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Deputados
LEI MARIA
DA PENHA
6ª EDIÇÃO | 2019
INCLUI
Lei do Feminicídio
Convenção de Belém do Pará
Lei Orgânica da Assistência Social (Loas)
edições
câmara
Câmara dos
Deputados
LEI MARIA
DA PENHA
6ª EDIÇÃO
Câmara dos Deputados
56ª Legislatura | 2019-2023
1º Vice-Presidente Diretoria-Geral
Marcos Pereira Sergio Sampaio Contreiras de Almeida
1º Suplente
Rafael Motta
2ª Suplente
Geovania de Sá
3º Suplente
Isnaldo Bulhões Jr.
4º Suplente
Assis Carvalho
Câmara dos
Deputados
LEI MARIA
DA PENHA
6ª EDIÇÃO
Nota do editor: as normas legais constantes desta publicação foram consultadas no Sistema de Legis-
lação Informatizada (Legin) da Câmara dos Deputados.
2007, 1ª edição; 2009, 2ª edição; 2011, 3ª edição; 2012, 4ª edição; 2015, 5ª edição; 2016, 5ª edição,
1ª reimpressão; 2017, 5ª edição, 2ª reimpressão.
Série Legislação
n. 279 e-book
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Fabyola Lima Madeira – CRB1: 2109
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Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto- CONSIDERANDO que a Declaração Universal
-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código dos Direitos Humanos reafirma o princípio da
Penal), passa a vigorar com a seguinte redação: não-discriminação e proclama que todos os se-
Art. 61. [...] res humanos nascem livres e iguais em dignidade
II – [...] e direitos e que toda pessoa pode invocar todos os
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo- direitos e liberdades proclamadas nessa Declara-
-se de relações domésticas, de coabitação ou de ção, sem distinção alguma, inclusive de sexo,
hospitalidade, ou com violência contra a mulher
CONSIDERANDO que os Estados Partes nas Con-
na forma da lei específica;
venções Internacionais sobre Direitos Humanos
[...]
tem a obrigação de garantir ao homem e à mulher
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de a igualdade de gozo de todos os direitos econômi-
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar cos, sociais, culturais, civis e políticos,
com as seguintes alterações: OBSEVANDO as convenções internacionais con-
Art. 129. [...] cluídas sob os auspícios das Nações Unidas e dos
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, organismos especializados em favor da igualdade
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
de direitos entre o homem e a mulher,
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
OBSERVANDO, ainda, as resoluções, declarações
prevalecendo-se o agente das relações domésticas,
e recomendações aprovadas pelas Nações Unidas
de coabitação ou de hospitalidade:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
e pelas Agências Especializadas para favorecer a
[...] igualdade de direitos entre o homem e a mulher,
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena PREOCUPADOS, contudo, com o fato de que,
será aumentada de um terço se o crime for come- apesar destes diversos instrumentos, a mulher
tido contra pessoa portadora de deficiência. continue sendo objeto de grandes discriminações,
RELEMBRANDO que a discriminação contra a
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho
mulher viola os princípios da igualdade de direi-
de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar
tos e do respeito da dignidade humana, dificulta
com a seguinte redação:
Art. 152. [...]
a participação da mulher, nas mesmas condições
Parágrafo único. Nos casos de violência domés- que o homem, na vida política, social, econômica
tica contra a mulher, o juiz poderá determinar o e cultural de seu país, constitui um obstáculo ao
comparecimento obrigatório do agressor a pro- aumento do bem-estar da sociedade e da família
gramas de recuperação e reeducação. e dificulta o pleno desenvolvimento das potencia-
lidades da mulher para prestar serviço a seu país
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e
e à humanidade,
cinco) dias após sua publicação.
PREOCUPADOS com o fato de que, em situações
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da
de pobreza, a mulher tem um acesso mínimo à
Independência e 118º da República.
alimentação, à saúde, à educação, à capacitação
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA e às oportunidades de emprego, assim como à sa-
Dilma Rousseff tisfação de outras necessidades,
CONVENCIDOS de que o estabelecimento da
CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO Nova Ordem Econômica Internacional baseada
DE TODAS AS FORMAS DE na equidade e na justiça contribuirá significati-
DISCRIMINAÇÃO CONTRA A vamente para a promoção da igualdade entre o
MULHER (NOVA IORQUE, 1981) homem e a mulher,
(Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 93 de 1983 e pro-
SALIENTANDO que a eliminação do apartheid,
mulgada pelo Decreto nº 89.460, de 20/3/1984)
de todas as formas de racismo, discriminação
Os Estados Partes na presente convenção, racial, colonialismo, neocolonialismo, agressão,
CONSIDERANDO que a Carta das Nações Unidas ocupação estrangeira e dominação e interferên-
reafirma a fé nos direitos fundamentais do homem, cia nos assuntos internos dos Estados é essencial
na dignidade e no valor da pessoa humana e na para o pleno exercício dos direitos do homem e
igualdade de direitos do homem e da mulher, da mulher,
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CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS
DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER (NOVA IORQUE, 1981)
à informação, à educação e aos meios que lhes alfabética de todos os candidatos assim apresen-
permitam exercer esses direitos; tados, com indicação dos Estados-Partes que os
f) os mesmos direitos e responsabilidades com tenham apresentado e comunica-la-á aos Estados
respeito à tutela, curatela, guarda e adoção dos Partes;
filhos, ou institutos análogos, quando esses con- 4. Os membros do Comitê serão eleitos du-
ceitos existirem na legislação nacional. Em todos rante uma reunião dos Estados-Partes convocado
os casos os interesses dos filhos serão a conside- pelo Secretário-Geral na sede das Nações Unidas.
ração primordial; Nessa reunião, em que o quorum será alcançado
g) os mesmos direitos pessoais como marido e com dois terços dos Estados-Partes, serão eleitos
mulher, inclusive o direito de escolher sobrenome, membros do Comitê os candidatos que obtiverem
profissão e ocupação; o maior número de votos e a maioria absoluta de
h) os mesmos direitos a ambos os cônjuges em votos dos representantes dos Estados-Partes pre-
matéria de propriedade, aquisição, gestão, admi- sentes e votantes;
nistração, gozo e disposição dos bens, tanto a tí- 5. Os membros do Comitê serão eleitos para um
tulo gratuito quanto à título oneroso. mandato de quatro anos. Entretanto, o manda-
2. Os esponsais e o casamento de uma criança to de nove dos membros eleitos na primeira elei-
não terão efeito legal e todas as medidas necessá- ção expirará ao fim de dois anos; imediatamen-
rias, inclusive as de caráter legislativo, serão ado- te após a primeira eleição os nomes desses nove
tadas para estabelecer uma idade mínima para o membros serão escolhidos, por sorteio, pelo Pre-
casamento e para tornar obrigatória a inscrição de sidente do Comitê;
casamentos em registro oficial. 6. A eleição dos cinco membros adicionais do
PARTE V Comitê realizar-se-á em conformidade com o dis-
posto nos parágrafos 2, 3 e 4 deste Artigo, após o
Artigo 17
depósito do trigésimo-quinto instrumento de ra-
1. Com o fim de examinar os progressos alcan- tificação ou adesão. O mandato de dois dos mem-
çados na aplicação desta Convenção, será estabe- bros adicionais eleitos nessa ocasião, cujos no-
lecido um Comitê sobre a Eliminação da Discrimi- mes serão escolhidos, por sorteio, pelo Presidente
nação contra a Mulher (doravante denominado o do Comitê, expirará ao fim de dois anos;
Comitê) composto, no momento da entrada em 7. Para preencher as vagas fortuitas, o Estado-
vigor da Convenção, de dezoito e, após sua rati-
-Parte cujo perito tenha deixado de exercer suas
ficação ou adesão pelo trigésimo-quinto Estado-
funções de membro do Comitê nomeará outro
-Parte, de vinte e três peritos de grande prestígio
perito entre seus nacionais, sob reserva da apro-
moral e competência na área abarcada pela Con-
vação do Comitê;
venção. Os peritos serão eleitos pelos Estados-
8. Os membros do Comitê, mediante aprovação
-Partes entre seus nacionais e exercerão suas fun-
da Assembleia Geral, receberão remuneração dos
ções a título pessoal; será levada em conta uma
recursos das Nações Unidas, na forma e condições
repartição geográfica equitativa e a representação
que a Assembleia Geral decidir, tendo em vista a
das formas diversas de civilização assim como dos
importância das funções do Comitê;
principais sistemas jurídicos;
9. O Secretário-Geral das Nações Unidas propor-
2. Os membros do Comitê serão eleitos em es-
cionará o pessoal e os serviços necessários para
crutínio secreto de uma lista de pessoas indica-
o desempenho eficaz das funções do Comitê em
das pelos Estados-Partes. Cada um dos Estados-
conformidade com esta Convenção.
-Partes poderá indicar uma pessoa entre seus
próprios nacionais; Artigo 18
3. A eleição inicial realizar-se-á seis meses após 1. Os Estados-Partes comprometem-se a sub-
a data de entrada em vigor desta Convenção. Pelo meter ao Secretário-Geral das Nações Unidas,
menos três meses antes da data de cada eleição, o para exame do Comitê, um relatório sobre as me-
Secretário-Geral das Nações Unidas dirigirá uma didas legislativas, judiciárias, administrativas ou
carta aos Estados-Partes convidando-os a apre- outras que adotarem para tornarem efetivas as
sentar suas candidaturas, no prazo de dois meses. disposições desta Convenção e sobre os progres-
O Secretário-Geral preparará uma lista, por ordem sos alcançados a esse respeito:
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a) no prazo de um ano a partir da entrada em a) na legislação de um Estado-Parte; ou
vigor da Convenção para o Estado interessado; e b) em qualquer outra convenção, tratado ou
b) posteriormente, pelo menos cada quatro acordo internacional vigente nesse Estado.
anos e toda vez que o Comitê a solicitar.
Artigo 24
2. Os relatórios poderão indicar fatores e difi-
Os Estados-Partes comprometem-se a adotar
culdades que influam no grau de cumprimento
todas as medidas necessárias em âmbito nacio-
das obrigações estabelecidos por esta Convenção.
nal para alcançar a plena realização dos direitos
Artigo 19 reconhecidos nesta Convenção.
1. O Comitê adotará seu próprio regulamento.
Artigo 25
2. O Comitê elegerá sua Mesa por um período
1. Esta Convenção estará aberta à assinatura de
de dois anos.
todos os Estados.
Artigo 20 2. O Secretário-Geral das Nações Unidas fica de-
1. O Comitê se reunirá normalmente todos os signado depositário desta Convenção.
anos por um período não superior a duas sema- 3. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os
nas para examinar os relatórios que lhe sejam sub- instrumentos de ratificação serão depositados
metidos em conformidade com o Artigo 18 desta junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
Convenção. 4. Esta Convenção estará aberta à adesão de
2. As reuniões do Comitê realizar-se-ão normal- todos os Estados. A adesão efetuar-se-á através
mente na sede das Nações Unidas ou em qualquer do depósito de um instrumento de adesão junto
outro lugar que o Comitê determine. ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
Artigo 21 Artigo 26
1. O Comitê, através do Conselho Econômico e 1. Qualquer Estado-Parte poderá, em qualquer
Social das Nações Unidas, informará anualmente momento, formular pedido de revisão desta revi-
a Assembleia Geral das Nações Unidas de suas são desta Convenção, mediante notificação escrita
atividades e poderá apresentar sugestões e reco- dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
mendações de caráter geral baseada no exame 2. A Assembleia Geral das Nações Unidas deci-
dos relatórios e em informações recebidas dos dirá sobre as medidas a serem tomadas, se for o
Estados-Partes. Essas sugestões e recomenda- caso, com respeito a esse pedido.
ções de caráter geral serão incluídas no relatório
Artigo 27
do Comitê juntamente com as observações que
os Estados-Partes tenham porventura formulado. 1. Esta Convenção entrará em vigor no trigé-
2. O Secretário-Geral transmitirá, para informa- simo dia a partir da data do depósito do vigésimo
ção, os relatórios do Comitê à Comissão sobre a instrumento de ratificação ou adesão junto ao
Condição da Mulher. Secretário-Geral das Nações Unidas.
