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História dos Batistas Nacionais

Talvez, o título História dos Batistas Nacionais seja pretencioso demais. Considero este
trabalho, entretanto, uma tentativa, um esforço, uma demonstração de boa vontade. O leitor
paciente e tolerante o verá.

Causas Remotas

Indo uma pessoa é convertida, passa a ter o Espírito Santo habitando no seu coração como
lemos em I Co 3.16. É o que se chama "O Espírito Residente." Precisa, a partir daí, do
"Espírito Presidente” que vem a ser o Batismo no Espírito Santo. Alguns pioneiros da Obra
Batista no Brasil eram homens cheios dos Espírito Santo. Destacarei três:

Salomão Luiz Ginsburg

Judeu polonês, convertido a Cristo em Londres. Veio ao Brasil via Estados Unidos. Viveu
aqui muitos anos e realizou entre nós gigantesco trabalho. Está sepultado no cemitério do
Redentor ou dos protestantes na cidade de São Paulo.

Inteiramo-nos desta verdade através de seus hinos; letra original ou traduzida, não importa,
mas falam dessa abundância espiritual. Um deles é o de número 161 do Cantor Cristão. E,
também o 168, 171, 176 e naturalmente muitos outros. Impossível um coração vazio do
Espírito do Senhor escrever tal letra ungida e poderosa.

William Edwin Entzminger

Curado milagrosamente de lepra, quando não havia para esse mal, os medicamentos
modernos. Liberto do mal hanseniano pelo poder do Espírito. E foi nesse período de
enfermidade que viveu a experiência gloriosa do Batismo no Espírito Santo.

No seu tempo, não se discutia, como hoje, o poder do Espírito Santo que chamamos
Batismo no Espírito Santo.

Nem tanto nos 73 hinos de sua autoria; mas, principalmente, no seu livro "O Poder do Alto" -
publicado pela JUERP em repetidas edições; derrama a abundância desse poder em suas
profundas e maravilhosas experiências, razão por que a Obra Batista do alvorecer cresceu
com tanto vigor. O segredo era o poder do Espírito Santo.

Otis Pendleton Maddox

Conheci este varão de Deus e com ele convivi alguns anos. Considero-o o "Apóstolo de
Minas". Pregava com lágrimas no poder e na unção do Espírito Santo. Suas mensagens
eram poderosas e cheias de compaixão, pelas almas. Somente um coração cheio do
Espírito Santo podia viver e trabalhar como Maddox o fez. E foi um dos incentivadores do
fogo que ardeu no coração de Rosalee M. Appleby, uma das primeiras a viver a obra no
poder do Espírito Santo no Brasil.

Estas foram as primeiras estacas que Deus firmou e, sobre as quais, o Espírito Santo, mais
tarde, acenderia o fogo do céu, como acendeu e ainda arde em vidas e igrejas na Pátria
Brasileira.

1
Causas Próximas

1 - Com a primeira fagulha, Deus acendeu o fogo do poder do Espírito no coração de D.


Rosalee Mills Appleby. Veio para o Brasil, jovem e recém-casada com o missionário norte-
americano David Appleby. Rosalee nasceu em 1895. Residindo o casal em Belo Horizonte,
Rosalee espera o seu primogênito; aliás, o único filho.

Era o ano de 1924. David filho nascia e David pai morria num hospital em Belo Horizonte. E
este, antes de morrer, mandou dizer a esposa: "Faça o meu trabalho e o seu ..." 1 E com esse
trágico acontecimento, Deus começou a obra de avivamento espiritual no Brasil.
Recomendamos a leitura da biografia de Rosalee Mills \Appleby, escrita por Stela Câmara
Dubois e publicada por Enéas Tognini.

2 - E "o fogo arde". Em 1930, visitou O Brasil um norte-americano metodista chamado


George W. Ridout. Pregou em muitas igrejas, em diversos Estados de nossa Pátria. Ao sair
do Brasil, deixou um livro que foi traduzido por Carlos Godinho com o nome "Poder do
Espírito Santo". A primeira edição saiu em 1933, pela Imprensa Metodista. Em 1973, a
pedido do pastor Antônio Abuchaim, saiu a segunda edição que ainda circula, também da
Imprensa Metodista.

3 - Vinte anos mais tarde, em sucessivas visitas, veio ao Brasil o avivalista escocês J. Edwin
Orr. Pregou abertamente em igrejas de diversas denominações sobre o Batismo no Espírito
Santo, como bênção distinta do novo nascimento. Suas mensagens causaram profundo
impacto no seio das igrejas evangélicas tradicionais. Também deixou um livro intitulado
"Plena Submissão", traduzido por Rodolfo Anders e publicado pela Confederação Evangélica
do Brasil, em 1952.

4 - No ano em que "Plena Submissão" circulava (1952), visitou o Brasil um pastor norte-
americano Boatrigth. Sendo pentecostal, pregou em diversas denominações; mas,
principalmente, entre os Presbiterianos Independentes. Sua mensagem versou sobre o
Batismo no Espírito Santo e dons espirituais. Maravilhas e prodígio. O Espírito Santo operou
por meio de Boatrigth. Como resultado do trabalho deste servo, diversas igrejas repontaram
no poder do Espírito Santo, tais como Cruzada Nacional de Evangelização, a Igreja
Evangélica de Cambuci, a Igreja Pentecostal da Bíblia, a Igreja do Espírito Santo, o
Avivamento Bíblico e outras.

