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Rio de Janeiro
2015
Rio de Janeiro
2015
Aprovado em 18/06/2015
BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra pela coragem e firmeza na
luta por direitos e justiça social e pelas conquistas, dentre elas a educação do campo que
nos possibilita o acesso à educação, da infantil à pós-graduação.
A todos e todas militantes do Movimento Sem Terra, pela grandeza da luta e por
fazerem desse Movimento um importante espaço de formação política que nos permite
acreditar na transformação da sociedade e na conquista de um mundo melhor.
À companheira Divina Lopes pelo papel fundamental que cumpre no MST e por me
motivar, mais que isso, me convencer a participar do curso que foi extremamente
significativo para minha formação.
À Sislene Costa, integrante da rede Justiça nos Trilhos, pelo material e informações
sobre a Vale.
À minha mãe Lídia, por sempre estar ao meu lado em todas as minhas decisões, meu pai
Valmir e meus irmãos, Lene e Lenivaldo, por sempre me apoiarem em momentos
difíceis e sempre me incentivarem ao estudo.
À minha família, Elias Araujo, com quem compartilho a vida e a militância, Julia Iara e
Vitória Regina pela relação dialógica e amorosa que nos permite ensinar e aprender
mutuamente.
O maior trem do mundo
Leva minha terra
Para a Alemanha
Leva minha terra
Para o Canadá
Leva minha terra
Para o Japão
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................8
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................62
8
INTRODUÇÃO
A escolha deste objeto, para além da inquietação acima descrita, está enraizada
na minha participação como militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
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Terra que luta por terra, reforma agrária e transformação social. Nessa trajetória de
militância tenho participado ativamente da construção da educação do campo, sendo
conhecedora dos limites na efetivação da política pública, ou seja, da ausência de uma
determinação do Estado em garantir o cumprimento da legislação, induzindo a entrada
das empresas privadas atuarem e constituírem espaços hegemônicos no interior da
escola.
Em posse de todas essas informações e à luz das teorias que tratam dos conceitos
de hegemonia, Estado integral (ampliado) e intelectual orgânico, com base em autores
como Gramsci (2011) e Marx (2009), neste trabalho presentes segundo abordagem de
Carlos Nelson Coutinho (2002,2011) e José Paulo Netto (2012), e da apropriação de
categorias como “corporações”, educação pública, parceria público-privada, terceiro
setor, reforma do Estado, procuramos compreender as estratégias neoliberais utilizadas
para que o capitalismo mantenha se desenvolvendo, dentre elas o empresariamento dos
projetos sociais, mais especificamente da educação, na perspectiva da construção da
hegemonia da classe dominante.
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Como dizia Marx, para cada forma de organização da sociedade existe um Estado
político, o que indica a necessidade de compreensão do conceito de Estado para
avançarmos na leitura da realidade investigada. Igualmente, salientamos a necessidade
de nos apropriarmos de outros conceitos como Sociedade Civil, Sociedade Política,
hegemonia, intelectual orgânico, diretamente relacionados ao objeto de estudo e
fundamentam teoricamente a interpretação dos dados obtidos durante a investigação.
Existem várias formas de definir o Estado, mas no senso comum é entendido como
agência burocrática ou como administração pública que tem a função de mediação dos
conflitos e interesses sociais em nome do bem comum, identificação relacionada com a
“coisificação” do conceito que nos impede de compreender em que consiste de fato o
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Estado. As raízes dessa leitura simplificada do Estado estão fincadas nos séculos XVII e
XVIII, mais precisamente na matriz liberal (MENDONÇA, 2012, p. 349), baseada na
ideia do direito como fundamento do próprio Estado e pertencente ao domínio da
natureza, como os demais fenômenos sociais. Contrapõe-se à ideia do direito divino,
sendo o homem responsável pelos seus atos e modo de vida e não mais um Deus
absoluto. Apresentamos, de forma breve, os representantes e ideias dessa concepção: a)
Maquiavel, em O Príncipe, considera como natureza do homem ser ávido, interesseiro,
invejoso, ciumento, insaciável, ingrato, inconsistente, dissimulado, mentiroso e covarde
e por este motivo defende regras internas que regem a conquista e a manutenção do
poder. Para ele é preciso ter boas leis e boas armas e alguma fonte de legitimidade. O
centauro maquiavélico representa o equilíbrio entre coerção e consenso, para ele os fins
justificam os meios; b) Thomas Hobbes, em O Leviatã, vê a sociedade como um
somatório de indivíduos que vivem em “estado de natureza”, em constante barbárie e
guerra. Por isso, defende o contrato social para garantir os direitos naturais
fundamentais: a vida e a propriedade; c) John Locke faz a crítica liberal ao absolutismo.
