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“Discernimento” a Serviço da Pena:

a Menoridade no Sistema Penal


Brasileiro do Século XIX a Partir
de um Caso Concreto
Otávio Augusto Ganzert Weinhardt1
História do Direito

Su m á r io

1. Introdução; 2. Da Infância ao Cárcere; 2.1. A morte; 2.2. A família;


3. As Decisões E Seus Atores; 3.1. O Menor no Código Imperial; 3.2. O
Redator; 3.3. Dr. Queiroz; 3.4. Dr. Moura; 3.5. A Relação; 4. Conclusão;
5. Referências.

R esu m o

O trabalho proposto aborda o tratamento penal destinado ao


menor no Brasil no final do século XIX. Todavia, corno escolha meto­
dológica, parte de um caso concreto como chave hermenêutica. Esse
caso é reconstruído através de diversas fontes do período e interpretado
conforme o sistema jurídico de então, além da produção atual que tan-
gencia o tema. Com base nele, permitem-se apontamentos sobre como
o ordenamento jurídico-penal costumava funcionar no Brasil Imperial,
sem esquecer, todavia, das especificidades especialmente de tempo e lo­
cal. Assim, busca-se compreender melhor o funcionamento da Justiça
naquele período, desvendando certas noções do senso-comum e forne­
cendo bases para um olhar crítico sobre o passado.

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258 | OTÁVIO AUGUSTO GANZERT WEINHARDT

Palavras -chave

Código Criminal; Menoridade; Justiça Penal; Jurisprudência;


Processo Criminal.

i. Introdução
Com o advento da chamada Escola dos Annales, no final da déca­
da de 1920, há uma grande reviravolta no modo de se fazer história. Em
especial, há um aumento das fontes admitidas por esses novos historia­
dores, maior diversidade temática e um rompimento com a obrigação
de contar apenas a história política, a história dos “grandes”2.
A partir de então tornou-se possível narrar não apenas a história
de D. Pedro II, mas também a de Joaquim. E é justamente história de um
Joaquim qualquer que será escrita adiante.
O que se busca aqui é compreender melhor o sistema penal bra­
sileiro no final do século XIX sob a luz de um caso específico. Trata-se
de um menor que foi acusado de assassinar seu irmão e, por isso, preso
e julgado.
Para tanto, as informações inicialmente obtidas a partir de uma Re­
vista Jurídica foram “quebradas” em fragmentos diversos, cada um deles
esquadrinhados a fim de que se obtivesse o máximo de informações possí­
veis. Em seguida, foram novamente reunidas, como em um quebra-cabeça
de mil peças, organizadas cautelosamente para formarem uma imagem.
Decorrido mais de um século, nem todas as peças foram encontradas.
Todavia, através das pistas, dos indícios encontrados, tornou-se
possível não apenas contar uma história, mas fazer apontamentos per­
tinentes acerca de um período, tecendo uma rede de ligações entre o
singular e o universal3. Adota-se aqui a lição de Jacques Revel, segun
do o.qual “a redução da escala é um procedimento analítico, que pode

2 FONSUCA, Ricardo Mim elo. Inlrodm, .10 Ii iiiu , u I li .loriu d o I t h r i l o ( !urit ihn
Juruá, 2010, p. 77.
3 HÍKIilItA, l.uls 1'mmiiilu \ ■in iiliii i<I.i<I< ■I>i iiulliun )m Idlcn noi.r. \nl>h
o i oih c l t n c '.o|)| i m r l i nli i In I * M I'. M \ II h ,i 11 Io M,n i cio (m ^ ) No v a hi st óri a
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ser aplicado em qualquer lugar, independentemente das dimensões <h>
objeto analisado”4. O que se pretende, entretanto, é uma redução sem
reducionismos, permitindo olhares sobre temas como a justiça criminal
do Império, a proteção do menor e o papel do Judiciário.