5 - Em 1958 e 1960, visitou o Brasil, o inglês Roy Hession. Talvez, nem tanto sua palavra
viva; mas, seus livros: "Senda do Calvário" e "Queremos ver a Jesus" acenderam, ainda
mais, o fogo do Espírito Santo que já ardia em grande número de igrejas históricas. E, aos
poucos, o fogo do Espírito incendiou pastores e igrejas.

6 - O movimento do Espírito, dirigido por Boatright, gerou igrejas pentecostais e não


conseguiram incendiar as igrejas tradicionais, que eram as que necessitavam do poder do
Espírito Santo.

Todos estes movimentos não teriam sido respostas às orações de D.


Rosalee? Uma peculiaridade vemos nesses movimentos: uma pessoa ou
um grupo de pessoas eram batizadas no Espírito Santo e bandeavam para
as fileiras pentecostais, onde eram absorvidas por essas denominações
com suas características próprias.
D Rosalee M. Appleby
1
Biografia de Rosalee M. Appleby, escrita por Stela Dubois, já publicada em 1991.

2
Eram confinadas nesses limites e tinham portas fechadas nas denominações de origem. E
as igrejas históricas ficavam sem o poder do Espírito Santo.

D. Rosalee sentiu grande responsabilidade de um avivamento que viesse incendiar, com o


fogo do céu, as igrejas históricas. D. Rosalee era batista e nunca foi abalada em suas
convicções denominacionais. Cria que um batista, um presbiteriano, um metodista,
congregacional ou luterano avivado deveria permanecer em sua igreja e aquecer o seu
"povo". D. Rosalee pregava muito nas igrejas; principalmente, entre os jovens - onde era
muito querida.

Mas, o trabalho mais importante dela foi no campo da literatura. Seus folhetos, sob o tema
geral de "Vida Vitoriosa", bombardeavam, quase cada mês, os lares dos pastores. Esses fo -
lhetos prepararam o terreno para a semente do Espírito Santo. E germinaram e ainda estão
vivos nas lindas edições de "Folhetos de Poder", divulgados por Achilles Barbosa Júnior; e,
agora, por sua viúva Myriann J. Barbosa. Sustentaram as mãos de D. Rosalee, nessa
sementeira maravilhosa: Pastor Achilles Barbosa, já na glória do Senhor e D. Stela Câmara
Dubois, também, na glória. Mas, as obras traduzidas continuam incendiando o Brasil; e as
orações de D. Rosalee respondidas.

Deus, em 1954 e 1958, batizou no Espírito dos homens, que eram líderes nas fileiras
batistas: José Rego do Nascimento e Enéas Tognini. José Rego, cerca de quatro anos
antes. E este homem começou a pregar com poder que abalava. Como uma tempestade,
soprou nos arraiais batistas e derrubou muitos "cedros do Líbano". As experiências, vividas
por este servo de Deus, carecem de um grosso volume para ser narradas.

Em 1958, Enéas Tognini foi batizado com o Espírito Santo, depois de ouvir as poderosas
mensagens de D. Rosalee e Pastor Rego. Deus retirou, temporariamente, Pastor Rego da
linha de frente do campo de batalha. O "porquê" só a eternidade poderá revelar. E Enéas
Tognini foi usado para continuar o trabalho de avivamento entre os Batistas e incendiar as
fileiras dos Presbiterianos Independentes, Metodistas e Congregacionais.

Em três direções, tem ido o trabalho deste servo: 1) Palavra pregada; 2) Palavra escrita e 3)
Palavra gravada. Tognini tem cerca de 30 livros de avivamento e 12 LPs de mensagens.
Durante 18 anos viajou pelo Brasil em campanhas. D. Rosalee voltou em 1960, aposentada
para os Estados Unidos e incumbiu ao Pastor Enéas Tognini continuar o movimento de
literatura. E, quando fui batizado no Espírito Santo, foi-me revelado que cada crente que
recebesse o poder do Espírito, permanecesse na sua denominação e que evitássemos
barulho demasiado e inútil em nossos trabalhos.

Renovação Espiritual nasceu no coração de D. Rosalee, do Pastor Rego do Nascimento e


no meu. Depois, o fogo, na misericórdia de Deus, se alastrou para outras vidas, para outras
igrejas e para outras denominações. E para que Deus ateou o fogo de Renovação
Espiritual? Para formar uma nova frente no evangelismo? Para criar mais uma
denominação? Para formar uma super igreja, uma superestrutura com um papa
renovacionista à frente? Para acabar com as igrejas existentes e com as atuais
denominações?

Não, não! ... Renovação Espiritual, como a palavra bem o expressa, é aproveitar o que
existe. José Rego do Nascimento gritou muitas vezes dos púlpitos: "Renovação Espiritual é
uma mensagem bíblica no poder do Espírito, para sacudir as igrejas que existem, mas que
dormem embaladas pelo comodismo e pela inatividade."