2. Para cada Estado que ratificar a presente Con-
Artigo 22
venção ou a ela aderir após o depósito do vigésimo
As Agências Especializadas terão direito a estar instrumento de ratificação ou adesão, a Conven-
representadas no exame da aplicação das disposi- ção entrará em vigor no trigésimo dia após o depó-
ções desta Convenção que correspondam à esfera sito de seu instrumento de ratificação ou adesão.
de suas atividades. O Comitê poderá convidar as
Agências Especializadas a apresentar relatórios Artigo 28
sobre a aplicação da Convenção nas áreas que 1. O Secretário-Geral das Nações Unidas rece-
correspondam à esfera de suas atividades. berá e enviará a todos os Estados o texto das re-
servas feitas pelos Estados no momento da ratifi-
PARTE VI
cação ou adesão.
Artigo 23 2. Não será permitida uma reserva incompatível
Nada do disposto nesta Convenção prejudicará com o objeto e o propósito desta Convenção.
qualquer disposição que seja mais propícia à ob- 3. As reservas poderão ser retiradas a qual-
tenção da igualdade entre homens e mulheres e quer momento por uma notificação endereçada
que seja contida: com esse objetivo ao Secretário-Geral das Nações
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CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E
ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER (BELÉM, 1994)
Unidas, que informará a todos os Estados a res- Afirmado que a violência contra a mulher cons-
peito. A notificação surtirá efeito na data de seu titui violação dos direitos humanos e liberdades
recebimento. fundamentais e limita todas ou parcialmente a
observância, gozo e exercício de tais direitos e li-
Artigo 29
berdades;
1. Qualquer controvérsia entre dois ou mais
Preocupados por que a violência contra a mu-
Estados-Partes relativa à interpretação ou aplica-
lher constitui ofensa contra a dignidade humana
ção desta Convenção e que não for resolvida por
e é manifestação das relações de poder historica-
negociações será, a pedido de qualquer das Par-
mente desiguais entre mulheres e homens;
tes na controvérsia, submetida à arbitragem. Se
Recordando a Declaração para a Erradicação da
no prazo de seis meses a partir da data do pedido Violência contra a Mulher, aprovada na Vigésima
de arbitragem as Partes não acordarem sobre a Quinta Assembleia de Delegadas da Comissão In-
forma da arbitragem, qualquer das Partes poderá teramericana de Mulheres, e afirmando que a vio-
submeter à controvérsia à Corte Internacional de lência contra a mulher permeia todos os setores
Justiça mediante pedido em conformidade com o da sociedade, independentemente de classe, raça
Estatuto da Corte. ou grupo étnico, renda, cultura, idade ou religião,
2. Qualquer Estado-Parte, no momento da as- e afeta negativamente suas próprias bases;
sinatura ou ratificação desta Convenção ou de Convencidos de que a eliminação da violência
adesão a ela, poderá declarar que não se consi- contra a mulher é condição indispensável para
dera obrigado pelo parágrafo anterior. Os demais seu desenvolvimento individual e social e sua
Estados-Partes não estarão obrigados pelo pará- plena e igualitária participação em todas as es-
grafo anterior perante nenhum Estado-Parte que feras de vida; e
tenha formulado essa reserva. Convencidos de que a adoção de uma conven-
3. Qualquer Estado-Parte que tenha formulado ção para prevenir e erradicar todas as formas de
a reserva prevista no parágrafo anterior poderá violência contra a mulher, no âmbito da Organi-
retirá-la em qualquer momento por meio de no- zação dos Estados Americanos, constitui positi-
tificação ao Secretário-Geral das Nações Unidas. va contribuição no sentido de proteger os direi-
tos da mulher e eliminar as situações de violência
Artigo 30
contra ela,
Esta convenção, cujos textos em árabe, chinês,
Convieram no seguinte:
espanhol, francês, inglês e russo são igualmente
autênticos será depositada junto ao Secretário- CAPÍTULO I
-Geral das Nações Unidas. DEFINIÇÃO E ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Em testemunho do que, os abaixo-assinados Artigo 1
devidamente autorizados, assinaram esta Con- Para os efeitos desta Convenção, entender-
venção. -se-á por violência contra a mulher qualquer ato
ou conduta baseada no gênero, que cause morte,
CONVENÇÃO INTERAMERICANA dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico
PARA PREVENIR, PUNIR E à mulher, tanto na esfera pública como na esfera
ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA privada.
A MULHER (BELÉM, 1994)
Artigo 2
(Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 107 de 1995 e
Entende-se que a violência contra a mulher
promulgada pelo Decreto nº 1.973, de 1º/8/1996)
abrange a violência física, sexual e psicológica:
Os Estados Partes nesta Convenção, a) ocorrida no âmbito da família ou unidade do-
Reconhecendo que o respeito irrestrito aos méstica ou em qualquer relação interpessoal, quer
direitos humanos foi consagrado na Declaração o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na não a sua residência, incluindo-se, entre outras
Declaração Universal dos Direitos Humanos e rea- formas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual;
firmando em outros instrumentos internacionais b) ocorrida na comunidade e comedida por
e regionais, qualquer pessoa, incluindo, entre outras formas,
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o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mu- a) o direito da mulher a ser livre de todas as for-
lheres, prostituição forçada, sequestro e assédio mas de discriminação; e
sexual no local de trabalho, bem como em institui- b) o direito da mulher a ser valorizada e edu-
ções educacionais, serviços de saúde ou qualquer cada livre de padrões estereotipados de compor-
outro local; e tamento de comportamento e costumes sociais e
c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus culturais baseados em conceitos de inferioridade
agentes, onde quer que ocorra. ou subordinação.
CAPÍTULO II CAPÍTULO III
DIREITOS PROTEGIDOS DEVERES DO ESTADOS
Artigo 3 Artigo 7
Toda mulher tem direito a uma vida livre de Os Estados Partes condenam todas as formas
violência, tanto na esfera pública como na esfera de violência contra a mulher e convêm em adotar,
privada. por todos os meios apropriados e sem demora,
Artigo 4 políticas destinadas a prevenir, punir e erradicar
Toda mulher tem direito ao reconhecimento, tal violência e a empenhar-se em:
desfrute, exercício e proteção de todos os direitos a) abster-se de qualquer ato ou prática de vio-
humanos e liberdades consagrados em todos os lência contra a mulher e velar por que as autorida-
instrumentos regionais e internacionais relativos des, seus funcionários e pessoal, bem como agen-
aos direitos humanos. Estes direitos abrangem, tes e instituições públicos ajam de conformidade
entre outros: com essa obrigação;
a) direito a que se respeite sua vida; b) agir com o devido zelo para prevenir, investi-
b) direito a que se respeite sua integridade fí- gar e punir a violência contra mulher;
sica, mental e moral; c) incorporar na sua legislação interna normas
c) direito à liberdade e à segurança pessoais; penais, civis, administrativas e de outra natureza,
d) direito a não ser submetida a tortura; que sejam necessárias para prevenir, punir e erra-
e) direito a que se respeite a dignidade inerente dicar a violência contra a mulher, bem como ado-
à sua pessoa e a que se proteja sua família; tar as medidas administrativas adequadas que
f) direito a igual proteção perante a lei e da lei; forem aplicáveis;
g) direito a recurso simples e rápido perante tri- d) adotar medidas jurídicas que exijam do
bunal competente que a proteja contra atos que agressor que se abstenha de perseguir, intimidar
violem seus direitos; e ameaçar a mulher ou de fazer uso de qualquer
h) direito de livre associação; método que danifique ou ponha em perigo sua
i) direito à liberdade de professar a própria reli- vida ou integridade ou danifique sua propriedade;
gião e as próprias crenças, de acordo com a lei; e e) tomar todas as medidas adequadas, inclusive
j) direito a ter igualdade de acesso às funções legislativas, para modificar ou abolir leis e regula-
públicas de seu país e a participar nos assuntos mentos vigentes ou modificar práticas jurídicas ou
públicos, inclusive na tomada de decisões. consuetudinárias que respaldem a persistência e
a tolerância da violência contra a mulher;
Artigo 5
f) estabelecer procedimentos jurídicos justos e
Toda mulher poderá exercer livre e plenamente
eficazes para a mulher sujeitada a violência, in-
seus direitos civis, políticos, econômicos, sociais
clusive, entre outros, medidas de proteção, juízo
e culturais, e contará com a total proteção desses
oportuno e efetivo acesso a tais processos;
direitos consagrados nos instrumentos regionais e
g) estabelecer mecanismos judiciais e adminis-
internacionais sobre direitos humanos. Os Estados
trativos necessários para assegurar que a mulher
Partes reconhecem que a violência contra a mu-
sujeitada a violência tenha efetivo acesso a resti-
lher impede e anula o exercício desses direitos.
tuição, reparação do dano e outros meios de com-
Artigo 6 pensação justos e eficazes;
O direito de toda mulher a ser livre de violência h) adotar as medidas legislativas ou de outra
abrange, entre outros: natureza necessárias à vigência desta Convenção.
22
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E
ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER (BELÉM, 1994)
mento que tenha essa finalidade. Um ano após venção”), na qual os Estados Partes condenam a
a data do depósito do instrumento de denúncia, discriminação contra a mulher em todas as suas
cessarão os efeitos da convenção para o Estado formas e concordam em buscar, de todas as ma-
denunciante, mas subsistirão para os demais neiras apropriadas e sem demora, uma política
Estados Partes. de eliminação da discriminação contra a mulher,
Artigo 25 Reafirmando sua determinação de assegurar o
O instrumento original desta Convenção, cujos pleno e equitativo gozo pelas mulheres de todos
textos em português, espanhol, francês e inglês os direitos e liberdades fundamentais e de agir de
são igualmente autênticos, será depositado na Se- forma efetiva para evitar violações desses direitos
cretaria-Geral da Organização dos Estados Ameri- e liberdades,
canos, que enviará cópia autenticada de seu texto Concordaram com o que se segue:
à Secretaria das Nações Unidas para registro e pu- Artigo 1
blicação, de acordo com o artigo 102 da Carta das Cada Estado Parte do presente Protocolo (do-
Nações Unidas. ravante denominado “Estado Parte”) reconhece
Em fé do que os Plenipotenciários infra-assina- a competência do Comitê sobre a Eliminação da
dos, devidamente autorizados por seus respecti- Discriminação contra a Mulher (doravante deno-
vos Governos, assinam esta Convenção, que se minado “o Comitê”) para receber e considerar
denominará Convenção Interamericana para Pre- comunicações apresentadas de acordo com o Ar-
venir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher tigo 2 deste Protocolo.
“Convenção de Belém do Pará”.
Expedida na cidade de Belém do Pará, Brasil, no Artigo 2
dia nove de junho de mil novecentos e noventa e As comunicações podem ser apresentadas por
quatro. indivíduos ou grupos de indivíduos, que se encon-
trem sob a jurisdição do Estado Parte e aleguem
PROTOCOLO FACULTATIVO À ser vítimas de violação de quaisquer dos direitos
CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO estabelecidos na Convenção por aquele Estado
DE TODAS AS FORMAS DE Parte, ou em nome desses indivíduos ou grupos
DISCRIMINAÇÃO CONTRA A de indivíduos. Sempre que for apresentada em
MULHER (NOVA IORQUE, 2001) nome de indivíduos ou grupos de indivíduos, a co-
(Aprovado pelo Decreto Legislativo nº 107 de 2002 e municação deverá contar com seu consentimento,
promulgado pelo Decreto nº 4.316, de 30/7/2002) a menos que o autor possa justificar estar agindo
Os Estados Partes do presente Protocolo, em nome deles sem o seu consentimento.