Defende que é o direito que confere legitimidade a qualquer sociedade política. Cria o
Habeas Corpus e o Estado de Direito1.Para Hegel, o Estado é a resolução da contradição
entre família e sociedade civil, sendo esta esfera privada e econômica. Compreende o
Estado como realização da história do espírito absoluto, afirmando que os povos que
não constituíram Estados não possuem história e que esta é a única instituição capaz de
fazer a abstração dos interesses privados por seu caráter omnicompreensivo.
Defendem ainda que as estruturas estatais, tais como existem, têm de ser destruídas num
processo de superação do capitalismo, pois não se trata de chegar ao poder, já que
aquele poder para a revolução social não serve. O comunismo representa o fim do
Estado.
Gramsci, a partir da concepção de Marx e Engels, elabora uma ampliação da
teoria marxista do Estado, tendo como pressuposto metodológico a filosofia da práxis, e
concebe “de modo novo a relação entre economia e política, entre infraestrutura e
superestrutura, destacando sempre o papel da ação humana em face das determinações
objetivas” (COUTINHO, 2011, p.20-21).
A concepção defendida por Gramsci de “Estado “ampliado” ou “integral” é a
base da tática e da estratégia política para a transição ao socialismo” (COUTINHO,
2011, p. 28), nela não há separação entre o conjunto de relações que estruturam a base
da sociedade e as ideias, ou seja, entre estrutura e superestrutura. Trata-se de uma
ampliação do conceito em sua morfologia (sociedade política + sociedade civil) e em
sua função (coerção + consenso). Ou seja, há junção da sociedade civil e da sociedade
política, ambas funcionando de maneira imbricada com um caráter molecular de
dominação, mas se encaminhando de formas diferenciadas. Na sociedade civil o
principal instrumento utilizado para aparente conquista da adesão voluntária aos
interesses dominantes é o convencimento, o consenso, a direção político-intelectual,
através da qual as classes buscam aliados para suas posições e vão construindo a
hegemonia.
Assim, a sociedade civil é formada por um conjunto de instituições responsáveis
pela elaboração e difusão de valores simbólicos, de ideologia, os chamados aparelhos
privados de hegemonia (escola, partido político, organizações profissionais, sindicatos,
meios de comunicação, instituições de caráter científico e cultural). Organizações que
difundem valores de uma classe dominante, que garantem a dominação através do
convencimento, a partir dos interesses de frações dessa classe. Já a sociedade política é
o conjunto de aparelhos da classe dominante que exerce o domínio legal, através da
violência (aparelhos coercitivos do Estado) e que está ligada às forças armadas e às leis,
que no seu conjunto são chamados de governo.
Nas sociedades orientais a luta de classes trava-se, predominantemente, ou
mesmo exclusivamente, tendo em vista a conquista ou conservação do Estado. O centro
da luta de classes é a guerra de movimento, através do choque frontal que levará à
conquista do Estado. Nas sociedades ocidentais a luta de classes tem como terreno
prévio e decisivo os aparelhos privados de hegemonia, na medida em que essa luta visa
16
2
Programa do Ministério da Educação que concede bolsas de estudo integrais e parciais de 50% em
instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica,
a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior. Disponível em: http://siteprouni.mec.gov.br/
Acesso em: 5set. 2014.
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fiscal e, por tabela, o aumento da inflação e uma degradação nos serviços públicos
destinados principalmente às camadas da população mais desfavorecidas, aumentando
as desigualdades sociais. Assim, a reforma estatal seria um instrumento para assegurar o
crescimento da economia e corrigir tais desigualdades a partir de uma redefinição do
papel do Estado que, ao invés de ser promotor do desenvolvimento econômico e social,
através da produção de bens e serviços, passaria apenas a regulador e controlador desse
desenvolvimento. Ou seja, diante da suposta incapacidade do Estado de implementar
leis e políticas públicas, ocorre um processo em que o mesmo quer transferir para o
setor privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado, desencadeando o
processo generalizado de privatização das empresas estatais.
Em paralelo, ocorre um outro processo, denominado de publicização, que é a
descentralização da execução dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa
científica para o setor público não estatal, porém, sendo subsidiado pelo Estado,
conforme explicam Pereira, Cardoso e Soares (1995, p. 13) na sua formulação:
Diversos são os meios que a burguesia utiliza para educar a classe trabalhadora e
construir a hegemonia: no processo de trabalho, disciplinando a cabeça, as mãos e o
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trabalho; através do Estado, por meio da escola, seja pública ou privada, das regras e
valores; através da mídia e ações culturais.