3
Quando esta mensagem começou a entrar nas igrejas históricas, entrou bem.
Correspondendo exatamente ao anseio do nosso povo. Era resposta divina de orações que
os servos do Senhor fizeram de joelhos, ou com o rosto em terra e com lágrimas. Dezenas
de pastores confessaram pecados encobertos há muitos anos; pecados grosseiros alguns,
suaves outros; mas, sempre encobertos e o suficiente para impedir a caudal de graça que
Deus mandava dos céus. Igrejas se despertaram e começaram a viver no poder do Espírito
e a experimentar vitórias retumbantes no Senhor. Almas se converteram e o Reino cresceu.
Mas, foi aí que o diabo entrou furioso para destruir. Antes, porém, dividiu. O jogo do inimigo
era dividir. Quando o adversário investiu, deveríamos ver, nessa reação, prova real de que o
Espírito de Deus operava.

O diabo não ataca moinhos de vento. Ataca onde há resistência. Quando Jesus começou
seu ministério terreno, o adversário rapou o inferno para fazer frente à obra do Filho de
Deus. O mesmo aconteceu com os apóstolos, quando pregaram no poder do Espírito. E nos
grandes avivamentos da história, sempre o diabo procedeu assim. E, em nós, não seria
diferente. Os opositores da obra do Espírito não se aperceberam que estavam atacando os
seus irmãos, movidos pelo inimigo, como Pedro o fez com Jesus, nas paragens do Hermom;
e nem nós pudemos perceber a manobra do Diabo que usava nossos irmãos contra nós.
Ficamos tristes, abatidos, e até com algumas reações não muito de amor.

O diabo conseguiu dividir a unidade batista, o mesmo acontecendo depois com outras
denominações históricas. Fomos obrigados, pelas circunstâncias, a organizar a Convenção
Batista Nacional. Da mesma forma, a Igreja Metodista Wesleyana, a Cristã Presbiteriana, a
Aliança Congregacional, a Presbiteriana Independente Renovada. Esta e a Cristã
Presbiteriana se uniram sob a bandeira de Presbiteriana Renovada.

E o Avivamento Chegou

Um avivamento genuinamente do Espírito era aspiração de denominações, de igrejas e de


crentes em geral. Os jornais das diversas denominações evangélicas expressaram esse
desejo sincero do coração, por melo de artigos, assinados por pastores e líderes
evangélicos do Brasil.2

E, da teoria, passou-se à prática. Ao lado de Rosalee Apple, Deus colocou José Rego do
Nascimento. E O movimento teve um nome - e chamou-se Renovação Espiritual.

E de onde veio o nome Renovação Espiritual? Humberto Viegas Fernandes afirma: "Esta
senhora (D. Rosalee Appleby) abriu e dirigiu em Belo Horizonte, um programa radiofônico de
difusão evangélica, intitulado "Renovação Espiritual", que permaneceu sob sua sábia
direção por muitos anos. Tivemos o privilégio de pregar nesse programa quando do nosso
primeiro ano de estudos teológicos, em 1956 a seu convite .... Ao cair gravemente enferma,
e ter, por este motivo que voltar aos Estados Unidos, transferiu; seu programa radiofônico ao
Pastor José Rego do Nascimento, já então pastor da Igreja Batista da Lagoinha em Belo
Horizonte."3

A verdade, entretanto, não é essa. Conversei com o Pastor Rego sobre a origem do nome
Renovação Espiritual. Foi assim: As emissoras de rádio em Belo Horizonte estavam

2
De 1950 a 1964, o Jornal Batista, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, publicou inúmeros artigos e até algumas
séries minhas. A Igreja Missionária do Paraná, manteve por alguns anos, uma revista dedicada inteiramente à obra
poderosa do Espírito, intitulada: "Reavivamento", dirigida por Cremilda Moreira.
3
Livro de Humberto Viegas e intitulado "Renovação Espiritual no Brasil" e subtítulo: "Erros e Verdades". O cochilo deve ser
atribuído a um dos muitos erros.
4
fechadas à programação evangélica. Rego orou, e Deus abriu-lhe uma porta na Rádio
Guarani. Rego foi, depois de assinado o contrato, e comunicou o fato a D. Rosalee; e ela lhe
disse: "O nome do programa será Renovação Espiritual".

E, assim, aconteceu. E era o ano de 1958. Mas, para maior certeza, escrevi a D. Rosalee
sobre o assunto. E ela me respondeu: 4 "Sobre se tive algum dia o programa de rádio em
Belo Horizonte, digo: Não ... não ... não ... Nunca tive programas de rádio. Poucos meses
após o Pastor Rego ter chegado a Belo Horizonte, começou um programa de rádio, cujo
nome foi Renovação Espiritual. Minha chamada divina foi mais para escrever do que falar".

Isso prova que o nome Renovação Espiritual já existia antes de 1958 e foi dado ao programa
radiofônico do Pastor José Rego, como foi dado a editoras e outros programas de rádio e
TV. E D. Rosalee nunca abjurou Renovação Espiritual. Nasceu com ela e continua.

A minha volumosa correspondência epistolar com D. Rosalee prova sua firmeza nas fileiras
de Renovação Espiritual. Seus conselhos serenos e seguros têm ajudado decisivamente a
obra de Renovação Espiritual no Brasil. Essa é a verdade sobre o nome Renovação
Espiritual.