Observando que na Carta das Nações Unidas se Artigo 3
reafirma a fé nos direitos humanos fundamentais, As comunicações deverão ser feitas por escrito
na dignidade e no valor da pessoa humana e na e não poderão ser anônimas. Nenhuma comunica-
igualdade de direitos entre homens e mulheres, ção relacionada a um Estado Parte da Convenção
Observando, ainda, que a Declaração Univer- que não seja parte do presente Protocolo será re-
sal dos Direitos Humanos proclama que todos
cebida pelo Comitê.
os seres humanos nascem livres e iguais em dig-
nidade e direitos e que cada pessoa tem todos Artigo 4
os direitos e liberdades nela proclamados, sem 1. O Comitê não considerará a comunicação, ex-
qualquer tipo de distinção, incluindo distinção ceto se tiver reconhecido que todos os recursos
baseada em sexo, da jurisdição interna foram esgotados ou que a
Lembrando que as Convenções Internacionais utilização desses recursos estaria sendo prote-
de Direitos Humanos e outros instrumentos inter- lada além do razoável ou deixaria dúvida quanto
nacionais de direitos humanos proíbem a discri- a produzir o efetivo amparo.
minação baseada em sexo, 2. O Comitê declarará inadmissível toda comu-
Lembrando, ainda, a Convenção sobre a Eli- nicação que:
minação de Todas as Formas de Discriminação a) se referir a assunto que já tiver sido exami-
Contra a Mulher (doravante denominada “a Con- nado pelo Comitê ou tiver sido ou estiver sendo
25
examinado sob outro procedimento internacional 2. O Comitê realizará reuniões fechadas ao exa-
de investigação ou solução de controvérsias; minar as comunicações no âmbito do presente
b) for incompatível com as disposições da Con- Protocolo.
venção; 3. Após examinar a comunicação, o Comitê
c) estiver manifestamente mal fundamentada transmitirá suas opiniões a respeito, juntamente
ou não suficientemente consubstanciada; com sua recomendação, se houver, às partes em
d) constituir abuso do direito de submeter co- questão.
municação; 4. O Estado Parte dará a devida consideração
às opiniões do Comitê, juntamente com as reco-
e) tiver como objeto fatos que tenham ocorrido
mendações deste último, se houver, e apresenta-
antes da entrada em vigor do presente Protocolo
rá ao Comitê, dentro de seis meses, resposta por
para o Estado Parte em questão, a não ser no caso
escrito incluindo informações sobre quaisquer
de tais fatos terem tido continuidade após aquela
ações realizadas à luz das opiniões e recomenda-
data.
ções do Comitê.
Artigo 5 5. O Comitê poderá convidar o Estado Parte a
1. A qualquer momento após o recebimento de apresentar informações adicionais sobre quais-
comunicação e antes que tenha sido alcançada de- quer medidas que o Estado Parte tenha tomado
terminação sobre o mérito da questão, o Comitê em resposta às opiniões e recomendações do Co-
poderá transmitir ao Estado Parte em questão, mitê, se houver, incluindo, quando o Comitê julgar
para urgente consideração, solicitação no sentido apropriado, informações que passem a constar de
de que o Estado Parte tome as medidas antecipa- relatórios subsequentes do Estado Parte segundo
o Artigo 18 da Convenção.
tórias necessárias para evitar possíveis danos irre-
paráveis à vítima ou vítimas da alegada violação. Artigo 8
2. Sempre que o Comitê exercer seu arbítrio 1. Caso o Comitê receba informação fidedigna
segundo o parágrafo 1 deste Artigo, tal fato não indicando graves ou sistemáticas violações por
implica determinação sobre a admissibilidade ou um Estado Parte dos direitos estabelecidos na
mérito da comunicação. Convenção, o Comitê convidará o Estado Parte
a cooperar no exame da informação e, para esse
Artigo 6
fim, a apresentar observações quanto à informa-
1. A menos que o Comitê considere que a co- ção em questão.
municação seja inadmissível sem referência ou 2. Levando em conta quaisquer observações
Estado Parte em questão, e desde que o indiví- que possam ter sido apresentadas pelo Estado
duo ou indivíduos consintam na divulgação de Parte em questão, bem como outras informações
sua identidade ao Estado Parte, o Comitê levará fidedignas das quais disponha, o Comitê poderá
confidencialmente à atenção do Estado Parte em designar um ou mais de seus membros para con-
questão a comunicação por ele recebida no âm- duzir uma investigação e apresentar relatório ur-
bito do presente Protocolo. gentemente ao Comitê. Sempre que justificado, e
2. Dentro de seis meses, o Estado Parte que re- com o consentimento do Estado Parte, a investiga-
ceber a comunicação apresentará ao Comitê expli- ção poderá incluir visita ao território deste último.
cações ou declarações por escrito esclarecendo o 3. Após examinar os resultados da investigação,
assunto e o remédio, se houver, que possa ter sido o Comitê os transmitirá ao Estado Parte em ques-
aplicado pelo Estado Parte. tão juntamente com quaisquer comentários e re-
comendações.
Artigo 7
4. O Estado Parte em questão deverá, dentro
1. O Comitê considerará as comunicações re- de seis meses do recebimento dos resultados, co-
cebidas segundo o presente Protocolo à luz das mentários e recomendações do Comitê, apresen-
informações que vier a receber de indivíduos ou tar suas observações ao Comitê.
grupos de indivíduos, ou em nome destes, ou do 5. Tal investigação será conduzida em caráter
Estado Parte em questão, desde que essa informa- confidencial e a cooperação do Estado Parte será
ção seja transmitida às partes em questão. buscada em todos os estágios dos procedimentos.
26
PROTOCOLO FACULTATIVO À CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE
TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER (NOVA IORQUE, 2001)
Artigo 10 Artigo 16
1. Cada Estado Parte poderá, no momento da 1. O presente Protocolo entrará em vigor três me-
assinatura ou ratificação do presente Protocolo ou ses após a data do depósito junto ao Secretário-
no momento em que a este aderir, declarar que -Geral das Nações Unidas do décimo instrumen-
não reconhece a competência do Comitê disposta to de ratificação ou adesão.
nos Artigos 8 e 9 deste Protocolo. 2. Para cada Estado que ratifique o presente
2. O Estado Parte que fizer a declaração de Protocolo ou a ele venha a aderir após sua en-
acordo com o Parágrafo 1 deste Artigo 10 poderá, trada em vigor, o presente Protocolo entrará em
a qualquer momento, retirar essa declaração atra- vigor três meses após a data do depósito de seu
vés de notificação ao Secretário-Geral. próprio instrumento de ratificação ou adesão.
Artigo 17
Artigo 11
Não serão permitidas reservas ao presente Pro-
Os Estados Partes devem tomar todas as medi-
tocolo.
das apropriadas para assegurar que os indivíduos
sob sua jurisdição não fiquem sujeitos a maus tra- Artigo 18
tos ou intimidação como consequência de sua co- 1. Qualquer Estado Parte poderá propor emen-
municação com o Comitê nos termos do presente das ao presente Protocolo e dar entrada a pro-
Protocolo. posta de emendas junto ao Secretário-Geral das
Artigo 12 Nações Unidas. O Secretário-Geral deverá, nessa
ocasião, comunicar as emendas propostas aos
O Comitê incluirá em seu relatório anual, se-
Estados Partes juntamente com solicitação de
gundo o Artigo 21 da Convenção, um resumo de
que o notifiquem caso sejam favoráveis a uma
suas atividades nos termos do presente Protocolo.
conferência de Estados Partes com o propósito de
Artigo 13 avaliar e votar a proposta. Se ao menos um terço
Cada Estado Parte compromete-se a tornar pú- dos Estados Partes for favorável à conferência, o
blicos e amplamente conhecidos a Convenção e o Secretário-Geral deverá convocá-la sob os auspí-
presente Protocolo e a facilitar o acesso à informa- cios das Nações Unidas. Qualquer emenda ado-
ção acerca das opiniões e recomendações do Co- tada pela maioria dos Estados Partes presentes e
mitê, em particular sobre as questões que digam votantes na conferência será submetida à Assem-
respeito ao próprio Estado Parte. bleia-Geral das Nações Unidas para aprovação.
2. As emendas entrarão em vigor tão logo te-
Artigo 14
nham sido aprovadas pela Assembleia-Geral das
O Comitê elaborará suas próprias regras de pro-
Nações Unidas e aceitas por maioria de dois ter-
cedimento a serem seguidas no exercício das fun-
ços dos Estados Partes do presente Protocolo, de
ções que lhe são conferidas no presente Protocolo.
acordo com seus respectivos processos constitu-
Artigo 15 cionais.
1. O presente Protocolo estará aberto à assina- 3. Sempre que as emendas entrarem em vigor,
tura por qualquer Estado que tenha ratificado ou obrigarão os Estados Partes que as tenham acei-
aderido à Convenção. tado, ficando os outros Estados Partes obrigados
27
pelas disposições do presente Protocolo e quais- LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
quer emendas anteriores que tiverem aceitado. CAPÍTULO I
Artigo 19 DAS DEFINIÇÕES E DOS OBJETIVOS
1. Qualquer Estado Parte poderá denunciar o pre- Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e
sente Protocolo a qualquer momento por meio de dever do Estado, é Política de Seguridade Social
não contributiva, que provê os mínimos sociais,
notificação por escrito endereçada ao Secretário-
realizada através de um conjunto integrado de
-Geral das Nações Unidas. A denúncia terá efeito
ações de iniciativa pública e da sociedade, para
seis meses após a data do recebimento da notifi-
garantir o atendimento às necessidades básicas.
cação pelo Secretário-Geral.
Art. 2º A assistência social tem por objetivos: (Caput
2. A denúncia não prejudicará a continuidade da
do artigo com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
aplicação das disposições do presente Protocolo
I – a proteção social, que visa à garantia da vida,
em relação a qualquer comunicação apresentada à redução de danos e à prevenção da incidência
segundo o Artigo 2 deste Protocolo e a qualquer de riscos, especialmente: (Inciso com redação dada
investigação iniciada segundo o Artigo 8 deste pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Protocolo antes da data de vigência da denúncia. a) a proteção à família, à maternidade, à infân-
cia, à adolescência e à velhice;
Artigo 20
b) o amparo às crianças e aos adolescentes ca-
O Secretário-Geral das Nações Unidas infor- rentes;
mará a todos os Estados sobre: c) a promoção da integração ao mercado de
a) assinaturas, ratificações e adesões ao pre- trabalho;
sente Protocolo; d) a habilitação e reabilitação das pessoas com
b) data de entrada em vigor do presente Proto- deficiência e a promoção de sua integração à vida
colo e de qualquer emenda feita nos termos do comunitária; e
e) a garantia de 1 (um) salário mínimo de bene-
Artigo 18 deste Protocolo;
fício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso
c) qualquer denúncia feita segundo o Artigo 19
que comprovem não possuir meios de prover a
deste Protocolo.
própria manutenção ou de tê-la provida por sua
Artigo 21 família;
1. O presente Protocolo, do qual as versões em II – a vigilância socioassistencial, que visa a ana-
lisar territorialmente a capacidade protetiva das
árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol
famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades,
são igualmente autênticas, será depositado junto
de ameaças, de vitimizações e danos; (Inciso com
aos arquivos das Nações Unidas.
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas trans- III – a defesa de direitos, que visa a garantir o
mitirá cópias autenticadas do presente Protocolo pleno acesso aos direitos no conjunto das provi-
a todos os estados mencionados no Artigo 25 da sões socioassistenciais; (Inciso com redação dada pela
Convenção. Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
IV – (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
LEI Nº 8.742, DE 7 DE V – (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
DEZEMBRO DE 1993 Parágrafo único. Para o enfrentamento da po-
(LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL) breza, a assistência social realiza-se de forma in-
tegrada às políticas setoriais, garantindo mínimos
(Publicada no DOU de 8/12/1993)
sociais e provimento de condições para atender
Dispõe sobre a organização da Assistência contingências sociais e promovendo a universali-
Social e dá outras providências. zação dos direitos sociais. (Parágrafo único com reda-
O presidente da República ção dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu Art. 3º Consideram-se entidades e organizações
sanciono a seguinte lei: de assistência social aquelas sem fins lucrativos
28
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
que, isolada ou cumulativamente, prestam atendi- III – respeito à dignidade do cidadão, à sua au-
mento e assessoramento aos beneficiários abran- tonomia e ao seu direito a benefícios e serviços
gidos por esta Lei, bem como as que atuam na de qualidade, bem como à convivência familiar e
defesa e garantia de direitos. (Caput do artigo com comunitária, vedando-se qualquer comprovação
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) vexatória de necessidade;
§ 1º São de atendimento aquelas entidades IV – igualdade de direitos no acesso ao atendi-
que, de forma continuada, permanente e plane- mento, sem discriminação de qualquer natureza,
jada, prestam serviços, executam programas ou
garantindo-se equivalência às populações urba-
projetos e concedem benefícios de prestação so-
nas e rurais;
cial básica ou especial, dirigidos às famílias e in-
V – divulgação ampla dos benefícios, serviços,
divíduos em situações de vulnerabilidade ou risco
programas e projetos assistenciais, bem como
social e pessoal, nos termos desta Lei, e respeita-
dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos
das as deliberações do Conselho Nacional de As-
sistência Social (CNAS), de que tratam os incisos I critérios para sua concessão.