O processo de construção de hegemonia acontece através da coerção e do
consentimento, no amplo e complexo processo pedagógico de disseminação do interesse
de uma classe ou de frações de classe sobre a outra. As regras devem ser obedecidas ou
sofrem-se processos de represália. Por exemplo, se não votar ou não frequentar a escola,
pode-se perder a Bolsa Família.
Martins & Neves (2012) se referem à pedagogia da hegemonia, identificando duas
fases históricas. A primeira vai do pós-guerra, 1945, até final dos anos de 1980; a outra
da última década do século XX às duas primeiras do século XXI, quando se instala o
neoliberalismo. A primeira fase tinha por objetivo sobrepor o capitalismo ao socialismo
e convencer as frações da classe trabalhadora organizadas em partidos e sindicatos a não
se identificarem com o projeto socialista de sociedade.
Na segunda fase, o capitalismo aparece como a única forma possível para a
humanidade. Não existem mais projetos antagônicos, pois o projeto socialista
supostamente fora derrotado com o fim da Guerra Fria. A tese é de que é possível a
coexistência entre mercado e justiça social, conquistada a partir da concertação social,
ou seja, todos participando para resolver de forma harmônica os conflitos de interesse
pessoal ou grupista.
A pedagogia da hegemonia, segundo Martins & Neves (2012), nada mais é do que
uma estratégia de dominação de classe por meio da educação, como mecanismo de
reprodução da forma de trabalho e para a educação moral e intelectual da classe
trabalhadora. Para tal empreitada, seria necessário contar com um conjunto de
intelectuais orgânicos da burguesia, singulares e coletivos, para implementar as políticas
sociais, de caráter universal, criadas neste contexto. Intelectuais singulares são
indivíduos que difundem na sociedade os valores, ideias e práticas do projeto
capitalista; intelectuais coletivos seriam as organizações internacionais, regionais, locais
e nacionais que educam o consentimento do conjunto da população ao projeto
econômico, político e ideológico da classe dominante como: Banco Mundial, Fundo
Monetário Internacional (FMI), Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Outro elemento da pedagogia da hegemonia que Martins & Neves (2012)
discutem é o da repolitização da política por meio da reestruturação das práticas
governamentais para o crescimento econômico mundial e uma reestruturação da
natureza e das práticas dos organismos da sociedade civil voltados para a legitimação da
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sabemos que na sociedade capitalista a escola sempre foi dual, uma para os filhos da
burguesia, outra para os filhos dos trabalhadores.
Esse Movimento compreende que a educação deve ser objeto de Parcerias
Público-Privadas (PPP). Nessa mesma perspectiva, existem várias corporações que
atuam na educação, dentre elas está a ABAG que desenvolve, a partir de 2008, o
Programa Educacional Agronegócio na Escola (fonte), em escolas municipais do 6º ao
9º ano, na região de Ribeirão Preto, São Paulo, conhecida como “capital do
agronegócio”. Esta ação pedagógica foi definida após diagnóstico que identificou uma
imagem negativa do agronegócio, vinculada ao trabalho escravo e às queimadas e teve
por objetivo mudar essa imagem, associando-a ao tema da sustentabilidade.
Ressaltamos que, de 2001 a 2008, o Programa foi desenvolvido em parceria com a rede
estadual, destinado aos estudantes do Ensino Médio para lhe ensinar os fundamentos do
agronegócio.
O desenvolvimento do Programa requer a adesão de docentes para cumprir a
função de intelectuais, na concepção gramsciana, responsáveis pela elaboração dos
projetos pedagógicos, a partir da intencionalidade da ABAG expressa no material
didático fornecido para o desenvolvimento do trabalho. São sujeitos da classe
trabalhadora, introduzindo no seio desta, através da educação de seus filhos, a ideologia
da classe dominante (LAMOSA, 2014).
4
Esclarecemos que esse é um termo utilizado pela Vale, com o qual discordamos neste contexto, pois,
trata-se de sujeitos de uma realidade, e não apenas atores que a-representam.
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documento. A sociedade passa a ser agente da parceria, sob sua nova roupagem, a da
cooperação.
Além da Fundação Vale, o documento traz vários outros exemplos de empresas e
seus braços que estabelecem parcerias intersetoriais, dentre elas, o Instituto Camargo
Correa, criado para orientar o investimento social privado das empresas do Grupo
Camargo Correa e que, em 2011, assinou um acordo de cooperação técnica e financeira
com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para
ampliação de seus projetos, num valor de 50 milhões de reais, sendo metade desse valor
financiado pelo banco e a outra pelo próprio Instituto. Essa ampliação deverá abranger
municípios relacionados ao Programa Territórios da Cidadania6, do Governo Federal
que tem como meta superar a pobreza e gerar renda no meio rural (FUNDAÇÃO VALE,
2013, p. 44).
