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258 | OTÁVIO AUGUSTO GANZERT WEINHARDT
Palavras -chave
i. Introdução
Com o advento da chamada Escola dos Annales, no final da déca
da de 1920, há uma grande reviravolta no modo de se fazer história. Em
especial, há um aumento das fontes admitidas por esses novos historia
dores, maior diversidade temática e um rompimento com a obrigação
de contar apenas a história política, a história dos “grandes”2.
A partir de então tornou-se possível narrar não apenas a história
de D. Pedro II, mas também a de Joaquim. E é justamente história de um
Joaquim qualquer que será escrita adiante.
O que se busca aqui é compreender melhor o sistema penal bra
sileiro no final do século XIX sob a luz de um caso específico. Trata-se
de um menor que foi acusado de assassinar seu irmão e, por isso, preso
e julgado.
Para tanto, as informações inicialmente obtidas a partir de uma Re
vista Jurídica foram “quebradas” em fragmentos diversos, cada um deles
esquadrinhados a fim de que se obtivesse o máximo de informações possí
veis. Em seguida, foram novamente reunidas, como em um quebra-cabeça
de mil peças, organizadas cautelosamente para formarem uma imagem.
Decorrido mais de um século, nem todas as peças foram encontradas.
Todavia, através das pistas, dos indícios encontrados, tornou-se
possível não apenas contar uma história, mas fazer apontamentos per
tinentes acerca de um período, tecendo uma rede de ligações entre o
singular e o universal3. Adota-se aqui a lição de Jacques Revel, segun
do o.qual “a redução da escala é um procedimento analítico, que pode
2 FONSUCA, Ricardo Mim elo. Inlrodm, .10 Ii iiiu , u I li .loriu d o I t h r i l o ( !urit ihn
Juruá, 2010, p. 77.
3 HÍKIilItA, l.uls 1'mmiiilu \ ■in iiliii i<I.i<I< ■I>i iiulliun )m Idlcn noi.r. \nl>h
o i oih c l t n c '.o|)| i m r l i nli i In I * M I'. M \ II h ,i 11 Io M,n i cio (m ^ ) No v a hi st óri a
h n o d l d i n d o ( l i t cl l o li 11 iiiih 111a i ui- mi i i 111II11>0 |iiiii,i |()|,l. ,|i II
2. Da Infância A o C árcere
2.1 A M ORTE
Naquela noite, Simeão pediu à mãe que lhe deixasse punir o irmão
Joaquim por algum motivo que a história não conta. Ela disse que não,
mas, ainda assim, Simeão foi atrás de Joaquim para bater nele com um
chicote de couro. Pouco tempo depois,o menino Joaquim foi correndo
em direção à mãe, pedindo ajuda. Simeão vinha logo atrás, agredindo-o.
Após alguns passos, porém, caiu - e ali ficou.
A mãe Bertholina, desesperada, procurou socorro entre o pessoal
da fazenda. Em uma narrativa confusa, pede ao Tenente Severiano que
salvasse Simeão, ao mesmo tempo que lhe entregava Joaquim. Mas já
era tarde. Simeão estava morto.
Diante desse caso peculiar, Joaquim, com cerca de 13 anos à épo
ca dos fatos, foi acusado pela morte do irmão, preso em flagrante, en
quadrado no Art. 193 do Código Criminal5 e levado a Juri6.
2 .2 A FAMÍLIA
I I " II Z i l | ! i / l l l l l I I . V . N l l l l l I Z l l l l l I / l i l i
2G0 | OTÁVIO AUGUSTO GANZERT WEIUHARDT
7 TEIXEIRA, H. M. Os filhos das escravas: crianças cativas e ingênuas nas pro prie-
dades de Jylariana (1850-1888). Cadernos de História,vol. 11, n. 15, p. 58-93,1 ago.
2011. Pg. 59.
8 As peças do período demonstram que sempre se assinalava quando a pessoa era
escrava e quando a criança era ingênua, logo no cabeçalho. Para citar apenas um
exemplo, em um Inquérito Policial de 1885 na Província do Paraná, descreve-se o
acusado como “Domingos, ingênuo filho de Rachel, escrava de Francisco Ferreira de
Lima” (Arquivo Público Municipal Casa da Memória [Lapa-PR], Cx. 32).
