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1.

º) Petição de interposição e razões de recurso em sentido


estrito em caso de pronúncia

“F” foi pronunciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima,
não havendo exame necroscópico nos autos. O juiz, ainda assim, entendeu presente a materialidade da infração
penal, alegando haver corpo de delito indireto. O réu, que contestara a prova de existência do delito, havia
alegado, subsidiariamente, a ocorrência de legítima defesa, igualmente afastada na pronúncia. O magistrado
permitiu que o acusado aguardasse o júri em liberdade. Como advogado de “F”, interponha o recurso cabível.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª


Vara do Júri da Comarca ____. 1
Processo n.º ____
“F”, qualificado a fls. ____, por seu defensor dativo, nos
autos do processo que lhe move o Ministério Público, 2
inconformado com a decisão de pronúncia, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o
presente

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO,

com fundamento no art. 581, IV, do CPP, requerendo seja o


mesmo recebido e, levando-se em consideração as razões em
anexo, 3 possa haver o juízo de retratação, 4 com a finalidade
de impronunciar o acusado. 5 Assim não entendendo Vossa
Excelência, requer o processamento do recurso, remetendo-o ao
Egrégio Tribunal de Justiça.

Termos em que, desnecessária a formação de instrumento, 6

Pede deferimento.
Comarca, data.

_______________
Defensor
1 Em Comarcas onde não há Vara Privativa do Júri, a fase de formação da culpa tramita em Vara Criminal
comum. Somente após a pronúncia transitar em julgado, remete-se o feito ao Tribunal do Júri.

2 Embora constitua praxe forense a utilização da expressão “Justiça Pública”, em verdade, ela inexiste. Quem
promove a ação penal é o Ministério Público. Quem aplica a lei ao caso concreto, realizando justiça é o Poder
Judiciário. Logo, não há “Justiça Pública”, como sinônimo de órgão acusatório.

3 A lei processual penal permite que se ofereça, primeiramente, a petição de interposição do recurso em sentido
estrito e, recebido este, sejam oferecidas as razões (art. 588, CPP). Nada impede, no entanto, que o recorrente
apresente, desde logo, as razões que possua, em especial, quando não se formar instrumento, agilizando o
processamento.

4 O recurso em sentido estrito possui efeito regressivo, isto é, possibilita ao juiz prolator da decisão contra a qual
se insurge a parte que refaça o seu entendimento, modificando o julgado (ver art. 589, CPP).

5 Se o juiz modificar a decisão, impronunciado o réu, caberá à parte contrária, por simples petição, recorrer da
nova decisão. Não há necessidade de outras razões, pois as partes já deram seus argumentos (art. 589,
parágrafo único, CPP). Embora, a partir da Lei 11.689/2008, caiba apelação contra a impronúncia, a singela
apresentação da petição é suficiente, pois as razões já foram oferecidas.

6 Neste caso, o recurso sobe nos próprios autos do processo principal. Logo, não se indica peça alguma para a
formação do instrumento. Checar os casos em que se pede a formação do instrumento no art. 583, CPP.
Razões de recurso em sentido estrito

____.ª Vara do Júri da Comarca ____


Processo n.º ____
Recorrente: “F”
Recorrido: Ministério Público 7
Egrégio Tribunal 8

O réu “F” foi pronunciado como incurso nas penas do art.


