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Alfredo Herculano

Anuía Celina Zacarias


Borge Nunes
Elísio Juvenal Muchave
Mateus Alfredo

Circuitos magnéticos

Circuitos polifásicos

Universidade Rovuma

Nampula

2019
2

Alfredo Herculano
Anuía Celina Zacarias
Borge Nunes
Elísio Juvenal Muchave
Mateus Alfredo

Circuitos magnéticos

Circuitos polifásicos

O presente trabalho é de caráter avaliativo, de


disciplina de Eletrotecnia teórica II, curso de
Engenharia Eletrônica, 2o Ano, 2o Semestre.

Leccionado pelo Docente: Eng. Antônio João


Domingos

Universidade Rovuma

Nampula

2019
3

Índice
1. Introdução ........................................................................................................................ 8

1.1. Objetivo geral ................................................................................................................... 8

1.2. Objetivos específicos ........................................................................................................ 8

CAPÍTULO I .............................................................................................................................. 9

2. CIRCUITOS MAGNÉTICOS ......................................................................................... 9

2.1. Campos magnéticos .......................................................................................................... 9

2.2. Linhas do campo magnético ........................................................................................... 10

2.3. Densidade de fluxo magnético ........................................................................................ 10

2.4. Permeabilidade magnética .............................................................................................. 11

2.5. Relutância ....................................................................................................................... 12

2.6. O equivalente da definição de resistência para circuitos magnéticos ............................. 12

2.6.1. Força magnetizante .................................................................................................. 13

2.7. Histerese.......................................................................................................................... 15

2.8. Lei de ampère para circuitos magnéticos ........................................................................ 18

2.9. O fluxo ............................................................................................................................ 19

2.10. Circuitos magnéticos em série: determinação do produto 𝑁𝐼 ..................................... 20

2.10.1. Entreferros ............................................................................................................... 20

2.11. Circuitos magnéticos em série-paralelo ...................................................................... 21

2.11.1. Determinação de Φ .................................................................................................. 21

2.12. Aplicação de circuitos magnéticos. ............................................................................. 22

CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 23

3. CIRCUITOS POLIFÁSICOS ........................................................................................ 23

3.1. O gerador trifásico .......................................................................................................... 23

3.1.1. O gerador tipo y ....................................................................................................... 26


4

3.1.2. Sequência de fases nos geradores tipo y .................................................................. 29

3.2. O sistema y - δ ................................................................................................................ 32

3.3. O gerador tipo Δ .............................................................................................................. 33

3.3.1. Sequência de fases nos geradores tipo Δ ................................................................. 36

3.4. Potência em circuitos trifásicos ...................................................................................... 37

3.4.1. Carga Equilibrada Tipo Y........................................................................................ 37

3.4.1.1. Potência Média .................................................................................................... 37

3.4.1.2. Potência Reativa .................................................................................................. 38

3.4.1.3. Potência Aparente ................................................................................................ 38

3.4.1.4. Fator de Potência ................................................................................................. 38

3.4.2. Carga Equilibrada Tipo Δ ............................................................................................ 38

3.4.2.1. Potência Média .................................................................................................... 39

3.4.2.2. Potência Reativa .................................................................................................. 39

3.4.2.3. Potência Aparente ................................................................................................ 39

3.4.2.4. Fator de Potência ................................................................................................. 39

3.5. Método dos três wattímetros ........................................................................................... 39

3.6. Método dos dois wattímetros .......................................................................................... 40

3.7. Cargas não equilibradas em sistemas tipo Y de quatro fios............................................ 41

3.8. Cargas não equilibradas em sistemas tipo Y de três fios. ............................................... 42

3.9. Aplicação de circuitos trifásicos ..................................................................................... 44

3.10. Circuitos Hexafásicos. ................................................................................................. 45

4. Conclusão ...................................................................................................................... 46

5. Referencias Bibliográficas .................................................................................................... 47

6. Anexos ........................................................................................................................... 48
5

Índice de Figuras
Figura 1:Linhas de campo magnético para um ímã permanente. .................................................... 9
Figura 2: Efeito de uma amostra de material ferromagnético sobre as linhas de campo de um ímã
....................................................................................................................................................... 10
Figura 3: Algumas aplicações de efeitos magnéticos .................................................................... 11
Figura 4: Definição da força magnetizante de um circuito magnético. ......................................... 14
Figura 5: Variação de μ com a força magnetizante. ...................................................................... 14
Figura 6: Circuito magnetizante em série utilizado para obter a curva de histerese. .................... 15
Figura 7: Curva de histerese. ......................................................................................................... 16
Figura 8: Curva normal de magnetização. ..................................................................................... 17
Figura 9: Circuito magnético em série com três materiais diferentes. .......................................... 19
Figura 10: Distribuição do fluxo em um circuito magnético série-paralelo. ................................. 20
Figura 11: Entreferros: (a) com efeito de borda; (b) ideal. ............................................................ 20
Figura 12: (a) Gerador trifásico; (b) tensões nos enrolamentos de um gerador trifásico. ............. 23
Figura 13: Tensões de fase de um gerador trifásico. ..................................................................... 24
Figura 14: Diagrama fasorial para as tensões de fase de um gerador trifásico. ............................ 25
Figura 15: Demonstração de que a soma fasorial das tensões de fase de gerador trifásico é nula.25
Figura 16: Gerador tipo Y. ............................................................................................................ 26
Figura 17: Tensões de fase e de linha de um gerador trifásico tipo Y. ......................................... 27
Figura 18: Determinação de uma das tensões de linha de um gerador trifásico. .......................... 27
Figura 19: (a) Diagrama fasorial das tensões de fases e de linha de um gerador trifásico; (b)
demonstração de que a soma fasorial das tensões de linha de um sistema trifásico é nula. .......... 29
Figura 20: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador
trifásico. ......................................................................................................................................... 29
Figura 21: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador
trifásico. ......................................................................................................................................... 30
Figura 22: Determinação da seqiiência de fases a partir das tensões de fase de um gerador
trifásico. ......................................................................................................................................... 31
Figura 23: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador
trifásico. ......................................................................................................................................... 31
6

Figura 24: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador
trifásico. ......................................................................................................................................... 33
Figura 25: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador
trifásico. ......................................................................................................................................... 34
Figura 26: Determinação de uma corrente de linha a partir das cor¬rentes de fases de um gerador
trifásico tipo A. .............................................................................................................................. 35
Figura 27: Diagrama fasorial das correntes de um gerador trifásico tipo A.................................. 35
Figura 28: Determinação da sequência de fases de um gerador trifásico tipo A........................... 36
Figura 29: Carga equilibrada tipo Y. ............................................................................................. 37
Figura 30: Carga equilibrada tipo Δ. ............................................................................................. 38
Figura 31: Método de três medidores de potência aplicado a uma carga tipo Y. .......................... 39
Figura 32: Método de três medidores de potência aplicado a uma carga tipo Δ. .......................... 40
Figura 33: Método de dois medidores de potência aplicado a uma carga tipo Y ou Δ. ................ 40
Figura 34: Configuração alternativa para usar o método dois wattímetro. ................................... 41
Figura 35: Como verificar se as leituras dos dois wattímetros devem ser somadas ou subtraídas.
....................................................................................................................................................... 41
Figura 36: Como verificar se as leituras dos dois wattímetros devem ser somadas ou subtraídas.
....................................................................................................................................................... 42
Figura 37: Sistemas de distribuição industrial............................................................................... 43
Figura 38: : Carga não equilibrada em sistemas tipo Y de fios. .................................................... 43
7

Símbolos e abreviaturas

𝐴 - é a área da seção reta

Փ - é o número de linhas de campo que atravessam a superfície 𝐴

𝜇𝑟 - permeabilidade relativa;

𝜇0 - A permeabilidade do vácuo;

ℜ - é a relutância desta seção;

R - A resistência de um material ao escoamento de cargas;

𝐼 - intensidade da corrente que atravessa o enrolamento;

𝑙 - é o comprimento do caminho magnético;

𝑁 - número de espiras em torno do núcleo;

fmm - força magnetomotriz

β - Densidade de fluxo magnético;

CC – corrente continua;

CA – corrente Alternada.
8

1. Introdução
Circuitos ou sistemas nas quais as fontes em corrente alternada operam na mesma frequência,
mas com fases diferentes são denominados polifásicos. O circuito trifásico é um caso particular
dos circuitos polifásicos que, por razões técnicas e econômicas tornou-se padrão em geração,
transmissão e distribuição.
Um sistema trifásico é produzido em um gerador. Os três enrolamentos são estáticos e têm o
mesmo número de espiras, enquanto o rotor do gerador se movimenta. O campo magnético
girante do rotor é produzido a partir de uma fonte CC independente, ou da retificação da própria
tensão obtida do gerador.
O estudo do circuito magnético é uma das etapas mais importantes na concepção de um
equipamento elétrico. Em conjunto com circuitos elétricos, forma uma ferramenta poderosa de
modelagem. É através desse estudo que, por exemplo, é possível fazer um telefone celular com
um peso reduzido ou instalar motores elétricos em espaços exíguos, como no caso de submarinos
e espaçonaves.