e II do art. 18. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de Seção II
6/7/2011) Das Diretrizes
§ 2º São de assessoramento aquelas que, de
Art. 5º A organização da assistência social tem
forma continuada, permanente e planejada, pres-
como base as seguintes diretrizes:
tam serviços e executam programas ou projetos
I – descentralização político-administrativa para
voltados prioritariamente para o fortalecimento
dos movimentos sociais e das organizações de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e co-
usuários, formação e capacitação de lideranças, mando único das ações em cada esfera de governo;
dirigidos ao público da política de assistência so- II – participação da população, por meio de or-
cial, nos termos desta Lei, e respeitadas as delibe- ganizações representativas, na formulação das po-
rações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do líticas e no controle das ações em todos os níveis;
art. 18. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) III – primazia da responsabilidade do Estado
§ 3º São de defesa e garantia de direitos aquelas na condução da política de assistência social em
que, de forma continuada, permanente e plane- cada esfera de governo.
jada, prestam serviços e executam programas e
CAPÍTULO III
projetos voltados prioritariamente para a defesa
DA ORGANIZAÇÃO E DA GESTÃO
e efetivação dos direitos socioassistenciais, cons-
trução de novos direitos, promoção da cidadania, Art. 6º A gestão das ações na área de assistência
enfrentamento das desigualdades sociais, articu- social fica organizada sob a forma de sistema des-
lação com órgãos públicos de defesa de direitos, centralizado e participativo, denominado Sistema
dirigidos ao público da política de assistência so- Único de Assistência Social (Suas), com os seguin-
cial, nos termos desta Lei, e respeitadas as delibe- tes objetivos: (Caput do artigo com redação dada pela Lei
rações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do nº 12.435, de 6/7/2011)
art. 18. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) I – consolidar a gestão compartilhada, o co-
CAPÍTULO II financiamento e a cooperação técnica entre os
DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES entes federativos que, de modo articulado, ope-
Seção I ram a proteção social não contributiva; (Inciso acres-
Dos Princípios cido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
II – integrar a rede pública e privada de serviços,
Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes
princípios: programas, projetos e benefícios de assistência
I – supremacia do atendimento às necessidades social, na forma do art. 6º-C; (Inciso acrescido pela
sociais sobre as exigências de rentabilidade eco- Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
nômica; III – estabelecer as responsabilidades dos entes
II – universalização dos direitos sociais, a fim de federativos na organização, regulação, manuten-
tornar o destinatário da ação assistencial alcançá- ção e expansão das ações de assistência social;
vel pelas demais políticas públicas; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
29
IV – definir os níveis de gestão, respeitadas as mento das potencialidades e aquisições e a prote-
diversidades regionais e municipais; (Inciso acres- ção de famílias e indivíduos para o enfrentamento
cido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) das situações de violação de direitos.
V – implementar a gestão do trabalho e a educa- Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é
ção permanente na assistência social; (Inciso acres- um dos instrumentos das proteções da assistên-
cido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) cia social que identifica e previne as situações de
VI – estabelecer a gestão integrada de serviços risco e vulnerabilidade social e seus agravos no
e benefícios; e (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, de território.
6/7/2011) Art. 6º-B. As proteções sociais básica e especial
VII – afiançar a vigilância socioassistencial e a serão ofertadas pela rede socioassistencial, de
garantia de direitos. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, forma integrada, diretamente pelos entes públi-
de 6/7/2011) cos e/ou pelas entidades e organizações de assis-
§ 1º As ações ofertadas no âmbito do Suas têm tência social vinculadas ao Suas, respeitadas as
por objetivo a proteção à família, à maternidade, especificidades de cada ação. (Artigo acrescido pela
à infância, à adolescência e à velhice e, como base Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
de organização, o território. (Parágrafo acrescido pela § 1º A vinculação ao Suas é o reconhecimento
Lei nº 12.435, de 6/7/2011) pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
§ 2º O Suas é integrado pelos entes federativos, bate à Fome de que a entidade de assistência so-
pelos respectivos conselhos de assistência social cial integra a rede socioassistencial.
e pelas entidades e organizações de assistência § 2º Para o reconhecimento referido no § 1º, a
social abrangidas por esta Lei. (Parágrafo acrescido entidade deverá cumprir os seguintes requisitos:
pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) I – constituir-se em conformidade com o dis-
§ 3º A instância coordenadora da Política Na- posto no art. 3º;
cional de Assistência Social é o Ministério do De- II – inscrever-se em Conselho Municipal ou do
senvolvimento Social e Combate à Fome. (Parágrafo Distrito Federal, na forma do art. 9º;
único renumerado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) III – integrar o sistema de cadastro de entidades
§ 4º Cabe à instância coordenadora da Política de que trata o inciso XI do art. 19.
Nacional de Assistência Social normatizar e pa- § 3º As entidades e organizações de assistência
dronizar o emprego e a divulgação da identidade social vinculadas ao Suas celebrarão convênios,
visual do Suas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.714, contratos, acordos ou ajustes com o poder público
de 24/8/2018) para a execução, garantido financiamento integral,
§ 5º A identidade visual do Suas deverá prevale- pelo Estado, de serviços, programas, projetos e
cer na identificação de unidades públicas estatais, ações de assistência social, nos limites da capa-
entidades e organizações de assistência social, cidade instalada, aos beneficiários abrangidos
serviços, programas, projetos e benefícios vincu- por esta Lei, observando-se as disponibilidades
lados ao Suas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.714, de orçamentárias.
24/8/2018) § 4º O cumprimento do disposto no § 3º será
Art. 6º-A. A assistência social organiza-se pelos informado ao Ministério do Desenvolvimento So-
seguintes tipos de proteção: (Artigo acrescido pela Lei cial e Combate à Fome pelo órgão gestor local da
nº 12.435, de 6/7/2011) assistência social.
I – proteção social básica: conjunto de serviços, Art. 6º-C. As proteções sociais, básica e especial,
programas, projetos e benefícios da assistência serão ofertadas precipuamente no Centro de Re-
social que visa a prevenir situações de vulnerabi- ferência de Assistência Social (Cras) e no Centro
lidade e risco social por meio do desenvolvimento de Referência Especializado de Assistência Social
de potencialidades e aquisições e do fortaleci- (Creas), respectivamente, e pelas entidades sem
mento de vínculos familiares e comunitários; fins lucrativos de assistência social de que trata
II – proteção social especial: conjunto de servi- o art. 3º desta Lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435,
ços, programas e projetos que tem por objetivo de 6/7/2011)
contribuir para a reconstrução de vínculos familia- § 1º O Cras é a unidade pública municipal, de
res e comunitários, a defesa de direito, o fortaleci- base territorial, localizada em áreas com maiores
30
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
V – prestar os serviços assistenciais de que trata escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Mi-
o art. 23 desta Lei; nistério Público Federal.
VI – cofinanciar o aprimoramento da gestão, os § 2º O Conselho Nacional de Assistência Social
serviços, os programas e os projetos de assistên- (CNAS) é presidido por um de seus integrantes,
cia social em âmbito local; (Inciso acrescido pela Lei eleito dentre seus membros, para mandato de
nº 12.435, de 6/7/2011) 1 (um) ano, permitida uma única recondução por
VII – realizar o monitoramento e a avaliação da igual período.
política de assistência social em seu âmbito. (Inciso § 3º O Conselho Nacional de Assistência Social
acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) (CNAS) contará com uma Secretaria Executiva, a
qual terá sua estrutura disciplinada em ato do
Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de
Poder Executivo.
caráter permanente e composição paritária entre
§ 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II,
governo e sociedade civil, são: (Caput do artigo com
III e IV do art. 16, com competência para acompa-
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
nhar a execução da política de assistência social,
I – o Conselho Nacional de Assistência Social;
apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em
II – os Conselhos Estaduais de Assistência Social;
consonância com as diretrizes das conferências
III – o Conselho de Assistência Social do Distrito
nacionais, estaduais, distrital e municipais, de
Federal;
acordo com seu âmbito de atuação, deverão ser
IV – os Conselhos Municipais de Assistência Social.
instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência
Distrito Federal e pelos Municípios, mediante
Social estão vinculados ao órgão gestor de as-
lei específica. (Parágrafo com redação dada pela Lei
sistência social, que deve prover a infraestrutura
nº 12.435, de 6/7/2011)
necessária ao seu funcionamento, garantindo re-
cursos materiais, humanos e financeiros, inclusive Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assis-
com despesas referentes a passagens e diárias de tência Social:
conselheiros representantes do governo ou da so- I – aprovar a Política Nacional de Assistência
ciedade civil, quando estiverem no exercício de Social;
II – normatizar as ações e regular a prestação de
suas atribuições. (Parágrafo único acrescido pela Lei
serviços de natureza pública e privada no campo
nº 12.435, de 6/7/2011)
da assistência social;
Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de As- III – acompanhar e fiscalizar o processo de certi-
sistência Social (CNAS), órgão superior de delibera- ficação das entidades e organizações de assistên-
ção colegiada, vinculado à estrutura do órgão da cia social no Ministério do Desenvolvimento Social
Administração Pública Federal responsável pela e Combate à Fome; (Inciso com redação dada pela Lei
coordenação da Política Nacional de Assistência nº 12.101, de 27/11/2009)
Social, cujos membros, nomeados pelo Presidente IV – apreciar relatório anual que conterá a re-
da República, têm mandato de 2 (dois) anos, per- lação de entidades e organizações de assistên-
mitida uma única recondução por igual período. cia social certificadas como beneficentes e en-
§ 1º O Conselho Nacional de Assistência Social caminhá-lo para conhecimento dos Conselhos
(CNAS) é composto por 18 (dezoito) membros e res- de Assistência Social dos Estados, Municípios e
pectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao do Distrito Federal; (Inciso com redação dada pela Lei
órgão da Administração Pública Federal responsá- nº 12.101, de 27/11/2009)
vel pela coordenação da Política Nacional de Assis- V – zelar pela efetivação do sistema descentrali-
tência Social, de acordo com os critérios seguintes: zado e participativo de assistência social;
I – 9 (nove) representantes governamentais, in- VI – a partir da realização da II Conferência Na-
cluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um) cional de Assistência Social em 1997, convocar or-
dos Municípios; dinariamente a cada quatro anos a Conferência Na-
II – 9 (nove) representantes da sociedade civil, cional de Assistência Social, que terá a atribuição
dentre representantes dos usuários ou de organi- de avaliar a situação da assistência social e pro-
zações de usuários, das entidades e organizações por diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema;
de assistência social e dos trabalhadores do setor, (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
33
VII – (Vetado) V – propor os critérios de transferência dos re-
VIII – apreciar e aprovar a proposta orçamentá- cursos de que trata esta lei;
ria da Assistência Social a ser encaminhada pelo VI – proceder à transferência dos recursos des-
órgão da Administração Pública Federal responsá- tinados à assistência social, na forma prevista
vel pela coordenação da Política Nacional de As- nesta Lei;
sistência Social; VII – encaminhar à apreciação do Conselho
IX – aprovar critérios de transferência de re- Nacional de Assistência Social (CNAS) relatórios
cursos para os Estados, Municípios e Distrito Fe- trimestrais e anuais de atividades e de realização
deral, considerando, para tanto, indicadores que financeira dos recursos;
informem sua regionalização mais equitativa, tais VIII – prestar assessoramento técnico aos Estados,
como: população, renda per capita, mortalidade ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e
infantil e concentração de renda, além de discipli- organizações de assistência social;
nar os procedimentos de repasse de recursos para IX – formular política para a qualificação sis-
as entidades e organizações de assistência social, temática e continuada de recursos humanos no
sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes campo da assistência social;
Orçamentárias; X – desenvolver estudos e pesquisas para fun-
X – acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, damentar as análises de necessidades e formula-
bem como os ganhos sociais e o desempenho dos ção de proposições para a área;
programas e projetos aprovados; XI – coordenar e manter atualizado o sistema
XI – estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os de cadastro de entidades e organizações de assis-
programas anuais e plurianuais do Fundo Nacio- tência social, em articulação com os Estados, os
nal de Assistência Social (FNAS); Municípios e o Distrito Federal;
XII – indicar o representante do Conselho Nacio- XII – articular-se com os órgãos responsáveis
nal de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho pelas políticas de saúde e previdência social, bem
Nacional da Seguridade Social; como com os demais responsáveis pelas políticas
XIII – elaborar e aprovar seu regimento interno; socioeconômicas setoriais, visando à elevação do
XIV – divulgar, no Diário Oficial da União, todas patamar mínimo de atendimento às necessidades
as suas decisões, bem como as contas do Fundo básicas;
Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respec- XIII – expedir os atos normativos necessários à
tivos pareceres emitidos. gestão do Fundo Nacional de Assistência Social
Parágrafo único. (Parágrafo único acrescido pela Lei (FNAS), de acordo com as diretrizes estabeleci-
nº 10.684, de 30/5/2003, e revogado pela Lei nº 12.101, de das pelo Conselho Nacional de Assistência Social
27/11/2009) (CNAS);
Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pú- XIV – elaborar e submeter ao Conselho Nacional
blica Federal responsável pela coordenação da de Assistência Social (CNAS) os programas anuais
Política Nacional de Assistência Social: e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo
I – coordenar e articular as ações no campo da Nacional de Assistência Social (FNAS).
