Вы находитесь на странице: 1из 43

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS

AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR

DOCUMENTO INTEGRANTE DO PRCEDIMENTO ADMINISTRATIVO N°


201500394366, RESPONDENDO AO OFÍCIO Nº 715/2015/1PJ/SEC DA 1ª
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE JUSSARA.

GOIÂNIA, MARÇO DE 2016


PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADAS

TRILHA - TECNOLOGIAS AMBIENTAIS LTDA


Telefax: (62) 3092-6383 / E-mail: contato@trilhaaambiental.com.br
Rua C-72, Qd. 157, Lt. 02, Casa 01, Setor Sudoeste
Goiânia – GO

Responsável técnico:
Ademar Brito da Mota
CRBio: 80044/04 – D

GOIÂNIA, MARÇO DE 2016


SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO............................................................................................................. 4
2 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6
3 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA ...................................................................... 7
4 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL.......................................................................................... 8
5 INFORMAÇÕES CADASTRAIS ..................................................................................... 9
5.1 Identificação do Contratante ....................................................................................... 9
5.2 Identificação da Área fonte do estudo ........................................................................ 9
5.3 Empresa Consultora Responsável .............................................................................. 9
6 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ................................................................................... 10
6.1 Diagnóstico Ambiental do Meio Físico .................................................................... 13
6.1.1 Clima ........................................................................................................................ 13
6.1.2 Hidrografia................................................................................................................ 14
6.1.3 Geologia ................................................................................................................... 16
6.1.4 Geomorfologia .......................................................................................................... 17
6.1.5 Solos ......................................................................................................................... 19
6.2 Diagnóstico Ambiental do Meio Biótico .................................................................. 20
6.2.1 Flora .......................................................................................................................... 21
6.2.1.1 Unidade de conservação, áreas de preservação permanente e Presença de áreas
prioritárias para a conservação ........................................................................................... 23
6.2.2 Fauna ........................................................................................................................ 24
7 RECUPERAÇÃO DA ÁREA .......................................................................................... 26
7.1 Introdução ................................................................................................................. 26
7.2 Considerações Metodológicas .................................................................................. 27
7.3 Plantio ....................................................................................................................... 28
7.3.2 Combate a formigas e cupins ................................................................................... 34
7.3.3 Adubação .................................................................................................................. 34
7.3.4 Coroamento .............................................................................................................. 34
7.3.5 Roçagem ................................................................................................................... 34
7.3.6 Manutenção .............................................................................................................. 35
7.3.7 Replantio................................................................................................................... 35
7.4 Cronograma das atividades de implantação e manutenção ...................................... 35
7.5 Cronograma Financeiro ............................................................................................ 36
9 RESPONSÁVEIS TÉCNICOS ........................................................................................ 41
10 ANEXOS ............................................................................................................................. 42
4

1 APRESENTAÇÃO
O presente estudo ambiental foi elaborado com o objetivo de propor um conjunto
de ações a serem desenvolvidas, a partir do diagnóstico atual de uma área de 90ha dentro do
lote nº 12 da Fazenda Córrego Indaiá.
Atendo-se às exigências da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jussara, o Sr.
Agenor Francisco de Oliveira Junior proprietário da área contratou a equipe técnica da
TRILHA TECNOLOGIAS AMBIENTAIS para proceder quanto ao desenvolvimento do
Projeto de Recuperação de Áreas Degradas.
O projeto apresenta um diagnóstico ambiental da área, criando a base necessária
para sua execução, com o intuito de mitigar parte dos danos ambientais existentes na
propriedade.
O proprietário da Fazenda, foco deste projeto foi autuado no dia 23 de Julho de
2015 pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Cidades e Assuntos
Metropolitanos – SECIMA, antiga Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos -
SEMARH, pelo desmatamento ilegal de uma área 90 ha de cerrado. Mediante este auto de
infração, a 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jussara acionou o Proprietário da fazenda
mediante o Ofício nº 715/2015/1PJ/SEC, solicitando o Plano de Recuperação de Áreas
Degradas – PRAD para a recuperação do dano ambiental causado.
De acordo com levantamento prévio sobre os custos da execução do PRAD, assim
como exposto na planilha orçamentaria abaixo, chegamos a um valor aproximado de R$
936.200,00, valor este que inviabiliza totalmente sua implantação.

Discriminação Unidade Preço Unitário (R$) Quantidade Preço Total (R$)


Elaboração do PRAD Unitário 2.200,00 01 2.200,00
Aquisição de Mudas Unitário 5,50 144.000 792.000,00
Aquisição de Adubo Unitário 15,00 (por Kg) 1.500 kg 22.500,00
Aquisição de Pesticidas Unitário 25,00 (por Kg) 700 kg 17.500,00
Mão de obra para implantação Unitário 30.000,00 01 30.000,00
Mão de Obra para Manutenção Unitário 4.000,00 18 mês 72.000,00
TOTAL 936.200,00

Para chegar nestes valores, consideramos a área total a ser recomposta com
900.000m² e um espaçamento de 6,25m² por muda a ser plantada, desta forma o proprietário
teria de plantar 144.000 mudas para recompor florísticamente toda a área autuada. O valor da
aquisição das mudas, mais a mão de obra de excussão e manutenção do plantio equacionam
um valor muito superior ao da propriedade.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


5

Também levando em consideração que o Proprietário da Fazenda é de origem


humilde, não possui muitos bens e que tira seu sustento da fazenda, mediante atividade
agropastoril. Ao consideramos a recomposição de todos os 90 ha, ele não teria como utilizar
as terras para seu sustento, inviabilizando economicamente a propriedade.
Neste contexto, avaliando que o dano ambiental já foi concretizado e que é
inviável economicamente recompor florísticamente todos os 90 ha desmatados propomos a
recomposição florística de todas as Áreas de Preservação Permanente – APP da fazenda.
Assim, de acordo com o inciso II do Artigo 3º do Código Florestal Brasileiro,
instituído mediante a Lei nº 12.651, de 25 de Maio de 2012:
“Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o
solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;”
Ainda, de acordo com o Código Florestal Brasileiro, agora observando a Capítulo
II, Seção I, temos:
“I - as faixas marginais de qualquer curso d'água natural, desde a
borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d'água de menos de 10 (dez)
metros de largura;”
“IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água, qualquer
que seja a sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta)
metros;”
Neste contexto, consideramos a recomposição das Áreas de Preservação
Permanente dos Córregos existentes dentro da fazenda, com uma faixa de 30 metros, para as
nascentes um raio de 50m e nos encostas com inclinação superior a 45º
Resumidamente a disposição das Áreas de Preservação Permanente alvo deste
estudo terão 30 (trinta), 50 (cinquenta) metros de largura e para encostas com inclinação
superior a 45º, assim como exposto no Código Florestal Brasileiro.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


6

2 INTRODUÇÃO
O presente Plano de Recuperação de Áreas Degradas - PRAD, refere-se a todas as
APP’s descampadas existentes na Gleba 12 da Fazenda Córrego Indaiá, situada na Zona Rural
de Jussara, Estado de Goiás. Este projeto será executado posteriormente, após sua aprovação
pelo do Ministério Público Municipal.
O objeto em estudo torna-se instrumento importante na mitigação de impactos
negativos sobre a área, uma vez que propõe os critérios a serem adotados na execução das
ações de recomposição das Áreas de Preservação Permanentes existentes na propriedade.
A caracterização do projeto, a descrição das atividades de recuperação e o
diagnóstico ambiental presente neste estudo, seguem as orientações do termo de referência da
Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Cidades e Assuntos Metropolitanos –
SECIMA, por meio das normas e diretrizes para a Recuperação de Áreas Degradadas,
descrevendo:
 Descrição geral da área;
 Descrição da tipologia vegetal pré-existente;
 Técnicas de manejo para recuperação dos atributos naturais da área de
preservação permanente;
 Cronograma de execução das medidas propostas.