1.1. Objetivo geral


 Desenvolver conteúdo sobre circuitos magnéticos e circuitos polifásicos, suas característic
as e aplicação dos circuitos magnéticos e polifásicos.

1.2. Objetivos específicos


 Desenvolver competência no que concerne a circuitos magnéticos;
 Descrever sobre campo magnético, linhas de campo magnéticas, densidade de fluxo
magnético, permeabilidade magnética, Relutância;
 Desenvolver competência sobre Aplicação de circuitos magnéticos;
 Abordar sobre circuitos Polifásico suas características;
 Entender o princípio de funcionamento de um circuito trifásico e hexafasico;
 Descrever a aplicação de circuitos trifásicos.
9

CAPÍTULO I

2. CIRCUITOS MAGNÉTICOS
Segundo Boylestad (1997), o estudo do circuito magnético é uma das etapas mais
importantes na concepção de um equipamento elétrico. Em conjunto com circuitos elétricos,
forma uma ferramenta poderosa de modelagem. É através desse estudo que, por exemplo, é
possível fazer um telefone celular com um peso reduzido ou instalar motores elétricos em
espaços exíguos, como no caso de submarinos e espaçonaves.

2.1. Campos magnéticos


Ainda com Boylestad (1997), Na região do espaço em torno de um ímã permanente existe
um campo magnético, que pode ser representado por linhas de campo semelhantes às linhas de
campo associadas a um campo elétrico. As linhas de campo magnético não começam e terminam
em cargas, como as linhas elétricas, mas formam curvas fechadas.

Figura 1: Linhas de campo magnético para um ímã permanente.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: pag. 283)

Em uma barra magnetizada, as linhas de campo se dirigem do polo norte para o polo sul no
exterior da barra e do polo sul para o polo norte no interior da barra, as linhas de campo estão
igualmente espaçadas no interior da barra e estão distribuídas simetricamente no exterior da
barra. Essas são propriedades adicionais exibidas pelas linhas magnéticas de campo em materiais
homogêneos (isto é, materiais cuja composição é uniforme).
Se colocarmos um material não magnético (vidro ou cobre, por exemplo) nas proximidades de
um ímã permanente, a distribuição de linhas de campo sofrerá uma alteração quase
10

imperceptível. Caso, porém, um material magnético, como ferro doce, seja colocado nas
proximidades do ímã, as linhas de campo tenderão a passar pelo ferro, e não pelo ar.

Figura 2: Efeito de uma amostra de material ferromagnético sobre as linhas de campo de um ímã.

Fonte: (BOYLESTAD, 1997: Pag. 283)

2.2. Linhas do campo magnético


Boylestad (1997) diz que, As linhas do campo magnético são tangentes, ou seja, elas não
podem ser cortadas. Além disso, elas são curvas porque tem origem por mais do que uma massa.
Isso porque os ímãs são dipolos e os seus polos - norte e sul - não podem ser separados.

2.3. Densidade de fluxo magnético


Segundo Boylestad (1997), No sistema SI de unidades, o fluxo magnético é medido em
webers, em homenagem ao cientista alemão Wilhelm Eduard Weber e representado pelo símbolo
ɸ número de linhas de campo por unidade de área é chamado de densidade de fluxo magnético,
representado pela letra B e medido em teslas, em homenagem ao cientista croata Nikola Tesla.
Sua intensidade é determinada pela seguinte equação:

𝝓 𝑩 = Tesla (T)
𝑩 =
𝑨
ɸ = Webers (Wb)

𝑨 = metros quadrados (m2)


Onde Փ é o número de linhas de campo que atravessam a superfície 𝐴. No caso da figura de
linhas de campo para magnético para um imã permanente, a densidade de fluxo é duas vezes
maior em 𝑎 do que em 𝑏, pois em 𝑎 temos duas vezes mais linhas de campo atravessando a
mesma área. (BOYLESTAD, 1997)
11

Figura 3: Algumas aplicações de efeitos magnéticos

Fonte: (BOYLESTAD, 1997: Pag. 283)

2.4. Permeabilidade magnética


Ainda para Boylestad (1997), Se núcleos com as mesmas dimensões, mas feitos de
diferentes materiais forem introduzidos em um eletroímã, a força do ímã variará de acordo com o
material usado. Essa variação se deve ao fato de que um número maior ou menor de linhas de
campo atravessa o núcleo. Dizemos que os materiais através dos quais podemos estabelecer um
fluxo magnético intenso com relativa facilidade são magnéticos e possuem uma elevada
permeabilidade magnética. A permeabilidade do vácuo, 𝜇0 , é definida por:

𝑊𝑏
𝜇0 = 4𝜋 × 10−7
𝐴𝑚
A permeabilidade magnética de todos os materiais que não são magnéticos, como por exemplo o
cobre, o alumínio, a madeira, o vidro e o ar, é praticamente igual à do vácuo. Materiais com
permeabilidade menor do que 𝜇0 recebem o nome de diamagnéticos, enquanto aqueles com
permeabilidade ligeiramente maior do que 𝜇0 são chamados de paramagnéticos. Materiais
magnéticos como o ferro, o níquel, o cobalto, o aço e certas ligas e compostos têm uma
permeabilidade magnética centenas ou mesmo milhares de vezes maior que a do vácuo.

A razão entre a permeabilidade magnética de um material e a permeabilidade do vácuo é


chamada de permeabilidade relativa: (BOYLESTAD, 1997).
12

𝜇
𝜇𝑟 =
𝜇0

Para a maioria dos materiais magnéticos 𝜇𝑟 ≥ 100; para os outros materiais, podemos tomar 𝜇𝑟 =
1. Como 𝜇𝑟 depende de outras variáveis do circuito magnético, seus valores não podem ser
tabelados.

2.5. Relutância
A resistência de um material ao escoamento de cargas (corrente) é dada pela equação:

𝑙
R = 𝜌𝐴 (𝑜ℎ𝑚𝑠, Ω)

A relutância de um material à tentativa de estabelecer um fluxo magnético no seu interior é dada


pela expressão:

𝑙 Onde:
𝑅= (rels, ou A/Wb)
𝜇𝐴
𝑅 é a relutância;

𝑙 é o comprimento do caminho magnético;

𝐴 é a área da seção reta.


A resistência quanto à relutância são inversamente proporcionais à área da seção reta e, portanto
um aumento da área resulta em uma redução de R ou de 𝑅 e, portanto em um aumento da
corrente ou do fluxo magnético. No caso de um aumento na dimensão 𝑙, acontece o oposto. A re-
sistência é diretamente proporcional à resistividade. Em materiais de alta permeabilidade, como
os ferromagnéticos, apresentam relutâncias muito pequenas e valores elevados de fluxo
magnético. Não existe uma unidade oficial para a relutância no sistema SI; as mais usadas em
geral são o 𝑟𝑒𝑙 e o A/Wb. (BOYLESTAD, 1997)

2.6. O equivalente da definição de resistência para circuitos magnéticos


A expressão:

𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎
Efeito =
oposição
13

Boylestad (1997) afirma que, No caso dos circuitos magnéticos, o efeito desejado é o
fluxo magnético no material, Φ. A causa é a força magnetomotriz 𝔉 que representa a influência
externa necessária para estabelecer um fluxo magnético no interior do material. A propriedade
que se opõe à criação do fluxo magnético Φ é a relutância 𝑅.

