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FACULDADE ARTHUR SÁ EARP NETO

CURSO DE NUTRIÇÃO

ASPECTOS SOBRE O CONSUMO DE AMINOÁCIDOS DE CADEIA


RAMIFICADA (BCAAs) NAS ACADEMIAS BRASILEIRAS

FRANKLIN FERREIRA CARVALHO

PETRÓPOLIS

2019
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FACULDADE ARTHUR SÁ EARP NETO

CURSO DE NUTRIÇÃO

ASPECTOS SOBRE O CONSUMO DE AMINOÁCIDOS DE CADEIA


RAMIFICADA (BCAAs) NAS ACADEMIAS BRASILEIRAS

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao corpo


Docente do curso de Nutrição da Faculdade Arthur
Sá Earp Neto como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do Grau de Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Ms Clévia Fernanda Sies Barboza

PETRÓPOLIS

2019
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ASPECTOS SOBRE O CONSUMO DE AMINOÁCIDOS DE CADEIA


RAMIFICADA (BCAAs) NAS ACADEMIAS BRASILEIRAS

FRANKLIN FERREIRA CARVALHO

ORIENTADORA: PROF.ª MS CLÉVIA FERNANDA SIES BARBOZA

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao corpo


Docente do curso de Nutrição da Faculdade Arthur
Sá Earp Neto como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do Grau de Bacharel em Nutrição.

Aprovado em ____ de ______________ de ______.

Banca examinadora:

___________________________________________________________
Prof.ª. Ms Clévia Fernanda Sies Barboza

___________________________________________________________
Prof.ª. Ms João Antônio Almeida Alves de Sousa

___________________________________________________________
Prof.ª. Nome Completo do Examinador 2
4

Dedico este trabalho à minha família


pelo apoio incondicional.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha orientadora pela paciência, por ouvir meus dramas vividos, pelo
carinho de sempre.

Ao meu amigo Guilherme Lopes Soares, por me mostrar o caminho e por estar
sempre ao meu lado em todos os momentos.

Aos professores que me passaram um pouco de seu conhecimento.

Aos meus pais: a minha mãe, que me dá suporte e carinho, e ao meu pai, que me
colocou no caminho da atividade física. Eu amo vocês.

À minha irmã, pelo incentivo em terminar o curso.

À Deus sempre presente em minha vida.


6

“Cada sonho que você deixa pra trás, é um


pedaço do seu futuro que deixa de existir”
Steve Jobs
7

RESUMO

A associação de alimentação saudável e prática regular de atividades físicas trazem


diversos benefícios para os praticantes, mas o desejo de obter rapidamente um corpo belo
ou musculoso, associado a fatores como a falta de informação e o acesso fácil, levam os
indivíduos a buscar suplementação alimentar. O presente estudo teve como objetivo
realizar uma revisão de literatura sobre o consumo do suplemento BCAA nas academias
brasileiras. Foram utilizadas as bases de dados do Scielo, da Revista Brasileira de Nutrição
Esportiva e da Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Tendo como descritores: BCAA,
suplementos, academias, atividade física, treinamento de força. Foram selecionados 1006
artigos nos quais verificamos que cerca de 64% dos pesquisados consomem o suplemento
BCAA ou proteínas. Na maioria das pesquisas encontradas, os consumidores de
suplementos não tiveram indicação para uso prescrita por nutricionistas. Tendo o acesso
fácil e sem a devida prescrição, muitos colocam sua saúde em risco, sendo necessário uma
reavaliação de medidas legais para a comercialização destes produtos.

Palavras-chave: BCAA, Academias, Suplementos, Atividades Físicas, Treinamento de


Força.
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ABSTRACT

The association of healthy eating and regular physical activity brings a great number of
benefits to practitioners, but the desire to quickly obtain a beautiful or muscular body,
associated with factors such as lack of information and easy access, lead individuals to
seek food supplementation. The present study aimed to perform a literature review on the
consumption of the BCAA supplement in Brazilian academies. We used the databases of
Scielo, the Brazilian Journal of Sports Nutrition and the Brazilian Journal of Sports
Medicine. As descriptors we had: BCAA, supplements, academies, physical activity,
strength training. We selected 1006 articles in which we found out that about 64% of those
surveyed consume BCAA supplement or proteins. In most researches the supplements
consumers had no indication for use prescribed by nutritionists. With easy access and lack
of prescription, many practitioners put their health at risk, requiring a reassessment of legal
measures for the marketing of these products.

Keywords: BCAA, Academies, Supplements, Physical Activities, Strength Training.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Necessidade de consumo de proteínas nas três fases da atividade física: pré, durante e
após.................. 37

Figura 2: Mg aminoácidos/g proteína obtidos nos alimentos ...................................................... 38


10

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Tipos de suplementos utilizados pelos praticantes de treinamento de força nas academias
brasileiras......... 36

Gráfico 2: Orientação para o consumo de suplementos alimentares para os praticantes de


treinamento de força nas academias. ........................................................................................ 40
11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACAD Brasil Associação Brasileira de Academias

ACD Academia

ADP Adenosina Difosfato

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATACR Aminotransferase de Aminoácidos de Cadeia Ramificada

ATP Adenosina Trifosfato

BCAAs ou ACR branched chain amino acids (Aminoácidos de cadeia ramificada)

BCAT2 ou BCATm Aminotransferases de Cadeia Ramificada

BCKDH Complexo de α-cetoácido Desidrogenase de Cadeia Ramificada

CCK Colecistoquinina

CFN Conselho Federal de Nutrição

CRFM Conselho Federal de Farmácia do Mato Grosso do Sul

DCCR Desidrogenase de Cetoácido de Cadeia Ramificada

DCCRF Desidrogenase de Cetoácido de Cadeia Ramificada fosfatase

DCCRQ Desidrogenase de Cetoácido de Cadeia Ramificada quinase

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

DeCs Descritores em Ciências da Saúde

Eif4e Eukaryotic translation initiation factor 4E (Fator de iniciação de


tradução eucariótica 4E)

fTRYP Triptofano Livre

GLP-1 Peptídeo Semelhante a Glucagon 1

INMETRO Insituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade


Industrial

KIC α-cetoisocaproato

KIV α-cetoisovalerato
12

KMV α-ceto-β-metilvalerato

LDL Low Density Lipoproteins (Lipoproteínas de Baixa Densidade)