Cita-se também o Instituto Votorantim, criado em 2002, para promover o diálogo
entre as empresas do grupo e as comunidades, partindo da ideia da sustentabilidade e
desenvolvimento das comunidades como premissa para desenvolver bem os negócios
em regiões de extrema pobreza. Exemplo é o município de Primavera, no Nordeste do
Pará, onde a Votorantim Cimentos prevê a produção de 1,3 milhão de toneladas de
calcário ao ano, a partir de 2015, enquanto os indicadores sociais enfatizam que metade
da população de 10.000 habitantes está abaixo da linha de pobreza e os serviços
públicos de saúde, assistência social e sistema de saneamento básico são precários e
insuficientes. A partir dessa realidade e dos questionamentos da comunidade e do
Ministério Público acerca dos impactos do investimento no município, o Instituto
Votorantim entra em ação para fazer um estudo de impacto social e elaborar um plano
de desenvolvimento sustentável para Primavera, articulando parcerias intersetoriais e
recursos para desenvolver seus projetos sociais (FUNDAÇÃO VALE, 2013, p. 69).
Dentre as ações do plano elaborado pelo Instituto Votorantim está, inclusive, a
revisão do Plano de Ações Articuladas (PAR) que permitiu à prefeitura acessar recursos
do MEC e governo do Estado para a construção de uma escola de Ensino Fundamental e
Educação Infantil, indicando a incidência orgânica da empresa na educação do
6
O Governo Federal lançou, em 2008, o Programa Territórios da Cidadania com o objetivo de
promover o desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por
meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável. A participação social e a
integração de ações entre Governo Federal, estados e municípios são fundamentais para a
construção dessa estratégia.
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O programa não só foi elaborado pela entidade, como tem sido acessado pela CNA,
através de seu braço SENAR, com o objetivo de formar rudimentarmente mão de obra
barata para o desenvolvimento do agronegócio, como enuncia uma de suas mais ilustres
representantes, Kátia Abreu:
habilitadas pelo Ministério da Educação, também passaram a ser ofertantes dos cursos do Programa.
Também são ofertantes as instituições do Sistema S, Serviço Nacional da Indústria (SENAI), Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). De 2011 a 2014, por meio do
PRONATEC, foram realizadas mais de 8 milhões de matrículas, entre cursos técnicos e de formação
inicial e continuada. Por meio da interface com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego – PRONATEC, o PRONACAMPO promoverá o acesso à educação profissional e tecnológica
aos jovens e trabalhadores do campo e quilombolas.
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Este Manifesto foi apoiado e reafirmado pelos participantes do Encontro Unitário dos Trabalhadores,
Trabalhadoras, e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, realizado em Brasília nos dias 20 a 22 de
agosto de 2012.
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Porto de Madeira em São Luís, num trem que mede 3,5 quilômetros de comprimento,
composto de 330 vagões, que atravessa 23 municípios no Maranhão e 4 no Pará,
passando por mais de 100 povoados, onde habitam os diversos sujeitos do campo:
ribeirinhos, quilombolas, indígenas, quebradeiras de coco, assentados da reforma
agrária (IBASE, 2014; SILVA, 2013).
Para a implantação do programa foi necessário um trabalho de convencimento
da população, através do discurso de desenvolvimento e da geração de emprego e renda.
Entretanto, o que correu foi a estruturação de um complexo siderúrgico que se explica
em si mesmo e que causou vários impactos, desde a década de 1970, quando foram
realizadas as desapropriações nos povoados por onde iria passar a ferrovia. Uma vez
instalada, as comunidades sofrem interferências irreparáveis em seu modo de vida:
“desde as atividades mais corriqueiras do dia-a-dia, como ir à roça e à escola, até os
momentos mais sagrados e reverenciais do existir, como o nascimento e a morte, nesses
povoados, dão-se sob os ditames da infraestrutura férrea” (SILVA, 2013, p.11).
Na década de 80, a CVRD destinava 48% de sua produção para o mercado
asiático, especialmente o Japão, entretanto, no final dessa década, a empresa tem um
prejuízo de 150 milhões de dólares e uma dívida de US$ 3 bilhões, ocasionado pelos
sucessivos empréstimos efetuados e pela desvalorização do dólar, entre os anos de 1985
e 1987. Esse foi um dos argumentos utilizados anos depois pelo Governo de Fernando
Henrique Cardoso (FHC) (1995 – 2002) para efetivar a privatização da empresa, mesmo
que no ano seguinte tenha havido o aumento das exportações e a estabilização do dólar,
elevando os rendimentos para 210,5 milhões de dólares e 743,5 milhões, em 1989
(IBASE, 2014).