Em 16 de agosto de 1958, Enéas Tognini foi poderosamente batizado no Espírito Santo por
instrumentalidade de D. Rosalee e Pastor Rego do Nascimento.

No prefácio à primeira edição do livro Batismo no Espírito Santo de Enéas Tognini, D.


Rosalee escreveu:

"Creio que Deus pôs sua mão sobre o autor deste livro para uma obra especial na vivificação da
Pátria Brasileira. Aquele que interrompeu a viagem de Paulo no caminho de Damasco, quebrando
o seu coração, transformando seu ódio em amor, seu orgulho em humildade, sua rebeldia em
obediência, seu ritualismo em vida nova, poder e abnegação, o encontrou também; sim, o mesmo
Cristo o encontrou, preparando-o para esta obra.

"É um milagre do século vinte. E prova de que o Espírito do Deus vivo está operando em nosso
meio, equipando seus instrumentos "para coisas grandes e firmes': que não sabemos agora.

As gerações futuras hão de compreender melhor a significação deste acontecimento e o valor de


sua vida para o presente."

De 17 para 18 de outubro de 1958, o Pastor Rego Nascimento foi o pregador da Semana de


Renovação no Seminário Batista do Sul. Voltou dos trabalhos noturnos de uma Igreja Batista
do Rio. Chegou ao Seminário Batista do Sul, onde estava hospedado, cansado e com muito
calor. Um grupo de seminaristas o aguardava. E levaram Rego para a Biblioteca do
Seminário para uma vigília de oração. Tudo inesperado. Nada programado. E, agora, com a
palavra José Rego do Nascimentos:5

BeIo Horizonte, 22 de outubro de 1958.


Amado irmão Enéas
Saudações no Senhor Jesus
Isaías 43.19

"Escrevo-lhe, meu irmão, para informá-lo de que alguma coisa gloriosa está acontecendo
4
Carta do arquivo do autor
5
Carta de Rego a Tognini do arquivo do autor.

5
em nossa Pátria. Estou voltando do Seminário do Sul, no Rio, depois de uma semana de
trabalhos especiais com os seminaristas, a convite do grêmio, onde estudamos a doutrina
do Espirito Santo.

Na sexta-feira pela manhã, o Senhor nos visitou com grande poder, levando ao altar quase
todos os seminaristas. Na noite de dia seguinte, cerca de 50 seminaristas se reuniram na
biblioteca para uma reunião de oração. Depois do cântico de alguns hinos, foi lido um trecho
da Bíblia e começamos a orar. 1õdos se mostravam submissos e desejosos de Deus. Por
volta da quarta oração, aconteceu pentecostes.

O Espírito caiu sobre a casa, possuindo a muitos. Alguns seminaristas se deixaram cair no
chão, outros por sobre as mesas, outros se levantaram e muitos confessavam pecados em
voz alta, ouvindo-se gemidos e sons de choro incontido.

Atordoado pela surpresa do acontecido, levantei-me dos meus joelhos e pensei fechar os
basculantes da sala - tomar qualquer medida que evitasse que o barulho chegasse até as
casas vizinhas.

Mas, logo senti-me repreendido pelo Espírito e deixei-me ficar no meu lugar; e entrando, eu
mesmo, a participai da reunião.

Que experiência, Enéas! .... Quando pedi que todos se levantassem, encerrando o período
de oração, os seminaristas se abraçam, possuídos de grande emoção, os rostos molhados
de lágrimas, Era cerca de 1:30 da manhã, e fora tudo como se apenas cinco minutos se
tivessem passados.

Voltamos a louvar o Senhor, iniciando com o cântico do hino "Chuvas de bênçãos” Todos
cantavam num clima de muita alegria e vibração. Findo o período de cânticos, começaram a
pedir a palavra - ora um, ora outro; e as confissões mais inesperadas e confissões mais
tocantes tiveram lugar.

Em seguida, voltamos a orar. Recomeçou a visitação do Espírito. Muitos sentiam-se cheios


de poder do Espírito, c com taI intensidade que alguns pediam ao Senhor que parasse a
visitação - o Batismo do Espírito. Alguns podiam conter a emoção e andavam pelo salão
rindo livremente.

Que espetáculo, Enéas! .... Assim como um banquete do céu na terra - o mosto do céu! a
Apóstolo tem razão: "Enchei-vos do Espírito!". Um dos seminaristas teve uma visão de
Jesus, na glória. Agarrava-se a mim, enquanto dizia: "Estou vendo o Amado Salvador, não
quero abrir os olhos, Pastor!"

Quando terminaram as orações, era cerca de quatro horas da manhã. Passou o tempo
como um sopro. Fomos para a capela do seminário, onde encerramos os trabalhos da
semana.

Meu amado irmão, maravilhas ainda estão por vir. Já estávamos no domingo. Naquela
manhã fui pregar na Igreja de Táuá, na Ilha do governador, que o Pastor João Figueiredo
pastoreava.

