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MATERIAL DE APOIO

Disciplina:ECA
Professor:Guilherme Madeira
Aulas: 01 e 02 | Data:05/02/2016

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

PARTE GERAL INTRODUTÓRIA


1. Sistema de proteção da infância e juventude
2. Fases do tratamento jurídico conferido à criança e ao adolescente no Brasil
3. Conceitos
4. Princípios do ECA
5. Interpretação do ECA
6. Autorização para viajar
7. Vedações do ECA
8. Direito à vida e à saúde

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA

Todos os outros concursos: cai na primeira fase, basicamente letra da lei e súmulas. Segunda fase não costuma
cair. Oral são perguntas simples. Magistratura e MP não costumam exigir algo que é próprio da defensoria pública
que são chamadas de leis bizarras.

Defensoria Pública: Dos outros estados são provas praticamente iguais da Magistratura e do MP. Segunda fase
dos outros estados e primeira fase da Defensoria de São Paulo cai questões de leis especiais e questões
envolvendo súmulas e jurisprudências. Para as leis especiais é necessário decorar a letra da lei.

PARTE GERAL INTRODUTÓRIA

1. Sistema de proteção da infância e juventude.

a) Sistema Geral:

-Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, artigos 25 e 26;

Artigo 25° 1.Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente


para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar,
principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e
tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na
viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de
subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. 2.A
maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais.
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da
mesma protecção social. Artigo 26° 1.Toda a pessoa tem direito à
educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a

Extensivo Modular Complementar


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino
elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser
generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a
todos em plena igualdade, em função do seu mérito. 2.A educação
deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço
dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve
favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o
desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a
manutenção da paz. 3.Aos pais pertence a prioridade do direito de
escholher o género de educação a dar aos filhos.

- Pacto Internacional sobre os direitos econômicos, sociais e culturais de 1966. Destacamos os artigos 10,
3; artigo 12, segunda parte; artigo 13, 1;

ARTIGO 10
Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que:
(...)
3. Devem-se adotar medidas especiais de proteção e de assistência
em prol de todas as crianças e adolescentes, sem distinção alguma
por motivo de filiação ou qualquer outra condição. Devem-se
proteger as crianças e adolescentes contra a exploração econômica e
social. O emprego de crianças e adolescentes em trabalhos que lhes
sejam nocivos à moral e à saúde ou que lhes façam correr perigo de
vida, ou ainda que lhes venham a prejudicar o desenvolvimento
norma, será punido por lei.
Os Estados devem também estabelecer limites de idade sob os quais
fique proibido e punido por lei o emprego assalariado da mão-de-
obra infantil.

ARTIGO 12
1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda
pessoa de desfrutar o mais elevado nível possível de saúde física e
mental.
2. As medidas que os Estados Partes do presente Pacto deverão
adotar com o fim de assegurar o pleno exercício desse direito
incluirão as medidas que se façam necessárias para assegurar:
a) A diminuição da mortinatalidade e da mortalidade infantil, bem
como o desenvolvimento é das crianças;
b) A melhoria de todos os aspectos de higiene do trabalho e do meio
ambiente;
c) A prevenção e o tratamento das doenças epidêmicas, endêmicas,
profissionais e outras, bem como a luta contra essas doenças;

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d) A criação de condições que assegurem a todos assistência médica
e serviços médicos em caso de enfermidade.

ARTIGO 13
1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda
pessoa à educação. Concordam em que a educação deverá visar ao
pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de
sua dignidade e fortalecer o respeito pelos direitos humanos e
liberdades fundamentais. Concordam ainda em que a educação
deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma
sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade
entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou
religiosos e promover as atividades das Nações Unidas em prol da
manutenção da paz

- Pacto Internacional sobe os direitos civis e políticos de 1966, artigo 23, 1.

ARTIGO 23
1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e terá
o direito de ser protegida pela sociedade e pelo Estado.

b) Sistema Específico:

- Convenção sobre idade mínima para indústria de 1919;


- Convenção sobre trabalho forçado de 1930;
- Declaração de Genebra – Carta da liga sobre a criança de 1924. Primeira convenção a tratar de infância e
juventude de caráter amplo e geral;
- Declaração do Direito das Crianças de 1959 – Resolução 1386 da ONU
- Convenção sobre os direitos da criança de 1989. Tratado com maior número de adesões da história.