Mtor mechanistic target of rapamycin (Proteína alvo mecanicista da


rapamicina)

RNA Ácido Ribonucleico

p70S6k Ribosomal protein S6 kinase beta-1 (Proteína ribossômica S6


quinase beta -1)

S6K1 S6 Cinaseribossomal

4E-BP1 Eukaryotic translation initiation factor 4E - binding protein 1 (Fator


de iniciação de tradução eucariótica 4E – Proteína de ligação 1)
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14

2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 16

3 OBJETIVOS .................................................................................................................. 17

3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 17

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 17

4 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 18

4.1 ACADEMIAS NO BRASIL E NO MUNDO ....................................................... 18

4.2 ATIVIDADE FÍSICA: O TREINAMENTO DE FORÇA NAS ACADEMIAS ...19

4.2.1 Substratos Energéticos e Treinamento de Força ........................................ 21

4.3 SUPLEMENTOS ALIMENTARES ..................................................................... 22

4.4 A INDÚSTRIA DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES .................................. 23

4.5 AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA (BCAAs) .................................. 23

4.6 METABOLISMO DO BCAA ............................................................................... 27

4.7 PERFOMANCE.. .................................................................................................. 31

4.8 BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DO BCAA ......................................................... 32

5 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 34

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 35

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 43

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 44
14

1 INTRODUÇÃO

Segundo a ACAD Brasil (Associação Brasileira de Academias), o número de


academias cresceu exponencialmente nos últimos anos, contando com mais de 30 mil pelo
país e atendendo cerca de 9 milhões de indivíduos, movimentando cerca de 2 bilhões de
dólares ao ano (ACAD BRASIL, 2018).

Observa-se atualmente um aumento expressivo do número de academias devido à


procura por corpos esteticamente belos e saudáveis e, por esse motivo, existe
concomitantemente um aumento pela procura de substâncias que acelerem este processo
(BEZERRA, 2013).

Os praticantes de atividades físicas são indivíduos com grande potencial para


consumirem suplementos alimentares, que são produtos de venda livre. Na maior parte das
vezes, a orientação não é feita pelo nutricionista ou médico, contribuindo para um
consumo impróprio e exacerbado (DOMINGUES, 2007).

Segundo Oliveira (2013), os suplementos alimentares são consumidos em maior


prevalência, pelos respectivos praticantes, para que possam auxiliar no objetivo de
melhorar o rendimento durante o treino, como o desenvolvimento de força muscular, e
também para finalidades estéticas (OLIVEIRA, 2013).

O que as pessoas ingerem no cotidiano influencia diretamente na qualidade


nutricional da alimentação. Com a prática de exercícios físicos aumentada, o consumo de
macronutrientes, como aminoácidos e proteínas, deve ser elevado conforme as
necessidades de um determinado indivíduo, observando seu gasto energético (TROG,
2009).

Segundo Oliveira (2013), os branched-chain amino acids (Aminoácidos de Cadeia


Ramificada – BCAAs) são constituídos por três aminoácidos essenciais para nosso
organismo, a saber: valina, leucina e isoleucina. Estes podem ser obtidos através do
consumo de proteínas de origem animal. Dentre os principais efeitos do BCAA, encontra-
15

se o aumento de ganho de massa muscular através do auxílio na hipertrofia do músculo


esquelético e na ação anticatabólica do mesmo, sendo por estes fatores bastante utilizado
por quem pratica exercícios físicos resistidos (OLIVEIRA, 2013).

Assim sendo, verifica-se o consumo de BCAAs por indivíduos dentro das


academias brasileiras com a intenção de melhora na performance no ganho de força,
redução de gordura, diminuição de fadiga, objetivos estéticos, diminuição de catabolismo,
entre outros (BECKER et al, 2016).

Porém, existe a necessidade de acompanhamento nutricional a fim de verificar a


real necessidade de suplementação de BCAAs, bem como dosagens individuais prescritas
por profissionais capacitados no intuito de reduzir efeitos colaterais indesejados na
aquisição de massa muscular e na performance destes praticantes (BECKER et al, 2016).
16

2 JUSTIFICATIVA

Nota-se um grande número de indivíduos praticantes de atividade física, de forma


profissional ou recreacional, que faz uso do suplemento à base de Aminoácidos de Cadeia
Ramificada (BCAAs) de forma indiscriminada dentro das academias. Estudos apontam que
uma dieta com altos níveis de BCAAs permite ao indivíduo uma indução de síntese de
proteína muscular aumentada, promovendo o ganho de massa muscular, ganho este que
pode ser alcançado através de uma alimentação equilibrada.

A relevância deste estudo se dá devido ao fato de que praticantes de atividade física


podem ter sua saúde afetada por utilizarem de forma errada e mal orientada o suplemento.
17

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a produção científica sobre o consumo do suplemento BCAA dentro das


academias brasileiras a fim de verificar a dosagem recomendada e os aspectos benéficos e
prejudicais do seu uso. A intenção deste estudo é justificada por identificar os reais efeitos
do suplemento, bem como a possível verificação de prescrições realizadas por profissionais
não capacitados

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar a existência de doses recomendadas do suplemento BCAA para


praticantes de atividade física segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição, a Sociedade
Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte e artigos científicos.

Enumerar os profissionais que prescrevem o suplemento BCAA para os praticantes


de atividade física a fim de ressaltar os habilitados para tal função.

Identificar os benefícios e malefícios ocasionados pelo uso do suplemento BCAA.


18

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 ACADEMIAS NO BRASIL E NO MUNDO

Segundo pesquisas recentes realizadas pela Associação Brasileira de Academias


(ACAD Brasil), estima-se um crescimento de 7% do número de clientes nos últimos anos
no mercado fitness mundial. Em 2018, cerca de 201 mil academias atenderam 174 milhões
de pessoas no mundo (Quadro 1). As 34 mil localizadas no Brasil atendem 9 milhões de
clientes, gerando um faturamento de 2 bilhões de dólares (ACAD BRASIL, 2018).

Figura 1: Número de clientes, academias e faturamentos em escala mundial nos dois últimos anos.

