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PRA
GERAL
CONSTITUCIONALISMO E HISTÓRIA
CONSTITUCIONAL BRASILEIRA
M ate r i a l d i sp o n i b i l i z a d o n o cu rs o :
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
1. CONSTITUCIONALISMO E HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA
1.1. Conceito
a) Sentido conceitual: uma vez que passa um conceito/mensagem para aquele que
reflete sobre o constitucionalismo. Do ponto de vista conceitual, o Constitucionalismo
pode ter três subespécies: i) enquanto marcha histórica; ii) enquanto movimento; e
iii) enquanto ideia.
Assim, para o referido autor, Constitucionalismo é uma teoria que ergue o princípio
do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da
organização político-social de uma comunidade.
a) Antigo
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Todavia, o que significa a utilização de tais termos? Significa falar que, na antiguidade
clássica, principalmente na Grécia, o ser humano só se via plenamente realizado dentro da
pólis, ou seja, dentro da comunidade humana.
Por sua vez, Roma também contribui para o Constitucionalismo antigo, uma vez que
traz ideias de separação de poderes e de legalidade.
b) Medieval(?)
Todavia, existe uma segunda corrente (minoritária), defendida por Maurizio Fioravanti,
que acredita ser possível encontrar algumas demonstrações de existência de Constituição.
Para a referida corrente, nesse período, seria Constituição a tentativa de mediação das forças
políticas para fazê-las reconhecer o seu pertencimento comum à mesma realidade política.
Por sua vez, para Bercovici, para existir Constituição é preciso existir Estado no
sentido moderno, o que não havia no período medieval. No entanto, nesse período, o referido
autor defende a existência de uma Constituição mista, a qual seria alguns documentos jurídicos
que foram criados nesse período medieval e que possuíam como objetivo regular aspectos
importantes da vida comunitária local.
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Pode-se citar como exemplos desses documentos a Magna Carta de 1215 e a
Declaração das Cortes de Leão de 1188.
Foi a partir do movimento das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), uma série de
expedições de caráter religioso, econômico e militares organizadas pela Igreja, que o comércio
se intensificou e o renascimento comercial surgiu na Europa. As comercializações de produtos
com o Oriente a partir da abertura do mar mediterrâneo foi um fator determinante para a queda
do sistema feudal, com o aumento das rotas comerciais.
A mudança nas relações econômicas foi de grande importância para que as práticas e
regras que regulavam o interior dos feudos sofressem significativas transformações. Essa nova
configuração econômica, pouco a pouco, influiu na transformação nos laços sociais e nas ideias
que sustentavam aquele tipo de ordenação presente em toda a Europa.
O caráter autossustentável dos feudos perdeu espaço para uma economia mais
integrada às trocas comerciais. Ao mesmo tempo, a ampliação do consumo de gêneros
manufaturados e especiarias, e a crise agrícola dos feudos trouxeram o fim do equilíbrio no
acordo estabelecido entre servos e senhores feudais.
c) Moderno (liberal)
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1ª Fase – Constitucionalismo inglês
- O fim do processo revolucionário inglês foi marcado pelo Bill of Rights. Consagra um
modelo em que o Rei tem a apenas o papel de chefia do Estado, mas seus poderes são limitados.
Além disso, consagra-se a separação dos poderes, a ilegalidade de cobranças de tributos sem
previsão de aprovação pelo Parlamento, o direito de petição, a existência de eleições livres e a
imunidade de palavras no Parlamento.
ATENÇÃO!
- Três são os principais documentos jurídicos que marcaram essa fase: Declaração de
Independência Americana de 1776, Constituição Americana de 1787 e a Declaração Universal
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789.
i) Constitucionalismo Americano:
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“Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário
a um povo dissolver os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir,
entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito
as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno para com
as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam
a essa separação. Consideramos estas verdades como evidentes por si
mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador
de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e
a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos
são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do
consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de
governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-
la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e
organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente
para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência
recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo
por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem
mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os
males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que
se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações,
perseguindo invariavelmente o mesmo objecto, indica o desígnio de
reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o
dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura
segurança”.