Diante do exposto, o presente PRAD tem por objetivo, definir uma metodologia
adequada para a recomposição florística das APP’s existentes dentro da Fazenda.
Considerou-se para essa recomposição uma APP dos Córregos de 30 metros e das nascentes
de 50m, tendo em vista a legislação ambiental.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


7

3 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA
A estrutura metodológica correspondente foi traçada com o intuito de contemplar
todos os aspectos necessários para o desenvolvimento do PRAD. O fluxograma a seguir
expressa os critérios metodológicos utilizados.

DESCRIÇÃO DO ÁREA

 LOCALIZAÇÃO
 FUNDAMENTAÇÃO
METODOLOGICA
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA ÁREA  INFORMAÇÕES CADASTRAIS
 STATUS ATUAL
 GEOLOGIA
 GEOMORFOLOGIA

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA  HIDROGRAFIA


 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS


ASPECTOS AMBIENTAIS IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
DOS ASPECTOS AMBIENTAIS

GERENCIAMENTO DOS ASPECTOS


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
AMBIENTAIS

MEDIDAS MITIGADORAS PARA OS


POSSÍVEIS IMPACTOS AMBIENTAIS

SÍNTESE CONCLUSIVA

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


8

4 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
As bases legais referentes à recuperação abrangem os níveis Municipal, Estadual e
Federal por meio de Leis, Decretos e Resoluções que estabelecem critérios e exigências para a
devida implementação do projeto. O fluxograma a seguir exprime a base legal associada ao
PRAD.

LEGISLAÇÃO

FEDERAL
ESTADUAL

Constituição Federal
Constituição Estadual

LEI N° 4.771/65
Institui o Código
LEI N° 12.596/95
Florestal
Politica Florestal do
Estado de Goiás LEI Nº 6.938/81
Política Nacional do
Meio Ambiente
LEI N° 14.245/02
Defesa Florestal do
Estado de Goiás

LEI N° 9.985/00
LEI N° 14.247/02 Sistema Nacional de
Sistema Estadual de Unidades de Conservação
Unidades de (SNUC)
Conservação
RESOLUÇÃO CONAMA
303/02
LEI N° 14.386/03 Parâmetros, definições e
Áreas de Proteção limites da APP.
Ambiental

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


9

5 INFORMAÇÕES CADASTRAIS

5.1 Identificação do Contratante


RAZÃO SOCIAL AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR

CPF 334.799.501-59

ENDEREÇO Rua JC-14, Quadra 02, Lote 09, nº 0-, Bairro Jardim Canaã, Jussara -
GO

5.2 Identificação da Área fonte do estudo


Lote nº 12, Fazenda Córrego Indaiá, Zona Rural, município de Jussara-
ENDEREÇO
GO

ÁREA TOTAL DE APP’s 27,16 ha

COORDENADAS UTM 501141.01 E / 8232677.80 S

5.3 Empresa Consultora Responsável


RAZÃO SOCIAL Trilha Tecnologias Ambientais Ltda

CNPJ 12.083.884/0001-74

RESP. TÉCNICO Biólogo Ademar Brito da Mota CRBio 80044/04 – D

ENDEREÇO Rua C-72, Qd. 157, Lt. 02, Casa 01, Setor Sudoeste, Goiânia – GO

TELE-FAX (62) 3092 – 6383

E–MAIL contato@trilhaambiental.com.br

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


10

6 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
Segundo dados levantados no IBGE o município de Jussara foi criado no ano de
1953 devido à boa fertilidade do solo e as características climáticas da região que
proporcionaram o surgimento de pequenas e grandes agropecuárias, intensificando o aumento
populacional do então distrito, que posteriormente se tornaria cidade.

Figura 1-Mapa dos limites do Estado de Goiás, com a localização do município de Jussara.
Fonte: Mapas do Estado de Goiás.

Jussara está localizada na Mesorregião do Noroeste Goiano que está inserida na


Microrregião do Rio Vermelho, das quais fazem parte os munícipios de Britânia, Fazenda
Nova, Itapirapuã, Montes Claros, Novo Brasil e Santa Fé.
Jussara tem uma relevante atuação cultural na região que situa. A cidade tem um
enorme potencial, pois o município conta com duas Universidades, o que proporciona uma
grande miscigenação cultural e também elevando o grau de escolaridade da população. Já

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


11

existem alguns eventos tradicionais como: a comemoração do aniversário da cidade; com


desfile cívico, gincanas, festival de musica, semana cultural e café comunitário. Com a
promoção da UEG, a literatura em cena e a semana cultural, as festas religiosas como: Festa
do Divino Espírito Santo, Folias do Divino e dos Reis e as festas juninas, também fazem parte
do calendário municipal.

Figura 2-Limites municipais de Jussara.

A estrutura fundiária de Jussara, a exemplo do que ocorre na maioria dos


municípios da região e do País, caracteriza-se por uma forte concentração da terras.
O Produto Interno Bruto do município, assim como demonstrado no Quadro 1,
possui sua maior arrecadação no setor de serviços, o que em sua grande maioria está
diretamente relacionado à insumos agropecuários, o que nos faz concluir que a maior parte da
arrecadação do município está diretamente relacionada às atividades agropecuárias.

Quadro 1 – Produto Interno Bruto – PIB de Jussara-GO.


Variável Jussara Goiás Brasil

Agropecuária 91.221 5.977.907 105.163.000

Indústria 21.472 11.623.682 539.315.998

Serviços 141.738 27.151.019 1.197.774.001


Fonte: IBGE, 2010.
A área alvo deste estudo é uma propriedade rural utilizada exclusivamente para
atividades de agropecuárias, com a engorda de gado e algumas lavouras utilizadas apenas
alimentar os animais.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


12

Coordenadas UTM – SAD 69, FUSO 22


Localização do empreendimento OESTE (E) SUL (S)
501141.01 E 8232677.80 S

Figura 3 – Imagem aérea da área da propriedade em vermelho, com a delimitação da área desmatada
em amarelo e as APP’s em azul e verde.
Fonte: Google Earth, 2016.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


13

6.1 Diagnóstico Ambiental do Meio Físico


6.1.1 Clima
O clima da região de Jussara, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo Aw,
tropical úmido, caracterizado por duas estações bem definidas: um inverno seco e um verão
com chuvas torrenciais.
De acordo com dados levantados a região onde está inserido o município de
Jussara está sob o domínio de um anticlone tropical, no qual a direção centrífuga dos ventos
assegura certa estabilidade climática. No entanto é comum ocorrerem linhas de instabilidade
tropicais que geram ao longo do ano alterações no regime pluviométrico e nas variações
térmicas.
O período de temperaturas mais elevadas é nos meses de setembro, outubro,
novembro e dezembro quando as temperaturas oscilam entre 29ºC e 31ºC, muitas vezes
chegando a mais de 35º C. Nos meses de junho e julho ocorrem as temperaturas mais baixas,
com as médias das mínimas oscilando entre 13º C e 18º C.
Os períodos úmidos, compreendidos entre fins de setembro e meados de abril, é o
de maiores índices pluviométricos ocorrendo nos meses de dezembro a março, uma
precipitação média acima de 250 mm, o período seco vai de abril a setembro época em que a
precipitação média dos meses menos chuvosos (junho a agosto) fica abaixo de 10 mm. (ver
fig. 4)
A umidade relativa do ar apresenta uma variação sazonal significativa, chegando a
valores extremamente baixos no período seco, contribuindo para uma grande amplitude
térmica diária com diferenças de temperaturas que podem chegar a 10º C durante o dia e a
noite. No período das chuvas os índices de umidade se elevam chegando a índices superiores
a 60%.