121, § 2.º, II e IV, do Código Penal, porque, no dia ____, na
estrada ____, por volta das ____ horas, teria empurrado a
vítima “G” da ponte, fazendo com que caísse no leito de um
rio, desaparecendo nas águas. O acusado teria agido à
traição, colhendo o ofendido por trás, bem como por motivo
fútil, consistente em desavença de menor importância,
resultado de briga anterior por torcida de time de futebol. 9
A decisão de fls. ____, entretanto, não pode prevalecer.
O art. 413, caput, do Código de Processo Penal estabelece
dois requisitos indispensáveis para se determinar o
julgamento do réu pelo Tribunal do Júri: prova da existência
do crime e indícios suficientes de autoria.
Quanto à materialidade, inexiste, nos autos, prova da
existência da infração penal, uma vez que a vítima, na data
dos fatos, tal como relatado na denúncia, caiu de uma altura
de cerca de cinco metros, nas águas de um rio e desapareceu.
Pode estar viva, pois, em momento algum, seu corpo foi
encontrado e, consequentemente, submetido a exame pericial
obrigatório (art. 158, CPP).
Cuida-se de decisão periclitante encaminhar o acusado a
julgamento pelo Tribunal Popular sem a prova inequívoca da
morte da vítima. Ademais, não consta que ela não soubesse
nadar ou que tivesse caído de altura mais do que razoável
para que sua morte fosse altamente provável.
Por tais motivos, vislumbra-se a inexistência de prova
da materialidade do delito.
Quanto à autoria, não se nega ter o réu entrado em luta
corporal com o ofendido e, em face disso, ter este caído nas
águas do rio. O próprio recorrente, dando mostras de sua
sinceridade, desde a fase policial, admitiu esse fato.
Entretanto, disse claramente ter agido em legítima defesa, o
que não foi satisfatoriamente considerado pelo ilustre
julgador. 10
Ambos se desentenderam, realmente, momentos antes, por
questões banais. Porém, quem perseguiu o acusado pela
estrada, quando este se dirigia à sua residência na Fazenda
____, foi a vítima. Ao atingirem a Ponte ____, que passa
sobre o Rio ____, o ofendido deu violento soco nas costas do
réu, que, ato contínuo, entrou em luta com o agressor. A
partir desse momento, possivelmente por perder o equilíbrio,
caiu a vítima no rio.
Tal cena foi presenciada pela testemunha ____ (fls.
____), que confirma integralmente a versão dada pelo réu.
Comprovada, sem sombra de dúvida, a legítima defesa, caso a
vítima tenha morrido em virtude da queda, somente para
argumentar, deveria o réu ser absolvido sumariamente, nos
termos do art. 415, IV, do Código de Processo Penal.
Por derradeiro, ainda somente para argumentar, caso seja
a pronúncia mantida, é de rigor o afastamento das
qualificadoras. 11
Não houve motivo fútil, pois este não se configura
quando há discussão e agressão física entre réu e vítima,
conforme pode ser constatado na doutrina, através da lição de
____. 12 Na jurisprudência, do mesmo modo, pode-se citar o
seguinte: ____. 13
No mesmo diapasão, inexistiu recurso que impossibilitou
a defesa, consistente em traição. Se houve, como já
mencionado, luta corporal entre réu e ofendido, torna-se
ilógico falar em ataque realizado à socapa. Logo, ambas as
qualificadoras merecem ser afastadas, por não encontrarem
respaldo na prova dos autos.
Do exposto, conclui-se que inexiste prova suficiente
da materialidade para a pronúncia. Assim não entendendo esse
Egrégio Tribunal, torna-se imperiosa a absolvição sumária do
acusado ou, ao menos, sejam as qualificadoras afastadas, pois
desse modo far-se-á a tão almejada JUSTIÇA.

Comarca, data.

_______________
Defensor
7 Embora constitua praxe forense a utilização da expressão “Justiça Pública”, em verdade, ela inexiste. Quem
promove a ação penal é o Ministério Público. Quem aplica a lei ao caso concreto, realizando justiça é o Poder
Judiciário. Logo, não há “Justiça Pública”, como sinônimo de órgão acusatório.

8 Há quem insira, também, “Colenda Câmara” e “Douta Procuradoria de Justiça”. Trata-se de uma questão de
estilo.

9 Faz-se, na ordem, um breve relato da pronúncia, para, após, levantar-se preliminares, relativas a eventuais
falhas processuais. No caso presente, não havendo nulidades a sanar, a defesa segue diretamente para o mérito
da decisão de pronúncia, considerando os dois requisitos indispensáveis: materialidade e autoria.