Em 1997, o governo FHC implantou o Plano Nacional de Desestatização,
utilizando-se da justificativa de que com as privatizações seria possível diminuir a
dívida pública e dentre as estatais privatizadas estava a CVRD, cujo controle acionário
foi repassado para a iniciativa privada por R$ 3,338 bilhões. É válido ressaltar que essa
medida não resolveu o problema da dívida pública, que aumentou de 32,84% do PIB
(1997), para 39,40% (1998) e 48,50% (1999) (IBASE, 2014).
Quem mais se beneficiou com essa privatização foi o mercado financeiro que
entre os anos de 1997 e 2013 totalizam um lucro de US$ 37,286 bilhões, os
trabalhadores foram os maiores prejudicados, tendo em vista a demissão em massa de
mais de 5.000 trabalhadores, entre 1996 e 1997, e ainda sofreram uma redução no
salário. Outros impactos para os trabalhadores foram a ideologia individualista e
competitiva adotada pela CVRD e a terceirização que remete à precarização do
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e a prática que vem acontecendo de apoio aos seus projetos, a exemplo do empréstimo
de R$ 3,882 bilhões que o BNDES fez para a empresa, em 2012, o maior empréstimo
para uma única empresa neste ano (FAUSTINO, 2013).
Faz-se necessário compreender que, nesse contexto de desenvolvimento, tanto
na perspectiva do Estado desenvolvimentista, onde os aparatos do Estado são colocados
a serviço do desenvolvimento capitalista dos países periféricos, como na perspectiva do
Estado neoliberal, onde a iniciativa privada tem total liberdade de atuar e definir o
mercado e a economia, é produzida uma enorme desigualdade social, na qual os frutos
da modernização econômica são absorvidos pelos proprietários, sendo negada à maioria
da população a possibilidade de usufruir desses frutos. Isso pode ser constatado ao
analisarmos, por exemplo, a realidade socioeconômica dos municípios por onde passa o
maior trem do mundo, transportando toneladas de minério, que se traduzem numa
riqueza extraordinária em matéria prima do país. Esta realidade não é, porém, objeto
deste estudo, entretanto sabemos que o Maranhão é um dos estados mais pobres, ao
mesmo tempo em que sedia o Porto da Madeira que recebe e exporta diariamente o
minério produzido no Pará.
Na verdade, existem enormes contradições entre o desenvolvimento do capital
brasileiro e a garantia de direitos humanos, o que se evidencia nesse caso específico da
Vale, responsável pelo complexo de extração, beneficiamento e escoamento do minério
de ferro de Carajás (PA) ao Porto da Madeira, em São Luís (MA), e pela violação dos
direitos decorrentes desse processo.
O que resta às populações atingidas pela Estrada de Ferro Carajás é a violação
dos direitos humanos e sociais, conforme elencam Coelho e Faustino (2014, 2013): a
Vale é campeã em conflitos socioambientais pelo mundo, causando desmatamento e
perda da biodiversidade; estabelece parcerias com siderúrgicas que utilizam mão de
obra escrava para produzir carvão vegetal; causa vários impactos às comunidades do
entorno das minas e ferrovias, tais como mortes por atropelamentos nas ferrovias (foram
175 até 2012); remoção forçada das famílias de seus territórios, interferência na
sociabilidade das comunidades, migração, poluição sonora, do solo, do ar e da água que
causam doenças pulmonares, oftalmológicas e dermatológicas, mortalidade dos peixes e
de animais silvestres; provoca rachaduras nas casas; utiliza serviço de espionagem ao
movimentos sociais, ativistas políticos e funcionários; tem influência na não
regularização da áreas quilombolas e indígenas; tem influência política sobre o sistema
educativo, inferindo na autonomia cultural das comunidades; dentre outros casos de
violação de direitos.
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9
"A Floresta Nacional de Carajás (Flonaca) foi criada em 2 de fevereiro de 1998, através do Decreto nº
2.498. Junto com a Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri, Floresta Nacional de Itacaiúnas, Área de
Proteção Ambiental do Igarapé Gelado e a Reserva Biológica do Tapirapé, ela integra um mosaico de
unidades de conservação na região de Carajás e faz fronteira com a Terra Indígena Xikrin do Cateté. Com
uma extensão de mais de 410 mil hectares, a Flonaca é hoje administrada pelo Instituto Chico Mendes
da Biodiversidade (ICMBio), com relevante participação da Vale “[...] Um dos objetivos da criação da
Flonaca foi a regularização da concessão da área para a Vale” (FAUSTINO, 2013, p. 41).