Figura 3-Esquema do mecanismo de circulação celular na América do Sul nos meses de janeiro e julho.
Fonte: Adaptado de Barros, 2003

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


14

6.1.2 Hidrografia
A área alvo deste estudo é banhada por pequenos córregos que desaguam no
Ribeirão Indaiá, que da nome à propriedade. .

Figura 4 - Hidrografia da Região de Jussara (694).


Fonte: Mapa Hidrográfico do Estado de Goiás, SIEG, 2013.

O comportamento hidrográfico da região está relacionado às características


climáticas que compreendem:

(...) o domínio do Clima Tropical com duas estações bem marcadas


(AW), com variações para clima Tropical de altitude (CWa). (...) esse
fenômeno tem registrado grande irregularidade temporal e de

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


15

frequência. Resume-se a um período seco sem chuvas, com dias


ensolarados. Costuma ocorrer o veranico no mês de janeiro. (...) A
distribuição das chuvas ao longo do ano caracteriza-se por
apresentar concentração num período de 5 meses, nas estações de
primavera e verão, (...) ficando o restante do ano sob regime de
estiagem e na dependência das oscilações temporais da circilação
atmosférica, no outono e no inverno (LUÍZ, 1997, p. 21 e 37).

O município de Jussara, assim como a propriedade em questão estão inseridos na


Região Hidrográfica do Ribeirão Água Limpa, contribuinte direto do Rio Vermelho que por
sua fez determina a Microbacia hidrográfica do Rio Vermelho. Esta microbacia hidrográfica
está inserida na Bacia Hidrográfica Tocantins Araguaia, assim como demonstrado no Quadro
02.

Quadro 2 - Otto Bacias Hidrográficas onde a Fazenda está inserida.


LEGENDA 69428 - Bacia Hidrografica Rib. Mutum
Código nível 5 69428
Nome da bacia - nível 5 Bacia Hidrografica Rib. Mutum
Código nível 4 6942
Nome da bacia - nível 4 Bacia Hidrografica Rib. da Agua Limpa
Código nível 3 694
Nome da bacia - nível 3 Bacia Hidrografica Rio Vermelho
Código nível 2 69
Nome da bacia - nível 2 Regiao Hidrografica Rio Araguaia a montante da Foz Rio das Mortes
Código nível 1 6
Nome da bacia - nível 1 Regiao Hidrografica do Rio Tocantins-Araguaia
Fonte: SIEG, 2013.
Assim como descrito no Livro de Hidrologia do Estado de Goiás, a bacia
hidrográfica do rio Araguaia ocupa uma área total de 377.000 km² com escoamento no
sentido nordeste/norte. Os principais afluentes do rio Araguaia no Estado de Goiás são de sul
para norte: os rios do Peixe, Caiapó, Claro, Vermelho e Crixás-Açú. As principais litologias
que constituem esta bacia na porção sul são as rochas paleozóicas e mesozóicas da bacia
sedimentar do Paraná. Na borda leste, no limite com a bacia hidrográfica do rio Tocantins, as
litologias dominantes pertencem ao Complexo Granítico-Gnáissico que se estende até o norte
do Estado, onde faz contato com xistos e quartzitos do Grupo Xambioá. Nas zonas mais
baixas, em direção à Planície do Bananal, afloram areias, siltes e cascalhos da Formação
Araguaia.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


16

As principais unidades geomorfológicas drenadas por esta bacia são: SRAIVC1 e


SRAIVC2-LA as quais apresentam dissecação predominantemente média, seguida de muito
fraca e fraca. Na área sul da bacia, apresentando dissecação média, desenvolvem-se as ZER-
SRAIIIA, SRAIVC1, SRAIII-MC, SRAIIC e com dissecação fraca SRAIIIC. Na borda leste,
no limite com a bacia do rio Tocantins ocorrem unidades de Morros e Colinas com dissecação
muito forte e forte e, forte controle estrutural.

6.1.3 Geologia
A região geológica da qual a área em estudo faz parte é a denominada Faixa
Araguaia , que é representada na região por depósitos e terraços aluvionares.
Os terraços e depósitos aluvionares são formados em ambientes com relevos
variados. Podem ocorrer entre relevos íngremes com gradiente baixo da linha de drenagem,
resultando na redução da força da corrente diminuindo, consequentemente, a habilidade do
curso d'água em carrear os sedimentos maiores (Hardgrove et al., 2009). Nos ambientes áridos
a ocorrência de eventos pluviométricos em períodos curtos e geralmente intensos, pode
potencializar as características de erosão. Assim, os sedimentos erodidos são depositados em
locais com topografia favorável a cada evento chuvoso, que é um fenômeno comumente
chamado gerações múltiplas de superfícies aluvionais (Frankel & Dolan, 2007).

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


17

Figura 4 - Geologia da região, com a demarcação do tipo geológico onde a Fazenda está inserida.
Fonte: Mapa Geológico do Estado de Goiás, SIEG, 2013.

6.1.4 Geomorfologia

De acordo com levantamento bibliográficos, a área do empreendimento está


localizada na região Geomofológica denominada SRAIVC2-LA (Superfície Regional de
Aplainamento IV com associações.

Como descrito no Livro Geomorfologia do Estado de Goiás, está superfície ocupa


uma área de 54.015 km² área drenada pela Bacia Hidrográfica do rio Araguaia. Localiza-se
nas cotas mais baixas quando comparada a SRAIVA e B situando-se entre 250 – 450 m.
Apresenta relevo suave e subdividido em dois compartimentos – SRACIV1 e IVC2. O
SRAIVC1 possui uma morfologia mais acidentada e encontra-se numa posição mais proximal
em relação às superfícies que erode (SRAII, Morros e Colinas, SRAIII). O SRAIVC2 é mais
distal e apresenta-se menos dissecado, ocorrendo associado com lagos da Planície Fluvial do
rio Araguaia.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


18

Em algumas regiões verifica-se que as rochas do embasamento cristalino estão


cobertas por sedimentos detrito-lateríticos, com menos de um metro de espessura. Estes são,
na realidade, uma aluvião em trânsito erodido da superfície que sofreu forte laterização, na
forma de uma duricrosta ferruginosa cujo desmantelamento gerou, sobre esta subunidade, um
mosaico de lagos arredondados (Sistema Lacustre). Dependendo da composição das rochas do
embasamento é possível achar na superfície rochas não alteradas e outras muito
intemperizadas quimicamente.

Figura 5Geomorfologia da área onde a Fazenda está inserida.


Fonte: Mapa Geomorfológico do Estado de Goiás.

Ainda segundo o Livro de Geomorfologia, a SRAIVC mergulha suavemente em


direção à planície do Bananal onde aflora a Formação Araguaia, formada por sedimentos
areno-conglomeráticos e silto-argilosos do Terciário Superior - Quaternário. A articulação

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


19

entre os dois compartimentos é muito sutil em alguns locais, o que gera dificuldades na
identificação precisa dos seus limites.

6.1.5 Solos
O ato de classificar um solo em determinado sistema taxonômico requer
primeiramente identificar para o mesmo quais atributos diagnósticos estipulados em cada
sistema são aplicados a eles. Definidos os atributos de cada solo, procura-se fazer o seu
enquadramento pelo sistema de chaves, que define as classes até o 4º nível categórico. No
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS, os passos para a classificação do solo
pelo sistema de chaves iniciam-se na página 110 da 3ª edição de 2013. Para este estudo
utilizou-se somente até o 2º Nível, tendo em vista o objetivo especifico deste projeto.

Figura 6 – Pedologia da área onde a Fazenda está inserida.


Fonte: EMBRAPA, 2013.