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- Buscou a destruição do antigo regime, sempre se baseando na ideia de Direitos
Naturais.
A) MONTESQUIEU
B) ROUSSEAU
“O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre senhor, se não transformar
sua força em direito e a obediência em dever.”
- Contrato Social;
- Vontade Geral.
C) KANT
“Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela
se torne lei universal”.
- Dignidade Humana;
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3) Distinção entre poder constituinte originário e derivado (o formulador da teoria do
poder constituinte foi o francês Sieyés);
4) Noção de Soberania Popular e representatividade.
2) Fundamentação Jusnaturalista;
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Supremacia do Republicanismo Noção de Poder
PECULIARIDAS Parlamento; Moderno; Constituinte;
INTRODUZIDAS Constituição NÃO Presidencialismo; Sufrágio Universal;
ORGÂNICA. Federalismo. Soberania popular.
VOCAÇÃO Interna Interna Universal
GÊNESE DE
DIREITOS Fundamentais Fundamentais Humanos
(QTO À FORMA)
d) Social
1) Revolução industrial
2) Avanço do Liberalismo;
3) Inchaço dos Centros Urbanos;
4) Surgimento das Classes Sociais;
5) Avanço da pobreza e dos problemas sociais.
Tudo isso faz com que surja uma nova classe de pensadores (os pensadores
socialistas), os quais irão se insurgir contra essas condições sociais do período.
a) Socialismo Utópico
b) Socialismo Científico
- Para Marx, o capitalismo não teria salvação. Dentro do modelo capitalista, não
haveria como se chegar em uma igualdade entre os indivíduos. Então, era necessário
acabar com o modelo capitalista, com a ideia de propriedade, coletivizando os
meios de produção.
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1) Revolução Russa (1917);
2) Assembleia Constituinte da Alemanha de 1948;
3) Constituição Mexicana de 1917;
4) Constituição de Weimar de 1919.
Em razão dos diversos problemas sociais da época, viu-se que era necessário
reestruturar o Estado, a fim de que o avanço econômico, principalmente por conta da revolução
industrial, pudesse ser divido e não ficasse concentrado em um pequeno grupo de pessoas.
Assim, surge a ideia do Constitucionalismo social (ou fraternal).
e) Neoconstitucionalismo
Essa fase surge após a 2ª guerra mundial. Esse Constitucionalismo surge, então, em
um contexto de diversas crises, como a crise sobre o conceito de Condição Humana, a crise da
Noção de Soberania Nacional e a crise do Positivismo.
Essas crises que marcam o fim da 2ª Guerra Mundial geram repostas da humanida-
de, tais como: i) Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 (resposta à crise sobre o
conceito de Condição Humana); ii) Criação do Direito Internacional dos Direitos Humanos; iii)
Fundação da ONU (elemento de mitigação acerca do conceito de soberania nacional); iv) Rea-
proximação entre Direito e Moral.
Segundo Luís Roberto Barroso, são MARCOS do Neoconstitucionalismo:
#vemproouse 10
I - Histórico: Fim da Segunda Guerra Mundial e Constitucionalismo do Pós-Guerra.
No Brasil chega em 1988.
Assim, as consequências disso tudo, para Luís Roberto Barroso, são a chamada
Constitucionalização do Direito e o ativismo judicial.