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Excluídos, neste mesmo ano. Mais de 3,7 milhões de pessoas votaram em 3.200
municípios distribuídos de Norte a Sul do Brasil, com um resultado de 94,5% de votos a
favor de que a Vale saísse das mãos do controle privado e voltasse para as mãos do
Estado. (THUSWOHL, 2007).
A partir de outros espaços de luta internacional contra o neoliberalismo, de
cunho anti-imperialista e anticapitalista foi sendo construída uma Articulação
Internacional dos Atingidos pela Vale com o objetivo de reunir os mais diversos
movimentos sociais, ambientalista e sindicalistas dos países onde a Vale está instalada,
com a finalidade denunciar e enfrentar os impactos causados pela transnacional. Essa
articulação teve como marco importante o I Encontro dos Atingidos pela Vale, em 2010
no Rio de Janeiro. Até 2013, aconteceram mais dois encontros que resultaram num
acúmulo de debate entre as várias organizações, encaminhando para a definição de
plataformas de lutas em comum sobre três eixos:
Lugar
Brasil 0,612 0,727
Maranhão 0,476 0,639
Açailândia (MA) 0,498 0,672
Alto Alegre do Maranhão (MA) 0,331 0,554
Anajatuba (MA) 0,397 0,581
Arari (MA) 0,47 0,626
Bacabeira (MA) 0,433 0,629
Bom Jardim (MA) 0,332 0,538
Bom Jesus das Selvas (MA) 0,364 0,558
Buriticupu (MA) 0,342 0,556
Cidelândia (MA) 0,414 0,6
Igarapé do Meio (MA) 0,341 0,569
Itapecuru Mirim (MA) 0,431 0,599
Itinga do Maranhão (MA) 0,48 0,63
Miranda do Norte (MA) 0,471 0,61
Monção (MA) 0,366 0,546
Pindaré-Mirim (MA) 0,459 0,633
Santa Inês (MA) 0,512 0,674
Santa Luzia (MA) 0,33 0,55
Santa Rita (MA) 0,446 0,609
São Luís (MA) 0,658 0,768
São Pedro da Água Branca (MA) 0,415 0,605
São Pedro dos Crentes (MA) 0,365 0,6
Tufilândia (MA) 0,37 0,555
Vila Nova dos Martírios (MA) 0,379 0,581
Vitória do Mearim (MA) 0,438 0,596
território. Assim, a partir da PSPP, a Vale enquadra todos os atores locais, gestores
públicos, lideranças comunitárias e população numa estratégia de cooperação, com
parceiros externos, através de termos de cooperação e convênios estabelecidos com o
Governo, Organizações Não Governamentais (ONG) e Universidades, para desenvolver
seus projetos sociais (VALE, 2014).
Além de dizer estar preocupada com a sustentabilidade dos territórios, a Vale
também afirma estar preocupada com o fortalecimento das políticas públicas que têm
sido fragilizadas pela limitação do Estado em implementá-las, sendo necessário, nesta
concepção, a interferência do setor privado na prestação dos serviços sociais, na gestão
do público conforme estabelece o Plano Diretor do Estado (MARA,1995), em
consonância com as definições e medidas neoliberais definidas pelos organismos
internacionais.
Nessa mesma lógica da Fundação Vale, um conjunto de fundações privadas e
associações sem fins lucrativos as chamadas Fasfil, que aumentaram em 215,1% no
período de 1996 a 2005, entram na arena política e “em troca de isenções fiscais
governamentais e de prestígio social, realizam tarefa ético-política de construção e
consolidação de um novo padrão de sociabilidade, segundo seus objetivos de classe”
(NEVES et.al, 2010, p.187), ou seja: difundir a pedagogia da hegemonia mediante o
empresariamento das políticas sociais, cada uma a seu modo, com seu interesse
particular, seu discurso, sua missão, seus valores, mas numa atuação que culmina com o
interesse geral da burguesia, o de manutenção da ordem do capital.
A Fundação Vale afirma ter como Missão:
Contribuir para o desenvolvimento integrado – econômico, ambiental e
social – dos territórios onde a Vale atua, articulando e potencializando
os investimentos sociais, fortalecendo o capital humano nas
comunidades e respeitando as identidades 11.
Em 2012, passa por uma nova reformulação no seu modelo de atuação, embora
continue afirmando que o objetivo principal seja a melhoria da qualidade de vida das
comunidades, passa a formular projetos sociais alicerçados em três nos pilares: saúde,
educação e geração de trabalho e renda, na perspectiva de fortalecimento das políticas
públicas. “Essa estratégia é construída em conjunto e a partir de uma visão
compartilhada com o governo, empresas e organizações da sociedade civil”, conforme
demonstra o organograma abaixo13:
13
Disponível em: http://www.fundacaovale.org/pt-BR/a-fundacao-vale/sobre-a-fundacao-vale/Paginas/default.aspx , Relatório de
Atividades 2012 e 2013 p.8 e p.11, acesso em 22 de março de 2015.