Assim, de acordo com os levantamento bibliográficos realizados, os solos


predominantes na área da Fazenda, são os Latossolos e Argissolos.
Os latossolos apresentam tendência a formar crostas superficiais, possivelmente,
devido à floculação das argilas que passam a comportar-se funcionalmente como silte e areia
fina. A fração silte desempenha papel importante no encrostamento, o que pode ser evitado,
mantendo-se o terreno com cobertura vegetal a maior parte do tempo, em especial, em áreas

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


20

com pastagens. Essas pastagens, quando manejadas de maneira inadequada, como: uso de
fogo, pisoteio excessivo de animais, deixam o solo exposto e sujeito ao ressecamento.
Os latossolos são muito intemperizados, com pequena reserva de nutrientes para
as plantas, representados normalmente por sua baixa a média capacidade de troca de cátions.
Mais de 95% dos latossolos são distróficos e ácidos, com pH entre 4,0 e 5,5 e teores de
fósforo disponível extremamente baixos, quase sempre inferiores a 1 mg/dm³. Em geral, são
solos com grandes problemas de fertilidade.
Os Argissolos são solos minerais com nítida diferenciação entre as camadas ou
horizontes, reconhecida em campo especialmente pelo aumento, por vezes abrupto, nos teores
de argila em profundidade. Podem ser arenosos, de textura média ou argilosos no horizonte
mais superficial. E apresentam cor mais forte (amarelada, brunada ou avermelhada), maior
coesão e maior plasticidade e pegajosidade em profundidade, devido ao maior teor de argila.
A fertilidade dos Argissolos é variável, dependente principalmente de seu material de origem.
Sua retenção de água é maior nos horizontes abaixo da superfície (subsuperficiais), que
podem se constituir em um reservatório de água para as plantas.
Entre os Argissolos destacamos os de textura arenosa/média e os de textura
média/argilosa e argilosa.

6.2 Diagnóstico Ambiental do Meio Biótico


O bioma Cerrado ocupa uma área de aproximadamente 2.000.000 Km², 22% da
superfície do Brasil, sendo o segundo maior em extensão, após a Amazônia (Oliveira-Filho &
Ratter, 2002). A área desmatada para o cerrado até o ano de 2002 era de 54,9% da sua área
original (cerca de 1,58 milhões de hectares). Considerando a degradação deste bioma e o
consequente o desaparecimento de espécies, a sua biodiversidade é ainda bastante expressiva
e conspícua. Dados reunidos de vários autores sugerem que, dependendo do grupo
taxonômico considerado, a porcentagem de espécies brasileiras que ocorrem no cerrado pode
representar algo entre 20 e 50%, além de possuir um significativo número de endemismos
para vários grupos de animais e plantas (Machado et al., 2004).
Guimarães (1999) afirma que por um lado o Cerrado tem uma inestimável riqueza
cultural e biológica, por outro, está sofrendo os impactos da transformação econômica que
vem ocorrendo, desconsiderando os efeitos prejudiciais para o meio ambiente global e para a
sociedade atual e futura. O Cerrado oferece um serviço de escala mundial, pouco lembrado no
cenário da política ambiental, que é sua contribuição para o seqüestro ou estoque de Carbono.
A vegetação nativa do Cerrado, graças ao sistema de raízes profundas, permite que o carbono

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


21

seja estocado no solo, em vez de subir à atmosfera, o que contribuiria para o aumento do
efeito estufa. Por isso, conservar o Cerrado é prestar um serviço para todo o planeta e para as
gerações futuras.
O Bioma Cerrado que representava cerca de 23% do território brasileiro,
compreende tipos vegetacionais e espécies de fauna e flora endêmicas e caracteriza-se por
apresentar três grandes tipos de fitofisionomias: Formações Florestais (predominância de
espécies arbóreas, com formação de um dossel contínuo ou descontínuo), Formações
Savânicas (árvores e arbustos espalhados sobre o estrato graminoso, sem a formação de dossel
contínuo) e Formações Campestres (áreas com predomínio de espécies herbáceas e algumas
arbustivas, faltando árvores na paisagem), que apresentam vários subtipos (Ribeiro & Walter,
1998).
Para Ribeiro & Walter (1998) as fitofisionomias do bioma Cerrado que tem
predominância de espécies arbóreas, formação de dossel contínuo ou descontínuo e
subdividido em mata ciliar e mata galeria (associadas aos cursos de água), mata seca e o
cerradão (ocorrem nos interflúvios, em terrenos bem drenados).

6.2.1 Flora
A tipologia vegetal pré-existentes nas áreas cogitadas à recuperação, ou seja, a
cobertura natura é o Cerrado Aberto Alto - CAA e Cerradão, associados à Mata de Galeria. O
Cerrado Aberto Alto ou Cerrado Denso ocorre principalmente em solos com características
variadas de coloração (desde amarelo claro, avermelhada, ao vermelho-escuro), textura (de
arenosos a argilosa, ou muito argilosa e bem drenados) e graus variados de permeabilidade
(penetração da água), tais como: Latossolo Vermelho Amarelo, Argissolos, Cambissolos,
Neossolos Quartzarênicos, Plintossolos Pétricos, Gleissolos e Neossolos Litólicos. É um
subtipo de vegetação predominantemente arbóreo, com cobertura de 50% a 70% e altura
média de cinco a oito metros. Representa a forma mais densa e alta de Cerrado sentido
restrito. As camadas de vegetação de arbustos e ervas são menos adensados, provavelmente
devido ao sombreamento resultante da maior cobertura das árvores

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


22

Figura 8 - Características do Bioma Cerrado.

O Cerradão é uma formação florestal com aspectos xeromórficos (resistência à


seca), tendo sido conhecido pelo nome "Floresta Xeromorfa", tipificado como sendo "uma
mata mais rala e fraca", (RIZZINI, 1963; CAMPOS, 1943, apud RIBEIRO & WALTER,
1998). Caracteriza-se pela presença de espécies que ocorrem no Cerrado sentido restrito e
também por espécies de mata. Do ponto de vista fisionômico o Cerradão é uma floresta, mas
floristicamente é mais similar a um Cerrado. O Cerradão apresenta dossel (copa)
predominantemente contínuo e sua cobertura arbórea que pode oscilar entre 50 a 90%. A
altura média do estrato arbóreo varia de 8 a 15 metros, proporcionando condições de
luminosidade que favorecem a formação de estratos arbustivos e herbáceos diferenciados.

Figura 7 - Foto da área alvo do Auto de Infração, onde é possível observar pastagem e ao fundo uma
serra com que a tipologia vegetal é o Cerradão.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


23

6.2.1.1 Unidade de conservação, áreas de preservação permanente e Presença de


áreas prioritárias para a conservação
Com base em informações levantadas junto aos órgãos ambientais do Estado
(SECIMA) e da União (IBAMA) e ainda nos trabalhos de campo, foi identificada duas
Unidade de Conservação, não muito proximidades da área.
A partir de informações com base no Sistema Estadual de Estatística e Informação
Geográfica de Goiás (SIEG-GO) e em consultas junto à SECIMA (Secretaria Estadual de
Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades e Assuntos Metropolitanos) e ao IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), verificou-se que
as Unidades de Conservação mais próximas à Fazenda são: o Parque Estadual da Serra
Dourada, com uma distância de aproximadamente 60Km (Sessenta Quilômetros) em linha
reta e a Área de Proteção Ambiental Serra de Galés e da Portaria, distando em linha reta
aproximadamente 100Km (Cem Quilômetros).
Ao avaliar o mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação no Estado de Goiás,
elaborado através de um consórcio entre a AGETOP e AGMA, (2005), foi constatado que o
APA Serra de Galés e da Portaria e o PE da Serra Dourada são áreas de interesse para a
conservação da biodiversidade. Porém, a área não está diretamente conectada aos Parques,
não causando nenhum tipo de interferência ambiental neles.

Figura 8 - Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em Goiás.


Fonte: Artigo Conservação da Biodiversidade e Sustentabilidade ambiental em Goiás.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


24

6.2.2 Fauna

A área em estudo e as áreas vizinhas possuem considerável porção de cobertura


vegetal, oferecendo o suporte adequado para abrigo e alimentação para fauna local. Parte da
fauna pode ser detectada com as característica do bioma em que está inserido.

