciência da ilicitude, como diz a questão, mas por
ausência de imputabilidade, num critério meramente biológico.
26620291295

E) CORRETA: A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, pois, nas


circunstâncias, não se podia exigir do agente que se comportasse conforme
o Direito.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

08.! (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR)


O erro sobre a ilicitude do fato
A) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei.
B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
C) exclui o dolo e a culpa.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5ϑ!()!23!
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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
D) reflete na culpabilidade, de modo a excluí-la ou atenuá-la. !
E) extingue a punibilidade
COMENTÁRIOS:
A) ERRADO: O erro que exclui o dolo é o erro de tipo, e permite a punição
por crime culposo se se tratar de erro inescusável.
B) ERRADO: Embora reflita na culpabilidade, nem sempre isenta de pena,
apenas quando se tratar de erro de proibição escusável, ou seja, o agente
não tinha condições de entender o caráter ilícito de sua conduta.
C) ERRADO: O erro sobre a ilicitude age na culpabilidade, logo, não tem a
ver com dolo e culpa, que são elementos da conduta e, portanto, do fato
típico.
D) CORRETA: O erro de proibição reflete na culpabilidade, e a exclui quando
for erro escusável. Quando for erro inescusável, porém, atenua a
culpabilidade do agente e, por conseqüência, a pena aplicável.
E) ERRADA: A extinção da punibilidade pressupõe a sua existência. Desta
forma, a alternativa está errada.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

09.! (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR)


A coação moral irresistível e a obediência hierárquica são causas
de exclusão da
A) culpabilidade.
B) antijuridicidade.
C) ilicitude.
D) tipicidade.
E) punibilidade.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Trata-se de causas em que não há um dos elementos da
culpabilidade, que é a inexigibilidade de conduta diversa. Assim, a
26620291295

alternativa está correta.


B) ERRADA: Como vimos, as causas que excluem a ilicitude são: a) estado
de necessidade; b) legítima defesa; c) exercício regular de um direito; d)
estrito cumprimento do dever legal.
C) ERRADA: A ilicitude é sinônimo de antijuridicidade, portanto, está
incorreta, nos termos do comentário à alternativa B.
D) ERRADA: A exigibilidade de conduta diversa é um dos elementos da
culpabilidade, não da tipicidade, motivo pelo qual a questão está incorreta,
já que a tipicidade é meramente o juízo de subsunção entre o fato cometido
e a hipótese legal incriminadora, que faz surgir a presunção de ilicitude.
E) ERRADA: Ocorrendo uma dessas circunstâncias, a culpabilidade resta
afastada, de forma que o crime não existe (pois a culpabilidade é um de

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5Κ!()!23!
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! %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋
! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
seus elementos). Assim, não surge o poder de punir do Estado!
(punibilidade).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

10.! (FCC – 2010 – MPE-SE – ANALISTA – DIREITO)


Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez
decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre
outras, excludentes de
A) tipicidade
B) ilicitude
C) punibilidade
D) antijuridicidade
E) culpabilidade
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão
da ausência de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28
do CP.
B) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão
da ausência de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28
do CP.
C) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão
da ausência de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28
do CP.
D) ERRADA: Constituem hipóteses de exclusão da culpabilidade, em razão
da ausência de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 e 28
do CP.
E) CORRETA: Conforme estudamos, se o agente se encontrar em uma
dessas condições, restará excluída a sua culpabilidade, posto que a lei
considera que, nestas hipóteses, o agente não podia entender o caráter
ilícito de sua conduta e se comportar conforme o Direito.
26620291295

PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

11.! (FCC – 2011 – TER/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Código
Penal,
A) a embriaguez voluntária pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
B) a emoção e a paixão.
C) a embriaguez culposa pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5Λ!()!23!
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D) se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por!
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força
maior, se o agente era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: A embriaguez voluntária não exclui a culpabilidade, em
nenhuma hipótese, nos termos do art. 28, II do CP.
B) ERRADA: Nos termos do art. 28, I do CP, a emoção e a paixão também
não excluem a culpabilidade.
C) ERRADA: A embriaguez culposa, tal qual a voluntária, não exclui a
culpabilidade do agente, nos termos do art. 28, II do CP.
D) ERRADA: Se ele não era inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato, será considerado semi-imputável, mas deverá ser condenado
e sua pena ser diminuída, em razão da menor culpabilidade em relação aos
demais.
E) CORRETA: Nos termos do art. 28, § 1° do CP, se o agente estava
involuntariamente embriagado, de maneira completa, de forma que não
tinha condições de entender o caráter ilícito do fato e se comportar
conforme o Direito, estará excluída sua culpabilidade.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

12.! (FCC – 2011 – TRT 1°RG – TÉCNICO JUDICIÁRIO –


SEGURANÇA)
O erro inevitável sobre a ilicitude do fato
A) isenta o réu de pena.
B) não isenta o réu de pena, mas implica na redução de um sexto a
um terço.
26620291295

C) não isenta o réu de pena, mas constitui circunstância atenuante.


D) não isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuação da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: O erro de proibição inevitável (escusável) exclui a
culpabilidade, pois o agente, naquelas circunstâncias, não tinha condições
de conhecer o caráter ilícito da conduta.
B) ERRADA: Essa diminuição de pena se aplica ao erro de proibição evitável
(ou inescusável), no qual o agente, mediante algum esforço, poderia
conhecer o caráter ilícito da conduta.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!63!()!23!
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C) ERRADA: Como dito acima, presente o erro de proibição escusável, o!
réu estará isento de pena, por ser excluída a culpabilidade.
D) ERRADA: Pois, o erro de proibição inevitável (escusável) exclui a
culpabilidade, pois o agente, naquelas circunstâncias, não tinha condições
de conhecer o caráter ilícito da conduta.
E) ERRADA: A ilicitude do fato nada tem a ver com as verificações acerca
da culpabilidade do agente, diante de determinado erro sobre a licitude ou
não do fato. A ilicitude está ligada ao fato criminoso, enquanto o erro de
proibição se refere à potencial consciência da ilicitude, que é elemento da
culpabilidade.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

13.! (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -


SEGURANÇA)
O erro inevitável sobre a ilicitude do fato
A) isenta o réu de pena.
B) não isenta o réu de pena, mas implica na redução de um sexto a
um terço.
C) não isenta o réu de pena, mas constitui circunstância atenuante.
D) não isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuação da pena.
E) exclui a ilicitude do fato.
COMENTÁRIOS: O erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibição, é
o fenômeno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de
conduta penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é
penalmente típica.
O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitável (ou seja, se
mesmo mediante um esforço intelectual razoável, não fosse realmente
possível saber que era ilícita a conduta), o agente estará isento de pena:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
26620291295

fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto


a um terço. +,)(∋−./!(∋(∋!0)1∋!2)%!&3!45∗678!()!9954597:;<
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

14.! (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)
A dispara seu revólver e mata B, acreditando tratar-se de um
animal. A respeito dessa hipótese é correto afirmar que se trata de
A) fato típico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos
do tipo.
B) erro de proibição, que exclui a culpabilidade.

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C) erro de proibição, que gera apenas a diminuição da pena, posto!
que inescusável.
D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusável.
E) erro quanto à existência de excludente de ilicitude
(descriminante putativa).
COMENTÁRIOS: Na hipótese, não se trata de erro de proibição, pois o
agente não cometeu erro quanto à licitude ou ilicitude da conduta (art. 21
do CP), mas cometeu um erro sobre uma circunstância fática.
Também não há que se falar em fato típico, eis que o agente incidiu em
erro sobre elemento constitutivo do tipo penal do art. 121 (“alguém” =
pessoa humana).
Não há, ainda, hipótese de descriminante putativa, pois o agente não
imaginou estar diante de uma situação que lhe permitisse agir em legítima
defesa, estado de necessidade ou qualquer outra excludente de ilicitude
(pelo menos a questão não disse isso).
Assim, trata-se, como já disse, de erro sobre elemento constitutivo do tipo
penal, ou ERRO DE TIPO, que se for inevitável (ou escusável) exclui o dolo
e a culpa.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