41
São vários os projetos desenvolvidos a partir de cada um dos três pilares: saúde,
educação e geração de trabalho e renda. No eixo da saúde, as ações têm caráter
preventivo e estão organizadas nas frentes Promoção da Saúde da Criança, Ações
Educativas em Saúde e Prêmio Reconhecer, priorizando as crianças de faixa etária de 0
a 10 anos (FUNDAÇÃO VALE, 2013). No eixo da geração de trabalho e renda, o foco é
o empreendedorismo local, apoio à agricultura familiar e a projetos organizados por
42
capital” (LEHER, 2014, p. 71). Mais ainda, veem nela a possibilidade de inculcar
normas, valores e atitudes condizentes ao seu projeto, como ela mesma faz referência
em seus documentos, conforme demonstra o quadro de figuras abaixo que retrata uma
das ações verde-amarela da Vale, realizada na comunidade Presa de Porco, em
Buriticupu – MA.
gestores e técnicos das secretarias municipais de educação que vão atuar no primeiro
ciclo do Ensino Fundamental e na EJA, tentando formar os sujeitos para atuarem de
acordo com sua concepção de educação.
O projeto Escola que Vale pode ser considerado um dos mais importantes no
campo educacional, tendo em vista seu objeto primordial que é a formação de
professores do Ensino Fundamental. Os idealizadores do programa partem da premissa
de que os professores precisam aprimorar a prática pedagógica de forma que esta venha
a beneficiar a aprendizagem dos alunos dos conteúdos escolares, do convívio
democrático e do conhecimento do mundo em que vivem, promovendo uma educação
de qualidade. Os mesmos são treinados para trabalhar leitura, escrita e comunicação oral
com foco na formação da cidadania.
OU
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OU
Nosso intento foi uma leitura mínima da estratégia da Vale, via Fundação Vale,
mapeando as ações da educação desenvolvidas nesse período no estado do Maranhão,
embora tenhamos clareza de que a estratégia é a mesma para todos os territórios, a partir
de um diagnóstico que é feito sobre a realidade socioeconômica de cada município por
onde passa a empresa. Além dos Relatórios de Atividades da Fundação dos anos de
2012 e 2013, trabalhamos com o diagnóstico de cada município e de um diagnóstico
completo da Estrada de Ferro Carajás, denominado Um olhar sobre a Estrada de Ferro
Carajás, todos disponíveis no site da Fundação.
Este diagnóstico foi possível não somente a partir do estudo científico realizado
sobre a região, mas, sobretudo, por um importante instrumento, a Voz do território, pelo
qual a Fundação foi até as comunidades, realizou trabalho de campo e ouviu dos
sujeitos sua percepção acerca da realidade em que vivem. Esse, para a Coordenadora,
foi “o principal tempero” para conhecer a realidade do território (FUNDAÇÃO VALE,
2006, p.7).
O município de Bom Jesus das Selvas foi emancipado de Santa Luzia, em 1994,
e em 2006 a população era de 19.578 habitantes, conforme estimativa do IBGE. É o
segundo maior produtor de carvão vegetal do Maranhão, abastecendo as siderúrgicas de
Açailândia. A EFC percorre o município com 49,2 km de trilhos e tem uma parada na
Comunidade Nova Vida, a 5 km da sede. O rendimento médio mensal da população
ocupada é de R$ 226,80. No que se refere à educação, segundo os dados do IBGE e da
prefeitura, em 2004, o município tinha 5.595 matrículas no Ensino Fundamental; 708 no
Ensino Médio e na Educação Infantil tinha pelo município 7.288. A taxa de
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analfabetismo caiu de 64,8%, em 1991, para 39,9, em 2001 (FUNDAÇÃO VALE, s.d.
p.2-5).