Dentro das listagens de espécies de fauna que comumente ocorrem na região, foi
possível detectar a presença de alguns indivíduos.

 Avifauna: Coruja-buraqueira (Athene cunicularia); João-de-barro (Furnarius rufus);


quero-quero (Vanellus chilnses); pássaro-preto (Gnorimopsar chopi); tiziu (Volatina
jacarina); Periquito-verde (Brotegeris tirica); Rolinha (Columbina talpacoti); Garça-
branca (Casmerodius albus); Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura); e o Curicaca
(Theristicus caudatus).
 Mastofauna: Mediante vestígios (fezes e rastros) foi identificada a Capivara
(Hydrochoerus hydrochaeris) e o provavelmente o Preá (Cavia spp.). Contudo de acordo
com relato dos proprietários é comum encontrar Morcegos (da Ordem Chiroptera),
Queixada (Tayassu pecari) ou Cutia (Tayassu tajacu), Paca (Agouti paca), Gambá
(Didelphis spp.) e Tatus (da Família Dasypodidae).
 Com relação aos invertebrados são os comumente encontrados na região;

Quadro 1 - Táxon de Invertebrados que podem ser encontrados nas remediações da Fazenda..
Divisão Taxonômica (ORDEM) Nome popular
Diptera Moscas e pernilongos
Coleoptera Besouros e Joaninhas
Heteroptera Barbeiros e percevejos
Homoptera Cigarras
Hymenoptera Formigas, abelhas e marimbondos
Isoptera Cupins
Ortoptera Grilos e Gafanhotos
Molluscidae Caramujos e caracóis
Lepdoptera Borboletas e mariposas
Aracnidae Aranhas

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


25

Figura 9-Fezes de Capivara identificadas na Fazenda. Figura 10 – Pegada de Quati identificado na Fazenda.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


26

7 RECUPERAÇÃO DA ÁREA
7.1 Introdução
As tipologias vegetais pré-existentes nas áreas cogitadas à recuperação, ou seja, a
cobertura nativa envolvida tanto de forma direta e indireta, antes de sua ocupação pelo
processo de antropização, caracterizava-se basicamente pela fisiotipologia de Cerrado Aberto
Alto e Cerradão que estão diretamente associado às Matas de Galeria.
A vegetação natural, em alguns locais fora da propriedade encontra-se
parcialmente conservada. Junto a estas, observam-se processos de regeneração natural, em
diversos estágios de recomposição, constituindo vegetação secundária, capoeira e espécies
exóticas.

Figura 11 – Pastagem introduzida na Fazenda, onde também pode-se identificar uma espécie típica da região, o
Babaçu.

A área de influência direta apresenta vegetação estabelecida às margens de corpos


hídricos (córregos, lagoas, nascentes, etc), com importante função na proteção do solo e da
água, além de ser beneficiada pelo acúmulo de nutrientes trazidos pela drenagem. Essas áreas
em seu estado natural, levadas por esta fertilidade, são facilmente notadas pela ocorrência de
espécies perenifólias, deixando um aspecto sempre verde, mesmo na época em que as
espécies do cerrado estão sem folhas.

Em vias de regras as matas de galeria constituem-se de matas perenifólias ou


semi-caducifólias, com grande adensamento populacional, de alto porte, além de possuírem
um substrato estruturado de espécies umbrófitas e indivíduos menores da regeneração natural.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


27

De modo a tornar viável a implementação da Recuperação das áreas afetadas pelo


desmatamento, consideramos pertinente considerar para a recuperação de três locais distintos,
estando estes demonstrados na Figura 12 como APP I, APP II e APP III.

Figura 11 – Áreas consideradas para Recuperação (APPI, córregos e nascentes; APPII encosta; e APPIII
enconsta).

7.2 Considerações Metodológicas


A proposta de desenvolver a recuperação das áreas de APP da propriedade tem
por objetivo proporcionar condições para a reabilitação de parte das funções naturais do
ambiente deturbado, a partir da recuperação dos atributos do solo dentro da fazenda e
posteriormente do replantio da vegetação no entorno da APP, de modo a não interferir nas
atividades agropastoris lá exercidas;
Para este plano, sugere-se a aplicação da chamada “ecologia da restauração”, a
qual concebe a recuperação ambiental como a reaproximação, o quanto possível, das
condições originais de flora, fauna, solo, clima e recursos hídricos. A cessação permanente
dos distúrbios é o ponto inicial na recuperação de áreas e ecossistemas degradados ou
perturbados. Devem-se eliminar as causas localizadas na área em recuperação, sejam elas:
cultivo, erosão, fogo, plantas indesejáveis, disposição de resíduos entre outras, e em terrenos
adjacentes. Nestas áreas de APP, há algumas das evidências mencionadas; as quais são
regulamentadas de acordo com Lei 4.771/65, Resolução Conama n° 303 e 302/02 e Lei
12.296/95.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


28

Os trabalhos de recomposição florística buscam reabilitar ambiental e


paisagisticamente as áreas alteradas. Para atingir a este objetivo é preciso que se promova
uma reintegração daquela parcela afetada com o seu entorno, a vegetação é a última fase da
recuperação, entretanto é sem dúvida aquela que mais se destaca, pois de sua efetivação irá
depender a integração visual e final da área anteriormente afetada. Por esta razão a definição
das espécies a serem utilizadas deve ser cuidadosa e direcionada ao objetivo descrito, porém
sempre buscando a sua efetivação, ou seja, que o conjunto das espécies se desenvolva
harmonicamente com o ambiente de inserção.
Mediante transecto linear durante a visita técnica realizada no dia 24 de Fevereiro
de 2016 a área a ser recomposta, pode-se notar o grau de degradação da vegetação, assim
como levantar a possibilidade da existência de indivíduos vegetais de maior ocorrência. Sendo
assim, observou-se que existem indivíduos vegetais bem desenvolvidos, como a Pequi,
Escorrega-macaco e Embaúba.
Neste contexto, para recuperação da área, recomenda-se inicialmente a proteção
do local com cercas e a limpeza periódica da área (sem remoção das raízes de gramíneas),
além do controle de pragas. O plantio será posterior a esse controle, tendo em vista as
características físicas da área e a não aceitação da recomposição por regeneração natural

7.3 Plantio
As espécies selecionadas para a recomposição estão listadas no quadro 3 e são
classificadas como Pioneira, Secundária ou Climáxicas. Por tratar-se de espécies que
existiram na região, fica estabelecido a prioridade nas mesmas para recuperar a área objeto,
bem como o disposto na Lei Federal 4.771 de 15 de setembro de 1965, que institui a Política
Florestal e dá outras providências.

