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CEPPE

CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA


MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL

ALEXANDRA CARAMÊS

FITOFÓSSEIS DA FORMAÇÃO TREMEMBÉ, PALEÓGENO DA


BACIA SEDIMENTAR DE TAUBATÉ: FISIOGNOMIA, TAXONOMIA E
INTERAÇÕES PLANTA – INSETO.

Guarulhos
2012
ALEXANDRA CARAMÊS

FITOFÓSSEIS DA FORMAÇÃO TREMEMBÉ, PALEÓGENO DA


BACIA SEDIMENTAR E TAUBATÉ: FISIOGNOMIA, TAXONOMIA E
INTERAÇÕES PLANTA – INSETO.

Dissertação apresentada à Universidade


Guarulhos, para obtenção do título de Mestre em
Análise Geoambiental.
Área de concentração: Indicadores de
Transformações Ambientais.
Orientadora: Profª Drª Mary Elizabeth C.
Bernardes-de-Oliveira

Guarulhos
2012
A Comissão Julgadora dos Trabalhos de Defesa de Dissertação de
MESTRADO, intitulada “Fitofósseis da Formação Tremembé, Paleógeno da
Bacia Sedimentar de Taubaté: fisiognomia, taxonomia e interações planta-
inseto” em sessão pública realizada em 11 de Setembro de 2012, considerou a
candidata Alexandra Guedes Caramês aprovada com louvor.
A Banca Examinadora foi composta pelos seguintes pesquisadores:

Profª. Drª. Mary Elizabeth Cerrutti Bernardes-de-Oliveira


Orientadora
Universidade Guarulhos - UnG

Prof. Dr. Paulo Roberto dos Santos


Instituto de Geociências da Universidade São Paulo – IGc / USP

Profª. Drª. Maria Judite Garcia


Universidade Guarulhos - UnG

Guarulhos
2012
Dedico este trabalho ao meu pai Júlio Caramês
Garcia, notável pelo espírito idealista e
admirável pela generosidade.
AGRADECIMENTOS

À Profª Drª Mary E. C. Bernardes-de-Oliveira, que me mostrou o quão


instigante é o mundo da pesquisa, orientando-me com excelência e compartilhando,
além do seu conhecimento, sua amizade, preocupação e carinho.

Ao Prof. Dr. Antônio Roberto Saad que, em suas aulas, evidenciou a importância da
metodologia na investigação científica e, como Coordenador do Programa, pelo
incentivo e compreensão.

À Profª Drª Maria Judite Garcia que, além de ensinar as técnicas de reconstituição
ambiental, atenciosamente disponibilizou o acesso e usufruto da biblioteca, dos
equipamentos e dependências do Laboratório de Palinologia e Paleobotânica
“Prof.Dr. Murilo Rodolfo de Lima”, na Universidade Guarulhos.

Ao corpo docente do Programa de Mestrado em Análise Geoambiental, Prof. Dr.


Kenitiro Suguio, Prof. Dr. Paulo Eduardo de Oliveira, Prof. Dr. Décio Luis
Semensatto Junior e Prof. Dr. Mário Lincoln de C. Etchebehere.

Aos Ms. Sc. Fábio da Costa Casado e Rosana Saraiva Fernandes que estiveram
acessíveis sempre que precisei de auxílio.

À Isaura Alves da Silva Mendes, pela revisão bibliográfica e versões para o Inglês.

Ao Ms. Sc. Elcio Macias de Mello, pelas sessões fotográficas dos fitofósseis; à
bióloga Patrícia Ferreira Rosa Cardoso, pela clarificação das amostras e, ao Ms. Sc.
Osny Tadeu de Aguiar, biólogo pesquisador na Divisão de Dasonomia do Instituto
Florestal de São Paulo que, gentilmente, cedeu amostras de exsicatas.

Aos técnicos e funcionários do Laboratório, à secretária do CEPPE Gisele Dueñas e


ao Laboratório de Paleobotânica e Palinologia do IGc/ USP que permitiu a utilização
de suas dependências para realizar parte desse trabalho.

Aos colegas Roberto Barbosa Rodrigues, Nathali Ingrid de Castro, Junior Bispo de
Menezes, Edjoel Carvalho Veiga e Patrícia Tufano, pelas sugestões e amizade.

À minha mãe Candida Guedes Caramês Garcia, por ter me ensinado que a
educação é um bem primordial e pelo seu apoio em minha formação acadêmica.

À Srª Maria do Carmo Souza, pelo apoio e cumplicidade, e à querida Giulia Eduarda
pelo companheirismo.
The death of the leaf is life for me,
was born in a tree yesterday,
to reborn as a fossil today,
testifying the history forever.
RESUMO

O presente documento foi desenvolvido como Dissertação de Mestrado em Análise


Geoambiental, no Centro de Pós Graduação e Pesquisa da Universidade Guarulhos,
dentro da linha de pesquisa - Indicadores de Transformações Ambientais. Insere-
se no Projeto “Análise paleoambiental do Paleógeno e Neógeno da região sudeste
do Brasil, como subsídio ao entendimento da paisagem natural quaternária” cujo
alvo maior é realizar estudos que contribuam para o conhecimento da composição e
evolução florística, idade e indicações paleoclimáticas de depósitos paleógenos e
neógenos das bacias sedimentares brasileiras e suas influências no cenário atual.
Este estudo visou nova análise, sob diversos aspectos da paleobotânica, como a
tafonomia, taxonomia, indícios de interação planta / animal, análise morfográfica
foliar e de outras estruturas vegetais como ramos e frutos, de uma tafoflora da
Formação Tremembé, bacia de Taubaté, com representantes gimnospérmicos e
angiospérmicos parcialmente identificados em estudos anteriores. Os
macrofitofósseis são provenientes de um afloramento dessa formação, localizado no
km 11 da rodovia Quiririm – Campos do Jordão (SP 123), no Município de Taubaté,
notadamente reconhecido pelo seu acervo fossilífero de idade paleógena, com
grande diversidade taxonômica. Os resultados dessa análise, que inclui informações
bioestratigráficas e palinológicas, devem aprimorar os conhecimentos taxonômicos e
das relações paleoambientais, paleoclimáticas e paleoecológicas de seus
componentes, auxiliando na reconstituição paisagística oligocena do vale do
Paraíba. Estudos anteriores indicaram possível ocorrência de uma floresta
estacional semidecidual, bem como uma provável associação de florestas ombrófilas
densa e mista, no entorno do paleolago. Os macrofitofósseis estudados ocorrem em
folhelhos papiráceos da porção superior da Formação Tremembé, na forma de
impressões e incarbonizações, preservadas em ambiente lacustre redutor. Além de
reavaliar as características morfográficas foliares na busca de evidências
paleoclimáticas, realizou-se a identificação de novos taxa monilofíticos e
angiospérmicos, que completam o quadro paleoflorístico já conhecido. A avaliação
da interação ecológica planta e outros organismos, através da análise dos danos
causados por eles, e preservados sobre os macrofitofósseis, sugere intensa
atividade de herbivoria e parasitismo sobre táxons com as mesmas afinidades
botânicas atuais, e concordam com interpretações anteriores que indicaram um
clima mais quente e úmido do que o atual. Os macrofitofósseis identificados, de
ocorrência inédita, enquadram-se no cenário paleoambiental inferido para esta
tafoflora.

Palavras Chave: Paleobotânica, Formação Tremembé, Taxonomia,


Macrofitofósseis, Quiririm, Paleógeno, Bacia de Taubaté, Herbivoria.
ABSTRACT

This current paper was developed like a Master Dissertation on Geoenvironmental


Analysis, under the Post Graduate Studies and Research Center, Guarulhos
University, within the research line - Indicators of Environmental Changes. It is
part of the Project “Paleogene and Neogene palaeoenvironmental Analysis of the
Southeastern Brazil, as an aid to understanding the Quaternary landscape", whose
major goal is to conduct studies that contribute to the knowledge of the composition
and floristic evolution, age and palaeoclimate indicators of the paleogene and
neogene deposits of the Brazilian sedimentary basins and their influences at the
current scenario. This study aimed new analysis, on various aspects of the
palaeobotany, like the taphonomy, taxonomy, evidence of interaction plant / insect,
morphographic analysis of the leaf and other plant structures such as branches and
fruits, of a tafoflora from the Tremembé Formation, Taubaté basin, with
gimnospermics and angiospermics representatives partially identified in previous
studies. The macrofossil plants are from the outcrop "Quiririm - Campos do Jordão",
located at km 11 of SP-123 Highway, Taubaté city, remarkably recognized by its
fossil collection, paleogene age, with great taxonomic diversity. The results from this
analysis, which also builds on biostratigraphic and palynological information, should
improve our understanding about taxonomic, palaeoenvironmental, palaeoclimatic
and palaeoecological relationships of its components, assisting in the Oligocene
Paraiba Valley landscape reconstitution. The macrofossils plants occur in
papyraceous shales found at the upper portion of the Tremembé Formation in the
form of impressions and incarbonizations, preserved in lacustrine environment
reducer. Besides to reevaluate leaf morphography characters, searching for
paleoclimatic evidences, new Monilophyta and angiosperm taxa were identified to
complete the paleofloristic picture. The ecological interactions evaluation between
plants and others organisms, by the analysis of the insect damages and preserved
under the fossils leaves, suggest intense herbivory activity of taxa with the same
current botanical affinities, and accept previous interpretations that indicate a warmer
and moist climate. The botanical elements found and described for the first time to
this outcropping, suit themselves into the paleoenvironmental scenario inferred to this
taphoflora.

Keywords: Palaeobotany, Tremembé Formation, Taxonomy, macrophytofossil,


Quiririm, Tafoflora, Paleogene, Taubaté Basin, Herbivory.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Coluna geológica e cronológica da Era Cenozóica .......................... 17


Figura 2 - Tendências de temperaturas a partir do Paleógeno ......................... 18
Figura 3 - Configurações paleogeográficas entre o início e o final do Paleógeno 19
Figura 4 - Variação da temperatura média anual no Cenozóico da América do Sul,
de acordo com o modelo multivariado ............................................................... 20
Figura 5 - Reconstrução Paleogeográfica com os principais biomas para o
Oligoceno .......................................................................................................... 23
Figura 6 - Paleofitogeografia e paleoclima global inferidos para o Oligoceno ... 26
Figura 7 - Localização das ocorrências fitofossilíferas paleógenas brasileiras . 28
Figura 8 - Deriva continental entre a América do Sul e África ........................... 34
Figura 9 - Fases da deriva continental em diferentes idades geológicas .......... 35
Figura 10 - Mapa de distribuição dos quatro riftes do SRCSB .......................... 36
Figura 11 - Aspectos geográficos das bacias e formações do SE do Brasil ..... 37
Figura 12 - Feições geomorfológicas das principais bacias do RCSB .............. 38
Figura 13 - Mapa geológico da bacia de Taubaté ............................................. 39
Figura 14 - Seção Geológica Esquemática Transversal à bacia de Taubaté .... 40
Figura 15 - Modelos das fases de evolução sedimentar da bacia de Taubaté .. 41
Figura 16 - Cronolitoestratigrafia das bacias do Rift Paraíba do Sul ................. 43
Figura 17 - Folhelhos pirobetuminosos e papiráceos ....................................... 44
Figura 18 a. Contato discordante entre a Formação Tremembé e o pacote
coluvionar; b. Afloramento da Formação Tremembé ......................................... 45
Figura 19 - Localização do jazigo fossilífero Quiririm ........................................ 54
Figura 20 - Localização geográfica da bacia de Taubaté no Estado de SP ...... 55
Figura 21 - Mapa das divisões geomorfológicas do Estado de São Paulo........ 56
Figura 22 - Estimativa da cobertura florestal no Estado de SP (1952-1962) .... 57
Figura 23 - Reconstituição paisagística das encostas da serra do Mar e da serra da
Mantiqueira ....................................................................................................... 59
Figura 24 - Cobertura vegetal natural e antrópica das áreas próximas às serras do
Mar e Mantiqueira ............................................................................................. 60
Figura 25 - Perfil de calha do afloramento “Quiririm” ....................................... 64
Figura 26 - Esquema das possíveis sequências dos eventos tafonômicos ....... 67
Figura 27 - Proporções de folhas quanto ao tamanho ...................................... 73
Figura 28 - Proporções de bases foliares quanto à forma ................................ 74
Figura 29 - Proporções de ápices foliares quanto à forma ............................... 75
Figura 30 - Proporções das formas foliares ...................................................... 75
Figura 31 - Proporções dos tipos de margens foliares...................................... 76
Figura 32 - Proporções foliares quanto à simetria da área laminar ................... 76
Figura 33 - Inter-relações das ordens e de algumas famílias, segundo APG III 78
Figura 34 - Distribuição geográfica atual das espécies do gênero Equisetum .. 82
Figura 35 - Clado Magnoliidae simplificado ...................................................... 88
Figura 36 - Cladograma simplificado das famílias da ordem Magnoliales......... 90
Figura 37 - Distribuição geográfica atual da família Annonaceae ..................... 91
Figura 38 - Visão parcial da face foliar adaxial (A) e abaxial (B) de X. sericea . 94
Figura 39 - Variação na forma e dimensão da folha de Xylopia sericea St. Hil . 97
Figura 40 - Distribuição geográfica atual do gênero Xylopia L. ......................... 98
Figura 41 - Distribuição geográfica atual de X. sericea A. St. Hil no Brasil ....... 99
Figura 42 - Relações filogenéticas entre as famílias da ordem Sapindales ...... 101
Figura 43 - Distribuição geográfica atual da família Anacardiaceae ................. 101
Figura 44 - Folíolos de T. paraense e T. spruceanum; venação de T. paraense 107
Figura 45 - Distribuição geográfica atual de Thyrsodium na América do Sul .... 109
Figura 46 - Clado simplificado das asterídeas .................................................. 110
Figura 47 - Distribuição geográfica atual da família Apocynaceae.................... 111
Figura 48 - Esquema com as principais interações entre insetos e plantas ...... 119
Figura 49 - Coprólito associado a plantas terrestres primitivas (Devoniano) ... 120
Figura 50 - Comparação entre os padrões de diversificação das plantas vasculares
terrestres e dos insetos no tempo geológico ..................................................... 121
Figura 51 - Três grupos de alimentação funcional ........................................... 122
Figura 52 - Exemplos de danos provocados por insetos em macrofitofósseis .. 129
Figura 53 - Representantes atuais das famílias Cicadellidae e Actalionidae .... 133
Figura 54 - a. Visão ventral de um pentatomídeo; b. corixídeo aquático atual .. 134
Figura 55 - Representantes modernos dos coleópteros ................................... 135
Figura 56 - Exemplares fósseis das famílias Tipulidae e Tabanidae ................ 136
Figura 57 - Representantes atuais das famílias Diastatidae e Mycetophilidae . 136
Figura 58 - a. Taubatempis trompetilia Martins-Neto; b. Drapetis assimilis ....... 138
Figura 59 - Espécimes atuais das famílias Nepticulidae e Gracillaridae ........... 138
Figura 60 - Prodryas persephone (Nymphalidae) ............................................. 139
Figura 61 - Caddisfly, uma Limnephilidae; inseto da família Ichneumonidae .... 139
Figura 62 - Registro estratigráfico de ordens de insetos no tempo geológico ... 141
Figura 63 - Relação entre a MAT e as porcentagens de espécies com margens
inteiras de quatro conjuntos diferentes de dados modernos.............................. 150

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Paleofauna de vertebrados da Formação Tremembé ..................... 48


Quadro 2 - Paleofauna de invertebrados artrópodes da Formação Tremembé 50
Quadro 3 - Palinomorfos do afloramento Quiririm, Formação Tremembé ......... 52
Quadro 4 - Elementos tafoflorísticos do “Jazigo Quiririm” ................................ 79
Quadro 5 Classificação taxonômica dos macrofitofósseis de angiospermas
registrados na tafoflora de “Quiririm” ................................................................ 80
Quadro 6 - Comparação da arquitetura foliar de Annonaceae .......................... 96
Quadro 7 - Caracteres da arquitetura foliar de espécies de Xylopia ................. 97
Quadro 8 Ocorrência de macrofitofósseis de Annonaceae, Anacardiaceae e
Apocynaceae em sedimentos paleógenos ........................................................ 115
Quadro 9 - Ocorrência de macrofitofósseis de Annonaceae, Anacardiaceae e
Apocynaceae em sedimentos neógenos (Mioceno) .......................................... 116
Quadro 10 - Ocorrência de macrofitofósseis de Annonaceae, Anacardiaceae e
Apocynaceae em sedimentos neógenos (Plioceno) .......................................... 117
Quadro 11 - Proporções de fitófagos entre os grupos de insetos ..................... 123
Quadro 12 - Porcentagens das espécies de cada morfotipo foliar .................... 153
SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO ......................................................................................... 14
I.1 Generalidades ......................................................................................... 14
I.2 Objetivos e Justificativas ....................................................................... 16

II FLORAS PALEÓGENAS DO BRASIL E DO MUNDO ............................. 17


II.1 Paleógeno: Conceitos, paleogeografia e paleoclima ........................... 17
II.2 Floras paleógenas mundiais, com ênfase nas sul-americanas ........... 21
II.2.1 Contexto paleoambiental e paleoecológico ............................................... 21
II.3 Floras paleógenas brasileiras................................................................ 27
II.3.1 Registro fossilífero e interpretações .......................................................... 27

III GEOLOGIA .............................................................................................. 34


III.1 Rift Continental do Sudeste do Brasil ................................................... 34
III.2 Bacia Sedimentar de Taubaté ................................................................ 38
III.2.1 Sedimentologia................................................................................. 39
III.2.2 Sistema deposicional........................................................................ 40
III.2.3 Litoestratigrafia ................................................................................. 42
III.3 Formação Tremembé ............................................................................. 43
III.3.1 Litoestratigrafia ................................................................................. 43
III.3.2 Paleontologia ................................................................................... 45
III.3.2.1 Registro paleofaunístico .......................................................... 46
III.3.2.2 Registro paleobotânico ............................................................ 51

IV ÁREA DE ESTUDO .................................................................................. 54


IV.1 Aspectos geográficos ............................................................................ 54
IV.2 Geomorfologia ........................................................................................ 55
IV.3 Vale do Paraíba ....................................................................................... 56
IV.3.1 Vegetação ........................................................................................ 56
IV.3.1.1 Cobertura original ................................................................ 56
IV.3.1.2 Cobertura recente ............................................................... 57
IV.3.1.3 Cobertura atual .................................................................... 60

IV.4 Clima e fitoecologia ................................................................................ 61


V MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 63
V.1 Material de estudo .................................................................................. 63
V.2 Aplicações da paleobotânica ................................................................. 64
V.2.1 Considerações .......................................................................................... 64
V.2.2 Conceitos e divisões ................................................................................. 65
V.3 Métodos utilizados no estudo dos fitofósseis ...................................... 68
V.3.1 Métodos de campo ................................................................................... 68
V.3.2 Métodos de laboratório ............................................................................. 68
V.3.3 Métodos de gabinete ................................................................................ 70

VI DADOS OBTIDOS SOBRE FISIOGNOMIA FOLIAR ............................... 72


VI.1 Considerações ........................................................................................ 72
VI.2 Resultado da análise .............................................................................. 73
VI.2.1 Tamanho ......................................................................................... 73
VI.2.2 Proporção do comprimento x largura da área .................................. 74
VI.2.3 Ângulo da base e do ápice .............................................................. 74
VI.2.4 Forma .............................................................................................. 75
VI.2.5 Margem .................................................................................................. 76
VI.2.6 Simetria ........................................................................................... 76

VII TAXONOMIA DA TAFOFLORA DE QUIRIRIM ........................................ 77


VII.1 Generalidades ............................................................................... ......... 77
VII.2 Identificação sistemática e descrição de novos elementos componen-
tes da tafoflora de Quiririm....................................................................................81

VIII INTERAÇÕES PLANTA – INSETO ......................................................... 118


VIII.1 Considerações gerais e objetivos ....................................................... 118
VIII.2 A herbivoria nos registros fósseis ..................................................... 120
VIII.3 Importância do estudo das interações entre plantas e outros
organismos para a paleobotânica ................................................................. 123
VIII.4 Tipos de danos causados por insetos e outros organismos
observáveis em fitofósseis .......................................................................... ...... 125
VIII.5Grupos funcionais de alimentação em insetos .................................. 125
VIII.5.1 Alimentação externa foliar .............................................................. 126
VIII.5.2 Oviposição.......................................................................................... 126
VIII.5.3 Alimentação interna foliar e de outros órgãos vegetais .................... 126
VIII.5.3.1 Insetos perfuradores e sugadores foliares ......................... 126
VIII.5.3.2 Insetos perfuradores de outros órgãos vegetais ................ 127
VIII.5.3.3 Mineiros foliares ................................................................ 127
VIII.5.3.4 Indutores de galhas ........................................................... 128
VIII.5.3.5 Predação de sementes ..................................................... 128
VIII.5.3.6 Fitoparasitoses fúngicas .................................................... 130
VIII.6Defesas vegetais contra herbivoria ....................................................... 130
VIII.7 Caracterização sistemática e ecológica da paleoentomofauna da
FormaçãoTremembé.................................................................................... 132
VIII.7.1 Ordem Hemiptera......................................................................... 133
VIII.7.2 Subordem Heteroptera........................................................................ .133
VIII.7.3 Ordem Coleoptera ............................................................................ 134
VIII.7.4 Ordem Diptera .................................................................................. 135
VIII.7.5 Ordem Lepidoptera .......................................................................... 137
VIII.7.6 Ordem Trichoptera ........................................................................... 139
VIII.7.7 Ordem Hymenoptera ........................................................................ 139

IX DADOS OBTIDOS SOBRE DANOS FOLIARES ..................................... 142


IX.1 Danos em Aspidosperma sp. ................................................................. 142
IX.2 Danos em Thyrsodium sp. ..................................................................... 143
IX.3 Danos em Xylopia sp. ............................................................................. 144
IX.4 Danos em Incertae sedis ........................................................................ 145

X INTEGRAÇÃO DE DADOS ...................................................................... 147


X.1 Dados tafonômicos ............................................................................... 147
X.2 Dados fisiognômicos foliares ................................................................ 147
X.3 Dados taxonômicos ................................................................................ 154
X.4 Dados sobre Interações planta – outros organismos .......................... 155

XI CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 159

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 161

ANEXOS ......................................................................................................... 196


14

CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

I.1 Generalidades

Quando se pretende aprimorar os conhecimentos em uma área que envolve a


obtenção e análise de plantas fósseis, é necessário conhecer intimamente aspectos
da Botânica moderna que ofereçam parâmetros, principalmente morfoanatômicos,
das espécies viventes que apresentem maior similaridade, sugerindo relações de
parentesco para comparações e interpretações das estruturas dos fitofósseis
encontrados aplicando-se assim, o princípio do atualismo (IANNUZZI; VIEIRA,
2005).
A Paleobotânica (do grego palaios = antigo + botaniché = botânica) abrange
diversos aspectos do estudo de um fóssil vegetal. Durante sua localização e coleta,
é possível investigar os eventos tafonômicos a que foi submetido, até ser
encontrado.
Entende-se por tafonomia, o estudo dos processos de preservação da planta
ou de parte dela, desde sua morte ou abscisão da planta-mãe, seu transporte e
deposição em ambiente propício à fossilização, seus processos diagenéticos, até
sua coleta pelo pesquisador.
De acordo com o tamanho, o fitofóssil é classificado como macrofitofóssil,
quando as dimensões de suas partes vegetais são maiores que 20 mm. Enquadram-
se neste grupo, órgãos como folhas, caules, flores e frutos. Os mesofitofósseis
apresentam fragmentos de tamanho médio, que variam entre 2 mm e 20 mm, como
no caso de alguns frutos, sementes e megásporos. Já os microfitofósseis, que não
ultrapassam 2 mm, são representados por esporos, grãos de pólen e, de acordo
com Iannuzzi e Vieira (2005), apesar de não pertencerem ao Reino Plantae,
incluem-se neste último grupo, organismos como fungos, algas e bactérias.
Dentre os aspectos vegetais estudados em Paleobotânica, destaca-se a
arquitetura foliar, pois as folhas apresentam uma grande quantidade de
características morfológicas fornecedoras de dados diagnósticos de caráter
taxonômico. Além das folhas, a análise morfoanatômica de outras estruturas da
planta como caules, raízes ou aquelas ligadas à reprodução, complementam os
estudos relacionados à descrição taxonômica.
15

Estudos paleobotânicos permitem estabelecer inferências paleoclimáticas a partir da


distribuição fitogeográfica e das estruturas morfoadaptativas das plantas antigas
que, por essa razão, podem ser chamadas de termômetros do passado, ao se supor
que elas cresceram sob condições similares às exigidas por táxons afins atuais
(ARNOLD, 1947).
O fato dos vegetais apresentarem pouca ou nenhuma mobilidade estimula o
desenvolvimento de um grande número de adaptações ao ambiente no qual vivem,
como se nota na coincidência de estruturas morfoadaptativas entre plantas
pertencentes a filogenias diversas, porém, submetidas a climas semelhantes
(BAILEY; SINNOTT, 1916; WOLFE, 1990, 1993).
Por outro lado, as informações sobre as relações filogenéticas/ taxonômicas e
evolutivas extraídas da análise paleobotânica dos fitofósseis são essenciais para a
construção de um cenário paleoecológico e paleofitogeográfico (ARCHANGELSKY,
1970).
Por serem suscetíveis ao transporte e decomposição, os fitofósseis foliares
tornam-se bons indicadores do tipo de vegetação das proximidades ou entorno do
ambiente deposicional (DORF, 1964).
Neste estudo, houve uma atenção especial aos espécimes foliares que,
devido à diversidade e complexidade de suas formas, fornecem a maior parte das
informações paleobotânicas que podem revelar aspectos do paleoambiente e do
paleoclima.
Acrescenta-se ainda, um fator não menos importante na análise de fitofósseis,
o registro de marcas ou danos foliares, que indica possíveis atividades de herbivoria,
oviposição, parasitismo. Estas representam evidências das relações paleoecológicas
entre as plantas e outros organismos de um paleoecossistema.
Este documento, submetido à apreciação da Comissão Examinadora do
Programa de Mestrado em Análise Geoambiental da Universidade Guarulhos - UnG,
versa sobre o estudo dos aspectos supracitados na tafoflora da Formação
Tremembé, aflorante nas proximidades de Quiririm, bacia de Taubaté, no leste do
Estado de São Paulo.
16

I.2 Objetivos e justificativas

Este estudo visa contribuir para a ampliação dos conhecimentos sobre a


tafoflora paleógena proveniente da Formação Tremembé, bem como para um maior
conhecimento da paleoflora cenozóica do Sudeste brasileiro, através da análise do
material das coleções científicas disponíveis na Universidade Guarulhos - UnG e no
Instituto de Geociências - IGc da Universidade de São Paulo.
Os estudos taxonômicos, tafonômicos e morfográficos dos macrofitofósseis
desse jazigo proporcionam uma melhor caracterização de sua composição florística,
comunidades vegetais, evidências paleoclimáticas e paleofitogeográficas. Também
proporcionam a identificação de possíveis relações simbióticas ou parasitárias entre
plantas e outros organismos presentes naquele paleoambiente e a análise de
correlações bioestratigráficas, que identifiquem o desenvolvimento de sucessões
paleoflorísticas no decorrer da evolução da bacia tafrogênica.
Enfim, a análise combinada desses aspectos auxilia na reconstrução dos
eventos evolutivos e climáticos que determinaram a configuração da vegetação atual
da referida área.
O conhecimento dos elementos florísticos componentes da paleoflora da
Formação Tremembé, como um todo, e em particular da tafoflora do km 11 da
rodovia SP-123 (Rodovia Estadual Floriano Rodrigues Pinheiro), apesar de estudos
como os de Mandarim-de-Lacerda e Bernardes-de-Oliveira (1998), citações como as
de Bernardes-de-Oliveira et al. (2002a) e mais abrangentes como o de Veiga (2009),
necessita uma análise mais detalhada e aprofundada, pela diversidade das formas
que a compõem; pela sua boa preservação fossilífera, pelo fácil acesso e
prospecção e por suas ricas coleções para estudo (material armazenado nas
coleções científicas da UnG e do IGc - USP.
Ainda se tem a oportunidade de identificar macrofitofósseis que sofreram
algum dano causado por insetos. A análise e a possível interpretação do tipo de
dano, como, por exemplo, folhas cortadas ou perfuradas por insetos, sinais de
oviposição e/ou de defesa vegetal, podem fornecer dados que permitem inferir
determinadas relações tróficas de produtor e consumidor primário, relações
simbióticas e parasitárias entre plantas / ácaros / fungos, no paleoecossistema
lacustre Tremembé.
17

CAPÍTULO II
FLORAS PALEÓGENAS DO BRASIL E DO MUNDO

II.1 Paleógeno: Conceitos, paleogeografia e paleoclima

A mais recente das eras geológicas da Terra, a Cenozóica (Figura 1), teve
início a cerca de 65 milhões de anos e é dividida em três períodos: Paleógeno,
Neógeno e Quaternário. O Paleógeno é dividido em três épocas com
aproximadamente 10 a 22 milhões de anos cada: Paleoceno, Eoceno e Oligoceno
(GRADSTEIN et al., 2004).

Figura 1 - Coluna geológica e cronológica da Era Cenozóica, dividida em períodos, épocas e idades.
Extraída de Gradstein et al. (2004).
18

O Paleoceno e o início do Eoceno exibiram as condições climáticas mais


quentes da Era Cenozóica (WILLIS; McELWAIN, 2002). Eventos importantes
marcaram estas épocas geológicas caracterizadas por grandes mudanças globais
de caráter geográfico, climático e ambiental. O principal evento que desencadeou as
mudanças climáticas e bióticas, envolve os processos tectônicos das cadeias meso-
oceânicas que resultaram no aumento dos níveis de atividade hidrotermal, além do
aquecimento global induzido pelos altos níveis atmosféricos de gás carbônico (REA
et al., 1990) (Figura 2).
O aumento da temperatura persiste do Mesopaleoceno até o final do Eoceno,
com tendência a queda nos períodos seguintes (FRAKES, 1979). No limite Eoceno-
Oligoceno, as regiões subpolares tornaram-se mais quentes e ocasionaram o
aumento da evaporação nos subtrópicos, alterando drasticamente a natureza global
de circulação oceânica e o transporte de calor, influenciada, em parte, pela
separação da Austrália e Antártica durante o movimento tectônico das placas
continentais (Figura 2).

Figura 2 - Tendências de temperaturas a partir do Paleógeno, provenientes de análises de isótopos


de oxigênio de um composto de foraminíferos bentônicos registrados de diversos locais do Oceano
Atlântico DSDP (MILLER et al., 1987) onde a temperatura esteve acima dos valores atuais (em
º C). Note-se que determinada escala de temperatura a partir de análises de isótopos de oxigênio
varia de um mundo livre de gelo moderno, e que a transição entre as duas escalas devem ser
aplicadas no limite Eoceno-Oligoceno (~ 35 Ma). Contra esse recorde de temperatura são indicados
os principais eventos geológicos e botânicos durante o Paleógeno (GRAHAM, 1999).
19

A colisão da Índia com a Ásia (Figura 3), levantando o fundo oceânico de


Tethys, provocou a liberação de grandes quantidades de metano na atmosfera. O
gás metano é muito mais eficiente na retenção do calor do que o gás carbônico,
acelerando o efeito estufa, que elevou as temperaturas médias da Terra em 7°C
dentro de apenas 15 mil anos, fenômeno esse que ficou conhecido como “Máximo
Térmico do Paleoceno-Eoceno” (CHIMETTO, 2008).
O início do Oligoceno foi marcado por uma queda drástica da temperatura, o
desenvolvimento de um clima polar nas altas latitudes e o início da formação das
calotas polares. A separação entre a Antártica e a América do Sul e a colisão da
Índia com a Ásia (Figura 3), intensificaram o processo de resfriamento global, porém
a redução da temperatura é mais evidente no Hemisfério Sul (SCOTESE, 2001).

Limite Cretáceo – Paleoceno ( ~ 65 Ma)

Oligoceno (35 - 23 Ma)

Figura 3 - Configurações paleogeográficas globais, evidenciando as principais mudanças


continentais entre o início do Período Paleógeno (limite Cretáceo-Paleoceno) e o final (Oligoceno).
Observa-se o alargamento da costa do Atlântico Sul, o deslocamento da Índia em direção à Ásia, a
separação da Austrália da Antártica e o início da Formação dos pólos. Fontes: Scotese (2001).
20

A vida reinante também sofreu efeitos impactantes por conta destes eventos
que desencadearam processos evolutivos da fauna e da flora, promovendo o
aumento ou o declínio na diversidade das espécies. Esse intervalo de tempo é
caracterizado, principalmente, pelo início na diversificação dos mamíferos e o
estabelecimento do domínio das angiospermas (CHIMETTO, 2008).
Hinojosa e Villagrán (1997), em uma descrição dos principais eventos
geológicos e climáticos ocorridos durante o Paleógeno na América do Sul, citam a
separação entre a Austrália e a Antártica, como um fator importante que originou
uma corrente de águas frias (Corrente Circumpolar Antártica), que eventualmente
desencadeou a glaciação do setor leste da Antártica e causou a diminuição das
temperaturas oceânicas superficiais de 11- 12°C para 4- 5°C (Figuras 2 e 4).
Durante o Oligoceno, a entrada das águas frias da Corrente Circumpolar
Antártica provocou a queda na temperatura superficial dos oceanos tropicais de 28°
para 20°C (KVASOV; VERBITSKI, 1981). A diminuição da temperatura e umidade é
evidente nos estratos da Formação Tremembé (HINOJOSA; VILLAGRÁN, 1997).

Figura 4 - Variação da temperatura média anual através do Cenozóico da América do Sul, de acordo
com o modelo multivariado. As barras no eixo das temperaturas indicam o intervalo de confiança de
95% (HINOJOSA, 2005).
21

II.2 Floras paleógenas mundiais, com ênfase nas sul-americanas

A literatura sobre as floras paleógenas mundiais está bem documentada nos


inúmeros registros e descrições de ocorrências fitofossilíferas. A extinção em massa
dos organismos que marca o limite Cretáceo-Paleógeno, parece não ter afetado
severamente a diversidade das Angiospermas. Ao contrário, observa-se no início do
Paleógeno, uma segunda irradiação, que as torna ainda mais ricas em número de
espécies (HUGHES, 1994). Ainda nessa época, a flora começa a exibir
características cada vez mais próximas das formas atuais.