15.! (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)
Considere os exemplos abaixo:
I. Casar-se com pessoa cujo cônjuge foi declarado morto para os
efeitos civis, mas estava vivo.
ERRADA: Nesse caso não há erro de tipo, mas fato atípico, pois se o
cônjuge foi declarado morto para efeitos civis, o casamento anterior não
mais existia, de forma que não há que se falar em crime de bigamia, art.
235 do CP:
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
26620291295

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada,
conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a
três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por
motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
Assim, não houve prática da conduta prevista no tipo penal mediante
incursão em erro sobre circunstância fática. Simplesmente não foi
praticada a conduta prevista no tipo penal.
II. Aplicar no ferimento do filho ácido corrosivo, supondo que está
utilizado uma pomada.
CORRETA: Aqui, de fato, há a prática da conduta descrita no art. 129 do
CP (lesões corporais). No entanto, essa conduta é praticada mediante erro

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!64!()!23!
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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
sobre circunstância fática (o agente imagina que o ácido é uma pomada). !
Portanto, é hipótese de erro de tipo.
III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livrá-la
de mal incurável, supondo que a eutanásia é permitida.
ERRADA: Aqui temos um caso de erro de proibição, pois o erro do agente
reside não na circunstância fática, que é perfeitamente delimitada, mas
nas consequências penais, pois o agente imagina que sua conduta é
permitida pela lei penal, quando não o é.
IV. Ingerir a gestante substância abortiva, supondo que estava
tomando um calmante.
CORRETA: Nesse caso, embora o agente pratique a conduta descrita no
art. 124 do CP, o faz por estar representando erroneamente uma situação
fática (acreditar que está tomando calmante, quando, na verdade, está
ingerindo substância abortiva):
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Havendo, pois, erro fático quanto a elemento constitutivo do tipo penal,
estamos diante de erro de tipo.
Há erro de tipo nas situações indicadas APENAS em
A) I, II e III.
B) I e III.
C) I, III e IV.
D) II e III.
E) II e IV.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

16.! (FCC – 2009 – TJ/PA – OFICIAL DE JUSTIÇA)


O erro de proibição quando escusável exclui a
A) imputabilidade.
B) culpabilidade.
26620291295

C) punibilidade.
D) antijuridicidade.
E) conduta.
COMENTÁRIOS: O erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibição, é o
fenômeno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de conduta
penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é penalmente típica.
O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitável, ou escusável
(ou seja, se mesmo mediante um esforço intelectual razoável, não fosse
realmente possível saber que era ilícita a conduta), o agente estará
isento de pena:

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!65!()!23!
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! %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋
! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do!
fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto
a um terço. +,)(∋−./!(∋(∋!0)1∋!2)%!&3!45∗678!()!9954597:;<
Afastando-se, desta forma, a potencial consciência da ilicitude, estará
ausente um dos elementos da culpabilidade, restando esta afastada.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

17.! (FCC – 2012 – DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO)


Em Direito Penal, o erro
a) de tipo, se for invencível, exclui a tipicidade dolosa e a culposa.
b) que recai sobre a existência de situação de fato que justificaria
a ação, tornando-a legítima, é tratado pelo Código Penal como erro
de proibição, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta.
c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas não a culpa leve.
d) de proibição é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos
do caput do art. 21 do Código Penal, "o desconhecimento da lei é
inescusável".
e) de proibição exclui a consciência da ilicitude, que, desde o
advento da teoria finalista, integra o dolo e a culpa.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 20 do CP:
Erro sobre elementos do tipo+,)(∋−./!(∋(∋!0)1∋!2)%!&3!45∗678!()!9954597:;<
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. +,)(∋−./!
(∋(∋!0)1∋!2)%!&3!45∗678!()!9954597:;<
Descriminantes putativas+=&>1?≅(/!0)1∋!2)%!&3!45∗678!()!9954597:;<
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
punível como crime culposo.+,)(∋−./!(∋(∋!0)1∋!2)%!&3!45∗678!()!9954597:;<
B) ERRADA: Esse erro pode ser tratado como erro de tipo, não como erro
26620291295