Podemos, portanto escrever:

𝔉
Φ=
𝑅

A força magnetomotriz 𝔉 é proporcional ao produto do número de espiras em torno do


núcleo (no interior do qual desejamos estabelecer o fluxo magnético) pela intensidade da corrente
que atravessa o enrolamento. Assim, temos:

𝔉 = 𝑁𝐼 (ampères, 𝐴)

As equações de fluxo magnético e força magnetomotriz, mostram que um aumento no


número de espiras ou da intensidade da corrente no enrolamento provoca um aumento do fluxo
magnético no núcleo.

O fluxo magnético é estabelecido no núcleo graças a alterações na estrutura atômica do material,


que são causadas pelo campo magnético produzido pela corrente no enrolamento.

2.6.1. Força magnetizante


Segundo Boylestad (1997), A força magnetomotriz por unidade de comprimento é
chamada de força magnetizante (H). Assim,

𝔉
𝐻= (A/m)
𝑙
Substituindo 𝐹 pelo seu valor, dado pela equação da força magnetomotriz temos:

𝑁𝐼
𝐻= (𝐴/𝑚)
𝑙
14

Figura 4: Definição da força magnetizante de um circuito magnético.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 287).

Observe que a direção e o sentido do campo magnético responsável pelo fluxo Φ podem ser
determinados fechando-se os dedos da mão direita em torno do enrolamento, no sentido da
corrente. O campo magnético terá a direção e o sentido do polegar. É interessante notar que a
força magnetizante é independente do material de que é feito o núcleo ela é função apenas do
número de espiras, da intensidade da corrente e do comprimento do núcleo.

A permeabilidade de um material magnético depende fortemente da força magnetizante aplicada


ao material. A medida que 𝐻 aumenta, a permeabilidade passa por um máximo e depois cai para
valores muito pequenos. (BOYLESTAD, 1997)

Figura 5: Variação de μ com a força magnetizante.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 288).

A densidade de fluxo e a força magnetizante estão relacionadas através da seguinte equação:

𝐵 = 𝜇𝐻
15

Esta expressão nos mostra que, para um valor particular da força magnetizante, quanto maior a
permeabilidade, maior o valor da densidade de fluxo induzida no material.

2.7. Histerese
Segundo Boylestad (1997), Gráficos da densidade de fluxo 𝐵 em função da força
magnetizante 𝐻 aplicada a um material são muito usados pelos engenheiros. Curvas desse tipo
são encontradas em manuais e folhetos distribuídos pelos fabricantes de materiais magnéticos.
Podemos obter a curva 𝐵 − 𝐻 de um material ferromagnético como o aço utilizando um arranjo
experimental.

Figura 6: Circuito magnetizante em série utilizado para obter a curva de histerese.

Fonte: (BOYLESTAD, 1997: Pag. 288).

Inicialmente o núcleo não está magnetizado e a corrente no enrolamento é nula. Quando a


corrente no enrolamento aumenta de O para 𝐼, a força magnetizante aumenta de O para um valor
dado por:

𝑁𝐼 ↑
𝐻 ↑=
𝑙

O fluxo Φ e a densidade de fluxo 𝐵 = Φ/𝐴 também aumentam à medida que 𝐼 e 𝐻 aumentam. Se


o material não possui nenhum magnetismo residual e 𝐻 aumenta de zero para um certo valor 𝐻𝑎 ,
a curva de 𝐵 em função de 𝐻 descreve a trajetória de 𝑜 até 𝑎. (BOYLESTAD, 1997)
16

Figura 7: Curva de histerese.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 288).

Se continuarmos a aumentar a força magnetizante 𝐻 até o valor de saturação 𝐻𝑠 , a curva


descreve a trajetória de 𝑎 até 𝑏. Quando ocorre a saturação, a densidade de fluxo, para todos os
efeitos práticos, deixa de aumentar.

Se agora reduzimos à força magnetizante a zero, diminuindo gradualmente o valor da


corrente no enrolamento, a curva segue a trajetória de 𝑏 até 𝑐. No ponto 𝑐, existe uma densidade
de fluxo diferente de zero no material, embora a força magnetizante seja nula. Esta densidade de
fluxo, 𝐵𝑅 , é chamada de densidade de fluxo remanente. É ela que torna possível a existência de
ímãs permanentes. Se removermos o enrolamento no momento em que o núcleo se encontrar nas
condições representadas pelo ponto c, este exibirá permanentemente uma densidade de fluxo 𝐵𝑅 .
Se o sentido da corrente 𝐼 for invertido, causando o aparecimento de uma força magnetizante, o
campo 𝐵 diminuirá à medida que a intensidade de 𝐼 aumentar. A densidade de fluxo atingirá o
valor zero quando 𝐻 tiver o valor 𝐻𝑑 (trecho da curva entre 𝑐 e 𝑑). A força magnetizante 𝐻𝑑
necessária para anular a densidade de fluxo é denominada força coerciva. (BOYLESTAD, 1997)

Se aumentarmos o módulo de 𝐻 até atingir novamente a saturação e depois invertermos


seu sentido até atingir novamente o valor zero, a curva descreverá a trajetória definida. Se
aumentarmos o valor da força magnetizante no sentido positivo (+𝐻), a curva descreverá a
trajetória de 𝑓 até 𝑏. A curva completa, representada pela trajetória 𝑏𝑐𝑑𝑒𝑓𝑏, é denominada curva
de histerese do material magnético; o termo vem do grego hysterein, que significa “estar
atrasado”. Em uma curva de histerese, a densidade de fluxo 𝐵 está sempre atrasada em relação à
força magnetizante 𝐻. Quando 𝐻 era nula, em 𝑐, 𝐵 não era nula, mas estava apenas começando a
17

diminuir de valor. 𝐵 só atinge o valor zero muito depois de 𝐻 ter passado pelo mesmo valor e al-
cançado o valor 𝐻𝑑 .

Figure 8: Curva normal de magnetização.

Fonte: (BOYLESTAD, 1997: pag. 289).

Se repetirmos o experimento com o mesmo material mas a força magnetizante máxima aplicada,
𝐻𝑚𝑎𝑥 , for menor do que o valor de saturação 𝐻𝑠 , a curva terá a mesma forma, mas seus valores
extremos dependerão do valor de Hmax usado no experimento. A figura mostra os ciclos de
histerese obtidos para três valores diferentes de (𝐻1 , 𝐻2 e 𝐻3 ), todos menores do que o valor de
saturação 𝐻𝑠 . (BOYLESTAD, 1997)

É importante observar, a partir das várias curvas, que para um dado valor de 𝐻, por
exemplo, 𝐻𝑥 , o campo 𝐵 pode assumir diferentes valores, dependendo da história do núcleo.

É interessante notar que as curvas de histerese da figura da curva normal de magnetização


apresentam simetria pontual em relação à origem. Em outras palavras, se substituirmos 𝐻 e 𝐵 por
𝐵 na parte da curva à esquerda do eixo vertical, reproduziremos a parte da curva que aparece à
direita do mesmo eixo. Além disso, a aplicação da mesma sequência de valores de 𝐻 à mesma
amostra resultará sempre no mesmo gráfico. (BOYLESTAD, 1997)

Se a corrente 𝐼 oscilar entre valores extremos positivos e negativos a uma taxa constante,
como no caso dos circuitos de corrente alternada, o comportamento de 𝐵 em função de 𝐻 será o
mesmo em cada ciclo. A inversão do fluxo magnético no interior do material cada vez que a
corrente troca de sentido causa uma dissipação de energia que pode ser mais bem compreendida
com o auxílio da teoria dos domínios. (BOYLESTAD, 1997)
18

2.8. Lei de ampère para circuitos magnéticos


Por analogia com a lei de Kirchhoff para tensões, (∑ V = 0), podemos escrever:

∑𝐹 = 0 (para circuitos magnéticos)


Ou seja, em um circuito magnético fechado a soma algébrica das variações de força


magnetomotriz (fmm) é nula.

