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produção de peças, levando a indústria despertar ainda mais seu interesse por novos modelos
ou adaptações de ensaios os quais permitem aos fabricantes e consumidores realizarem testes
de usinabilidade de forma mais econômica e rápida. Por isso, o objetivo geral do artigo consiste
no aprimoramento e adaptações do dispositivo de coluna de furação para realização de ensaios
de usinabilidade de curta duração de pressão constante (Ff). Dessa maneira, após ter sido feita
tais adaptações na máquina-ferramenta, serão prontamente executados ensaios em três classes
de ferro fundido, um cinzento (FC350), um nodular (FE45012), um vermicular (FV350),
alternando apenas a força de avanço (peso), mantendo constantes a rotação e o tempo de
usinagem, para se comparar os resultados de usinabilidade de cada classe para ferro.
1 Introdução
De acordo com o Centro de Informação Metal Mecânica – CIMM (2017), temos que usinagem é
o processo de fabricação que promove a retirada de material da peça por cisalhamento com
objetivos de produção de peças com variadas formas, à partir de um bloco de material metálico,
pela obtenção de peculiaridades (saliências, reentrâncias, furos passantes, furos rosqueados,
etc.); fabricação seriada de peças fundidas ou conformadas.
Em termos gerais, usinabilidade pode ser definida como sendo uma grandeza que indica a
facilidade ou dificuldade de se usinar um material (MACHADO et al., 2009). A usinabilidade é
função do sistema ferramenta-peça, e sua medida pode ser influenciada por muitos fatores tais
como velocidade de corte, profundidade de corte, avanço, geometria do corte, operações de
usinagem, rigidez da máquina-ferramenta, entre outros (FERRARESI, 1985; DINIZ; MARCONDES;
COPPINI, 2010).
É necessário que se estabeleça a geração de banco de dados nas empresas do ramo industrial
metal-mecânico, com valores de usinabilidade, a fim de melhorar os procedimentos de
fabricação e controle de usinagem. O índice de usinabilidade dos metais deve ser analisado com
relação ao material da peça, seguindo aos fatores de: composição química, microestrutura,
dureza, propriedades das tensões e deformações e rigidez da peça. Inúmeros ensaios de
usinagem têm sido utilizados para julgar o comportamento do material em relação às grandezas
características de usinagem, tais como desgaste de ferramenta, força de usinagem, acabamento
superficial, temperatura de corte, etc. (FERRARESI, 1985).
O tipo de ensaio de usinabilidade que se torna o foco deste trabalho se enquadra nos métodos
de ensaios de curta duração, que são preferíveis aos ensaios de longa duração, por serem menos
onerosos, ou seja, demandam de menores gastos com tempo e material. Assim, são realizados
em um intervalo de tempo relativamente curto, e por vezes em condições forçadas (FERRARESI,
1985; DINIZ; MARCONDES; COPINI, 2010).
Nesse contexto, o teste de pressão constante também conhecido como teste de força de avanço
constante (Ff) é um tipo de teste de usinabilidade de curta duração que se inclui no Ranking
Tests (testes classificatórios), que são aqueles que meramente indicam a usinabilidade relativa
de duas ou mais combinações de pares ferramenta e peça, para uma dada condição de corte
(MACHADO; DA SILVA, 2004).
O princípio de funcionamento consiste na aplicação de uma força de avanço constante e
medição do tempo de corte para se furar uma chapa de espessura fixa, porém a literatura
também permite fixar um determinado tempo e medir o percurso de avanço (FERRARESI, 1985;
MACHADO; DA SILVA, 2004).
2 Objetivos
O objetivo geral do trabalho proposto consiste no aprimoramento do dispositivo para realização
de ensaios de usinabilidade de curta duração de pressão constante (Ff) que havia sido adaptado
na furadeira de coluna do LabTecMec.
Nesse sentido, os objetivos específicos que devem ser cumpridos abrangem os seguintes
tópicos:
- Calibração do dispositivo;
3 Metodologia
O dispositivo a ser aprimorado consistirá em transmitir uma força de avanço constante em uma
furadeira de coluna, por meio de uma roldana com um cabo de aço e uma cesta com pesos
adaptado no eixo de avanço da máquina-ferramenta, conforme esquematizado na Fig. 1.
Figura 2: Fluxograma que traça o trajeto desde a análise de redimensionamento da polia até a
montagem de polia e eixo na furadeira da coluna.