A busca pelo belo, pela saúde e pela performance tem aumentado o número de
pessoas que praticam algum tipo de atividade física. São inúmeros os benefícios
alcançados pelos praticantes. Dentre eles destaca-se: diminuição de gordura corporal,
aumento de resistência a insulina, aumento de massa muscular, diminuição de depressão e
ansiedade, autonomia, dentre outros (OLIVEIRA E ARAÚJO, 2019)

O aumento de procura pela qualidade de vida e por aspectos estéticos levou o


mercado, ainda que passando por crises econômicas, a um crescimento. Esse crescimento
contínuo chama a atenção de outro mercado: o de suplementos alimentares. O Conselho
Federal de Farmácia do Mato Grosso do Sul (CRFMS) estimou um crescimento de 30%
destes (CRFMS, 2019).
19

4.2 ATIVIDADE FÍSICA: O TREINAMENTO DE FORÇA NAS ACADEMIAS

Entende-se por atividade física a prática diária de pelo menos trinta minutos de
exercícios físicos leves ou moderados cinco vezes na semana ou a prática de vinte minutos
de alta intensidade três ou mais vezes na semana. Exemplos de exercícios incluem
hidroginástica, caminhadas, treinamento de força, natação, danças, artes marciais, ciclismo,
esportes, entre outros (DUMITH et al, 2019).

Dentro das academias dá-se o destaque à atividade física mais praticada: o


treinamento de força. O treinamento de força ou musculação, como é comumente
conhecido, a cada ano que passa ganha notória popularidade, especialmente por atuar na
prevenção de doenças e pelos diversos benefícios relacionados ao mecanismo
musculoesquelético, tais como o aumento da massa muscular e o aumento nos níveis de
força. Com efeito, o treinamento de força é recomendado pela maioria dos profissionais
que atuam nas áreas da saúde, podendo atingir diversos grupos populacionais com objetivo
de melhorar sua qualidade de vida (CORREIA et al., 2014).

Segundo Cunha e colaborares (2013), estão descritos na literatura diversos


benefícios que a prática do treinamento de força pode oferecer, tais como ganhos
funcionais relacionados à prevenção de possíveis complicações osteomioarticulares,
possibilitando a melhora da capacidade da condição física dos praticantes e o
fortalecimento do aparelho cardiovascular. Outra consequência que o treinamento de força
proporciona, de extrema importância, é a compressão dos vasos sanguíneos. Com essa
compressão, os vasos sanguíneos criam uma maior resistência vascular periférica e, deste
modo, ocasiona uma redução da perfusão cardíaca.

Dentro das academias, especificamente na musculação, o treinamento de força pode


ser caracterizado por alguns princípios, são eles: volume; intervalo de recuperação entre as
séries; ordem dos exercícios; intensidade, entre outros. Os praticantes de treinamento de
força procuram empregar esses fundamentos para poder progredir tanto nos ganhos
substanciais na hipertrofia muscular quanto na força efetuada durante a prática do exercício
(OLIVEIRA, 2013).
20

O treinamento de força é uma ação voluntária do músculo esquelético em


contraposição a uma resistência, resultando em um estresse mecânico/metabólico,
promovendo microlesões celulares, conhecidas por danos musculares. Esse processo de
desenvolvimento de força acontece a partir de adaptações neuromusculares e hormonais
(FERREIRA, 2013).

Entende-se por hipertrofia muscular o aumento e/ou crescimento da massa


muscular (FLECK E KRAEMER, 2006).

Durante o treinamento de força, os músculos respondem através de estímulos que


são provenientes de uma ação neural. Essas ações neurais adaptativas possuem
predominância no decorrer das primeiras fases do treinamento de força em relação às fases
intermediárias e avançadas. Consequentemente, o aumento da força muscular gerado após
o indivíduo realizar seu treinamento intenso de força, dá-se pela ativação neural aumentada
do músculo (MAIOR, 2003).

No entanto, os benefícios gerados a partir do treinamento de força são vastos, como


a melhora da qualidade de vida, maior sensibilidade à insulina, melhora na função
cardiovascular e combate às doenças crônico-inflamatórias que pertence à síndrome
metabólica, além de adaptações neurais, metabólicas, imunológicas e moleculares
(FERREIRA, 2013).

Conforme a característica da especificidade do tipo de treinamento, associado com


a intensidade do exercício físico, pode haver uma depleção da aglomeração de glicogênio
muscular. Com isso, a gliconeogênese hepática pode ser ativada e, sendo assim, promove
um estimulo da proteólise, no qual é encaminhada para a degradação ou desgaste das
proteínas contráteis musculares (BUCCI, 2005).

As fibras musculares não possuem capacidade de se proliferarem, ou seja, a única


possibilidade de ter um aumento do tecido muscular é fazer com que surja novas
miofibrilas para resultar em um aumento muscular. Para que ocorra esse processo,
necessita-se um estresse mecânico provocado pelo exercício intenso; o RNA mensageiro
deve ser ativado de forma expressiva, e, em consequência, a síntese de proteínas
musculares do mesmo modo. Para que as fibras musculares possam produzir maiores
21

quantidades de miofibrilas, é indispensável as proteínas, no qual fazem parte


essencialmente a actina e miosina (BUCCI, 2005).

4.2.1 Substratos Energéticos e Treinamento de Força

O ser humano necessita de três substratos energéticos essenciais para sua


sobrevivência, oriundos de alimentos: proteínas, lipídios e hidratos de carbono. Esses
substratos citados anteriormente são oxidados pela célula e assim resultam na geração de
energia (GUERRA, 2011).

Caso o organismo apresente um excesso de proteínas celulares, e seus estoques


estejam cheios, o restante dos aminoácidos entram em um processo de degradação e o
excesso é armazenado sob a forma de glicogênio ou gordura (HALL, GUYTON, 2017).
Independentemente do tipo de treinamento, aeróbio ou de força, dando ênfase na
hipertrofia, é utilizado o glicogênio muscular para gerar energia e fornecer ATP (BUCCI,
2005).

Algumas atividades físicas exigem um consumo acentuado de ATP (Adenosina


Trifosfato), que pode variar conforme a intensidade correlacionada à duração do esforço
físico. Em relação à contração muscular, o corpo humano possui sistemas com grande
eficiência na questão de ressíntese do ATP. Estes sistemas são de fosforilação oxidativa, a
fosfocreatina e glicólise (GUERRA, 2011).

Conforme a característica da especificidade do tipo de treinamento, associado à


intensidade da atividade física, pode haver uma depleção do glicogênio muscular. Com
isso, a gliconeogênese hepática pode ser ativada. Sendo assim, promove um estimulo da
proteólise, no qual é encaminhada para a degradação ou desgaste das proteínas contráteis
musculares (BUCCI, 2005).