2. Da Infância A o C árcere

2.1 A M ORTE

Naquela noite, Simeão pediu à mãe que lhe deixasse punir o irmão
Joaquim por algum motivo que a história não conta. Ela disse que não,
mas, ainda assim, Simeão foi atrás de Joaquim para bater nele com um
chicote de couro. Pouco tempo depois,o menino Joaquim foi correndo
em direção à mãe, pedindo ajuda. Simeão vinha logo atrás, agredindo-o.
Após alguns passos, porém, caiu - e ali ficou.
A mãe Bertholina, desesperada, procurou socorro entre o pessoal
da fazenda. Em uma narrativa confusa, pede ao Tenente Severiano que
salvasse Simeão, ao mesmo tempo que lhe entregava Joaquim. Mas já
era tarde. Simeão estava morto.
Diante desse caso peculiar, Joaquim, com cerca de 13 anos à épo­
ca dos fatos, foi acusado pela morte do irmão, preso em flagrante, en­
quadrado no Art. 193 do Código Criminal5 e levado a Juri6.

2 .2 A FAMÍLIA

Segundo o Vigário Marcelino Nunes Ferreira, Joaquim Gonçalves


de Moura nasceu em junho de 1872, sendo batizado por ele em 10 de

4 LEVI, Giovanni. Sobre a micro-história. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da


história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da UNESP, 1992, p. 137.
5 BRASIL Código Criminal do Império do Brazil, Art. 193. Se o homicídio não
tiver sido investido d.r. irleridas circumstancias aggravantes.
Penas de |),ali". pi i pelua . no gi ao máximo: tle prisão com t rabalho por doze an
nos no niédii 1.1 poi mi no mínimo,
o GAZETA IUIUIHI '• I di. ao Ti de IHHfi, p. 493 I9M

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2G0 | OTÁVIO AUGUSTO GANZERT WEIUHARDT

outubro daquele ano. Sobre sua mãe, Bertholina Maria da Conceição,


quase nada se sabe. Os autos trazidos pela Gazeta Jurídica fazem ques­
tão de enfatizar apenas um elemento: era parda. Dos padrinhos também
só se tem os nomes: Francisco Vaz Moura e Maria Siqueira.
Contudo, mesmo a partir dessas poucas informações, é possível
extrair alguns indícios sobre quem era Joaquim: filho de mulata, criado
em uma fazenda, sem pai. Bertholina era livre; do contrário constaria
nos autos. Outra prova disso é que, fosse ela escrava, Joaquim seria des­
crito nos autos como ingênuo, ou seja, filho livre de mulher escrava7'8,
já que nasceu após a conhecida Lei 2.040 de 28 de Setembro de 1871 (Lei
do Ventre Livre)9.
Evidente que ser filho de mulher parda, livre ou não, representava
um forte estigma10. Isso tanto é visível que, do contrário, não haveria
motivos para deixar claro nos autos a origem étnico racial do menino.
Ainda, criado em meio rural, na fazenda de algum senhor, é inegável
que ele, o irmão morto e a mãe estivessem submetidos condições de
vida muito duras.
É possível, portanto, assumir que Joaquim foi exposto precoce­
mente às agruras da vida adulta. Nesse contexto, o menor já não era

7 TEIXEIRA, H. M. Os filhos das escravas: crianças cativas e ingênuas nas pro prie-
dades de Jylariana (1850-1888). Cadernos de História,vol. 11, n. 15, p. 58-93,1 ago.
2011. Pg. 59.
8 As peças do período demonstram que sempre se assinalava quando a pessoa era
escrava e quando a criança era ingênua, logo no cabeçalho. Para citar apenas um
exemplo, em um Inquérito Policial de 1885 na Província do Paraná, descreve-se o
acusado como “Domingos, ingênuo filho de Rachel, escrava de Francisco Ferreira de
Lima” (Arquivo Público Municipal Casa da Memória [Lapa-PR], Cx. 32).
9 BRASIL. Lei 28 de setembro de 1871. Apesar de sua grande importância na dis
cussão acerca do abolucionismo, não representou profundas modificações práti
cas, pois senhor poderia manter o ingênuo em sua propriedade e, portanto, a seu
serviço até a idade de vinte e um anos (AZEVHIX), Célia M. M. Onda Negra,
Medo Branco: O negro no imaginário das elile:. no ••<•<ulo XIX. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1987, p. 182).
10 Como bem destaca Célia Maria Azevedo, em que | o liu.il do XIX seja um
momento em que já esi:;ta unia "lula >oiitl a a ■11\ is.io i a< lal" ■ "deli .,i da igualdade
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"DISCERNIMI NTd" A XIIIVIÇII llfl PI NA | /III

mais um adulto em “escala reduzida”11, mas ainda não haviam distin


ções claras entre categorias como infância, adolescência e juventude12,
especialmente no campo, no interior mineiro, no trabalho a serviço do
dono das terras. Joaquim teve sua menoridade negada - primeiro pela
vida, depois pelo Direito.

