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Adolfo Suárez
1
James KENEDY e Jerry Newcombe. E Se Jesus não Tivesse Nascido? São Paulo: Vida,
2003, p. 21.
2
J.M. Price. A Pedagogia de Jesus. 3ª edição. São Paulo: JUERP, 1983, p. 5.
3
Roy B. Zuck. Teaching as Jesus Taught. Grand Rapids: Baker, 1995, p. 63 a 89.
que afirmam; ao abordarem algum tópico, precisam fazê-lo com autoridade, a qual é
resultado de tempo gasto em oração, pesquisa e reflexão.
Sendo autoridade em qualquer assunto, Jesus sempre falava com convicção,
jamais deixando alguma dúvida do que Ele ensinava. Era com plena certeza que Ele
fazia afirmações como “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6); ou: “Vocês
ouviram o que foi dito... Mas Eu lhes digo que...” (Mateus 5:21, 22). O educador cristão
precisa se expressar com convicção, transmitindo segurança aos seus ouvintes; isto é
resultado – claro – de estudo profundo numa área específica do conhecimento; mas
também é resultado de uma vida conduzida pelo Espírito Santo.
O apóstolo Paulo afirma que Jesus “humilhou-se a si mesmo” (Filipenses 2:8).
Uma clara demonstração da humildade do Mestre pode ser vista em Sua atitude de
servir e não ser servido (Mateus 20:28). Os professores cristãos não obtém respeito
dos colegas e dos alunos pela auto-exaltação, senão pela humilde postura de servo.
Afinal, o orgulho causa repulsa, enquanto que a humildade atrai.
Diferentemente de nossa educação conteudista, orientada pelo assunto a ser
transmitido, o Mestre Jesus não tinha um conteúdo curricular fechado, e nem mesmo
parecia preocupar-se com o que deveria ensinar a cada dia. Obviamente Ele queria
ensinar algumas coisas, mas o fazia com espontaneidade, esperando o momento
certo, quando o coração e mente de Seus ouvintes estavam dispostos. Foi assim, por
exemplo, na ocasião em que acalmou a tempestade (Mateus 8:23-27); esse foi o
momento oportuno para ensinar sobre a fé e o medo do ser humano, bem como sobre
o ilimitado poder de Deus. É nas ocasiões informais que as pessoas podem ter
disposição para ouvir e captar ensinos que modificarão para sempre sua vida.
De vez em quando escutamos alguns alunos reclamando que ficam confusos na
hora da aula, pois às vezes alguns professores falam de muitas coisas ao mesmo
tempo; outros dizem que não entendem o que é dito, pois às vezes alguns professores
usam palavras e expressões desconhecidas. Em relação ao Mestre Jesus, podemos
dizer que havia tal clareza em Seus ensinos e discursos, “que as crianças, os idosos e
o povo comum O ouviam com prazer e ficavam encantados com as Suas palavras”.4
Se quiserem ensinar com clareza, os professores precisam escolher adequadamente
as palavras e expressões que usam; e sempre que houver necessidade de usar uma
palavra técnica – incomum aos alunos – precisam explicá-la de modo claro,
exemplificando-a se possível.
Em Seu ministério, Jesus ensinava com senso de urgência, pois sabia que não
tinha todo o tempo do mundo; em pouco mais de três anos deveria transmitir à
humanidade os ensinos que se demonstrariam capazes de transformar a rotina da vida
humana; portanto, não havia tempo a perder. Em João 7:33 Ele afirma: “Estou com
vocês apenas por pouco tempo”. O Mestre tinha senso de urgência. Todavia, Ele não
se deixou dominar pela agenda: Ele nunca estava apressado, Ele nunca cancelou um
encontro; sempre tinha tempo para ministrar às necessidades das pessoas. Os
professores cristãos precisam aprender a administrar melhor o tempo, “aproveitando ao
máximo cada oportunidade” (Efésios 5:16), não desperdiçando o precioso tempo da
sala de aula. O tempo é ouro, e deve ser administrado de tal modo que o professor
nunca venha a se arrepender por ter usado o tempo de modo irresponsável.
No ministério de Cristo, são evidentes Sua simpatia e empatia, manifestas em
Seu amor e cuidado pelas pessoas. Lucas diz que “todos falavam bem dele, e estavam
4
Ellen G. White. Fundamentos da Educação Cristã. 2ª edição. Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1996, p. 242.
admirados com as palavras de graça que saíam de seus lábios (4:22). O educador
Antônio Tadeu Ayres nos lembra que “nenhum professor é considerado bom
simplesmente por acaso. Os alunos sabem perceber muito bem o mestre que conhece
o que ensina, que tem prazer de ensinar e que sabe como fazer isso. Percebem
também a personalidade, o temperamento, os valores éticos e a capacidade de
compreensão. Nesta questão particular, será bem-sucedido o professor que de fato
pratica a empatia”. 5 Desde uma perspectiva cristã, os alunos não são meramente
clientes, e sim – acima de tudo – candidatos ao Reino de Deus. Portanto, os
professores precisam exercer paciência, simpatia e empatia. Afinal, o ensino cristão é
muito mais do que conteúdo; é também a demonstração de um genuíno interesse
pelas pessoas.
Finalmente, o Mestre Jesus jamais ensinou algo que não fosse pertinente ou
necessário aos Seus ouvintes; tudo o que Ele falou tinha relevância e aplicabilidade à
vida das pessoas. É também o desafio de cada professor não meramente falar bonito,
mas tornar a aula relevante à vida dos alunos, fazendo com que os ensinamentos
sejam pertinentes para cada estudante que ouve e participa das aulas. Agindo desta
forma, o professor e a professora terão como resultado um ensino que transforma.
5
AYRES, Antônio Tadeu. Prática Pedagógica Competente: Ampliando os Saberes do
Professor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, p. 55.