A nutrição possui uma ampla importância na atividade física tanto para os


especialistas da área quanto para os amadores, contribuindo para a adequação de nutrientes
que propiciem um suporte para a formação, o reparo e a reconstituição dos tecidos
musculares durante a atividade física (BEZERRA, 2013).
22

Relacionando ao treinamento de força, o homem tem procurado cada vez mais


recursos que irão proporcionar o aprimoramento da performance, a suplementação
alimentar de modo que consiga atingir esse fim e não adquirir efeitos colaterais
indesejáveis que as drogas podem ocasionar (JESUS, 2008).

4.3 SUPLEMENTOS ALIMENTARES

A suplementação alimentar é caracterizada pela ingestão de determinados


nutrientes com a intenção de proporcionar uma melhora no rendimento e no desempenho
físico, e de possibilitar uma condição de saúde e estética satisfatória (OLIVEIRA,2013).

São considerados recursos ergogênicos quaisquer as substâncias, meios ou


procedimentos que atuem de modo que a performance do indivíduo seja melhorada
(JESUS, 2008). A constituição dos suplementos alimentares é composta por pelo menos
um desses ingredientes: aminoácidos (BCAA, ornitina, glutamina e arginina); vitaminas
(A, C, complexo B, etc.); ervas e botânicos (ginseng, guaraná em pó); extratos (levedura de
cerveja); minerais (Ca, Fe, Zn, K, etc.); metabólitos (creatina, L carnitina). Porém, o uso
desses produtos não deve ser considerado como um alimento convencional na dieta
(JESUS, 2008).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a função dos


suplementos alimentares para praticantes de atividades física refere-se à complementação
dos planos alimentares elaborados pelo nutricionista e não podem ser substitutos de
qualquer refeição diária. São coadjuvantes para suprir as necessidades de um determinado
nutriente que apenas pela dieta o indivíduo não consiga atingir os requerimentos
necessários (ALMEIDA, 2009).

Como aponta Jesus (2008), os praticantes de treinamento de força são os maiores


consumidores de suplementos alimentares, devido à capacidade dos mesmos de
promoverem força muscular e aquisição de resultados “estéticos”, É importante ressaltar
que a maioria dos praticantes de treinamento de força não possui o interesse competitivo;
trata-se, porém, de uma “ferramenta” que está diretamente relacionado à performance do
mesmo (JESUS, 2008).
23

O uso de suplemento por atletas apresenta ainda seis motivos mais evidentes:
aumentar o desempenho, auxiliar na recuperação, trazer benefícios para saúde, prevenir ou
tratar alguma doença, equilibras a dieta ou manipular a imagem corporal (PAL et al, 2010).

4.4 A INDÚSTRIA DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) classifica os aminoácidos


de cadeia ramificada como um recurso ergogênico, isto é, suplementos alimentares que
visam a melhorar o desempenho e a performance esportiva (ANVISA, 2019).

O aumento exacerbado do uso dos suplementos por praticantes de atividades


físicas tem levado a um crescimento significativo de indústrias, mas nem todas seguem a
legislação vigente levando a facilidade de compra e consumo (PAL et al, 2010).

Para a verificação dos rótulos te,-se a Resolução RDC/ANVISA n.º 259/2002 e a


Portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO) Portaria/INMETRO n.º 157/2002. O rótulo deve conter: prazo de validade,
origem, lote, lista de ingredientes, entre outros. Porém, muitos estão fora das normas, o que
pode facilmente prejudicar o indivíduo que faz uso do suplemento (ANVISA, 2019).

Dentro das academias, muitos são os suplementos utilizados pelos


praticantes. Dentre eles encontra-se os BCAA´s de venda livre, que podem trazer tanto
benefícios como malefícios para os que dele fazem uso (PAL et al, 2010).

4.5 AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA (BCAAs)

Os “branchedchain amino acids” ou BCAA´s (aminoácidos de cadeia ramificada)


são constituídos pela valina, leucina e isoleucina. Estes aminoácidos são os únicos entre
todos os aminoácidos que são obrigatoriamente metabolizados no músculo, ou seja, não
precisam do fígado para serem metabolizados. Os mesmos podem atuar também
precursores para a formação de outros aminoácidos e proteínas (PLATELL, 2000).
24

Assim, os aminoácidos de cadeia ramificada são classificados como “aminoácidos


essenciais”, visto que a única forma de adquiri-los é pela alimentação ou através da
suplementação (MATA, 2009).

Em relação ao corpo humano, em média 40% do peso total é composto por massa
muscular, ou seja, no desenvolvimento muscular há necessidade, em sua integração, de
proteínas musculares com estrutura de 35% dos aminoácidos de cadeia ramificada. Deste
modo, os BCAA’s são de extrema importância na constituição e geração do músculo
esquelético (MATA, 2009).

Os BCAAs são considerados um suplemento de suma importância na questão da


redução de fadiga. Durante o treino físico, eles são oxidados resultando em geração de
energia, poupando assim o catabolismo de glicogênio muscular. Devido ao fato de os
BCAAs não serem degradados no fígado de forma direta, como foi dito anteriormente,
após serem ingeridos, acabam circulando na corrente sanguínea, apresentando
disponibilidade com intuito de serem utilizados pelos músculos esqueléticos (BECKER,
2016).

Durante a prática de exercícios contra resistência, há uma depleção de glicogênio


muscular, gerando uma maior atividade dos BCAA´s para que estes atuem como fonte de
energia. Este processo se dá pela razão fTRYP (Triptofano livre), em que há uma
competição para entrada no cérebro entre BCAA e fTRYP. Uma baixa concentração de
BCAA aumentaria a entrada fTRYP juntamente ao cérebro, promovendo assim a formação
de serotonina (KIM et al. 2013).

Segundo Kim e colaboradores. (2013), há hipóteses de que a suplementação de


BCAA´s pode reduzir as chances do surgimento de uma fadiga cognitiva motora, podendo
assim influenciar positivamente no rendimento dos indivíduos em atividades físicas
resistidas, assim como há uma influência positiva da mesma suplementação no período
pós-exercício.