II.2.1 Contexto paleoambiental e paleoecológico

A flora da América do Norte, durante o Paleoceno apresentava vegetação do


tipo caducifólia, com representantes de famílias encontradas ainda hoje, como as
Jungladaceae e Betulaceae (MANCHESTER, 1999).
A vegetação, adaptada às condições climáticas quentes, expandiu-se em direção às
latitudes médias e altas, principalmente durante o início do Eoceno (BARREDA;
PALAZZESI, 2007).
A região Norte da América do Sul concentra grande parte da tafoflora do
Paleoceno, mas algumas ocorrências foram registradas no sul da Argentina. Romero
(1986), em uma análise da paleofitogeografia do Paleógeno, afirmou que a
vegetação seria, possivelmente, constituída por mangues, florestas tropicais
chuvosas, florestas de altitude e savanas, sob um clima subtropical úmido. Alguns
gêneros identificados nesses depósitos possuem correlação com similares
encontrados em floras cretáceas da Austrália e Eoceno-Oligoceno da Nova
Zelândia.
O gênero Typha, típico de áreas alagadas, e a família Nymphaeaceae, entre
outras, eram abundantes no Paleoceno e Eoceno de América do Norte e Inglaterra
(Formação Bembridge Marls, Ilha de Wigth) (HOOKER et al., 1995). Ambos foram
identificados e descritos para a tafoflora da Formação Tremembé e estavam
inseridos em ambientes constituídos por paleolagos.
A tafoflora oligocena de Manosque, no Sul da França, apresenta um ambiente
deposicional similar ao da Formação Tremembé, no que tange ao aspecto lacustre
22

subtropical, porém oxidante. Destaca-se pela presença de palmeiras dos gêneros


Caesalpinites e Cinnamomum (http://steurh.home.xs4all.nl/engman/emanos.html ).
Na América do Norte e Europa, o clima do Sudeste tornou-se mais seco e
sazonal, devido à queda da temperatura durante o Mesoeoceno, levando ao
aparecimento de florestas semidecíduas. Essa condição causou a diversificação da
paleoflora localizada em regiões de maiores altitudes (STEWART; ROTHWELL,
1993). Na América do Norte, durante o Oligoceno, as angiospermas dicotiledôneas
mesotérmicas foram extintas, dando lugar a uma vegetação composta por
elementos com folhas largas e decíduas (http://www.ucmp.berkeley.edu/tertiary/oligocene.php).
As floras paleógenas dos Estados Unidos foram extensamente descritas e
são bons exemplos para ilustrar as condições paleoambientais da América do Norte.
A Formação Green River (Eoceno), por exemplo, localizada no oeste do Colorado,
Utah e Wyoming, revela através de sua rica coleção fossilífera, um paleoclima
temperado úmido ou subtropical (MANCHESTER; KESTER, 2002). Para o final do
Eoceno, encontra-se, também no Colorado, a Formação Florissant, que apresenta,
dentre os fósseis mais comuns, folhas e restos vegetais de coníferas e
angiospermas dicotiledôneas (MANCHESTER, 2001).
A flora da Formação Creede, no sudoeste do Colorado, foi datada
radiometricamente, em aproximadamente 27 Ma (Neo-oligoceno), e apresenta
registros de pinheiros e abetos, além de espécies arbustivas componentes do
chaparral, bioma atualmente caracterizado por clima de invernos suaves e úmidos
(AXELROD, 1987).
Para as floras do Paleógeno da América do Sul, é preciso considerar que a
grande amplitude territorial do continente estabelece, de acordo com as
paleolatitudes, uma variação maior nas características da vegetação, devido às
condições climáticas diversas a que foram submetidas (HINOJOSA, 2005).
Do início do Paleoceno até o Neopleistoceno, de acordo com Ortiz-
Jaureguizar e Cladera (2006), o clima da porção meridional da América do Sul
passou de quente, úmido e não sazonal, para mais frio, seco e sazonal.
Concomitantemente, a vegetação formada por biomas de florestas tropicais foi se
transformando em florestas subtropicais, cerrados e savanas (Figura 5).
23

Figura 5 - Reconstrução Paleogeográfica com os principais biomas para o Oligoceno: 1) Temperado


Frio; 2) Temperado Fresco; 3) Subtropical de Verão Úmido Semidesértico; 4) Subtropical de Verão
Úmido; 5) Tropical Sempre Úmido 6) Ártico; 7) Glacial. Fonte: Garcia et al. (2007), modificado de
Willis e Mc Elwain (2002).

Uma classificação adequada a essas paleofloras foi proposta por Romero


(1986), definindo-as como Mixed Paleofloras, isto é, formações florestais compostas
de taxa com diferentes características ecológicas e fitogeográficas que podem estar
associados a representantes neotropicais, austrais e antárticos.
A região de Áisen, localizada na parte oriental da Cordilheira Patagônica
Chilena, apresenta unidades como a Formação Guadal, que corresponde a uma
intercalação marinha em meio a uma sucessão clástica continental, de idade neo-
oligocena - eomiocena; e unidades mais antigas como a Formação San Jose, do
paleoceno-eoceno, e a Formação Ligorio Márquez, que apresenta uma sucessão de
arenitos fluviais de quartzo, coberta por basaltos paleocenos (?) - eocenos.
Segundo a descrição sistemática dos macrofitofósseis, há registros de
Podocarpaceae (Divisão Pinophyta); de Bignoniaceae, Melastomataceae, Myrtaceae
e Sapindaceae, (eudicotiledôneas); de Monomiaceae e grande incidência de
Lauraceae (magnoliídeas), e nota-se a ausência de outras coníferas e Nothophagus.
A análise palinológica revela taxa afins com Proteaceae (51%), Podocarpidites
(5,3%), Notophagidites (4,7%) e esporos (5,5%) (TRONCOSO et al., 2002).
Sua morfologia foliar apresenta similaridade com a da flora de Tremembé (Neo-
oligoceno), pelo notável predomínio de folhas com margens lisas (90%) entre as
dicotiledôneas (TRONCOSO et al., 2002; VEIGA, 2009). Esse tipo de margem é
24

dominante em formações vegetais de altas temperaturas médias anuais com


pequenas variações de amplitude e grande umidade (WOLFE, 1971).
O Peru tem registros de fitofósseis eoeocenos, provenientes de depósitos
localizados na região de Bélen e na Formação Chacras, com gêneros como
Sapindoides, Cupanoides e Anacardium. Os depósitos neoeocenos da Venezuela
apresentam espécies afins às das planícies costeiras da América do Norte,
sugerindo um clima quente e uniforme (ROMERO, 1986).
A unidade basal do Grupo Santa Maria (província de Catamarca, Argentina) é
constituída pela sucessão das formações Las Arcas, Chiquimil, Andalhuala, Corral
Quemado e Yasyamayo. A composição da paleomacroflora permite reconhecer um
tipo de vegetação que circundava a área de sedimentação e outro tipo que se
localizava mais afastado.
A vegetação circundante é composta por herbáceas (Asteraceae) palustres,
rodeadas por um bosque higrófilo estratificado, com representantes das famílias
Melastomataceae, Malvaceae, Myrtaceae, Fabaceae, Anacardiaceae e Moraceae.
Nota-se a presença de muitos folíolos de Fabaceae, ocorrência comum na
Formação Tremembé. A maioria das espécies identificadas na Argentina e no Chile
foi datada como eocena-oligocena (ANZÓTEGUI, 2000).
O Eoceno superior da Patagônia apresenta gêneros como Nothofagus e
Araucaria, com redução do número de espécies perenifólias, o que indica um clima
mais frio, porém bastante úmido (WOLFE, 1971).
A Formação Palo Pintado, localizada a 200 km da cidade de Salta
(Argentina), inclui depósitos sedimentares do Grupo Payogastilla, constituído pelas
formações Los Colorados, Angastaco e San Felipe. (ANZÓTEGUI; HORN, 2011).
Apesar de pertencer ao Neógeno (Neomioceno), apresenta grande similaridade
paleoambiental com a Formação Tremembé.
A grande diversidade de lâminas foliares permitiu a reconstituição de suas
paleocomunidades, classificadas em aquáticas, palustres, bosques de ribeira
estratificados e savanas (BARREDA et al., 2007). A vegetação arbórea dos bosques
higrófilos contém registros fósseis das famílias Lauraceae, Moraceae, Sapotaceae e
Meliaceae.
Com base em sua litofácies, a Formação Palo Pintado é descrita como um
sistema fluvial com depósitos acumulados nas planícies de inundação, onde se
formaram pequenos lagos. Este ecossistema continental corresponde a corpos
25

lênticos em um subambiente palustre, de águas tranquilas, em zonas de inundação


permanente. Esse perfil justifica a boa preservação das lâminas foliares, exatamente
como aconteceu no paleolago de Tremembé.
A paleoflora da Formação Palo Pintado contém antecessores das províncias
fitogeográficas do norte da Argentina e do sul do Brasil (ANZÓTEGUI, 2006). Exibe
impressões foliares com tamanhos que variam entre micrófilas e notófilas.
Desenvolveu-se sob um clima tropical a subtropical, quente e úmido, porém com
sazonalidade pouco marcada.
As Mixed paleofloras se espalharam pela América do Sul (latitude 30°S)
durante o Eoceno, enquanto no Oligoceno, restringiram-se às regiões subtropicais
do Chile e da Argentina (TRONCOSO; ROMERO, 1998). A ilustração a seguir
representa as formações vegetais dominantes observadas nas paleofloras
oligocenas globais e seus respectivos paleoclimas (Figura 6).
26

Figura 6 - Distribuição paleofitogeográfica e paleoclimática global, inferida para o Oligoceno.


Baseada em Willis e Mc Elwain (2002).
27

II.3 Floras Paleógenas Brasileiras

Akhmetiev (1987), utilizando critérios paleofitogeográficos, estabeleceu quatro


reinos de abrangência para as floras paleógenas mundiais. O Reino Holoártico,
formado pelos continentes da América do Norte, do Ártico, da Europa e de grande
parte da Ásia setentrional; o Reino Notal, que inclui a Antártica, as áreas da Nova
Zelândia e do extremo sul da América do Sul; o Reino Australiano; e o Reino
Tropical, que engloba a África e as áreas Indo-Malaia e Neotropical, esta última
reunindo as Américas Central e do Sul.
No Brasil, ocorrem três tipos de depósitos fossilíferos: aqueles que formam as
coberturas das bacias sedimentares paleozóicas; os que se enquadram nas bacias
do tipo rift, denominadas marginais por estarem próximas da costa, e os situados em
bacias do tipo rift do interior, mais continentais (FRANCO-DELGADO; BERNARDES-
DE-OLIVEIRA, 2004).

II.3.1 Registro fossilífero e interpretações

A paleoflora brasileira apresenta ocorrências datadas para todas as épocas


do período Paleógeno (Figura 7). Japiassu (1970) identificou como paleocenos,
lenhos fósseis da família Humiriaceae, da Formação Ipixuna (PA). Foram
encontrados frutos fósseis de Palmae na Formação Maria-Farinha (PE) (DOLIANITI,
1955); frutos de Cannambaceae (BEURLEN; SOMMER, 1954), e folhas de
Myrtaceae (MAGALHÃES, 1948), na Bacia de São José de Itaboraí (RJ). Para a
Formação Maria-Farinha, Dolianiti (1955) indicou clima tropical úmido; no entanto,
Ashraf e Stinnesbeck (1988), através da análise palinológica, inferiram clima
subtropical a temperado.
Na Formação Fonseca (MG), datada como eocena, há registros fósseis de
lenhos e folhas de diversas famílias, como por exemplo, Fabaceae, Lauraceae,
Euphorbiaceae, Melastomataceae, Sapindaceae, Myrtaceae, Bignoniaceae, entre
outras (BERRY, 1935; DOLIANITI, 1949, 1950; CURVELLO, 1955; DUARTE, 1956,
1974, 1985; OLIVEIRA; SILVA, 1983; MELLO et al., 2002), sugerindo um perfil
paleoflorístico compatível com clima tropical úmido.
28

1 Formação Ipixuna (PA) 8 Formação Entre Córregos, Bacia de Aiuruoca (MG)


2 Formação Maria Farinha (PE) 9 Bacias de Gandarela e Fonseca (MG)
3 Bacia de Itaboraí (RJ) 10 Bacia de Bonfim (SP)
4 Bacia de Macacú (RJ) 11 Formação Tremembé (SP)
5 Formação Itatiaia (RJ) 12 Formação São Paulo (SP)
6 Formação Resende (RJ) 13 Formação Itaquaquecetuba (SP)
7 Bacia de Volta Redonda (RJ) 14 Bacia do Tanque e depósitos correlatos (SP)
Figura 7 - Localização das ocorrências fitofossilíferas paleógenas brasileiras. Baseado em Garcia
et al. (2007) e http://www.saproject.com.br/br/paises (acesso: Ago/ 2011).
29

Na Bacia de Gandarela (MG), Lima e Salard-Cheboldaeff (1981) e Maizzato


(2001) descreveram um paleoambiente pantanoso com clima úmido, baseados em
palinomorfos afins para as seguintes famílias ou ordens: Podocarpaceae,
Bombacaceae, Polypodiaceae, Rubiaceae, Fabaceae, Ephedraceae, Palmae (Nypa)
e Cycadales. Macrofitofósseis de folhas e sementes foram identificados por Duarte e
Mello-Filha (1980), e atribuídos às famílias Sapindaceae, Myrtaceae, Fabaceae,
Rutaceae, Chrysobalanaceae, Vochysiaceae e Blechnaceae.
As famílias Podocarpaceae, Ebenaceae e Rutaceae estão representadas por
elementos fósseis encontrados na Bacia do Bonfim (SP) (PAES LEME, 1918). A
palinologia revelou a incidência conjunta de vários grupos vegetais, como algas,
briófitas, pteridófitas e monocotiledôneas, o que permitiu a inferência de ambiente
palustre e clima tropical úmido.
Na Formação Resende (RJ) e na Bacia de Volta Redonda (RJ), identificaram-
se palinomorfos de Aquifoliaceae, Malpighiaceae, Palmae, Myrtaceae, Proteaceae e
Fabaceae, além de abundantes esporos de pteridófitas, sugerindo ambiente florestal
tropical e subtropical úmido (LIMA; AMADOR, 1985; LIMA et al., 1994). No entanto,
registros de Tabebuia (Bignoniaceae), apontam para um clima tropical mais seco,
uma tendência verificada em florestas estacionais decíduas e semidecíduas
(SCHEEL-YBERT et al., 2007).
Lima et al. (1994) sugeriram um clima subtropical úmido com a interpretação
do registro palinológico da Bacia de Macacu (RJ), constituído pelas famílias
Sapotaceae, Mimosaceae, Myrtaceae, Malpighiaceae, Podocarpaceae, Arecaceae,
Bombacaceae e Proteaceae, presentes do Neoeoceno ao Oligoceno.
Para a Bacia do Tanque e depósitos correlatos (SP), Bernardes-de-Oliveira
(in BISTRICHI, 2001) identificou macrofitofósseis e inferiu um paleoambiente de
matas tropicais e subtropicais úmidas. A identificação de palinomorfos pertencentes
às pteridófitas, cesalpíneas, mimosóideas, proteáceas, convolvuláceas e
malpighiáceas, indicou o mesmo intervalo de tempo (Neoeoceno / Oligoceno) para
esta ocorrência (BISTRICHI, 2001; GARCIA et al., 2004, 2008; ETCHEBEHERE et
al., 2007).
A Formação Entre-Córregos (MG) apresenta um perfil palinológico
identificado por Garcia et al. (2000), com representantes das pteridófitas e das
famílias Sapindaceae, Fabaceae, Mimosaceae, Euphorbiaceae, Ulmaceae,
Proteaceae, Myrtaceae, Podocarpaceae e Malpighiaceae. Os macrofósseis foliares
30

do tipo impressão-compressão foram classificados como Sapindus sp., Annona sp.,


Nectandra sp., Psidium sp., Luehea sp. e Apeiba sp. (FRANCO-DELGADO, 2002;
FRANCO-DELGADO; BERNARDES-DE-OLIVEIRA, 2004); família Myrtaceae
(BERNARDES-DE-OLIVEIRA et al., 2006), e folíolos de Caesalpinia echinata e
Machaerium sp., associados a grãos de pólen de Psilatricolporites sp. e
Margocolporites vanwijhei (BERNARDES-DE-OLIVEIRA et al., 2006), que permitiram
inferir um paleoambiente com características de floresta tropical atlântica, de
temperatura e umidade mais elevadas, na transição Neoeoceno / Eo-oligoceno.
A Formação Itatiaia (Oligoceno), localizada na Bacia de Resende (RJ), exibe
um perfil palinoflorístico representado por pteridófitas, proteáceas, fagáceas,
sapotáceas, meliáceas, euforbiáceas, mirtáceas, entre outras, típico de bioma
subtropical de verão úmido, com elementos de floresta paratropical. A presença de
espécies de gimnospermas nessa composição, como por exemplo, Podocarpites e
Ephedripites, sugeriu declínio da temperatura média, com invernos bem marcados
(LIMA; MELO, 1994).
Condições climáticas similares foram inferidas para as formações
Itaquaquecetuba e São Paulo (Bacia de São Paulo), através da análise das
palinofloras neoeocenas, que também indicaram um clima subtropical úmido, de
inverno bem marcado (LIMA et al., 1991; YAMAMOTO, 1995; SANTOS, 2005;
SANTOS et al., 2006 a, b; SANTOS, 2009; SANTOS et al., 2010). A expansão das
gimnospermas Dacrydiumites florinii e Podocarpites marwickii sugere um
resfriamento já no Eo-oligoceno, o que estabelece condições de clima subtropical a
temperado seco (SANTOS, 2008), embora com temperaturas médias ainda
superiores em relação às atuais.
A bacia sedimentar de Taubaté, onde se encontra a tafoflora da Formação
Tremembé, é uma bacia do tipo rifte marginal, e a proximidade da costa atlântica
submete a região às influências climáticas mais intensas, por conta das correntes
oceânicas.
Inferências paleoambientais associam a Formação Tremembé com um
ambiente lacustre (RICOMINI et al., 1987), interdigitado lateralmente pelos
paleoambientes aluviais da Formação Resende (RIBEIRO, 2004). Através de sua
análise litológica, a sequência deposicional de argilas e folhelhos durante a
sedimentação revela a alternância de condições climáticas e sua tectônica muito
ativa durante a Época Oligocena.
31

Os longos períodos de formação dos folhelhos favoreceram o


desenvolvimento de uma fauna aquática considerável, em um lago de águas calmas
e pouco profundas. O ambiente era bastante úmido, de pluviosidade acentuada, com
formação de matas nas encostas (PAULA- COUTO; MEZZALIRA, 1971). A
representação paleopalinoflorística associada à litologia indica um paleoambiente
lacustre onde as margens do lago teriam sido povoadas por ervas aquáticas,
pteridófitas e briófitas (MERCÊS et al., 2006).
Segundo Duarte e Mandarim-de-Lacerda (1987), os resultados
morfobiométricos foliares, quanto ao tipo de venação e margem, além das
porcentagens entre o número de folhas e folíolos, apontam para uma vegetação de
clima tropical ou subtropical. O tamanho reduzido dos limbos (micrófilos médios a
mesófilos pequenos) sugere uma vegetação de clima frio; a predominância de
paleotextura papirácea e membranácea é reveladora de umidade atmosférica
significativa. O paleoclima era provavelmente subtropical úmido com vegetação de
mata mais ou menos fechada, que conservaria um microclima úmido.
Do ponto de vista paleoecológico, esta associação fossilífera indica
principalmente dois tipos de ambiente: o de terra firme e o de terras inundáveis
(DUARTE; MANDARIM-DE-LACERDA, 1992).
O leontinídeo fóssil encontrado nas argilas bentoníticas de Tremembé, teria
sido um animal de mata; de hábitos um tanto anfíbios, foi, muito provavelmente,
contemporâneo de seu parente patagônico. Deve ter vivido ali nos tempos do Eo-
oligoceno (Deseadense), quando os climas da região e o da Patagônia deviam ser
mais ou menos semelhantes (PAULA-COUTO; MEZZALIRA, 1971).
Yamamoto (1995) considerou, através de análises palinológicas, que a
Formação Tremembé exibia mudanças de caráter climático no decorrer da
deposição dos sedimentos, de subtropical a temperado, e de quente e úmido a
relativamente seco. Ressaltou que o aquecimento significativo na parte tardia do
Oligoceno poderia limitar a extensão de sua deposição, quando o clímax de
resfriamento se dá nesta unidade.
Riccomini et al. (1996), no estudo da constituição mineralógica dos
sedimentos da Formação Tremembé, assinalaram a presença de mica e caulinita em
placas grandes e arredondadas, indicativa de climas secos e quentes à época de
deposição desta unidade, no Neo-oligoceno.
32

Em uma análise comparativa da paleoentomofauna da Formação Entre-


Córregos (bacia de Aiuruoca, Oligoceno de Minas Gerais) e outras unidades
estratigráficas relacionadas, verificou-se que a Formação Tremembé apresenta os
mesmos grupos de insetos de maior representatividade (dípteros e hemípteros).
Adicionalmente, as formações Tremembé e Fonseca (Minas Gerais) compartilham a
presença de blatópteros; já os tricópteros e lepidópteros aparecem exclusivamente
na Formação Tremembé.
Tais considerações indicaram que o ambiente do paleolago Tremembé foi
estressante, incluindo a presença de milhares de exemplares da mesma espécie de
insetos aquáticos heterópteros e várias famílias de dípteros, que habitam lagos e
córregos, com águas barrentas e peculiaridades microclimáticas; muitas mariposas,
cujos habitats são de altitudes elevadas e, himenópteros, que são encontrados em
florestas de coníferas, apontam para clima frio e úmido (MARTINS-NETO; PESENTI,
2006).
O lago foi classificado como um sistema lacustre fechado, oligomítico e
eutrófico, depositado em clima semiárido; estratificado devido à salinidade, doce na
superfície, onde viviam algas estenoalinas (Pediastrum sp), variando de doce à
salina no fundo, de acordo com a flutuação da lâmina d’água (TORRES-RIBEIRO,
2004).
Mercês et al. (2006), embasadas em estudos paleopalinológicos de amostras
provenientes do Jazigo Quiririm, registraram a presença de algas, em especial
Botryococcus sp, fungos, esporos de pteridófitas e de briófitas, juntamente com
grãos de pólen de angiospermas e especialmente de gimnospermas. Os grãos de
pólen de gnetófitas e coniferófitas são indicadores de clima temperado e pertenciam
a plantas da vegetação que habitava a parte serrana da bacia (MELO, 2003).
A incidência dos grupos citados indica que a vegetação era constituída por
bosques com predomínio de gimnospermas em um clima subtropical úmido com
uma estação fria e seca definida.
Veiga et al. (2008), observando a grande variedade de fabáceas presentes ao
redor do paleolago, o tipo de deposição desses macrofósseis e as indicações
climáticas, afirmaram que essa paleoflora oligocena apresentava características de
uma provável floresta estacional semidecidual.
Melo et al. (2007) classificaram a vegetação do paleoambiente da Formação
Tremembé em estratos, provavelmente pertencentes a quatro categorias: plantas
33

aquáticas do paleolago (Carophyta, Nymphaeaceae e Salvinaceae), plantas paludais


da beira do lago (Pteridophyta, Cyperaceae e Typhaceae), vegetação de clima
tropical / subtropical habitando o vale, e a vegetação de clima mais frio, adaptada às
regiões de maior altitude.
De um modo geral, a vegetação da Formação Tremembé, durante o final do
Oligoceno, compara-se a da atual Mata Atlântica, constituída principalmente por
floresta pluvial montana, floresta pluvial baixo montana e floresta de araucária
(VEIGA, 2009).
34

CAPÍTULO III
GEOLOGIA

III.1 Rift Continental do Sudeste do Brasil (RCSB)

O Rift Continental do Sudeste do Brasil (RCSB), assim designado


primeiramente por Riccomini (1989), ao empregar o termo rift no sentido
geomorfológico (GREGORY, 1984), refere-se ao principal evento geológico
responsável pela formação e desenvolvimento de várias bacias tafrogênicas
cenozóicas sul-americanas, dentre as quais se encontra a bacia de Taubaté.
O processo tectônico teve início há cerca de 150 milhões de anos, no fim do
Período Jurássico, com a fragmentação do supercontinente Gondwana (Figuras 8 e
9), acompanhado de um evento de caráter tectonomagmático e sedimentar
(SUGUIO, 2003), designado inicialmente por Almeida (1967) de Reativação
Wealdeniana, renomeado como Evento Sul – Atlântico (SCHOBBENHAUS et al.,
1984), e atualmente denominado Reativação Pós-Paleozóica (ALMEIDA;
CARNEIRO, 1998).

Figura 8 - Separação dos continentes sul-americano e africano, durante o processo de deriva


continental.. Fonte: http://geology.rockbandit.net (Acesso – Set./2010).
35

Figura 9 - Ilustração que simula as fases da deriva continental e as configurações dos continentes em
diferentes idades geológicas. Fonte: http://geology.rockbandit.net (acesso – Set./2010).

O RCSB desenvolveu-se sobre rochas neoproterozóicas compostas de


gnaisses, migmatitos e rochas metamórficas de baixo e médio grau (ALMEIDA et al.,
1973), rochas granitóides intrusivas bem como rochas alcalinas neocretáceas
(diques, maciços e sills).
Estruturalmente, o termo Continental do RCSB enfatiza tratar-se o rift de
entidade tectônica da área continental emersa. A reativação normal das antigas
zonas de cisalhamento, durante o Paleógeno (Eoceno – Oligoceno), e transcorrente
no Neógeno, determinou a instalação e deformações das bacias que compõem o rift
(RICCOMINI et al., 1991).
36

Esse evento geológico foi notavelmente importante para a formação das


bacias marginais brasileiras e do oceano Atlântico Sul (SUGUIO, 2003); teria sido
responsável pelos derrames basálticos juro-cretáceos da Formação Serra Geral
(Bacia do Paraná) e, já no Cenozóico, pela formação da antéclise do rio Paraíba do
Sul e de seu gráben mediano (ALMEIDA, 1969).
Outrora denominado de Sistema de Rifts da Serra do Mar (ALMEIDA, 1976) e
recentemente modificado para Sistema de Riftes Cenozóicos do Sudeste do Brasil
(SRCSB) (Figura 10) por Zalán e Oliveira (2005), foi descrito como uma faixa
estreita, alongada e deprimida, que acompanha a linha da costa da qual dista, em
média, 70 km. Apresenta cerca de 900 km de comprimento total, estendendo-se
desde a cidade de Tijuca do Sul (PR) até a área submersa defronte de Macaé (RJ)
(RICCOMINI et al., 2004).

Figura 10 - Mapa de distribuição dos quatro riftes do SRCSB: (A) Paraíba do Sul, (B) Litorâneo, (C)
Ribeira e (D) Marítimo; de suas falhas limitantes, preenchimentos sedimentares, intrusões / lavas
alcalinas, charneira cretácea das bacias de Santos / Campos e o Rio Paraíba do Sul (ZALÁN;
OLIVEIRA, 2005).

Segundo Riccomini et al. (2004), o Rift Continental do Sudeste do Brasil


divide-se em três segmentos. O segmento ocidental é composto pela bacia de
Curitiba, pela Formação Alexandra e Pariquera - Açu, além dos grábens de Sete
37

Barras, de Guaraqueçaba e de Cananéia. O segmento central é formado pelas


bacias de São Paulo, Taubaté, Resende e Volta Redonda, além de Bonfim e
Cafundó, como ocorrências menores, e o segmento oriental, que abrange o Gráben
da Guanabara, onde repousam as bacias de Itaboraí e Macacu, e o Gráben da Barra
de São João (Figura 11).

Figura 11 - Caracterização geográfica das bacias e formações presentes no Sudeste do Brasil: 1)


embasamento pré-cambriano; 2) rochas sedimentares paleozóicas da Bacia do Paraná; 3) rochas
vulcânicas toleíticas eocretáceas da Formação Serra Geral; 4) rochas relacionadas ao magmatismo
alcalino mesozóico-cenozóico; 5) bacias cenozóicas do rift (1- Bacia de Itaboraí, 2- Gráben de Barra
de São João, 3- Bacia do Macacu, 4 - Bacia de Volta Redonda, 5 - Bacia de Resende, 6 - Bacia de
Taubaté, 7- Bacia de São Paulo, 8 - Gráben de Sete Barras, 9 - Formação Pariqüera-Açu, 10 -
Formação Alexandra e Gráben de Guaraqueçaba, 11 - Bacia de Curitiba, 12 - Gráben de Cananéia);
6) zonas de cisalhamento pré-cambrianas, em parte reativadas durante o Mesozóico e Cenozóico.
Fonte: Riccomini et al. (2004).

É importante ressaltar a expressiva influência da atividade neotectônica na


configuração atual do relevo, como já descreveram diversos autores (RICCOMINI
1989; SAADI, 1991; CAMPANHA, 1994; MANCINI, 1995; MELLO et al., 1995;
SALVADOR; RICCOMINI, 1995; FERRARI; SILVA, 1997; GONTIJO, 1999; SANTOS
et al., 1999; HIRUMA et al., 2001; MODENESI-GALTTIERI et al., 2002).
38

III.2 Bacia Sedimentar de Taubaté

Esta feição geológica é classificada como uma bacia do tipo rifte e apresenta-
se em uma faixa estreita e deprimida, alongada segundo a direção ENE – SW, que
acompanha paralelamente as cristas das serras da Mantiqueira e do Mar, distando,
em média, 70 km da zona costeira e, em seção transversal, corresponde a uma
bacia assimétrica embutida no complexo cristalino pré-cambriano do leste paulista
(Figura 12) (HASUI; PONÇANO, 1978; CAMPANHA, 1994; RUZISKA; SUGUIO,
2008).

Figura 12 - Feições geomorfológicas das principais bacias do RCSB: SP – bacia de São Paulo; TB –
bacia de Taubaté; RE - bacia de Resende; VR – bacia de Volta Redonda. Fonte: Riccomini et al.
(2004)

A bacia de Taubaté é a maior expressão tafrogênica do RCSB e a mais


desenvolvida sob o ponto de vista tectonossedimentar (MARQUES, 1990).
Apresenta 170 a 200 km de comprimento, 20 km de largura máxima e ocupa uma
área de 3.200 km².
É limitada por zonas de cisalhamento proterozóicas, resultantes da
movimentação sinistral ao longo das falhas reativadas do embasamento: ao norte,
pela falha de Buquira, ao sul, pela falha do Alto da Fartura, a oeste, pelo Alto de
Arujá e a leste, pelo Alto de Queluz (RICCOMINI, 1989). A imagem a seguir, exibe
algumas características das suas formações geológicas (Figura 13).
39

Figura 13 - Mapa geológico da bacia de Taubaté: 1) Embasamento pré-cambriano; 2) Formação


Resende (sistema de leques aluviais proximais); 3) Formação Resende (sistema de leques aluviais
medianos a distais associados à planície aluvial de rios entrelaçados); 4) Formação Tremembé; 5)
Formação São Paulo; 6) Formação Pindamonhangaba; 7) Sedimentos quaternários; 8) Falhas
cenozóicas, em parte reativadas do embasamento pré-cambriano; 9) Eixos de dobras principais. Os
compartimentos da bacia estão representados no canto superior esquerdo: SJ – São José dos
Campos, TB – Taubaté e AP – Aparecida. Fonte: Riccomini (1989).

III.2.1 Sedimentologia

A espessura total dos sedimentos acumulados é variável, podendo alcançar


até 850 m. Os sedimentos são de origem continental, de idades cenozóicas (Eoceno
ao Recente) (GURGUEIRA et al., 2006).
Segundo Riccomini (1989), o preenchimento da bacia parece ter ocorrido em
duas fases: a primeira sintectônica, com a deposição de sedimentos do Grupo
Taubaté (formações Resende, Tremembé e São Paulo); e a segunda, posterior à
tectônica diastrófica, com a deposição da Formação Pindamonhangaba e de
depósitos aluviais e colúvio-aluvionais quaternários (Figura 14).
40

Figura 14 - Seção Geológica Esquemática Transversal à bacia de Taubaté (SP). Fonte: Modificado
de Suguio (2003).

III.2.2 Sistema deposicional

A sequência Taubaté foi depositada durante o Paleógeno e pode ser


subdividida em três formações, da mais antiga para a mais recente: Resende,
Tremembé e São Paulo. A evolução dessa sequência ocorreu em três fases:
I - sistema de leques aluviais e lamitos arenosos, que gradam para planícies aluviais
de um sistema fluvial entrelaçado da Formação Resende;
II - instalação de um sistema lacustre (Formação Tremembé) que corresponde a
camadas de folhelhos pirobetuminosos e argilas bentoníticas;
III - implantação de um sistema fluvial meandrante (Formação São Paulo) que, após
um tempo de erosão, repousou em discordância sobre o Grupo Taubaté, bem
demarcada por um nível conglomerático, a Formação Pindamonhangaba que, por
sua vez, corresponde a um novo sistema fluvial meandrante (MANCINI, 1995;
SAAD, 1990; ALMEIDA, 2007).
Conforme Almeida (2007), a fase I da evolução para a bacia de Taubaté
(Figura 15) corresponde à sedimentação de leques aluviais associados a uma
planície de rios entrelaçados da Formação Resende. A fase II consiste na instalação
41

de um sistema lacustre (Formação Tremembé) que corresponde a camadas de


folhelhos betuminosos e fase III corresponde à implantação de um sistema fluvial,
que persistiu até o Quaternário (Holoceno) (Formações São Paulo e
Pindamonhangaba) (CAMPANHA, 1994; RICCOMINI et al.,2004).

Figura 15 - Modelos esquemáticos das três fases de evolução sedimentar da bacia de Taubaté,
segundo Appi et al. (1986), apud Riccomini et al. (1987). Os números indicados na figura
representam: 1) Embasamento; 2) Conglomerados e diamictitos; 3) Inunditos e lamitos; 4) Folhelhos
lacustres e 5) Arenitos fluviais.
42

Internamente, a bacia de Taubaté é constituída por regiões deprimidas e


elevadas que a subdividem em sub-bacias. As regiões elevadas são: Alto Estrutural
de Caçapava e Alto Estrutural de Pindamonhangaba, dividindo-a nas sub-bacias de
São José dos Campos, Taubaté e Aparecida (HASUI; PONÇANO, 1978;
RICCOMINI et al., 2004).