O primeiro grupo se caracteriza pela rápida colonização e crescimento vegetal,


contribuindo inclusive na fixação biológica de nitrogênio, formação de serrapilheira,
agregação de matéria orgânica ao solo, formação de sombra para as espécies não-pioneiras,
dentre outros, e o segundo, com crescimentos mais retardados do que o primeiro, sendo ainda,
um grupo de espécies de maior longevidade e normalmente sua madeira possui cerne de
maior resistência. Outras características sobre os diferentes grupos ecológicos são
apresentadas no Quadro 02 abaixo:

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


29

Quadro 3– Características gerais de espécies vegetais segundo seus grupos ecológicos


GRUPO ECOLÓGICO
PIONEIRAS NÃO-PIONEIRAS
CARACTERÍSTICAS Secundárias Climáticas
Pioneiras Secundárias Tardias
Muito rápido Rápido Médio Lento ou muito
Crescimento
lento
Muito leve leve Medianamente Dura e pesada
Madeira
dura
Muito intolerante Tolerante no Tolerante
Tolerância à sombra
intolerantes estágio juvenil
4 a 10 20 20 a 30 (alguns 30 a 45 (até 60)
Altura das árvores (m)
até 50)
Ampla (zoocoria: Restrita Principalmente Ampla (zôo:
alta diversidade (gravidade); ampla pelo vento grandes animais);
de animais); pelo (zoocria: poucas restrita
Dispersão de sementes
vento, a grande espécies animais); (gravidade)
distância. pelo vento, a grande
distância.
pequeno médio Pequeno a Grande e pesado
Tamanho dos frutos e
médio, mas
sementes
sempre leve.
Induzida (foto ou sem sem Inata
Dormência das
termorregulada) (imaturidade do
sementes
embrião)
Idade da 1ª reprodução Prematura (1 a 5) Intermediária (5 a Relativamente Tardia (mais de
(anos) 10) tardia (10 a 20) 20)
Muito curto Curto (10 a 25) Longo (25 a 100) Muito longo
Tempo de vida (anos)
(menos de 10 (mais de 100)
Capoeiras, bordas Florestas Florestas Florestas
de matas, secundárias, bordas secundárias e secundárias em
clareiras médias e de clareiras, primárias, bordas estádio avançado
grandes. clareiras pequenas. de clareiras e de sucessão,
Ocorrência
clareiras florestas
pequenas, dossel primárias, dossel
florestal e sub- e sub-bosque.
bosque.

A recomposição vegetal será de fundamental importância tanto para a mitigação


visual, quanto para a refuncionalização do solo, reestruturando-o e protegendo-o das
intempéries naturais, principalmente erosão, e por contribuir na reorganização do sistema
hidrológico, na amenização do microclima do solo, no aumento da biodiversidade, etc. Será
priorizada a utilização de espécies de ocorrência regional, pois assim, evitam-se perdas de
plantio e não se descaracteriza as condições naturais da vegetação nativa.

Conforme o estipulado na figura 8, cujos dados foram julgados pela densidade de


indivíduos levantados na área, as espécies pioneiras totalizarão cerca de 60,0% dos indivíduos
a serem plantados, as espécies secundárias perfarão cerca de 25,0% e as espécies clímáxicas
preencherão cerca de 15,0%.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


30

Figura 8 - Distribuição das espécies conforme a relação de plantio, onde P= pioneiras, S=


secundárias e C= clímax.

Para área em estudo, atribui-se o plantio de espécies que caracterizam Mata de


Galeria do Bioma Cerrado, que são semelhantes ao Cerrado Aberto Alto e ao Cerradão e que
podem se estabelecer à margem do curso d’água, na borda das APP’s.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


31

Quadro 3 - Espécies selecionadas para a recomposição florística da APP.

Família Nome científico Nome vulgar Ocorrêcia


Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. pau-pombo P/S
Annonaceae Xylopia emarginata Mart. pindaíba P
Apocynaceae Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. peroba-rosa C
Apocynaceae Aspidosperma subincanum Mart. guatambu S
Bignoniaceae Jacaranda cuspidifolia Mart. caroba S
Bignoniaceae Tabebuia impetiginosa (mart. ex DC.) Standl. ipê-roxo P/S
Bignoniaceae Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith ipê-branco C
Bignoniaceae Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson ipê-amarelo P
Bombacaceae Chorisia speciosa A. St.-Hil. paineira-rosa P
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand almescla P
Burseraceae Protium sprunceanum (Bent.) Engl. breu S
Caesalpinoideae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr garapa C
Caesalpinoideae Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. pata-de-vaca S
Caesalpinoideae Copaifera langsdorffii Desf. pau-d'-óleo C
Caesalpinoideae Hymenaea courbaril (Hayne) Y. T. Lee & jatobá-da-mata P
Langenh.
Caesalpinoideae Sclerolobium paniculatum (Mart. Ex. Tul.) carvoeiro S
Benth.
Cecropiaceae Cecropia pachysthachya Trécul embaúba P
Combretaceae Buchenavia tomentosa Eichler mirindiba P
Combretaceae Terminalia argentea Mart. & Succ. capitão-do- P
campo
Euphorbiaceae Croton urucurana Baill. sangra-d'-água P
Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw. erva-de-teiú P
Guttiferae Calophyllum brasiliensis Camb. landim P
Icacinaceae Emmotum nitens (Benth.) Miers sobre S
Lecythidaceae Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze jequitibá- S
branco
Lecythidaceae Cariniana rubra Gardner ex Miers jequitibá- C
vermelho
Malphiguiaceae Byrsonima sericea DC. Murici-da- S
mata
Melastomataceae Tibouchina sp. quaresmeira P/S
Meliaceae Cedrela fissilis Vell. cedro P/S
Meliaceae Guarea guidonia (L.) Sleumer marinheiro P
Mimosoideae Albizia niopoides (Benth.) Burkart var. angico-branco S
niopoides
Mimosoideae Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record farinha-seca S
Mimosoideae Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. angico-do- P
cerrado
Mimosoideae Anadenanthera peregrina (L.) Speg. angico- P
vermelho
Mimosoideae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong tamboril C

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


32

Mimosoideae Inga cylindrica (Vell.) Mart. ingá P


Mimosoideae Inga edulis Mart. ingá-de-metro P
Mimosoideae Inga marginata Willd. ingá P
Mimosoideae Inga vera Willd. Subsp. affinis (DC.) T.D. Ingá-banana P
Penn.
Myrsinaceae Rapanea guianensis Aubl. pororoca P/S
Myrtaceae Virola sebifera Aubl. virola C
Palmae Scheelea phalerata (Mart. ex Spreng.) Burret bacuri S
Papilionoideae Dipteryx alata Vogel baru S
Papilionoideae Erythrina crista-galli L. mulungu C
Papilionoideae Machaerium aculeatum Raddi jacarandá- S
bico-de-pato
Papilionoideae Platymiscium floribundum Vogel feijão-cru P
Polygonaceae Triplaris americana L. pau-formiga C
Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de- S
porca
Sapindaceae Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. pitomba P/S
Sapotaceae Pouteria torta (Mart.) Radlk. guapeva P/S
Sterculiaceae Guazuma ulmifolia Lam. mutamba S

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


33

7.3.1 Calculo do Plantio


As espécies poderão ser plantadas em alinhamento (fileiras), distando 2,5 metros
entre si (2,5 x 2,5 metros), perfazendo uma área de 6,25 m². As espécies pioneiras são aquelas
que germinam em maiores taxas de luz solar, apresentando crescimento mais acelerado em
relação às outras. As secundárias são aquelas espécies que se desenvolvem a partir do
sombreamento da vegetação pioneira e, as espécies clímax são as desenvolvem-se em
condições especiais, quando as vegetações pioneiras e secundárias estão praticamente
formadas.

Figura 18 – Imagem demonstrativa da distribuição das espécies de acordo com o desenvolvimento.

Para identificar a quantidade de mudas, foi dividida a área total de APP


(1.500,00m²) pelo espaçamento adotado para por muda (6,25 m²), totalizando 43.456 mudas.

Ponto a ser reflorestado Tamanho da área em m² Quantidade de mudas


Área total 271.600,00 43.456

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


34

7.3.2 Combate a formigas e cupins


O reflorestamento de áreas degradadas sem o combate de insetos que afetam a
vegetação pode levar a perda total da vegetação plantada, principalmente quando a vegetação
ainda é formada por mudas, as quais são mais frágeis e suscetíveis ao ataque de formigas e
cupins. Portanto, é importante o combate a estes insetos na área a ser reflorestada utilizando
formicida e cupinicida em isca ou em pó, antes mesmo do inicio do plantio.