assistência social; Parágrafo único. A atenção integral à saúde,
II – propor ao Conselho Nacional de Assistên- inclusive a dispensação de medicamentos e pro-
cia Social (CNAS) a Política Nacional de Assistência dutos de interesse para a saúde, às famílias e
Social, suas normas gerais, bem como os critérios indivíduos em situações de vulnerabilidade ou
de prioridade e de elegibilidade, além de padrões risco social e pessoal, nos termos desta Lei, dar-
de qualidade na prestação de benefícios, serviços, -se-á independentemente da apresentação de
programas e projetos; documentos que comprovem domicílio ou inscri-
III – prover recursos para o pagamento dos bene- ção no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS),
fícios de prestação continuada definidos nesta Lei; em consonância com a diretriz de articulação das
IV – elaborar e encaminhar a proposta orçamen- ações de assistência social e de saúde a que se
tária da assistência social, em conjunto com as de- refere o inciso XII deste artigo. (Parágrafo único acres-
mais áreas da Seguridade Social; cido pela Lei nº 13.714, de 24/8/2018)
34
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
35
Art. 21. O benefício de prestação continuada deve dade temporária e de calamidade pública. (Artigo
ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
continuidade das condições que lhe deram origem. § 1º A concessão e o valor dos benefícios de que
§ 1º O pagamento do benefício cessa no momen- trata este artigo serão definidos pelos Estados,
to em que forem superadas as condições referi- Distrito Federal e Municípios e previstos nas res-
das no caput, ou em caso de morte do beneficiário. pectivas leis orçamentárias anuais, com base em
§ 2º O benefício será cancelado quando se cons- critérios e prazos definidos pelos respectivos Con-
tatar irregularidade na sua concessão ou utilização. selhos de Assistência Social.
§ 3º O desenvolvimento das capacidades cog- § 2º O CNAS, ouvidas as respectivas represen-
nitivas, motoras ou educacionais e a realização tações de Estados e Municípios dele participan-
de atividades não remuneradas de habilitação e tes, poderá propor, na medida das disponibilida-
reabilitação, entre outras, não constituem motivo des orçamentárias das 3 (três) esferas de governo,
de suspensão ou cessação do benefício da pessoa a instituição de benefícios subsidiários no valor de
com deficiência. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, até 25% (vinte e cinco por cento) do salário míni-
de 6/7/2011) mo para cada criança de até 6 (seis) anos de idade.
§ 4º A cessação do benefício de prestação con- § 3º Os benefícios eventuais subsidiários não
tinuada concedido à pessoa com deficiência não poderão ser cumulados com aqueles instituídos
impede nova concessão do benefício, desde que pelas Leis nº 10.954, de 29 de setembro de 2004,
atendidos os requisitos definidos em regulamento. e nº 10.458, de 14 de maio de 2002.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011, e com
redação dada pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
Seção III
Dos Serviços
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será
Art. 23. Entendem-se por serviços socioassisten-
suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa
ciais as atividades continuadas que visem à me-
com deficiência exercer atividade remunerada, in-
lhoria de vida da população e cujas ações, volta-
clusive na condição de microempreendedor indi-
vidual. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011) das para as necessidades básicas, observem os
§ 1º Extinta a relação trabalhista ou a atividade objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos
empreendedora de que trata o caput deste artigo nesta Lei. (Caput do artigo com redação dada pela Lei
e, quando for o caso, encerrado o prazo de paga- nº 12.435, de 6/7/2011)
mento do seguro-desemprego e não tendo o be- § 1º O regulamento instituirá os serviços so-
neficiário adquirido direito a qualquer benefício cioassistenciais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435,
previdenciário, poderá ser requerida a continui- de 6/7/2011)
dade do pagamento do benefício suspenso, sem § 2º Na organização dos serviços da assistência
necessidade de realização de perícia médica ou social serão criados programas de amparo, entre
reavaliação da deficiência e do grau de incapaci- outros: (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 12.435,
dade para esse fim, respeitado o período de revi- de 6/7/2011)
são previsto no caput do art. 21. I – às crianças e adolescentes em situação de
§ 2º A contratação de pessoa com deficiência risco pessoal e social, em cumprimento ao dis-
como aprendiz não acarreta a suspensão do bene- posto no art. 227 da Constituição Federal e na
fício de prestação continuada, limitado a 2 (dois) Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
anos o recebimento concomitante da remunera- Criança e do Adolescente);
ção e do benefício. II – às pessoas que vivem em situação de rua.
Seção II Seção IV
Dos Benefícios Eventuais Dos Programas de Assistência Social
Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as Art. 24. Os programas de assistência social com-
provisões suplementares e provisórias que inte- preendem ações integradas e complementares
gram organicamente as garantias do Suas e são com objetivos, tempo e área de abrangência de-
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude finidos para qualificar, incentivar e melhorar os
de nascimento, morte, situações de vulnerabili- benefícios e os serviços assistenciais.
36
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
§ 1º Os programas de que trata este artigo serão § 2º As crianças e os adolescentes em situação
definidos pelos respectivos Conselhos de Assis- de trabalho deverão ser identificados e ter os seus
tência Social, obedecidos os objetivos e princí- dados inseridos no Cadastro Único para Progra-
pios que regem esta Lei, com prioridade para a mas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com
inserção profissional e social. a devida identificação das situações de trabalho
§ 2º Os programas voltados para o idoso e a in- infantil.
tegração da pessoa com deficiência serão devida-
Seção V
mente articulados com o benefício de prestação Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
continuada estabelecido no art. 20 desta Lei. (Pa-
rágrafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza
compreendem a instituição de investimento eco-
Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e nômico-social nos grupos populares, buscando
Atendimento Integral à Família (Paif), que integra subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas
a proteção social básica e consiste na oferta de que lhes garantam meios, capacidade produtiva
ações e serviços socioassistenciais de prestação e de gestão para melhoria das condições gerais
continuada, nos Cras, por meio do trabalho so- de subsistência, elevação do padrão da qualidade
cial com famílias em situação de vulnerabilidade de vida, a preservação do meio-ambiente e sua
social, com o objetivo de prevenir o rompimento organização social.
dos vínculos familiares e a violência no âmbito
de suas relações, garantindo o direito à convivên- Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento
cia familiar e comunitária. (Artigo acrescido pela Lei da pobreza assentar-se-á em mecanismos de arti-
nº 12.435, de 6/7/2011) culação e de participação de diferentes áreas go-
Parágrafo único. Regulamento definirá as dire- vernamentais e em sistema de cooperação entre
trizes e os procedimentos do Paif. organismos governamentais, não governamentais
e da sociedade civil.
Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos CAPÍTULO V
DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
(Paefi), que integra a proteção social especial e
consiste no apoio, orientação e acompanhamen- Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comuni-
to a famílias e indivíduos em situação de ameaça tária (Funac), instituído pelo Decreto nº 91.970,
ou violação de direitos, articulando os serviços so- de 22 de novembro de 1985, ratificado pelo De-
cioassistenciais com as diversas políticas públicas creto Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990,
e com órgãos do sistema de garantia de direitos. transformado no Fundo Nacional de Assistência
(Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) Social (FNAS).
Parágrafo único. Regulamento definirá as dire- Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços,
trizes e os procedimentos do Paefi. programas e projetos estabelecidos nesta Lei far-
Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradica- -se-á com os recursos da União, dos Estados, do
ção do Trabalho Infantil (Peti), de caráter interseto- Distrito Federal e dos Municípios, das demais con-
rial, integrante da Política Nacional de Assistência tribuições sociais previstas no art. 195 da Cons-
Social, que, no âmbito do Suas, compreende trans- tituição Federal, além daqueles que compõem o
ferências de renda, trabalho social com famílias e Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
oferta de serviços socioeducativos para crianças § 1º Cabe ao órgão da Administração Pública
e adolescentes que se encontrem em situação de responsável pela coordenação da Política de As-
trabalho. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) sistência Social nas 3 (três) esferas de governo
§ 1º O Peti tem abrangência nacional e será gerir o Fundo de Assistência Social, sob orienta-
desenvolvido de forma articulada pelos entes ção e controle dos respectivos Conselhos de As-
federados, com a participação da sociedade civil, sistência Social. (Parágrafo com redação dada pela Lei
e tem como objetivo contribuir para a retirada nº 12.435, de 6/7/2011)
de crianças e adolescentes com idade inferior § 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180
a 16 (dezesseis) anos em situação de trabalho, (cento e oitenta) dias a contar da data de publica-
ressalvada a condição de aprendiz, a partir de ção desta lei, sobre o regulamento e funcionamen-
14 (quatorze) anos. to do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
37
§ 3º O financiamento da assistência social no Parágrafo único. As transferências automáticas
Suas deve ser efetuado mediante cofinanciamen- de recursos entre os fundos de assistência social
to dos 3 (três) entes federados, devendo os recur- efetuadas à conta do orçamento da seguridade
sos alocados nos fundos de assistência social ser social, conforme o art. 204 da Constituição Fe-
voltados à operacionalização, prestação, apri- deral, caracterizam-se como despesa pública
moramento e viabilização dos serviços, progra- com a seguridade social, na forma do art. 24 da
mas, projetos e benefícios desta política. (Parágra- Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
fo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável
Art. 28-A. (Artigo acrescido pela Medida Provisória pela utilização dos recursos do respectivo Fundo de
nº 2.187-13, de 24/8/2001, e revogado pela Medida Provisó- Assistência Social o controle e o acompanhamen-
ria nº 852, de 21/9/2018) to dos serviços, programas, projetos e benefícios,
por meio dos respectivos órgãos de controle, inde-
Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União
pendentemente de ações do órgão repassador dos
destinados à assistência social serão automati-
recursos. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
camente repassados ao Fundo Nacional de Assis-
tência Social (FNAS), à medida que se forem rea- Art. 30-C. A utilização dos recursos federais des-
lizando as receitas. centralizados para os fundos de assistência social
Parágrafo único. Os recursos de responsabilidade dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal
da União destinados ao financiamento dos benefí- será declarada pelos entes recebedores ao ente
cios de prestação continuada, previstos no art. 20, transferidor, anualmente, mediante relatório de
poderão ser repassados pelo Ministério da Previ- gestão submetido à apreciação do respectivo
dência e Assistência Social diretamente ao INSS, ór- Conselho de Assistência Social, que comprove a
gão responsável pela sua execução e manutenção. execução das ações na forma de regulamento. (Ar-
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998) tigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Parágrafo único. Os entes transferidores pode-
Art. 30. É condição para os repasses, aos Muni-
rão requisitar informações referentes à aplicação
cípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos re-
dos recursos oriundos do seu fundo de assistência
cursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e
social, para fins de análise e acompanhamento de
funcionamento de:
sua boa e regular utilização.
I – Conselho de Assistência Social, de composi-
ção paritária entre governo e sociedade civil; CAPÍTULO VI
II – Fundo de Assistência Social, com orientação DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
e controle dos respectivos Conselhos de Assistên- Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efe-
cia Social; tivo respeito aos direitos estabelecidos nesta lei.
III – Plano de Assistência Social.
Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60 (ses-
Parágrafo único. É, ainda, condição para transfe-
senta) dias, a partir da publicação desta Lei, obe-
rência de recursos do FNAS aos Estados, ao Distrito
decidas as normas por ela instituídas, para elabo-
Federal e aos Municípios a comprovação orçamen-
rar e encaminhar projeto de lei dispondo sobre a
tária dos recursos próprios destinados à Assistên-
extinção e reordenamento dos órgãos de assistên-
cia Social, alocados em seus respectivos Fundos
cia social do Ministério do Bem-Estar Social.
de Assistência Social, a partir do exercício de 1999.