III.2.3 Litoestratigrafia

A bacia de Taubaté é preenchida por sedimentos de fácies marginais, fácies


lacustres com turbiditos, fácies fluviais e aluviões quaternárias (HASUI; PONÇANO,
1978; SAAD, 1990; SUGUIO, 2003).
Segundo Almeida (2007), através da análise das relações de transição entre
os sistemas deposicionais oligocenos, Riccomini (1989) estabeleceu as sequências
litoestratigráficas das bacias sedimentares do SRCSB, descritas como leques
aluviais proximais e mediano distais, associados à planície fluvial de rios
entrelaçados (Formação Resende); lacustre (Formação Tremembé); fluvial
meandrante das bacias de São Paulo, Resende e Taubaté (Formação São Paulo);
fluvial entrelaçado (Formação Itaquaquecetuba); e fluvial meandrante da porção
central da Bacia de Taubaté (Formação Pindamonhangaba) recobertos por uma
sedimentação quaternária (coluvial, colúvio-aluvial e aluvial) (Figura 16).
43

Figura 16 - Cronolitoestratigrafia das bacias do Rift Paraíba do Sul do SRCSB: p - leques aluviais
proximais; m-d - leques aluviais medianos a distais associados à planície aluvial de rios entrelaçados;
t - depósitos de tálus; c - depósitos coluviais; ca - depósitos colúvio aluviais; a – depósitos aluviais.
Modificado de Riccomini et al. (2004).

III.3 Formação Tremembé

III.3.1 Litoestratigrafia

A Formação Tremembé é constituída, predominantemente, por folhelhos


argilosos laminados e folhelhos papiráceos betuminosos, ambos de coloração cinza
44

a preto, argilas esmectíticas verdes e lamitos seixosos esverdeados (FREITAS,


2007). Interdigita-se lateral e verticalmente com os depósitos da Formação Resende.
Constitui-se na unidade litoestratigráfica mais significativa da porção central
da bacia (RICCOMINI, 1989). Com 600 - 650 metros de espessura, estima-se que
sua deposição na bacia de Taubaté ocorreu num prazo de aproximadamente
650.000 anos, dentro do Período Oligoceno (~ 33 a 23 Ma) (RICCOMINI, 1993).
Corresponde a um sistema lacustre raso da sequencia Taubaté, com fase de
expansão até um máximo transgressivo, de trato de lago alto, marcada por camada
de folhelho, e fases de ressecamento, representadas por camadas de argilito maciço
(interpretado como proveniente de uma região paludal) nas bordas do lago
(TORRES-RIBEIRO, 2004).
Os folhelhos betuminosos apresentam características de ambiente redutor,
como: fina laminação, fissibilidade papirácea, coloração cinza escura, ricos em
matéria orgânica betuminosa; possivelmente formados em profundidades maiores,
durante a subida do nível d’água do lago (FREITAS, 2007) (Figura 17).

Figura 17 - Folhelhos pirobetuminosos e papiráceos.. Fonte: Bernardes-de-Oliveira et al. (2002 a).

As principais litofácies reconhecidas na Formação Tremembé compreendem:


argilitos verdes maciços, ritmitos de folhelhos e margas, dolomitos e arenitos
(RICCOMINI, 1989; RICCOMINI et al., 1996).
Torres-Ribeiro (2004) interpretou o lago Tremembé, como constituído por uma
lâmina d’água relativamente rasa (5 a 10 m), na qual foram depositadas argilas em
condição de baixa energia com clara contribuição eólica. Os principais afloramentos
da Formação Tremembé estão localizados nos municípios de Taubaté,
45

Pindamonhangaba e Tremembé (Figura 18 a), dentre eles está “Quiririm”, no km 11


da rodovia Quiririm - Campos do Jordão (Figura 18 b).

Figura 18 a - Contato discordante entre a Formação Tremembé (argilito maciço e folhelho) e o pacote
coluvionar arenoso, localizado na Mineradora Aligra Indústria e Comércio de Argila Ltda. Fonte:
Penha (2005). b - Afloramento da Formação Tremembé,, na altura do km 11 da rodovia SP-123
(Quiririm - Campos do Jordão), município de Taubaté (SP). Fonte: Foto tirada em 1998 e cedida por
Bernardes-de-Oliveira.

III.3.2 Paleontologia

A Formação Tremembé é notavelmente conhecida por apresentar uma das


maiores concentrações fossilíferas da região, onde são encontradas grandes
quantidades de fósseis de moluscos, artrópodes, répteis, aves, mamíferos,
icnofósseis, coprólitos, megafósseis vegetais e palinomorfos (SANTOS, 2009). Os
folhelhos pirobetuminosos da Formação Tremembé foram mencionados na literatura
geológica, pela primeira vez, por Pissis (1842), que lhes atribuiu idade pliocena.
46

III.3.2.1 Registro paleofaunístico

O conhecimento do acervo paleontológico da Formação Tremembé começou


a se formar com a descoberta, no final do século XIX, de fragmentos de peixes
ósseos e restos vegetais, encontrados em afloramentos de folhelhos papiráceos e
semipapiráceos, na região de Tremembé (SP), por Woodward (1898).
Figueiredo e Costa-Carvalho (1999 a) situaram tais fragmentos dentro do
gênero Steindachneridion, denominado como nova espécie: Steindachneridion
silvasontosi. Os mesmos autores descreveram uma nova espécie de curimatídeo, o
Plesiocurimata alvarengai, único exemplar do afloramento Quiririm (FIGUEIREDO;
COSTA-CARVALHO, 1999 b).
Em uma revisão sistemática e filogenética dos Caraciformes, Astyanax unicus
é redescrito em um novo gênero de Cheirodontinae relacionado aos gêneros
Spintherobolus Eingenmann e Serrapinus Malabarba. Curimata mosesi é redescrito
no gênero Cyphocharax Fowler. Triportheus ligniticus é redescrito no gênero
Moojenichthys (MALABARBA, 1996 a, 1996 b, 1996 c).
As relações e distribuição geográfica desses novos gêneros sugerem que a
fauna extinta de peixes da bacia de Taubaté suportaria a ideia de conexões mais
antigas entre o rio Paraíba do Sul, as cabeceiras o rio Tietê e as drenagens
costeiras do sudeste brasileiro (MALABARBA, 1997).
Dentre os vertebrados, como ressaltou Couto-Ribeiro (2010), os peixes são
os fósseis mais abundantes e procedem de diferentes níveis do folhelho
pirobetuminoso, com representantes das ordens Characiformes, Siluriformes e
Perciformes (TRAVASSOS; SILVA-SANTOS, 1955; MALABARBA, 1998;
FIGUEIREDO; COSTA-CARVALHO, 1999 a, 1999 b; MALABARBA, 2000;
MALABARBA; LUNDBERG, 2007) (Quadro 1).
Os representantes de outras classes de vertebrados foram encontrados, em
sua maioria, nas argilas montmoriloníticas: anfíbios e répteis foram descritos por
Paula-Couto (1970), Chiappe (1988); Kischlat (1993); Capilla (1994); Riff e Bergqvist
(1999), etc. (Quadro 1).
As aves apresentam elementos representantes de famílias extintas como
Phorusrhacidae, Quercymagapodiidae, Paleolodidae, Teratornithidae, e famílias
atuais como Vulturidae e Anhimidae (ALVARENGA, 1982, 1985, 1988, 1990, 1993,
47

1995, 1999; OLSON; ALVARENGA, 2002) (Quadro 1). A principal descoberta foi,
indiscutivelmente, do esqueleto quase 100% recuperado da ave denominada
Paraphysornis brasiliensis, medindo aproximadamente dois metros de altura
(ALVARENGA, 1982).
Por sua vez, os mamíferos constituem o grupo mais diferenciado, embora
menos abundante do que os peixes. Foram estudados por Paula Couto (1956); Soria
e Alvarenga (1986); Vucetich et al. (1993); Oliveira et al. (1997), Vucetich e Ribeiro
(2003); Alvarenga et al. (2005); Couto- Ribeiro (2005, 2010) (Quadro 1).
48

Quadro 1 - Paleofauna de vertebrados da Formação Tremembé.. Simplificado de Couto-Ribeiro


(2010).

O primeiro registro de Metatheria, grupo de mamíferos que compreende os


marsupiais, foi feito com base na análise de um dente canino, atribuído à família
Borhyaeninae (SORIA; ALVARENGA, 1989). Placas da carapaça dorsal identificadas
por Oliveira et al. (1997), levaram a identificação de um novo gênero e espécie de
Cingulata (ordem de mamíferos desdentados que inclui o tatu e o extinto gliptodonte).
Com base no levantamento dos fósseis nas coleções depositadas no Museu
49

de Ciências da Terra do Departamento Nacional da Produção Mineral e do Museu de


Historia Natural de Taubaté, verifica-se que Taubatherium paulacoutoi é o táxon de
tetrápode mais abundante da Formação Tremembé (MELO et al., 2007).
A paleofauna de vertebrados, do grupo dos notoungulados leontinídeos,
proveniente das argilas e dos folhelhos foi primordial para a datação da Formação
Tremembé como oligocena, corrigindo uma datação anterior pleistocena dada com
base na modernidade da fauna de mamíferos e, principalmente, do quiróptero
Tadarida faustoi Couto (PAULA – COUTO; MEZZALIRA, 1971).
Uma série de trabalhos ilustra a presença de rica fauna de invertebrados na
Formação Tremembé. Campanha (1994) detectou grande número de fósseis de
ostracodes em níveis de calcário (ostracodito), ao longo da Rodovia Carvalho Pinto,
na altura do Município de Taubaté.
Os registros das descrições taxonômicas de esponjas, crustáceos das ordens
Decapoda, Ostracoda e Isopoda, mollusca e insecta (FERREIRA, 1974; WICKERT,
1974; MARTINS-NETO, 1989; 1997a, 1997b, 1998a, 1998b, 1998c, 1999, 2001;
MARTINS-NETO; MEZZALIRA, 1991; MARTINS-NETO et al., 1992 a, 1992 b, 1993)
estão discriminadas no quadro 2.
Martins-Neto (1997b), em uma descrição de um díptero fóssil encontrado na
Formação Tremembé, nota a grande diversidade de tabanídeos ali presentes e afirma
que a família aparece no registro geológico desde o Eocretáceo até os dias de hoje.
O primeiro achado de Conchostraca (Neoligoceno) deu-se com a descrição
da espécie Tremembeglypta saadi para os níveis de argilas bentoníticas da
Formação Tremembé na América do Sul, e no Oligoceno, em nível mundial
(GALLEGO; MESQUITA, 1997).
50

Quadro 2 - Paleofauna de invertebrados artrópodes da Formação Tremembé.. Baseado em Couto-


Ribeiro (2010).
51

Em um trabalho que forneceu os primeiros resultados sobre a composição da


paleoentomofauna da Formação Tremembé, Godoy et al. (1999) relataram que a
diversidade de insetos encontrados só tem sido superada em número e qualidade
pela Formação Santana (Eocretáceo do Nordeste do Brasil). Composta
principalmente por dípteros (42%) e lepidópteros (30%), permitiu o traçado de um
perfil paleoecológico que acrescentou informações importantes para a evolução do
estudo paleoambiental dessa formação.
Um estudo comparativo de icnofósseis de Chironomidae (diptera) da
Formação Tremembé com as formas atuais permitiu afirmar que esses icnofósseis
habitavam o substrato bentônico do paleolago (MORRAYE, 2003). Mesquita (1997)
realizou uma análise preliminar de apenas um exemplar aracnídeo da Ordem
Araneae.

III.3.2.2 Registro paleobotânico

Até 1950, a maior parte dos fitofósseis era proveniente do Jazigo Mina Nova
Senhora da Guia. O estudo da tafoflora da Formação Tremembé teve início com a
análise do material deste jazigo por Mandarim-de-Lacerda (1985) e Mandarim-de-
Lacerda et al. (1986). Um afloramento, situado na Fazenda Santa Fé, 13 km ao
norte do município de Taubaté, foi descoberto no mesmo ano.
Os estratos destes jazigos são equivalentes, ocorrendo principalmente entre
dois tipos de folhelhos: o papiráceo, de fina laminação, e outro mais compacto ou
maciço, conhecido como folhelho pétreo (DUARTE; MANDARIM-DE-LACERDA,
1992).
Os registros palinológicos dessa formação (Quadro 3) foram reconhecidos e
identificados por Wickert (1974); Ferreira e Santos (1982); Lima et al. (1985);
Yamamoto (1995) e Mercês (2005).
52

Quadro 3 - Palinomorfos do afloramento Quiririm, Formação Tremembé. Fonte: Mercês (2005).


53

Duarte; Mandarim-de-Lacerda (1987) apresentaram parte da composição


paleoflorística da Formação Tremembé, até então conhecida, com base em
macrofósseis (talo, folhas, frutos e ramos) destacando diversos grupos botânicos:
Algae, Pteridophyta, Gimnospermae e Angiospermae (Dicotyledonea e
Monocotyledonea), principalmente, provenientes do jazigo Santa Fé. A maioria dos
fósseis foi coletada nos estratos superiores do folhelho papiráceo (DUARTE;
MANDARIM-DE-LACERDA, 1992).
Bernardes-de-Oliveira et al. (2002 a) apresentaram uma nova ocorrência de
macrofitofósseis da Formação Tremembé, que designaram informalmente de “Jazigo
Quiririm - Campos do Jordão, km 11”. Recentemente, em um estudo mais detalhado,
Veiga (2009) descreveu algumas das formas identificadas anteriormente,
acrescentando outras novas.
54

CAPÍTULO IV
ÁREA DE ESTUDO

IV.1 Aspectos Geográficos

O sítio paleontológico de coleta dos fitofósseis está localizado em um


afloramento da Formação Tremembé, à margem esquerda da rodovia estadual
Floriano Rodrigues Pinheiro (SP – 123), km 11, no sentido Quiririm – Campos do
Jordão, no distrito de Quiririm (Figura 19), município de Taubaté, leste do Estado de
São Paulo (SP).

45°37’10’’W

22°58’30’’S

Figura 19 - Localização do Jazigo fossilífero Quiririm, nos arredores do Distrito de Quiririm e


Município de Tremembé. Fonte: http://maps.google.com.br (acesso – Out./2011).

Encontra-se a uma altitude de 600 m acima do nível do mar, na intersecção


das coordenadas 22°58’30’’ de latitude Sul e 45°37’10’’ de longitude Oeste (Figura
20).
55

Figura 20 - Localização geográfica da bacia de Taubaté no Estado de São Paulo (BERNARDES-DE-


OLIVEIRA et al., 2002 b).

O município de Taubaté pertence, geográfica e administrativamente, a


mesorregião do Vale do Paraíba Paulista e situa-se na porção mediana da bacia de
Taubaté. A bacia de Taubaté localiza-se entre as cidades de Cachoeira Paulista e
Jacareí, no Estado de São Paulo, constituindo-se de um vale entre a serra do Mar e
a serra da Mantiqueira (MELO et al., 2007).

IV.2 Geomorfologia

A bacia de Taubaté está inserida no Planalto Atlântico (Figura 21), que é


subdividido em zonas representadas pelos Planaltos Paulistano, do Juqueriquerê, do
Paraitinga, da Bocaina, de Jundiaí, de Guapiara, de Alto Turvo, do Alto Rio Grande e
de Ibiúna; pelas Serranias de Lindóia e de São Roque; e pelo Médio Vale do Paraíba
e a Serra da Mantiqueira.
O Planalto Atlântico é constituído por superfícies de cimeira da Serra do Mar,
e da Serra da Mantiqueira, desde o Planalto de Poços de Caldas até o Planalto
Cristalino ocidental, além do Vale do Paraíba e Morros Cristalinos. Limita-se pelas
margens da bacia do Paraná a sudeste, atinge altitudes de 1.400 m, com relevo
ondulado e de grandes inclinações devido às escarpas que se conectam com as
regiões mais baixas, onde se podem ver algumas antigas superfícies de
56

aplainamento. É nesse compartimento geomorfológico que se encontra, encravada,


a bacia de Taubaté.

Figura 21 - Mapa das divisões geomorfológicas do Estado de São Paulo.. A bacia de Taubaté está
destacada em vermelho. Imagem obtida em Santos (2008) e modificada. Fonte original: Laboratório
de Modelagem 3D, UNESP.

IV.3 Vale do Paraíba

IV.3.1 Vegetação

De acordo com a descrição de Spix e Von Martius em 1817, as serras e


planaltos, litoral e interior apresentavam densa vegetação das florestas atlânticas. O
Vale do Paraíba exibia a fisionomia aberta dos campos, com rica flora herbácea e
arbustiva intercalada por manchas de mata.

IV.3.1.1 Cobertura original

Até o início do século XIX, a unidade de depressão na região do Médio


Paraíba do Sul apresentava uma cobertura original, onde os campos (Cerrado)
prevaleciam; nas encostas da serra do Mar e da serra da Mantiqueira, em contato
com o vale, observava-se até cerca de 500 m de altitude, Floresta Estacional
57

Semidecidual, de 500 a 1.500 m, recobrindo as cimeiras, a Floresta Ombrófila Densa


Montana. Os campos de altitude estão restritos a pequenas áreas nos altos das
Serras da Bocaina e da Mantiqueira (KRONKA et al., 2005).
Em 1920, principalmente a região do Médio Paraíba do Sul, deu lugar a
pecuária de gado leiteiro e a vegetação de florestas ficou restrita às áreas serranas.
A inauguração da rodovia Presidente Dutra (BR-116) atraiu um grande número de
indústrias para a região (FREITAS JUNIOR; MARSON, 2007).
De acordo com Freitas (2010), a região do Vale do Paraíba foi submetida a
décadas de devastação antrópica através dos ciclos da cana-de-açúcar, café,
agropecuária e da atividade industrial (Figura 22).

Figura 22 - Estimativa da cobertura florestal no Estado de São Paulo (1952 – 1962). Fonte:
Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA (1985).

IV.3.1.2 Cobertura recente

De acordo com Mandarim-de-Lacerda (1998), na área que abrange a


depressão do médio vale do Rio Paraíba do Sul, incluindo as elevações marginais
das Serras do Mar e Mantiqueira, identificam-se, conforme o Sistema de
Classificação Fitogeográfico do Projeto RADAMBRASIL (VELOSO; GÓES-FILHO,
1982), as seguintes formações vegetais:

 Região de Savana (Cerrado), de formação campestre, apresenta vegetação


de aspecto xeromorfo, sob um clima estacional, ecologicamente classificada
em rasteira, resistente a seca e arbórea, de raízes profundas; presença de
formação gramíneo–lenhosa, abundante nos tabuleiros pliopleistocenos do
rio Paraíba do Sul, associadas à floresta–galeria. Esse tipo de formação tem
58

como principal fator responsável pela sua ocorrência, a presença de solos


álicos (latossolos).

 Região de Floresta Ombrófila Densa (Figura 23), com pluviosidade média de


1500 mm anuais, estações sem seca, grande quantidade de elementos
arbóreos por área, subdividida em dois tipos organizados conforme uma
escala de altitude, em Floresta Montana e Floresta Alto-Montana.

A Floresta Montana é delimitada em altitudes que variam entre 500 e 1500 m,


acompanhando ambos os lados do Rio Paraíba, e apresenta um estrato arbóreo
mais externo, constituído de macrofanerófitas que atingem de 20 a 25 m de altura, e
outro inferior, composto de meso e nanofanerófitas. A conífera Podocarpus, único
gênero tropical de grande dispersão, é típica dessa formação, ocorrendo, por vezes,
juntamente com os gêneros Ocotea e Nectandra (família Lauraceae) (VELOSO et
al., 1992)
59

SERRA DA MANTIQUEIRA SERRA DO MAR


Floresta Ombrófila Densa
Áreas desprovidas de vegetação
SERRA DA
SERRA DO MAR
MANTIQUEIRA
0–50 m Floresta Ombrófila
500-1500m Densa de Terras
Floresta Ombrófila Baixas
Densa Montana 50–500 m Floresta Ombrófila
Densa Submontana
500 -1500 m Floresta Ombrófila
1500-2000m Densa Montana
Floresta Ombrófila 1500 – 2000 m Floresta Ombrófila
Densa Alto Montana Densa Alto
Montana
Figura 23 - Blocos de reconstituição paisagística das encostas da serra do Mar e da serra da
Mantiqueira. Fonte: http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/inventario.html (acesso em Set/2011).

A Floresta Alto Montana é encontrada nos Planaltos da Bocaina e Campos do


Jordão, apresenta altitudes acima de 1500 m e vegetação mesofanerofítica (20 m
em média), folhas pequenas e coriáceas, e troncos finos. Representada por famílias
com espécies endêmicas, embora apresente dispersão universal.

 Região de Floresta Ombrófila Mista, que também é conhecida como “Mata de


Araucária” ou “Pinheiral”, apresenta disjunções florísticas em refúgios
situados nas serras do Mar e Mantiqueira (VELOSO et al.,1992), com clima
bastante úmido, subdividida em Floresta Montana e Floresta Alto Montana. A
Floresta Ombrófila Mista Montana, ocorre nos Planaltos das serras da
Bocaina e Campos do Jordão, em altitudes entre 800 e 1200 m e, a Floresta
Alto – Montana, alcançam altitudes de até 1900 m.
60

IV.3.1.3 Cobertura atual

Sob uma perspectiva sistêmica, o vale do Paraíba do Sul abrange quatro


geossistemas (TROPPMAIR, 1987, 2000): Vale do Paraíba; Mar de Morros,
subunidade “contato com a Serra do Mar”; Contrafortes e Serra da Mantiqueira e
Bocaina (FREITAS JUNIOR; MARSON, 2007).
A ausência quase total de florestas, o isolamento das áreas remanescentes e
a mudança gradual de florestas para campos, redesenharam a paisagem da região,
que, praticamente transformada e áreas de pastagens, foi substituída por formações
abertas (Figura 24).

5
4 0 km
5W

Figura 24 - Cobertura vegetal natural e antrópica das áreas próximas às serras do Mar e Mantiqueira,
no Vale do Paraíba, entre São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ)). Baseado em IBGE (2004).
61

IV.4 Clima e fitoecologia

A região Sudeste é aquela que, em todo o Brasil, se destaca por apresentar


maior diversificação climática, considerando-se o regime das temperaturas. A
temperatura média anual situa-se acima de 21º e a média anual de umidade relativa
do ar ultrapassa 70%. Em relação ao relevo, particularmente da região do Vale do
Paraíba, apresenta os maiores contrastes morfológicos do Brasil e o clima
predominante é classificado como subtropical quente, com verões chuvosos e
invernos secos (http://www.valedoparaiba.com/geografiadovale/clima.asp, 1999-2009,
acesso em Set./ 2011).
Estando localizada na zona tropical, a região está submetida a forte radiação
solar, o que, por sua vez, favorece a evaporação das enormes massas líquidas
presentes. A evaporação acentuada e a posterior condensação provocam chuvas
mais ou menos frequentes. Em contrapartida, na área situada no amplo vale entre
serras, registram-se os mais baixos índices de precipitação, oscilando entre 1.200 e
1.300 mm.
Devido à influência oceânica, o clima da região costeira das florestas
atlânticas é úmido, alterando gradualmente as características de floresta pluvial para
uma vegetação mais aberta, típica de cerrado, conforme se avança para o interior.
As mudanças florística e estrutural se devem ao clima estacional que prevalece nas
regiões interioranas (OLIVEIRA, 2006).
Fatores como altitude, diversidade de solo, relevo e mesoclimas propiciaram o
aparecimento de diversas formações vegetais no Vale do Paraíba do Sul (ARAGAKI;
MANTOVANI, 1998; GOMES et al., 2005; KRONKA et al., 2005); dentre estas
ocorrem remanescentes de Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana,
Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Savana e frequentes
áreas de contato (SILVA, 1989; TOMASULO, 1995; CAVALCANTI, 1998; MARTINS
et al., 2002; GOMES et al., 2005; KRONKA et al. 2005).
Especialmente no Estado de São Paulo, ocorre predomínio de floresta
ombrófila densa e seguindo para o interior do Planalto Atlântico, visualiza-se a
floresta estacional semidecidual, com regiões de contato entre ambas
(IVANAUSKAS et al., 2000; CATHARINO et al., 2006).
62

A área de estudo apresenta, pelo menos, duas regiões fitoecológicas: a


floresta ombrófila densa (floresta pluvial tropical) e floresta estacional semidecidual
(floresta tropical subcaducifólia). Esta última relaciona-se com clima de duas
estações, chuvosa e seca em área tropical, com temperaturas médias em torno de
21ºC com curto período seco e temperaturas mais baixas, por volta de 15ºC.
É constituída por fanerófitos com gemas foliares protegidas por catáfilos
(escamas), com folhas esclerófilas ou membranáceas deciduais. Entre gêneros
encontrados que apresentam maior relevância fisionômica estão Parapiptadenia,
Peltophorum (família Fabaceae), Lecythis, Cariniana (família Lecythidaceae), e
Tabebuia (família Bignoniaceae) (VELOSO et al., 1992). Os cerrados, expandidos ou
retraídos, sempre estiveram presentes na região (GARCIA, 1994).
63

CAPÍTULO V
MATERIAL E MÉTODOS

V.1 Material de estudo

O conjunto de fitofósseis disponíveis para análises paleobotânicas é


constituído, em grande parte, do material obtido em coletas anteriores, realizadas
sob a coordenação do Laboratório de Paleobotânica e Palinologia da Universidade
Guarulhos (UnG), somado aos espécimes disponibilizados pelo Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo - IGc / USP.
O acervo tafoflorístico é composto de elementos foliares, alguns completos e
outros fragmentados, folíolos, alguns caules e frutos, preservados na forma de
impressões e incarbonizações em folhelhos papiráceos proveniente do jazigo
fossilífero “Quiririm”. Os macrofitofósseis foram encontrados, principalmente, em
nível próximo à base do afloramento, indicado em perfil geológico, levantado na
época da coleta (Figura 25).
O afloramento concentra-se em um corte de estrada com cerca de 100 metros
de comprimento por cinco metros de altura a partir do leito da rodovia.
Estratigraficamente compreende uma seção de folhelhos pirobetuminosos da parte
superior da Formação Tremembé, recobertos por lentes de arenito arcoseano e
bancos de argilito, ambos variegados, entremeados de concreções e crostas
limoníticas (BERNARDES-DE-OLIVEIRA et al., 2002 a).
64

Figura 25 - Perfil de calha do afloramento Quiririm. Modificado de Bernardes-de-Oliveira et al.


(2002 a).

V.2 Aplicações da paleobotânica

V.2.1 Considerações

A Paleobotânica, no sentido mais puro da palavra, refere-se ao estudo das


plantas fósseis, ou partes delas, porém seus objetivos e resultados alcançam um
contexto bem mais amplo. Segundo Taylor e Taylor (1993), as plantas fósseis
65

testemunham sobre antigos ambientes e evidenciam suas mudanças, além de


fornecerem evidências das inter-relações entre animais e plantas que viveram
nesses ambientes.
A interligação da paleobotânica com outras ciências é notável, haja vista que
é derivada de outra diretamente correlata, a paleontologia, que abrange o estudo de
qualquer organismo fóssil. A diferença é que, a paleobotânica é empregada muito
mais como um meio do que como um fim, pois seu caráter multifuncional permite
que a exploremos como ferramenta em estudos científicos de análises indiretas, ou
seja, aqueles que exigem interpretações e inferências dos dados obtidos.

V.2.2 Conceitos e divisões

Os fundamentos da paleobotânica podem ser classificados em biológicos ou


geológicos. Os biológicos são desenvolvidos por ciências como a taxonomia, a
filogenia e a evolução vegetal, além da interrelação entre a paleoecologia, a
paleofitogeografia e a paleoclimatologia; a interpretação conjugada de todas elas
pode fornecer informações para as reconstituições paleoambientais e suas
sucessões florísticas.
A análise taxonômica das assembleias fósseis é possível pela observação da
flora recente, na investigação de possíveis “parentes viventes mais próximos”
(Nearest Living Relatives) (GREEN, 2006; DOS-SANTOS et al., 2007). A
paleoclimatologia procura interpretar os mecanismos que atuaram na instalação e
modificação dos climas sobre as diferentes regiões do planeta ao longo do tempo; e
a paleofitogeografia estuda a distribuição geográfica dos taxa vegetais no passado e
suas relações com deriva dos continentes.
A Paleobotânica tem sido empregada como importante ferramenta na
caracterização das condições climáticas e ecológicas de paleoambientes, com base
na sensibilidade e capacidade de adaptação das plantas às mudanças ambientais,
refletidas em sua morfologia e anatomia. (SANTOS et al., 2007).
Os fundamentos geológicos analisam onde, quando e como ocorreu a
fossilização de um antigo organismo. O “onde” relaciona-se com os ambientes de
sedimentação ou de deposição. E para contar esta história, é preciso descrever as
etapas e os mecanismos que interferem e modificam a configuração do planeta,
66

através da investigação de particularidades físicas e químicas que constituem os


ambientes que o compõe.
Os elementos e substâncias químicas, através de algumas de suas
propriedades, podem fornecer dados de “quando” aconteceu um evento, por meio da
datação de partículas radiogênicas, isto é, o cálculo de suas quantidades relativas
(meia-vida) em diferentes épocas.
A estratigrafia envolve a análise e a datação de camadas geológicas e é
dividida em bioestratigrafia que estuda a divisão dos pacotes sedimentares conforme
a composição florística ou faunística de seus estratos e a cronoestratigrafia que
determina a idade e a sucessão dos eventos indicados pelas camadas.
A tafonomia refere-se ao “como”, isto é, consiste no conjunto de processos
que atuam sobre um organismo desde o seu momento post-mortem até sua inclusão
e fossilização completa na rocha sedimentar (MENDES, 1982). Vários fatores
influenciam nos eventos que levam à fossilização. Dentre eles, podemos citar a
natureza dos regimes deposicionais, a estratégia de vida da planta, o habitat e as
associações ecológicas.
Os processos tafonômicos são classificados em necrobióticos,
bioestratinômicos e diagenéticos (Figura 26).
67

Figura 26 – Organograma das possíveis sequências dos eventos tafonômicos.. Fonte: Baseado em
Iannuzzi e Vieira (2005).

A necrobiose leva à produção de fragmentos vegetais provenientes da planta,


que indicam aspectos de sua fisiologia, como idade, sazonalidade, predação, entre
outros (GREENWOOD, 1991).
Na bioestratinomia, incluem-se todos os mecanismos de transporte até o
sepultamento ou inclusão dos restos orgânicos nos sedimentos da área
deposicional. Isto propicia o isolamento da matéria orgânica dos efeitos da
decomposição biológica. O transporte certamente está relacionado com a origem de
assembléias fósseis.
68

A grande ocorrência de fósseis em sistemas lacustres, como aquele que deu


origem à Formação Tremembé, deve-se ao fato de ter sido um ambiente de caráter
predominantemente eutrófico. A riqueza de nutrientes proporcionou o acúmulo de
sedimentos sapropélicos que favoreceram a sua conservação (SIMÕES; HOLZ,
2004).
Os processos diagenéticos são determinantes na transformação dos
fragmentos vegetais soterrados. As alterações provocadas pela fossildiagênese
podem manter aspectos da morfologia e bioquímica do tecido vegetal (MARTIN-
CLOSAS; GOMEZ, 2004).

V.3 Métodos utilizados no estudo dos fitofósseis

V.3.1 Métodos de campo

Grande parte do material analisado foi gentilmente disponibilizada pela


coordenação do Laboratório de Paleobotânica e Palinologia da Universidade
Guarulhos e, alguns espécimes, sob empréstimo do Instituto de Geociências - USP.
A pré-elaboração da secção colunar do afloramento para a localização do nível
fossilífero deu embasamento para a continuidade dos estudos realizados por Veiga
(2009) e agora por mim.

