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Nossos estudos vão se referir bastante sobre os termos etnia e raça. Esses termos possuem
conceitos diferentes. Podemos entender que o conceito de Raça é utilizado para se referir aos
parâmetros que classificam diferentes populações a partir das características visíveis da pessoa,
como aspectos físicos, tonalidade da pele, tipo de cabelo, o formato do crânio e do rosto. A
palavra etnia é derivada do grego ethnos. O conceito de Etnia é se refere a uma comunidade com
afinidades culturais, afiliação tribal, religião, língua, tradições e nacionalidade.
As narrativas produzidas entre Séc. XVI ao XVIII, sobre o Brasil, apontam uma característica
importante para se compreender o interesse dos portugueses colonizadores. Jean de Léry (1536-
1613) relatou que os escrivães que acompanhavam as naus portuguesas não conheciam
absolutamente nada do índio e estavam interessados no Brasil como “vaca leiteira”, porque seus
perfis eram de mercadores, agentes de mercadores ou agentes da Coroa Portuguesa. Os
historiadores comprovam que essa atitude perdurou até o Séc. XIX.
As expedições portuguesas eram compostas por homens sem letras. Nas poucas
expedições francesas e alemãs havidas para o Brasil, no período colonial, sempre havia
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Em 1562 ocorre a primeira guerra dos portugueses contra os indígenas em São Vicente,
conforme relata Padre Anchieta. Em Pernambuco, desde o início, a ralação não foi pacífica, pois
“os indígenas foram militarmente derrotados pelos portugueses”. (KOSHIBA; PEREIRA, 1996, p.
25). Na Bahia, os primeiros contatos dos portugueses com os indígenas parecem ter sido pacíficos.
O dia de 22 de abril de 1500 é relatado por trocas de objetos, seguido por celebrações, como a
primeira missa, possivelmente realizada oito dias depois do desembarque. Não permaneceu
sempre assim. A guerra foi declarada contra os tupinambás e a relação amistosa foi mantida como
uma aliança com os tupiniquins. (KOSHIBA; PEREIRA, 1996).
O trabalho escravo representa historicamente o início de uma relação social de
inferiorização dos portugueses para com os indígenas.
A primeira missa no Brasil, 1861, sua obra mais celebrada. Museu Nacional de Belas Artes.
O tratamento desumano era mostrado desde o transporte, nos porões dos navios
negreiros, da África até o Brasil, amontoados, muitos morriam antes de chegar e seus corpos eram
lançados ao mar.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos
trabalhavam de sol a sol. Vestiam trapos e recebiam alimentos de qualidade ruim. As senzalas
(galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) eram os abrigos noturnos, onde ficavam
acorrentados para evitar fugas. O castigado físico mais comum eram açoites.
Não eram aceitas praticas religiosas de origem africana, ou festas e rituais africanos. A
religião católica era imposta a todos. A língua portuguesa era imposta para a comunicação.
Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar.
Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações
artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.
As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de
engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras,
arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após
adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam
tornarem-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito das sociedades acabavam
fechando as portas para estas pessoas.
O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas
nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos.
Estes eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes se sentiam em liberdade,
organizados em comunidade, grupamentos similares aos que viviam na África. Nos quilombos,
podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o
Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.
REFERÊNCIAS
LÉRY, Jean. Histoire d’un voyage fait en terre du Brésil. Paris: Hachette, [1982]. (Livret
pédagogique)
OLIVEIRA, Iolanda; GOÇALVES, Petronilha Beatriz; PINTO, Regina Pahim. Negro e Educação: escola,
identidade, cultura e políticas públicas. São Paulo: Ação Educativa/ ANPED, 2005.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006.
http://portalcapoeira.com/Publicacoes-e-Artigos/o-inico-de-palmares-a-escravizacao-do-indio
https://www.google.com.br/search?q=fotos+de+negros+escravos+vendidos&tbm=isch&tbo=u&source=uni
v&sa=X&ei=Ey0dUrGqMJLl4AP70YCgCQ&ved=0CCwQsAQ&biw=1440&bih=775