Circuitos elétricos Circuitos magnéticos


Causa V = 𝐼R 𝔉 = 𝑁𝐼
Efeito 𝐼 Φ
Oposição R 𝑅
Tabela 1: Semelhanças entre circuito elétrico e magnético.

A equação acima é denominada lei de Ampère para circuitos magnéticos. Quando aplicadas a
circuitos magnéticos, as fontes de fmm são expressas pela equação:

𝔉 = 𝑁𝐼

A relação que nos permite calcular as variações de fmm ao longo do circuito pode ser obtida
observando a Tabela; nos circuitos elétricos:

V = 𝐼R

E, portanto, por analogia, devemos ter a seguinte relação nos circuitos magnéticos:

𝐹 = Φ𝑅 Onde:

Φ é o fluxo magnético através de uma seção


reta do circuito;

𝑅 é a relutância desta seção.

Entretanto, é muito raro calcularmos a relutância quando analisamos circuitos magnéticos. Uma
equação mais prática para calcular a fmm é a seguinte: (BOYLESTAD, 1997)

𝐹 = 𝐻𝑙
19

Obtida a partir da equação da força magnetizante, onde 𝐻 é a força magnetizante em uma parte
do circuito magnético e 𝑙 o comprimento desta seção. Vamos considerar, como um exemplo, o
circuito magnético da Fig. 8, constituído por três materiais ferromagnéticos diferentes.
(BOYLESTAD, 1997)

Figura 9: Circuito magnético em série com três materiais diferentes.

Fonte: (BOYLESTAD, 1997: pag. 292).

Aplicando a lei de Ampère para circuitos magnéticos, temos:

∑𝐹 = 0

+𝑁𝐼
⏟ −𝐻⏟𝑎𝑏 𝐼𝑎𝑏 − 𝐻
⏟𝑏𝑐 𝐼𝑏𝑐 − 𝐻
⏟𝑐𝑎 𝐼𝑐𝑎 = 0
𝑆𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎

𝑁𝐼
⏟ =⏟
𝐻𝑎𝑏 𝐼𝑎𝑏 + 𝐻𝑏𝑐 𝐼𝑏𝑐 + 𝐻𝑐𝑎 𝐼𝑐𝑎
𝑓𝑚𝑚 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑚𝑚

Todos os termos que aparecem nessas equações são conhecidos, com exceção das forças
magnetizantes para as diferentes partes do circuito, que podem ser obtidas a partir do gráfico 𝐵-𝐻
se a densidade de fluxo 𝐵 for conhecida. (BOYLESTAD, 1997)

2.9. O fluxo
Para Boylestad (1997), Se aplicarmos as analogias da lei de Kirchhoff para correntes, chegará
à conclusão de que a soma dos fluxos que entram em uma junção é igual à soma dos fluxos que
saem desta mesma junção.
20

Figura 10: Distribuição do fluxo em um circuito magnético série-paralelo.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 292).

No caso do circuito da Fig. 9, por exemplo, devemos ter:

Na junção 𝑎: Φ𝑎 = Φ𝑏 + Φ𝑐 Na junção 𝑏: Φ𝑏 + Φ𝑐 = Φ𝑎

Ou

As duas relações acima são equivalentes.

2.10. Circuitos magnéticos em série: determinação do produto 𝑵𝑰


Ainda para Boylestad (1997), No caso dos circuitos magnéticos, obtemos o valor de 𝐵 a
partir do valor de 𝐻, ou vice-versa, usando a curva 𝐵-𝐻; raramente é necessário calcular o valor
de 𝜇. Nesta seção analisaremos somente circuitos magnéticos em série, nos quais o fluxo é o
mesmo ao longo de todo o circuito. Em todos os exemplos a grandeza a ser determinada será a
força magnetomotriz.

2.10.1. Entreferros

Figura 11: Entreferros: (a) com efeito de borda; (b) ideal.

Fonte: (BOYLESTAD, 1997: Pag. 295).


21

Consideremos o efeito de um entreferro, ou espaço vazio, nos circuitos magnéticos. A densidade


de fluxo no entreferro é dada por:

Φ𝑒 Φ𝑒 = Φ𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜
𝐵𝑒 =
𝐴𝑒
e
Onde, para todos os efeitos práticos,
A𝑒 = A𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜
Podemos tomar a permeabilidade do ar como sendo igual à do vácuo. A força magnetizante 𝑛 é,
portanto,

𝐵𝑒
𝐻𝑒 =
𝜇0

E a queda de fmm no entreferro é 𝐻𝑒 𝑙𝑒 . Podemos escrever a seguinte expressão para 𝐻𝑒 :

𝐵𝑒
𝐻𝑒 =
4𝜋 × 10−7

E, portanto,

𝐻𝑒 = (7.96 × 105 )𝐵𝑒 (𝐴/𝑚)

2.11. Circuitos magnéticos em série-paralelo


Segundo Boylestad (1997), A analogia que existe entre os circuitos elétricos e magnéticos
leva, como era de se esperar, ao conceito de circuitos magnéticos em série- paralelo, semelhantes,
sob muitos aspectos, aos circuitos elétricos discutidos. A analogia com circuitos elétricos será, na
verdade, útil para a análise desse tipo de circuito.

2.11.1. Determinação de 𝚽
Boylestad (1997) afirma que, Os exemplos desta seção são do segundo tipo: a força 𝑁𝐼 é
conhecida e desejamos calcular o fluxo Φ. Este problema é relativamente simples se a área da
seção reta for a mesma em todo o circuito e ele for feito de um único material. Nesse caso,

𝑁𝐼
𝐻= 𝐻 → 𝐵(𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝐵 − 𝐻)
𝑙

Φ = 𝐵𝐴
22

No caso de circuitos magnéticos feitos de vários materiais, não existe um método geral para
resolver todos os problemas. Na maioria dos casos o seguinte procedimento é o mais indicado:
fazemos uma estimativa do fluxo Φ e comparamos a fmm obtida a partir desta estimativa com a
especificada. Após esta comparação podemos ajustar nossa estimativa do fluxo de modo a tornar
o valor da fmm mais próximo do especificado. Um erro de ±5% é aceitável na maioria das
aplicações. (BOYLESTAD, 2012)

Podemos fazer uma estimativa inicial razoável do valor de Φ se nos lembrarmos de que a maior
queda de fmm ocorre no trecho feito com o material de menor permeabilidade, supondo que a
área da seção reta e o comprimento sejam os mesmos para todos os trechos do circuito. Se existir
um entreferro no circuito magnético, haverá uma queda considerável de fmm nesta região do
circuito. (BOYLESTAD, 2012)

Podemos supor, portanto, como ponto de partida, que a fmm total (𝑁𝐼) está aplicada ao trecho
com o menor valor de 𝑛 ou o maior valor de 𝑅 (supondo que as dimensões não variem muito ao
longo do circuito). Esta suposição nos dará um valor de que resultará em um valor de 𝑁𝐼 maior
do que o especificado. Depois de analisar os resultados da suposição inicial, diminuímos os
valores de Φ e 𝑁𝐼 introduzindo os efeitos (relutâncias) das outras partes do circuito e fazemos
uma nova tentativa com a estimativa assim obtida. Este método é frequentemente denominado,
por razões óbvias, o método das reduções e tentativas. (BOYLESTAD, 1997)

2.12. Aplicação de circuitos magnéticos.


O estudo do circuito magnético é uma das etapas mais importantes na concepção de um
equipamento elétrico. Em conjunto com circuitos elétricos, forma uma ferramenta poderosa de
modelagem. É através desse estudo que, por exemplo, é possível fazer um telefone celular com
um peso reduzido ou instalar motores elétricos em espaços exíguos, como no caso de submarinos
e espaçonaves.
Como uma das aplicações de circuitos magnéticos, com elas podemos construir discos rígidos
para armazenagem de informações nos computadores, Geradores eólicos, Geradores hidráulicas,
transformadores entre outras aplicações. (BOYLESTAD, 1997)
23

CAPÍTULO II

3. CIRCUITOS POLIFÁSICOS
3.1. O gerador trifásico
Segundo Boylestad (1997), O gerador trifásico utiliza três enrolamentos distribuídos
simetricamente ao longo do rotor. Como os três enrolamentos possuem o mesmo número de
espiras e giram com a mesma velocidade angular, as tensões induzidas nesses enrolamentos têm a
mesma amplitude e a mesma frequência. Essas tensões, que são geradas quando se faz girar o
eixo do gerador com o auxílio de algum equipamento externo, como um motor ou uma turbina,
estão representadas como 𝑒𝐴𝑁 , em e 𝑒𝐵𝑁 .