V.3.2 Métodos de laboratório

Após a coleta, o material foi submetido ao preparo mecânico que utiliza


talhadeiras, marteletes e vibro-graver, para a retirada de parte da rocha-matriz que
impede a boa visualização dos fósseis. Na maioria dos casos, encontram-se
preservados sob a forma de impressões e incarbonizações.
O material foi previamente analisado e catalogado para a montagem da
coleção de fósseis do laboratório, identificados através de numeração em uma
listagem preliminar de amostras.
Em seguida, cada amostra foi submetida à fotomacrografias e
fotomicrografias com fotoestereomicroscópio, que permite visualizar os detalhes do
material e elaborar desenhos com o uso de câmara clara para análise
pormenorizada. Os procedimentos descritos são utilizados para possíveis
69

identificações taxonômicas que incluem mensuração, descrição dos aspectos


morfoanatômicos, comparação com material atual clarificado e consulta a literatura
especializada.
No caso de amostra foliar, o material incarbonizado foi submetido à
preparação química na tentativa de evidenciar sua cutícula. Para melhor
visualização dos detalhes estruturais, utilizou-se um microscópio óptico de emissão
de radiações ultravioleta e infravermelha.
A análise morfográfica é realizada com o apoio de um paquímetro digital para
mensuração de vários aspectos foliares lineares como, por exemplo, comprimento e
largura totais, tamanho e espessura da venação primária e mensuração dos
aspectos angulares da base e do ápice da folha, com uso de goniômetro e
transferidor.
O registro gráfico através de desenhos em câmara clara facilita o cálculo da
área foliar e a visualização das características que serão posteriormente
comparadas para sua classificação, com base no método aproximativo do MLA
(Manual of Leaf Architecture), obedecendo aos termos e às sequências de
observações, desenvolvidos pelo Leaf Architecture Working Group (LAWG, 1999;
ELLIS et al., 2009). Esta análise é amplamente utilizada pelos paleobotânicos que,
submetida aos princípios do atualismo, pode fornecer dados considerados como
bons indicadores de paleoclimas antigos, pois se sabe que há fortes relações entre a
margem foliar e o clima (ROYER et al., 2005).
A identificação e análise dos danos causados, principalmente por insetos, em
fitofósseis, particularmente em folhas fossilizadas do tipo impressão – compressão, é
realizada através de comparações com base no Guia para Tipos de Danos de
insetos (e outros) em Plantas Fósseis (LABANDEIRA et al., 2007).
70

V.3.3 Métodos de gabinete

A leitura e pesquisa em bibliografia especializada, principalmente do


Paleógeno Brasileiro, ofereceu subsídios para o desenvolvimento do estudo, em
todas as suas etapas.
A análise morfográfica dos fitofósseis com etapas como observação em
estereomicroscópio, desenho da arquitetura foliar com apoio do LAWG (1999) e o
registro comparativo dos dados obtidos, permite, além da identificação taxonômica,
a oportunidade de reconhecer, nos macrofitofósseis, marcas que indiquem algum
dano causado por insetos.
Na análise e integração de dados, empregam-se métodos estatísticos (WOLF,
1995; GREEN, 2006), princípio do atualismo, comparações com outras floras fósseis
coetâneas e comparações com dados sugeridos pela litologia.
A aplicação de chaves de determinação de famílias de angiospermas
(MOUTON, 1967; HICKEY; WOLFE, 1975; DOLPH; DILCHER, 1979) nos fósseis
analisados; comparações com as espécies atuais descritas na literatura botânica
(LORENZI, 1992; MARCHIORI, 1997; JUDD et al., 1999; SIMPSON, 2006;
SCALON, 2007; SOUZA; LORENZI, 2008) e exemplares diafanizados obtidas em
herbários, auxiliam no processo de identificação taxonômica.
As observações e interpretações paleoclimáticas e paleoecológicas são feitas
com base na fisiognomia foliar (DOLPH; DILCHER, 1979; HUFF et al., 2003;
ROYER et al., 2005; ROYER; WILF, 2006), dados taxonômicos e qualquer tipo de
dano ou alteração do tecido foliar provocados por herbivoria, como por exemplo,
impressões de galhas, perfurações de alimentação, esqueletização, mordeduras nas
margens foliares, “mineração” (túneis subcuticulares impressos nas folhas), ou
atividades ligadas à reprodução, como oviposição ou fixação da pupa (casulo),
comportamento observado em algumas ordens de insetos etc. (CYR; PACE, 1993;
FONSECA, 1994; LABANDEIRA et al., 2007).
Labandeira (1997), em um estudo sobre os tipos de peças bucais dos insetos,
relacionou suas estratégias de alimentação na determinação de aspectos
paleobiológicos, pois se o tipo de dano foliar for detectado, na maioria das vezes
reconhece-se também o aparelho bucal do inseto que o causou.
As observações dos tipos de danos possivelmente causados por insetos e/ou
outros organismos como, por exemplo, folhas cortadas por herbívoros, folhas
71

raspadas por insetos para oviposição, são dados que permitem inferir determinadas
relações tróficas de produtor e consumidor primário, relações simbióticas e
parasitárias entre plantas / ácaros / fungos, no paleoecossistema lacustre
Tremembé.
As interpretações feitas por meio de evidências fósseis de prováveis
associações planta / inseto podem revelar aspectos do paleoambiente e do
paleoclima da época. É possível interpretar as relações ecológicas sugeridas pelos
padrões de herbivoria, que também são empregados como mais uma ferramenta na
identificação dos grupos taxonômicos dos insetos ou plantas envolvidos nessas
associações.
As reconstituições paisagísticas, paleoclimáticas, paleogeográficas e
paleoecológicas, dependem do estabelecimento de possíveis correlações, inferidas
a partir da integração dos dados obtidos neste estudo, com os registros e descrições
de famílias, gêneros ou espécies identificadas anteriormente.
72

CAPÍTULO VI
DADOS OBTIDOS SOBRE FISIOGNOMIA FOLIAR

VI.1 Considerações

Wolfe (1993) desenvolveu um método para estimar fatores climáticos e suas


variações com base nas características foliares. Uma das principais relações entre o
ambiente, ou paleoambiente, e as características foliares é a proporcionalidade
direta entre o tamanho do limbo e a temperatura média anual, ou seja, quanto maior
o tamanho da folha, maior o índice pluviométrico, e vice-versa. As relações entre as
características das folhas modernas aos parâmetros climáticos são utilizadas como
referências nas interpretações do paleoclima (WOLFE, 1995).
Vale lembrar que essa relação independe das características genéticas e
fenotípicas da espécie considerada, haja vista o grau de desenvolvimento das folhas
durante o crescimento da planta, que pode variar de acordo com as condições
abióticas como solo pobre em nutrientes; diferenças de tamanho foliar em um
mesmo indivíduo, por exemplo, folhas jovens ou maduras podem apresentar
diferentes tamanhos, de acordo com o grau de desenvolvimento no qual se
encontram (NULTSCH, 2000).
Sabe-se que as folhas localizadas nas extremidades dos galhos são menores
do que as folhas de galhos maiores e mais internos. A redução da superfície foliar é
um dos mecanismos adaptativos das plantas para evitar a perda d’água por
transpiração, nos ambientes secos (FERRI, 1993).
Outro fator importante que pode mascarar ou até induzir ao erro durante uma
análise morfográfica foliar, de caráter principalmente qualitativo, é a presença de
folíolos, característicos de algumas famílias como Fabaceae. Se a tafoflora estudada
apresenta abundância de folíolos, o que não necessariamente deva indicar uma
grande diversidade, o resultado das porcentagens calculadas para os tamanhos
foliares e as formas laminares, pode não corresponder à realidade, pois o número de
folíolos vai acabar diluindo as proporções de outros tipos e tamanhos foliares
presentes.
73

Existem modelos matemáticos que reduzem consideravelmente a ocorrência


de falsas estimativas em relação à temperatura e a precipitação médias inferidas
para paleoclimas (WOLFE, 1993; JACOBS, 1999).
Durante a análise das folhas são considerados diversos aspectos
mensuráveis como tamanho foliar, relação comprimento X largura, padrões das
margens, entre outros; os dados obtidos são utilizados na aplicação do método
CLAMP (Climatic Leaf Analysis Multivariate Program), onde são calculadas
porcentagens com base nas correspondências multivariadas desses aspectos, entre
os espécimes analisados (GREEN, 2006).

VI.2 Resultado da análise

Dentre um total de 45 espécimes foliares observadas, foi possível reunir


informações sobre algumas de suas feições morfológicas, normalmente utilizadas
em interpretações paleoecológicas e paleoclimáticas (ROYER et al., 2005). Cada
amostra foi mensurada em comprimento e largura, e os dados obtidos foram
aplicados em cálculos para determinar o tamanho foliar e a proporção laminar.

VI.2.1 Tamanho

Para o cálculo do tamanho da folha, consideram-se apenas as formas


preservadas que, neste caso, somaram 24, para um total de 45 exemplares. Os
tamanhos foliares verificados (Figura 27) oscilam entre as dimensões das folhas
nanófilas (25 a 225 mm2) e das folhas micrófilas (225 a 2.025 mm2).

Nanófila

46%
54%
Micrófila

Figura 27 - Proporções de folhas quanto ao tamanho..


74

VI.2.2 Proporção do Comprimento x largura da área

Um aspecto de valor adaptativo importante para os vegetais é a proporção


comprimento / largura da área foliar. Folhas com proporções superiores a 4/1 são
mais comuns em climas secos, pois a forma alongada evita o superaquecimento
(PARKHURST; LOUCKS, 1972).
As proporções laminares foram calculadas em 23 folhas, que apresentaram
proporções iguais ou aproximadas à razão 2/1, ou seja, 35% das folhas têm o
comprimento equivalente ao dobro da largura. As proporções próximas desse valor
para mais (2,5 /1), ou para menos (1,5 /1), somadas, perfazem 44% do total. A
minoria das folhas apresentou razões maiores (13% - 3 /1 e 4% - 3,5 /1).

VI.2.3 Ângulos das bases e dos ápices

Os cálculos dos ângulos da base e do ápice das folhas são empregados para
classificar as formas dos mesmos. De acordo com os ângulos encontrados,
obtivemos para as bases foliares, em um total de 30 folhas preservadas, seis tipos
diferentes de formas da base, com evidente superioridade na proporção de
convexas, que representam praticamente a metade das folhas analisadas (Figura
28).

Convexa
4%
7% Arredondada
13%
43% Cuneada

13% Côncavo-convexa

20% Complexa

Decorrente
Figura 28 - Proporções de bases foliares quanto à forma.

Apenas 17 folhas apresentaram seus ápices preservados e as proporções


das formas identificadas estão registradas a seguir (Figura 29).
75

6% Retuso
6%
35% Acuminado
24%
Convexo

Complexo
29%
Arredondado

Figura 29 - Proporções de ápices foliares quanto à forma.

Os resultados obtidos a partir da análise dos ápices foliares, dentre as 17


folhas que apresentaram seus ápices preservados, revelaram um predomínio de
formas retusas (35%), seguida pelas formas acuminadas (29%) e convexas (24%),
perfazendo somadas, 88% das formas reconhecidas.

VI.2.4 Forma

As formas laminares observadas em 26 folhas preservadas revelaram


predominância de folhas com formas elípticas (38%) e oblongas (36%), além das
formas convexas, que também apresentaram uma porcentagem expressiva (24%).
(Figura 30).

4% elíptica oblonga
11%

11% 38%
obovada ovada

36% orbicular

Figura 30 - Proporções das formas foliares..


76

VI.2.5 Margem

Em relação às margens foliares e venações primárias, só foram registradas


folhas com margens lisas (Figura 31) e venações pinadas.

Lisa

100%

Figura 31 - Proporções dos tipos de margens foliares..

VI.2.6 Simetria

Foi possível calcular em 36 folhas, a simetria laminar, que evidenciou uma


discreta maioria de folhas assimétricas (Figura 32).

36%
assimétricas

64% simétricas

Figura 32 - Proporções foliares quanto à simetria da área laminar

Apenas 10 folhas tiveram seus pecíolos preservados, dentre eles, quatro


foram reconhecidos como pulvinados, quatro retos e dois de base inflada. O volume
amostral é muito pequeno para determinar relações ou inferir características com
base nas proporções calculadas quanto à simetria da área laminar. De qualquer
forma, os resultados dos cálculos mostraram que 40% dos pecíolos eram
pulvinados, 40% retos e 20% de base inflada.
77

CAPÍTULO VII
TAXONOMIA DA TAFOFLORA DE QUIRIRIM

VII.1 Generalidades

Há concordância entre os biólogos, apoiada por análises morfológicas e


moleculares, quanto ao monofiletismo das angiospermas, e se pode afirmar com
certeza, que já estavam presentes há pelo menos 130 milhões de anos (ZANIS et
al., 2002).
A rápida diversificação e distribuição global das angiospermas,
provavelmente ocorreram, entre outras causas, devido à separação dos continentes
(Laurásia e Gondwana), durante o Neojurássico e Eocretáceo (ZAVADA, 2007).
As informações taxonômicas aqui reunidas são uma compilação dos
resultados obtidos em estudos anteriores sobre a tafoflora de Quiririm (MANDARIM-
DE-LACERDA, 1998; BERNARDES-DE-OLIVEIRA et al., 2002 a; VEIGA, 2009),
situada na porção superior da Formação Tremembé, bacia de Taubaté (SP)
adicionando-se mais um táxon identificado pela primeira vez.
Para fazer a classificação taxonômica das espécies angiospérmicas
identificadas, Veiga (2009) utilizou a classificação filogenética estabelecida pelo
Grupo de Estudos Filogenéticos de Angiospermas, em 2003 (APG II, 2003).
O cladograma a seguir (Figura 33) exibe a classificação atualizada da
sistemática, estabelecida pelo Grupo de Estudos Filogenéticos de Angiospermas,
em 2009 (APG III, 2009), onde as ordens presentes na tafoflora de Quiririm indicam-
se com contornos vermelhos.
A tafoflora de Quiririm documenta um conjunto de táxons angiospérmicos bem
variados onde, até o momento, estavam ausentes apenas as asterídeas (Quadro 4).
78

Figura 33 - Inter-relações das ordens e algumas famílias, segundo APG III (Grupo de Filogenia das
Angiospermas). Ordens recém-reconhecidas para o APG III estão sinalizadas por †. Algumas
famílias das eudicotiledôneas ainda não estão agrupadas em ordens, são apresentadas apenas
como famílias, e.g. Dasypogonaceae. As ordens evidenciadas com um retângulo vermelho
apresentam registros na tafoflora de Quiririm. Extraído de APG III (2009).
79

Além das angiospermas, outros táxons foram identificados na tafoflora de Quiririm. O registro completo (Quadro 4), até o momento, era:

Quadro 4 - Elementos tafoflorísticos do “Jazigo Quiririm”. Os gêneros / espécies representados em vermelho foram identificados anteriormente, mas só
descritos em Veiga (2009); em azul, formas identificadas e descritas pela primeira vez por Veiga (2009); em verde, formas identificadas em outro sítio
paleontológico, mas só registradas e descritas pela primeira vez para este jazigo em Veiga (2009) e, em roxo, formas anterior mente identificadas para o
jazigo Quiririm, sem constatação em Veiga (2009). Modificada de Veiga (2009), segundo a APG III (2009) e Smith et al. (2006).
80

A identificação/ descrição taxonômicas de estudos anteriores registram quinze espécies, distribuídas em doze gêneros. A esta lista
somaram-se os gêneros Equisetites L., Xylopia L., Thyrsodium Salzm. ex Benth. e Aspidosperma Mart. & Zucc. (Quadro 5).
DIVISÃO/ CLADO ORDEM FAMÍLIA SUBFAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE
EQUISETALES EQUISETACEAE Equisetites Sternbg. Equisetites hippochaetiformis sp. nov.(1)
MONILOPHYTA SCHIZAEACEAE
POLYPODIALES
SALVINIACEAE
MAGNOLIIDEAS MAGNOLIALES ANNONACEAE Annonoideae Xylopia L. Xylopia sp. (1)
MONOCOTILEDÔNEA
COMELINÍDEA
POALES TYPHACEAE Typha L. T. tremembensis Duarte; Mandarim-de-Lacerda (2,3,4)
N. anaflorae Veiga (2009) nom. nud. (4)
PROTEALES NELUMBONACEAE Nelumbo Ad.
N. saadi Veiga (2009) nom. nud. (4)
CARYOPHYLLALES PHYTOLACCACEAE Rivinoideae aff. Seguieria Loefl. aff. S. alvarengae Duarte; Mandarim-de-Lacerda (1992) (2,3)
EUDICOTILEDÔNEAS CORE

aff. Machaerium Pers. aff. Machaerium sp. (2,3)


EUDICOTILEDÔNEAS

Faboideae
aff.Aeschynomene L. aff. Aeschynomene sp. (2,3)
Caesalpinia L. C. cf. C. echinataformis Berry (1935) (2,3)
FABÍDEA

FABALES FABACEAE
C. mezzalirae nom. nud. (4)
ROSÍDEA

Caesalpinoideae Cassia L.
C. suguioi nom. nud. (4)
Copaifera L. C. leliae nom. nud. (4)
Mimosoideae Stryphnodendron Mart. S. juditeae nom. nud. (4)
CELASTRALES CELASTRACEAE Celastroideae aff. Plenckia Reissek, in Mart. aff. Plenckia sp. (3)
S. lancifolia Fittipaldi, Simões, Giulietti e Pirani (1989) (4)
MALVÍDEA

Serjania Miller
SAPINDACEAE Sapindoideae S. itaquaquecetubensis Fitt., Sim., Giul. e Pir. (1989) (4)
SAPINDALES
Allophylus L. Allophylus sp. (4)
ANACARDIACEAE Anacardioideae Thyrsodium Salzm. ex Benth Thyrsodium sp. (1)
LAMÍDEA
RÍDEA
ASTE-

GENTIANALES APOCYNACEAE Rauvolfioideae Aspidosperma Mart. & Zucc Aspidosperma sp. (1)

Quadro 5 - Classificação taxonômica dos macrofitofósseis de angiospermas registrados na tafoflora de Quiririm. Os números observados na coluna das espécies
referem-se aos autores envolvidos na identificação e/ou registro das mesmas, nessa tafoflora: (1) Este estudo, (2) Mandarim-de-Lacerda (1998), (3) Bernardes-
de-Oliveira et al. (2002 a) e (4) Veiga (2009).
81

VII.2 Identificação sistemática e descrição de novos elementos componentes


da tafoflora de Quiririm

“DIVISÃO MONILOPHYTA”

Conforme Donoghue in Judd et al. (2002) e Pryer et al. (2001, 2004), a


Divisão Monilophyta constitui o grupo das plantas traqueófitas, eufilófitas, com
reprodução por esporos, que englobaria as classes Psilotopsida, Equisetopsida,
Marattiopsida e Polypodiopsida.
Entretanto, Smith et al. (2006), na tentativa de reclassificar os fetos atuais, em
estudos mais aprofundados sobre filogenia e evolução, reconheceram, apenas as
classes acima referidas, e suas respectivas ordens e famílias, como grupo
monofilético, não estabelecendo ainda, táxons de categoria superior. Portanto,
adota-se aqui, informalmente, a designação “Monilophyta” na categoria taxonômica
Divisão.

Classe Equisetopsida C. Agardh


Ordem Equisetales DC. ex Bercht e J. Presl., 1820
Família Equisetaceae Michx. ex DC., 1805
Gênero Equisetum L., 1753

Sinonímia: Equisetum L., 1753


Hippochaete Milde, 1865
Presla Dulac, 1867

A classe Equisetopsida apareceu no final do Devoniano, alcançou o máximo


de diversidade durante o Carbonífero, reduzindo-se drasticamente, em episódios de
extinção em massa, do Permiano ao Neojurássico (GUILLON, 2004). As cavalinhas
apresentam um registro fóssil abundante, com espécimes arborescentes, como
Calamites, e alguns representantes herbáceos do Mesozóico, incluindo Equisetites
(PRYER et al., 2004). Possui uma só ordem: Equisetales.
As Equisetales estão, sistematicamente, posicionadas próximas às
Marattiales, segundo análises moleculares, porém ainda há divergências de
opiniões, sustentadas por interpretações dos registros fósseis (SIMPSON, 2006).
82

As características anatômicas e morfológicas únicas, observadas na família


Equisetaceae, a colocam como um grupo distinto, constituído por plantas herbáceas,
perenes, com hastes articuladas, eretas e aéreas, que surgem a partir de um
sistema subterrâneo extenso de rizomas articulados (HAUKE, 1963), folhas
pequenas, verticiladas e fundidas em uma bainha nodal. Apresenta uma série de
cristas longitudinais que atravessam os entrenós, e continuam até as bainhas nodais
(KUBITZKI, 1990).
Os domínios fitogeográficos cosmopolitas de Equisetaceae incluem o Cerrado
e a Mata Atlântica. Essa família ocorre nas Regiões Centro-Oeste (Mato Grosso,
Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio
de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (SALINO; ALMEIDA,
2010).
Apresentam distribuição mundial, sendo encontrados em quase todos os tipos
de ambientes, exceto em áreas desérticas, nas calotas polares, na Austrália e na
Nova Zelândia (Figura 34). Ocorrem em lugares úmidos como, por exemplo, bancos
de areia de sistemas fluviais ou lacustres, ou bosques sombreados, com preferência
pelas regiões temperadas.

Figura 34 - Distribuição geográfica atual das espécies do gênero Equisetum. Obtida em


http://www.thecompositaehut.com/www_tch/webcurso_spv/familias_pv/ferns/equisetaceae.html (acesso em
Mai./2012).

Equisetum tem uma história que remonta ao Cretáceo, ou possivelmente, até


ao Triássico (HAUKE, 1978). É provável que o gênero seja o representante mais
antigo das plantas vasculares (HAUKE, 1963). É o único gênero vivente da família
83

Equisetaceae, constituído por 15 espécies, colocadas em dois subgêneros,


Equisetum e Hippochaete (SMITH et al., 2006).
O subgênero Equisetum caracteriza-se por apresentar estômatos superficiais,
geralmente dispersos ou dispostos em faixas, de dois em dois, orientados pela
largura da folha; cones não apiculados; hastes aéreas com ramificações regulares;
anterídeos envolvido por mais de duas células (KUBITZKI, 1990). Os ramos
caulinares laterais das hastes surgem entre as folhas, isto é, as folhas se alternam
com os ramos. Em outras formas, os ramos não se desenvolvem a partir das axilas
foliares, ou seja, nos vértices dos ângulos superiores formados entre as folhas e a
haste, como em outros grupos vegetais (HUSBY, 2009).
Kubitzki (1990) classificou sua distribuição geográfica do subgênero, nos
hemisférios como predominantemente nórdica, pois, em um total de oito espécies,
apenas uma ocupa o Hemisfério Sul.
O subgênero Hippochaete é reconhecido por seus estômatos afundados,
dispostos em linha simples; a maioria dos cones é apiculada; hastes aéreas
normalmente perenes, muitas vezes não ramificadas; anterídeos cobertos por
apenas duas células. As sete espécies desse subgênero estão, generalizadamente,
distribuídas nos hemisférios norte e sul (KUBITZKI, 1990).
Husby (2009) ressaltam que, embora muitos pesquisadores elevaram-nos
para a categoria de gêneros, a única feição morfológica que separa um subgênero
do outro é o caráter superficial da disposição dos estômatos nas folhas em
Equisetum, e afundado, em Hippochaete. Dayanandan (1977) observou, inclusive,
que as espécies do subgênero Equisetum possuem um dos estômatos
estruturalmente mais complexos vistos em todo Reino Vegetal.

Gênero Equisetites Sternbg.

Este gênero apareceu no Neocarbonífero, onde se desenvolveu


paralelamente às calamitáceas. Os Equisetites são os ascendentes diretos dos
Equisetum atuais, mas convencionou-se não designar como Equisetum restos
anteriores ao Cretáceo. A única diferença das cavalinhas atuais consiste na
presença de formações secundárias às vezes desenvolvidas. A ausência de elatéres
nos esporos marca o aparecimento dessa característica, que é confirmada pela
descoberta no Carbonífero Superior, de esporos com três elatéres (Elaterides
84

triferens). Equisetisporites chinleana, do Triássico Superior do Arizona, tem dois


elatéres.
Equisetisporites mytharum, do Cretáceo do Sudeste da França e da Suíça, E.
woodsii do Jurássico de Queensland, E. endoi do Jurássico Médio, mostram que não
há diferença entre os Equisetum viventes e os fósseis. Podem-se comparar cortes
transversais de rizomas de E. arvensi atual e Equisetites noviodunense do Eoceno.
A separação genérica entre Equisetites e Equisetum, portanto, não é justificada. As
cavalinhas antigas eram, às vezes, de grande tamanho (10 metros de altura), com
um caule podendo atingir um diâmetro de 0,25 m. Se Equisetum schaffneri, espécie
atual de caule grosso, fosse fóssil, seria chamado Equisetites. A espécie atual
Equisetum ramosissimum é conhecida do Plioceno da Europa (EMBERGER, 1968).
Contudo, na ausência de características morfológicas, anatômicas e
reprodutivas preservadas que garantam essa identidade, julgou-se mais prudente
aqui utilizar a designação genérica Equisetites.

Equisetites hippochaetiformis sp. nov.


Estampa I - Figuras A, E

Holótipos: QU - 1004 a e QU - 1004 b (impressão e contra- impressão).

Procedência: Afloramento Quiririm, na margem esquerda da rodovia estadual


Floriano Rodrigues Pinheiro (SP – 123, Km 11).

Nível estratigráfico: Porção superior da Formação Tremembé, bacia de Taubaté


(SP).

Idade: Oligoceno.

Derivatio nominis: atribuiu-se o epíteto específico hippochaetiformis devido à maior


similaridade morfológica entre o fitofóssil e as espécies E. giganteum (Estampa I –
Figura B) e E. myriochaetum (Estampa I – Figura C), ambas do subgênero
Hippochaete, além da coincidência nas distribuições geográficas.
85

Diagnose específica: “Impressão de fragmento caulinar articulado, com uma bainha


nodal e folhas adpressas. Comprimento do entrenó, pelo menos, cinco vezes maior
do que o diâmetro do eixo caulinar, cuja superfície apresenta estrias longitudinais
contínuas. Folhas longas, soldadas entre si por quase todo o comprimento de suas
margens laterais, com pequenos ápices agudos livres, recobrem o entrenó e
constituem uma bainha inflada ou expandida acima do nó de onde emergem. O
entrenó exibe cinco cicatrizes, referentes às inserções de ramos, e estão situadas
ligeiramente acima da região recoberta pelas folhas. As numerosas cristas e estrias
longitudinais seguem pelo eixo caulinar, atravessando a região dos nós”.

Specific diagnosis: Impression of articulated stem fragment, with a nodal sheath


and adpressed leaves. Internode length, at least five times greater than the diameter
of the stem axis which surface has continuous longitudinal grooves. Long sheets
welded to each other by almost the entire length of their side margins with small,
acute and free apexes that cover the internode. They form an inflated and expanded
sheath above the node from which they emerge. The internode displays five scars
referring to the insertions of branches and is situated slightly above the region
covered by leaves. The numerous grooves and ridges are longitudinal, and follow the
stem axis, crossing the region of the nodes.

Descrição: Fragmento de impressão e contraimpressão de caule articulado, com 64


mm de comprimento. A faixa internodal tem, pelo menos 40 mm de altura por 9 mm
de largura máxima, com cicatrizes arredondadas, prováveis inserções de ramos, de
diâmetro médio 0,5 mm, acima dos ápices das folhas. A superfície caulinar
apresenta estrias longitudinais e transversais (estas talvez de preservação) acima e
abaixo da faixa nodal. As estrias são, provavelmente, marcas dos feixes do xilema
perimedular e dispõe-se de forma contínua por toda parte visível do eixo caulinar.
Folhas oblongas, estreitas, de comprimento estimado entre 40 a 45 mm, e menos de
1 mm de largura, uninérveas, soldadas entre si por quase todo o comprimento de
suas margens laterais, com pequenos ápices agudos livres, recobrem o entrenó e
constituem uma bainha inflada ou expandida pouco acima do nó de onde emergem.
A inferência de aspectos morfológicos mais específicos não foi possível,
devido à ausência de estruturas anexas ao caule, que se apresenta sob a forma de
um fragmento com apenas uma bainha nodal, e seus prolongamentos, inferior e
86

superior, recoberto por estrias transversais descontínuas resultantes,


provavelmente, de fragmentação da matéria orgânica durante preservação.

Comparação e discussão: a morfologia do segmento caulinar do espécime


analisado apresenta certa correspondência, nas dimensões, quando comparado aos
de E. giganteum (Estampa I – Figura B) e E. myriochaetes (Estampa I – Figura C).
O comprimento total do fragmento fóssil de 50 mm (na impressão maior) é
proporcional aos comprimentos parciais de trechos similares, em ambas as espécies
citadas, que medem, em média, de 50 a 70 mm de entrenó. O que se pode notar é
que o número de estrias longitudinais dos entrenós das espécies atuais citadas
(Estampa I – Figuras D, F), considerando-se uma visão bidimensional da face
observável, varia em torno de oito a onze, concordando com o espécime fóssil, com
11 estrias. O número de folhas deve, provavelmente, coincidir com o número de
estrias. O comprimento dos entrenós da haste fossilizada não pode ser calculado,
pois esta só apresenta um verticilo foliar com sua bainha nodal. Porém, a distância
do maior prolongamento chega a 40 mm, aproximando-se mais de E. myriochaetes
(cerca de 45 mm - Estampa I – Figura D), e menos de E. giganteum (Estampa I –
Figura F), que tem intervalos mais curtos (cerca de 28 mm). As cicatrizes presentes
nos nós estão relacionadas, possivelmente, com os pontos de inserção de ramos, e
é possível visualizar pelo menos cinco delas em uma das faces, portanto estima-se
que a haste, em sua circunferência total, devesse apresentar 10 emissões de ramos
por nó, aproximadamente. Os Equisetum escolhidos para comparação têm, em
média, 25 e 15 emissões de ramos por verticilo ou nó (E. giganteum e E.
myriochaetes, nesta ordem).
Preferiu-se, prudentemente, considerar a designação Equisetites, uma vez
que características morfológicas, anatômicas e reprodutivas, que garantem a
identidade com Equisetum, não estão preservadas. A correspondência na
distribuição geográfica das espécies citadas, com o espécime fóssil, reforça a idéia
de um parentesco mais próximo entre eles e, vale lembrar que ambos estão
inseridos no subgênero Hippochaete.

Hábito e habitat de Equisetum myriochaetum Schlecht. e Cham. (1830): Com


até 8 metros de altura, é a espécie mais alta do subg. Hippochaete. São plantas
perenes, hastes cilíndricas de diâmetro médio 1,8 cm, com ramos distribuídos
87

regularmente; estômatos dispostos em linhas simples, e têm uma dupla endoderme


comum. As bainhas nodais são ligeiramente alongadas; os ramos estriados
suportam tubérculos de sílica. Crescem no México, América Central, Colômbia,
Equador e Peru, e são encontradas em pântanos, ou ao longo de corpos aquosos,
em altitudes de 200 - 3000 metros. Na aparência geral, E. myriochaetum lembra E.
giganteum, chegando muitas vezes a serem confundidos (HAUKE, 1962).

Hábito e habitat de Equisetum giganteum L. (1763): Equisetum giganteum


constitui-se de plantas perenes, com caules altos (cerca de 5 m), de diâmetro médio
2,4 cm. Apresentam ramificações laterais regulares; estômatos dispostos em bandas
de três ou quatro em cada lado das estrias foliares; possuem bainhas largas, que se
prolongam para cima, onde apresentam aspecto denteado nas extremidades. São
encontradas em Cuba, na Jamaica, na América Central (Guatemala, El Salvador,
Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá), e América do Sul (Venezuela,
Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina).
Crescem ao longo dos rios ou em lugares pantanosos, em altitudes de 150 a 2.600
metros (HAUKE, 1962).
Segundo Moran e Riba (1995), apenas duas outras espécies de Equisetum
alcançam os trópicos na América Latina, E. hyemale (chega até a Guatemala), e E.
bogotense (da Costa Rica até o Chile e Argentina). Entretanto, apresentam
morfologias distintas do espécime estudado, quanto ao número reduzido de folhas e
ramos (E. bogotense) e as folhas fundidas de E. hyemale, com terminações que
lembram uma franja denteada.

Distribuição Estratigráfica: Anzótegui e Horn (2011) ressaltam que, apesar de


Equisetites ter uma ampla história no registro fóssil do Mesozóico da América do Sul,
Equisetum apresenta apenas registros neógenos e, na maioria dos casos, se sugere
afinidade com E. giganteum. Berry (1945) identificou um exemplar do Plioceno da
Colômbia. O gênero foi assinalado no Chile em sedimentos miocenos da Formação
Navidad, área de Matanzas, em Cerro Centinela (TRONCOSO, 1991; TRONCOSO;
ENCINAS, 2006), e na Formação Loreto (Neoeoceno - Oligoceno), em Punta
Arenas, Região de Magalhães (TORRES et al., 2009). Na Argentina constam
registros do Neomioceno da Formação Chiquimil, nos Vales Cachalquíes
(ANZÓTEGUI, 2006), no Plioceno da Formação Andalhuala, no Vale de Santa
88

Maria, Província de Catamarca (DURANGO et al., 1997) e na Formação Palo


Pintado (Neomioceno), Província de Salta (ANZÓTEGUI; HORN, 2011). Tufano
(2009) registrou a presença de Equisetites no Neógeno da bacia de Taubaté
(Formação Pindamonhangaba).

CLADO MAGNOLIÍDEAS

Magnoliídeas são euangiospermas primitivas e correspondem a 6% das


angiospermas viventes. São compostas, em sua maioria, por famílias que
representam grupos relictuais na região do Pacífico. Produzem alcalóides e óleos
essenciais que exalam, na casca, odor típico das chamadas plantas primitivas,
apresentam protoginia, estigma secretor e formação de cômpito, segundo Rapini
(2008).
Como feições características apresentam: folhas de forma variada, inteiras ou
lobadas, pecioladas simples, de venação pinada, com secundárias broquidódromas
e veias de ordem superior tendendo a arranjos caóticos.
São plantas oleíferas, que possuem, nas formas lenhosas, flores grandes,
bissexuadas, com muitas peças florais livres, dispostas helicoidalmente sobre eixos
florais longos (e.g. Magnolia) e nas formas herbáceas, apresentam flores pequenas,
unissexuadas, com poucas peças florais e carpelos unidos (e.g. Piper). Elas
compreendem, conforme o APG III (2009), às seguintes ordens: Canellales,
Piperales, Magnoliales e Laurales (Figura 35).

Figura 35 - Clado Magnoliidae simplificado: as chaves em azul e vermelho, respectivamente,


destacam as ordens, com maior número de famílias. Annonaceae (Ordem Magnoliales) circulada em
azul. Baseada em www.ceunes.ufes.br/downloads/2/adrianalobao-magniliidea (acesso - Abr./2011).
89

As linhas de pesquisa evolutiva atuais, determinantes da filogenia das


angiospermas, sugerem que as Magnoliídeas estão em uma posição de grupo-irmão
em relação às monocotiledôneas e eudicotiledôneas, e derivado das angiospermas
do grupo ANITA (APG III, 2009).

ORDEM MAGNOLIALES Juss. ex Bercht. & J.Presl (1820)

As Magnoliales são angiospermas lenhosas tropicais que habitam também


climas temperados quentes. Alguns caracteres morfológicos, como a presença de
folhas simples, com venação primária pinada, estame laminar, grão de pólen
granular monossulcado, carpelos duplicados, e ausência de vasos em alguns
gêneros, garantem-lhes classificação entre as mais antigas plantas com flores
(TAYLOR et al., 2009).
A partir das venações secundárias, nota-se a presença de padrões ao acaso,
o que caracteriza a arquitetura foliar primitiva entre as angiospermas (HICKEY;
DOYLE, 1977).
A Ordem Magnoliales inclui seis famílias: Degeneriaceae Eupomatiaceae e
Himantandraceae, além de Annonaceae, Magnoliaceae e Myristicaceae.
As Degeneriaceae I. W. Bailey & A. C. Sm. (1942), nom.cons., tem duas
espécies das Ilhas Fiji; as Eupomatiaceae Orb. (1845), nom. cons., e as
Himantandraceae Diels (1917), nom. cons., com espécies no leste da Austrália e
Nova Guiné; as Annonaceae Juss. (1789), nom. cons., as Magnoliaceae Juss.
(1789), nom. cons., e as Myristicaceae R. Br. (1810), nom. cons., representadas na
flora brasileira. Suas relações filogenéticas podem ser vistas na figura 36.
90

Figura 36 - Cladograma simplificado das famílias inseridas na ordem Magnoliales. Em destaque, a


família Annonaceae, onde está classificado o gênero Xylopia L., entre outros. Imagem obtida e
modificada de www.ceunes.ufes.br/downloads/2/adrianalobao-magniliidea.

Os primeiros registros fósseis de Magnoliales são provavelmente, de grãos de


pólen de Lethomasites do Aptiano (WARD et al.,1989) e também foram assinalados
para o Grupo Potomac, na América do Norte oriental (HICKEY; DOYLE, 1977). As
primeiras Magnoliales com flores foram representadas, provavelmente, por
Endressinia brasiliana da Formação Crato (Neoaptiano) no Brasil, identificada e
descrita por Mohr e Bernardes-de-Oliveira (2004). Constitui-se, provavelmente, no
mais antigo registro fóssil de Magnoliales portando flores. Fósseis desta ordem são,
raramente, assinalados no Cretáceo Inferior, mas, durante o Mesocretáceo, tiveram
presença bem mais expressiva do que Piperales e Canellales (FRIIS et al., 2006).
Este estudo traz a identificação e descrição do gênero Xylopia (do clado
Magnoliídeo, Ordem Magnoliales, Família Annonaceae), cujos representantes eram
desconhecidos, até o momento, no afloramento Quiririm.

FAMILIA ANNONACEAE Jussieu (1789) nom. cons.