#vemproouse 11
Vale registrar alguns pontos acerca do Pós-Positivismo:
Por fim, vejamos o seguinte quadro que resume o que foi dito até agora sobre os
modelos de Constitucionalismo:
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INÍCIO DA
LIMITAÇÃO
ALTA DO PODER –
CONSAGRAÇÃO CONSAGRAÇÃO
CONCENTRAÇÃO SEPARAÇÃO
DE DIREITOS DE DIREITOS
DE PODER NO DOS PODERES +
SOCIAIS DIFUSOS
MONARCA CONSAGRAÇÃO
DE DIREITOS
INDIVIDUAIS
ESTADO
ESTADO LIBERAL ESTADO SOCIAL DEMOCRÁTICO
ESTADO DO REI
DE DIREITO DE DIREITO E SOCIAL DE
DIREITO
ESTADO ESTADO ESTADO
ESTADO DO REI
LEGISLATIVO LEGISLATIVO CONSTITUCIONAL
JUSNATURALISMO JUSNATURALISMO
TEOLÓGICO E RACIONAL - POSITIVISMO PÓS-POSITIVISMO
CONSERVADOR ILUMINISMO
CONSTITUIÇÃO
AMERICANA;
DECLARAÇÃO
CONSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO UNIVERSAL
FRANCESA; MEXICANA DOS DIREITOS
MAGNA CARTA DECLARAÇÃO DE 1917; HUMANOS;
UNIVERSAL DOS CONSTITUIÇÃO
ALEMÃ DE 1919 CONSTITUIÇÕES
DIREITOS DO
DEMOCRÁTICAS
HOMEM E DO
CIDADÃO
ANTECEDENTES
HISTÓRICOS DIREITOS DE 1ª DIREITOS DE 2ª DIREITOS DE 3ª
DOS DIREITOS GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO
INDIVIDUAIS
f) Constitucionalismo do futuro
Sobre o tema destacam-se as ideias de José Roberto Dromi que prega um equilíbrio
entre os atributos do constitucionalismo moderno e os excessos do constitucionalismo con-
temporâneo. Trata-se da Constituição do “por vir”. É a busca por equilíbrio.
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solidariedade. Trata-se da “constituição do porvir”, calcada na esperança de dias melhores, um
verdadeiro constitucionalismo altruístico.
1.3. Transconstitucionalismo
Esse conceito não dispõe sobre a existência de uma constituição global, em que as
constituições nacionais seriam hierarquicamente submetidas a essa constituição superior, mas
sim sobre a existência de problemas jurídico-constitucionais que perpassam às distintas ordens
jurídicas, impondo-se um diálogo entre estas ordens jurídicas, possibilitando que os problemas
que lhes são comuns tenham um tratamento harmonioso e reciprocamente adequado.
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Ex: O caso da Lei de Anistia, em que o STF entende pela constitucionalidade da
concessão de anistia aos agentes políticos da ditadura militar, já a Corte Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH) entende que, de acordo com o Pacto de San José da Costa Rica, os
agentes políticos não devem ser anistiados. Desse modo, o transconstitucionalismo sugere
um debate entre problemas constitucionais internos com as disposições de ordens externas à
nacional.
Por fim, vale registrar que existem diversos sinônimos na doutrina para
transconstitucionalismo, quais sejam:
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ii) Ciclo Pluricultural - incorpora os direitos estabelecidos na convenção 169 da OIT,
desenvolvendo o conceito de nação multiétnica e reconhece o pluralismo jurídico.
Este ciclo afirma o direito à identidade e diversidade cultural, já introduzido no
primeiro ciclo, mas desenvolve mais o conceito de “nação multiétnica e “estado
pluricultural”, qualificando a natureza da população e avançando rumo ao caráter
do Estado.
iii) Ciclo Plurinacional - os povos indígenas são reconhecidos não apenas culturas
diversas, mas como nações originárias e como sujeitos políticos coletivos com direito
a participar dos novos pactos do Estado. Ex: Equador, 2008 e Bolívia, 2009.
a) Constituição de 1824
1) Outorgada;
2) Centralismo Administrativo e Político;
3) Poder Moderador, o qual controlava o Executivo, o Legislativo e o Judiciário;
4) Unitarismo;
5) Absolutismo.