Figura 12: (a) Gerador trifásico; (b) tensões nos enrolamentos de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 659).

Observe que as três formas de onda são idênticas, a não ser por uma defasagem de 120°. Em
particular, observe que, em qualquer instante de tempo, a soma fasorial das três tensões de fase
de um gerador trifásico é nula. (BOYLESTAD, 1997)

É fácil verificar na Fig. 12 que esta afirmação é verdadeira para 𝜔𝑡 = 0. Também é fácil ver que
quando uma das tensões de fase é zero, o valor instantâneo das outras duas corresponde a 86,6%
do valor máximo positivo ou negativo. Além disso, quando duas das tensões de fase têm o
mesmo módulo (que corresponde a metade da amplitude) e o mesmo sinal, a terceira tensão tem a
polaridade oposta e ao valor máximo positivo ou negativo. (BOYLESTAD, 1997)
24

Figura 13: Tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 659).

As expressões matemáticas das tensões são as seguintes:

𝑒𝐴𝑁 = 𝐸𝑚(𝐴𝑁) sin 𝜔𝑡

𝑒𝐵𝑁 = 𝐸𝑚(𝐵𝑁) sin(𝜔𝑡 − 120𝑜 )

𝑒𝐶𝑁 = 𝐸𝑚(𝐶𝑁) sin(𝜔𝑡 − 240𝑜 ) = 𝐸𝑚(𝐶𝑁) sin(𝜔𝑡 + 120𝑜 )

Em termos dos valores eficazes, podemos escrever:

𝐸𝐴𝑁 = 0.707𝐸𝑚(𝐴𝑁) e

𝐸𝐵𝑁 = 0.707𝐸𝑚(𝐵𝑁) E𝐴𝑁 = 𝐸𝐴𝑁 ∠0𝑜

𝐸𝐶𝑁 = 0.707𝐸𝑚(𝐶𝑁) E𝐵𝑁 = 𝐸𝐵𝑁 ∠−120𝑜

E𝐶𝑁 = 𝐸𝐶𝑁 ∠ + 120𝑜


25

Figura 14: Diagrama fasorial para as tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 659).

Aplicando a regra segundo a qual a soma de três ou mais vetores é nula sempre que, ao
desenharmos os vetores de tal forma que a “cauda” do segundo comece onde a “ponta” do
primeiro termina, e assim por diante, a ponta do último vetor coincida com a cauda do primeiro,
chegamos à conclusão de que a soma fasorial das tensões de fase em um sistema trifásico é nula,
ou seja,

∑ E𝐴𝑁 + E𝐵𝑁 + E𝐶𝑁 = 0

Figura 15: Demonstração de que a soma fasorial das tensões de fase de gerador trifásico é nula.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).


26

3.1.1. O gerador tipo y


Segundo Boylestad (1997), Quando os três terminais 𝑁 são ligados entre si, o gerador é
chamado de gerador trifásico tipo Y1. O ponto comum aos três terminais é chamado de neutro.
Quando não existe nenhum condutor ligando o neutro à carga, o sistema é chamado de gerador
trifásico tipo Y de três fios; quando existe um fio ligando o neutro à carga, o sistema é chamado
de gerador trifásico tipo Y de quatro fios.

Figura 16: Gerador tipo Y.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

Os três condutores usados para ligar os terminais A, B e C à carga do circuito são chamados de
linhas. Nos geradores tipo Y a corrente de linha é igual à corrente de fase2, isto é,

𝐼𝐿 = 𝐼𝜙g

Onde o índice 𝜙 é usado para indicar que se trata de uma fase, e o índice g, para indicar que se
trata de um gerador.

A tensão entre uma linha e outra é chamada de tensão de linha. Em um diagrama fasorial, é o
fasor que liga as extremidades dos fasores associadas a duas fases, no sentido anti-horário.
(BOYLESTAD, 1997)

1
Gerador tipo Y é um Gerador trifásico no qual as ligações entre as três fases lembram a forma
da letra Y.
2
Corrente de fase é a corrente em um dos ramos de um circuito polifásico
27

Figura 17: Tensões de fase e de linha de um gerador trifásico tipo Y.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

Aplicando a lei de Kirchhoff para tensões à malha indicada na figura acima, obtemos:

E𝐴𝐵 − E𝐴𝑁 + E𝐵𝑁 = 0 E𝐴𝐵 = E𝐴𝑁 − E𝐵𝑁 = E𝐴𝑁 + E𝑁𝐵

Ou

A figura abaixo mostra o mesmo diagrama fasorial desenhado de outra forma. Como o fasor 𝐸𝑀𝐵
faz ângulos iguais com 𝐸𝐶𝑀 e 𝐸𝐴𝑁 , por estar sobre uma reta que coincide com a altura de um
triângulo isósceles cujos lados iguais são 𝐸𝑀𝐵 e 𝐸𝐴𝑁 , 𝛽 = 30°.

Figura 18: Determinação de uma das tensões de linha de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

A distância x é dada por:


28

x = 𝐸𝐴𝑁 sin 30𝑜 =


√3
𝐸 E𝐴𝐵 = 𝐸𝐴𝐵 ∠30𝑜 = √3𝐸𝐴𝑁 ∠30𝑜
2 𝐴𝑁

e portanto E𝐶𝐴 = √3𝐸𝐶𝐴 ∠150𝑜

√3 E𝐵𝐶 = √3𝐸𝐵𝐶 ∠270𝑜


𝐸𝐴𝐵 = 2𝑥 = (2) 𝐸 = √3𝐸𝐴𝑁
2 𝐴𝑁

O ângulo de fase do fasor 𝐸𝐴𝐵 é 30o e


portanto:

Assim, em um gerador tipo Y, o módulo da tensão de linha é igual a √3 vezes a tensão de fase:

𝐸𝐿 = √3𝐸𝜙

Além disso, o ângulo de fase entre qualquer tensão de linha e a tensão de fase mais próxima é
30°. Em notação senoidal,

𝑒𝐴𝐵 = √2𝐸𝐴𝐵 sin(𝜔𝑡 + 30𝑜 )

𝑒𝐶𝐴 = √2𝐸𝐶𝐴 sin(𝜔𝑡 + 150𝑜 )

𝑒𝐵𝐶 = √2𝐸𝐵𝐶 sin(𝜔𝑡 + 270𝑜 )

Desenhando de outra forma os fasores que representam as tensões de linha, é fácil demonstrar
que eles formam um circuito fechado, o que mostra que a soma das três tensões de linha é nula,
ou seja:

∑ E𝐴𝐵 + E𝐶𝐵 + E𝐵𝐶 = 0


29

Figura 19: (a) Diagrama fasorial das tensões de fases e de linha de um gerador trifásico; (b) demonstração
de que a soma fasorial das tensões de linha de um sistema trifásico é nula.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

3.1.2. Sequência de fases nos geradores tipo y


Para Boylestad (1997), A sequência de fases pode ser determinada pela ordem na qual os
fasores que representam as tensões de fase passam por um ponto fixo do diagrama fasorial
quando se faz girar todo o diagrama no sentido anti-horário. A sequência de fases é muito
importante na hora de ligar os sistemas de distribuição trifásicos a uma carga. No caso de um
motor trifásico, por exemplo, se as ligações de duas tensões de fases forem invertidas, a
sequência de fases ficará diferente e o motor passará a girar no sentido oposto. (BOYLESTAD,
1997).