Annonaceae é uma das maiores famílias das Magnoliales (128 gêneros e


cerca de 2.300 espécies), constituída de plantas com flores, de distribuição
pantropical (Figura 37), composta de árvores, arbustos e lianas; encontrada
predominantemente em florestas tropicais, razão pela qual foi nomeada como um
táxon megatermal (RICHARDSON et al., 2004).
91

Os membros desta família ocupam na América Tropical, predominantemente,


cerrados e florestas pluviais, mas ocorrem também em matas pluviais subtropicais,
matas ciliares e restingas (HUTCHINGTON, 1964).
No Brasil, as Annonaceae compreendem 26 gêneros com aproximadamente
260 espécies. A grande maioria ocorre em florestas, com poucos representantes em
áreas abertas. Os membros desta família desempenham um papel significativo na
composição da vegetação brasileira (MAAS et al.,2001).

Figura 37 - Distribuição geográfica atual da família Annonaceae. Extraído de Watson e Dallwitz


(2009), com modificações baseadas na distribuição de Xylopia, de Rapini (2008).

O alto nível de endemismo continental, observado na maioria


dos gêneros, sugere uma forte correlação com os agentes de dispersão primária
de Annonaceae, representados principalmente por mamíferos herbívoros. Em
contrapartida, a grande diversidade nas florestas tropicais tem sido atribuída ao
acúmulo gradual de espécies durante um longo período geológico, adaptadas a
climas equatoriais estáveis (STEBBINS, 1974).
As árvores filogenéticas construídas com base em dados moleculares ainda
não permitem determinar a origem precisa da família. A idade do ramo Annonaceae
é estimada entre 82 a 91 milhões de anos, portanto, mais antiga do que a indicada
pelo registro fóssil. Todavia, essas estimativas ainda são muito recentes para a
maioria das disjunções observadas dentro da família e não podem ser justificadas,
unicamente, pela ocorrência da deriva continental (RICHARDSON et al., 2004).
Na distribuição estratigráfica aparecem sementes do Maastrichtiano da
Nigéria, como representantes dos registros fósseis mais antigos de Annonaceae
92

(CHESTERS, 1955). Conforme Raven e Axelrod (1974), a família surgiu no


Gondwana Ocidental, durante o início do Neocretáceo, irradiou-se em migrações
diretas entre a África e a América do Sul e, no Paleógeno, chegou até a Ásia
tropical.
Franco-Delgado e Bernardes-de-Oliveira (2004) relatam que, durante o
Paleógeno (até o Eoceno Médio), o gênero Annona tem registros por toda a América
do Sul, desde a Colômbia até a Patagônia.
Na Colômbia, foi reconhecido pela presença de grãos de pólen, em
sedimentos do Paleoceno (VAN DER HAMMEN; GARCIA DE MUTIS, 1964) e
também no Paleógeno da Flora de Ancón, no Equador (MENENDEZ, 1971;
ROMERO, 1986).
Está presente na Argentina, no Paleoceno de Chubut e Eoceno das floras do
Rio Pichileufú e do Rio Chenqueniyeu, e ainda no Eoceno médio da Patagônia, na
flora do Rio Túrbio, todas da Argentina (ROMERO, 1986).
Fósseis de Annonaceae também estão representados no Paleoceno do Egito
e no Eoceno da Inglaterra (CHANDLER, 1954, 1964). Little et al. (2002)
assinalaram sua presença na localidade Via Ápia da Ilha de Vancouver
(Neoeoceno) , no Canadá.
Nos registros paleógenos brasileiros, documentados através de fitofósseis
foliares, constam os gêneros Annona e Oxandra, datados de mesoeocenos a
neoeocenos na bacia de Fonseca (OLIVEIRA-SILVA, 1983), bem como Annona
durante o Eoceno / Oligoceno da bacia de Aiuruoca (FRANCO-DELGADO;
BERNARDES-DE-OLIVEIRA, 2004), ambas as bacias localizadas no Estado de
Minas Gerais. As bacias do Acre e Solimões, na Amazônia, também estão
representadas pelos registros de palinomorfos de idade neógena (Mioceno –
Plioceno) (LEITE, 2006).
As características diagnósticas das feições arquiteturais foliares da família
são feitas com base nas venações de ordens mais baixas. Essa condição demonstra
o seu estágio evolutivo inicial, visto que, os estágios finais do desenvolvimento
ontogenético exibem modificações específicas observadas nas venações de ordens
mais altas (NASCIMENTO, 2005).
Cúneo e Gandolfo (2005), em uma descrição da morfologia de folhas
angiospérmicas neocretáceas, encontradas na Formação Kachaike, na Patagônia
(Argentina), destacaram um padrão primitivo de caracteres, indicado pelas folhas
93

micrófilas de margens lisas e não lobadas, pinadas, com venação broquidódroma /


camptódroma, com aréolas intercostais irregulares e venações de ordens mais altas
relativamente desorganizadas.
As folhas modernas de Annonaceae apresentam-se alternadamente
dispostas, bisseriadas, geralmente de pecíolos curtos, sem estípulas, com padrão
similar ao descrito por Cúneo e Gandolfo (2005).

Gênero Xylopia L.

São plantas arborescentes de 4 a 30 m de altura, conforme a espécie.


Apresentam folhas simples, alternas, geralmente glabras, luzidias, estreitas e
alongadas. Apresentam frutos em cápsulas deiscentes. Quase sempre perenifólias,
às vezes são semidecíduas, heliófitas, ocorrendo, segundo sua espécie, no Cerrado
e Campo Cerrado ou, em Floresta Ombrófila da encosta atlântica enxuta ou terrenos
alagadiços, ou ainda, topos de morros arenosos bem drenados, de grandes altitudes
(LORENZI, 2002 b).

Xylopia sp.
Estampa II – Figuras A, E, F

Espécime estudado: GP3E/7114a e GP3E/7114b (impressão e contraimpressão).

Procedência: Afloramento Quiririm, na margem esquerda da rodovia estadual


Floriano Rodrigues Pinheiro (SP – 123, Km 11), parte superior da Formação
Tremembé, bacia de Taubaté (SP).

Idade: Oligoceno.

Descrição: Fragmento de impressão e contraimpressão de folha simples, pecíolo


marginal aparentemente pulvinado, de área foliar estimada em, aproximadamente,
1.200 mm2 (micrófila), forma elíptica (?), com proporção laminar ~ 2,7:1, assimétrica,
de base cuneada, com ângulo basal agudo (55°?), ápice não preservado, margem
inteira e não lobada e espessura papirácea. Preservação da face abaxial da folha de
94

superfície provavelmente pilosa (Figura 38B), indicada por pequenos pontos ou


fragmentos basais de pêlos, observáveis no centro de cada aréola. Venação de
padrão pinado, broquidódromo festonado (Figura 38A), com três veias basais, e
espaçamento irregular das veias secundárias, em disposição alternada. O ângulo de
divergência das veias secundárias é ligeiramente crescente da base para o topo. A
veia intersecundária é ausente na área basal e fraca na porção mediana (Figura
38A), de caráter sinuoso e calibre variável. A venação terciária é reticulada ao
acaso, percorrente mista (oposta e alterna). As veias dessa ordem ramificam-se
admedialmente, formando ângulos com as veias primárias de variabilidade
inconsistente (perpendiculares agudos a obtusos). A venação quaternária é, às
vezes, reticulada poligonal regular, delimitando aréolas de cinco ou mais lados; sem
vênulas de ordem superior. Na área marginal, as vênulas terminam em pequenas
alças completas.

Figura 38 - Visão parcial das faces foliares: adaxial (A) e abaxial (B) de X. sericea. A - observa-se a
venação pinada, broquidódroma festonada, veia primária bem marcada, e secundárias alternadas; B -
nota-se a face abaxial glabra. Obtida do acervo do New York Botanical Garden em Março/2011
(www.field.museum.org).

Comparação: O espécime apresenta as características foliares arquiteturais que o


identificam dentro da Ordem Magnoliales, tais como: folha simples, margem inteira,
venação pinada, veias secundárias broquidódromas festonadas, veias
intersecundárias presentes, venação terciária ao acaso, reticulada a percorrente. Os
caracteres foliares que permitiram a inserção do espécime fossilizado dentro das
Annonaceae são: lâmina inteira de margem lisa, venação pinada e epiderme abaxial
pilosa. Apresenta ainda características comuns a alguns gêneros de Annonaceae
95

tais como Rollinia, Duguetia e Xylopia. Algumas das arquiteturas foliares, presentes
em vários gêneros de Annonaceae são indicadas na tabela 4, conforme dados de
Nascimento (2005) e, na última coluna, as características semelhantes a esse ou
aquele gênero da família é o que mais características afins apresentam (Quadro 6).
A identificação genérica foi baseada em comparações arquiteturais foliares obtidas
através de chaves de identificação para famílias e gêneros de angiospermas
(DILCHER, 1974; AGAREZ et al., 1994; ASH et al., 1999). Considerando que
Xylopia é o gênero que mais compartilha feições com o espécime observado, optou-
se por identificá-lo como pertencente a esse gênero. Comparando vários aspectos
da arquitetura foliar de algumas espécies de Xylopia (X. brasiliensis, X. sericea e X.
laevigata) com aqueles correspondentes do espécime estudado, verificou-se que as
feições mais semelhantes àquelas do referido espécime pertencem a X. sericea
(Quadro 7; Estampa II – Figuras B, C).
96

Gênero / Espécie Rollinia mucosa Duguetia lanceolata Xylopia brasiliensis Espécime examinado
Organização da folha Simples Simples Simples Simples
Feição peciolar Pulvinado Pulvinado Pulvinado Pulvinado?
Posição peciolar Marginal Marginal Marginal Marginal
Tamanho laminar Micrófila Micrófila Micrófila Micrófila
Simetria laminar Simétrica Simétrica Assimétrica Assimétrica
Comp. x larg. foliar (%) 2,8:1 2:1 4,3:1 a 6,6:1 ~ 2,7:1?
Ângulo da base 67° a 77° = agudo 57° a 65°= agudo 34° a 35°= agudo ~ 55°? = agudo
Forma da base Convexa Cuneada Decorrente Cuneada
Tipo de margem Lisa Lisa Lisa Lisa
Lobação Não lobada Não lobada Não lobada Não lobada
Veia primária Pinada Pinada Pinada Pinada
Veia secundária Broquidódroma festonada Broquidódroma festonada Broquidódroma festonada Broquidódroma festonada
Nº de veias basais Três Três Três Três
ária
Espaçamento veia 2 Irregular Irregular Irregular Irregular
ária
Ângulo da veia 2 Decresce: Ápice => base Decresce: Ápice => base Decresce: Ápice => base Decresce: Ápice => base
Ausente na área basal e Ausente na área basal fraca na
Veia intersecundária Ausente Forte
fraca na porção mediana porção mediana
Veia terciária Percorrente mista Oposta alternada Reticulada ao acaso Reticulada ao acaso Reticulada ao acaso
Curso da veia terciária Sinuoso Ramificado admedialmente Ramificado admedialmente Ramificado admedialmente
Ângulo entre a veia Perpendicular a obtuso, Perpendicular, tendendo Perpendicular a obtuso,
Tende para obtuso
terciária e a primária raramente agudo amplo a agudo raramente agudo amplo
Ãngulo da veia terciária Inconsistente Inconsistente Inconsistente Inconsistente
Categoria da veia 4ária Reticulada poligonal irregular Reticulada poligonal regular Reticulada poligonal regular Reticulada poligonal regular
Categoria da veia 5ária Reticulada poligonal irregular Reticulada poligonal regular Reticulada poligonal regular Reticulada poligonal regular
Areolação Cinco ou mais lados Cinco ou mais lados Cinco ou mais lados Cinco ou mais lados
Veias de sexta ordem Livres e dicotômicas Livres e unirramificadas Ausentes Ausentes
Últimas veias marginais Fimbriadas Formam alças incompletas Formam alças incompletas Formam alças completas
Quadro 6 - Comparação da arquitetura foliar entre gêneros de Annonaceae. Os campos coloridos destacam os caracteres em comum entre o esp écime
examinado e os gêneros. Baseada em Nascimento (2005).
97

ESPÉCIME EXAMINADO X. laevigata X. brasiliensis X. sericea


Folha simples X X X
Margem inteira e não lobada X X X
Espessura cartácea X X X
Base cuneada X X
Face abaxial glabra X X X
Venação pinada X X X
Venação broquidódroma festonada X X X
Veia secundária alternada X X X
Ausência de veia intersecundária na área basal X X X
Veia intersecundária fraca na porção mediana X X X
Venação 3ária reticulada percorrente mista X X X
Venação 4ária reticulada poligonal regular X X X
Areolação com cinco ou mais lados X X
Quadro 7- Caracteres da arquitetura foliar de três espécies do gênero Xylopia que se assemelham
com aqueles observados no espécime examinado. Baseada em Nascimento (2005).

Discussão: O gênero Xylopia L. aparece entre os maiores da Família Annonaceae,


com cerca de 160 espécies (CRONQUIST, 1981), de ocorrência pantropical
(KESSLER, 1993). O nome Xylopia vem do grego que significa “lenho amargo”. Seu
hábito é, sobretudo, arbóreo, com alturas médias entre cinco e dez metros, mas
ocorrem também espécies arbustivas. A forma laminar é lanceolada, variando dentro
dessa forma, entre estreita, elíptica e oblonga (Figura 39). As folhas são alternas,
dísticas, simples, de margem inteira, subsésseis ou pecioladas; venação
broquidódroma ou reticulódroma; veia primária impressa na face adaxial; tricomas
simples. A base é geralmente aguda ou obtusa (Estampa II – Figuras D, E, F); o
ápice pode variar entre agudo, acuminado a obtuso ou emarginado. A textura varia
entre cartácea e coriácea (DIAS, 1988).

Figura 39 - Variação na forma e dimensão da lâmina foliar de Xylopia sericea St. Hil. Fonte: Dias
(1988). Imagem original de Saint-Hilaire e Tuslasne (1842).
98

Segundo Dias (1988), o estudo morfológico de Xylopia demonstrou que a


análise dos botões florais é fundamental para a identificação específica. O aspecto
determinante está na relação comprimento / largura dos botões, que delimita pelo
menos dois grupos de espécies: aquelas que possuem botões compridos e
estreitos e as que possuem botões curtos e largos. Logo, na ausência de órgãos
florais, não foi possível identificar a forma de Xylopia analisada com as espécies
atuais, pois se trata apenas de impressão e contra-impressão de um fragmento
foliar.
Distribuição geográfica e ecológica das espécies atuais do gênero Xylopia A
distribuição do gênero Xylopia no mundo (Figura 40) obedece, relativamente, os
padrões de distribuição da família Annonaceae (Figura 37). No Brasil, ocorre
principalmente em biomas com formações de mata como a Amazônia, Mata
Atlântica, matas de planalto, matas de tabuleiro, matas ciliares, cerrados e restingas.

Figura 40 - Distribuição geográfica atual do gênero Xylopia L. Extraído de Watson e Dallwiitz


(2009), com modificações baseadas na distribuição da família Annonaceae conforme Rapini (2008)
(http://www.freewebs.com/rapinibot/embriofitas/parte6.pdf - acesso em Mar./2011).

Na floresta Amazônica ocorre a maior diversidade de espécies de Xylopia do


Brasil, seguida pela região Sudeste (Figura 41), mas há também representantes no
Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Segundo um levantamento taxonômico de Dias
(1988), das 25 espécies do gênero encontradas na maioria das regiões brasileiras,
16 delas constituem parte da flora amazônica. Vale ressaltar que, apesar da
ocorrência abrangente, o gênero se concentra ao longo da costa brasileira, do Pará
99

até Santa Catarina, o que indica uma predileção por habitats proporcionados,
principalmente, pela Mata Atlântica e restinga (DIAS, 1988).
Alguns aspectos biogeográficos e ecológicos se enquadram no perfil
paleógeno inferido para a área de ocorrência da Formação Tremembé, como a
distribuição pantropical, em altitudes inferiores a 2000 m (MAAS et al., 1994) e a
ocorrência em florestas pluviais tropicais e subtropicais, matas ciliares e restingas
(HUTCHINGTON, 1964).
Essa ampla distribuição geográfica com ocorrências notáveis principalmente
para a região Sudeste do Brasil (Figura 41), coloca o gênero como forte candidato
para comparação, com grandes evidências de endemismo, uma vez que se trata de
forma paleógena, em área com variações pouco significativas do ponto de vista
geográfico e climático até o presente. A grande incidência de formas fósseis de
Xylopia no Sudeste do Brasil corrobora com sua atual conspícua presença nessa
região.

Figura 41 - Distribuição geográfica atual de X. sericea A. St. Hil. no Brasil. Observe a forte
ocorrência na região Sudeste. Foi assinalada uma ocorrência (extrema esquerda) na Bolívia.
Modificada de “Virtual Herbarium - The New York Botanical Garden”( www.fieldmuseum.org. –
acesso em Abr./2011).
100

CLADO MALVÍDEAS

As malvídeas compreendem, conforme o APG III (2009), as seguintes ordens:


Brassicales, Malvales, Sapindales, Huerteales, Picramniales, Myrtales, Geraniales e
Crossosomatales.
Entre as malvídeas encontram-se vários taxa de grande importância para a
agricultura como, por exemplo, Anacardiaceae (família do caju), Brassicasseae
(família da mostarda), Malvaceae (família da malva), Myrtaceae (família da murta) e
Rutaceae (família dos citros).

ORDEM SAPINDALES Juss. ex Bercht. & J.Presl (1820)

As Sapindales são angiospermas lenhosas que representam pelo menos 3%


da diversidade das Eudicotiledôneas. Compreendem mais de 400 gêneros incluídos
em nove famílias: Anacardiaceae, Biebersteiniaceae, Burseraceae, Kirkiaceae,
Meliaceae, Nitrariaceae, Rutaceae, Sapindaceae e Simaroubaceae (Figura 42).
Aproximadamente metade das espécies (cerca de 6.000) pertence às famílias
Sapindaceae e Rutaceae.
Esta ordem é considerada uma linhagem antiga, com fósseis datados a partir
do Cretáceo. Do Paleoceno em diante, particularmente na América do Norte e na
Europa, há registros fósseis das famílias Meliaceae, Rutaceae, Sapindaceae,
Anacardiaceae e Burseraceae. É provável que a evolução precoce das Sapindales
tenha ocorrido na América do Norte e, durante o Eoceno, dispersou para leste
através do cinturão norte do Mar de Tethys, sob um clima temperado-quente, e daí
em diante irradiou-se, apresentando altas taxas de diversificação em regiões
tropicais (KUBITSKI, 2011).
As plantas classificadas nessa ordem apresentam folhas alternas, sem
estípulas, compostas e, geralmente imparipinadas, o que lhes conferem o caráter
monofilético, reforçado por dados obtidos em estudos filogenéticos (SOLTIS;
SOLTIS, 2004).
101

Figura 42 - Cladograma das relações filogenéticas entre as famílias incluídas na ordem Sapindales..
Em destaque, a família Anacardiaceae, onde está classificado o gênero Thyrsodium, entre outros.
Baseada em Kubitski (2011).

FAMÍLIA ANACARDIACEAE R. Br. (1818)

As anacardiáceas são compostas principalmente de árvores, arbustos e


raramente subarbustos e lianas. Com 81 gêneros e cerca de 800 espécies,
apresentam distribuição pantropical e são encontradas em ambientes de clima seco
a úmido, em habitats de planícies tropicais e subtropicais, estendendo-se também
pelas zonas temperadas (Figura 43).

Figura 43 - Distribuição geográfica atual da família Anacardiaceae Extraído de Watson e Dallwiitz


(2009). http://delta-intkey.com/angio/www/anacardi.htm (acesso em Abr./2011).
102

A família é nativa do Hemisfério Ocidental (desde o sul do Canadá até a


Patagônia), sul da Europa e África; mas estende-se pelas regiões tropicais,
subtropicais e temperadas da Ásia e tropicais e subtropicais da Austrália e ilhas do
Pacífico (KUBITZKI, 2011).
O México e algumas áreas da América do Sul são considerados importantes
centros de diversificação das anacardiáceas devido à alta diversidade e alto nível de
endemismo. Destacam-se como componentes de florestas tropicais decíduas e
perenifólias (RAMIREZ; CEVALLOS-FERRIZ, 2002).
Os primeiros registros fósseis são de grãos de pólen do Paleoceno,
encontrados por todo o mundo (KUBITZKI, 2011). A partir do Eoceno e Oligoceno
são encontrados, abundantemente, no oeste dos Estados Unidos e no sul do
Panamá (TAYLOR, 1990; RAMIREZ; CEVALLOS-FERRIZ, 2002). Manchester et
al. (2007) relatou fósseis de Anacardium do Eoceno da Europa, expandindo o
alcance deste gênero que já fora assinalado por Berry (1924 a, 1924 b, 1929) na
América do Norte e do Sul. É interessante mencionar que, do Eoceno em diante,
episódios climáticos como intervalos quentes foram caracterizados por um
progressivo aumento na diversidade de espécies que, atualmente são frequentes em
florestas estacionais secas da América do Sul tropical, como Anacardiaceae e
Bombacaceae (PRADO; GIBBS, 1993).
O registro paleobotânico de Anacardiaceae, em floras Meso e Sul-
americanas, concentra-se entre o Mioceno e o Plioceno (Neógeno), mas também há
ocorrências eocenas (Paleógeno).
Entre os registros peruanos, foram encontradas sementes de Anacardium na
localidade de Belén (Eoceno) e de fitofósseis dos gêneros Tapira, Tapirira e
Anacardium, em um afloramento eomioceno, no Noroeste do país, próximo à
Zorritos (BERRY, 1919, 1927, 1929).
Em Trinidad-Tobago, Mioceno da Ilha de Trinidad, foram identificados os
gêneros Anacardites, Spondias e Tapirira (BERRY 1925a, 1937b). Este último
também foi encontrado no Sudeste do México (BERRY, 1925a).
Para o Mioceno da Venezuela, os gêneros Tapirira e Schinus foram
identificados em Palmarejo, região de Zulia, e em Cumarebo, região de Damsite,
ambas as localidades no Estado de Anzoategui; Anacardites e Tapirira aparecem
nas floras de Betijoque, La Salvadora e Mesa Pablo, na região de Trujillo (BERRY,
1936, 1939 a, 1939 b).
103

Na Colômbia, há registros miocenos de Anacardium, dos afloramentos de


Halo Grande, Penagos, Lumbi e Honda-Mariquita (BERRY, 1924 a; MENENDEZ,
1971; PONS, 1980), e de Tapiria e Tapiriria, no Vale do rio Magdalena, região de
Santander (BERRY, 1936; PONS, 1969).
No Sudeste do Equador, na Bacia de Loja (Neomioceno), há registros de
Tapirira e Tapiria (BERRY, 1929, 1945) e frutos fósseis de Loxopterigium foram
encontrados na Bacia de Cuenca, Departamento de Cuenca (BURNHAM;
CARRANCO, 2004).
O Chile apresenta ocorrências dos gêneros Astronium, Schinus, Schinopsis e
Laurophyllum, na Formação Navidad (Mioceno), região de Centinela (HINOJOSA,
2003).
O registro fóssil da família na Bolívia é representado por folhas de Duvaua,
gênero exclusivo das floras pliocenas de Jancocata e Potosi (BERRY, 1922, 1939).
Segundo Menendez (1971), Romero (1986) e Meyen (1987), a Argentina
apresenta uma das floras tropicais eocenas mais conhecidas, a do Rio Pichileufú,
Noroeste da Patagônia, e inclui espécies tropicais, de clima temperado, como o
gênero Astronium, e de ambiente semiárido, como os gêneros Schinus e Schinopsis
(BERRY, 1938). Ainda para o Eoceno, Berry (1925 b) assinalou Schinopsis na
tafoflora de Laguna del Hunco, localizada na Província de Chubut, e para o Mioceno,
foi identificado na região de Mirhoja, e no Sudeste do rio Nirihuao, Território de Rio
Negro. Rhoophyllum foi identificado em Rio Turbio, Território de Santa Cruz
(Patagônia), e em Punta Arenas, Território Chubut, ambas as localidades de idade
eocena (BERRY, 1937 a). Os gêneros Astronium e Schinopsis foram encontrados na
Formação Palo Pintado (Mioceno), Vale do rio Cachalquie, Província de Salta
(ANZÓTEGUI; CUADRADO, 1996), na Formação San José (mesomioceno),
Província de Catamarca (ANZÓTEGUI; HERBST, 2004; ANZÓTEGUI et al.,2006), e
em El Morterito (Neomioceno), Vale del Cajón, Província de Catamarca
(ANZÓTEGUI et al.,2006). O gênero Schinus consta nos registros das duas últimas
localidades citadas (ANZÓTEGUI; HERBST, 2004; ANZÓTEGUI et al.,2006), Palo
Pintado (ANZÓTEGUI, 1998), e também aparece na Formação Chiquimil (Mioceno),
em Tiopunco, Província de Tucumán (ANZÓTEGUI, 2004). Restos fósseis
encontrados em sedimentos do Neopleistoceno da Formação El Palmar, Província
de Entre Ríos, foram identificados como Schinopsis, entre outras famílias (ZUCOL et
al., 2005). Lenhos fósseis de Astronium e Astronyoxylon foram encontrados na
104

Formação Paraná (Mesomioceno), Tomas Vieja, Entre Ríos (BREA, 1999; BREA et
al., 2001). A Formação Ituzaingó (Plioceno), apresenta registros paleoxilológicos da
espécie Schinopsixylon herbstii (LUTZ, 1979; ANZÓTEGUI; LUTZ, 1988), nas
localidades de Punta Del Rubio, Província de Corrientes, Hernandarias, El Brete e
Toma Vieja, Província de Entre Ríos. Os gêneros Lithrea sp.
e Schinus aff. terebinthifolia Raddi constam nos registros eopliocenos da Formação
Andalhuala, Província de Catamarca (ANZÓTEGUI et al. 2007).
Entre as ocorrências brasileiras, há vários registros da família nas tafofloras
da Bahia. O gênero Anacardites foi encontrado nas tafofloras pliocenas dos
Municípios de Maraú, Alagoinhas e Pedrão (HOLLICK; BERRY, 1924; BERRY,
1935), e Spondias nos Municípios de Aramari e Alagoinhas (HOLLICK; BERRY,
1924). Myracrodruon foi identificado por Tufano e Bernardes-de-Oliveira (2009) em
uma reconstituição paleoflorística do Neógeno da Formação Pindamonhangaba,
bacia de Taubaté (SP) e em estudos da mesma tafoflora, por Fittipaldi (1990),
Fittipaldi e Simões (1990), Mandarim-de-Lacerda et al. (1994) e Tufano (2009).
Fragmentos de tronco do gênero Astronioxylon (Plio-pleistoceno), foram encontrados
em depósitos aluviais antigos do rio Tietê, bacia de São Paulo, em Itaquaquecetuba
(SP), (SUGUIO; MUSSA, 1978).
Em relação à morfologia foliar, a família apresenta folhas simples ou
compostas e, estas últimas podem ser pinadas ou trifoliadas, de margens inteiras ou
denteadas, pecíolo de base inflada, estípulas ausentes, com epiderme abaxial
papilosa ou não; domácias ocorrem em, pelo menos, oito gêneros, comumente
associadas às veias secundárias (WATSON; DALLWITZ, 1992).
A arquitetura foliar é extremamente diversificada, com venação primária
geralmente pinada; venação secundária eucamptódroma, broquidódroma,
craspedódroma, semi-craspedódroma ou cladódroma que, segundo Kubitzki (2011),
esta última quando presente é indicativa de Anacardiaceae. As veias
intersecundárias estão freqüentemente presentes, mas a consistência varia em
muitos taxa. Os tricomas, geralmente simples, ocorrem em toda a família.
Martinez-Millan e Cevallos-Ferriz (2005) afirmam que não há uma única feição
que seja constante em todos os gêneros, nem ao mesmo uma combinação de
caracteres que determine inequivocadamente a família.
105

Gênero Thyrsodium Salzm. ex Benth. (1852)

São plantas arborescentes de 10 a 22 m de altura, perenes, com folhas


inteiras, compostas imparipinadas, com eixo comum (pecíolo + raque). Os folíolos
subcoriáceos (7 - 15 unidades) variam de, esparsamente, pubescentes até glabros,
em ambas as faces; geralmente alternados, de 10 – 24 cm de comprimento por 3,5 –
9 cm de largura, sobre peciólulos de 4 – 15 mm (laterais) e, 18 – 38 mm (terminal),
com 9 –19 pares de nervuras secundárias (LORENZI, 2002 b). Martinez-Millan e
Cevallos-Ferriz (2005) classificaram os folíolos como notófilos, oblongos,
ligeiramente assimétricos, de base cuneada ou convexa (cuneada em T. paraense,
convexa em T. herrerense e T. schomburgkianum), ápice acuminado, proporção
comprimento / largura 2.5 - 2:1, ângulo da base 64º e ângulo do ápice 68º.
As árvores são dióicas, produzem exsudato leitoso, variam de ciófitas até
heliófitas, perenifólias ou semidecíduas, com inflorescências terminais e/ou axilares
(KUBITZKI, 2011).

Thyrsodium sp.
Estampa II – Figura A, D

Espécime estudado: UnG – TC 618 a (QU – 21 a).

Procedência: Afloramento Quiririm, na margem esquerda da rodovia estadual


Floriano Rodrigues Pinheiro (SP – 123, Km 11), parte superior da Formação
Tremembé, bacia de Taubaté (SP).

Idade: Oligoceno.

Descrição: Impressão de folha simples, pecíolo marginal de base inflada, de área


foliar 1000 mm2 (micrófila), forma elíptica, com proporção laminar 1,5:1, simétrica, de
base convexa, com ângulo basal reto (90o), ápice arredondado, com ângulo 102°,
margem inteira e não lobada e espessura papirácea. Venação de padrão pinado,
broquidódromo festonado (Estampa III – Figura D), o espaço entre as veias
secundárias diminui ligeiramente em direção à base. Os ângulos de divergência das
veias secundárias em relação à veia primária são ligeiramente decrescentes da base
106

para o topo. Apresentam cerca de 10 pares de veias secundárias. A veia


intersecundária é fraca e irregular na área basal, tornando-se bem marcada a partir
do segundo terço do limbo, em direção ao ápice, e de curso sinuoso em direção à
margem. A venação terciária é alternada percorrente mista. As veias dessa ordem
ramificam-se admedialmente, com cursos sinuosos, formando ângulos variáveis
(principalmente obtusos) com as veias primárias. A venação quaternária é reticulada
poligonal regular, delimitando aréolas de até cinco lados; as vênulas de ordem
superior exibem, por vezes, terminações dicotômicas. Na área marginal, as vênulas
terminam em alças completas.

Comparação: O espécime apresenta as características foliares arquiteturais que o


identificam dentro da Família Anacardiaceae, tais como: folhas simples ou
compostas, pinadas, de margens inteiras ou denteadas, pecíolo de base
inflada; venação primária pinada; venação secundária broquidódroma e veias
intersecundárias presentes (Estampa III – Figura C). Apresenta características
comuns às espécies do gênero Thyrsodium (Estampa III – Figuras B, E) como
margem ligeiramente revoluta, base convexa (Estampa III – Figura A, B, E); veia
primária proeminente abaxialmente; presença de 8 –11 pares de veias secundárias;
o espaçamento entre as veias secundárias diminui em direção à base; o ângulo
entre a secundária e a primária aumenta ligeiramente em direção à base; terciárias
mistas (opostas / alternadas percorrentes); venação quaternária com padrão
reticulado poligonal regular; algumas terminações dicotômicas nas venações de
quinta ordem e a venação marginal formando arcos. A identificação genérica foi
baseada em comparações arquiteturais foliares obtidas através de chaves de
identificação para famílias e gêneros de angiospermas (DILCHER, 1974; AGAREZ
et al., 1994; ASH et al., 1999). Ao comparar vários aspectos da arquitetura foliar de
espécies do gênero Thyrsodium, algumas descritas por Martinez-Millan e Cevallos-
Ferriz (2005) (T. herrerense, T. paraense, T.schomburgkianum) e outras revisadas
por Mitchell e Daly (1993) (T. puberulum, T. bolivianum, T. herrerense, T.
rondonianum, T. spruceanum e T. guianense), com feições correspondentes do
espécime estudado, constatou-se que as que mais se assemelharam pertencem a T.
spruceanum (Estampa III – Figuras B, E), ressaltando-se que esta é a espécie mais
polimórfica do gênero.
107

Discussão: O gênero Thyrsodium Salzm. ex Benth. (Figura 44 a) apresenta


venação primária pinada. A secundária é eucamptódroma, com cinco veias basais, o
espaçamento entre as veias secundárias diminui em direção à base; o ângulo entre
a secundária e a primária aumenta ligeiramente em direção à base; as
intersecundárias são fracas; as terciárias são mistas (opostas / alternadas
percorrentes) com curso sinuoso e o ângulo em relação à primária é obtuso
diminuindo exmedialmente (Figura 44 b e c); a venação de quarta ordem apresenta
padrão reticulado poligonal normal; a quinta ordem é dicotômica, as aréolas são bem
desenvolvidas; a maior ordem de venação é a sexta; a venação marginal forma
arcos; presença de tricomas distribuídos pela epiderme foliar (MARTINEZ-MILAN;
CEVALLOS-FERRIZ, 2005).

Figura 44 - a folíolo de T. paraense (escala = 1 cm); b foto de T. spruceanum, tirada nas


matas ciliares da Bahia (escala = 1 cm) mostrando detalhes das venações primária,
secundárias e terciárias; c venação terciária de T. paraense (escala = 1 mm). Imagens a e c
extraídas de Martinez-Milan e Cevallos-Ferriz (2005); b - extraída da coleção do
fotógrafo Alex V. Popovkin, obtida no site da Berkeley - University of California
http://calphotos.berkeley.edu/cgi/img_query?seq_num=282339&one=T (acesso em Abr./2012).

Apesar das grandes afinidades na morfologia foliar e na distribuição


biogeográfica atual, de acordo com a chave de identificação de espécies do gênero
Thyrsodium (MITCHEL; DALY, 1993), os caracteres conclusivos para o diagnóstico
positivo de T. spruceanum, referem-se à pubescência na veia primária do folíolo
(face adaxial), número e comprimento das pétalas, e aspectos do pistilo e do fruto.
108

Logo, na ausência das estruturas acima relacionadas, não foi possível identificar a
forma de Thyrsodium analisada com as espécies atuais, pois se trata apenas de
uma impressão foliar.