Leucina, valina e isoleucina, que são os três aminoácidos de cadeia ramificada


dentre os nove aminoácidos essenciais existentes, apresentam, totalizando um percentual
de aproximadamente 20% da ingestão de proteínas. Estes aminoácidos de cadeias
25

ramificadas sofrem uma metabolização insuficiente durante a primeira passagem pelo


fígado, quando este expressa níveis baixos de BCAT2 ou BCATm, que são
aminotransferases de cadeia ramificada mitocondrial (HERMAN et al. 2018).

Em sua composição, os BCAA’s apresentam posições únicas para que, ao serem


ingeridos durante o ato da alimentação ou mesmo da suplementação, estes aminoácidos
sejam sinalizados para o cérebro e para toda a periferia, a fim de promover efeitos
benéficos ao indivíduo (HERMAN et al. 2010).

De acordo com Williams (2005), os aminoácidos atuam, em teoria, de modo que o


indivíduo tenha uma melhora em seu desempenho de diversas formas, sendo elas: a
redução dos efeitos colaterais do overtraining; a redução da fadiga mental; a indução do
aumento da secreção de hormônios anabólicos e a alteração do uso do combustível durante
o exercício.

Os aminoácidos de cadeia ramificada apresentam uma extrema importância em


associação a danos musculares. Na atividade física eles têm a capacidade de proporcionar
um efeito terapêutico após o treino e têm apresentado melhorias no processo de
recuperação muscular e na diminuição de risco de lesões (JUNIOR, 2016).

Com o aumento do metabolismo dos BCAA´s no músculo esquelético, uma


possível consequência seria a diminuição da concentração plasmática destes. Esse aumento
do metabolismo é gerado a partir das oxidações dos aminoácidos de cadeia ramificada
durante a prática da atividade física prolongada e intensa (DE PABLO et al. 2001).

Em relação aos aminoácidos essenciais, principalmente a leucina, eles não só atuam


como são necessários para estimular a síntese de proteínas. Destaca-se a leucina, um
aminoácido essencial que atua na formação do “complexo do fator de iniciação de
proteínas de iniciação eucariótico”, isto é, um complexo que ativa a tradução do RNA
mensageiro e que tem como resultado a síntese de proteínas. A leucina é efetiva, do mesmo
modo, na cascata de reações que impulsiona a fosforilação da proteína “S6
cinaseribossomal (S6K1)” e, sendo assim, é ativada a tradução das proteínas que estão
envolvidas no aparato da construção proteica (HARAGUCHI, 2008)
26

A leucina possui efeitos anabólicos na proteína muscular, e sua característica mais


conhecida é a elevação de síntese proteica. Porém, tal aminoácido possui diversas funções
no corpo humano, uma vez que participa como substrato energético, podendo atuar na
sinalização de metabólicos e, conforme citado anteriormente, no metabolismo como
substrato para formação de proteínas (MATA, 2009).

Portanto, a leucina é primeiramente utilizada pelo organismo na formação de


proteínas. Entretanto, em relação ao substrato energético, ela pode oferecer para o músculo
esquelético 3% a 4% de energia em repouso e 1% durante a prática do exercício físico
(WLOCH, 2008).

Durante o jejum prolongado ou a prática de exercício físico de longa duração, para


se manter o balanceamento ou homeaostasia da glicose, as proteínas musculares exercem
um papel importante para manter esse equilíbrio. Porém, diferentemente no período pós-
prandial, ou seja, após a refeição, o músculo utiliza glicose e ácidos graxos para exercer o
metabolismo energético. Por exemplo, quando o indivíduo está dormindo por longa
duração ele promove um jejum noturno, e isso pode acarretar depleção dos estoques de
glicogênio hepático e é necessário prevenir que o indivíduo entre em uma hipoglicemia
grave. Por conseguinte, o tecido muscular é a última fonte glicogênica para poder
proporcionar energia para o corpo humano, ele se “sacrifica” para poder manter o
suprimento de energia necessário para os eritrócitos e cérebro. Para que isso ocorra, a
proteína muscular é fracionada em seus aminoácidos e utilizada para a
gliconeogenese(SALWAY, 2009).

A leucina e isoleucina são consideradas fontes de energia, pois os esqueletos de


carbono destes aminoácidos são convertidos por inteiro em acetoacetato ou Acetil-CoA;
entretanto, essa conversão de acetoacetado ocorre no fígado. Os corpos cetônicos podem,
de fato, serem oxidados e serem utilizados como combustível pelos tecidos extra-hepáticos
(SALWAY, 2009).
27

4.6 METABOLISMO DO BCAA

A leucina e isoleucina são consideradas fontes de energia, isso é acometido pelo


fato do esqueleto de carbono de leucina e dos elementos de isoleucina serem convertidos
por inteiro em acetoacetato ou acetil-coa; entretanto, essa conversão de acetoacetado
ocorre no fígado. Os corpos cetônicos podem, de fato, serem oxidados e serem utilizados
como combustível ou energia respiratória pelos tecidos extra-hepáticos (SALWAY, 2009).

O metabolismo dos aminoácidos de cadeia ramificada descrita por Rogero (2008)


difere de outros tipos de aminoácidos, que são oxidados de forma primária no fígado; os
aminoácidos de cadeia ramificada (ACR), por sua vez, são oxidados diretamente no
músculo esquelético. As enzimas envolvidas no processo de catabolismo dos ACR são as
aminotransferase de aminoácidos de cadeia ramificada (ATACR), cuja finalidade é
catalisar a transaminação dos ACR e o complexo enzimático desidrogenase de cetoácido
de cadeia ramificada (DCCR), com intuito de catalisar a descarboxilação oxidativa dos
cetoácidos de cadeia ramificada, onde a reação é irreversível (ROGERO, 2008).

O primeiro processo implicado no catabolismo dos aminoácidos de cadeia


ramificada é a transaminação pelas isoenzimas ATACR, que são enzimas dependentes da
vitamina B6 (Piridoxal-fosfato) e que tem a leucina, valina e isoleucina como substratos.
A atividade das enzimas ATACR tem baixa atividade no fígado; por outro lado, constata-
se uma elevada atividade nas atividades intermediárias no músculo esquelético, coração e
rim. As ATACR estão presentes na forma mitocondrial e citosólica nas células de
mamíferos. Com base na reação catalisada pela enzima ATACR, os ACR são convertidos
em seus referentes cetoácidos, a isoleucina convertida em α-ceto-β-metilvalerato (KMV); a
leucina em α-cetoisocaproato (KIC); e a valina em α-cetoisovalerato (KIV).
Simultaneamente, na reação catalisada pela ATACR, verifica-se que há conversão de α-
glutamato, que é o aceptor de nitrogênio provido pelos aminoácidos de cadeia ramificada
em glutamato (ROGERO, 2008).