O Pastor Figueiredo assistira a reunião do Seminário e fizera a entrega de sua vida a Deus.
Depois da mensagem, onde senti a poderosa unção do Senhor, pedi que todos se
levantassem para orar. Por volta da quarta oração, o Espírito de deus desceu li sobre a
6
casa, igual como no Seminário, e logo almas furam atiradas diante do altar, aos gritos e
soluços, confessando os pecados. Homens, mulheres, velhos e crianças, quebrantados ante
a presença terrível do Senhor.

O Pastor correu até ao púlpito ao meu lado, trêmulo de emoção e poder. Eu disse-lhe:
“Toma conta da tua Igreja, irmão, pois acaba de receberes o teu pentecostes e eu ainda
preciso pregar em Zumbi".

O carro já me esperava na porta. Quando saí pela porta dos fundos, um homem veio ao
meu encontro de braços abertos, e agarrou-me, aos soluços, marcado pela angústia. Era,
creio, um diácono da igreja.

Cheguei ao carro, e uma senhora, de boa presença, tendo uma criança na mão, veio ao
meu encontro dizendo: "Senhor, nunca vi coisa igual. É a primeira vez que entro numa igreja
protestante. Sinto-me transformada." Chamei um moço que passou assisti-la.

O Pastor Figueiredo, cheio de puder, naquele mesmo dia foi à sua igreja, em Mesquita, uma
igreja de pobres operários. Quando lá chegou, contou das maravilhas que o Senhor operara,
e o Espírito desceu sobre todos, idêntico às vezes anteriores, e quebrantou a igreja.

Enéas, para mim foi tudo muito inesperado. Podemos proclamar: começou o avivamento em
nossa Pátria. A reação já se faz sentir. Um professor do Seminário já culpou o reitor por ter
aberto as portas do Seminário a um "herético. "As discussões já começam a surgir. O
sentimentalismo, a emoção barata, tem sido chamado para justificar o ocorrido. Aqueles
seminaristas eram antes racionais que simplórios; e o mesmo que aconteceu com eles,
aconteceu com os humildes irmãos de Tauá e ainda melhor, de Mesquita.

Enéas, Deus continua quebrantando pastores. Três estão nas mãos do Espírito. Em Maceió.
Em São Paulo também. Meu amado irmão, espero tanto na sua influência e decisão nesta
hora. Um seminarista, ovelha sua, falou-me do irmão com tanto amor e gratidão. Disse-me
que o seu Pastor é outro homem. Falou-me de um seu sermão sobre 2 Crônicas 7: 74

Enéas, estamos prontos para o martírio nesta hora desafiante? Será que teremos forças
para sermos dignos? O irmão pode usar esta carta como desejar. Escrevo livremente - de
coração para coração. Espero em novembro estar com o irmão e conversaremos sobre o
trabalho.

Com o abraço do conservo em Cristo,


José Rego do Nascimento

A Reação Começou

A primeira palavra de Protesto contra a manifestação do Espírito, na Biblioteca do Seminário


do Sul, veio do Df. A. Ben Oliver, então reitor da instituição. 6

6
Longo e impiedoso artigo no Jornal Batista de 11/12/58, intitulado de "Pentecoste e Pentecostismo", quase uma página
inteira do referido órgão. De pouco valor histórico, deixo de reproduzi-lo - muito personalista.
7
Antes, porém, no Jornal Batista de 27/ 1l/58, o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil
fez a seguinte "Declaração":

Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil

Declaração

Com o objetivo de esclarecer os Pastores e as Igrejas sobre a posição da Administração e


do Corpo Docente, com respeito aos acontecimentos recém verificados no Seminário,
decidiu o Corpo Docente, em reunião de 13 de novembro de 1958, fazer publicar a presente
declaração:

“Por iniciativa do Corpo Discente, com a aquiescência da Direção do Seminário, foi


convidado determinado Pastor 7 para dirigir reuniões de oração e fazer preleções aos
alunos.

No dia 17 de outubro, alguns alunos promoveram uma reunião adicional com o Pastor
visitante. Essa reunião, que durou a noite inteira, se verificou sem o consentimento prévio e
autorização da Administração do Seminário.

Desenrolaram-se, nessa ocasião, algumas ocorrências caracterizadas por extremado


emocionalismo e excessos perturbadores, sobre os quais a Administração e Professores
vêm sendo arguidos por terceiros.

Considerando também que o Seminário tem sido citado algures em reuniões onde
ocorrências semelhantes se têm reproduzido, a Administração e o Corpo Docente vêm a
público declarar que desaprovam os aspectos supra referidos da citada reunião, e
encarecem a necessidade de se distinguir entre a verdadeira espiritualidade e os excessos
de em ocionalismo, que são desvirtuamentos perigosos contra os quais devemos nos
acautelar.

Mas; o protesto contra Rego do Nascimento não se circunscreveu à Administração e Corpo


Docente do referido Seminário. Chegou até a frente Administrativa que, com veemência,
protestou contra a reunião na Biblioteca do Seminário, de 17/10/58, assinada por 12
membros. Eis a íntegra:

Junta Administrativa - Declaração

Junta Administrativa
Do Seminário Teológico Batista Do Sul do Brasil
Declaração

Ajunta do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, em reunião plenária, realizada em 19


de dezembro passado, estando presentes 12 dos seus 15 membros, tomou conhecimento
da declaração publicada pela Administração e o Corpo Docente dessa Instituição, na página
7 de "O Jornal Batista" de 27 de novembro, e resolveu, por unanimidade:

1). Aprovar a referida declaração, necessária e oportuna em face dos desagradáveis fatos
ocorridos no próprio Seminário e em Igrejas vizinhas, naqueles mesmos dias.