O município de Alto Alegre do Pindaré sedia três paradas do trem nos povoados
Auzilândia, Mineirinho e Altamira e o relatório considera que a ferrovia tem grande
importância socioeconômica para os mesmos, devido à venda de “pequenas refeições”,
fonte de renda para as famílias. São 89,6 km ocupados pelos trilhos da EFC. O
rendimento médio da população ocupada do município foi de R$ 230,30, em 2000. É
considerado o maior produtor de mandioca do estado e produz melancia, banana, arroz,
milho, feijão, cana de açúcar e caju. No que se refere à educação, é ofertada pela rede
municipal e estadual, do ensino infantil ao médio, sendo a prioridade o Ensino
Fundamental. Eram mais de 75 escolas até 2004, sendo a maioria municipal, com 8.130
matrículas no Ensino Fundamental e 295 professores; Ensino Pré-escolar com 1.459
matrículas e 63 professores; Ensino Médio apenas 1.108 matrículas e 62 professores. No
que se refere à EJA, em 2005, existiam 2.093 alunos matriculados nas escolas
municipais. A taxa de analfabetismo, embora tenha caído de 67,3% em 1991, para
46,3% em 2000, ainda está muito acima da média do Maranhão (27,1%) (FUNDAÇÃO
VALE, s.d. p.2-5).
Porém, nosso olhar deve se voltar mais para as ações da educação, considerando
nosso objeto. Assim, dentre os dados relacionados à educação, nos chamou a atenção o
elevado índice de analfabetismo, pois, exceto em São Luís, todos os demais municípios
estão acima da média do Estado (27,1%) e muito acima dos do país (13,3%). A ação da
Fundação resultante desse diagnóstico foi a Educação de Jovens e Adultos
Profissionalizante (EJA Pro) nestes municípios, parte do Programa Integrado de Apoio
à Educação Básica, conforme mencionamos acima. Em Alto Alegre do Pindaré/MA a
ação foi desenvolvida em seis escolas, a maioria no meio rural, abrangendo 96 alunos.
Atentemos para os parceiros responsáveis pelo Programa: Comunidade Educativa –
CEDAC14, Alfasol15, Prefeituras e Secretarias Municipais de Educação dos cinco
14
Inicialmente com o nome de CEDAC - Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária, a
instituição começou a trabalhar pela educação pública em 1997 formando professores do Ensino
Fundamental I de Língua Portuguesa, Em 2010, o CEDAC passa a se chamar Comunidade Educativa
CEDAC, e tem atuação em todas as regiões do País e atua nos segmentos da Educação Infantil e do
Ensino Fundamental I e II, nas áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Educação Ambiental, Artes
Visuais, Gestão Escolar e Gestão Educacional, com projetos locais e regionais (Arranjos de
Desenvolvimento da Educação), envolvendo ações presenciais e a distância.
15
A Alfabetização Solidária (AlfaSol) é uma entidade da sociedade civil criada em 1996 com a missão
de disseminar e fortalecer o desenvolvimento social por meio de práticas educativas sustentáveis. Com
um modelo simples de alfabetização inicial, inovador e de baixo custo, baseado no sistema de parcerias
com os diversos setores da sociedade a Organização trabalha pela redução dos altos índices de
analfabetismo no país. Fonte http://www.alfabetizacao.org.br/site/alfasol.asp. Acesso em: 21 maio 2015.
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Não tivemos como quantificar o resultado das ações em cada município, pois os
Relatórios apresentam os resultados das ações realizadas em todos os estados onde a
Vale atua: Pará, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Portanto, não temos dados
suficientes para uma análise mais específica e completa da atuação da Fundação Vale no
MA, o que só seria possível através da pesquisa de campo, ficando como uma questão
para a continuidade da pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Disponível em: www.bresserpereira.org.br/Documents/MARE/PlanoDiretor. P. 60
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REFERÊNCIAS
COUTINHO, Carlos Nelson. A democracia na batalha das ideias e nas lutas políticas do
Brasil de hoje. In: FÁVERO, Osmar; e SEMERARO, Giovanni. Democracia e
construção do público no pensamento educacional brasileiro. Petrópolis, RJ: Vozes,
2002.
_____. (Org.). O leitor de Gramsci, Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 2011. –
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FUNDAÇÃO VALE. Um olhar sobre São Pedro da Água Branca: diagnóstico sócio-
econômico. S/d Disponível em: http://www.fundacaovale.org/. Acesso em: 29/03/ mar.
2015.
_____. Um olhar sobre Bom Jesus das Selvas: diagnóstico sócio-econômico. S/d
Diagnóstico Sócio Econômico. Disponível em: http://www.fundacaovale.org/. Acesso
em: 29 mar. 2015.
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et.al (Org.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo, Escola
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NETTO, José Paulo. (orgOrg.) O leitor de Marx. Rio de Janeiro, RJ: Civilização
Brasileira, 2012.
RIBEIRO, Júnior JR, José Arnaldo dos Santos. O discurso de responsabilidade sócio
ambiental, empregado pela Vale no período pós-privatização (1997-2010) em São
Luis – MA. Monografia (Curso de Geografia) Universidade Federal do Maranhão,
São Luis, 2011.