3. A s D ecisões E Seus Atores

3.1 O M enor N o C ódigo Imperial

Vigia à epoca, como lei material, o Código Criminal de 1830, o


qual foi concebido segundo princípios liberais13 e utilitaristas euro­
peus14. Esse Código era instrumentalizado pelo Código de Processo
Criminal de 1832. Contudo, desde a promulgação de ambos até 1885, é
evidente que houve um processo de consolidação dessas normas penais
e processuais, através de reformas e criações jurisprudenciais.
Com relação ao conceito de minoridade (que não pode se con­
fundir com a atual noção de menoridade), 0 ordenamento estabelecia
algumas gradações. A primeira, feita pela jurisprudência, aos sete anos.
Definia-se que, abaixo dessa idade, não haveria qualquer imputação pe­
nal15. O próximo marco vinha aos catorze anos, e será melhor escla­

11 ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC,


1981, p. 39.
12 Ibid.,p. 176.
13 Existe ampla discussão acerca do termo “liberal” para designar o Código Criminal
de 1830, considerando seu viés autoritário em diversos momentos, especialmente
no que tange aos escravos e também à manutenção da pena de morte. Todavia, é
necessário considerar o Código no momento histórico em que ele se insere, seu
caráter de ruptura em face das Ordenações Filipinas e a mentalidade da época,
sendo anacrônico analisá-lo com base na concepção atual de liberalismo (ROCHA
JÚNIOR., I A. R. M. Recursos no Supremo Tribunal de Justiça do Império: O
Liberalismo Renal de I84I a 1871. Curitiba: Juruá, 2013, p. 160 163).
14 S!.(IRRITARIA I>A «li II l'lIRA R. 1)0 ESPORTE. História do Poder Judiciário no
Earmiá * uilllbn ludiiilt ia <luilii a Serena, 1982, p. 20.
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julgai 11111 | i l <m i i ■ 11111 n | mnealblli. avin iU H au n e u o poi pei lllIIll a Ioga de lllll

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262 | OTÁVIO AUGUSTO GANZERT WEIMHflRDT

recido adiante. Entre catorze e dezessete anos, as penas poderíam ser


bastante reduzidas, equiparando-se às da cumplicidade, e, entre dezoito
e vinte e um anos, atenuadas16.
Para compreensão do caso em análise, é indispensável a leitura
do Art. 10, do Código Criminal, segundo o qual não seriam julgados
criminosos “os menores de quatorze annos”17. Todavia, o diploma dis­
punha em seguida que “se se provar que os menores de quatorze annos,
que tiverem commettido crimes, obraram com discernimento, deverão
ser recolhidos às casas de correção”18.
É justamente entre esses dois artigos que balançava o destino
do menor Joaquim. Na sentença de primeiro grau, o Dr. Joaquim Ber-
nardino Pereira de Queiroz reconhece a força do Artigo 10 do Código
Criminal e destaca que, “não se tendo provado que o Réo commeteu o
crime obrando com discernimento”19, não caberia aplicação do Arti
go 13. Em seguida, porém, o Juiz de Direito Antônio Carlos Monteiro
de Moura revogou essa sentença, mantendo a possibilidade de impu-
tação do réu. Tal decisão foi reexaminada e mantida pelo Tribunal da
Relação.

3.2 O Redator

A Gazeta Jurídica era um renomado periódico da época, sediada


no Rio de Janeiro e comandada pelo advogado Carlos Frederico Mar
ques Perdigão, membro efetivo do Instituto da Ordem dos Advogados

prisioneiro de seis anos de idade, que havia matado outra criança com uma esp
ingarda de caça (PESSÔA, Vicente A. de Paula. Código Criminal do Império do
Brazil annotado. Rio de Janeiro, 1877, p. 40).
16 BRASIL. Código Criminal do Império do Brazil, Art. IK. São circumstancias at
tenuantes dos crimes:
10. Ser o delinquente menor de vinte c um anom,
Quando o réo fôr menor de de/.nsele .mim ., e m.uoi de quatorze, poderá o Juiz,
parecendo lhe justo, impói lia ,e, peti.e. da . omplh UI.uh
17 BRASIL. ( '.ódigo Cl 1. ui na I do Impei I o dn lli i/ll \ 11 I I I . I
18 BRASIL C ódigo t 11111111.11cl■ >11111<■ 1111 d 1> 11111 / 11 \ 11 I I
| ‘l ( ; A / 1 I A 111U11 >|< A I du. I" d, 1 mm. . |. CM,