7
Não tiveram coragem de declinar o nome de Rego do Nascimento.

8
2). Dirigir um apelo urgente às Igrejas Batistas do Brasil, no sentido de se-acautelarem e
estar em alerta contra qualquer desvirtuamento da gloriosa doutrina do Espírito Santo;
desvirtuamento que pode degenerar-se, como já vem acontecendo, em excessos de
emocionalismo, de consequências imprevisíveis, ocasionando dúvidas e confusão no seio
das igrejas, podendo até provocar cisão em nossa querida Denominação, de que ro gamos
ao Senhor que nos livre e guarde.

3). A junta lamenta a atitude tomada pelo Pastor José Rego do Nascimento, levando a efeito
tais reuniões; principalmente, a que se realizou na Biblioteca do Seminário, sem prévio
acordo com o irmão Reitor, que foi surpreendido em altas horas da noite pelos estranhos
acontecimentos que se passavam naquele recinto. Lamenta e desaprova essa atitude do
referido irmão, admitindo, embora, sua sinceridade e boas intenções.

A junta do Seminário roga ao Senhor que oriente os irmãos envolvidos nesses


acontecimentos, a fim de que reflitam a tempo e evitem desvirtuamentos e exageros, pois os
exageros e desvirtuamentos de uma boa doutrina são sempre perigosos e funestos.

Pela junta, Almir S. Gonçalves, Presidente


Moysés Silveira,
1º Secretário

A Tempo: Estavam presentes à reunião, e concordaram que se publicasse a presente


Declaração, os seguintes membros da Junta: John L. Riffey, Samuel de Souza, Moysés
Silveira, Nathan Lopes da Silva, Ernani de Souza Freitas, Joaquim José da Silva, M.
Tertuliano Cerqueira, Jayme Lunsford, Almir S. Gonçalves, João Emílio Henck, Pedro Gomes
de Melo e J. J. Cowsert.

Operação Cadeado

Em 1956 a 1957, José Rego do Nascimento deixou a Primeira Igreja Batista de Vitória da
Conquista, na Bahia, e se transferiu para Belo Horizonte definitivamente, a convite de uma
Igreja recém-organizada e referendada pela Liderança Batista do Estado, que passou a
chamar-se Igreja Batista da Lagoinha. Alugaram um imóvel para funcionar a novel Igreja. O
contrato deste imóvel, posto que a Igreja não tinha estatutos registrados, ficou em nome de
Rui Brasileiro do Vale. Após os protestos de alguns líderes batistas contra a reunião de
17/10/58 no Seminário do Sul, um grupo da Igreja de Lagoinha se levantou contra o pastor,
que era Rego do Nascimento, e publicou a seguinte declaração, intitulada "Manifesto da
Minoria" e é como segue:

Igreja Batista da Lagoinha

Manifesto da Minoria

Henrique Blanco de Oliveira, Tasso Brasileiro do Vale e Rui Brasileiro do Vale, em nome da
minoria fiel da Igreja Batista da Lagoinha, declaram que:
9
Negam-se a dar validade a quaisquer atos praticados ou que venham a ser praticados pela
dissidência da Igreja Batista da Lagoinha;

Não reconhecem procedente o movimento pró ''Igreja Batista Pentecoste”: que está sendo
articulado nesta cidade pelo pastor José Rego do Nascimento;

Repudiam as ideias pentecostais (segunda experiência, línguas estranhas e confusão nas


reuniões) ultimamente praticadas e justificadas pelo "profeta" da nova seita (1 Co 14:33 e
40);

Condenam a atitude leviana do pastor José Rego do Nascimento que tenta envolver as
Igrejas Batistas da Capital, procurando reunir-se com o seu grupo em seus templos, sem
necessidade, visto que a dissidência da Igreja da Lagoinha vai pouco além de 30 pessoas;
lembram que essas igrejas, foram por ele chamadas de igrejas secas e seus p<45tores
violentamente atacados;

Consideram atrevida a pública declaração do Pastor Rego do Nascimento, na sessão de


19/11/1958, de que "a Primeira Igreja Batista da Capital está em suas mãos";

Rechaçam afirmativas tendenciosas do deputado Guimarães Maia e de outros, de que a


minoria fiel da Igreja Batista da Lagoinha esteja sendo influenciada pelos irmãos
missionários americanos;

Advertem aos irmãos menos avisados de que os atos impensados, praticados pelo Pastor
José Rego do Nascimento, estão trazendo desarmonia no seio da Família Batista do Brasil
que constituiu prova sobeja de que seu movimento não tem procedência do Alto (Gl 5.22);

Estranham terem sido "excluídos" do rol de membros da "Igreja Batista Pentecoste" em sua
reunião de 23/11/1958, realizada no templo da Igreja Batista em Santa Efigênia; os
dissidentes, embora em minoria, renegaram a fé batista, não lhe cabendo por isso,
exercerem atos em nome da Igreja Batista da Lagoinha;