§ 1º O projeto de que trata este artigo definirá
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
formas de transferências de benefícios, serviços,
Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, pro- programas, projetos, pessoal, bens móveis e imó-
gramas, projetos e benefícios eventuais, no que veis para a esfera municipal.
couber, e o aprimoramento da gestão da política § 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social
de assistência social no Suas se efetuam por meio indicará Comissão encarregada de elaborar o pro-
de transferências automáticas entre os fundos de jeto de lei de que trata este artigo, que contará
assistência social e mediante alocação de recur- com a participação das organizações dos usuários,
sos próprios nesses fundos nas 3 (três) esferas de de trabalhadores do setor e de entidades e orga-
governo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) nizações de assistência social.
38
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) gidos para a sua concessão, inclusive apresenta-
dias da promulgação desta Lei, fica extinto o Conse- ção da documentação necessária, devendo o seu
lho Nacional de Serviço Social (CNSS), revogando- pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco
-se, em consequência, os Decretos-Lei nos 525, de dias após cumpridas as exigências de que trata
1º de julho de 1938, e 657, de 22 de julho de 1943. este artigo. (Caput do artigo com redação dada pela Lei
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências nº 9.720, de 30/11/1998)
necessárias para a instalação do Conselho Nacio- Parágrafo único. No caso de o primeiro paga-
nal de Assistência Social (CNAS) e a transferência mento ser feito após o prazo previsto no caput,
das atividades que passarão à sua competência aplicar-se-á na sua atualização o mesmo critério
dentro do prazo estabelecido no caput, de forma adotado pelo INSS na atualização do primeiro pa-
a assegurar não haja solução de continuidade.
gamento de benefício previdenciário em atraso.
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput será
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para o
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), Art. 38. (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
que promoverá, mediante critérios e prazos a Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência So-
serem fixados, a revisão dos processos de regis- cial (CNAS), por decisão da maioria absoluta de
tro e certificado de entidade de fins filantrópicos seus membros, respeitados o orçamento da segu-
das entidades e organização de assistência social, ridade social e a disponibilidade do Fundo Nacio-
observado o disposto no art. 3º desta lei. nal de Assistência Social (FNAS), poderá propor ao
Art. 34. A União continuará exercendo papel su- Poder Executivo a alteração dos limites de renda
pletivo nas ações de assistência social, por ela mensal per capita definidos no § 3º do art. 20 e
atualmente executadas diretamente no âmbito caput do art. 22.
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
Art. 40. Com a implantação dos benefícios pre-
visando à implementação do disposto nesta Lei,
vistos nos arts. 20 e 22 desta Lei, extinguem-se a
por prazo máximo de 12 (doze) meses, contados
renda mensal vitalícia, o auxílio-natalidade e o
a partir da data da publicação desta Lei.
auxílio-funeral existentes no âmbito da Previdên-
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública cia Social, conforme o disposto na Lei nº 8.213, de
Federal responsável pela coordenação da Política 24 de julho de 1991.
Nacional de Assistência Social operar os benefí- § 1º A transferência dos beneficiários do sis-
cios de prestação continuada de que trata esta lei, tema previdenciário para a assistência social deve
podendo, para tanto, contar com o concurso de
ser estabelecida de forma que o atendimento à
outros órgãos do Governo Federal, na forma a ser
população não sofra solução de continuidade. (Pa-
estabelecida em regulamento.
rágrafo único renumerado pela Lei nº 9.711, de 20/11/1998)
Parágrafo único. O regulamento de que trata o
§ 2º É assegurado ao maior de setenta anos e
caput definirá as formas de comprovação do di-
ao inválido o direito de requerer a renda mensal
reito ao benefício, as condições de sua suspensão,
vitalícia junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995,
os procedimentos em casos de curatela e tutela e
desde que atenda, alternativamente, aos requisi-
o órgão de credenciamento, de pagamento e de
tos estabelecidos nos incisos I, II ou III do § 1º do
fiscalização, dentre outros aspectos.
art. 139 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 36. As entidades e organizações de assistên-
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.711, de 20/11/1998)
cia social que incorrerem em irregularidades na
aplicação dos recursos que lhes foram repassados Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes
pelos poderes públicos terão a sua vinculação ao do disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei serão
Suas cancelada, sem prejuízo de responsabili- pagos preferencialmente à mulher responsável
dade civil e penal. (Artigo com redação dada pela Lei pela unidade familiar, quando cabível. (Artigo acres-
nº 12.435, de 6/7/2011) cido pela Lei nº 13.014, de 21/7/2014, publicada no DOU de
22/7/2014, em vigor 90 dias após sua publicação)
Art. 37. O benefício de prestação continuada será
devido após o cumprimento, pelo requerente, de Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua pu-
todos os requisitos legais e regulamentares exi- blicação.
39
Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário. § 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por
Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º da violência contra a mulher qualquer ação ou con-
Independência e 105º da República. duta, baseada no gênero, inclusive decorrente
de discriminação ou desigualdade étnica, que
ITAMAR FRANCO
Jutahy Magalhães Júnior cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual
ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público
LEI Nº 10.714, DE 13 DE quanto no privado. (Parágrafo com redação dada pela
AGOSTO DE 2003 Lei nº 12.288, de 20/7/2010, publicada no DOU de 21/7/2010,
(Publicada no DOU de 14/8/2003) em vigor 90 dias após sua publicação)
Autoriza o Poder Executivo a disponibilizar, § 2º Entender-se-á que violência contra a mulher
em âmbito nacional, número telefônico desti- inclui violência física, sexual e psicológica e que:
nado a atender denúncias de violência contra I – tenha ocorrido dentro da família ou uni-
a mulher.
dade doméstica ou em qualquer outra relação
O presidente da República interpessoal, em que o agressor conviva ou haja
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu convivido no mesmo domicílio que a mulher e
sanciono a seguinte Lei: que compreende, entre outros, estupro, violação,
Art. 1º É o Poder Executivo autorizado a dispo- maus-tratos e abuso sexual;
nibilizar, em âmbito nacional, número telefônico II – tenha ocorrido na comunidade e seja per-
destinado a atender denúncias de violência con- petrada por qualquer pessoa e que compreen-
tra a mulher. de, entre outros, violação, abuso sexual, tortura,
§ 1º O número telefônico mencionado no caput maus-tratos de pessoas, tráfico de mulheres, pros-
deste artigo deverá ser único para todo o País, tituição forçada, sequestro e assédio sexual no lu-
composto de apenas três dígitos, e de acesso gra- gar de trabalho, bem como em instituições educa-
tuito aos usuários. cionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer
§ 2º O serviço de atendimento objeto desta Lei outro lugar; e
deverá ser operado pela Central de Atendimento à III – seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou
Mulher, sob a coordenação do Poder Executivo. (Pa- seus agentes, onde quer que ocorra.
rágrafo com redação dada pela Lei nº 13.025, de 3/9/2014) § 3º Para efeito da definição serão observados
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- também as convenções e acordos internacionais as-
blicação. sinados pelo Brasil, que disponham sobre prevenção,
Brasília, 13 de agosto de 2003; 182º da punição e erradicação da violência contra a mulher.
Independência e 115º da República.
Art. 2º A autoridade sanitária proporcionará as fa-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA cilidades ao processo de notificação compulsória,
Márcio Thomaz Bastos para o fiel cumprimento desta Lei.
Art. 3º A notificação compulsória dos casos de
LEI Nº 10.778, DE 24 DE
violência de que trata esta Lei tem caráter sigi-
NOVEMBRO DE 2003
(Publicada no DOU de 25/11/2003)
loso, obrigando nesse sentido as autoridades sa-
nitárias que a tenham recebido.
Estabelece a notificação compulsória, no ter-
Parágrafo único. A identificação da vítima de
ritório nacional, do caso de violência contra a
mulher que for atendida em serviços de saúde violência referida nesta Lei, fora do âmbito dos
públicos ou privados. serviços de saúde, somente poderá efetivar-se,
O presidente da República em caráter excepcional, em caso de risco à comu-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu nidade ou à vítima, a juízo da autoridade sanitária
sanciono a seguinte Lei: e com conhecimento prévio da vítima ou do seu
responsável.
Art. 1º Constitui objeto de notificação compulsó-
ria, em todo o território nacional, a violência con- Art. 4º As pessoas físicas e as entidades, públicas
tra a mulher atendida em serviços de saúde pú- ou privadas, abrangidas ficam sujeitas às obriga-
blicos e privados. ções previstas nesta Lei.
40
LEI Nº 12.845, DE 1º DE AGOSTO DE 2013
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Art. 4º Esta Lei entra em vigor após decorridos
Humberto Sérgio Costa Lima 90 (noventa) dias de sua publicação oficial.
José Dirceu de Oliveira e Silva
Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da
Independência e 125º da República.
LEI Nº 12.845, DE 1º DE AGOSTO DE 2013
(LEI DO MINUTO SEGUINTE) DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
(Publicada no DOU de 2/8/2013)
Alexandre Rocha Santos Padilha
Dispõe sobre o atendimento obrigatório e Eleonora Menicucci de Oliveira
integral de pessoas em situação de violência Maria do Rosário Nunes
sexual.
A presidenta da República LEI Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu (LEI DO FEMINICÍDIO)
sanciono a seguinte Lei: (Publicada no DOU de 10/3/2015)
41
II – menosprezo ou discriminação à condição Art. 3º Os hospitais e os centros de saúde pública,
de mulher. ao receberem vítimas de violência, deverão in-
[...]
formá-las da possibilidade de acesso gratuito à
Aumento de pena
cirurgia plástica para reparação das lesões ou se-
[...]
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de quelas de agressão comprovada.
1/3 (um terço) até a metade se o crime for prati- § 1º A mulher vítima de violência grave que ne-
cado: cessitar de cirurgia deverá procurar unidade que
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses pos- a realize, portando o registro oficial de ocorrência
teriores ao parto;
da agressão.
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos,
§ 2º O profissional de medicina que indicar a
maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
III – na presença de descendente ou de ascen- necessidade da cirurgia deverá fazê-lo em diag-
dente da vítima. nóstico formal, expresso, encaminhando-o ao res-
Art. 2º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de ponsável pela unidade de saúde respectiva, para
1990, passa a vigorar com a seguinte alteração: sua autorização.
Art. 1º [...] § 3º Deverão ser encaminhados para clínicas
I – homicídio (art. 121), quando praticado em ati- especializadas os casos indicados para comple-
vidade típica de grupo de extermínio, ainda que co- mentação diagnóstica ou tratamento, quando
metido por um só agente, e homicídio qualificado
necessário.
(art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V e VI);
[...] Art. 4º Os recursos financeiros destinados a co-
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data da sua pu- brir as despesas decorrentes desta Lei serão alo-
blicação. cados para o ano subsequente à sua publicação
e provenientes da programação orçamentária de
Brasília, 9 de março de 2015; 194º da
Independência e 127º da República. saúde.
Art. 2º São obrigatórias, nos serviços do SUS, Brasília, 30 de dezembro de 2015; 194º da
próprios, contratados e conveniados, a oferta e a Independência e 127º da República.
42
LEI Nº 13.642, DE 3 DE ABRIL DE 2018
43
da vítima ou por qualquer outro título tiver auto- Art. 2º O art. 158 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
ridade sobre ela; de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
[...] passa a vigorar com a seguinte redação:
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o Art. 158. [...]
crime é praticado: Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realiza-
Estupro coletivo ção do exame de corpo de delito quando se tratar
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; de crime que envolva:
Estupro corretivo I – violência doméstica e familiar contra mulher;
b) para controlar o comportamento social ou II – violência contra criança, adolescente, idoso
sexual da vítima. ou pessoa com deficiência.
Art. 234-A. [...]
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime
resulta gravidez;
blicação.
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o Brasília, 2 de outubro de 2018; 197º da
agente transmite à vítima doença sexualmente Independência e 130º da República.
transmissível de que sabe ou deveria saber ser
MICHEL TEMER
portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com Torquato Jardim
deficiência. Gustavo do Vale Rocha
Raul Jungmann
Art. 3º Revogam-se:
I – o parágrafo único do art. 225 do Decreto-Lei
LEI Nº 13.772, DE 19 DE
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
DEZEMBRO DE 2018
II – o art. 61 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de
(Publicada no DOU de 20/12/2018)
outubro de 1941 (Lei das Contravenções Penais).
Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- Maria da Penha), e o Decreto-Lei nº 2.848, de 7
blicação. de dezembro de 1940 (Código Penal), para re-
conhecer que a violação da intimidade da mu-
Brasília, 24 de setembro de 2018; 197º da
lher configura violência doméstica e familiar e
Independência e 130º da República.
para criminalizar o registro não autorizado de
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou
Gustavo do Vale Rocha libidinoso de caráter íntimo e privado.