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"DISCERNIMENTO" A SERVIÇO IIA PENA | Xllll

Brazileiros20. Essa revista mensal costumava trazer trechos de casos re­


levantes, acompanhados sempre por um comentário do seu redator.
Em diversos momentos, tais comentários continham forte tom
de crítica ao ordenamento e aos magistrados. Conforme o advogado,
os Tribunais eram apáticos e lhes faltava “amor do trabalho e o estudo”.
Dizia, ainda, que “qualquer nação culta não se acreditará que vivamos
judiciariamente assim”21
No que tange ao caso em questão, o autor foi suscinto, mas inci­
sivo. Declarou, diante da decisão do Tribunal, que “bate horror sobre
horror no pensamento”, citando Bocage, e definiu-a como “monstruo-
sissima”. Afirmou, ainda, ter tomado conhecimento de que sua revis­
ta era proibida de circular naquela Relação e que, falar dela para seus
membros era como mencionar um demônio. O autor atribui essa anti­
patia ao desconforto que as verdades do periódico poderiam trazer22.
Perdigão prefere evitar longos comentários sobre o caso de Joa­
quim, deixando uma série de recomendações sobre o tema. Mencio­
na diversos dispositivos legais, abordados ao longo de todo esse artigo,
seu Manual do Codigo Penal e decisões jurisprudenciais, como o caso
do menor José Moitinho, filho do português José Moitinho da França.
Preso por homicício, teve pedido de Habeas Corpus concedido, pois a
Relação entendeu que o processo era nulo23.
O que Perdigão tenta demonstrar é que aquela decisão destoava
da regra. Essas fontes trazidas pelo advogado (entre várias outras) for­
necem indícios para uma tarefa essencial: situar o caso em seu contex­
to. E esse contexto sinalizava, lentamente, o reconhecimento do menor
enquanto menor, digno de uma tutela diferenciada por parte do Estado,
não somente no texto legal, mas, principalmente, nas suas interpreta­
ções e aplicações.
Além disso, mesmo quando o tipo penal estava configurado e a Lei
mandava punir, sua efetivação não era eficiente, tanto pela complexida­

20 GAZr.TA JURlDK ’.A. lidição 15 de 1877, p. 1.


21 Ibid. lídlviUi ln d.- 18/ 0 , p, 294,
Ibid, bdlipln 0. d. Imu., p 105 490.
2.1 ( < IIU IIIO M I I O \N III hdli,A<> 75 d< l8o-l, p, I . A A< T t l A I . I I >AI M l di s n<>
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de do ordenamento, muitas vezes contraditório, quanto pela morosidade


do Judiciário e pelas dificuldades técnicas em garantir o cumprimento da
pena24. Como destaca Hespanha, as leis nunca são precisamente cumpri­
das e, com frequência, sequer possuem essa intenção25. Mas, daquela vez,
a Lei - ou uma interpretação dela - fez questão de visitar o menino.

3.3 D r . Q ueiroz

O Dr. Joaquim Bernardino não tinha formação jurídica; era mé­


dico26. Tornou-se íntimo da justiça atuando como perito27. Posterior­
mente, é nomeado suplente de Juiz Municipal para o termo do Serro28,
sendo que, a partir de julho de 1885 ocupou o cargo de Juiz Municipal
interinamente, por conta da remoção do Juiz titular daquele termo29.
Permaneceu no cargo até novembro daquele ano, quando Edgardo Car­
los da Cunha Pereira assumiu a função30.
Ainda que não possuísse formação jurídica, o juiz interino adotou
uma concepção vanguardista31, interpretando o Artigo 13 de forma a
beneficiar o réu com a dúvida. Ou seja, se não havia prova do discerni­
mento na ação, o réu deveria ser considerado inocente32.