Reconhecem como Igreja Batista aquela que é fiel ao corpo de doutrinas que caracterizam
as verdadeiras igrejas batistas, doutrinas essas lidas e solenemente aceitas por ocasião da
organização da Igreja em 20/12/57; não é batista aquela que pensa sê-lo só por registrar, a
toque de caixa, para fins inconfessáveis, ridículos e esdrúxulos "Estatutos da Igreja Batista
da Lagoinha "(sic). "Minas Gerais" de 22/11/1958; responsabilizam o pastor Nascimento
como provocador, incoerente, atrabiliário, herético, pentecostal e espírita capaz de tudo
menos de tornar-se na hora a que a que é chamado a fazer;

Não atenderão à diabólica provocação para uma solução do caso em litígio judicial, levando
aos juízes infiéis, nossas causas, desprezando o que a Bíblia recomenda em 1 Coríntios 6;

Preferem aguardar o pronunciamento de alguém com mais responsabilidade e autoridade e


cuja mente, no terreno doutrinário, "não tenha duvidado" como a daquele que tem a
pretensão de encabeçar o avivamento no Brasil;

Comprometem-se a entregar as chaves da sede da Igreja ao grupo dissidente, se a opinião


da denominação, pela palavra de seus responsáveis for favorável à maioria dissidente;

Continuarão a luta pela preservação da "fé uma vez dada aos santos" e conclamam a todos
os membros da Igreja Batista da Lagoinha a pensarem duas vezes antes de se precipitarem
10
em lutas fratricidas, servindo ao interesse do pastor Nascimento;

Reafirmam sua fé nos princípios batistas no Novo Testamento e, sem sensacionalismos,


estardalhaços ou exotismos, prosseguirão na luta contra os que consideram doutrina" coisa
secundária;

Pedem aos crentes que orem pela Igreja nesta hora difícil. 8

Belo Horizonte, novembro de 1958

Carta de Rego a Soren

E Pastor Rego, em carta enviada ao Pastor João Filson Soren (com data de 02/12/58),
respondeu ao grupo dissidente da Igreja Batista de Lagoinha. 9

"Aqui, em Belo Horizonte, sinto que mãos poderosas empurram um grupo contra mim, para
liquidar-me. Um grupo que guardava reservas contra a minha pessoa, pôr os haver exortado
em particular, e por razões outras que não merecem atenção agora. O caso do Seminário foi
a oportunidade desejada. Levantaram bandeira da ortodoxia, numa campanha soez e
impiedosa, deturpando fatos ocorridos no Seminário e apontando-me como herético e
pentecostal.

Diante do ataque, e notando que mãos poderosas moviam-se nos bastidores, para a todo
custo me por fora de Belo Horizonte, submeti-me a sofrer o julgamento da Igreja, em sessão
regular, de modo democrático e limpo.

Mandei pôr no quadro negro dois nomes: Herético e Batista, e pedi que a Igreja se
pronunciasse por voto secreto. Cada membro presente escreveria a palavra, em papel
entregue a todos, e devolveria dobrado à mesa, sem assinatura. Disse que se houvesse
maioria, mesmo de um voto, eu entregaria o pastora do naquele momento. A Igreja tem 51
membros e estavam presentes 41, contando com o Pastor, que não votou. Apurada a
votação, apenas 9 votaram contra o pastor, 2 neutros, e 29 o prestigiaram. Os 9 votos,
menos um, pertencem a uma só família, cujo chefe encabeçava o movimento contra mim.

Diante do inesperado da derrota, aqueles irmãos, digo: os três homens que movimentavam
o grupo, ousaram o inacreditável. O salão de culto estava alugado com o contrato em nome
de um deles; pois, na ocasião da assinatura do contrato, ainda não havia a Igreja, era
Congregação. Que fizeram? Abusaram da confiança da Igreja e fraudaram-na na sua casa
de cultos. Vieram na mesma noite, depois que todos haviam se retirado, trocaram os
cadeados das portas, colocaram outros novos e tomaram o salão.

Diante do inominável, senti o alcance da trama. Soube que o elemento missionário (digo-o
com reservas), mas assistido por boas razões, lhes havia prometido apoio. Eles seriam
reconhecidos como Igreja, enquanto eu e a maioria absoluta, apontados como heréticos.
Mas, o próprio elemento missionário não pensou que chegassem a tanto. Esperavam,
certamente, que eles me combatessem dentro da Igreja, forçando a minha saída. O irmão
pode prever o que significou para Belo Horizonte Evangélico, tal atitude de impiedade.
8
O referido manifesto fala por si só do energúmeno e blasfêmia e falta de respeito a um "Ungido do Senhor".
9
Cópia da referida carta em poder do autor.

11
Tomaram o santuário com bancada, piano, púlpito, alto falante, tudo enfim. Ficamos na rua.
A revolta foi geral. Senti que lutava com homens inconsequentes e logo vi que seriam
capazes de nos fraudar até no nome. Reuni os irmãos na casa do deputado Dr. Elmir
Guimarães Maia, que nos fez solidário (ele é membro da nossa Igreja) e aprovamos para
registro os Estatutos da Igreja.