Grace Maria Fernandes Mendonça O presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
LEI Nº 13.721, DE 2 DE sanciono a seguinte Lei:
OUTUBRO DE 2018
(Publicada no DOU de 3/10/2018)
Art. 1º Esta Lei reconhece que a violação da inti-
midade da mulher configura violência doméstica
Altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
e familiar e criminaliza o registro não autorizado
1941 (Código de Processo Penal), para estabe-
lecer que será dada prioridade à realização do
de conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou
exame de corpo de delito quando se tratar de libidinoso de caráter íntimo e privado.
crime que envolva violência doméstica e fami- Art. 2º O inciso II do caput do art. 7º da Lei nº 11.340,
liar contra mulher ou violência contra criança,
de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa
adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
a vigorar com a seguinte redação:
O presidente da República Art. 7º [...]
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu II – a violência psicológica, entendida como
sanciono a seguinte Lei: qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
Art. 1º Esta Lei altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise de-
de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
gradar ou controlar suas ações, comportamentos,
para estabelecer que será dada prioridade à rea-
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangi-
lização do exame de corpo de delito quando se mento, humilhação, manipulação, isolamento, vi-
tratar de crime que envolva violência doméstica e gilância constante, perseguição contumaz, insulto,
familiar contra mulher ou violência contra criança, chantagem, violação de sua intimidade, ridiculari-
adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. zação, exploração e limitação do direito de ir e vir
44
DECRETO Nº 5.099, DE 3 DE JUNHO DE 2004
ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à e atuações governamentais em todos os níveis,
saúde psicológica e à autodeterminação; decreta:
Art. 3º O Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei Art. 1º Ficam instituídos os serviços de referência
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), sentinela, aos quais serão notificados compulsoria-
passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo I-A: mente os casos de violência contra a mulher, defi-
CAPÍTULO I-A nidos na Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003.
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
Registro não autorizado da intimidade sexual
Art. 2º O Ministério da Saúde coordenará plano
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou regis- estratégico de ação para a instalação dos serviços
trar, por qualquer meio, conteúdo com cena de de referência sentinela, inicialmente em Municí-
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo pios que demonstrem possuir capacidade de ges-
e privado sem autorização dos participantes: tão e que preencham critérios epidemiológicos
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, definidos pelo Ministério da Saúde.
e multa.
Art. 3º Os serviços de referência sentinela instala-
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem
dos serão acompanhados mediante processo de
realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou
monitoramento e avaliação, que definirá a pos-
qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa
em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de sibilidade de expansão para todas as unidades e
caráter íntimo. serviços de saúde, no prazo de um ano.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- Art. 4º O instrumento de notificação compulsória
blicação. é a ficha de notificação, a ser padronizada pelo
Ministério da Saúde.
Brasília, 19 de dezembro de 2018; 197º da
Independência e 130º da República. Art. 5º O Ministério da Saúde expedirá, no prazo
de sessenta dias, a contar da publicação deste De-
MICHEL TEMER
Torquato Jardim creto, normas complementares pertinentes aos
Gustavo do Vale Rocha mecanismos de operacionalização dos serviços
Raul Jungmann de referência sentinela.
Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua
DECRETO Nº 5.099, DE 3
publicação.
DE JUNHO DE 2004
(Publicado no DOU de 4/6/2004) Brasília, 3 de junho de 2004; 183º da
Independência e 116º da República.
Regulamenta a Lei nº 10.778, de 24 de novem-
bro de 2003, e institui os serviços de referência LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
sentinela. Humberto Sérgio Costa Lima
lares, e efetivar chamadas ativas locais e de longa LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
distância. Nilcéa Freire
Parágrafo único. O número 180 estará disponí-
vel vinte e quatro horas por dia, todos os dias da DECRETO Nº 7.958, DE 13
DE MARÇO DE 2013
semana, incluindo finais de semana e feriados lo-
(Publicado no DOU de 14/3/2013)
cais, regionais e nacionais.
Estabelece diretrizes para o atendimento às
Art. 3º Caberá à Central de Atendimento: vítimas de violência sexual pelos profissionais
I – receber relatos, denúncias e manifestações de segurança pública e da rede de atendi-
mento do Sistema Único de Saúde.
relacionadas a situações de violência contra as
mulheres; A presidenta da República, no uso das atribui-
ções que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e
II – registrar relatos de violências sofridas pelas
VI, alínea a, da Constituição, e tendo em vista o
mulheres;
disposto nos incisos IV e V do caput do art. 15 da
III – orientar as mulheres em situação de violên-
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, decreta:
cia sobre seus direitos, bem como informar sobre
Art. 1º Este Decreto estabelece diretrizes para o
locais de apoio e assistência na sua localidade;
atendimento humanizado às vítimas de violência
IV – encaminhar as mulheres em situação de
sexual pelos profissionais da área de segurança
violência à Rede de Serviços de Atendimento às
pública e da rede de atendimento do Sistema
Mulheres em Situação de Violência, de acordo Único de Saúde (SUS), e as competências do Mi-
com a necessidade; nistério da Justiça e do Ministério da Saúde para
V – informar às autoridades competentes, se sua implementação.
for o caso, a possível ocorrência de infração penal Art. 2º O atendimento às vítimas de violência se-
que envolva violência contra a mulher; xual pelos profissionais de segurança pública e da
VI – receber reclamações, sugestões e elogios a rede de atendimento do SUS observará as seguin-
respeito do atendimento prestado no âmbito da tes diretrizes:
Rede de Serviços de Atendimento às Mulheres em I – acolhimento em serviços de referência;
Situação de Violência, encaminhando-os aos ór- II – atendimento humanizado, observados os
gãos competentes; princípios do respeito da dignidade da pessoa,
VII – produzir periodicamente relatórios geren- da não discriminação, do sigilo e da privacidade;
III – disponibilização de espaço de escuta quali-
ciais e analíticos com o intuito de apoiar a formu-
ficado e privacidade durante o atendimento, para
lação, o monitoramento e a avaliação de políticas
propiciar ambiente de confiança e respeito à vítima;
públicas de enfrentamento à violência contra as
IV – informação prévia à vítima, assegurada sua
mulheres; compreensão sobre o que será realizado em cada
VIII – disseminar as ações e políticas de enfren- etapa do atendimento e a importância das condu-
tamento à violência contra as mulheres para as tas médicas, multiprofissionais e policiais, respei-
usuárias que procuram o serviço; e tada sua decisão sobre a realização de qualquer
IX – produzir base de informações estatísticas procedimento;
sobre a violência contra as mulheres, com a fina- V – identificação e orientação às vítimas sobre
lidade de subsidiar o sistema nacional de dados e a existência de serviços de referência para aten-
dimento às vítimas de violência e de unidades do
de informações relativas às mulheres.
sistema de garantia de direitos;
Art. 4º O número 180 poderá ser amplamente di- VI – divulgação de informações sobre a existên-
vulgado nos meios de comunicação, instalações e cia de serviços de referência para atendimento de
estabelecimentos públicos e privados, entre outros. vítimas de violência sexual;
46
DECRETO Nº 7.958, DE 13 DE MARÇO DE 2013
47
DECRETO Nº 8.086, DE 30 VIII – os eixos estruturantes do Pacto Nacional
DE AGOSTO DE 2013 pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulhe-
(Publicado no DOU de 30/8/2013) res; e
IX – as diretrizes da Política Nacional de Enfren-
Institui o Programa Mulher: Viver sem Violên-
cia e dá outras providências. tamento à Violência contra as Mulheres.
A presidenta da República, no uso da atribuição Art. 3º O Programa Mulher: Viver sem Violência
que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea a, será desenvolvido, principalmente, por meio das
da Constituição, decreta: seguintes ações:
I – implementação das Casas da Mulher Brasi-
Art. 1º Fica instituído o Programa Mulher: Viver
leira, que consistem em espaços públicos onde
sem Violência, que objetiva integrar e ampliar os
se concentrarão os principais serviços especiali-
serviços públicos existentes voltados às mulhe-
zados e multidisciplinares de atendimento às mu-
res em situação de violência, mediante a articu- lheres em situação de violência;
lação dos atendimentos especializados no âmbi- II – ampliação da Central de Atendimento à Mu-
to da saúde, da justiça, da rede socioassistencial e lher (Ligue 180);
da promoção da autonomia financeira. III – organização, integração e humanização do
§ 1º O Programa integra a Política Nacional de atendimento às vítimas de violência sexual;
Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e as IV – ampliação dos Centros de Atendimento às
ações de implementação do Pacto Nacional pelo Mulheres nas Regiões de Fronteiras Secas, que
Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. consistem em serviços especializados de aten-
§ 2º A coordenação do Programa será de res- dimento às mulheres nos casos de violência de
ponsabilidade da Secretaria de Políticas para as gênero, incluídos o tráfico de mulheres e as situa-
Mulheres da Presidência da República. ções de vulnerabilidades provenientes do fenô-
§ 3º A ampliação e a integração dos serviços meno migratório; e
de que trata o caput deverá ser acompanhada da V – promoção de campanhas continuadas de
qualificação e da humanização do atendimento às conscientização do enfrentamento à violência
mulheres em situação de violência. contra a mulher.
§ 1º Mediante articulação com órgãos e entida-
Art. 2º São diretrizes do Programa Mulher: Viver
des públicas da União, dos Estados, do Distrito
sem Violência:
Federal e dos Municípios e com entidades do ter-
I – integração dos serviços oferecidos às mulhe-
ceiro setor, as Casas da Mulher Brasileira e os Cen-
res em situação de violência;
tros de Atendimento às Mulheres nas Regiões de
II – transversalidade de gênero nas políticas
Fronteiras Secas poderão contar com:
públicas;
I – serviços de atendimento psicossocial;
III – corresponsabilidade entre os entes federa-
II – alojamento de passagem;
dos;
III – orientação e direcionamento para progra-
IV – fomento à autonomia das mulheres e à ga-
mas de auxílio e promoção da autonomia eco-
rantia da igualdade de direitos entre mulheres e nômica, de geração de trabalho, emprego e renda;
homens; IV – integração com os serviços da rede de
V – atendimento humanizado e integral à mu- saúde e socioassistencial; e
lher em situação de violência, observado o respei- V – a presença de órgãos públicos voltados para
to aos princípios da dignidade da pessoa huma- as mulheres, como as Delegacias Especializadas
na, da não discriminação e da não revitimização; de Atendimento à Mulher, os Juizados e Varas
VI – disponibilização de transporte à mulher em Especializados de Violência Doméstica e Fami-
situação de violência para o acesso aos serviços, liar contra a Mulher, as Promotorias Públicas Es-
quando não integrados, da rede especializada de pecializadas da Mulher e as Defensorias Públicas
atendimento; Especializadas da Mulher.
VII – garantia e promoção de direitos das mu- § 2º As Casas da Mulher Brasileira e os Centros
lheres em situação de violência, em especial do de Atendimento às Mulheres nas Regiões de Fron-
acesso à justiça; teiras Secas poderão ser mantidos pelos Estados,
48
DECRETO Nº 9.223, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2017
Distrito Federal e Municípios, com o apoio das Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua
instituições parceiras e da Secretaria de Políticas publicação.
para as Mulheres da Presidência da República. Brasília, 30 de agosto de 2013; 192º da
Art. 4º Compete à Secretaria de Políticas para as Independência e 125º da República.
Mulheres da Presidência da República: DILMA ROUSSEFF
I – coordenar a implantação e execução do Pro- Márcia Pelegrini
grama; Alexandre Rocha Santos Padilha
II – coordenar a execução das ações de que trata Miriam Belchior
Eleonora Menicucci de Oliveira
o art. 3º;
III – construir e equipar as Casas da Mulher Bra-
DECRETO Nº 9.223, DE 6 DE
sileira;
DEZEMBRO DE 2017
IV – promover a capacitação das equipes dos
(Publicado no DOU de 7/12/2017)
Centros de Atendimento à Mulher nas Regiões de
Fronteiras Secas e das Casas da Mulher Brasileira Institui a Rede Brasil Mulher.
nos temas referentes às relações sociais de gênero; O presidente da República, no uso da atribuição
V – promover a articulação com os órgãos e en- que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea a,
tidades referidos nos §§ 1º e 2º do art. 3º, com o da Constituição, decreta:
objetivo de assegurar a implementação e o cum-
Art. 1º Fica instituída, no âmbito da Secretaria Na-
primento das metas do Programa;
cional de Políticas para Mulheres da Secretaria de
VI – elaborar e divulgar os protocolos de aten-
Governo da Presidência da República, a Rede Bra-
dimento, as normas técnicas e a padronização de
sil Mulher, com a finalidade de estimular ações
atendimento das Casas da Mulher Brasileira e dos
que promovam a igualdade entre mulheres e ho-
Centros de Atendimento às Mulheres nas Regiões
mens, de modo a proporcionar a dignidade e a au-
de Fronteira Secas, com apoio dos órgãos e enti-
tonomia da mulher e contribuir para o desenvol-
dades participantes e colaboradores;
vimento econômico e social do país.