A leucina está diretamente relacionada com manutenção da síntese de proteína no


músculo esquelético, atuando sinergicamente com a insulina, que é um hormônio que
promove o anabolismo. Porém, a insulina por si só não é capaz de estimular a síntese
28

proteica muscular em seu estado pós absortivo pelo fato de ser necessário a ingestão de
proteínas ou aminoácidos para que as taxas de síntese proteicas sejam restauradas por
completo.

Em relação ao efeito da insulina proposta na síntese proteica muscular, ela tem uma
atribuição para que a tradução proteica seja potencializada, ao contrário de regular de
modo direto o respectivo processo, ou seja, o efeito da insulina é estimular a síntese
proteica quando os aminoácidos estão presentes. Ressaltando que, quando há uma ingestão
de leucina via oral, há um aumento na concentração de insulina sérica, esse fato induz a
estimulação da síntese de proteínas, de modo permissivo estimulada pela leucina (MATA,
2009).

A alanina e glutamina podem participar do processo de síntese de outros


aminoácidos, iniciadas a partir do glutamato. Devido a esse fato, a transaminação dos ACR
concede mecanismos para trasladar o nitrogênio dos ACR da conforme com o tecido
necessitar por glutamato e outros aminoácidos não-essenciais. Ressaltando, as isoenzimas
ATACR em mamíferos são bem singulares para os aminoácidos de cadeia ramificada e
glutamato, tornando-se a preferência de substratos a subsequente: isoleucina > valina >>
glutamato (ROGERO, 2008).

Sucessivamente à reação catalisada pelo ATACR, a geração dos cetoácidos de


cadeia ramificada pode de fato sofrer descarboxilação oxidativa mediada pelo complexo
enzimático DCCR, podendo ser encontrado na superfície interna da membrana interna da
mitocôndria. Os cetoácidos de cadeia ramificada KMV, KIC e KIV, citados anteriormente,
são convertidos em isovaleril-CoA, 3-metilbutiril-CoA e isobutiril-CoA; esse processo
ocorre por meio da reação catalisada pelo complexo DCCR. O DCCR, em associação com
sua atividade, é mais elevado no fígado, sendo intermediária no rim e coração; já no
músculo esquelético, cérebro e tecido adiposo sua atividade é considerada baixa
(ROGERO, 2008).

Na via catabólica dos aminoácidos de cadeia ramificada, a principal enzima


reguladora é a DCCR, sendo considerada a etapa controladora do movimento do processo
catabólico dos ACR. Diferentemente da atividade da ATACR, a ação do complexo DCCR
29

ocorre com elevada regulação por meio de um ciclo de fosforilação da subunidade E 1 α


desse complexo, no mesmo momento em que a DCCR fosfatase (DCCRF) é encarregado
pelo processo de ativação do complexo, pela via da desfosforilação da subunidade E 1 α
(ROGERO, 2008).

Com a inibição da atividade da enzima DCCRQ, o complexo DCCR pode ser


ativado devido a essa inibição por meio do KIC, que é o produto consequente da
transaminação da leucina. Os análogos fundamentais do KIC, que engloba o octanoato, α-
cloro-isocaproato e o ácido clofibrico, também proporcionam o processo de ativação do
complexo DCCR, pelo fato da DCCR inibir diretamente esse mecanismo. O ciclo de
fosforilção/desfosforilação possui altamente poder de regular a atividade do complexo
DCCR. A DCCR é inativada pela enzima DCCR quinase (DCCRQ) através da fosforilação
(P) da subunidade E 1 α. Diante desse fato, nota-se que em mamíferos alimentados com
dietas hipoproteicas a atividade da DCCR é diminuída em um valor expressivo, embora
possa ser aumentada em estados como jejum, diabetes, comorbidades inflamatórias
causadas por endotoxemia, infecções e uremia (ROGERO, 2008).

Subsequentemente ao segundo processo do catabolismo dos aminoácidos de cadeia


ramificada medida pela DCCR, os produtos oriundos dessa reação, que são decorrentes de
acil-CoA de cadeia ramificada, sofrem oxidação através de duas desidrogenases
diversificadas. Depois dessa etapa, as vias catabólicas dos aminoácidos de cadeia
ramificada se divergem, cada aminoácido segue sua via, sendo a leucina, por ser
cetogênica, visto que forma acetil-CoA e acetoacetato no mesmo momento em que a valina
é glicogênica, em consequência de ser convertida em succinil-CoA, que é um intermediário
do ciclo de Krebs. A isoleucina e a valina são metabolizadas para succinato via
metilmalonil-CoA. A isoleucina possui outro produto decorrente do metabolismo, o
acetoacetato, e, portanto, a isoleucina pode ser considerada como um aminoácido
cetogênico e glicogênico (ROGERO, 2008).

O metabolismo de aminoácidos de cadeia ramificada durante o exercício físico é


ocasionado por captação de diversos aminoácidos, maioritariamente pelos aminoácidos de
cadeia ramificada pelo tecido muscular. O músculo esquelético possui a capacidade de
oxidar pelo menos 6 tipos de aminoácidos, dentre eles: leucina, isoleucina, valina,
30

aspartato, glutamato e asparagina. Entretanto, os ACR são preferencialmente oxidados


durante a prática do exercício físico.

Os ACR são transaminados para seus devidos cetoácidos através da reação


catalisada pela enzima ATACR, como subsequente da oxidação acontecendo pelo
complexo enzimático DCCR, conforme citada anteriormente no metabolismo de ACR. Em
referência à enzima DCCR, trata-se de uma enzima limitante do fluxo das reações
implicados na oxidação dos ACR, com cerca de 20-25% em sua forma ativa durante o
exercício físico. Para a DCCR obter a ativação, está diretamente relacionada à
concentração de ACR e cetoácidos de cadeia ramificada presentes na fibra muscular, à
redução do glicogênio do músculo esquelético e à depleção do pH e da razão ATP:ADP.
Uma estratégia para poupar a oxidação de aminoácidos é a utilização de suplementos com
carboidratos durante o exercício físico com a finalidade de diminuir a atividade do
complexo DCCR; argumento sustentado pelo fato de que a correlação inversa entre a
ativação do complexo e a concentração de glicogênio no musculo esquelético promove
esse efeito. Ressaltando que com a elevação da ativação do complexo DCCR e com a
oxidação de leucina, intercorre de forma predominante ao longo da prática de exercício
físico intenso (70-80% VO2max) e por longa duração; porém, se a intensidade do exercício
for inferior, o grau da ativação é diminuído (ROGERO, 2008).