9 BRASIL. Lei 28 de setembro de 1871. Apesar de sua grande importância na dis
cussão acerca do abolucionismo, não representou profundas modificações práti
cas, pois senhor poderia manter o ingênuo em sua propriedade e, portanto, a seu
serviço até a idade de vinte e um anos (AZEVHIX), Célia M. M. Onda Negra,
Medo Branco: O negro no imaginário das elile:. no ••<•<ulo XIX. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1987, p. 182).
10 Como bem destaca Célia Maria Azevedo, em que | o liu.il do XIX seja um
momento em que já esi:;ta unia "lula >oiitl a a ■11\ is.io i a< lal" ■ "deli .,i da igualdade
jurldii a" enl Ie blaiu ir. e urgiu', ainda ■ uma aa ledai le dividida i ai lalmeille a
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i da iicle de i ada um (IbiiI ,
p. ,M 1 2<l!i)
3.2 O Redator
prisioneiro de seis anos de idade, que havia matado outra criança com uma esp
ingarda de caça (PESSÔA, Vicente A. de Paula. Código Criminal do Império do
Brazil annotado. Rio de Janeiro, 1877, p. 40).
16 BRASIL. Código Criminal do Império do Brazil, Art. IK. São circumstancias at
tenuantes dos crimes:
10. Ser o delinquente menor de vinte c um anom,
Quando o réo fôr menor de de/.nsele .mim ., e m.uoi de quatorze, poderá o Juiz,
parecendo lhe justo, impói lia ,e, peti.e. da . omplh UI.uh
17 BRASIL. ( '.ódigo Cl 1. ui na I do Impei I o dn lli i/ll \ 11 I I I . I
18 BRASIL C ódigo t 11111111.11cl■ >11111<■ 1111 d 1> 11111 / 11 \ 11 I I
| ‘l ( ; A / 1 I A 111U11 >|< A I du. I" d, 1 mm. . |. CM,
3.3 D r . Q ueiroz
3.4 D r. M oura
33 MENEZES, Tobias Barretto de. Menores e Loucos. Sergipe: 1926, p. 14. Obra dig
ilalizada disponível em: http://www.stf.jus.br/bibliotecadigital/DominioP11bli
co/146962/pdl/1 lOOo,’ pdl Acesso em: 03 abr. 2016.
M Ib id .. p . H Io
U Ibid,, p 17,
3.5 A Relação
4. C onclusão
5. Referências
FONTES PRIMÁRIAS
Jornais
A ACTUALIDADE. Edição 04 de 1880.
Legislação
BRASIL. Lei de 16 de dezembro de 1830 (Código Criminal do Império do Brazil).
Obras doutrinárias
MENEZES, Tobias Barretto de. Menores e Loucos. Sergipe: 1926, p. 14. Obra
digitalizada disponível em: <http://www.stf.jus.br/bibliotecadigital/Dominio-
Publico/146962/pdf/146962.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2016.
PESSÔA, Vicente A. de Paula. Código Criminal do Império do Brazil anno-
tado. Rio de Janeiro, 1877.
TINÔCO, Antonio Luiz Ferreira. Código Criminal do Império do Brazil
annottado. Rio de Janeiro: 1886, p. 34. Obra digitalizada disponível em em:
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/49620354>. Acesso em: 04 abr. 2016.
FONTES SECUNDÁRIAS
ARIES, 1‘lulippe. Ilislória Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro:
l , T < 1981
II" II /llllt /lllll | IV,fj lllll! /II:l|l | II|
272 | OTÁVIO AUGUSTO GANZERT WEINHflRDT
AZEVEDO, Célia Maria Marinho de. Onda Negra, Medo Branco: O negro no
imaginário das elites no século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
BURKE, Peter (org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Ed
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FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução Teórica à História do Direito. Cu
ritiba: Juruá, 2010.
FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala: introdução à história da sociedade
patriarcal brasileira. Rio de Janeiro: Record, 2002.