Figura 20: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).


30

A sequência de fases também pode ser descrita em termos das tensões de linha. Representando as
tensões de linha em um diagrama de fasores, podemos determinar a sequência de fases fazendo
girar novamente os fasores no sentido anti- horário.

Neste caso, entretanto, a sequência pode ser determinada observando a ordem em que passa o
primeiro ou o segundo índice. No sistema da Fig. 20, por exemplo, a sequência de fases com base
no primeiro índice que passa pelo ponto P é ABC, e a sequência de fases com base no segundo
índice é BCA. Entretanto, como BCA é equivalente a ABC, a sequência de fases é a mesma nos
dois casos. (BOYLESTAD, 1997)

Figura 21: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

Quando conhecemos a sequência de fases, podemos traçar o diagrama de fasores simplesmente


escolhendo uma tensão como referência, representando-a no eixo de referência e traçando as
outras tensões nas posições angulares apropriadas. Para uma sequência ACB, por exemplo,
podemos escolher 𝐸𝐴𝐵 como referência Fig. 12 (a) se quisermos um diagrama de fasores das
tensões de linha, ou Ena, se estivermos interessados nas tensões de fase Fig. 12 (b).

Para a sequência indicada, os diagramas de fasores seriam:


31

Figura 22: Determinação da seqiiência de fases a partir das tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

Na notação de fasores,

E𝐴𝐵 = 𝐸𝐴𝐵 ∠0𝑜 E𝐴𝑁 = 𝐸𝐴𝑁 ∠0𝑜


Tensões de linha { E𝐶𝐴 = 𝐸𝐶𝐴 ∠−120𝑜 Tensões de fase { E𝐶𝑁 = 𝐸𝐶𝑁 ∠−120𝑜
E𝐵𝐶 = 𝐸𝐵𝐶 ∠+120𝑜 E𝐵𝑁 = 𝐸𝐵𝑁 ∠+120𝑜
(referência) (referência)

3.1.2.1. Os geradores tipo y ligados a cargas tipo y


Segundo Boylestad (1997), As cargas alimentadas por fontes trifásicas podem ser de dois tipos:
Y e Á. Quando uma carga tipo Y é ligada a um gerador tipo Y, o sistema é chamado de Y-Y.

Figura 23: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).


32

Quando a carga é equilibrada, o fio que liga o neutro do gerador ao neutro da carga pode ser
removido sem que o circuito seja afetado. Isso acontece porque se:

Z1 = Z2 = Z3

A corrente 𝐼𝑁 é nula. Observe que para que a carga seja equilibrada é preciso que o ângulo de
fase seja igual para as três impedâncias.

O sistema Y-Y de quatro fios, as três correntes de fase do gerador são iguais às três correntes de
linha, que por sua vez são iguais às três correntes de fase da carga:

I𝜙g = I𝐿 = I𝜙𝐿

Como o neutro do gerador e o neutro da carga estão ligados por um fio, as três tensões de fase do
gerador também são iguais às três tensões de fase da carga, mesmo que esta não seja equilibrada:

V𝜙 = 𝐸𝜙

Além disso, como I𝜙𝐿 = V𝜙 ⁄𝑍𝜙 , os módulos das correntes de fase são iguais se a carga for
equilibrada e diferente se a carga for desequilibrada. No caso de um gerador do tipo Y o módulo
da tensão de linha é igual a √3 vezes a tensão de fase. A mesma relação pode ser aplicada à
carga, equilibrada ou não, de um sistema Y-Y de quatro fios. (BOYLESTAD, 1997)

𝐸𝐿 = √3𝑉𝜙

No caso de uma queda de tensão em um elemento da carga, o primeiro índice se refere ao


terminal através do qual a corrente entra no elemento, e o segundo, ao terminal através do qual a
corrente deixa o elemento. O primeiro índice é, por definição, positivo em relação ao segundo no
momento de definir a polaridade da queda de tensão. (BOYLESTAD, 1997)

3.2. O sistema y - 𝛅
Não existe um quarto fio no sistema Y - Δ, qualquer mudança na impedância de uma das
fases que desequilibre o sistema faz com que as correntes de linha sejam diferentes.

No caso de uma carga equilibrada,

Z1 = Z2 = Z3
33

Figura 24: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1997: Pag. 660).

As tensões de fase da carga são iguais às tensões de linha do gerador, mesmo que a carga não seja
equilibrada:

V𝜙 = E𝐿

A relação entre as correntes de linha e as correntes de fase em uma carga tipo Δ equilibrada pode
ser obtida usando uma abordagem semelhante à de gerador tipo Y, para determinar a relação
entre as tensões de linha e as tensões de fase. Neste caso, utiliza-se a lei de Kirchhoff para
correntes em vez da lei de Kirchhoff para tensões. O resultado é o seguinte:

𝐼𝐿 = √3𝐼𝜙

Além disso, o ângulo de fase entre a corrente de linha e a corrente de fase mais próxima é 30°.
No caso de uma carga equilibrada, os módulos das correntes de linha são todos iguais, e os
módulos das correntes de fase também são todos iguais. (BOYLESTAD, 1997)

3.3. O gerador tipo 𝚫


Segundo Boylestad (1997), Quando os enrolamentos do gerador da Fig. (a) são ligados como na
Fig. (b), o sistema é chamado de gerador trifásico tipo Δ.
34

Figura 25: Determinação da sequência de fases a partir das tensões de fase de um gerador trifásico.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

Neste sistema, as tensões de fase e de linha são equivalentes e têm o mesmo valor que as tensões
induzidas nos enrolamentos do gerador:

E𝐴𝐵 = E𝐴𝑁 e 𝑒𝐴𝑁 = √2𝐸𝐴𝑁 sin 𝜔𝑡

E𝐵𝐶 = E𝐵𝑁 e 𝑒𝐵𝑁 = √2𝐸𝐵𝑁 sin(𝜔𝑡 − 120𝑜 ) sequências de fases ABC

E𝐶𝐴 = E𝐶𝑁 e 𝑒𝐶𝑁 = √2𝐸𝐶𝑁 sin(𝜔𝑡 + 120𝑜 )

Ou

E𝐿 = E𝜙g

Ao contrário do que acontecia no sistema tipo Y, no caso dos sistemas tipo Δ, apenas um valor de
tensão pode ser utilizado.

Ao contrário do que acontece com a corrente de linha dos geradores tipo Y, a corrente de linha
dos geradores tipo Δ não é igual à corrente de fase. A relação entre as duas correntes pode ser
determinada aplicando a lei de Kirchhoff para correntes a um dos nós do circuito e calculando a
corrente de linha em termos das correntes de fase; assim, para o nó A,

I𝐵𝐴 = I𝐴𝑎 + I𝐴𝐶

Ou

I𝐴𝑎 = I𝐵𝐴 − I𝐴𝐶 = I𝐵𝐴 + I𝐴𝐶


35

Figura 26: Determinação de uma corrente de linha a partir das correntes de fases de um gerador trifásico
tipo A.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

Usando o mesmo método empregado para determinar a tensão de linha do gerador tipo Y,
obtemos:

𝐼𝐴𝑎 = √3𝐼𝐵𝐴 ∠ − 30𝑜 Ou seja:

𝐼𝐵𝑏 = √3𝐼𝐶𝐵 ∠ − 150𝑜 𝐼𝐿 = √3𝐼𝜙g

𝐼𝐶𝑐 = √3𝐼𝐴𝐶 ∠90𝑜


Além disso, o ângulo de fase entre a corrente de linha e a corrente de fase mais próxima é 30°. O
diagrama fasorial das correntes.

Figura 27: Diagrama fasorial das correntes de um gerador trifásico tipo A.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).