10 Atacou-se, inicialmente, a ausência de prova da existência do crime. Porém, por cautela, se for ultrapassada
essa questão, invoca a defesa tese alternativa, que é a da ocorrência de legítima defesa. Não há contradição,
mas apenas cautela.

11 Trata-se de outra tese alternativa, com a qual pode e deve jogar a defesa. Se o Tribunal entender cabível a
pronúncia, melhor seria ao réu que fosse por homicídio simples e não qualificado.

12 Mencionar lição doutrinária correspondente.

13 Citar algum acórdão aplicável.


2.º) Petição de interposição e contrarrazões de recurso em
sentido estrito em caso de pronúncia

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª


Vara do Júri da Comarca ____. 1
Processo n.º ____
O Ministério Público do Estado de ____, 2 nos autos do
processo-crime que move contra “F”, qualificado a fls. ____,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
apresentar as suas

CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO,

requerendo que, recebidas estas, seja a decisão de pronúncia


integralmente mantida, 3 remetendo-se o feito ao Egrégio
Tribunal de Justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

Comarca, data.

_______________
Promotor de Justiça
1 Em Comarcas onde não há Vara Privativa do Júri, a fase de formação da culpa tramita em Vara Criminal
comum. Somente após a pronúncia transitar em julgado, remete-se o feito ao Tribunal do Júri.

2 Embora constitua praxe forense a utilização da expressão “Justiça Pública”, em verdade, ela inexiste. Quem
promove a ação penal é o Ministério Público. Quem aplica a lei ao caso concreto, realizando justiça é o Poder
Judiciário. Logo, não há “Justiça Pública”, como sinônimo de órgão acusatório.

3 O recurso em sentido estrito tem efeito regressivo, permitindo que o juiz modifique a decisão anteriormente
dada. Por cautela, a parte que oferece contrarrazões pede a manutenção do julgado e a remessa dos autos ao
Tribunal.
Contrarrazões de recurso em sentido estrito

____.ª Vara do Júri da Comarca ____.


Processo n.º ____
Recorrente: “F”
Recorrido: Ministério Público 4
Egrégio Tribunal 5