24 HESPANHA, Antônio Manuel. Da “iustitia” à “disciplina”: textos, poder e política


penal no antigo regime. In: HESPANHA, Antônio Manuel (Org.). Justiça e liti-
giosidade: história e prospectiva. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993,
p. 287-379, p 298.
25 Ibid., p. 290
26 LIBERAL MINEIRO. Edição 57 de 1886, p. 4. e GAZETA JURÍDICA. Edição 30 de
1881, p. 617.
27 A ACTUALIDADE. Edição 04 de 1880, p. 1.
28 Ibid. Edição 92 de 1880, p. 1.
29 DIÁRIO DE NOTICIAS. Edição 54 de 1885, p. 2.
30 Ibid. Edição 184 de 1885, p. 2.
31 Outros indícios sugerem que Dr. Joaquim, enquanto jui'/ suplente mais tarde,
interino, atuava de forma bastante gai anl isla. Em 16 de maio de 1880, ele possibili
tou a alforria de 24 csi ravos que, li.í mais de quatro ,mn\ i speiavum pela liberdade
(O APÓSTOLO. I .diçao 71 de IH80,|> .’).
32 Essa. ItUllisive, paiei e sei .1 llllel pieia. an lllal adequada adotada liequeiileiiientr lio
peilodo Ao dei laiai que m m piorai qiii o uieiioli . de quatoi/i aiillie. | | oblaialll
t <ii11 <11’.e111111ii’11111. Ili o i \ ideiit• a leII111o qm 0111111 da pinva liu llinlu .1 ai usai an
B H W H U r a f t nu uns
"DISCERNIMENTO" A SERVIÇO DA PENA | 265

Com relação ao chamado discernimento, compete fazer um pe­


queno parênteses: tal teoria encontrou forte resistência entre os juristas,
especialmente Tobias Barretto. Ao tratar dos menores em consagrada
obra, lamenta a adoção do critério “discernimento” para culpabilizar o
menor de 14 anos:

É, porém , para se lastim ar que, aproveitando-se da doutrina do


art. 66 e seguintes do C ode Pénal [Código Penal francês de 1816],
o nosso legislador tivesse, no art. 13, consagrado a singular
theoria do discernim ento, que póde abrir cam inho a m uito abuso
e d ar lugar a m ais de um espetáculo doloroso33.

Barretto entende que é muito arriscado possibilitar ao julgador


decidir quando houve ou não houve discernimento. Além disso, con­
sidera preferível deixar um menor que agiu com discernimento solto
do que prendê-lo com base na suposta consciência de sua conduta34.
O autor ainda destaca que essa discricionaridade dava margem à cri-
minalização do pobre em detrimento do rico. Para ele “um rapaz de
quinze annos, que já conhece todos os encantos da vida parisiense”
será, com maior probabilidade, inocentado, enquanto que “um pobre
matutinho da mesma idade, cujo maior gráo de educação consiste em
estender a mão e pedir a benção a todos os mais velhos”, caso come­
ta algum delito, “obre ou não com discernimento, será julgado como
criminoso”35.
Embora, num primeiro momento, tenha sido inocentado, o caso
de Joaquim demonstra, justamente, tais perigos.

3.4 D r. M oura

O bacharel Antonio Carlos Monteiro de Moura foi uma figura


controversa. Quando veio transferido de Marianna e tornou-se Juiz de

33 MENEZES, Tobias Barretto de. Menores e Loucos. Sergipe: 1926, p. 14. Obra dig
ilalizada disponível em: http://www.stf.jus.br/bibliotecadigital/DominioP11bli
co/146962/pdl/1 lOOo,’ pdl Acesso em: 03 abr. 2016.
M Ib id .. p . H Io
U Ibid,, p 17,

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266 | DTÁVIO AUGUSTO GANZERT WEINHARDT

Direito na Comarca do Serro, recebeu uma enxurrada de críticas. Um


grupo que assinou como “Os Serranos” assinala o magistrado como
“principal causador dos males e atrazo do Serro”36. Cândido Cerqueira,
deputado da região37, que o definiu como alguém de “tetrica memória”,
o acusou de adotar “uma hermenêutica sui generis” para beneficiar seus
aliados políticos38.
Mais importante, porém, é destacar que Moura decidia de for­
ma extremamanete rigorosa nos casos em que o acusado era mulato
ou negro, quanto mais se escravo39. O mesmo rigor não se verificava
com brancos, livres, donos de esravos40. Além disso, suas decisões eram
frequentemente reformadas pelo Tribunal da Relação; em alguns mo­
mentos, sob duras críticas41.
No caso de Joaquim, ele decidiu anular a sentença do Dr. Queiroz,
a qual inocentava o menino. E aqui torna-se necessário esclarer quem
eram esses dois juizes no sistema vigente.
Antonio Carlos Monteiro de Moura era Juiz de Direito, sendo no­
meado pelo Imperador e revestido de vitalicidade. Havia de ser, obriga­