2. Fases do tratamento jurídico conferido à criança e ao adolescente no Brasil.

Quem elaborou foi o Paulo Afonso Garrido de Paula.

a) Fase da absoluta indiferença: Não havia qualquer menção da criança e do adolescente.


b) Fase da mera imputação criminal: Só se preocupava com crianças e adolescentes cometendo crimes
c) Ordenações afonsinas e Filipinas
d) Código Criminal do Império 1830
e) Código Penal de 1890
f) Fase Tutelar – Código Mello Matos de 1927 e Código de Menores de 1979:
g) Fase da Proteção Integral que se inicia com a Constituição Federal de 1988 e é positivada pelo ECA.

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3. Conceitos

Estão no basicamente no artigo 2º do ECA

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até


doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e
dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e
um anos de idade.

 Criança é a pessoa até 12 anos incompletos


 Adolescente é a pessoa entre 12 e 18 anos

A aplicação do ECA ao maior de 18 e menor de 21 é possível observados dois requisitos (Artigo 2º, parágrafo
único do ECA):

 Caráter Excepcional
 Expressa previsão legal

Além disso, a Constituição Federal fala da figura do jovem no artigo 227 e o Estatuto da Juventude Lei 12852/13
define o jovem no artigo 1º, §1º. O jovem é a pessoa entre 15 e 29 anos de idade.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde
da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e
obedecendo aos seguintes preceitos:
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde
na assistência materno-infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado
para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental,
bem como de integração social do adolescente e do jovem portador
de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas
de discriminação.
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos
edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte
coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência.

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§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando
da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica,
incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança,
ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas
afins.
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração
sexual da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de
estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-
se- á em consideração o disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá:
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos
jovens;
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à
articulação das várias esferas do poder público para a execução de
políticas públicas

Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os


direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de
juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas
com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.

De 15 a 18 é uma faixa que tem no ECA e no Estatuto da Juventude. E o Estatuto previu isso, resolvendo que a
preferência de incidência é o ECA e pode aplicar o Estatuto da Juventude no que não conflitar com o ECA. Artigo
1º, §2º do Estatuto da Juventude.

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Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os
direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de
juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE.
(...)
§ 2o Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito)
anos aplica-se a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
Criança e do Adolescente, e, excepcionalmente, este Estatuto,
quando não conflitar com as normas de proteção integral do
adolescente.

A convenção dos direitos da criança estabelece em seu artigo 1º que criança é toda pessoa menor de 18 anos.
Falou de criança, falou de menor de 18 anos.

Artigo 1
Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo
ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em
conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja
alcançada antes.

4. Princípios do ECA

Dois mais importantes e ao longo do curso citará mais princípios

a) Princípio da proteção integral (art. 1º, art. 3º e art. 100, parágrafo único, II do ECA):

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao


adolescente.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos


fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,
em condições de liberdade e de dignidade.

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as


necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das
medidas:
(...)
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de
toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção

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integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são
titulares;

Não basta saber a letra de lei, é necessário ir além.

 Conceito: a proteção integral significa que crianças e adolescentes devem ser protegidos por
todos os membros da sociedade de maneira não excludente, de maneira a formar uma efetiva
rede de proteção. Esta proteção volta-se a integralidade da criança e do adolescente, ou seja,
aspetos físicos, culturais, saúde, psicológico, educativo, liberdade etc.

 Jurisprudência da proteção integral:

O Ministério Público tem legitimidade para promover ação de alimentos em favor da criança ou do adolescente. A
legitimidade do Ministério Público independe do exercício do poder familiar dos pais ou do menor se encontrar
em situação de risco descrita no artigo 98 do ECA, ou mesmo, de existir Defensoria Pública ou não na Comarca.

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são


aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.

Resp 1265821/ BA Rel. Min. Luís Felipe Salomão, Jul. 14.05.15.

EMENTA
RECURSO ESPECIAL Nº 1.265.821 - BA (2011/0163873-1)
RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. AÇÃO DE ALIMENTOS. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
DIREITO INDIVIDUAL INDISPONÍVEL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO
CPC. 1. Para efeitos do art. 543-C do CPC, aprovam-se as seguintes teses: 1.1. O Ministério Público tem
legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente. 1.2. A legitimidade do
Ministério Público independe do exercício do poder familiar dos pais, ou de o menor se encontrar nas situações
de risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos
acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na comarca. 2. Recurso especial provido.