Distribuição geográfica e ecológica das espécies atuais do gênero


Thyrsodium: Na América do Sul, são encontradas na Venezuela, Guianas,
Colômbia, Peru, Bolívia e Brasil. A distribuição geográfica do gênero no Brasil
abrange a Região Amazônica (Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão),
principalmente na mata pluvial de terra firme, alcançando o sul da Bahia e o Espírito
Santo e na floresta pluvial Atlântica, desde o nível do mar até 800 m de altitude. É
característico das matas Amazônica e Atlântica (Figura 45), mas ocorre com
dispersão irregular nas outras áreas de distribuição (LORENZI, 2002 b; KUBITZKI,
2011). É importante ressaltar que as ocorrências brasileiras de T. spruceanum no sul
do Estado da Bahia e no Espírito Santo fogem do padrão de distribuição das outras
espécies do gênero. Aparecem de forma fragmentária, provavelmente por serem
relíquias de uma passada migração da Hiléia pelo litoral, através da Formação
Barreiras que, da Bacia Amazônica, desce pela costa até o Rio de Janeiro. Dentre
as espécies comuns às floras amazônica e extra-amazônica, cerca de 500, as
pertencentes ao gênero Thyrsodium alcançaram o Leste e o Sul, mas ocorrem
também no Nordeste (RIZZINI, 1979). Esse fato, somado às similaridades nas
feições arquiteturais foliares observadas no exemplar estudado e na espécie
supracitada, denota a maior afinidade entre eles.
109

Figura 45 - Distribuição geográfica atual de algumas espécies do gênero Thyrsodium na América do


Sul.. A seta indica a ocorrência predominante da espécie T. spruceanum nos Estados da Bahia e
Espírito Santo. Imagem obtida de Mitchell e Daly (1993).

CLADO LAMÍDEAS

As lamídeas e as campanulídeas são denominadas, respectivamente,


asterídeas I e II, e representam cerca de 30% da diversidade das angiospermas, e
40%, das eudicotiledôneas. As lamídeas compreendem 36 famílias, com cerca de
46.800 espécies, e a presença de sinapomorfismo em elementos florais determina
seu caráter monofilético (SIMPSON, 2006).
Suas espécies estão distribuídas, conforme o APG III (2009), nas seguintes
ordens: Garryales, Gentianales, Lamiales, Solanales e Boraginaceae (Figura 46).
110

Figura 46 - Clado simplificado das asterídeas. O retângulo em destaque evidencia as ordens


pertencentes ao clado das lamídeas. Baseada em APG III (2009).

ORDEM GENTIANALES Berchtold & J. Presl (1820)

As Gentianales estão inseridas nas Euasterídeas-núcleo, posição sustentada


pelas características observadas em alguns elementos do aparelho reprodutor, e a
presença de sinapomorfia. Análises moleculares indicam a proximidade filogenética
com as Solanales, denominadas como grupo-irmão (JUDD et al., 2009).
Com cinco famílias (Apocynaceae, Gelsemiaceae, Gentianaceae,
Loganiaceae e Rubiaceae), segundo a APG III (2009), 118 gêneros e cerca de
16.650 espécies, a idade sugerida para esta ordem é de, aproximadamente, 81
milhões de anos (MAGALLÓN; CASTILLO, 2009). Pode ser reconhecida pela
presença de folhas opostas, simples, inteiras, com estípulas freqüentemente
reduzidas a uma linha transversal que atravessa a haste (RAPINI, 2008).

FAMÍLIA APOCYNACEAE Jussieu (1789)

Está entre as 10 famílias de angiospermas mais ricas em número de gêneros


e espécies, podendo ultrapassar 500 gêneros e 5.000 espécies. Constituída de
árvores, arbustos, lianas e ervas, apresenta plantas laticíferas, e produz látex
geralmente leitoso (JUDD et al., 2009). Suas folhas são geralmente opostas, às
vezes alternas, peninérveas, raramente decíduas ou reduzidas, sem estípulas;
coléteres geralmente presentes na base dos pecíolos (RAPINI, 2008).
111

Segundo Takhtajan (2009), as apocináceas podem ser encontradas


praticamente no mundo todo, em ambientes de clima preferencialmente tropical,
mas também subtropical, com poucos gêneros nas regiões temperadas (Figura 47).

Figura 47 - Distribuição geográfica atual da família Apocynaceae.. Extraído de Watson e Dallwitz


(2009).

A distribuição estratigráfica da família nas Américas Central e do Sul está


representada pelos gêneros Echites e plumeria, identificados na tafoflora miocena
de Trinidad - Tobago (BERRY, 1925 a), e Plumeria, na bacia de Loja (Mioceno), no
Sudeste do Equador (BERRY, 1929; 1945).
O Chile apresenta vários registros miocenos da família Apocynaceae, com os
gêneros Apocynophyllum, Thevetia, Haemadictyon e Allamanda, encontrados na
Formação Navidad, em Centinela (HINOJOSA, 2003).
Apocynophyllum foi assinalado nas floras miocenas de Trujillo (Betijoque, La
Salvadora e Mesa Pablo), na Venezuela (BERRY, 1936), em Potosi, na Bolívia
(BERRY, 1922, 1939), e uma ocorrência pliocena, em Jancocata, também na Bolívia
(BERRY, 1922).
Há um registro de Aspidosperma no Eoceno do Rio Pichileufú, Província do
Rio Negro, Noroeste da Patagônia, Argentina (BERRY, 1938).
No Brasil, o gênero Plumeria foi identificado nas floras pliocenas de
Alagoinhas e Maraú, na Bahia (HOLLICK; BERRY, 1924; BERRY, 1935), e na
Formação Barreiras, em Aracajú, Sergipe (MUSSA, 1758). Lima e Melo (1994), em
uma análise palinológica de depósitos rudáceos da região de Itatiaia, na Bacia de
Resende (RJ), identificaram o gênero Parsonsidites sp. cf. P. psilatus COUPER,
112

afinidade botânica para Apocynaceae. A idade do afloramento foi inferida como


oligocena. Há apenas um registro foliar de Aspidosperma em Jaguariúna (Mioceno),
São Paulo (DOS-SANTOS, 2007).

Gênero Aspidosperma Mart. & Zucc (1824)

Árvores de 8 – 16 m de altura caducifólias a semidecíduas, heliófitas e


latifoliadas. Ocorre no interior de florestas densas e em florestas de galeria, distante
da área de inundação.
Classificado como um gênero neotropical, no Brasil aparece nas regiões
Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste (DOS-SANTOS, 2007). Floresta Amazônica,
Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica estão presentes em seus domínios
fitogeográficos. A. cuspa S. F. Blake representa a maior espécie e ocorre desde o
Haiti até o Paraguai; A. Polyneurum Mull. – Arg., endêmica da Mata Atlântica, é
encontrada desde a Bahia até o Paraná, e A. cylindrocarpon Mull. – Arg., de
ocorrência comum em São Paulo, aparece também no Paraná, Mato Grosso, Goiás
e Minas Gerais (SILVA; SOARES, 2002).
Em ambientes como, por exemplo, galerias não inundáveis, as espécies
desse gênero apresentam uma fitossociologia expressiva com espécies das famílias
Fabaceae (Inga sp., Copaifera langsdorffii); Anacardiaceae (Myracrodruon
urundeuva); Lauraceae (Nectandra sp., Ocotea sp.); Annonaceae (Xylopia sericea),
entre outras (RIBEIRO; WALTER, 1998).
As ocorrências em comum, das famílias e alguns gêneros citados, são
corroboradas pelas formas taxonômicas que puderam ser reconhecidas em
sedimentos cenozóicos de idade neógena, provenientes de um afloramento
localizado em Jaguariúna, leste do Estado de São Paulo, como, por exemplo,
Lauraceae (Ocotea cf. O. puchelliformis), Fabaceae (Leguminosites sp.) e
Apocynaceae (Aspidosperma sp.) sendo este último gênero hoje, considerado nativo
da América tropical. É interessante ressaltar que Aspidosperma foi, nessa ocasião,
observado no documentário fóssil brasileiro pela primeira vez (SANTOS et al., 2007),
portanto este trabalho assinala o segundo registro cenozóico, porém, o primeiro de
idade paleógena.
113

Aspidosperma sp.
Estampa IV – Figuras A, D

Espécime estudado: QU - 1003.

Procedência: Afloramento Quiririm, na margem esquerda da rodovia estadual


Floriano Rodrigues Pinheiro (SP – 123, Km 11), parte superior da Formação
Tremembé, bacia de Taubaté (SP).
Idade: Oligoceno.

Descrição: Impressão de folha simples, de área foliar 720 mm2 (micrófila), forma
oblonga, com proporção laminar 2,7:1, simétrica, de base convexa, com ângulo
basal 65o, ápice não preservado, pecíolo marginal pulvinado,de aproximadamente 1
cm de comprimento, margem inteira e não lobada e espessura papirácea. Venação
primária de padrão pinado, broquidódromo festonado (Estampa IV – Figura D). A
veia primária é forte na face abaxial e vai se estreitando em direção ao ápice. As
veias secundárias exibem ângulos de emergência agudos amplos (55º - 65º),
diminuindo suavemente em direção à base, com curso aproximadamente reto, se
encurva abruptamente em ângulo quase ortogonal, paralela e distante à margem. A
folha apresenta cerca de dois terços de sua área preservada, onde se observa pelo
menos dez pares de veias secundárias. O primeiro par das secundárias tem ângulo
agudo e curso intramarginal. A distância entre as veias secundárias é relativamente
constante, com pares ora opostos, ora alternados. As veias intersecundárias são
bem marcadas, com terminações difusas próximas à margem. O ângulo de
emergência das terciárias é, em média, agudo em relação à secundária. As veias
dessa ordem ramificam-se exmedialmente e são descontínuas.

Comparação e discussão: Conforme Hickey e Wolfe (1975), o espécime apresenta


as características foliares arquiteturais que o identificam dentro da Família
Apocynaceae, tais como: folhas simples ou compostas, pinadas, oblongas, de
margens inteiras ou denteadas, venação primária pinada de calibre forte; venação
secundária broquidódroma, e veias intersecundárias presentes (Estampa IV –
Figuras D, E). Apresenta características comuns às espécies do gênero
Aspidosperma como margem lisa, base convexa (Estampa IV – Figuras B, C); veia
114

primária proeminente abaxialmente; presença de 8 - 11 pares de veias secundárias


(Estampa IV – Figura A); o espaçamento entre as veias secundárias diminui em
direção à base; o ângulo entre a secundária e a primária aumenta ligeiramente em
direção à base; e a venação marginal forma arcos (Estampa IV – Figura D). A
identificação genérica foi baseada em comparações arquiteturais foliares obtidas
através de chaves de identificação para famílias e gêneros de angiospermas
(DILCHER, 1974; AGAREZ et al., 1994; ASH et al., 1999).

Aspidosperma ramiflorum Müll Arg.

Ecologia: Espécie arbórea, conhecida popularmente como “peroba-café”,


“guatambu”, “pequiá”. Ocorre em florestas pluviais da encosta atlântica (LORENZI,
2000 a), e é típica de florestas clímax, com tolerância à sombra. Pode ser
encontrada também em matas estacionais semidecíduas. Em um levantamento
fitossociológico de um fragmento de floresta estacional semidecídua no município de
São Carlos (SP), Silva e Soares (2002) constataram que, entre as espécies que
apresentaram maior ocorrência, destacou-se Aspidosperma ramiflorum (20,41%).
Apresenta cerca de 20 – 30 m de altura, folhas elípticas, alternas, oblongo-elípticas
a obovadas, cartáceas, glabras, concolores, pinadas, 5-10 cm de comprimento por
2-4 cm de largura, agudas ou arredondadas no ápice, cuneiformes na base, venação
primária bem marcada, venação camptódroma mais evidente na face abaxial,
venações secundárias distantes, cerca de 1 cm, umas das outras; pecíolo com 1cm
de comprimento médio; Inflorescência ramiflora e fasciculada. Caracterizada por
possuir flores e frutos maiores que os das demais espécies. Apresenta exsudação
leitosa.

Distribuição geográfica: Ocorre na Bolívia e no Brasil, onde abrange as regiões Sul


e Sudeste (KOCH; KINOSHITA, 1999). A distribuição estratigráfica de
Aspidosperma, nas Américas Central e Sul, está representada nos quadros a seguir,
juntamente com outros gêneros da família Apocynaceae, assim como os gêneros de
Annonaceae e de Anacardiaceae. As três famílias identificadas neste estudo estão
assinaladas para o Paleógeno (Quadro 8) e Neógeno (Quadro 9 e 10).
115

Quadro 8 - Ocorrência cronológica e geográfica dos gêneros de macrofitofósseis identificados em sedimentos paleógenos, pertencentes às
famílias Annonaceae, Anacardiaceae e Apocynaceae. As referências aos autores dos gêneros identificados estão relacionadas a seguir, onde
P – Paleoceno, E – Eoceno e O – Oligoceno: P.1 - Ancón, Península de Santa Elena, Colômbia - Van Der Hammer e Garcia de Mutis (1966),
Menendez (1971) e Romero (1986); E.1 - Belén, Peru – Berry (1919); E.2 – Formação Loreto, Punta Arenas, Região de Magallanes, Chile –
Fasola (1969); Torres et al (2009); E.3 – Rio Pichileufú, Argentina - Berry (1938); E.4 – Laguna Del Hunco, Argentina - Berry (1925 b) e
Archangelski (1974); E.5 – Rio Chenqueniyen, Argentina (Romero, 1978); E.6 - Punta Arenas, Rio das minas, Chubut (Berry, 1938); E.7 –
Cañadón Horno, Argentina (Romero, 1978); E.8 – Formação Nirihuau, Argentina (Berry, 1928; Fiori, 1940; Romero, 1986); E.9 – Formação
Guillermo, Argentina (Frenguelli, 1941; Gandolfo, 1994); E.10 – Rio Turbio, Argentina (Frenguelli, 1941; Hünicken, 1967); E.11 – Bacia de
Fonseca, Minas Gerais, Brasil - Oliveira-Silva (1983); E.12 – Bacia de Aiuruoca, Minas Gerais, Brasil (Franco-Delgado; Bernardes-de-Oliveira,
2004); O.1 – Formação Tremembé, São Paulo, Brasil – neste trabalho.
116

Quadro 9 - Ocorrência cronológica e geográfica dos gêneros de macrofitofósseis identificados em sedimentos neógenos (Mioceno), pertencentes às
famílias Annonaceae, Anacardiaceae e Apocynaceae. As referências aos autores dos gêneros identificados estão relacionadas a seguir, onde M – Mioceno:
M.1 – Trinidad, Trinidad-Tobago - Berry (1925 a); M.2 – Trujillo (floras Betijoque, La salvadora e mesa Pablo), Venezuela (Berry, 1936); M.3 – Mariquita,
Halo Grande, Honda e Penagos, Colômbia - Pons (1980); M.4 – Santander, Colômbia – Berry (1936) e Pons (1969); M.5 – Loja, Equador - Berry (1929);
Berry (1945); M.6 – Zorritos, Peru - Berry (1919); M.7 – Potosi, Bolívia Berry (1922); M.8 – Formação Navidad, Centinela, Chile – Hinojosa (2003); M.9 –
Formação San José, Tucumán, Argentina – Anzótegui e Herbst (2004); M.10 – Formação Palo Pintado, Argentina - Herbst et al. (1987); Anzótegui (1992);
Cuadrado e Anzótegui (1992); Anzótegui (1998); M.11 – Formação Paraná, Prov. de Entre Ríos, Argentina – Anzótegui (2004); M.12 – Formação Chiquimil,
Prov. Catamarca e Tucumán, Argentina – Anzótegui (2004); M.13 – Barrancas del Carmen Silva, Terra do Fogo, Argentina – Dusén (1908); Boureau e
Salard (1960); M.14 – El Morterito, Catamarca, Argentina – Anzótegui et al.(2006); M.15 – Formação Itaquaquecetuba, São Paulo, Brasil – Santos et al.
(2006 a, b); Santos et al. (2010); Fittipaldi (1990); M.16 – Jaguariúna, São Paulo, Brasil – Dos-Santos (2007).
117

Quadro 10 - Ocorrência cronológica e geográfica dos gêneros de macrofitofósseis identificados em sedimentos neógenos (Plioceno),
pertencentes às famílias Annonaceae, Anacardiaceae e Apocynaceae.. As referências aos autores dos gêneros identificados estão
relacionadas a seguir, onde P – Plioceno: P.1 – Anzoatequi, Venezuela – Berry (1939 a, b); P.2 – Vale do Guasca, Colômbia –
Wijninga e Kuhry (1993); P.3 – Loreto, Peru – Berry (1925 a); P.4 – Jancocata, Bolívia – Berry (1922); P.5 – Tio Punco, Vale de
Santa Maria, Tucumán, Argentina – Menendez (1971); P.6 – Formação Ituzaingó, Prov. Corrientes, Argentina - Anzótegui (1980);
Anzótegui e Lutz, (1981); P.7 – Formação Andalhuala, Província de Catamarca - Anzótegui et al. (2007); P.8 – Aracajú, Sergipe,
Brasil – Mussa (1958); P.9 – Alagoinhas, Bahia, Brasil – Hollick e Berry (1924); Berry (1935); P.10 – Maraú, Bahia, Brasil – Berry
(1935); P.11 – Pedrão, Bahia, Brasil – Berry (1935); P.12 – Pindamonhangaba, São Paulo, Brasil – Fittipaldi e Simões (1990);
Mandarim-de-Lacerda (1994); Tufano (2009); P.13 – bacia de São Paulo, Itaquaquecetuba, Brasil - Suguio e Mussa (1978).
118

CAPÍTULO VIII
INTERAÇÕES PLANTA / INSETO (E OUTROS ORGANISMOS)

VIII.1 Considerações gerais e objetivos

Na análise de fitofósseis, é possível detectar marcas causadas por


organismos (herbivoria, oviposição, etc.), principalmente em folhas, que podem
evidenciar relações ecológicas entre plantas e aqueles organismos.
A caracterização paleoecológica da flora fóssil do afloramento “Quiririm” é
enriquecida através de novos dados obtidos com a identificação e análise dos danos
causados, principalmente por insetos, particularmente em folhas fossilizadas do tipo
impressão–compressão.
As interações planta / inseto (e outros organismos) podem revelar aspectos
ambientais predominantes na época estudada (Oligoceno – 36 a 24 Ma), como o
paleoclima, através das mudanças nos padrões quantitativos de herbivoria ou nos
grupos taxonômicos dos insetos envolvidos nessas interações.
A maioria dessas relações (Figura 48) é classificada como antagônica
(parasitismo) ou não antagônica (mutualismo), de acordo com as marcas
identificadas nos fósseis (TAYLOR et al., 2009).
119

Figura 48 - Esquema modificado com as principais interações entre insetos e plantas. Obtida em
http://www.insecta.ufv.br/Entomologia/ent/disciplina/ban%20160/AULAT/aula11/insetoplanta (acesso em Mai./2011).
120

VIII.2 A herbivoria nos registros fósseis

Os mais antigos registros de herbivoria conhecidos relacionam-se a folivoria e


foram identificados por Iannuzzi e Labandeira (2008), em fitofósseis provenientes do
Carbonífero inferior (~360 Ma). A distribuição e intensidade da herbivoria foram
detectadas em plantas permianas (~300 a 250 Ma) por Labandeira e Allen (2007).
A presença de artrópodes detritívoros em ecossistemas terrestres foi
documentada em floras do sudoeste dos Estados Unidos (Permiano) e em floras
mesopermianas e neotriássicas (~200 Ma) da África do Sul. Também há registros
em floras do oeste dos Estados Unidos e da Patagônia, a partir do final do Cretáceo
e início do Paleoceno (~60 Ma) (LABANDEIRA et al., 2007).
Entretanto, Labandeira (1998 a), numa síntese sobre associação de plantas
vasculares e artrópodes, assinalou que os primeiros registros relativos a artrópodes
detritívoros nos ecossistemas continentais foram documentados através de vários
estudos importantes sobre assembleias de coprólitos (pellets fecais preservados)
que datam do Neossiluriano ao Permiano (Figura 49).

Figura 49 - Coprólito associado a plantas terrestres primitivas (Devoniano). Escala 50 μm


(TAYLOR et al., 2009).

A descoberta de coprólitos antigos, contendo esporos de plantas terrestres


ordovicianas tchecas e alemãs (RICHTER; RICHTER, 1939) ou neossilurianas a
neodevonianas do País de Gales, indicou que, pelo menos alguns artrópodes eram
herbívoros no Eopaleozóico (EDWARD et al., 1995). De acordo com Rasnitsyn e
Krassilov (1996), com base no conteúdo do tubo digestivo, os grãos de pólen têm
sido relatados como dieta principal dos insetos permianos.
A filogenia molecular e a embriologia comparada indicam que insetos
surgiram perto do limite Ordoviciano – Siluriano, coincidindo com a descoberta dos
121

primeiros fósseis de plantas terrestres (GAUNT; MILES, 2002), o que poderia sugerir
o início da coevolução desses dois grupos de organismos (Figura 50).

Figura 50 - Comparação entre os padrões de diversificação das plantas vasculares terrestres e dos
insetos no tempo geológico. Baseado em Labandeira e Sepkoski (1993).

Um exemplo interessante que ilustra este fato é a vantagem evolutiva


conferida pela arborescência, que permite o desenvolvimento de propágulos
reprodutivos e a localização dos órgãos reprodutivos nas partes distais da planta, o
que dificultaria o acesso dos herbívoros. Uma resposta coevolutiva dos animais
poderia ser o aparecimento da capacidade de voar, bem documentada no
Carbonífero, mas que teria sido desenvolvida durante o Neodevoniano, não muito
tempo depois das primeiras plantas arborescentes aparecerem (TAYLOR et al.,
2009).
A relação coevolutiva entre coníferas e certas linhagens de besouros pode ser
rastreada desde o Carbonífero até os primeiros representantes do gênero Larix, que
tem importantes implicações na filogenia de ambos os grupos (HASIOTIS, 2004).
Entre os danos causados por animais em partes vegetais, citam-se: sinais de
alimentação foliar marginal (IANNUZZI; LABANDEIRA, 2008; SCOTT; TAYLOR,
1983; BECK; LABANDEIRA, 1998); fitofagia e polinivoria por insetos (MULLER,
1981; KELBER; GEYER, 1989; GRAUVOGEL–STAMM; KELBER, 1996; GRAY,
2005; SCOTT et al., 2004); herbivoria do tipo mineração foliar (LABANDEIRA;
ALLEN, 2007; ROZEFELDS; SOBBE, 1987). Grande parte desses túneis é atribuída
à ordem Lepidoptera (WILF et al., 2005 a).
As respostas de insetos herbívoros às alterações climáticas, no passado,
indicam mudanças na temperatura e umidade dos ambientes, no final do Paleoceno
122

até o Eoceno Médio, em floras de várias bacias intermontanas no oeste dos Estados
Unidos. Os efeitos dessas alterações climáticas em vegetações regionais acabaram
por influenciar os padrões de herbivoria, como descrevem Wilf e Labandeira (1999)
e Wilf et al. (2001).
Em estudos sobre herbivoria de insetos durante o Paleoceno – Eoceno,
Currano et al. (2008) observaram um aumento significativo dos níveis de herbivoria
relacionado com o aumento expressivo da temperatura global e índices elevados de
dióxido de carbono na atmosfera.
As mudanças climáticas exerceram influências significativas sobre a
herbivoria. O consumo foliar aumentou a partir do início do Paleógeno
(Neopaleoceno ao Mesoeoceno), o que sugere uma correlação entre a temperatura
e a herbivoria, independente da latitude. O aumento na frequência e diversidade de
danos causados por insetos são consistentes com dados sobre herbivoria em
plantas decíduas de florestas sazonais neotropicais, embora as florestas com
plantas perenifólias também apresentem altos índices nas taxas de herbivoria (WILF
et al., 2001).
Wilf et al. (2005 b) documentaram floras bem preservadas, com um amplo
espectro de plantas hospedeiras no Eoceno da Patagônia, além de um conjunto
extremamente diversificado de herbivoria em apenas um exemplar foliar (Figura 51).

Figura 51 - Três grupos de alimentação funcional (mining, galling e external feeding) em uma única
folha de Cupania grosse-serrata (Sapindaceae), em cinco detalhes (escalas de 2 mm cada). Da
esquerda para a direita: minas com fezes remanescentes, três galhas com orifícios de saída ao longo
de uma veia secundária, uma galha com margens consumidas, duas galhas e minas com trilhas
sinuosas de fezes. Extraída de Wilf et al. (2005 b).
123

VIII.3 Importância do estudo das interações entre plantas e outros organismos


para a paleobotânica

Na literatura recente, estudos paleocológicos e taxonômicos revelaram a


necessidade da compreensão dos tipos morfológicos dos danos causados por
insetos e outros organismos, para fornecer uma efetiva caracterização das
ocorrências nas floras fósseis. Da mesma forma, dados da literatura sobre
entomologia e agricultura fornecem informações das relações dos danos provocados
por insetos nas plantas modernas, para possíveis analogias e inferências de
especificidades de hospedeiros (plantas) e insetos herbívoros relacionados.
Segundo Grimaldi e Engel (2005), é provável que os insetos representem o
grupo mais significativo de herbívoros (Quadro 11), excedendo o dos
vertebrados. Aproximadamente 10-25% da folhagem nas florestas tropicais é
consumida por insetos (WIEGERT; EVANS, 1967; JANZEN, 1981).

Quadro 11 - Proporções de fitófagos entre os grupos de insetos. Obtida em Grimaldi e Engel (2005).

Quanto mais precisa for a classificação taxonômica dos insetos, mais


eficientes serão as interpretações quanto ao paleoclima e paleofitogeografia
regional. É possível, ainda, inferir o papel dos herbívoros nessas comunidades
124

paleoecológicas, bem como fornecer dados sobre sua diversidade e história de vida
(LABANDEIRA, 1998 a).
A relevância deste estudo pode ser exemplificada: a) pela especificidade do
hospedeiro e a inferência sobre quais os tipos de insetos possivelmente estariam
envolvidos nas interações; b) a observação dos danos causados por insetos nas
plantas modernas a fim de determinar padrões de comparação com as floras
fósseis; c) caracterizações paleoecológicas das tafofloras e suas espécies; d) os
efeitos nos padrões de herbivoria relacionados às mudanças geológicas e climáticas
graduais; e) estudos comportamentais e filogenéticos de uma ou mais associações
planta – inseto, como evidências de mecanismos evolutivos.
Tem havido muitas flutuações no teor de dióxido de carbono na atmosfera ao
longo da história da Terra. Os estômatos sobre ou sob as folhas das plantas variam
quantitativa e morfologicamente de acordo com as concentrações de CO 2 na
atmosfera. Portanto, as mudanças na densidade estomática fornecem dados para a
interpretação de antigos níveis de dióxido de carbono.
Os estudos comparativos entre floras fósseis de certa coetaneidade
permitiram reconhecer uma dinâmica nas associações entre plantas e insetos, como
demonstraram duas importantes constatações sobre os efeitos da extinção no fim do
Cretáceo em associações do oeste dos Estados Unidos (LABANDEIRA, 2002).
Nesse caso, houve uma extirpação regional de insetos herbívoros, seguida da
formação de teias alimentares incomuns, durante o período de recuperação no início
do Paleoceno, indicando relações alimentares adaptativas. Nas associações
subsequentes, foram observadas radiações de biotas específicas de insetos
herbívoros e aumento da diversidade (LABANDEIRA, 2002; WILF et al., 2006).
O exame de várias floras do Paleoceno da Patagônia (Argentina) tem
fornecido dados de associações planta – inseto através de inferências sobre o papel
que os insetos herbívoros exerceram em suas comunidades paleoecológicas, com
implicações nas diversidades das associações da América do Sul (WILF et al.,
2005).
Em um estudo realizado por Adami-Rodrigues et al. (2004), na análise
quantitativa da herbivoria em floras gondvânicas do Neopaleozóico da Formação Rio
Bonito, bacia do Paraná, no Estado do Rio Grande do Sul, foi possível estabelecer
relações entre as paleofloras e os paleoambientes deposicionais associados.
125

VIII.4 Tipos de danos causados por insetos e outros organismos observáveis


em fitofósseis

Os tipos de danos causados por insetos são definidos por seu tamanho,
forma, intensidade de invasão e sua posição no órgão da planta, formas das
estruturas internas, extensão da resposta do tecido vegetal e ocorrência de padrões
de coprólitos (LABANDEIRA et al., 2007).
Uma caracterização adicional do dano é o modo como ocorre a herbivoria,
através da identificação de grupos funcionais de alimentação, como por exemplo, a
mastigação, a penetração das partes bucais no tecido vegetal, o consumo de tecidos
internos, entre outros.
Para cada tipo ou tipos de danos foi possível a inferência de padrões,
estabelecidos como referenciais, assim como se usa os tipos morfológicos de folhas,
em paleobotânica (ASH et al.,1999). Dessa forma, cada Damage Type (DT) é
determinado como único e pode ser utilizado em análises e interpretações das
espécies de insetos que o causaram.

VIII.5 Grupos funcionais de alimentação

A maioria dos DT (tipos de danos) foi relacionada com artrópodes terrestres,


baseada no modo como se alimentam. Quase todas são provocadas por insetos;
poucas são causadas por fungos ou talvez por bactérias.
Conforme documentado em Entomological Literature (COUSON; WITTER,
1984; JOHNSON; LYON, 1991; TOVAR et al., 1995), a classificação dos danos
causados por esses organismos inclui alimentação externa foliar, perfuração e
sucção, escoriação (esfoladura), mineração foliar, predação da semente e
oviposição.
Apesar da oviposição não ser um tipo de alimentação, representa a resposta
à inserção do ovo, no tecido foliar, e, por essa razão, pode ser usada no registro
fóssil.
126

VIII.5.1 Alimentação externa foliar

Realizada por insetos com mandíbulas, em estágio larval e adulto.


Caracteriza-se pelo consumo total ou parcial da parte externa do tecido foliar. São
reconhecidos vários subtipos desse comportamento, como o consumo das margens
foliares (margin feeding), caracterizada geralmente por escavações semicirculares
(Figura 52 A) e as perfurações (hole feeding) evidenciadas por porções circulares ou
poligonais extirpadas da área interna da folha (Figura 52 B).
A remoção de parte do tecido superficial da folha, por abrasão ou esfoladura
(surface feeding), pode deixar marcas de tamanhos e formas variadas,
caracterizadas por reação pouco desenvolvida, como manchas ou escoriações
(Figura 52 C).
A esqueletização (skeletonization) é outro subtipo, caracterizado pelo
consumo de uma parte não marginal da folha, restando apenas sua venação (ou
parte dela) e alguns retalhos de tecido remanescente (Figura 52 F).

VIII.5.2 Oviposição

A oviposição também deixa marcas características que podem ser


observadas nos fósseis, como perfurações nos tecidos vegetais para a inserção de
ovos (Figura 52 D) ou cicatrizes lenticulares, devido às reações de defesa da planta
(LABANDEIRA, 2002). É causada, em sua maioria, por jovens e adultos de quase
todas as espécies de Orthoptera, Phasmatodea, Lepidoptera, e, em menor
proporção, de Coleoptera e Hymenoptera.

VIII.5.3 Alimentação interna foliar e de outros órgãos vegetais

VIII.5.3.1 Insetos perfuradores e sugadores foliares

Possuem peças bucais especializadas, compostas por um ou dois pares de


estiletes para penetrar nos tecidos vegetais e estruturas acessórias, como por
exemplo, uma bomba muscular para a captação e sucção de seiva. Este grupo
alimentar invasivo caracteriza-se geralmente pelo consumo de tecido vegetal
interno, como floema, xilema ou mesófilo. É evidenciado por padrão característico de
127

danos internos e externos (Figura 52 E) provocados pela sua instalação (JOHNSON;


LYON, 1991).
Os dois grupos de perfuradores e sugadores predominantes, atualmente, são
hemípteros e tisanópteros, embora os proturos, colêmbolos e várias famílias de
besouros também estejam incluídos. Podem retardar o crescimento da planta e
transmitir viroses. Os tisanópteros podem ainda se alimentar através de raspagem
da epiderme foliar.

VIII.5.3.2 Insetos perfuradores de outros órgãos vegetais

Podem alimentar-se de qualquer parte da planta e costumam fazer furos,


especialmente em caules lenhosos, como no caso de coleópteros, lepidópteros e
himenópteros. Os frutos atraem dípteros, lepidópteros e coleópteros e as sementes,
preferencialmente lepidópteros e coleópteros. Perfurações são observadas também
no tecido quitinoso do basidiocarpo de alguns fungos.
Esta atividade alimentar é, predominantemente, realizada por ácaros
oribatídeos, cupins e larvas de insetos holometábolos, sendo que, os dois últimos
apresentam mandíbulas especializadas na maceração ou trituração de tecidos
endurecidos em partículas menores, que podem ser digeridas e transformadas em
pelotas fecais.

V.5.3.3 Mineiros foliares

Insetos que se alimentam do tecido foliar superficial, podem se alojar entre as


camadas da epiderme (Figura 52 G). São representados por larvas de
holometábolos das ordens Diptera, Lepidoptera, Coleoptera e Hymenoptera
(CONNOR; TAVERNER, 1997).
Observa-se um padrão ontogenético, primeiramente, com a postura de ovos
que ficam incorporados no tecido foliar ou aderidos à superfície, seguida pelo
consumo de camadas da epiderme da folha pelas larvas, que formam uma trilha
composta de fezes, na medida em que avançam, frequentemente terminando em
uma câmara alargada, utilizada para abrigar a pupa durante a metamorfose
(FROST, 1924).
128

V.5.3.4 Indutores de galhas

A galha é uma estrutura tridimensional atípica que se desenvolve devido a


uma reação patológica da planta (Figura 52 H), provocando alterações morfo-
histológicas em resposta ao ataque do agente galhador, pode levar a distúrbios na
circulação da seiva, a desvios na direção do crescimento e à decomposição
prematura (RIOS et al., 1990).
As larvas ou ninfas de artrópodes produzem um estímulo químico às células
dos tecidos vegetais, que induz a produção de tecidos ricos em nutrientes que serão
consumidos por elas. O desenvolvimento desses tecidos causa uma hipertrofia
celular ou hiperplasia e pode ocorrer em qualquer órgão da planta (SHORTHOUSE;
ROHFRITSCH, 1992). A reação do vegetal, na tentativa de isolar o agente galhador,
propicia condições de nutrição e proteção para o desenvolvimento adequado das
larvas até a fase adulta (RIOS et al., 1990).
Insetos galhadores apresentam alta especificidade com o tecido do
hospedeiro. Cerca de 80% das galhas atuais ocorrem em folhas, mas o registro
fóssil indica que as primeiras galhas conhecidas foram encontradas
em hastes e pecíolos (LABANDEIRA, 1998 b).