36 GAZETA DE NOTÍCIAS. Edição 197 de 1881, p. 3.


37 JORNAIS DE OURO PRETO. Edição 362 de 1886,p. 4.
38 Ibid. Edição 336 de 1886, p. 2.
39 Em 1877, no caso do escravo Theophilo, acusado de uma agressão leve e outra
mais grave, Moura o condenou no grau máximo de ambas as penas, mesmo hav­
endo atenuantes, convertendo a prisão em 300 açoites e na obrigação de usar um
gancho de ferro no pescoço por seis meses. A sentença foi reformada e reduzida
para 150 açoites e dois meses com o gancho no pescoço (GAZETA JURÍDICA.
Edição 27 de 1880, p. 155-161).
40 Em 1885, foram levados a Juri Joaquim Pinto do Amaral, Brigida Christina da
Costa e José (escravo de Joaquim). Brigida deu ordens para que José matasse Car
los Gabriel sob promessa de alforria. O escravo deu duas pancadas nele com um
pedaço de madeira. Joaquim consumou o crime com uma faca. Brigida, a m an­
dante do crime, foi condenada a quatro anos de prisão com trabalho. Joaquim,
que consumou o crime, a seis anos de prisão com trabalho. E José, escravo que
deu a paulada, a vinte anos de galés. Por uma sei ie de vf ms, o jm i loj anulado e
marcou-se outra sessão (GAZETA JURÍDICA. Edição V> de I 886,p 190 495).
41 “A Lei eleitoral e seu Regulamento mio eslabcleiem mml!Imole rsprc ie de rei ui
so, porém o Juiz de Direilo, Itm liarei Anlonio ( ai los Moolelro de Morna, que
lliio pode igllOlai a I.ei, o admillln, pelo que |u lol ailv rlldu em otlllo tei urso"
(A< :<>1(1 >A< > DA Kl I AI,:Ai) I >1 l>UI« > PKI l'() I >1 ,'o I >1 |A|S|I H<( > Dl- IHHo
( ia/ela llll llllcii Edição 0 I de (HM p "i I)

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W h i m e n t o " A S E n v p IIA 1'INA I 211/

toriamente, bacharel em Direito. Sua atuação se dava em todo o territó­


rio de uma Comarca.
Joaquim Bernardino Pereira de Queiroz, por sua vez, era Juiz Mu­
nicipal. Ele era responsável por um Termo (subdivisão da Comarca) e
sua nomeação se dava pelo Governo da Província. Não precisava ser
bacharel em Direito42.
Vigia na jurisprudência o entendimento de que o Juiz Municipal
era incompetente para julgar em definitivo crime praticado por me­
nor43. Desse modo, a decisão do Dr. Joaquim necessitava ser revista
pelo Juiz de Direito. E, ainda, obedecendo ao Art. 20 da Lei 2.033 de
20 de setembro de 1871, reforçada pelo Art. 84 do Regimento 4824 de
22 de novembro de 1871, a nova decisão, tomada por Moura, teria que
ser confirmada pela instância superior44/45. Tratava-se de um instituto
chamado apelação necessária ou ex-officio46.

3.5 A Relação

Os Tribunais da Relação eram responsáveis por receber os recursos


do primeiro grau, sendo análogos aos atuais Tribunais de Justiça - TJs.
A Relação de Minas, com sede em Ouro Preto, foi criada pelo Decreto