 Na prova de Defensoria Pública está proibido de usar o termo “menor” porque acredita ser um
termo pejorativo.

b) Princípio da prioridade absoluta (art. 4, parágrafo único e art. 100, III e IV do ECA):

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e


do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao

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esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais
públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude.

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as


necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das
medidas:
(...)
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena
efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por
esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta
expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e
solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da
municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de
programas por entidades não governamentais;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção
deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e
do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a
outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses
presentes no caso concreto;

Tem por conteúdo:

1. Primazia de receber proteção e socorro em qualquer circunstância;


2. Precedência no atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
3. Preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas;
4. Destinação privilegiada de recursos nas áreas da infância e da juventude.

Cai de duas formas.

 A primeira é da forma acima demonstrada. Deve decorar o artigo 4º, parágrafo único do ECA.

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 A segunda forma, por sua vez, é como o Supremo aplica esse princípio. ATENÇÃO, para o STF pode o
poder judiciário determinar a construção de escola em bairro que não tenha, por força da garantia da
prioridade. RE 410715 AgR/SP Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.11.05. Um dos acórdãos mais importantes
do Supremo nessa área.

EMENTA
RE-AgR 410715 SP
Processo:
Relator(a): CELSO DE MELLO
Julgamento: 22/11/2005
Órgão Julgador: Segunda Turma
Publicação: DJ 03-02-2006 PP-00076 EMENT VOL-02219-08 PP-01529 RIP v. 7, n. 35, 2006, p. 291-300
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - CRIANÇA DE ATÉ SEIS ANOS DE IDADE - ATENDIMENTO EM CRECHE E EM PRÉ-
ESCOLA - EDUCAÇÃO INFANTIL - DIREITO ASSEGURADO PELO PRÓPRIO TEXTO CONSTITUCIONAL (CF,
ART. 208, IV)- COMPREENSÃO GLOBAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL À EDUCAÇÃO - DEVER JURÍDICO CUJA
EXECUÇÃO SE IMPÕE AO PODER PÚBLICO, NOTADAMENTE AO MUNICÍPIO (CF, ART. 211, § 2º)- RECURSO
IMPROVIDO
- A educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível, que, deferida às crianças, a estas
assegura, para efeito de seu desenvolvimento integral, e como primeira etapa do processo de educação básica, o
atendimento em creche e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV)
- Essa prerrogativa jurídica, em conseqüência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de que se
reveste a educação infantil, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira
concreta, em favor das "crianças de zero a seis anos de idade" (CF, art. 208,IV), o efetivo acesso e atendimento
em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão governamental, apta a
frustrar, injustamente, por inércia, o integral adimplemento, pelo Poder Público, de prestação estatal que lhe
impôs o próprio texto da Constituição Federal
- A educação infantil, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo
de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de
puro pragmatismo governamental
- Os Municípios - que atuarão, prioritariamente, no ensino fundamental e na educação infantil (CF, art. 211, § 2º)-
não poderão demitir-se do mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi outorgado pelo art.
208, IV, da Lei Fundamental da República, e que representa fator de limitação da discricionariedade político-
administrativa dos entes municipais, cujas opções, tratando-se do atendimento das crianças em creche (CF,
art. 208, IV), não podem ser exercidas de modo a comprometer, com apoio em juízo de simples conveniência ou
de mera oportunidade, a eficácia desse direito básico de índole social
- Embora resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e executar
políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder Judiciário, determinar, ainda que em bases
excepcionais, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas pela própriaConstituição, sejam estas
implementadas pelos órgãos estatais inadimplentes, cuja omissão - por importar em descumprimento dos
encargos político-jurídicos que sobre eles incidem em caráter mandatório - mostra-se apta a comprometer a
eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional. A questão
pertinente à "reserva do possível". Doutrina.

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5. Interpretação do ECA – Artigo 6º

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais


a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e
deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento.

 Fins Sociais;
 Exigência do bem comum;
 Direitos e Deveres individuais e coletivos;
 Condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Este último critério é o que faz a diferença. O que você planta nelas é o que dará a tônica para o futuro.

6. Autorização para viajar.

O Estatuto da Criança e do Adolescente faz uma diferença entre viagem nacional e viagem internacional.

a) Viagem nacional: está prevista no artigo 83 do ECA.

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde
reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa
autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na
mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou
responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
responsável, conceder autorização válida por dois anos.