No outro dia, já tínhamos os estatutos registrados em mãos. Não tomamos tal atitude,
pensando em levá-los ao judiciário, a juízo. Longe de nós tal pensamento. Tínhamos
aprendido em tempo a lição de Paulo de que «quem sofreu a injustiça, deve sofrer também o
dano" (1 Co 6.7). Nosso intuito único era salvaguardar o nome da Igreja. Pois podiam se
reunir e organizar, naquele momento, a “Igreja Batista da Lagoinha”; registraram estatutos e
nos roubarem o nome. No domingo seguinte, em sessão regular, os três irmãos foram
excluídos.

Repudiados pela opinião pública, e sentindo que os seus aliados de ontem, já agora, se
mostravam reservados, os três descambam ainda mais nas suas atitudes temerárias,
fazendo imprimir uma circular, cuja cópia, mando anexa; e fazendo-a correr livremente, creio
que até para fora de Belo Horizonte. A circular em questão é uma mensagem de impiedade,
ódio e calúnia. Não vou dar-lhe resposta.

Sinto, pastor Soren, que uma parcela dominante de nossa Denominação está envidando
esforços no sentido de me alijar do meio do meu povo “a priori”, como herético. Isso será
indigno. Ao final das contas, nossa Denominação não representa mero feudo nas mãos de
alguns que simples circunstâncias favorecem.

Que me fechem as portas de seminários e similares (não são realmente donos?), mas não
deem um passo adiante senão na reta justiça. Eu preciso ser ouvido, eu preciso ser julgado
(a isso até me submeterei) por homens como o irmão e como outros, onde a isenção de
ânimo não pode ser posta em dúvida. Se as doutrinas que defendo não são batistas, estou
pronto a abdicar do meu povo e sofrer o exílio da minha te.

Pelas experiências gloriosas com meu Senhor, pelo que tenho recebido desse maravilhoso
Espírito. Pelos meus cuidadosos estudos na Bíblia, na teologia, nos Pais da Igreja, nos
teólogos e Pastores batistas, principalmente nos de antes do movimento pentecostal, me
capacitam a definir esses princípios como batistas, no sentido de nossa fidelidade à Palavra
de Deus. Mas posso estar errado. Se me provarem, conscientemente, renunciarei. Estou
pronto, também, a considerar de maneira mais justa e viável, atitude a tomar, quando das
manifestações maravilhosas do Espírito.

Tenho confessado que eu mesmo fui surpreendido com a manifestação gloriosa do Senhor.
O que não pode haver, em sã consciência, nessa altura de nossa vida denominacional, é
esmagarem-me inquisitorialmente, sem respeito a Deus e consideração ao próximo.

Tenho mais de 60 convites para 1959, e só aceitei 10. Mas são dez trabalhos chaves,
dedicados mais ao Sul do Brasil. Gostaria de fazer trabalho e edificante e nunca dissolvente.
Não quero dividir meu povo. Deus sabe que o temo realmente. Mas, se tomarem atitudes de
exceção, se me fecharem as portas do Jornal Batista, enquanto abrigam "patrícios" sem
autoridade e sem lastro, para me atacarem, terei que dizer ao povo do Brasil que me
perguntar, quem me está fechando as portas do Jornal e porquê. Tudo isso me repugna.
Quero antes morrer que ser instrumento nas mãos do inimigo para perturbar a evangeliza-
ção de minha Pátria.

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Senti que deveria dizer-lhe estas coisas. Quero merecer a sua oração e a sua ajuda. Tenho
ouvido que forças poderosas levarão a Convenção Mineira, a realizar em julho numa cidade
do interior, a nos expulsar sumariamente da Convenção, reconhecendo o grupo fraudador,
como genuínos batistas.

Tudo isso representa prenúncios de que alguma coisa grave pode acontecer na nossa
história denominacional. Não que a expulsão de um pobre obreiro tenha maiores ou
menores consequências no seu corpo. Mas, pelo lado moral que tudo isso pode representar.
Pela divisão que pode provocar, quando me falta toque messiânico ou inclinação para luta
inglória.

Creio que ficarei aqui por Belo Horizonte. A Rádio Guarani, dentro de dias, passará a operar
em potência triplicada, e em ondas curtas. Será uma emissora de alcance Nacional. Minha
Igreja está unida e em grande entusiasmo. Hoje mesmo, acertamos contrato para um novo
local, superior ao antigo. Muitos irmãos desejam, agora, cooperar conosco. Creio que um
grande trabalho vai começar em nossa igreja. Há um quebrantamento em nossos corações,
uma fome e sede do poder do Espírito. 10

Do conservo e admirador, em Cristo

José Rego do Nascimento

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Como podemos deduzir da "Operação Cadeado", os nove membros que votaram contra a permanência de Rego na
Lagoinha, eram a minoria e deveriam entregar o imóvel e os móveis à maioria fiel. Mas, não entregaram. Rego nunca
mais teve direito de entrar naquele templo. Uma vez desocupado o imóvel, móveis e utensílios foram guardados na
sede da Junta Executiva da C.B.M. Depois de algum tempo, um pastor do interior levou esses móveis que foram
destruídos num incêndio. O fogo acabou com os móveis e com o templo • dessa igreja. Deus é justo.

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