de proibição;
C) ERRADA: Não há diferenciação entre culpa grave e leve, tampouco para
fins de caracterização do erro de tipo;
D) ERRADA: O erro de proibição é RELEVANTE e, caso escusável, ISENTA
DE PENA; Caso inescusável, gera redução de pena, nos termos do art. 21
do CP;
E) ERRADA: De fato, o erro de proibição exclui a potencial consciência da
ilicitude (se escusável), mas esse é um elemento da CULPABILIDADE, não
estando dentro do dolo ou da culpa, que são elementos do FATO TÍPICO.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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18.! (FCC – 2006 – BCB – PROCURADOR)
O erro sobre a ilicitude do fato
a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminuí-la.
b) exclui o dolo e a culpa.
c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena.
d) extingue a punilidade.
e) exclui o dolo, mas permite a punção por crime culposo, se
previsto em lei.
COMENTÁRIOS:
O erro sobre a ilicitude do fato, ou ERRO DE PROIBIÇÃO, se caracteriza
como a ausência de conhecimento acerca da proibição do conduta que se
realiza, afetando diretamente a análise da culpabilidade do agente. Pode
ser um erro desculpável ou indesculpável, com consequências diversas.
Se escusável o erro (desculpável) o agente fica isento de pena. Se
inescusável (indesculpável), o agente terá a pena reduzida de um sexto a
um terço. Nos termos do art. 21 do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto
a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Portanto, vemos que o erro sobre a ilicitude do fato pode isentar de pena
ou diminuir a pena do agente, a depender do tipo de erro.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

19.! (FCC – 2006 – BCB – PROCURADOR)


Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente,
a) a obediência hierárquica e a embriaguez acidental completa.
26620291295

b) a coação moral irresistível e a doença mental.


c) a desistência voluntária e o desenvolvimento mental incompleto.
d) o exercício regular de direito e a menoridade.
COMENTÁRIOS: As causas de exclusão da ilicitude estão previstas no art.
23 do CP. Vejamos:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
Já as causas legais de exclusão da culpabilidade estão previstas no art. 22!
do CP, que determina a exclusão da culpabilidade do agente que pratica o
fato sob coação moral irresistível ou em cumprimento a ordem não
manifestamente ilegal de superior hierárquico. Vejamos:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência
a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o
autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
No entanto, a menoridade também é considerada causa de exclusão da
culpabilidade, pois gera a inimputabilidade do agente. Vejamos:
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a afirmativa que traz respectivamente uma causa de exclusão da
ilicitude e uma causa de exclusão da imputabilidade é a letra D.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

20.! (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO


MUNICIPAL)
São pressupostos da culpabilidade
a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade
de conduta diversa.
b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e
a falta de cuidado.
c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de
cuidado.
d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta
diversa e a falta de cuidado.
e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a
exigibilidade de conduta diversa.
COMENTÁRIOS: A culpabilidade é um juízo acerca das condições pessoais
do agente, de forma a aferir se a este pode ser imputado o fato típico e
26620291295

ilícito.
A Doutrina moderna elenca três elementos para a culpabilidade:
Imputabilidade - O agente deve ser penalmente imputável (Maior de 18
anos e mentalmente são);
Potencial consciência da ilicitude - Deve ser analisado se aquela
pessoa, naquelas circunstâncias, tinha condições de entender que sua
conduta era contrária ao Direito;
Exigibilidade de conduta diversa - Devem ser analisadas as
circunstâncias pessoais e fáticas para se saber se a pessoa que praticou o
fato típico e ilícito se encontrava em condições de agir de outra maneira ou
se não era possível exigir desta pessoa que agisse conforme o Direito.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6Ι!()!23!
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!
21.! (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO
MUNICIPAL)
A doença mental, a perturbação de saúde mental e o
desenvolvimento mental incompleto ou retardado
a) refletem na culpabilidade, de modo a excluí-la ou a atenuá-la.
b) excluem a ilicitude da conduta.
c) isentam sempre de pena.
d) extinguem a punibilidade.
e) excluem a tipicidade.
COMENTÁRIOS: Todos estes fatores (doença mental, perturbação mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado) interferem
diretamente na culpabilidade do agente, e podem levar à inimputabilidade
(excluindo a culpabilidade) ou à semi-imputabilidade (atenuando a pena).
Vejamos:
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