O réu “F” foi pronunciado como incurso nas penas do art. 121,
§ 2.º, II e IV, do Código Penal, porque, no dia ____, na
estrada ____, por volta das ____ horas, empurrou a vítima “G”
da ponte, com animus necandi, 6 fazendo com que caísse no
leito de um rio, desaparecendo nas águas. O acusado agiu à
traição, colhendo o ofendido por trás, bem como por motivo
fútil, consistente em desavença de menor importância,
resultado de briga anterior por torcida de time de futebol.
A decisão de pronúncia deve ser integralmente mantida. 7
Argumenta o recorrente que a materialidade não se encontra
evidenciada, tendo em vista que o cadáver da vítima, por não
ter sido localizado, deixou de ser submetido ao exame
necroscópico. Cuidando-se de infração penal que deixa
vestígio, seria a prova pericial indispensável, nos termos do
art. 158 do Código de Processo Penal.
Entretanto, olvidou-se nessa colocação o disposto no art. 167
do mesmo Código, no sentido de que “não sendo possível o
exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta”. É
esse exatamente o caso dos autos.
O acusado empurrou a vítima da Ponte ____, que passa sobre o
Rio ____, de águas profundas e agitadas, golpeando-o por
trás. Caindo, praticamente desacordada, não teria
oportunidade de nadar e, por questão de lógica, morreu
afogada ou em virtude do traumatismo provocado pela agressão
ou mesmo pela queda. A cena foi vista e retratada fielmente
nos autos, durante a instrução, pelas testemunhas ____ e ____
(fls. ____ e ____).
Logo, se o exame de corpo de delito não foi realizado, tal
situação decorreu exclusivamente por culpa do próprio réu,
que, com sua conduta, permitiu o desaparecimento do cadáver.
Convém ressaltar que o corpo de delito – prova da existência
do crime – faz-se de duas maneiras: direta ou indiretamente.
No primeiro caso, trata-se do exame pericial, neste caso,
como já mencionado, impossível pela não localização do corpo
da vítima. No segundo, realiza-se por prova testemunhal, que,
sem dúvida, supriu-lhe a falta. 8
Houve intensa atividade de busca, realizada por várias
autoridades e populares, tendo sido completamente inútil, o
que somente demonstra ter, realmente, falecido a vítima,
perdendo-se o cadáver na corredeira.
Quanto à autoria, como bem demonstrou o recorrente, não há
dúvida. Ele foi o autor da agressão que levou à queda e, na
sequência, à morte do ofendido.
Sua alegação acerca da legítima defesa é infundada. A
testemunha de defesa mencionada no seu recurso (fls. ____) é
sua amiga pessoal, não merecedora, pois, de credibilidade. Ao
contrário, as testemunhas arroladas pela acusação bem
demonstraram que o réu não gostava da vítima há muito tempo
e, no dia dos fatos, pelo fútil motivo de terem discutido por
conta de times de futebol, deliberou matá-lo, empurrando-o da
ponte referida. Não esperava, por certo, ser visto, o que o
fez criar a situação de legítima defesa, em verdade
inexistente.
Ainda que assim não fosse, cabe ao Tribunal do Júri, juiz
natural da causa, a deliberação a respeito da excludente
invocada, pois não está ela nitidamente demonstrada nesta
fase processual. 9
Finalmente, requer-se a mantença das qualificadoras imputadas
na denúncia e acolhidas pela decisão recorrida.
A futilidade é patente, na medida em que o recorrente agrediu
a vítima única e tão somente por banal discussão anterior,
relativa a qual seria o melhor time de futebol da região. A
discrepância entre o resultado produzido – morte do ofendido
– e o móvel propulsor da ação do réu é evidente,
caracterizando o motivo fútil. 10
A traição evidencia-se pela surpresa com que foi a vítima
atacada, não tendo a menor chance de se defender, como
narraram as testemunhas já mencionadas.
Ante o exposto, espera o Ministério Público seja negado
provimento ao recurso, mantendo-se, integralmente, a sentença
de pronúncia.

Comarca, data.
_______________
Promotor de Justiça
4 Embora constitua praxe forense a utilização da expressão “Justiça Pública”, em verdade, ela inexiste. Quem
promove a ação penal é o Ministério Público. Quem aplica a lei ao caso concreto, realizando justiça é o Poder
Judiciário. Logo, não há “Justiça Pública”, como sinônimo de órgão acusatório.

5 Há quem insira, também, “Colenda Câmara” e “Douta Procuradoria de Justiça”. Trata-se de uma questão de
estilo.

6 Animus necandi significa “vontade de matar”.

7 A parte interessada em manter a decisão recorrida deve rebater, ponto por ponto, os argumentos levantados
pela parte recorrente. Assim procedendo, propiciará ao Tribunal uma melhor visão do caso, buscando convencê-
lo do acerto da sentença de pronúncia.

8 Sobre a formação do corpo de delito direto e indireto, ver as notas 1 a 4 ao art. 158 do nosso Código de
Processo Penal comentado.

9 O argumento levantado, em tese, é correto. Somente se exclui da apreciação do Tribunal do Júri os crimes
dolosos contra a vida cujas excludentes invocadas (de ilicitude ou culpabilidade) fiquem, sem sombra de dúvida,
provadas durante a instrução.

10 Pode o recorrido mencionar, para fortalecer seus argumentos, doutrina e jurisprudência contrárias às
expostas pelo recorrente.

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