36

É possível demonstrar também que a soma fasorial das correntes de linha e a soma fasorial das
correntes de fase de um gerador tipo Δ ligado a uma carga equilibrada é nula, maneira utilizada
para as voltagens de um gerador conectado em Y.

3.3.1. Sequência de fases nos geradores tipo 𝚫


Segundo Boylestad (1997), Embora as tensões de linha e de fase dos geradores tipo Δ sejam
iguais, é mais comum descrever a sequência de fases em termos das tensões de linha. O método
utilizado é o mesmo descrito para as tensões de linha dos geradores tipo Y.

E𝐴𝐵 = 𝐸𝐴𝐵 ∠0𝑜

E𝐵𝐶 = 𝐸𝐵𝐶 ∠ − 120𝑜

E𝐶𝐴 = 𝐸𝐶𝐴 ∠120𝑜

Figura 28: Determinação da sequência de fases de um gerador trifásico tipo A.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).


37

3.4. Potência em circuitos trifásicos

3.4.1. Carga Equilibrada Tipo Y

Figura 29: Carga equilibrada tipo Y.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

3.4.1.1. Potência Média


A potência média fornecida a cada fase pode ser determinada através da Equação:

𝑉 𝑉 2𝑅
𝑃𝜙 = 𝑉𝜙 𝐼𝜙 cos 𝜃𝐼𝜙𝜙 = 𝐼𝜙2 𝑅𝜙 = (W)
𝑅𝜙
𝑉
Onde 𝜃𝐼𝜙𝜙 indica que 𝜃 é o ângulo dc fase entre 𝑉𝜙 , e 𝐼𝜙 , A potência total fornecida à carga

equilibrada é:

𝑃𝑇 = 3𝑃𝜙

𝐸𝐿
Ou como: 𝑉𝜙 = e 𝐼𝜙 = 𝐼𝐿
√3

𝐸𝐿 𝑉
Então 𝑃𝑇 = 3 𝐼 cos 𝜃𝐼𝜙𝜙
√3 𝐿

3 3 √3 3√3
Mas ( ) (1) = ( ) ( ) = = √3
√3 √3 √3 3

𝑉
Portanto 𝑃𝑇 = √3𝐸𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃𝐼𝜙𝜙 = 3𝐼𝐿2 𝑅𝜙 (W)
38

3.4.1.2. Potência Reativa


A potência reativa associada a cada fase (em A potência reativa total da carga é
volt-ampères reativos) é: 𝑄𝑇 = 3𝑄𝜙
𝑉
𝑄𝜙 = 𝑉𝜙 𝐼𝜙 sin 𝜃𝐼𝜙𝜙 = 𝐼𝜙2 𝑋𝜙 Ou
𝑉 2𝑋 𝑉
= (VAR) 𝑄𝑇 = √3𝐸𝐿 𝐼𝐿 sin 𝜃𝐼𝜙𝜙 =
𝑋𝜙
3𝐼𝐿2 𝑋𝜙 (VAR)

3.4.1.3. Potência Aparente


A potência aparente associada a cada fase é 𝑆𝑇 = 3𝑆𝜙

𝑆𝜙 = 𝑉𝜙 𝐼𝜙 (VA)
Ou

A potência aparente total associada à carga é


𝑆𝑇 = √3𝐸𝐿 𝐼𝐿

3.4.1.4. Fator de Potência


O fator de potência do sistema é dado por

𝑃𝑇
𝐹𝑃 = = cos 𝜃 (adiantado ou atrasado)
𝑆𝑇

3.4.2. Carga Equilibrada Tipo 𝚫

Figura 30: Carga equilibrada tipo Δ.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).


39

3.4.2.1. Potência Média 3.4.2.2. Potência Reativa


𝑉 𝑉2𝑅 𝑉
𝑄𝜙 = 𝑉𝜙 𝐼𝜙 sin 𝜃𝐼𝜙𝜙 = 𝐼𝜙2 𝑋𝜙
𝑃𝜙 = 𝑉𝜙 𝐼𝜙 cos 𝜃𝐼𝜙𝜙 = 𝐼𝜙2 𝑅𝜙 = (W)
𝑅𝜙
𝑉 2𝑋
= (VAR)
𝑃𝑇 = 3𝑃𝜙 𝑋𝜙

𝑄𝑇 = 3𝑄𝜙
3.4.2.3. Potência Aparente 3.4.2.4. Fator de Potência
𝑆𝜙 = 𝑉𝜙 𝐼𝜙 (VA) 𝑃𝑇
𝐹𝑃 =
𝑆𝑇
𝑆𝑇 = 3𝑆𝜙 = √3𝐸𝐿 𝐼𝐿
3.5. Método dos três wattímetros
Segundo Boylestad (1997), A potência fornecida a uma carga tipo Y, equilibrada ou não,
através de um sistema de quatro fios pode ser medida com o auxílio de três wattímetros. Cada
wattímetro mede a potência fornecida a uma das fases da carga.

Figura 31: Método de três medidores de potência aplicado a uma carga tipo Y.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

As bobinas de potencial dos wattímetros são ligadas em paralelo com a carga, e as bobinas de
corrente são ligadas em série com a carga. Para determinar a potência média do sistema, basta
somar as leituras dos três wattímetros:

𝑃𝑇𝑌 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3
40

No caso de uma carga tipo Δ, equilibrada ou não, os três wattímetros devem ser ligados da
seguinte forma.

Figura 32: Método de três medidores de potência aplicado a uma carga tipo Δ.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

A potência total é a soma das leituras dos três wattímetros:

𝑃𝑇Δ = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3

3.6. Método dos dois wattímetros


Para Boylestad (1997), A potência fornecida a um circuito trifásico de três fios tipo Y ou
tipo Δ, equilibrado ou não, um dos terminais da bobina de potencial de um dos wattímetros é
ligado a um dos terminais da bobina de potencial do outro wattímetro e a uma das linhas. As
bobinas de corrente são ligadas em série com as outras duas linhas.

Figura 33: Método de dois medidores de potência aplicado a uma carga tipo Y ou Δ.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).


41

Figura 34: Configuração alternativa para usar o método dois wattímetro.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

A potência total fornecida à carga é a soma algébrica das leituras dos dois wattímetros. Os
métodos para determinar se a potência total é a soma ou a diferença entre as leituras dos
wattímetros, supondo que se trate de uma carga equilibrada. O primeiro método exige o
conhecimento do fator de potência da carga (não importa se adiantado ou atrasado).
(BOYLESTAD, 1997)

Figura 35: Como verificar se as leituras dos dois wattímetros devem ser somadas ou subtraídas.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 660).

3.7. Cargas não equilibradas em sistemas tipo Y de quatro fios.


Ainda para Boylestad (1997), Em uma carga não equilibrada de um sistema tipo Y de
quatro fios, as condições são tais que as três impedâncias de carga, Z1, Z2 e Z3, são diferentes.
Como o neutro da fonte está ligado por um fio ao neutro da carga, sejam quais forem as
impedâncias da fonte e da carga, as três tensões de fase da carga são iguais às tensões de fase
correspondentes do gerador.
42

𝑽𝝓 = 𝑬 𝝓

Figura 36: Como verificar se as leituras dos dois wattímetros devem ser somadas ou subtraídas.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 672).

Assim, as correntes de fase podem ser determinadas com o auxilio da definição de resistência
generalizada:

𝑉𝜙1 𝐸𝜙1
𝐼𝜙1 = =
𝑍1 𝑍1

Para determinar a corrente no fio neutro, basta aplicar a lei de Kirchhoff para correntes ao ponto
neutro.