7.3.3 Adubação
É importante que a calagem do solo seja realizada com antecedência ao plantio,
variando de um a dois meses antes. Já a adubação fosfatada poderá ser feita nas covas, no
momento do plantio.
Como as áreas a receberem o plantio de mudas são fruto muitas vezes de
aterramento é importante considerar a infertilidade do solo, além de apresentam considerável
quantidade de vegetação rasteira e competidora. Assim uma roçagem pode ser realizada, onde
a matéria vegetal deverá ficar no solo para cumprir o ciclo dos nutrientes, devolvendo ao
mesmo, parte dos nutrientes retirados durante seus ciclos de vida.
Assim, é sugerido a adubação orgânica, química e calagem, onde:
 Orgânica: 10 litros de esterco animal curtido por cova;
 Química: 4.500kg de NPK (4-14-8);
 Calagem: 300g por cova, utilizando calcário dolomítico.

7.3.4 Coroamento
O coroamento deve atingir um raio de 60 centímetros à 1,0 metro no entorno da
muda, a fim de evitar a competição por espécies invasoras, visto que o ambiente de clareiras
propicia a proliferação de cipós e espécies rasteiras daninhas. Esta atividade deverá ser
realizada até dois anos após o plantio, onde a competição interespecífica das mudas e das
espécies locais já não apresentam riscos para o desenvolvimento das mudas.

7.3.5 Roçagem
A roçagem das espécies daninhas pode ser realizada junto com o coroamento,
evitando também a competição com a vegetação plantada. É importante lembrar que a
vegetação cortada na roçagem pode permanecer no local, a fim de que propicie umidade para
as mudas e também matéria orgânica.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


35

7.3.6 Manutenção
A manutenção deve ser realizada a fim de combater pragas em potencial, replantar
as espécies que não obtiveram sucesso no primeiro plantio, coroamento e adubação. A
roçagem da área recomposta também é essencial para o sucesso da recuperação da área, visto
que a roçagem após o plantio é essencial para a sobrevivência das mudas, pois o crescimento
acelerado do capim braquiária – Braquiaria sp. existente na área é bastante rápido, limitando
a absorção de luz pelas mudas quando em estágio de crescimento avançado.

7.3.7 Replantio
O replantio das mudas que não obtiveram sucesso no plantio deverá ser feito num
prazo de 45 dias após o plantio em cada uma das etapas, a fim de que seja aproveitado o
período chuvoso para o estabelecimento das mesmas. Aproximadamente 20% de mudas
poderão supostamente ser perdidas, devendo ser replantadas. Portanto, é necessário garantir
aproximadamente 8.691 mudas a mais para o replantio caso necessário.

7.4 Cronograma das atividades de implantação e manutenção


Posterior à aprovação desde projeto, o momento adequado para o inicio das
atividades relacionadas ao plantio seria a atual estão chuvosa que terá seu começo em meados
de Novembro de 2016, sendo assim:

Quadro 4: Cronograma de Implantação 2016.


Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Combate formigas X X
Abertura covas X X
Roçagem X X
Plantio X X
Coroamento X X

Quadro 5: Cronograma de Implantação e Manutenção 2017


Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Combate formigas X X X X X X
Abertura covas X X
Roçagem X X X X
Replantio X X
Coroamento X X X X X X X X X X X X

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


36

Quadro 6: Cronograma de Manutenção 2018.


Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Combate formigas X X X X X X
Abertura covas X X
Roçagem X X X X
Replantio X X
Coroamento X X X X X X X X X X X X

7.5 Cronograma Financeiro


Discriminação Unidade Preço Unitário (R$) Quantidade Preço Total (R$)
Elaboração do PRAD Unitário 2.200,00 01 2.200,00
Aquisição de Mudas Unitário 5,50 52.148 286.000,00
Aquisição de Adubo Unitário 15,00 (por Kg) 500 kg 7.500,00
Aquisição de Pesticidas Unitário 25,00 (por Kg) 235 kg 5.875,00
Mão de obra para implantação Unitário 10.000,00 01 10.000,00
Mão de Obra para Manutenção Unitário 1.200,00 18 mês 21.600,00
TOTAL 333.175,00

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


37

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos mediante levantamento in loco no dia 24 de Fevereiro de
2016, sugerem duas medidas a serem adotadas para recomposição florística das 3 áreas de
APP descritas no projeto.
A primeira proposta seria a proteção e limpeza periódica das áreas, o que
proporcionará a recomposição natural, esta alternativa além de ser menos onerosa para o
proprietário pode promover ganhos ambientais consideráveis, tendo em vista que a
recomposição natural exige menos interferências ao local favorecendo a recuperação mais
dinâmica das características ecológicas.
A segunda proposta é a recomposição florística controlada ou o replantio, que
estabelece uma metodologia para recuperação da área com a utilização de mudas nativas da
região, esta alternativa demanda de um tempo maior para a recuperação das características
naturais da área, tendo em vista as interferências que serão feitas no terreno durante a
manutenção da área.
A partir da aprovação de uma das propostas apresentadas neste Projeto, será dado
início às atividades pertinentes à execução. Será necessário o acompanhamento por
profissional habilitado pra execução e a atenção quanto ao cronograma de atividades
planejadas, considerando o investimento para recuperação, assim como os riscos de
mortalidade das mudas. Entretanto, o benefício proporcionado pelos serviços prestados pela
recuperação das áreas de APP são imensuráveis.
Será recomposto uma área de 27,16ha com o plantio de aproximadamente 52.148
mudas nativas caso seja necessário realizar o replantio. Neste contexto serão plantadas
inicialmente 43.456 mudas, as outras 8.691 que só serão utilizadas mediante a necessidade de
replenatio.
O custo da execução deste projeto é aproximadamente R$ 333.175,00, levando
em consideração a cotação dos produtos descritos no Cronograma Financeiro. Os preços
relacionados às mudas podem mudar, assim como os insumos e a mão de obra que serão
utilizados no processo.
A recuperação e conservação das APP’s demonstra o compromisso do
Proprietário com a manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos. Em médio e
longo prazo, essas ações de preservação ambiental refletirão na garantia que o proprietário
desenvolve suas atividades em consonância com a lei e premissas de sustentabilidade
aplicáveis as atividades realizadas em sua propriedade.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


38

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Resolução CONAMA 001, Licenciamento Ambiental. D.O.U. 23 de janeiro de
1986.
BRASIL, Resolução CONAMA 369, Intervenção ou supressão de vegetação em Área de
Preservação Permanente- APP, D.U.O. de 28 de março de 2006.
BRASIL, Resolução CONAMA 302, definições e limites de Áreas de Preservação
Permanente de reservatórios artificiais, D.U.O. de 20 de março de 2002
BRASIL. Lei Federal N.º 4.771, Código Florestal D.O.U de 15 de setembro de 1965.
BERTONI,J. e LOMBARDI, N,F. Conservação do solo , Editora Ícone. São Paulo, SP,1990.
CAMPOS, José Eloi Guimarães; RODRIGUES, Antônio Passos; ALMEIDA, Leonardo de;
RESENDE, Leonardo; MAGALHÃES, Luiz Fernando; MARANHÃO SÁ, Marcos
Alcoforado. Diagnóstico Hidrogeológico da Região de Goiânia. Superintendência de
Geologia e Mineração – SGM/SIC ; Goiânia, 2003.
CASSETI, V. Geomorfologia do Município de Goiânia-GO. Boletim Goiano de Geografia,
UFG, 12 (1): 65-85. 1992.
COELHO NETTO, 1998 apud ARAUJO, Gustavo Henrique de Sousa, ALMEIDA, Josimar
Ribeiro de, GUERRA, Antônio José Teixeira. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
COMDATA - Cia. de processamento de dados do município de Goiânia. (2010). MUBDG –
Mapa Urbano Básico Digital de Goiânia. CD-ROM Profissional Versão 22 – Parte
integrante do SIGGO V13. Prefeitura de Goiânia.
FONSECA, C. E. F.; RIBEIRO, J. F.; SOUZA, C. C.; REZENDE, R. P. & BALBINO, V.K.
Recuperação da vegetação de matas de galeria: estudos de caso no Distrito Federal e Entorno.
In: RIBEIRO, J. F.; FONSECA, C. E. F. & SOUZA SILVA, J. C. (Org.). Cerrado:
caracterização e recuperação de matas de galeria. Planaltina: Embrapa – CPAC, 2001. p.
815-867.
FRANKEL, K. L.; DOLAN, J. F. Characterizing arid region alluvial fan surface
roughness with airborne laser swath mapping digital topographic data. Journal of
Geophysical Research, v.112, p.1-14, 2007.
GUIMARÃES, P. W. Cerrado e Desenvolvimento: Tradição e Atualidade In: Luz, C. &
Dayrell, C. 2000. VI Encontro Nacional da Rede Cerrado de Organizações Não
Governamentais, 1999. Max Gráfica e Editora Ltda. Montes Claros - GO. 2000.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