VIII.5.3.5 Predação de sementes

Insetos predadores de sementes penetram em tecidos endurecidos para


atingir as reservas de alimento contidas no endosperma, essenciais para a
sobrevivência do esporófito da planta (Figura 52 I). O Cenozóico apresenta um rico
registro de predação de sementes, como, por exemplo, pequenos furos observados
em sementes de Citrus e em algumas famílias de leguminosas.
De acordo com os registros fósseis, o padrão de danos provocado pela
predação de sementes não apresentou alterações significativas no decorrer do
tempo geológico. Destaca-se, por exemplo, os prejuízos causados por pragas em
sementes de dicotiledôneas do Neocretáceo da Argentina, comparáveis à predação
de sementes realizadas por espécies de besouros modernos.
129

Figura 52 – Alguns exemplos dos tipos de danos provocados por insetos em macrofitofósseis
(LABANDEIRA et al., 2007). A - Excisão da folha até a venação primária; B - Perfurações
circulares de 1 a 5 mm de diâmetro; C - Remoção de tecido superficial da folha por abrasão, com
reação de borda; D - Oviposição em cachos elipsóides sobrepostos com orientação subparalela;
E- Perfurações circulares menores de 2 mm de diâmetro, com domo central; F - Processo de
esqueletização, com reação tissular de borda; G - Mina foliar com forma de serpentina
mostrando trilha de fezes em zigue-zague; H - Galha unilocular, com superfície lisa e base
espessada, sobre a veia primária; I - Marcas de perfurações circulares no centro da semente.
130

V.5.3.6 Fitoparasitoses fúngicas

O registro fóssil fornece exemplos claros de microorganismos que interagiram


com plantas terrestres no momento em que foram preservados. Entre eles estão os
fungos epífilos que parasitam folhas (TAYLOR; KRINGS, 2005) e podem ser
reconhecidos pelas marcas ou manchas deixadas no fitofóssil.
As plantas têm se associado com formas endofíticas e micorrizas há mais de
400 milhões de anos, provavelmente desde seu aparecimento, sugerindo uma
coevolução entre elas (RODRIGUEZ et al., 2009).

VIII.6 Defesas vegetais contra herbivoria

Há algumas hipóteses sobre a evolução das defesas das plantas contra


herbivoria, dentre elas, as que afirmam que as defesas vegetais evoluíram em
resposta à pressão dos herbívoros ou em situações como solos pobres em
nutrientes; ou de que mecanismos de defesa são subprodutos do metabolismo
normal do vegetal ou de uma parte integrante do desenvolvimento das plantas
(FERNANDES, 1994).
Em ecossistemas naturais, plantas e insetos estão intimamente associados, já
que os insetos têm várias atividades que beneficiam as plantas, incluindo a defesa e
polinização, enquanto estas fornecem abrigo, sítios de desova e alimentação. Por
outro lado, dependendo da intensidade do ataque, herbívoros podem ser
extremamente prejudiciais às plantas, podendo inclusive, levá-las à morte (MELO;
SILVA-FILHO, 2002).
Wilf et al. (2001), analisando danos de insetos em folhas fósseis das
Cordilheiras Centrais das Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos, constataram
que os maiores níveis, em quantidade e diversidade de danos, foram encontrados
em espécies decíduas.
As duas estratégias principais encontradas pelas plantas são vinculadas a
folhas que apresentam curto tempo de vida e baixo investimento em defesa ou uma
vida útil longa e com alto investimento em defesa. A primeira estratégia revela um
estilo de vida oportunista, com crescimento rápido, sacrificando o desenvolvimento
131

de capacidades defensivas, e a segunda enfatiza o crescimento lento associado à


alta capacidade de defesa.
Fatores como a diminuição no tamanho e o aumento na espessura das folhas,
são processos adaptativos que ocorrem em climas sazonalmente secos e conferem
às plantas a possibilidade de crescimento foliar rápido. Estas adaptações podem ter
ocorrido como parte de uma estratégia importante para muitas plantas hospedeiras,
tanto perenifólias como decíduas.
A pressão da herbivoria levou à evolução de defesas mecânicas, químicas e
fenológicas pelas plantas. Herbívoros, por sua vez, evoluíram para lidar com os
mecanismos vegetais que tentam envenená-los ou afastá-los de sua fonte alimentar.
A diferença mais notável nos padrões de herbivoria em florestas tropicais, por
exemplo, é relativa à taxa de danos, que é cerca de cinco a 25 vezes maior entre as
folhas jovens do que nas maduras, devido à maior qualidade nutricional daquelas
folhas durante seu desenvolvimento.
Já nas florestas temperadas, observa-se um nítido contraste nos níveis de
herbivoria, pois as folhas jovens de clima temperado podem escapar parcialmente
dos danos com a chegada da primavera quando as populações de herbívoros são
reduzidas. Por esta razão, para as espécies de clima temperado, a maioria dos
danos ocorre em folhas maduras.
Ao comparar florestas úmidas e secas, nota-se nestas últimas, uma maior
taxa de herbivoria, devido, em parte, aos menores níveis de defesa existentes em
espécies vegetais decíduas, além da redução nas populações de herbívoros nos
períodos de seca (COLEY; BARONE, 1996).
Segundo Melo e Silva-Filho (2002), as plantas desenvolveram mecanismos
de defesas químicas e barreiras físicas, como a síntese de proteínas de defesa, a
liberação de substâncias voláteis, que atraem predadores de insetos herbívoros, e
tricomas. Em paralelo, os insetos desenvolveram estratégias para transpor as
barreiras vegetais, como anulação dos compostos tóxicos produzidos pelas plantas
e mecanismos de evasão.
Estudos de Coley e Barone (1996), na Ilha de Barro Colorado, no Panamá,
reconheceram que cerca de 60% dos danos foliares em nove espécies arbóreas foi
devido a insetos herbívoros especialistas, ou seja, que se alimentam com apenas
uma família de plantas, contra 8% de generalistas. Esse padrão sugere que os
132

insetos especialistas são mais influentes nos mecanismos de seleção de defesas da


planta.
Os metabólitos secundários das plantas agem de forma induzida ou
constitutiva, como alguns compostos reguladores do crescimento; agentes de
antibiose como repelentes de insetos, inibidores de alimentação e toxinas; ou
substâncias que atuam como sinais químicos no ecossistema (PANDA; KHUSH,
1995). As emissões de compostos voláteis afetam o comportamento dos insetos em
busca do alimento, repelindo-os devido à natureza desses compostos tóxicos
(MELO; SILVA-FILHO, 2002).
Algumas proteínas de reserva presentes em sementes e órgãos vegetativos
de plantas leguminosas, como por exemplo, amilase, globulinas e lectinas,
apresentam propriedades entomotóxicas (FRANCO et al., 2002). As enzimas
liberadas por insetos durante sua alimentação, como as proteinases, induziram a
produção de inibidores de proteases pelas plantas, evidenciando claramente a forte
interação coevolutiva entre as espécies envolvidas (RAKWAL et al., 2001).
Durante a cicatrização (reação à herbivoria), as escaras ainda abertas podem
ser usadas como canais de entrada de microorganismos patogênicos no tecido
vegetal, porém podem aumentar a resistência e a tolerância à herbivoria ou doença
(PAUL et al., 2000), além de induzirem a expressão de genes nas plantas que
determinam uma maior plasticidade adaptativa ao ataque de insetos (AGRAWAL,
2000).

VIII.7 Caracterização sistemática e ecológica da paleoentomofauna da


Formação Tremembé

A Classe Hexapoda tem sua presença registrada nas camadas oligocenas da


Formação Tremembé por elementos das seguintes ordens: Hemiptera (Subordem
Heteroptera); Coleoptera; Diptera; Lepidoptera; Trichoptera e Hymenoptera.
Informações relativas a esses grupos taxonômicos identificados como, por exemplo,
seus hábitos alimentares, de oviposição e seus tipos de peças bucais, estão
descritas a seguir, com o objetivo de caracterizar as possíveis relações ecológicas
observadas entre essa paleoentomofauna e os fitofósseis examinados.
133

VIII.7.1 Ordem Hemiptera

Considerada a maior e mais heterogênea das ordens descritas, com espécies


encontradas em todas as partes do mundo, é composta pelas subordens
Auchenorrhyncha, Sternorrhyncha e Heteroptera. A maioria é terrestre e, nas formas
aquáticas, necessita voltar periodicamente à superfície para respirar.
Na subordem Auchenorrhyncha, as peças bucais estão adaptadas à sucção e
a maioria das espécies se alimenta de floema (fitófaga), embora existam algumas
espécies hematófagas. Os fitófagos atacam todas as partes das plantas, como
raízes, caule, folhas, flores e sementes (GILLOT, 2005).
Dentre os Auchenorrhyncha, duas famílias foram identificadas nos registros
fósseis da Formação Tremembé: Cicadellidae e Actalionidae (Figura 53) (MARTINS-
NETO, 1998 a). A primeira apresenta espécies que causam uma grande variedade
de lesões em plantas, pois pode remover grandes quantidades de seiva, bloquear a
passagem do floema e retardar seu crescimento. Alguns danos são atribuídos aos
seus hábitos de oviposição (GILLOT, 2005). A segunda, similar ao gênero Aetalion,
abriga espécies de cigarrinhas sugadoras de seiva com hábitos de oviposição.

Figura 53 - Representantes atuais das


famílias Cicadellidae e Actalionidae. (a)
Empoasca fabae, popularmente chamado de
“Cigarrinha da batata”. Extraída de Gillot
(2005); (b) Aetalion reticulatum, espécie com
afinidade taxonômica por Tremembactalium
minutum (Martins-Neto, 1998c). Foto tirada
em São Paulo (SP) pelo entomologista Ted C.
MacRae e obtida do seu blog pessoal.
http://beetlesinthebush.wordpress.com/cate
gory/arthropoda/insecta/hemiptera/aetalion
idae/

VIII.7.2 Subordem Heteroptera

Três famílias pertencentes a esta ordem foram identificadas nos registros


fósseis: Vellidae, Pentatomidae e Corixidae. A família Vellidae é constituída por
insetos predadores em sua maioria pequenos (5 mm em média), com várias
espécies aquáticas. Já na família Pentatomidae (Figura 54 a), dominam as espécies
134

fitófagas; apresentam aspecto tipicamente brilhante, e são conhecidas por emitir um


líquido fétido de suas glândulas torácicas.
Os insetos classificados na família Corixidae (Figura 54 b) normalmente são
micrófagos, se alimentam de detritos, algas e, geralmente se fixam em um substrato
ou vegetação submersa, surgindo apenas para renovar seu suprimento de ar.

Figura 54 - (a) Visão


ventral de um inseto
fóssil pentatomídeo
do Eocretáceo do
Brasil (13 mm de
comp.); (b) Sigara
atropodonta, um
corixídeo aquático
atual (0,5 cm de
comp.). Extraído de
Gillot (2005).

VIII.7.3 Ordem Coleoptera

Os besouros representam uma ordem com mais de 300.000 espécies


descritas, nas quais 98% são terrestres. O sucesso desse grupo é atribuído ao
desenvolvimento de asas dianteiras endurecidas compostas de quitina que conferem
maior proteção ao inseto, além do mecanismo de redução de perda d’água, através
dos espiráculos estrategicamente escondidos na cavidade sub-elitral, que permitem
aos besouros invadirem ambientes áridos (GILLOT, 2005). A maioria é fitófaga, com
peças bucais adaptadas para a mastigação, comumente encontrada no solo, onde
aproveitam restos da decomposição de plantas e animais, mas também atacam as
partes vivas das plantas.
As espécies de coleópteros identificadas na Formação Tremembé,
pertencem às famílias Meloidae (Figura 55 d), Carabidae (Figura 55 a, b, c) e
Psephenidae (MARTINS-NETO, 1998 a).
135

Figura 55 - Representantes
modernos de coleópteros (a) Um
besouro típico de solo, Calosoma
sycophanta (Carabidae); (b) larva de
C. sycophanta; (c) Cicindela
sexguttata (Carabidae); (d) Epicauta
vittata (Meloidae). Obtido de Dillon
e Dillon (1972).

VIII.7.4 Ordem Diptera

Com mais de 120 mil espécies, esta é uma das maiores ordens de insetos,
em diversidade e número de indivíduos. Entre seus representantes mais comuns
observam-se moscas, mosquitos, mutucas, e podem ser encontrados em quase
todos os lugares do mundo. De corpo geralmente mole, os adultos variam em
tamanho (0,5 mm até vários centímetros).
Desenvolveram aparelhos bucais adaptados para sugar e a maioria se
alimenta de néctar ou matéria orgânica em decomposição, mas algumas espécies
parasitam animais sugando os líquidos dos tecidos, especialmente de artrópodes e
vertebrados As moscas, por exemplo, têm hábitos nutricionais bem diversificados.
Podem ser parasitóides, saprófagas, polinizadoras, mineradoras foliares e
produtoras de galhas ou brocas de madeira (GILLOT, 2005).
Os registros fósseis de dípteros da Formação Tremembé incluem as famílias
Tipulidae, Tabanidae, Empididae, Diastatidae, Mycetophylidae e Hybotidae. A família
Tipulidae (Figura 56 a, c) é a mais numerosa, com cerca de 14.000 espécies.
Grande parte está associada à habitats úmidos, de clima temperado, mas algumas
espécies aparecem em campos abertos e semiáridos.
Duas espécies foram assinaladas por Martins-Neto (1999): Tipula?
tremembeensis e Helius? Oligocenicus. Martins-Neto (1997) atribuiu à família
Tabanidae (Figura 56 b, d), um inseto fóssil encontrado em Tremembé, o qual
denominou Tabanus tremembeensis. Esta família tem mais de 3000 espécies e
inclui insetos hematófagos e sugadores de néctar.
136

Figura 56 - Fotos e desenhos de


exemplares fósseis das famílias Tipulidae
e Tabanidae: a. Tipulidae (15 a 20 mm)
[GRIMALDI; ENGEL, 2005]; b. Fóssil de
Horse Fly (Tabanidae de 21mm de
comprimento) da Formação Florissant
(Colorado); c. Tipula trivittata (Tipulidae
sem escala de tamanho). Fonte: Cole e
Schlinger (1969); d. Tabanus opacus
(Tabanidae). Extraído de Gillot (2005).

A família Diastatidae é formada por um tipo de mosca semelhante à pequena


drosófila (2,5 – 4,0 mm de comprimento), geralmente marrom, com asas
estampadas (Figura 57 a). Dividida em três gêneros com pouco mais de 20
espécies, encontradas principalmente na região Holoártica, mas há várias espécies
nas regiões Neotropicais e Australasiana. (MC ALPINE, 1987).
A família Mycetophilidae é composta por mosquitos e moscas (Figura 57 b),
cujas larvas são primariamente micófagas, alimentam-se de esporos e hifas de
fungos e as formas adultas, em algumas espécies, são predadoras ou se alimentam
de musgos e hepáticas.

Figura 57 Representantes atuais das


famílias (a) Diastatidae (gênero Diastata),
com cerca de 15 mm (comp.); (b)
Mycetophilidae (Fungus Gnat), de
aproximadamente 10 mm (comp.).
Imagens obtidas em
http://bugguide.net/, blog hospedado
no site do Departamento de Entomologia
da Universidade do Estado de Iowa (EUA).

Os insetos desta família são abundantes no registro fóssil, com 68 gêneros


catalogados e quase 300 espécies. A maioria apresenta registros a partir do
Paleógeno, com grande concentração no Eoceno/Oligoceno do Báltico, fossilizados
em âmbar (MEUNIER, 1904).
A família Empididae (Figura 58a) é composta por cerca de 3000 espécies
restritas às regiões de clima temperado de ambos os hemisférios. Esses insetos são
predadores, nas formas jovens e adultas.
137

Martins-Neto et al. (1992 b) identificaram três gêneros de Hybotidae (Figura


58b). A família abriga um grupo de moscas popularmente chamadas de Dance Flies,
termo que se refere ao seu ritual de acasalamento. Algumas espécies se alimentam
do néctar das flores, enquanto outras, de pequenas presas.

Figura 58 - (a) Taubatempis


trompetilia Martins-Neto, empididae da
Formação Tremembé. Extraída de Martins-Neto
(1999). (b) Drapetis assimilis, hybotidae atual
coletado na Grã Bretanha, taxonomicamente
afim às espécies fósseis do gênero
Archaeodrapetiops (MARTINS-NETO et al.,1992
b). Imagem (b) divulgada com permissão do
autor, obtida em
http://www.diptera.info/photogallery.php?pho
to_id=1053.

VIII.7.5 Ordem Lepidoptera

É provavelmente o grupo de insetos mais conhecido, composto por borboletas


e mariposas. Está em segundo lugar em diversidade, com mais de 200.000 espécies
já descritas. Algumas espécies podem migrar distâncias consideráveis, fato que
possivelmente favoreceu sua irradiação e adaptação aos diferentes habitats. São
encontradas em quase todos os tipos de ambientes, na maioria das vezes
associadas com plantas superiores, especialmente angiospermas.
Suas peças bucais, geralmente em forma de tromba, são próprias para
sucção. Adultos se alimentam de néctar e, algumas formas primitivas como no
gênero Ditrysian, de pólen e esporos. Apresentam estágios larvais e desenvolvem
pupa na maioria das espécies. As larvas, geralmente fitófagas, são importantes
pragas para os agricultores atualmente (GILLOT, 2005).
A Ordem Lepidoptera está representada por seis famílias identificadas em
Tremembé: Nepticulidae, Gracillaridae, Cossidae, Pyralidae, Nymphalidae e
Noctuidae (MARTINS-NETO, 1989, 1998; MARTINS-NETO et al., 1993).
A família Nepticulidae (Figura 59a) com cerca de 400 espécies distribuídas
por todo o mundo é formada por microlepdópteras. Suas larvas são mineiras em
folhas (com predileção às células do parênquima), caules, sementes e raramente
induzem a formação de galhas. A maioria das espécies tem grande especificidade
138

com as plantas hospedeiras. A espécie encontrada em Quiririm, foi atribuída ao


gênero Nepticula?.
A espécie nomeada Phyllonorycter? oliverae por Martins-Neto (1989)
pertence à família Gracillaridae (Figura 59 b). Este grupo de microlepidópteras,
geralmente coloridas, apresenta hábitos alimentares similares aos das Nepticulidae,
com uma particularidade: em muitas espécies, a larva permanece no interior da mina
durante a formação da pupa (KRISTENSEN, 1999).

Figura 59 - Espécimes atuais das famílias


Nepticulidae e Gracillaridae: (a) Stigmella sp.,
táxon com maior afinidade ao gênero Nepticula;
(b) Phyllonorycter solani (Gracillaridae)
(HERING,1958).
http://www.zoology.ubc.ca/bclepetal/Order%20Lepidoptera

A família Cossidae está representada, na Formação Tremembé, pelas


espécies Kleopatra nemogypsia e K. noctodiva (MARTINS-NETO, 1998). As
espécies atuais são descritas como pequenas mariposas acinzentadas, de hábito
noturno, suas larvas são “furadores de madeira” (woodborers), popularmente
conhecidos como brocas (GILLOT, 2005). Muitas espécies formam túneis no solo,
alcançando raízes de árvores, prejudicando seriamente seu desenvolvimento
(KRISTENSEN, 1999).
O maior grupo de lepidópteros, com cerca de 25.000 espécies, é constituído
pela família Pyralidae, que também foi identificada por Martins-Neto (1998 c) com a
espécie Petisca dryellina. Descrições das espécies atuais revelam a presença dessa
família em habitats aquáticos e terrestres, muitas são mineiras, constroem abrigos
entre as folhas, e algumas formam associações com insetos, como por exemplo, o
inquilinismo observado em ninhos de himenópteros (GILLOT, 2005).
As espécies Archaerolycorea ferreirae e Neorinella garciae (MARTINS-NETO,
1989; MARTINS-NETO et al., 1993) e Philodarchia cigana (MARTINS-NETO, 1998)
representam respectivamente, as famílias Nymphalidae (Figura 60) e Noctuidae,
compondo a biodiversidade de lepidópteras da Formação Tremembé, que, segundo
Grimaldi e Engel (2005), é uma das mais ricas em insetos fósseis, com várias
espécies raras, como as citadas acima.
139

Figura 60 - Prodryas persephone


(Nymphalidae) é uma das várias
borboletas fossilizadas (Oligoceno)
encontradas no Colorado, EUA
(Florissant Beds). Comprimento das
asas abertas: 24 mm. Imagem extraída
de Grimaldi e Engel (2005).

VIII.7.6 Ordem Trichoptera

Esta ordem contém cerca de 6.000 espécies, constituída de insetos


aquáticos, comumente chamados de caddisflies, encontrados ao longo de lagos e
riachos. Os adultos têm hábito noturno, são detritívoros e possuem mandíbulas
reduzidas, adaptadas para mascar, mas sua dieta é predominantemente líquida. As
larvas são predadoras e se recobrem com fragmentos de folhas e outros detritos
aderidos com seda produzida por suas glândulas labiais (CAPINERA, 2005).
O espécime fóssil Indusia suguioi (MARTINS-NETO, 1989) identificado como
Trichoptera, pertence à família Limnephilidae (Figura 61 a) que está intimamente
relacionada com as borboletas e mariposas (Lepidoptera), e morfologicamente muito
semelhantes às traças (KJER et al., 2002).

Figura 61 - (a) Inseto atual (Caddisfly) da Família Limnephilidae (Trichoptera), com cerca de 20 mm
(comp.); (b) Inseto da família Ichneumonidae (Hymenoptera) fossilizado em âmbar do Báltico (Eoceno
Superior) com cerca de 20 mm (comp.). http://www.commanster.eu/commanster/Insects/Caddisflies
http://www.amberabg.com/b_systematyka

VIII.7.7 Ordem Hymenoptera

A Ordem Hymenoptera inclui insetos popularmente denominados formigas,


abelhas e vespas. Os membros desta ordem são chamados de insetos sociais, pois
140

desenvolvem uma organização em castas e exibem grande diversidade ecológica e


comportamental (GULLAN, 2005). O aparelho bucal, nos insetos adultos, é formado
por uma mandíbula adaptada para sucção e mastigação, e também utilizada para
manipulação das presas e construção do ninho (CAPINERA, 2005).
Martins-Neto (1998 a) identificou duas espécies desta ordem na Formação
Tremembé, a Paratilgidopsis praecursora e a Taubatehymen minuta, ambas
incluídas na família Ichneumonidae (Figura 61 b).
O registro estratigráfico das ordens dos insetos, desde suas origens até o
tempo atual está representado a seguir (Figura 62).
141

Figura 62 - Registro estratigráfico das principais ordens de insetos no tempo geológico. As ordens destacadas em vermelho foram registradas na
Formação Tremembé. Modificado de Labandeira e Sepkoski (1993).
142

CAPÍTULO IX
RESULTADOS OBTIDOS SOBRE DANOS FOLIARES

O guia para tipos de danos causados por insetos (e outros organismos) em


plantas fósseis (LABANDEIRA et al., 2007) foi utilizado como referência principal
para a identificação e descrição dos danos foliares observados nos fitofósseis.

IX.1 Danos em Aspidosperma sp.

A presença abundante de manchas escurecidas encontradas na superfície


abaxial do fitofóssil (QU - 1003) identificado como Aspidosperma sp., indicou que,
possivelmente, a folha pudesse ter sido infectada, quando em vida, por algum tipo
de parasita. Em uma observação superficial do fóssil, através do
estereomicroscópio, notou-se, pelos aspectos dos danos visualizados, forte
similaridade com os danos foliares registrados em folhas atuais infectadas por
fungos.
A hipótese foi confirmada quando, em uma análise comparativa do espécime
fóssil com imagens de folhas atuais de Aspidosperma polyneuron, coletadas em
florestas neotropicais do Estado de Minas Gerais, Sudeste do Brasil (DUTRA et al.,
2008), constatou-se a presença de vários aspectos morfológicos coincidentes
(Estampa V - Figuras A, C).
As comparações foram feitas com base em um estudo realizado por Dutra et
al. (2008), que identificaram e descreveram o fungo Meliola aspidospermites
(Estampa V - Figura B), como causador da parasitose vegetal conhecida como
“doença do bolor negro” em folhas atuais de A. polyneuron, assinalando o primeiro
registro desse fungo no Brasil, até então reconhecido apenas na Argentina.
O fungo caracteriza-se por formar colônias, constituídas de micélio
intercelular, aderidas às células epidérmicas foliares da planta hospedeira, cobrindo
às vezes, grande parte ou até a totalidade das superfícies abaxial e/ou adaxial das
folhas infectadas. Os aspectos morfológicos considerados na comparação do
espécime fóssil com a folha atual incluíram seus diâmetros médios (cerca de 4 mm),
suas localizações generalizadas nas folhas, e as porcentagens das áreas atacadas
pelas colônias fúngicas, em relação à área em relação à área total da superfície
foliar, que, tanto no fitofóssil, como na folha atual, representam 50% ou mais.
143

As similaridades morfológicas verificadas, a preferência dessa espécie de


fungo parasita por folhas do gênero Aspidosperma, as distribuições geográficas
correspondentes ao registro fóssil do gênero com as ocorrências atuais,
corroboraram com a identificação das marcas presentes no fitofóssil como causadas
pelo mesmo tipo de fungo que infecta as folhas das espécies atuais.
A análise mais acurada do espécime culminou na identificação de outros
danos, estes agora localizados no pecíolo e áreas adjacentes, próximas à veia
primária, na base da folha. Trata-se de duas pequenas marcas escuras e circulares,
pouco menores de que 1 mm de diâmetro, causadas por insetos indutores de galhas
(Estampa V - Figura D, E), que, encontram nessa região da planta, um fácil acesso à
seiva circulante. Um dano foliar similar (DT-117) identificado por Labandeira et al.
(2007), pode ser observado na estampa V - figura D.
Cristiano (2002), em um estudo sobre respostas cecidogênicas de
Aspidospema australe M ell. Arg., na Universidade Federal de Minas Gerais,
verificou uma alta infestação de galhas foliares induzidas por uma espécie de
hemíptero, o Pseudophacopteron (subordem Sternorrhyncha), e afirmou que A.
australe e A. spruceanum são duas espécies lenhosas altamente infestadas por
insetos indutores de galhas. Em A. spruceanum, a ocorrência de galhas induzidas
por espécies de dípteros da família Cecidomyiídae é comum.
É possível que as interações entre espécies do gênero Aspidosperma com
algumas famílias de hemípteros e dípteros já existissem no Paleógeno, pois ambas
as ordens citadas apresentam registros fósseis desde o Neopaleozóico (Figura 66),
e também foram assinaladas na Formação Tremembé (MARTINS-NETO, 1997,
1998, 1999). Aspidosperma, no entanto, aparece na América do Sul, desde o
Eoceno, em um registro no Rio Pichileufú, Argentina (BERRY, 1938).

IX.2 Danos em Thyrsodium sp.

O dano presente no fitofóssil de Anacardiaceae (UnG - TC 618a = QU – 21 A)


foi facilmente identificado. Mesmo a olho nu, suas feições estão bem evidentes.
Caracteriza-se por ser marca de cor clara, circular, com remoção da epiderme foliar,
circunscrita por uma forte reação de borda com margens escuras e proeminentes.
Trata-se de uma galha com pouco mais de 1 mm de diâmetro, localizada na região
144

mediana da folha, anexa ao ângulo entre as veias primária e a quinta secundária


(Estampa V - Figura G ).
A veia secundária atingida pela galha sofreu uma bifurcação posterior,
provavelmente como um recurso de defesa, forçado pela interrupção na circulação
normal da seiva. Observa-se um ponto escuro localizado no centro da galha
(Estampa V - Figuras F, G), possivelmente relacionado à marca do orifício produzido
pela larva, similar ao dano (DT-116) identificado por Labandeira et al. (2007)
(Estampa V - Figura H).

IX.3 Danos em Xylopia sp.

A análise do fitofóssil foliar (GP3E - 7114 a, b), do gênero Xylopia, revelou


duas marcas identificadas como danos provocados por insetos, com morfologia
similar às produzidas por insetos mineiros. Localizam-se do lado esquerdo da folha,
próximas à margem, percorrem transversalmente o limbo, praticamente alcançando
a veia primária. Exibem trajetos curtos, irregulares, mas não sinuosos. Os trechos
próximos às margens são mais largos e difusos, estreitando-se em direção à veia
primária.
A mina situada na parte inferior da folha é maior, com 7 mm de comprimento
por 2 mm de largura (no trecho mais largo), chegando a 0,5 mm no trecho mais
estreito (que provavelmente corresponde à origem, de acordo com os padrões
observados) a cerca de 1,5 mm de distância da veia primária (Estampa VI - Figuras
A, C).
A mina situada na parte superior da folha tem um formato semelhante, mas é
menor no comprimento (cerca de 3 mm) e na largura (0,5 mm, em média),
encurvando-se na direção do ápice, quando alcança a veia primária (Estampa VI -
Figuras A, D). O exemplo utilizado para comparação (DT-91) de Labandeira et al.
(2007) mostra uma dano foliar similar (Estampa VI - Figura B).
Larvas de moscas e mariposas representam os grupos de insetos onde há
maior incidência do hábito de mineração foliar e, no caso dos lepidópteros, a maioria
pertence às famílias Gracillaridae, Nepticullidae, presentes na paleoentomofauna de
Tremembé.
145

IX.4 Danos em Incertae sedis

Alguns fitofósseis observados durante a análise morfográfica, não forneceram


dados suficientes para uma identificação taxonômica mais segura, principalmente
por estarem muito fragmentados. Porém, foi possível descrever alguns danos
foliares que ilustram a diversidade dos tipos de herbivoria, fornecendo dados que,
mesclados com os registros da paleoentomofauna de Quiririm, podem auxiliar em
reconstruções paleoambientais e paleoecológicas.
Entre os danos observados descrevem-se: Perfuração circular como uma
cicatriz escura e proeminente de, aproximadamente, 2 mm de diâmetro,
provavelmente na região mediana foliar, com reação tissular de borda anexada no
ângulo superior entre a veia primária e uma secundária. Foi observada no espécime
UnG - TC 807 = QU – 118 A (Estampa VI - Figuras F, H). O dano foi comparado a
um exemplar fotográfico de Labandeira (2007), com feições e dimensões muito
parecidas, no DT 02 (Estampa VI - Figura I).
Na região apical do espécime foliar oblongo UnG - TC 688 = QU - 125 A foi
identificada marca de alimentação, do lado direito da veia primária, na forma de
uma excisão profunda, com quase 180º de arco. A folha apresenta uma cicatriz
escura provocada pela reação tissular de borda (Estampa VI; Figuras E, J),
comparável com o dano DT 12 (Estampa VI - Figura G) de Labandeira et al. (2007).
As ordens com maior diversidade de insetos que apresentam hábitos de
alimentação de margem foliar são Lepidoptera e Coleoptera, com destaque para as
lagartas de borboletas e besouros (larvas e adultos), presentes na
paleoentomofauna considerada.
Uma perfuração com menos de 1 mm de diâmetro foi encontrada em uma
impressão foliolar (cerca de 2 cm de comprimento), provavelmente pertencente à
família Fabaceae, porém designada como incertae sedis pela ausência de
caracteres diagnósticos. Acha-se localizada entre a base e a parte mediana do
folíolo, à direita da veia primária e anexa a ela. Logo abaixo do dano, é possível
visualizar uma veia secundária. O orifício está circundado por uma borda escura
proeminente, devido à reação tissular. O fitofóssil pode ser visto nas figuras A e C
(Estampa VII), comparado a um dano similar DT 01 (Estampa VII - Figura B), obtido
de Labandeira et al. (2007).
146

Várias marcas de galhas de diâmetros variáveis (~ 1,5 a 3,5 mm) foram


encontradas em uma folha micrófila (espécime UnG – TC 0164) (Estampa VII;
Figuras D, G). As marcas mostram-se levemente incarbonizadas, formam círculos
irregulares e difusos e estão dispostas aleatoriamente pelo limbo foliar nas
proximidades da margem. Labandeira et al. (2007) descreveram um dano
semelhante (DT 52), utilizado na comparação (Estampa VII; Figura E).
Na amostra QU - 127A foi observada uma pequena marca de galha, situada
no curso de uma veia secundária basal próxima à veia primária. Apresentando cerca
de 1 mm de diâmetro, e forma circular a elipsóide, coincide com um dano do tipo
DT-34 (Estampa VII; Figura I) descrito por Labandeira et al. (2007). Nesse espécime
fóssil, observa-se a presença de um pequeno ponto claro na parte central do dano,
possivelmente relacionado ao orifício produzido pela larva ou inseto adulto (Estampa
VII; Figuras F, H).
As prováveis associações ecológicas que existiram entre a paleoentomofauna
e a paleoflora de Tremembé estão implícitas nos dados obtidos de ambas as
comunidades. As relações entre os tipos de danos foliares encontrados, os registros
dos insetos fósseis, seus hábitos alimentares específicos e os dados taxonômicos
da tafoflora, são suficientes para construir um cenário paleoecológico confiável.
Esse fato reforça ainda mais a ideia de um ambiente quente e úmido, inferido
nas reconstruções paleoambientais de estudos anteriores, pois este tipo de habitat
favorece o desenvolvimento de insetos.
Pesquisas globais demonstram um padrão eco-geográfico de incidência mais
frequente de herbivoria e de outras associações planta - inseto, em ambientes com
deficiência hídrica sazonal, como por exemplo, em florestas decíduas ou
semidecíduas, que desenvolvem folhas e caules coriáceos e aumentam as defesas
contra herbívoros (GULLAN; CRANSTON, 2005).
O próximo capítulo descreve, com detalhes, a integração entre todos esses
dados, com inferências sobre as prováveis associações planta - inseto que
compunham o ambiente do paleolago oligoceno de Tremembé e áreas de entorno,
bem como as análises sobre tafonomia, fisiognomia foliar e taxonomia, com
inferências paleoclimáticas, paleofitogeográficas e paleoambientais.
147

CAPÍTULO X
INTEGRAÇÃO DE DADOS

X.1 Dados tafonômicos

Como é sabido o predomínio de incarbonizações e piritizações, observadas


nos fitofósseis, sugere um processo de fossilização caracterizado por uma
sedimentação calma em ambiente redutor, devido ao acúmulo de gás sulfídrico
proveniente da decomposição inicial da matéria orgânica por bactérias anaeróbicas.
O meio torna-se tóxico impedindo a proliferação das próprias bactérias,
desacelerando a decomposição e facilitando a preservação da matéria orgânica por
mais tempo.
A disposição horizontal, segundo o acamamento, e a caótica, quanto ao
direcionamento dos eixos alongados dos fósseis, corrobora com a interpretação de
ambiente lacustre, de sedimentação calma (PAULA-COUTO; MEZZALIRA, 1971;
MENDES, 1982; RICOMINI et al., 1987; DUARTE; MANDARIM-DE-LACERDA,
1992; DOS-SANTOS et al., 2007).
A grande incidência de formas foliares menores (micrófilas e nanófilas) pode
indicar certa concentração de fabáceas, entre outros taxa, componentes da
vegetação com características frondes foliares compostas de numerosos folíolos e
de hábito semidecíduo.