O músculo esquelético é o principal tecido onde os BCAA’s são metabolizados e,


com isso, o exercício aumenta o catabolismo dos mesmos. Sabe-se que quanto maior é a
intensidade do exercício físico, maior é a oxidação do BCAA no músculo esquelético.
Com a prática do exercício, é ativado o complexo BCKDH presente nos músculos
esqueléticos nos seres humanos, esse processo ocorre pela desfosforilação do complexo
enzimático. A ativação do BCKDH no músculo esquelético pode ser gerada a partir do
aumento da concentração de α-cetoisocaprotato (KIC) e da leucina no músculo esquelético,
pois o α-cetoisocaprotato tem a capacidade de inibir a quinase (SHIMOMURA et al, 2006)
31

4.7 PERFORMANCE

Segundo Mata (2009), atletas buscam esse tipo de suplementação pois acreditam
que os aminoácidos de cadeia ramificada, relacionados aos seus benefícios, podem auxiliar
na sua performance na atividade física (MATA, 2009).

O corpo humano possui reservas de carboidraeto sob a forma de glicogênio. O


glicogênio é um estoque de glicose para complementar as requisições energéticas em
relação aos tecidos, sendo encontrado especialmente no fígado, podendo atender a todos os
tecidos do organismo. Além do glicogênio hepático, tem-se o glicogênio muscular, ou seja,
a glicose em forma de estoque nas células musculares esqueléticas. Diferentemente do
glicogênio hepático, o glicogênio muscular não é capaz de fornecer energia para os demais
tecidos, e é considerado como uma “reserva particular”. A glicose necessária para
proporcionar energia necessária para o corpo pode ser provida pela alimentação ou pela via
da gliconeogênese. A gliconeogênese é caracterizada por gerar glicose a partir de
aminoácidos, lactato e glicerol (GUERRA, 2011).

A glicólise é um processo nomeado a partir da oxidação da glicose com a finalidade


de obter ATP. Todavia, a glicogenólise hepática/muscular é denominada por ser um
processo de degradação do glicogênio, oriundo de um requerimento de glicose intracelular
ou pelo organismo. Porém, esse processo ocorre apenas nas primeiras 24 horas sem o
indivíduo se alimentar, a fim de que a glicose seja gerada pelo processo da gliconeogênese
(GUERRA, 2011).

Em relação ao treinamento de força, o processo hipertrofia muscular ou o ganho de


massa magra ocorre apenas em proporção de síntese proteica. Quando o indivíduo pratica o
exercício de treinamento de força, consequentemente é ativado o metabolismo proteico
muscular em seu organismo, fazendo com que haja ganho de massa muscular. Esse
processo é denominado de balanço proteico, em que ocorre a síntese e degradação das
proteínas, e o exercício físico pode melhorar essa questão do balanço proteico muscular.
Caso haja uma diminuição ou ausência de ingestão de alimentos, o balanço permanece
negativo (ROGERO, 2008).
32

A ingestão de uma mistura de aminoácidos como os aminoácidos de cadeia


ramificada estimula o balanço proteico positivo, principalmente após a prática do exercício
físico. Dentre os aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina por si só consegue aumentar
a fosforilação proteica que está inseridas na regulação da síntese proteica localizada no
músculo esquelético. Contudo, com o aumento da disponibilidade de aminoácidos, também
se promove o transporte dos mesmos para o interior das células musculares, estimulando a
síntese de proteínas (ROGERO, 2008).

Os praticantes de atividades físicas buscam um tipo de físico esteticamente belo.


Fatores socioculturais, amigos e mídias, bem como o grupo do qual fazem parte,
influenciam a imagem corporal e, para tanto, o uso de qualquer ergogênico é válido.
(DAMASCENO, 2006)

4.8 BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DO BCAA

Com o consumo frequente do BCAA, pode-se obter benefícios e malefícios,


dependendo da forma utilizada. Os BCAA, especificadamente a leucina, têm um papel
fundamental no crescimento, no processo de construção e no reparo dos tecidos. Entre
outros benefícios do BCAA, constam: a atuação na modulação imunológica; o
emagrecimento, fazendo com que o indivíduo perca massa gorda e preserve massa magra;
a melhora na recuperação muscular e síntese proteica; a diminuição dos níveis de
colesterol LDL e total e dos triglicerídeos e da diminuição da resistência à insulina em
doentes obesos; a capacidade de promover saciedade, devido ao aumento dos níveis de
leptina, CCK, GLP-1; a supressão extensa da grelina e a capacidade de diminuir os níveis
de glicose no sangue. Outro beneficio relacionado a leucina é a capacidade da mesma de,
além de promover substrato, ser uma componente chave do começo da síntese de proteínas
(ROGERO, 2008)

O BCAA está diretamente interligado à recuperação das microlesões musculares


resultado pelo exercício físico extenuante e previne o catabolismo muscular, sendo seu
consumo aconselhado nos períodos de pré e pós treino, melhorando sua capacidade de
rendimento e a intensidade na prática do exercício físico. Referente ao seu consumo,
33

quando é ingerida pelo suplemento, sua digestão é rápida. Outros benefícios são
destacados: a promoção de anabolismo e anticatabolismo muscular, o anti envelhecimento,
a melhoria da resposta imunológica, a elevação dos níveis plasmáticos de glutamina.
Tratados em aplicações clínicas, com a utilização dos aminoácidos de cadeia ramificada,
pode ser tratado manutrição e sarcponia, patologia hepática, obesidade e resistência à
insulina, insuficiência renal e cardíaca, regeneração de feridas, infeções pulmonares e
DPOC. A suplementação de BCAA foi revelada ser segura, sem associação a nenhum
efeito adverso relevante, porém essa temática ainda não foi sido estudada extensivamente
pela comunidade (ROGERO, 2008)

Porém, estudos como de Oliveira (2008), afirmam que o com a ingestão exagerada
de aminoácidos, além de serem armazenadas como gorduras podem ocasionar danos renais
(OLIVEIRA, 2008).
34

5 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo consistiu em uma revisão bibliográfica de abordagem qualitativa.


