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Leia agora dois poemas de Vinicius de Moraes: “A rosa de Hiroshima”, publicado no livro Antologia

poética (1954), e “Soneto da fidelidade”, que faz parte de Poemas, sonetos e baladas (1946).
SONETO DE FIDELIDADE A ROSA DE HIROXIMA
São Paulo, 1946 Rio de Janeiro, 1954
De tudo, ao meu amor serei atento Pensem nas crianças
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Mudas telepáticas
Que mesmo em face do maior encanto Pensem nas meninas
Dele se encante mais meu pensamento. Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Quero vivê-lo em cada vão momento Rotas alteradas
E em louvor hei de espalhar meu canto Pensem nas feridas
E rir meu riso e derramar meu pranto Como rosas cálidas
Ao seu pesar ou seu contentamento. Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
E assim, quando mais tarde me procure Da rosa de Hiroxima
Quem sabe a morte, angústia de quem vive A rosa hereditária
Quem sabe a solidão, fim de quem ama A rosa radioativa
Estúpida e inválida
Eu possa me dizer do amor (que tive): A rosa com cirrose
Que não seja imortal, posto que é chama A antirrosa atômica
Mas que seja infinito enquanto dure. Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
MORAES, Vinicius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 2004. p. 405.

01 - O texto remete ao ataque nuclear dos Estados Unidos sobre as cidades japonesas de
Hiroxima e Nagasaki, em, no final da Segunda Guerra Mundial.

a) Que metáfora é cri ada no poema para representar a famosa imagem do “cogumelo de
fumaça”, surgido da explosão da bomba atômica?
b) Com essa metáfora, o eu lírico chama a atenção para qual aspecto da guerra? Explique.

02 - O último verso do “Soneto de fidelidade” apresenta um paradoxo sobre o amor.

a) Que paradoxo é esse?


b) Como é possível interpretar essa aparente contradição?

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