X.2 Dados fisiognômicos foliares

As floras fósseis são uma importante fonte de dados paleoclimáticos. Muitas


estimativas paleoclimáticas se baseiam nas relações atuais observadas entre a
morfologia vegetal e o clima, tais como os aumentos diretamente proporcionais da
frequência das espécies com margens lisas x temperatura; e do tamanho foliar x
precipitação.
Uma questão importante a ser considerada pelos paleobotânicos é se essas
relações são observadas globalmente ou regionalmente, como alertou Gregory-
Wodzicki (2000), em um estudo sobre as relações entre a morfologia foliar e o clima
na Bolívia. Como exemplo, citou que pesquisas recentes sugerem que existem
148

diferenças significativas entre as floras de três domínios: o Hemisfério Norte, a Nova


Zelândia / Austrália, e as zonas subalpinas.
As relações anatomia/morfologia foliar e seu significado adaptativo podem ser
utilizados para inferir o clima a partir de uma assembleia de folhas fósseis. O método
fisionômico baseia-se nas similaridades morfológicas e anatômico-adaptativas das
espécies ocupantes de áreas com climas semelhantes, mesmo que as floras
apresentem muitas diferenças em suas composições taxonômicas (WIEMANN et al.,
1998).
As proporções dos tamanhos foliares observadas neste estudo distribuem-se,
equilibradamente, entre micrófilas (54%) e nanófilas (46%). O único parecer
conclusivo baseado na análise desses resultados é que o predomínio das folhas
pequenas está relacionado com a presença abundante de folíolos de fabáceas,
como apontam os registros fósseis de estudos taxonômicos anteriores (MANDARIM-
DE-LACERDA, 1998; BERNARDES-DE-OLIVEIRA et al., 2002 a; VEIGA, 2009).
Essa constatação é justificada por uma série de fatores improváveis que
podem conduzir ao erro nas interpretações de dados, principalmente de caráter
quantitativo, como por exemplo, o processo tafonômico, que tende a preservar
melhor as folhas pequenas que, consequentemente, serão encontradas em maior
número. Roth e Dilcher (1978) e Greenwood (1992) afirmaram que os eventos
associados à fossilização como queda de folhas, transporte e deposição podem
favorecer a integridade das folhas menores. No entanto, Wolfe (1993) declara que
esses fatores não devem exercer um grande efeito sobre as estimativas inferidas
sobre o clima, mas ressalta que há necessidade de mais estudos.
Segundo Wilf et al. (1998), em uma análise multivariada, é possível estimar,
aproximadamente, a média de precipitação anual (MAP), que equivale a 47,5 + 6,18
x % de folhas maiores da assembleia fossilífera. O tamanho da folha é um dos
melhores indicadores dos índices de precipitação.
Conforme dados obtidos, registra-se um predomínio de 54% de micrófilas. Ao
aplicar a fórmula, chega-se a um valor de 381 mm que, mesmo superior ao valor de
325,6 mm encontrados por Veiga (2009), também corresponderia a um clima seco a
semiárido, conclusão que não concorda com os resultados inferidos com base em
outros dados.
149

Uma evidência que indica, indiscutivelmente, um clima úmido com


temperaturas mais altas é, de acordo com Green (2006), o predomínio de folhas
com margens lisas em relação às folhas com margens denteadas. Wilf (1997)
demonstrou a aplicação da regressão linear em floras fósseis para estimar a
temperatura média anual (MAT) no passado.
Ao empregar esse método, considerando que os dados obtidos neste estudo
revelam uma exclusividade de folhas com margens lisas, o resultado para a MAT é
de 30°C, com uma margem de erro de 2°C para mais ou para menos, aplicando o
dado sobre o gráfico (Figura 63) de Kowalski (2002). Wilf (1997) concluiu ainda que
o número de espécies por amostra tenha um efeito considerável sobre a precisão
dessa estimativa. O uso de uma equação baseada nos padrões de desvio dos
resultados minimiza o erro de leitura da análise e como a abundância das espécies
padrões em uma flora regional é desigual, deve-se maximizar o número de espécies
da amostra pertencente a um determinado padrão climático.
Na análise feita por Veiga (2009), para esta tafoflora, foi obtida MAT
(Temperatura Média Anual) = 24°C devido ao registro de 23% de folhas com
margens denteadas, ou seja, apenas 77% de margens lisas. Já a amostra analisada
no estudo atual não representa um número satisfatório de espécimes (49) para
fornecer um valor preciso da MAT, embora as informações anteriores somadas a
estas conduzam a uma conclusão próxima da realidade que também é corroborada
por inferências de resultados obtidos de outras variáveis.
Vale lembrar que as oscilações nos resultados podem ser justificadas pela
grande diversidade ambiental verificada na região que, apesar de ter sofrido
influência do clima temperado da parte serrana da bacia, era caracterizada por uma
vegetação de clima tropical / subtropical, pelo menos no paleoambiente que
abrangia o vale onde se estabeleceram o paleolago e áreas marginais.
Possivelmente essa é a razão da maior parte das folhas fósseis encontradas,
apresentar margens lisas, já que foram predominantemente coletadas nessa área,
submetida a um clima mais quente e úmido.
Acredita-se que a relação entre a morfologia das folhas e as condições
climáticas reflita uma adaptação convergente de suas formas ao regime climático.
No entanto, a intensidade da mudança é limitada por alguns aspectos da filogenia.
Restrições filogenéticas podem conservar a composição morfológica das espécies
150

em qualquer flora, mesmo quando submetidas às mudanças climáticas, então as


relações entre o clima e a morfologia devem variar geograficamente (Figura 63) com
base nas diferenças em suas composições taxonômicas (KOWALSKI, 2002).

Figura 63 - Relação entre a MAT e as porcentagens de espécies com margens inteiras de quatro
conjuntos diferentes de dados modernos: (1) CLAMP 3B - base de dados (WOLFE, 1995); (2)
Hemisfério Ocidental - base de dados (WILF, 1997); (3) Bolívia – base de dados (GREGORY-
WODZICKI, 2000) e (4) 30 locais de testes neotropicais. Extraído de Kowalski (2002). O ponto
vermelho representa a MAT para a tafoflora de Quiririm (dados deste estudo).

As equações utilizadas na estimativa de paleotemperaturas de floras fósseis


foram desenvolvidas com base nos dados coletados das relações entre a morfologia
foliar de dicotiledôneas de comunidades vegetais modernas e seus regimes
climáticos (WOLFE, 1993, 1995).
Kowalski e Dilcher (2003) constataram que os dados utilizados para criar
essas equações são, na maior parte, provenientes de ambientes terrestres não
úmidos. Habitat de terras baixas com solos úmidos perfazem apenas 11% dos 106
locais de coleta escolhidos para o primeiro conjunto de dados da CLAMP. Porém, a
maioria dos macrofitofósseis é proveniente de floras depositadas em ambientes
úmidos, de terras baixas, como por exemplo, planícies aluviais, pântanos, lagos e
deltas.
Por essa razão, indicam que a MAT pode ser subestimada, quando é
calculada utilizando dados provenientes, primordialmente, de floras não análogas
151

àquelas encontradas nos registros fósseis, afirmando que esse método não seja
adequado para estimar paleotemperaturas com dados da morfologia foliar obtidos de
assembleias fossilíferas desse tipo.
Os resultados obtidos a partir da análise dos ápices foliares revelaram um
predomínio de formas retusas (35%), seguida pelas formas acuminadas (29%) e
convexas (24%). É importante fazer uma ressalva em relação aos ápices retusos,
que certamente se mostraram abundantes devido à presença dos folíolos das
fabáceas, fato também evidenciado por Veiga (2009).
De qualquer maneira, 1/3 das folhas exibe ápices acuminados, uma
proporção expressiva que sugere um clima com umidade e, possivelmente sazonal
(WOLFE; UPCHURCH, 1987), perfil que se enquadra perfeitamente na diagnose
paleoclimática inferida em estudos anteriores. A proporção de ápices convexos
também não pode ser desprezada, embora não seja relevante para uma
interpretação segura.
A respeito das formas foliares, 74% das folhas analisadas exibem formas
elípticas ou oblongas. Esse caráter não é favorável para fazer interpretações
paleoclimáticas, porém se todos os fatores diretamente ligados à forma da folha,
como por exemplo, aspectos filogenéticos, biogeográficos e taxonômicos não
fossem considerados, o predomínio das formas citadas pode indicar certa umidade,
ou pelo menos afirmar que não havia escassez de água. Melo (2003), em uma
descrição sobre as afinidades botânicas dos fósseis da Formação Tremembé, citou
as tifáceas, entre outras, como plantas que indicam grande umidade, no entanto,
essa afirmação só é válida, se for relacionada com seu habitat específico, ou seja,
as margens do lago onde viveram.
Wolfe (1995), exemplificando a CLAMP, afirmou que as variáveis, dentro de
um conjunto de tipos morfológicos, são mutuamente dependentes, isto é, não é
aconselhável relacionar um aspecto climático, como por exemplo, a temperatura,
com apenas um caráter foliar indicativo, como folha obovada. Em seu exemplo, cita
uma amostra onde 67% do total das folhas são obovadas, e 33%, a soma das
formas elíptica e oval. Pode-se pensar que apenas a categoria mais abundante deva
ser usada na análise. Porém, as proporções relativas das categorias presentes e
suas indicações ambientais específicas também são importantes. Por exemplo,
formas obovadas estão relacionadas com a temperatura, elípticas indicam
152

ambientes mais úmidos, e ovais, ambientes mais secos. Quando analisadas em


conjunto, contribuem para uma interpretação climática mais próxima da realidade.
Na análise individual dessas feições morfológicas foliares na tafoflora de
Tremembé, o predomínio de formas elípticas e oblongas pode indicar ambientes
com maior umidade. Duarte e Mandarim-de-Lacerda (1987), em uma análise
morfobiométrica das folhas da Formação Tremembé, afirmaram que a
predominância de paleotextura papirácea e membranácea é indicativa de umidade
atmosférica significativa.
As formas das bases foliares convexas apresentaram maior frequência na
assembleia tafoflorística (43%). Com exceção da base arredondada (20%), as outras
categorias (decorrente, cuneada, complexa e côncavo-convexa) não apresentaram
proporções significativas. Veiga (2009), devido a um equilíbrio nas proporções das
formas das bases observadas em sua análise, não chegou a uma interpretação
definida. Nesta análise, porém, a grande quantidade de convexas corrobora a
indicação de grande umidade atmosférica.
Um caráter de valor adaptativo importante para as plantas é a proporção
comprimento x largura (C/L) da área foliar. Proporções entre 2-3/1 estão
relacionadas com ambientes de maior umidade e mais quentes (WOLFE, 1995).
Folhas com proporções superiores a 4/1 são mais comuns em climas mais secos,
pois a forma alongada evita o superaquecimento (PARKHURST; LOUCKS, 1972).
O cálculo das proporções C/L, neste estudo, foi aplicado em 23 folhas
completas e revelou proporção 2/1 em 35% do conjunto ou aproximada em 44%,
perfil que se enquadra, a princípio, na descrição de Wolfe (1995), isto é, como
adaptação para ambientes de maior umidade e calor.
Gregory-Wodzicki (2000) pressupôs que as relações entre a morfologia foliar
e o clima não mudaram significativamente desde o Neocretáceo, portanto as floras
modernas podem ser comparadas com as floras fósseis. Afirmou também, que as
inferências atuais baseiam-se, além da sistemática, em fisiologia, ressaltando que as
vegetações modernas de áreas muito distantes podem apresentar feições
semelhantes entre si, concluindo que não foram observadas grandes alterações
taxonômicas e adaptativas ao longo do tempo.
A figura seguinte ilustra a relativa similaridade entre vários aspectos da
morfologia foliar de floras sul-americanas da Bolívia (Alto Ivan) e do Brasil
153

(Conquista e Corumbá – MS; Belém – PA; Manaus – AM; Rio Grande – MG e Rio
Claro – SP), com destaque para as categorias com proporções próximas às
encontradas na tafoflora de Quiririm (Quadro 12).

Quadro 12 – Porcentagens das espécies marcadas para cada morfotipo foliar em várias floras
amostrais, listadas com suas respectivas proporções. Alguns caracteres estão destacados, pois
exibem proporções iguais ou muito próximas às encontradas nas amostras da tafoflora de Quiririm.
Os caracteres folhas lobada até obovada foram definidos por Wolfe (1993) e Wolfe e Spice (1999).
Obtido e modificado de Kowalski (2002).

Nota-se uma maior similaridade de características entre as floras do Rio


Grande, a de Belém (terra firme) e a de Corumbá com a flora ora estudada,
evidenciando a presença de um ecótono de floras tropicais úmidas, em associação
com floras ombrófilas mistas e semidecíduas no Vale do Paraíba, durante a
deposição da Formação Tremembé.
Os aspectos geomorfológicos e geográficos da região do Vale do Paraíba
exerceram grande influência na determinação do paleoclima, e este, por sua vez,
proporcionou o estabelecimento de uma paleoflora diversificada, que compartilha
154

elementos botânicos componentes da Mata Atlântica com aqueles da Mata


Amazônica, do Cerrado e de Matas de Altitude.

X.3 Dados taxonômicos

Além das espécies já conhecidas para a Tafoflora de Quiririm (VEIGA, 2009),


neste trabalho, foram adicionados quatro novos gêneros: Equisetites, Xylopia,
Thyrsodium e Aspidosperma.
O gênero Equisetites evidencia a presença de corpo aquoso (paleolago de
Tremembé), a margem do qual esse gênero se desenvolveria provavelmente ao lado
das tifáceas. A distribuição geográfica generalizada nos hemisférios Norte e Sul
(KUBITZKI, 1990) foi determinante para a identificação da afinidade ao subgênero
Hippochaete. Dentro do subgênero, as espécies Equisetum myriochaetum e E.
giganteum apresentaram maior similaridade morfológica com o fitofóssil, bem como
as distribuições geográficas atuais, com maior concentração nos países sul-
americanos, inclusive no Brasil (E. giganteum).
São plantas perenes, vivem em lugares pantanosos, ou ao longo das margens
de rios (HAUKE, 1962). Os registros fósseis cenozoicos mostram apenas duas
ocorrências paleógenas: Neoeoceno do Chile e Oligoceno (deste estudo). A maioria
foi assinalada para o Neógeno da Colômbia, Chile, Argentina (BERRY, 1945;
TRONCOSO, 1991; DURANGO et al., 1997; ANZÓTEGUI, 2006; TRONCOSO;
ENCINAS, 2006; TORRES et al., 2009; ANZÓTEGUI; HORN, 2011) e Brasil
(TUFANO, 2009).
O gênero Xylopia, com hábito predominantemente arbóreo, mas também
arbustivo, apresentaria alturas médias entre oito e trinta metros. De ocorrência
pantropical em altitudes inferiores a 2.000 m, a Xylopia L. é encontrada
predominantemente, na América Tropical, em cerrados e florestas pluviais, mas
ocorre também em matas pluviais subtropicais, matas ciliares e restingas
(HUTCHINGTON, 1964). Essas características se encaixam no perfil ecológico
inferido para a área de estudo.
No Brasil, apesar da grande ocorrência de várias espécies do gênero na
Floresta Amazônica, também aparece com frequência em habitats como a Mata
Atlântica e restinga (DIAS, 1988). Pertence à família Annonaceae, cujos registros
155

paleógenos foram detectados nas bacias de Fonseca e Aiuruoca em Minas Gerais


(FRANCO-DELGADO; BERNARDES-DE-OLIVEIRA, 2004).
A ocorrência do gênero Thyrsodium na América do Sul inclui Venezuela,
Guianas, Colômbia, Peru, Bolívia e Brasil. A distribuição geográfica brasileira
concentra a maioria das espécies na região Amazônica, preferencialmente nas
matas pluviais de terra firme, e T. spruceanum estende-se de forma fragmentária até
o Sudeste (floresta pluvial Atlântica), resultado de uma antiga migração da Hiléia
pelo litoral.
São arborescentes, com alturas de até 22 m, variam de ciófitas até heliófitas,
perenifólias ou semidecíduas (LORENZI, 2002 b; KUBITZKI, 2011). O conjunto de
características presentes no gênero conferiu tolerância e adaptabilidade às
condições ambientais diversas, fator esse que, provavelmente, favoreceu sua
integração com a paleoflora de Tremembé.
Quanto à Aspidosperma, pode-se dizer que sua presença entre os fitofósseis
identificados nesta tafoflora é plenamente justificável, pois o gênero, hoje, é
considerado nativo da América tropical, ocorrendo na Bolívia e no Brasil, onde
abrange as regiões Sul e Sudeste (KOCH; KINOSHITA, 1999). O registro fóssil
assinala o gênero no Eoceno do Rio Pichileufú, na Patagônia Argentina (BERRY,
1938), e em um afloramento localizado em Jaguariúna (SP), de idade neógena
(SANTOS et al., 2007).
A espécie arbórea Aspidosperma ramiflorum, com cerca de 20 a 30 m de
altura, é a que apresenta maior similaridade morfológica foliar com o exemplar fóssil,
e sua ecologia atual coincide em grande parte dos aspectos paleoecológicos
descritos para o afloramento Quiririm, como por exemplo, a ocorrência em florestas
pluviais da encosta atlântica, e em matas estacionais semidecíduas (LORENZI,
2000).

X.4 Dados sobre Interações planta – outros organismos

A análise combinada dos tipos de danos foliares identificados com os dados


taxonômicos, paleoclimáticos e paleoecológicos inferidos em estudos anteriores,
permitiu o reconhecimento de prováveis associações entre plantas e insetos no
156

paleoambiente da Formação Tremembé. Em um total de 49 elementos foliares


observados, oito apresentaram uma ou mais marcas de fitofagia.
Entre os tipos de danos foliares documentados e descritos por Labandeira et
al. (2007), reconheceram-se furos, perfurações e sucções, alimentação de margem,
alimentação de superfície e fungos parasitas, classificados na categoria de
alimentação foliar externa. Galhas e minas foliares também foram registradas.
O exame qualitativo dos danos foliares indica uma grande diversidade de
insetos, como já assinalado no registro da paleoentomofauna, com representantes
de várias ordens e famílias que abrigam a maioria dos espécimes envolvidos em
alguma interação com plantas (MARTINS-NETO, 1989, 1997, 1998, 1999;
MARTINS-NETO et al. 1992, 1993).
Os longos períodos de formação dos folhelhos favoreceram o
desenvolvimento de uma fauna aquática abundante (PAULA-COUTO; MEZZALIRA,
1971). A comunidade vegetal que vivia às margens do lago era constituída, em
parte, de ervas aquáticas, briófitas e pteridófitas (MERCÊS et al., 2006), que
proporcionaram um habitat ideal para insetos, além da alta pluviosidade e presença
de mata nas encostas.
Santos et al. (2007) salientaram que o registro fóssil de um espécime de
Curculionidae (Coleoptera) da Formação Crato (Eocretáceo) na Bacia do Araripe
(Ceará), reforça a ideia da coevolução desses insetos com as primeiras linhagens de
angiospermas, sua irradiação e diversificação nessa região. De acordo com
Labandeira (2002), a fidelidade de certas associações entre plantas hospedeiras e
insetos herbívoros é persistente durante o tempo geológico, o que sugere que as
associações modernas têm origens bem mais antigas do que se pensava.
Os registros fósseis da Ordem Coleoptera, na Formação Tremembé, incluem
três famílias (Carabidae, Psephenidae e Meloidae) (MARTINS-NETO, 1998 a), que
podem estar relacionadas com a indução de galhas foliares (SCOTT et al., 1994).
Este tipo de dano apresentou o maior número de ocorrências e os gêneros
botânicos dos fósseis foliares envolvidos foram Aspidosperma sp., Thyrsodium sp., e
dois espécimes Incertae sedis (um deles com, pelo menos, quatro marcas).
De todas as interações planta-inseto presentes nos registros fósseis,
mineração foliar tem o maior potencial para identificação de insetos herbívoros em
níveis taxonômicos mais baixos, como família, gênero e espécie (LABANDEIRA,
157

2002). A maioria é representada por larvas de coleópteros e lepidópteros. Ambas as


ordens estão presentes nos registros fósseis de Tremembé, com destaque para
Lepidoptera, com seis famílias (MARTINS-NETO, 1989, 1998 a; MARTINS-NETO et
al., 1993).
Nepticulidae é uma família cosmopolita, primitiva e altamente especializada
de lepidópteros mineradores foliares (LABANDEIRA, 2002). As folhas das mais
antigas magnoliídeas sugerem que essas plantas lenhosas e decíduas foram alvos
preferenciais de várias linhagens de mineradores foliares, incluindo as Nepticulidae
(LABANDEIRA et al., 1994). Considera-se que a interação entre Xylopia -
Nepticulidae é bem provável: 1) pela condição taxonômica primitiva de ambos, 2)
pela identificação desse tipo de dano foliar no espécime fóssil, e 3) pela antiga
relação paleoecológica e coevolutiva existente entre eles.
A Ordem Diptera apresenta vários registros fósseis na Formação Tremembé,
(16 espécies – 7 famílias). É a quarta maior ordem em número de espécies fitófagas.
As características ambientais inferidas para o paleolago Tremembé proporcionam
um habitat ideal, ou no mínimo favorável para o desenvolvimento desse grupo de
insetos (MARTINS-NETO; PESENTI, 2006).
O estilo de vida aquático é particularmente evidente nos coleópteros e
dípteros e, nestes últimos, concentra-se a maioria dos mineradores foliares (larvas
de moscas). Dípteros também contêm o maior número de espécies indutoras de
galhas, embora sejam taxonomicamente pouco conhecidas (GULLAN; CRANSTON,
2007). Empididae e Mycetophilidae enquadram-se entre as famílias de moscas
indicadas como possíveis indutoras de galhas e/ou mineradoras foliares
identificadas na paleofauna de Tremembé.
O comportamento galhador também pode ser atribuído à ordem
Hymenoptera, representada por duas espécies fósseis da família Ichneumonidae
identificadas por Martins-Neto (1998 a). Hymenoptera e Orthoptera contêm muitas
espécies de insetos mastigadores, que cortam margens foliares (BERNHARDT,
2000) e há um registro desse tipo de dano em um fitofóssil foliar (Incertae Sedis).
Martins-Neto e Pesenti (2006) relatam que a abundância de fósseis de
mariposas, cujos habitats são de altitudes elevadas e, himenópteros, que são
encontrados em florestas de coníferas, confirmam a ocorrência de vegetação de
158

clima temperado a frio, constituindo a associação paleoflorística adaptada às regiões


serranas de maiores altitudes.
Em Auchenorrhyncha (Hemiptera), as peças bucais estão adaptadas à
sucção. Duas famílias identificadas no afloramento exibem esse tipo de alimentação.
A família Pentatomidae (Heteroptera) apresenta espécies fitófagas e sua associação
com plantas decíduas é comum. Esses insetos estariam associados, possivelmente,
aos gêneros Caesalpinia ou Allophyllus, plantas semidecíduas típicas de Floresta
Pluvial Tropical Atlântica (LORENZI, 1992); ao gênero Cassia, que é típico de
Floresta Ombrófila Mista (Mata dos Pinhais), ou à Copaifera, também decídua ou
semidecídua, que aparece em matas primárias (LORENZI, 2002 a).
159

CAPÍTULO XI
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos paleobotânicos dos fitofósseis provenientes da tafoflora de


Quiririm, na Formação Tremembé, alcançaram os seguintes resultados:

 Sua análise morfográfica foliar indicou que, no final do Oligoceno, época na


qual vicejou a paleoflora, a temperatura média anual situava-se entre 25° -
30°C, com vegetação de clima tropical/subtropical, possivelmente sazonal,
pelo menos na região do vale do Paraíba onde se estabeleceram o paleolago
e áreas marginais. A temperatura média anual de Taubaté (TMA) é de 24ºC,
apenas 1ºC abaixo do valor médio estimado. Quanto à umidade, atualmente a
região apresenta clima tropical com inverno seco. Nota-se que o clima não
apresentou alterações significativas em relação à temperatura média e
permanece sob um regime sazonal.

 A análise taxonômica permitiu a identificação de quatro novos gêneros:


Equisetites, Xylopia sp., Thyrsodium sp. e Aspidosperma sp. O gênero
Equisetites evidencia a presença de corpo aquoso (paleolago de Tremembé),
a cuja margem esse gênero se desenvolveria provavelmente ao lado das
tifáceas. Xylopia ocorre atualmente na América Tropical, em cerrados, matas
pluviais tropicais e subtropicais, matas ciliares e restingas. Thyrsodium
aparece na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica. Aspidosperma é nativo
da América Tropical e ocorre em florestas pluviais da encosta atlântica, e em
matas estacionais semidecíduas. De acordo com estudos anteriores, três
paleoassociações foram reconhecidas na composição da paisagem na região
da Formação Tremembé: a primeira é composta por hidrófilas autóctones do
paleolago, a segunda circundando o lago e estratificadamente distribuída nas
encostas, com paleoaltitudes variando entre 500 m e 800 m, e a terceira
caracterizada por uma Floresta Ombrófila Mista (Mata dos Pinhais), adaptada
às maiores altitudes (acima de 800 m), nas regiões serranas periféricas.
Neste cenário, Equisetites faria parte da primeira associação e Xylopia,
160

Thyrsodium e Aspidosperma integrariam a segunda associação, sob


condições de intensa pluviosidade.

 Em relação à tafonomia, a observação dos fitofósseis evidenciou um


predomínio de incarbonizações e piritizações, uma disposição horizontal,
segundo o acamamento, e uma caótica, quanto ao direcionamento dos eixos
alongados, sugerindo um processo de fossilização caracterizado por uma
sedimentação calma em ambiente redutor.

 A identificação dos novos gêneros não acrescentou dados relevantes na


apuração da idade geológica da Formação Tremembé. Couto-Ribeiro (2010),
com base na comparação de fósseis, sugeriu Oligoceno Superior, idade já
indicada pela palinologia e pela paleofauna de vertebrados.

 O exame qualitativo dos danos foliares permitiu a inferência de uma


paleoentomofauna de grande diversidade, como já assinalado no registro
fóssil. As condições paleoclimáticas presentes como calor, umidade e alta
pluviosidade proporcionaram um habitat ideal para o desenvolvimento dos
insetos. Em um total de 49 elementos foliares observados, oito apresentaram
um ou mais danos relacionados à herbivoria. Entre os tipos de danos, notou-
se um maior número de marcas provocadas por insetos indutores de galhas,
provavelmente das ordens Lepidoptera, Coleoptera, Hymenoptera ou Diptera.
As minas foliares corroboram o registro fóssil abundante de mariposas
(Lepidoptera). As marcas de minas foliares no espécime do gênero Xylopia,
alvo preferencial de Nepticulidae (também assinalada na Formação
Tremembé), sugere uma antiga interação desses taxa, resultante de uma
possível coevolução entre eles.
161

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ESTAMPA I

Figura A Equisetites hippochaetiformis sp. n. - Impressão fóssil com


fragmento de caule articulado. Espécime QU - 1004a (UnG – TC).

Figura B Equisetum giganteum - Exemplar fotográfico de espécime atual


utilizado para comparação.
Fonte: httpupload.wikimedia.orgwikipediacommons44cEquisetum_giganteum

Figura C Equisetum myriochaetum - Exemplar fotográfico de espécime


atual utilizado para comparação.
Fonte: http://jardinscosmopolites.blogspot.com.br/2010/12/les-grandes-serres-du-jardin-des.html

Figura D Equisetum myriochaetum - Exemplar fotográfico, em detalhe, de


um caule articulado de espécime atual utilizado para comparação.
Fonte: http://www.fossilflowers.org/users/robbin/4_28_05/upload73/

Figura E Equisetites hippochaetiformis sp. n. - Contra-impressão fóssil


com fragmento de caule articulado. Espécime QU - 1004b (UnG – TC).

Figura F Equisetum giganteum - Exemplar fotográfico, em detalhe, de um


caule articulado de espécime atual utilizado para comparação.
Fonte: http://species.wikimedia.org/wiki/Equisetum_giganteum
197

ESTAMPA I
198

ESTAMPA II

Figura A Xylopia sp. - Impressão fóssil de fragmento foliar com base e


parte mediana. Espécime GP3E – 7114 a (IGc – USP).

Figura B Xylopia sericea - Espécime foliar de herbário utilizada para


comparação. Cedida pelo herbário do Instituto Florestal de São Paulo.

Figura C Xylopia sericea - Espécime foliar clarificada, utilizada para


comparação (UnG – 203).

Figura D Xylopia sericea - Detalhe da base da folha clarificada (UnG –


203).

Figura E Xylopia sp. - Detalhe da base no fragmento foliar do fóssil.


Espécime GP3E - 7114 a.

Figura F Xylopia sp. - Contra-impressão fóssil de fragmento foliar com


base e a parte mediana. Espécime GP3E – 7114 b.
199

ESTAMPA II
200

ESTAMPA III

Figura A Thyrsodium sp. - Impressão foliar fóssil. Espécime QU - 21A


(UnG-TC 618a).

Figura B Thyrsodium spruceanum - Espécime foliar clarificada, utilizada


para comparação (UnG – 204).

Figura C Thyrsodium spruceanum. - Detalhe da venação na folha


clarificada, utilizada para comparação (UnG – 204).

Figura D Thyrsodium sp. - Detalhe da venação no fóssil. Espécime QU -


21A (UnG - TC 618a).

Figura E Thyrsodium spruceanum - Espécime foliar de herbário, utilizada


para comparação. Cedida pelo herbário do Instituto Florestal de São Paulo.
201

ESTAMPA III
202

ESTAMPA IV

Figura A Aspidosperma sp. - Impressão fóssil de fragmento foliar com base


e parte mediana. Espécime QU - 1003 (UnG – TC).

Figura B Aspidosperma ramiflorum - Espécime foliar de herbário, utilizada


para comparação. Cedida pelo herbário do Instituto Florestal de São Paulo.

Figura C Aspidosperma ramiflorum - Espécime foliar clarificada, utilizada


para comparação (UnG – 131). Cedida pelo Laboratório de Paleobotânica e
Palinologia da UnG.

Figura D Aspidosperma sp. - Detalhe da venação foliar no fóssil. Espécime


QU -1003 (UnG – TC).

Figura E Aspidosperma ramiflorum - Detalhe da venação na folha


clarificada (UnG – 131). Cedida pelo Laboratório de Paleobotânica e
Palinologia da UnG.
203

ESTAMPA IV
204

ESTAMPA V

Figura A Aspidosperma sp. - Impressão fóssil de fragmento foliar com base


e parte mediana, evidenciando danos provocados, provavelmente, por colônias
fúngicas de Meliola aspidospermites. Espécime QU - 1003 (UnG – TC).

Figura B Meliola aspidospermites - Visualização microscópica de colônia


fúngica constituída de micélio intercelular, denominado popularmente de “bolor
negro”. Extraída de Dutra et al. (2008).

Figura C Aspidosperma Polyneuron - Espécime foliar infectada por Meliola


aspidospermites, utilizada para comparação. Extraída de Dutra et al. (2008).

Figura D Danos foliares provocados por insetos indutores de galhas


(menores de 1 mm de diâmetro), anexas à veia primária - Extraído de
Labandeira et al. (2007).

Figura E Aspidosperma sp - Detalhe do pecíolo e da base do espécime


fóssil (QU - 1003), com pequenas marcas de galhas, com cerca de 1 mm de
diâmetro.

Figura F Thyrsodium sp. - Impressão fóssil foliar, evidenciando dano


produzido por inseto indutor de galha. Espécime fóssil QU - 21A.

Figura G Thyrsodium sp. - Detalhe da marca provocada pela galha na folha


fóssil. Espécime QU - 21A.

Figura H Exemplo de danos foliares provocados por galhas em folha fóssil,


utilizada para comparação. Extraída de Labandeira et al. (2007).
205

ESTAMPA V
206

ESTAMPA VI

Figura A Xylopia sp. - Impressão fóssil de fragmento foliar evidenciando


danos do tipo minas foliares. Espécime fóssil GP3E – 7114 a.

Figura B Exemplo de mina foliar, utilizada para comparação. Extraída de


Labandeira et al. (2007).

Figura C Xylopia sp. – Detalhe do dano do tipo mina foliar encontrado no


fitofóssil GP3E – 7114 a.

Figura D Xylopia sp. – Detalhe do dano do tipo mina foliar encontrado no


fitofóssil GP3E – 7114 a.

Figura E Incertae sedis - Dano provocado por alimentação de margem em


um fitofóssil – QU - 125A (UnG-TC 688). Extraído de Labandeira et al. (2007).

Figura F Incertae sedis - Dano do tipo perfuração circular encontrado no


fitofóssil – QU - 118A (UnG-TC 807).

Figura G Exemplo de alimentação de margem foliar, utilizada para


comparação. Extraída de Labandeira et al. (2007).

Figura H Incertae sedis – Detalhe do dano do tipo perfuração circular


encontrado no fitofóssil – QU - 118A (UnG-TC 807).

Figura I Exemplo de dano do tipo perfuração circular, utilizada para


comparação. Extraída de Labandeira et al. (2007).

Figura J Detalhe do dano do tipo alimentação de margem, no espécime


QU - 125A (UnG-TC 688).
207

ESTAMPA VI
208

ESTAMPA VII

Figura A Incertae sedis - Impressão fóssil de fragmento foliar evidenciando


dano do tipo “perfuração foliar”. Espécime UnG – TC (s/ nº).

Figura B Exemplo de perfuração foliar, utilizada para comparação. Extraída


de Labandeira et al. (2007).

Figura C Incertae sedis - Detalhe do dano do tipo perfuração foliar, no


espécime UnG – TC (s/ nº).

Figura D Incertae sedis – Fitofóssil foliar evidenciando danos do tipo


“galhas foliares”. Espécime UnG – TC 0164.

Figura E Exemplo de galha foliar, utilizada para comparação. Extraída de


Labandeira et al. (2007).

Figura F Incertae sedis - Impressão fóssil de fragmento foliar evidenciando


danos do tipo “galha foliar”. Espécime QU.- 127A (UnG-TC).

Figura G Incertae sedis - Detalhe do dano do tipo “galha foliar”, no


espécime fóssil UnG – TC 0164.

Figura H Incertae sedis - Detalhe do dano do tipo “galha foliar”, no


espécime fóssil QU.- 127A (UnG-TC).

Figura I Exemplo de galha foliar, utilizada para comparação. Extraída de


Labandeira et al. (2007).
209

ESTAMPA VII

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