39

HARDGROVE, C.; MOERSCH, J.; WHISNER, S. Thermal imaging of alluvial fans: A


new technique for remote classification of sedimentary features. Earth and Planetary
Science Letters, v.285, p.124-130, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Diretoria de
Geociências Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Manuais Técnicos
em Geociências. Manuel Técnico de Pedologia. Rio de Janeiro, 2007, RJ. 2ª Edição
IPLAN - Instituto de Planejamento Municipal / IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística / UFG - Universidade Federal de Goiás. (1991). Mapa de solos. Carta de Risco
de Goiânia, Goiânia, 2002
LORENZI, H. 1998. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP, Editora Plantarum, v:2, 2ª ed.
_________. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. Nova Odessa, SP, Editora Plantarum, v:1, 2ª ed. 1998
MORETON, L. C. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil: Goiânia -
Folha SE. 22-X-B-IV. Estado de Goiás. Escala 1: 100.000. CPRM/DNPM. Brasília, 1994.
MACHADO, B.R.; Neto, M.B.R.; Pereira, P.G.P.; Caldas, E.F.; Gonçalves, D.A.; Santos,
N.S.; Tabor, K. & Steininger, M. Estimativas de perda de área do Cerrado brasileiro.
Relatório técnico não publicado. Conservação Internacional, Brasília, DF. 2004
MARTINS, Sebastião Venâncio. Recuperação de matas ciliares. Viçosa: Aprenda Fácil,
2001.
NASCIMENTO, Maria Amélia Leite Soares do. Erosões urbanas em Goiânia. Boletim
Goiano de Geografia, v. 14, n. 1, p. 77-102. jan.dez 1994,
OLIVEIRA-FILHO, A.T. & Ratter, J.A. Vegetation physionomies and wood flora of the
Cerrado Biome. In: Oliveira, P.S. & Marquis, R.J. (eds). The Cerrados of Brazil: ecology
and natural history of a neotropical savanna. Columbia University Press, New York, p.91-
120. 2002
REATTO, Adriana; CORREIA, João Roberto; SPERA, Silvio Tulio. Solos do Bioma
Cerrado: aspectos pedológicos. In: SANO, Sueli Makito; ALMEIDA, Semíramis Pedrosa.
Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA- C PAC. 1998.
RIBEIRO JF, WALTER BMT - Cerrado: ambiente e flora (SM Sano & SP Almeida, eds.),
1998.
ROMÃO, Patrícia de Araújo. Modelagem de terreno com base na Morfometría e em
Sondagens Geotécnicas – Região de Goiânia - GO. XXIV, 166 p., 297 mm (ENC/FT/UnB,

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


40

Doutor, Geotécnica, 2006). Tese de Doutorado - Universidade de Brasília. Faculdade de


Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
SEPLAN - Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de
Goiânia - Dambrós, L. A.; Oliveira A. B.; Del'Arco J. O.; Santos L. M. dos; Almeida, F. J.;
Bezerra V. M. A.; Furlanetto D. A.; Ferreira E. F.
SILVA JÚNIOR, M.C. Árvores de cerrado: guia de campo,. Editora Rede de Sementes do
Cerrado : Brasília, DF 2005.100 P.
SCHUELER, 1987 apud ARAUJO, Gustavo Henrique de Sousa, ALMEIDA, Josimar Ribeiro
de, GUERRA, Antônio José Teixeira. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
PEIXOTO et al., 1997 apud ARAUJO, Gustavo Henrique de Sousa, ALMEIDA, Josimar
Ribeiro de, GUERRA, Antônio José Teixeira. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B., T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In: Sano, S.M;
Almeida, S.P. Cerrado:ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA - CPAC. 1998.
WOLMAN, 1967 apud ARAUJO, Gustavo Henrique de Sousa, ALMEIDA, Josimar Ribeiro
de, GUERRA, Antônio José Teixeira. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


41

10 RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

___________________________________
ADEMAR BRITO DA MOTA
Biólogo
CRBio: 80044/04-D

________________________________________
AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR
CPF: 334.799.501-99

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


42

10 ANEXOS
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART;

PRAD AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIOR


04/03/2016 Imprimir ART

Serviço Público Federal


CONSELHO FEDERAL/CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA -
4ª REGIÃO

ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART N°: 2016/11892

CONTRATADO
Nome: ADEMAR BRITO DA MOTA Registro CRBio: 080044/04-D
CPF: 98647555104 Tel: 62 30926383
E-mail: abm.ambiental@gmail.com
Endereço: R C 72 n.º S/N QD.157,LT.02,CASA 01
Cidade: GOIANIA Bairro: SETOR SUDOESTE
CEP: 74303-110 UF: GO
CONTRATANTE
Nome: AGENOR FRANCISCO DE OLIVEIRA JUNIO
Registro profissional: CPF/CGC/CNPJ: 334.799.501-59
Endereço: RUA JC-1, QD. 02, LOT. 09, Nº 0
Cidade: JUSSARA Bairro: JARDIM CANAA
CEP: 76270-000 UF: GO
Site:
DADOS DA ATIVIDADE PROFISSIONAL
Natureza: Prestação de Serviços - 1.1
Identificação: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Município do trabalho: JUSSARA UF: GO Município da sede: GOIANIA UF: GO
Forma de participação: Individual Perfil da equipe:
Área do conhecimento:Educação Campo de atuação: Meio ambiente
Descrição sumária da atividade: O PRAD FOI ELABORADO COM O INTUITO DE PROPOR UMA SÉRIE DE
AÇÕES TÉCNICAS PARA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DE 90HA NA FAZENDA CÓRREGO INDAIA,
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE JUSSARA, GO. PARA O ESTUDO, FOI REALIZADO UM LEVANTAMENTO
DE CAMPO DE MODO A IDENTIFICAR A TIPOLOGIA VEGETAL PRÉ-EXISTENTE. COM ESTAS
INFORMAÇÕES PODEREMOS PROPOR A METODOLOGIA ADEQUADA PARA TENTAR RECUPERAR AS
CARACTERÍSTICAS NATURAIS DA ÁREA EM QUESTÃO.
Valor: R$ 2200,00 Total de horas: 120
Início: 24/02/2016 Término:
ASSINATURAS
Para verificar a
Declaro serem verdadeiras as informações acima autenticidade desta
ART acesse o CRBio-
Data: 09/03/2016 Data: / / 04 Online em nosso
site e depois o serviço
Conferência de ART
Assinatura do profissional Assinatura e carimbo do contratante
Solicitação de baixa por distrato Solicitação de baixa por conclusão
Declaramos a conclusão do trabalho anotado na presente ART, razão
pela qual solicitamos a devida BAIXA junto aos arquivos desse CRBio.

Data: / / N° do protocolo: 8165/NET

Data: / / Assinatura do profissional


Assinatura do profissional

Data: / / Data: / / Assinatura e carimbo do contratante

Assinatura e carimbo do contratante


Imprimir ART

http://www.incorpnet.com.br/app/incorpnet60302.dll/principal 1/1

Вам также может понравиться