O sistema de suporte de pesos do dispositivo que era em formato de suspensão de pesos por
cabo de aço (pesos segurados por chapa de aço e cabo de aço passando pelos centro dos pesos)
será modificado também, devido ao fato de melhorar a conexão com o cabo de aço e propor
uma melhor adaptação para que se possa retirar ou acrescentar pesos sem que o dispositivo
seja desmontado para tal modificação. O novo suporte de pesos seguirá um modelo tipo “cesta”,
sendo simples com base quadrada em metal e uma corrente fixa em cada ponta, conforme
ilustrado na Fig. 3, a seguir:
(a) (b)
Figura 3: a) Vista superior do suporte de pesos a ser construído. b) Vista frontal do suporte de
pesos a ser construído.
A calibração da transmissão da força de avanço será feita com auxílio de uma balança comum
de piso, de pequeno porte e de fácil manuseio. Os pesos a serem utilizados para os ensaios de
usinabilidade, que serão suspensos pelo suporte devem ser padronizados. Inicialmente, será
verificado se o Laboratório de Metrologia possui massas padrão que atendam a carga necessária
a realização dos testes de pressão constante. Caso contrário, os pesos deverão ser fabricados
no LabTecMec, utilizando aço 1020 ou material de sucata, os quais serão usinados em formato
padrão, pesados e identificados com marcação da respectiva massa.
Após o melhoramento do dispositivo por meio do redimensionamento da polia de transmissão
de movimento, da confecção do novo suporte de pesos; fabricação das massas padrão, se for o
caso; e da calibração. Será realizada a etapa de caracterização das três classes de ferros
fundidos: Ferro Fundido Cinzento (FC350), Ferro Fundido Nodular (FE45012) e Ferro Fundido
Vermicular (FV350), que serão os materiais de trabalho investigados na etapa de validação do
dispositivo através da execução do ensaio de pressão constante. Essa etapa será realizada no
Laboratório de Tribologia, Corrosão e Materiais (TRICORRMAT).
Para complementar a etapa de caracterização serão feitos ensaios de dureza Brinell nas
amostras dos materiais de trabalho, segundo a ABNT NBR NM ISSO 6504-4 (2010), usinabilidade
será uma broca helicoidal a ser especificada para usinar ferros fundidos. Esta deverá ser
comprada. Deverá ser utilizada uma ferramenta nova para cada material avaliado.
Lf [mm]
Teste Furo Material Ff [kgf]
(resposta a ser medida)
1 Furo 1 FC350 Nível (-1)
2 Furo 2 FC350 Nível (-1)
3 Furo 3 FC350 Nível (-1)
4 Furo 1 FV350 Nível (-1)
5 Furo 2 FV350 Nível (-1)
6 Furo 3 FV350 Nível (-1)
7 Furo 1 FE45012 Nível (-1)
8 Furo 2 FE45012 Nível (-1)
9 Furo 3 FE45012 Nível (-1)
10 Furo 1 FC350 Nível (+1)
11 Furo 2 FC350 Nível (+1)
12 Furo 3 FC350 Nível (+1)
13 Furo 1 FV350 Nível (+1)
14 Furo 2 FV350 Nível (+1)
15 Furo 3 FV350 Nível (+1)
16 Furo 1 FE45012 Nível (+1)
17 Furo 2 FE45012 Nível (+1)
18 Furo 3 FE45012 Nível (+1)
Os resultados serão apresentados por meio de gráficos e imagens, analisados discutidos através
de estatística descritiva (média e desvio padrão) e comparação com literatura disponível.
Referências
ASTM E10-15 Standard Test Method for Brinell Hardness of Metallic Materials. In: Annual Book
of ASTM Standards, 2015;
DINIZ, A. E.; MARCONDES, F. C.; COPPINI, N. L. Tecnologia da Usinagem dos Metais. 2 ed. São
Paulo: Artliber Editora, 2010. 248p;
FERRARESI, Dino. Fundamentos de Usinagem dos Metais. 5 ed. São Paulo: Edgard Blücher,
1970. 751p;
ISSO 6506-4, 2010, “Materiais metálicos – Ensaio de dureza Brinell”, Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Rio de Janeiro, RJ;
MACHADO, Á. R.; ABRÃO, A. M.; COELHO, R. T.; DA SILVA, M. B. Teoria da Usinagem dos
Materiais. 1 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2009. 371p;
MACHADO, Á. R.; DA SILVA, M. B. Usinagem dos Metais. 8 ed. Minas Gerais, 2004. 262p;