VII – apoiar, técnica e financeiramente, os entes
Parágrafo único. A Rede Brasil Mulher é uma ar-
federados na manutenção das Casas da Mulher
ticulação nacional de órgãos e entidades públicas,
Brasileira e dos Centros de Atendimento às Mu-
empresariais e organizações da sociedade civil.
lheres nas Regiões de Fronteira Secas; e
VIII – promover encontros dos Centros de Atendi- Art. 2º São eixos de atuação da Rede Brasil Mulher:
mento às Mulheres nas Regiões de Fronteiras Secas I – saúde;
e das Casas da Mulher Brasileira com o objetivo de II – educação;
avaliar a implementação e execução do Programa. III – autonomia econômica e igualdade no
Parágrafo único. A Secretaria de Políticas para mundo do trabalho;
as Mulheres da Presidência da República poderá IV – enfrentamento e combate à violência con-
convidar para participar da implementação do tra a mulher; e
Programa outros órgãos e entidades públicos e V – fortalecimento e participação das mulheres
privados, como o Conselho Nacional de Justiça, nos espaços de poder e decisão.
o Conselho Nacional do Ministério Público e o
Art. 3º São objetivos da Rede Brasil Mulher:
Conselho Nacional de Defensores Públicos-Gerais.
I – contribuir para a redução da desigualdade
Art. 5º Os Ministérios da Justiça, da Saúde, do De- entre mulheres e homens, por meio da formação
senvolvimento Social e Combate à Fome e do Tra- de gestores, profissionais de educação e estudan-
balho e Emprego atuarão de forma conjunta para tes em todos os níveis e modalidades de ensino, e
a implementação do Programa com a Secretaria promover o acesso e a permanência de meninas,
de Políticas para as Mulheres da Presidência da jovens e mulheres na educação de qualidade;
República. II – promover a melhoria das condições de vida
Art. 6º A Secretaria de Políticas para as Mulheres e de saúde das mulheres em todas as fases da
da Presidência da República poderá expedir atos vida e garantir os direitos sexuais e reprodutivos;
complementares para a coordenação e gestão do III – contribuir para a autonomia econômica e
Programa Mulher: Viver sem Violência. para a igualdade de tratamento e oportunidade
49
das mulheres no mundo do trabalho, urbano ou Art. 7º O Comitê-Executivo da Rede Brasil Mulher
rural, no que se refere ao acesso, à remuneração será composto por um representante, titular e su-
e à ascensão, de forma a reduzir as desigualdades plente, dos seguintes órgãos:
geracionais de classe, de raça e de etnia; I – Secretaria de Governo da Presidência da Re-
IV – fomentar e fortalecer a participação plural pública, que o coordenará;
e multirracial das mulheres nos espaços de poder II – Ministério da Justiça e Segurança Pública;
e decisão, por meio da promoção de mudanças III – Ministério da Educação;
culturais, legislativas e institucionais que contri- IV – Ministério da Cultura;
buam para a construção de valores igualitários e V – Ministério do Trabalho;
democráticos; e VI – Ministério do Desenvolvimento Social; e
V – eliminar todas as formas de violência con- VII – Ministério da Saúde.
tra as mulheres de todas as idades nas esferas pú- § 1º O representante titular de que trata o inciso
blica e privada, incluído o tráfico de pessoas e a I do caput será a Secretária Nacional de Políticas
exploração sexual. para Mulheres da Secretaria de Governo da Presi-
dência da República.
Art. 4º Poderão compor a Rede Brasil Mulher os
§ 2º No prazo de até cinco dias, contado da data
órgãos do Poder Executivo federal responsáveis
de publicação deste Decreto, os Ministros de Es-
por políticas públicas relacionadas aos eixos te-
tado dos órgãos referidos no caput indicarão os
máticos.
seus representantes, titulares e suplentes, que
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades do Po-
serão designados em ato do Ministro de Estado
der Executivo federal poderão designar núcleos,
Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da
dentro da estrutura existente, com a finalidade de
República.
apoiar a implementação das ações sob sua res-
§ 3º O Comitê-Executivo poderá convidar repre-
ponsabilidade no âmbito da Rede Brasil Mulher,
sentantes de outros órgãos federais, estaduais,
por meio de ato conjunto com a Secretaria Nacio-
distritais e municipais, da sociedade civil, de enti-
nal de Políticas para Mulheres da Secretaria de Go-
dades empresariais e especialistas para participar
verno da Presidência da República.
de suas reuniões.
Art. 5º Poderão colaborar com a Rede Brasil Mulher: § 4º O Comitê-Executivo elaborará seu regi-
I – os órgãos e as entidades públicas federais mento interno no prazo de sessenta e cinco dias,
dos Poderes Legislativo e Judiciário; contado da data de publicação deste Decreto.
II – os órgãos e as entidades públicas estaduais, § 5º A Secretaria Nacional de Políticas para Mu-
distritais e municipais; lheres da Secretaria de Governo da Presidência da
III – os organismos internacionais; República prestará o apoio técnico-administrativo
IV – as organizações da sociedade civil; e ao Comitê-Executivo.
V – as entidades empresariais.
Art. 8º Compete ao Comitê-Executivo da Rede
Parágrafo único. A participação dos colabora-
Brasil Mulher:
dores de que trata o caput ocorrerá por meio de
I – elaborar e revisar periodicamente o planeja-
acordo de cooperação específico, no qual serão
mento estratégico da Rede Brasil Mulher;
estabelecidas as ações, as metas e os compromis-
II – criar os núcleos temáticos e estabelecer os
sos das partes envolvidas.
comitês regionais se referem os incisos II e III do
Art. 6º A Rede Brasil Mulher será composta de: caput do art. 6º;
I – Comitê-Executivo; III – deliberar sobre proposta de acordo de coo-
II – até cinco núcleos temáticos; peração a ser firmado pela Rede Brasil Mulher
III – até cinco comitês regionais; e com órgãos e entidades previstas no parágrafo
IV – Comitê de Comunicação e Cultura. único do art. 5º;
Parágrafo único. A participação no Comitê-Exe- IV – monitorar e avaliar a implementação dos
cutivo, nos núcleos temáticos, nos comitês regio- planos de ação e dos acordos de cooperação téc-
nais e no Comitê de Comunicação e Cultura será nica; e
considerada prestação de serviço público rele- V – consolidar em relatório semestral as infor-
vante, não remunerada. mações sobre os resultados obtidos.
50
Art. 9º As ações realizadas no âmbito da Rede Bra- DECRETO Nº 5.390 DE 8 DE MARÇO DE 2005
sil Mulher correrão à conta dos orçamentos dos Aprova o Plano Nacional de Políticas para as Mu-
órgãos e das entidades participantes. lheres (PNPM), institui o Comitê de Articulação e
Parágrafo único. A execução das ações previs- Monitoramento, e dá outras providências.
tas no caput estão sujeitas à disponibilidade orça- Publicado no DOU de 9/3/2005.
mentária e financeira dos órgãos e das entidades DECRETO Nº 5.948, DE 26 DE OUTUBRO DE 2006
participantes. Aprova a Política Nacional de Enfrentamento ao
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de Tráfico de Pessoas e institui Grupo de Trabalho In-
sua publicação. terministerial com o objetivo de elaborar proposta
do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de
Brasília, 6 de dezembro de 2017; 196º da
Independência e 129º da República. Pessoas (PNETP).
Publicado no DOU de 27/10/2006.
MICHEL TEMER
Antonio Imbassahy DECRETO Nº 6.412, DE 25 DE MARÇO DE 2008
Dispõe sobre a composição, estruturação, com-
petências e funcionamento do Conselho Nacio-
nal dos Direitos da Mulher (CNDM) e dá outras
LISTA DE OUTRAS NORMAS E
providências.
INFORMAÇÕES DE INTERESSE
Publicado no DOU de 26/3/2008.
DECLARAÇÃO DE PEQUIM (1995) DECRETO Nº 6.924, DE 5 DE AGOSTO DE 2009
Assinada na 4ª Conferência Mundial sobre as Mu- Institui o Prêmio de “Boas Práticas na Aplicação,
lheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Divulgação ou Implementação da Lei Maria da
Paz a 15 de setembro de 1995. Penha”.
LEI Nº 7.353, DE 29 DE AGOSTO DE 1985 Publicado no DOU de 6/8/2009.
Cria o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009
(CNDM), e dá outras providências. Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos
Publicada no DOU de 30/8/1985. (PNDH-3) e dá outras providências.
Publicado no DOU de 22/12/2009.
LEI Nº 10.539, DE 23 DE SETEMBRO DE 2002
Dispõe sobre a estruturação de órgãos, cria cargos DECRETO Nº 7.901, DE 4 DE FEVEREIRO DE 2013
em comissão no âmbito do Poder Executivo Fe- Institui a Coordenação Tripartite da Política Na-
deral, e dá outras providências. cional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e
Publicada no DOU de 24/9/2002. o Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de
Pessoas (Conatrap).
LEI Nº 12.227, DE 12 DE ABRIL DE 2010
Publicado no DOU de 5/2/2013.
Cria o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher.
Publicada no DOU de 13/4/2010. Portais
yy Central de Atendimento à Mulher
DECRETO Nº 5.030, DE 31 DE MARÇO DE 2004
www.spm.gov.br/ligue-180
Institui o Grupo de Trabalho Interministerial para
Ligue 180 (funcionamento 24 horas)
elaborar proposta de medida legislativa e outros
yy Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
instrumentos para coibir a violência doméstica
(CMULHER)
contra a mulher, e dá outras providências.
www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/
Publicado no DOU de 1º/4/2004 e republicado no
comissoes/comissoes-permanentes/comissao-
DOU de 2/4/2004.
de-defesa-dos-direitos-da-mulher-cmulher
DECRETO DE 15 DE JULHO DE 2004 yy Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
Institui Grupo de Trabalho Interministerial com a (CNDM)
finalidade de elaborar Plano Nacional de Políticas www.spm.gov.br/assuntos/conselho
para as Mulheres. yy Observatório Brasil da Igualdade de Gênero
Publicado no DOU de 16/7/2004. www.observatoriodegenero.gov.br
51
yy Observatório da Mulher contra a Violência yy 8 de março – Dia Internacional da Mulher
www12. senado. leg. br/institucional/omv (Resolução 13.2 da 20ª Conferência-Geral da
yy ONU Mulheres (Entidade das Nações Unesco, aprovada na 36ª Reunião Plenária de
Unidas para a Igualdade de Gênero e o 27/11/1978)
Empoderamento das Mulheres) yy 30 de abril – Dia Nacional da Mulher
www.onumulheres.org.br (Lei nº 6.791/1980)
yy Programa Interagencial de Promoção da yy 25 de julho – Dia Nacional de Tereza de
Igualdade de Gênero, Raça e Etnia Benguela e da Mulher Negra (Lei nº 12.987/2014)
www.generoracaetnia.org.br yy Agosto – Mês do Aleitamento Materno
yy Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados (Lei nº 13.435/2017)
www2.camara.leg.br/a-camara/secretaria-da-
yy 28 de agosto – Dia Nacional de Combate
mulher
e Prevenção ao Escalpelamento
yy Secretaria de Políticas para as Mulheres (Lei nº 12.199/2010)
www.spm.gov.br
yy Novembro (última semana) – Semana
Datas comemorativas Nacional pela Não Violência contra a Mulher
yy 20 de janeiro – Dia Nacional da Parteira (Lei nº 13.421/2017)
Tradicional (Lei nº 13.100/2015) yy 27 de novembro – Dia Nacional de Luta contra o
yy 5 de fevereiro – Dia Nacional da Mamografia Câncer de Mama (Lei nº 12.116/2009)
(Lei nº 11.695/2008) yy 6 de dezembro – Dia Nacional de Mobilização
yy 24 de fevereiro – Dia da Conquista do Voto dos Homens pelo Fim da Violência contra as
Feminino no Brasil (Lei nº 13.086/2015) Mulheres (Lei nº 11.489/2007)
52
edições câmara
L E G I S L AT I V O