42 SECRETARIA DA CULTURA E DO ESPORTE. História do Poder Judiciário no


Paraná. Curitiba: Indústria Gráfica Serena, 1982, p. 34.
43 Appelação Crime n° 71 de 11 de junho de 1875 (TINÔCO, Antonio Luiz Ferrei­
ra. Código Criminal do Império do Brazil annottado. Rio de Janeiro: 1886, p.
34. Obra digitalizada disponível em em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/
id/49620354>. Acesso em: 04 abr. 2016).
44 BRASIL. Lei 2033 de 20 de setembro de 187, Art. 20. Os casos de que trata o art.
10 do Codigo Criminal são do conhecimento e decisão do Juiz formador da culpa,
com appellação ex-officiopara a Relação, quando a decisão fôr definitiva.
45 BRASIL. Reg. 4824, de 22 de novembro de 1871, Art. 84. Os casos de que trata o
art. 10 do Codigo Criminal, são do conhecimento e decisão do Juiz formador da
culpa, com appellação ex-officio para a Relação, quando a decisão fôr definitiva.
E’ decisão definitiva a que julgar improcedente o procedimento, por estar 0 réo
incluído em qualqtiei das especies do citado art. 10, ou seja cila proferida immedi
alamrnle pelie. |u u .■•. de I Mrelto das comarcas especiaes ou pelos Juizes de 1Jireilo
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Imperial n° 2.342 de 06 de agosto de 1873. Inicialmente, contava com sete


desembargadores47, posição de imenso prestígio na sociedade de então48.
Em 20 de abril de 1886, os Desembargadores Belém, Alves de Brito,
Camargo e Silva Guimarães, confirmam a decisão que condenava Joa­
quim. No entendimento deles, “não se chega á evidencia de ter o Appella-
do commettido sem discernimento o facto criminoso de que é accusado
para lhe poder aproveitar a escusa do Art. 10, § I o, do citado Codigo”49.
Com base nisso, “mandam que, lançado seu nome no rói dos culpados,
sigam os termos regulares da accusação e julgamento perante o Jury”50.
Desse modo, estava superada a questão do discernimento. O que
a Corte declarou, na prática, é que não havia mais obstáculos, naquele
caso, à imputação do réu. O processo poderia voltar ao Termo de ori­
gem, ser submetido ao Juri51, para responder os quesitos propostos52,
permitindo ao magistrado definir a pena.

4. C onclusão

As fontes não permitiram saber o que houve depois. Francisco


Queiroz voltou a ser médico53, o Juiz Antônio Carlos teve um derrame
e morreu no outono de 188754, Perdigão continuou publicando sua Ga­
zeta55. Já o que decidiram sobre Joaquim, não foi possível responder.

47 TJMG. Histórico do TJMC. Disponível em: <http://ftp.tjmg.jus.br/institucional/


historico.html> . Acesso em: 13 abr. 2016.
48 ROCHA IÜNIOR., F. A. R. M. Recursos no Supremo Tribunal de Justiça do
Império: O Liberalismo Penal de 1841 a 1871. Curitiba: Juruá, 2013, p. 113.
49 GAZETA JURÍDICA. Edição 35 de 1886, p. 498.
50 Id.
51 O funcionamento do Juri estava definido, principalmente, pelo Código de Proces­
so Criminal (Lei de 29 de novembro de 1832), artigos 23 e seguintes e pelo Regu­
lamento 120 de 31 de dezembro de 1842, artigos >23 <• seguintes.
52 Ao Juri era dado responder uma série de quesito-;, entre eles se o réu obrou ou não
com discernimento, por força do A r t ig o 03 da I • i n" '(0 de 03 de dezembro de 1842.
53 LIBERAL MINEIRO. Edição 57 de I HHn. p I
54 A UNIÃO. Edição 99 de IHM7. |> I
55 A lllt itllíl e d lç íto da t ía /el a |lu I- l í ‘ a i|U ' | MI•I • l«»- ilt/ a i li it a 1 ■liç ào t . d e ju n h o de
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"DISCERNIMENTO" A SERVIÇO DA PENA | 269