22.! (FCC – 2008 – PGE/SP – PROCURADOR)


Exclui a culpabilidade, em decorrência da não-imputabilidade,
a) a emoção.
26620291295

b) a embriaguez não-acidental.
c) a coação moral irresistível.
d) a menoridade.
e) o erro sobre a ilicitude do fato.
COMENTÁRIOS: A culpabilidade é o Juízo de reprovabilidade acerca do
fato praticado pelo agente. Temos como elemento da culpabilidade:
IMPUTABILIDADE;
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE;
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6ϑ!()!23!
!∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%#−∋./∋#∃0∀1&∋2.3456∋∋
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∗)∗+∀7%∗∋89!∀:∀;#∀&∋,∋;#∃∗∋89!∀:∀;#∀∗∋
! %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋
! (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋∗>≅ΚΛ=∋,∋∗ΚΜ≅∋3.!
Dentre as afirmativas à disposição, a única que contempla uma causa que!
exclui a IMPUTABILIDADE é a letra D, que trata da menoridade. Vejamos:
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embora a coação moral irresistível exclua a culpabilidade, nos termos do
art. 22 do CP, não o faz sobre a imputabilidade, mas sobre a exigibilidade
de conduta diversa.
O erro sobre a ilicitude do fato também PODE excluir a culpabilidade, mas
não age sobre a imputabilidade, mas sobre a potencial consciência da
ilicitude, nos termos do art. 21 do CP.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

23.! (FCC – 2007 – MPU – ANALISTA)


Considere:
I. Estado de necessidade.
II. Estrito cumprimento de dever legal.
III. Obediência hierárquica.
IV. Exercício regular de um direito.
V. Legítima defesa putativa.
São excludentes da culpabilidade SOMENTE o que se considera em
a) I e V.
b) II e III.
c) III e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS: As causas excludentes de culpabilidade estão previstas
no art. 22 do CP. Vejamos:
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
26620291295

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência


a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o
autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
No entanto, a legítima defesa putativa também é considerada causa de
exclusão de culpabilidade (embora parte da Doutrina entenda que se trate
de exclusão da ilicitude). A legítima defesa putativa é a conduta na qual o
agente pratica o ato acreditando que está acobertado por uma situação de
legítima defesa, quando, na verdade, não está. Vejamos o que diz o art.
20, §1º do CP:
Art. 20 - (...)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação

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legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é!
punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

24.! (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ)


A coação moral irresistível e a obediência hierárquica excluem a
a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente.
b) tipicidade.
c) culpabilidade.
d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente.
e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente.
COMENTÁRIOS: Tanto a coação MORAL irresistível quanto a obediência
hierárquica excluem a culpabilidade, conforme prevê o art. 22 do CP:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência
a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o
autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

6.!GABARITO

1.! ALTERNATIVA B
2.! ALTERNATIVA D
3.! ALTERNATIVA C
4.! ALTERNATIVA C
5.! ALTERNATIVA E 26620291295

6.! ALTERNATIVA A
7.! ALTERNATIVA E
8.! ALTERNATIVA D
9.! ALTERNATIVA A
10.! ALTERNATIVA E
11.! ALTERNATIVA E
12.! ALTERNATIVA A
13.! ALTERNATIVA A
14.! ALTERNATIVA D
15.! ALTERNATIVA E
16.! ALTERNATIVA B

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17.! ALTERNATIVA A !
18.! ALTERNATIVA A
19.! ALTERNATIVA D
20.! ALTERNATIVA E
21.! ALTERNATIVA A
22.! ALTERNATIVA D
23.! ALTERNATIVA C
24.! ALTERNATIVA C

26620291295

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