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v. Capital do Império: Rio de Janeiro. Ato Adicional n. 16: Município Neutro;
b) Constituição de 1891
1) Promulgada;
2) República Federativa;
3) Tripartição de Poderes.
ii. Forma de Estado: Federal. União indissolúvel dos Estados. Estados Unidos do
Brasil;
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iii. Chefe de Estado e de Governo: Presidente da República;
ix. Sufrágio: Direto. Mandato dos Deputados era de 3 anos; Mandato dos Senadores
era de 9 anos. Renovação de trienal de 1/3.
c) Constituição de 1934
1) Promulgada;
2) República Federativa;
3) Tripartição de Poderes.
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i. Governo: republicano, federal e representativo;
ii. Forma de Estado: Federal. União indissolúvel dos Estados. República Federativa
dos Estados Unidos do Brasil;
viii. Sufrágio: Direto. Mandato dos Deputados era de 4 anos; Mandato dos Senadores
era de 8 anos. Voto Feminino (novidade). Voto secreto (ou australiano, pois foi o primeiro país a
adotar o voto secreto) (novidade).
- Antes da outorga da Constituição de 1937, havia uma forte tensão entre Direita
Fascista (Ação Integralista Brasileira - AIB) e Esquerda Comunista (Aliança Nacional Libertadora
– ANL).
- A Constituição era chamada de polaca porque era ditatorial (claro tom fascista).
A versão histórica é que ela teria sido desenvolvida por Francisco Campos inspirada na
Constituição Polonesa de 1935.
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1) Outorgada (Mentor: Francisco Campos, o “Chico Ciência”);
2) República Federativa, mas com Centralismo Administrativo e Político;
3) Tripartição de Poderes.
ii. Forma de Estado: Federal. União indissolúvel dos Estados. República Federativa
dos Estados Unidos do Brasil;
vi. Organização dos Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, mas com Legislativo
e Judiciário esvaziados;
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- A greve e o lock-out foram proibidos;
- A tortura foi utilizada como instrumento de repressão;
- Houve ampla consagração de direitos trabalhistas.
e) Constituição de 1946
- Carta dos Mineiros: contradição entre política interna e externa, o que gerou o Ato
Adicional de 1945 (clamando por eleições).
1) Promulgada;
2) República Federativa;
3) Tripartição de Poderes.
v. Capital: Rio de Janeiro. Mudança para Brasília em 21 de abril de 1960 com Juscelino
Kubitschek;
viii. Sufrágio: Direto. Mandato dos Deputados era de 4 anos; Mandato dos Senadores
era de 8 anos.
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x. Poder Executivo: Presidente da República. Mandato de 5 anos;
f) Constituição de 1967
1) Outorgada;
2) República Federativa, mas com forte Centralismo Administrativo e Político;
3) Tripartição de Poderes (Meramente Formal).
i. Governo: República;
v. Capital: Brasília;
viii. Sufrágio: Direto. Mandato dos Deputados era de 4 anos; Mandato dos Senadores
era de 8 anos.
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x. Poder Executivo: Presidente da República. Mandato de 4 anos; Com poder de
emitir Decretos-leis.
- Constituição de 1969.
g) Constituição de 1969
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- Possuía como características:
a) Outorgada;
b) República Federativa, mas com forte Centralismo Administrativo e Político;
c) Tripartição de Poderes (Meramente Formal).
i. Governo: República;
v. Capital: Brasília;
vii. Legislativo Bicameral: Câmara dos Deputados e Senado Federal. Criação dos
SENADORES BIÔNICOS (indicados pelos próprios militares). Na prática, os poderes foram seve-
ramente diminuídos.
viii. Sufrágio: Direto. Mandato dos Deputados era de 4 anos; Mandato dos Senadores
era de 8 anos.
h) Constituição de 1988
- Fim da Ditadura.
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- Possuía como características:
1) Promulgada;
2) Social Democrata;
3) Pluripartidária;
4) República Federativa;
5) Tripartição de Poderes.
v. Capital: Brasília;
viii. Sufrágio: Direto. Mandato dos Deputados era de 4 anos; Mandato dos Senadores
era de 8 anos.
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