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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

LICENCIATURA EM LETRAS

CAMILA FERREIRA DE CARVALHO

“RELICÁRIO”:LÍ(RICA) RELÍQUIA OU O AMOR ENTRE O AGORA E DEPOIS

Fichamento apresentado no curso de Letras da


Faculdade AGES como um dos pré-requisitos para a
obtenção da nota parcial da disciplina Literatura
Brasileira I no 8º período, sob orientação do professor
Ramon Ferreira.

Paripiranga
Outubro 2015
ESPANCA, Florbela. Sonetos. São Paulo: Matin Claret, 2007.

RESUMO:

Flor Bela de Alma da Conceição, conhecida como Florbela Espanca, foi uma poetisa portuguesa nascida
em Vila Viçosa no dia 8 de dezembro de 1894. Possuidora de um estilo sentimental. Sua curta vida, de
apenas trinta e seis anos, foi muito sofrida, cheia de tormentos que foram transformados em lindas poesias
de autoria da própria Flor Bela Espanca. Entre suas várias obras encontra-se “Sonetos”, uma obra que
reúne várias produções da autora. A cada leitura, percebemos que Espanca vivia de forma difícil e solitária.
A obra possui uma linguagem simples e de fácil entendimento.

PRIMEIRA PARTE: Livro de Mágoas (1919)

“Sonho que sou a Poetisa eleita, /Aquela que diz tudo e tudo sabe, /Que tem a inspiração
pura e perfeita, /Que reúne num verso a imensidade!” (p. 06)

“Eu sou a que no mundo anda perdida, /Eu sou a que na vida não tem norte, /Sou a irmã
do Sonho, e desta sorte/Sou a crucificada... a dolorida.../Sombra de névoa ténue e
esvaecida, /E que o destino amargo, /triste e forte, /Impele brutalmente para a morte!” (p.
07).

“Contei-lhes os meus sonhos, a alegria /Dos versos que são meus, do meu sonhar, /E todos
os poetas, a chorar, /Responderam-me então: “Que fantasia, /Criança doida e crente! Nós
também /Tivemos ilusões, como ninguém, /E tudo nos fugiu, tudo morreu!...” (p. 12)

SEGUNDA PARTE: Livro de Soror Saudade (1923)

“O roxo de meus lábios é saudade /Duns beijos que me deram noutra


vida! /Ei não gosto do Sol, eu tenho medo /Que me vejam nos olhos o
segredo /De só saber chorar, de ser assim.../Gosto da Noite, imensa,
triste, preta, /Como esta estranha e doida borboleta /Que eu sinto sempre
a voltejar em mim!” (p. 34)

Deu agora meio-dia; o sol é quente/ Beijando a urze triste dos outeiros.
/Nas ravinas do monte andam ceifeiros, /Na faina, alegres, desde o sol
nascente. /Cantam as raparigas meigamente. É vão o amor, o ódio, ou o
desdém; / Inútil o desejo e o sentimento... /Lançar um grande amor aos
pés d’alguém / O mesmo é que lançar flores ao vento! (p. 57)

Eu era a desdenhosa, a indiferente. /Nunca sentira em mim o coração /Bater em


violências de paixão /Como bate no peito à outra gente. (p.46)
TERCEIRA PARTE: Charneca em Flor (1930)

“É vão o amor, o ódio, ou o desdém; /Inútil o desejo e o sentimento.../Lançar um grande


amor aos pés de alguém /O mesmo é que lançar flores ao vento!” (p.69)

“Poisa a tua cabeça dolorida /Tão cheia de quimeras, de ideal /Sobre o regaço brando e
maternal /Da tua doce Irmã compadecida.” (p.71)

“Mar alto! Ondas quebradas e vencidas /Num soluçar aflito, murmurado... /Vôo de
gaivotas, leve, imaculado, /Como neves nos píncaros nascidas! /Sol! Ave a tombar, asas
já feridas, /Batendo ainda num arfar pausado...” (p. 75)

QUARTA PARTE: Reliquiae (1931)

“Tarde de brasa a arder, sol de verão /Cingindo, voluptuoso, o horizonte... /Sinto-me luz
e cor, ritmo e clarão /Dum verso triunfal de Anacreonte!” (p.119)

“Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem /Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem... /Sou um
reflexo... um canto de paisagem /Ou apenas cenário! Um vaivém... /Como a sorte: hoje
aqui, depois além!” (p. 122)

“Gosto de ti apaixonadamente, /De ti que és a vitória, a salvação, /De ti que me


trouxeste pela mão /Até ao brilho desta chama quente.” (p. 123)

PARECER CRÍTICO:

Com o propósito de desabafar todos os seus sentimentos, Flor Bela encontrou a


liberdade na literatura ao escrever sua história em versos. Todas as suas angústias e
sofrimentos foram escritos de maneira muito autêntica e comovedora.

Qualquer representação artística incita reflexão. Ao analisar os sonetos de Flor


Bela, nota-se que a autora fez uso do seu jeito sentimentalista, em que suplica por atenção
e amor de qualquer pessoa. Qualquer representação artística incita reflexão. Ao analisar
mais uma vez o poema “Amar!”, nota-se que a autora fez uso do seu jeito sentimentalista,
em que suplica por atenção e amor de qualquer pessoa.
As ideias presentes nas obras em análise são revolucionárias, porque até então as
pessoas – principalmente mulheres – exaltam um homem, o amor de sua vida, pessoa por
quem irão dedicar e dividir todos os dias. Ou do sofrimento por um amor não
correspondido, transmitindo a ideia de que a personagem não consegue mais amar
nenhum outro alguém.

Portanto, pôde-se perceber que Florbela Espanca foi uma poetisa revolucionária
para sua época, pois estava à frente de seu tempo, mostrando a figura de uma mulher mais
independente que mostra seus desejos e anseios sem pensar nas consequências; diferente
da figura feminina da época – reprimida.

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