 Adolescente não precisa de autorização para viajar, apenas a criança.


 A criança não precisará de autorização quando estiver acompanhada dos ascendentes ou colateral maior
até o terceiro grau, comprovado documentalmente.
 A criança não precisa se estiver acompanhada e com autorização por escrito dos pais ou responsável.
Não precisa de firma reconhecida.
 Também é dispensada quando se tratar de comarca contígua se na mesma unidade da federação ou
incluída na mesma região metropolitana.
 A Autorização judicial é válida por dois anos.

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b) Viagem internacional: está prevista no artigo 84 do ECA.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é


dispensável, se a criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente
pelo outro através de documento com firma reconhecida.

 Criança e adolescente precisam de autorização judicial, salvo quando estiverem acompanhados de ambos
os pais ou responsável. Ou ainda, quando estiver acompanhado por um dos pais com autorização por
escrita, com firma reconhecida, do outro pai.

c) Resolução 131, de 26 de maio de 2011 do CNJ. Essa resolução além de repetir o ECA, ela também
estabelece algumas coisas interessantes, pois separa:

 Crianças e adolescentes residentes no Brasil e vão para o exterior: è dispensável a autorização para viajar
para o exterior quando a criança e o adolescente:

i. Estiver acompanhado de ambos os genitores.


ii. Estiver acompanhado por um deles e com autorização por escrito, com firma reconhecida, do outro
iii. Desacompanhado ou acompanhado de terceiro maior e capaz designado pelos genitores desde que haja a
autorização de ambos os pais com firma reconhecida. Existe o reconhecimento de firma por
autenticidade (mais seguro) e semelhança .

 Crianças e adolescentes que moram no exterior e que estão de passagem no Brasil:

7. Vedações do ECA – Artigos 77 a 82 e o artigo 250 do ECA

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de


empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação
em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em
desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no
invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que
se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou
inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas
em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas
com embalagem opaca.

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Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-
juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas,
crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e
munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e
da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos,
assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente,
cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de
crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do
público.
Seção II
Dos Produtos e Serviços
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física
ou psíquica ainda que por utilização indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu
reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico
em caso de utilização indevida;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em
hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos


pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
Pena – multa.
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a
autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do
estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta)
dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua
licença cassada.

a) Não pode vender armas;


b) Não pode vender drogas;

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c) Não pode vender bebidas alcoólicas, que agora se tornou crime;
d) Fogos de artifícios: São proibidos os fogos de artifícios que possam causar lesão em caso de uso
inadequado;
e) Bilhetes de loteria ou similares não podem ser vendidos para criança e adolescente;
f) Não pode criança e adolescente freqüentar locais que explorem comercialmente jogos de bilhar ou
similares; Nem mesmo com autorização dos pais.
g) Criança e adolescente não pode freqüentar hotel, motel, pensão ou congênere, salvo acompanhado dos
pais ou responsável; ou se tiver autorização por escrito dos pais ou responsável; ou se houver autorização
judicial. Se violar essas normas é infração administrativa prevista no art. 250 do ECA.

8. Direito à vida e à saúde – Artigos 7º a 10º do ECA

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à


saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
em condições dignas de existência.
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde,
o atendimento pré e perinatal.
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de
atendimento, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se
aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema.
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo
médico que a acompanhou na fase pré-natal.
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e
à nutriz que dele necessitem.
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à
gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma
de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal.
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser também
prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar
seus filhos para adoção.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive
aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde
de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão
plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de
outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de
anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar
orientação aos pais;

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IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento
do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
permanência junto à mãe.

a) A gestante e a mãe têm direito ao atendimento psicológico como forma de atenuar as conseqüências do
estado puerperal. Ainda que deseje entregar o filho para a adoção terá esse direito.
b) Os documentos do parto devem ser arquivados por 18 anos.
c) Deve haver a identificação plantar e digital do bebê e digital da mãe.
d) A mãe tem direito ao alojamento conjunto.

Aleitamento Materno

 Declaração Internacional de Innocenti que foi feita em Spedale degli Innocnti – Frorença -1990
 Artigo 9º do ECA

Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores


propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive
aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.

 Artigo 5º, L da CF

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
- Art. 83, §2º da Lei de Execuções Penais

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá


contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar
assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
(...)
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão
dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus
filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de
idade.

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