O fim dessa história ainda pode existir em alguma estante de um


Arquivo mineiro. As folhas amarelas e rotas podem estar em algum lu­
gar, esperando para serem redescobertas. Todavia, o que foi alcançado
até aqui já permite algumas conclusões.
É possível notar que havia uma estrutura jurídica sistematizada,
bacharelesca, burocática56, mais próxima do que se imagina do modelo
atual. As fontes da época contrariam a visão do senso-comum de um
período tosco, primitivo, que se presta a reforçar a ideia de que estamos
cada vez mais evoluídos, avançados com relação ao passado. O siste­
ma tinha as dificuldades próprias da época, evidentemente, mas não era
simplório como geralmente se pensa.
Pode-se notar, ainda que acidentalmente, o papel central do ba­
charel no cenário político e social da época. Isso é bem destacado na
obra de Gilberto Freyre57, mas, sobretudo, nas diversas notícias de jor­
nais, onde o jurista é destacado não apenas pelo seu papel como tal, mas
é um elemento central na vida social e, especialmente, política. Mesmo
os magistrados estavam intimamente (e abertamente) ligados ao jogo
político de então.
Ressalta-se, ainda, a “primazia” do pobre, de pele escura, no ban­
co dos réus. Aqui fala-se principalmente de Joaquim, mas os joaquins
eram muitos e quando se fala de um, fala-se de vários. E o que marca
claramente essa realidade (além dos processos, decisões, notícias) é a
leitura de Tobias Barretto, ao assinalar a diferença de tratamento entre
ricos e pobres, reforçadas por espaços na legislação (como a noção de
discernimento) que permitiam aumentar ainda mais a distância entre
ambos.
Não se trata de fazer uma história de contradições binárias entre
senhores e escravos, ricos e pobres, opressores e oprimidos. Vê-se, por
outro lado, que quando um crime era levado à Justiça, era decidido com
base em ritos, leis e costumes bem delineados; sujeitos, obviamente, a
ideologias e interpretações, já que o Direito não é uma ciência exata. E
essas interpretações, com frequência, reforçam estigmas e preconceitos.
A prestação jurisdii ional não era, entretanto, uma barbárie.

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A noção de menor, por sua vez, vinha se complexificando desde


a elaboração do Código, cujas lacunas foram, aos poucos, ocupadas por
regras posteriores, decisões e interpretações. Isso não significa necessa
riamente que o menor estava mais protegido, melhor tutelado, embora,
em tese, estivessem ocorrendo avanços típicos do próprio liberalismo
do período. Inegável, porém, é que o menor deixa de ser totalmente
ignorado e os olhares do Direito, aos poucos, passam a contemplá-lo.
Convém, por último, refletir sobre as mudanças ocorridas ao lon­
go da história, não só no aspecto jurídico, mas também cultural, polí­
tico, social. Nas mudanças de concepção acerca do menor, do negro,
do pobre. Mas, convém, sobretudo, refletir sobre as permanências exis­
tentes nesses mesmos aspectos, com base nos quais o passado projeta
desafios imensos sobre o jurista de hoje.

5. Referências

FONTES PRIMÁRIAS

Jornais
A ACTUALIDADE. Edição 04 de 1880.

A ACTUALIDADE. Edição 664 de 1864.


A UNIÃO. Edição 99 de 1887.
CORREIO MERCANTIL. Edição 75 de 1864.

DIÁRIO DE NOTÍCIAS. Edição 54 de 1885.


DIÁRIO DE NOTÍCIAS. Edição 184 de 1885.
GAZETA DE NOTÍCIAS. Edição 197 de 1881.

GAZETA JURÍDICA. Edição 03 de 1887.


GAZETA JURÍDICA. Edição 10 de 1876.
G AZE IA JU RÍD IC A. Edição 15 de IH77

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"DISCERNIlVIEnTO" A SERVIÇO DA PENA | 271

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GAZETA JURÍDICA. Edição 35 de 1886.

GAZETA JURÍDICA. Edição 37 de 1887.


JORNAIS DE OURO PRETO. Edição 362 de 1886.

LIBERAL MINEIRO. Edição 57 de 1886.

O APÓSTOLO. Edição 71 de 1880.

Legislação
BRASIL. Lei de 16 de dezembro de 1830 (Código Criminal do Império do Brazil).

BRASIL. Lei de 29 de novembro de 1832 (Código de Processo Criminal do


Império do Brazil).
BRASIL. Regulamento 120 de 31 de janeiro de 1842

BRASIL. Lei n° 261 de 03 de dezembro de 1842.

BRASIL. Lei 2033 de 20 de setembro de 1871.

BRASIL. Lei 28 de setembro de 1871.


BRASIL. Regulamento 4824, de 22 de novembro de 1871.

Obras doutrinárias
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PESSÔA, Vicente A. de Paula. Código Criminal do Império do Brazil anno-
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annottado. Rio de Janeiro: 1886, p. 34. Obra digitalizada disponível em em:
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