𝐼𝑁 = 𝐼𝜙1 + 𝐼𝜙2 + 𝐼𝜙3 = 𝐼𝐿1 + 𝐼𝐿2 + 𝐼𝐿3

Como a maioria das indústrias utiliza equipamentos trifásicos e monofásicos, as redes de


distribuição de energia elétrica normalmente oferecem os dois tipos de tensão, com a tensão
monofásica sendo obtida a partir de uma das fases do sistema trifásico. Além disso, como as
cargas das três fases estão sempre mudando, costuma-se usar um sistema de quatro fios (com
neutro) para manter constante a tensão no final da linha. (BOYLESTAD, 1997)

3.8. Cargas não equilibradas em sistemas tipo Y de três fios.


No caso de um sistema com da figura abaixo, podemos determinar a relação entre as
tensões de linha e as tensões de fase aplicando a lei de Kirchhoff às três malhas do circuito

𝐸𝐴𝐵 − 𝑉𝑎𝑛 + 𝑉𝑏𝑛 = 0


43

𝐸𝐵𝐶 − 𝑉𝑏𝑛 + 𝑉𝑐𝑛 = 0

𝐸𝐶𝐴 − 𝑉𝑐𝑛 + 𝑉𝑎𝑛 = 0

Aplicando a definição de resistência generalizada, temos:

𝑉𝑎𝑛 = 𝐼𝑎𝑛 𝑍1 𝑉𝑏𝑛 = 𝐼𝑏𝑛 𝑍2 𝑉𝑐𝑛 = 𝐼𝑐𝑛 𝑍3

Figura 37: Sistemas de distribuição industrial.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 673).

Figure 38: Carga não equilibrada em sistemas tipo Y de fios.

Fonte: (BOYLESTAD, 1998: Pag. 673).

𝐸𝐴𝐵 = 𝐼𝑎𝑛 𝑍1 − 𝐼𝑏𝑛 𝑍2

𝐸𝐵𝐶 = 𝐼𝑏𝑛 𝑍2 − 𝐼𝑐𝑛 𝑍3


44

𝐸𝐶𝐴 = 𝐼𝑐𝑛 𝑍3 − 𝐼𝑎𝑛 𝑍4

Aplicando a lei de Kirchhoff para correntes ao nó n, temos:

𝐼𝑎𝑛 + 𝐼𝑏𝑛 + 𝐼𝑐𝑛 = 0 𝐸𝐴𝐵 𝑍2


| |
𝐸𝐵𝐶 −(𝑍2 + 𝑍3 )
𝐼𝑎𝑛 =
𝐼𝑏𝑛 = −𝐼𝑎𝑛 − 𝐼𝑐𝑛 𝑍 + 𝑍2 𝑍2
| 1 |
−𝑍2 −(𝑍2 + 𝑍3 )
𝐸𝐴𝐵 = 𝐼𝑎𝑛 𝑍1 − [−(𝐼𝑎𝑛 + 𝐼𝑐𝑛 )]𝑍2
−(𝑍2 + 𝑍3 )𝐸𝐴𝐵 − 𝐸𝐵𝐶 𝑍2
=
𝐸𝐵𝐶 = −(−𝐼𝑎𝑛 + 𝐼𝑐𝑛 )𝑍1 − 𝐼𝑐𝑛 𝑍3 −𝑍1 𝑍2 −𝑍1 𝑍3 −𝑍2 𝑍3 − 𝑍22 + 𝑍22

𝐸𝐴𝐵 = 𝐼𝑎𝑛 (𝑍1 + 𝑍2 ) + 𝐼𝑏𝑛 𝑍2 −𝑍2 (𝐸𝐴𝐵 + 𝐸𝐵𝐶 ) − 𝑍3 𝐸𝐴𝐵


𝐼𝑎𝑛 =
−𝑍1 𝑍2 −𝑍1 𝑍3 −𝑍2 𝑍3
𝐸𝐵𝐶 = 𝐼𝑏𝑛 (−𝑍2 ) + 𝐼𝑐𝑛 [−(𝑍2 + 𝑍3 )]
Aplicando a lei de Kirchhoff para tensões às tensões de linha.

𝐸𝐴𝐵 + 𝐸𝐵𝐶 + 𝐸𝐶𝐴 = 0 𝐸𝐴𝐵 + 𝐸𝐵𝐶 = −𝐸𝐶𝐴

Ou

Substituindo 𝐸𝐴𝐵 + 𝐸𝐵𝐶 por −𝐸𝐶𝐴 na equação de 𝐼𝑎𝑛 temos:

−𝑍2 (−𝐸𝐶𝐴 ) − 𝑍3 𝐸𝐴𝐵


𝐼𝑎𝑛 =
−𝑍1 𝑍2 −𝑍1 𝑍3 −𝑍2 𝑍3

Logo

𝑍2 (−𝐸𝐶𝐴 ) + 𝑍3 𝐸𝐴𝐵
𝐼𝑎𝑛 =
𝑍1 𝑍2 +𝑍1 𝑍3 +𝑍2 𝑍3

3.9. Aplicação de circuitos trifásicos


O sistema trifásico apresenta inúmeras características que favorecem sua utilização. Tais
características englobam os setores de economia, segurança, facilidade e os termos técnicos
envolvidos. Diante de toda a análise realizada, pode-se tomar conhecimento da importância que
esse sistema apresenta e de sua parcela de contribuição para que a energia elétrica se torne
acessível ao consumidor em níveis adequados para o perfeito consumo.
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3.10. Circuitos Hexafásicos.


O sistema hexafásico é um sistema formado por seis grandezas sinusoidais com o mesmo valor
𝜋
eficaz e esfasadas entre se de 𝑟𝑎𝑑. 𝑓 = 50 𝐻𝑧 , 𝑇 = 20 𝑚𝑠 , intervalo entre os zeros de duas
6

fases consecutivas. Obedecendo a formula geral:

𝟐𝝅
𝒈𝒌 = √𝟐𝑮𝒄𝒐𝒔[𝝎𝒕 + 𝝋 − (𝒌 − 𝟏) ]
𝟔

Este sistema admite uma ligação das cargas em estrela ou em hexágono. Com uma ligação em
estrela, a qual pode ter o neutro acessível, podem-se aplicar diversos tipos de tensão:

Tensão simples (entre fase e neutro) -𝑈1 × 𝑈2 × 𝑈3 × 𝑈4 × 𝑈5 × 𝑈6

Tensão composta diametral - 𝑈14 × 𝑈25 × 𝑈36 × 𝑈41 × 𝑈52 × 𝑈63

Tensão composta - 𝑈13 × 𝑈24 × 𝑈35 × 𝑈46 × 𝑈51 × 𝑈62

Tensão composta poligonal - 𝑈12 × 𝑈23 × 𝑈34 × 𝑈45 × 𝑈56 × 𝑈61

Os sistemas alternados hexafásicos que podem ser obtidos diretamente a partir de maquinas
síncronas hexafásicas, ou através de uma transformação do numero de fases com um
transformador trifásico- hexafásico, tem utilização na alimentação de retificadores. Nos últimos
anos tem sido apresentados alguns trabalhos de investigação envolvendo a utilização de maquinas
síncronas e de motores de indução hexafásico.
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4. Conclusão
Os sistemas polifásicos de distribuição, mais precisamente os trifásicos, que são os mais
utilizados, possuem importância relevante quando se refere ao atendimento de empresas de
grande e pequeno porte, de concessionárias de energia elétrica ou até em residências onde haja
uma alta demanda ou sobrecarga ocasionada por elevado número de equipamentos. Diante disso
é consolidada a importância dos sistemas polifásicos em sistemas de distribuição de energia
elétrica.
O sistema trifásico apresenta inúmeras características que favorecem sua utilização. Tais
características englobam os setores de economia, segurança, facilidade e os termos técnicos
envolvidos. Diante de toda a análise realizada, pode-se tomar conhecimento da importância que
esse sistema apresenta e de sua parcela de contribuição para que a energia elétrica se torne
acessível ao consumidor em níveis adequados para o perfeito consumo.
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5. Referencias Bibliográficas
[1] BOYLESTAD, Robert L. Introdução a Analise de circuitos. Oitava Edição, Editora Brasil,
rio de janeiro 1997.

[1] BOYLESTAD, Robert L. Introdução a Analise de circuitos. Decima segunda Edição, Editora
Brasil, rio de janeiro 2012.
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6. Anexos

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