A pesquisa foi realizada no período de agosto de 2018 a junho de 2019. Os dados foram
coletados através de meios on-line contendo identificação, título e ano de publicação. Os
artigos serão coletados nas seguintes bases de dados: Bireme, Scientific Electronic Library
Online (SCIELO) e revistas online. Os descritores em Ciências da Saúde (DeCs) utilizados
foram: BCAAs, suplementação, treinamento de força, treino de força, academias,
proteínas, musculação e recursos ergogênicos.
35

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com relação às referências aos BCAA’s, foram encontrados, nos sites de busca,
1006 artigos; destes, 981 falaram sobre o suplemento de forma geral, 11 sobre BCAA e
treinamento de força, 12 sobre o consumo de BCAA em academias brasileiras e 02 sobre
as doses recomendadas. Do total, 07 artigos estavam de acordo com o tema pesquisado,
isto é, o consumo de BCAA em academias brasileiras, e foram inseridos na pesquisa.
Fizeram parte das pesquisas referentes aos artigos utilizados, 505 indivíduos, destes, 64%
(325 sujeitos) utilizam BCAA e/ou proteínas.

Segundo o tipo de ergogênico utilizado pelos praticantes de atividades físicas nas


academias brasileiras, baseados nos estudos realizados, observa-se que os suplementos
mais utilizados são as proteínas e os aminoácidos de cadeia ramificada (OLIVEIRA, 2008;
SOUZA, 2014; PEREIRA, 2007; WAGNER, 2011; SCHNEIDER, 2008; BRITO, 2012;
DUMITH, 2019). (Gráfico 1)
36

Tipos de suplementos utilizados pelos praticantes de treinamento


de força nas academias brasileiras.
160

140

120

100

80

60

40

20

Carboidratos Protéinas ou aminácidos Vitaminas e mineirais Creatina

Gráfico 1: Tipos de suplementos utilizados pelos praticantes de treinamento de força nas academias
brasileiras.

Como podemos observar no gráfico 1, cerca de 325 indivíduos de 505 fazem uso de
suplementos à base de proteínas e aminoácidos, onde destacamos o BCAA.

Segundo Brito (2012), Wagner (2011) e Schneider (2008), especificamente sobre o


BCAA, vemos a pesquisa nas academias da cidade de Vitória da Conquista – BA,
Florianópolis – SC e Balneário Camboriú - SC. Demonstrando, portanto, que o BCAA é
um dos suplementos de base proteica mais consumidos pelos praticantes de atividades
físicas dentro das academias.
37

Quanto à existência de doses recomendadas do suplemento BCAA, pela Sociedade


Brasileira de Nutrição e pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte,
as mesmas não foram encontradas.

Nos artigos científicos, encontra-se dados de 2005 que relatam eficiência do


suplemento BCAA com doses recomendadas de 0.1 grama de BCAA por kg/peso corporal
(relação de 8g para um indivíduo com 80kg), seguido por uma prática de treinamento de
resistência pesada, para obter uma resposta favorável em correlação a sua recuperação
muscular pós treino, havendo um balanço proteico positivo (WILLIAMS, 2005).

Segundo Duarte (2017), encontra-se a recomendação de 6 – 10g/hora ou 6 – 12g/h,


dependendo dos indivíduos.

Verifica-se uma indicação de dose recomendada variante entre 6 – 12g/hora,


porém, segundo o quadro apresentado por Duarte (2017), não existe a real necessidade de
consumo dos BCAA durante a prática de exercícios (Figura 1).
38

Figura 1: Necessidade de consumo de proteínas nas três fases da atividade física: pré, durante e
após. Fonte: Duarte (2017).

Pode-se observar que a quantidade recomendada pré ou pós treino por Duarte
(2017) é facilmente alcançada através de alimentação saudável e equilibrada, como nos
estudos de Pires (2006) (Figura 2).

Figura 2: Mg aminoácidos/g proteína obtidos nos alimentos. Fonte: Pires, 2006.

Como pode-se observar a proteína bovina, por exemplo, apresenta em cada grama
cerca de 40 mg de isoleucina, 92 mg de leucina e 43 mg de valina. Levando em conta que
dados como os observados na pesquisa de Paes (2016), a maior responsável pelo aumento
de massa muscular é a leucina, em cálculos utilizando 0,1 g por Kg de peso como os
referidos por Williams (2005) , são facilmente encontrados em menos de 100g de proteína
bovina para um sujeito com peso corporal de 80kg.

Estudos como de Rogero (2008) demonstram que há uma interação da leucina com
a insulina, que otimiza e influencia na questão do controle da etapa de tradução da síntese
proteica. A insulina é extremamente importante nesse processo, pois ela é um hormônio
anabólico, cuja função é crítica na manutenção de síntese de proteínas musculares; ou seja,
a insulina por si só não é capaz de promover a síntese proteica no estado pós absortivo,
tendo a necessidade de ingestão proteica ou de aminoácidos com a finalidade de restaurar
por completo as taxas de síntese de proteínas (ROGERO, 2008).
39

Estudos como de Paes (2016) apontam que, em uma dieta com altos níveis de
BCAAs, o indivíduo possui indução de síntese de proteína muscular aumentada,
promovendo o ganho de massa muscular. Dentre os demais aminoácidos essenciais, os
aminoácidos obtidos pela alimentação, a isoleucina, valina e leucina, são os que
apresentam maiores efeitos anabólicos em comparação aos outros, tendo destaque à leucina
(PAES, 2016).

Logo pode-se verificar que os efeitos da leucina podem estimular a síntese de


proteína muscular e esse processo ocorre por mecanismos que são dependentes de insulina
que estão envolvidos na sinalização sob medida pela proteína mTOR para a 4E-BP1 e a
p70S6k, e que os mecanismos que envolvem os efeitos independentes de insulina é a
fosforilação do Eif4e e/ou sua combinação com o elF4E. Porém, esses mecanismos não são
ainda totalmente esclarecidos (MATA, 2009).

Com relação aos efeitos desejáveis e indesejáveis do consumo, segundo Araújo,


Andreolo e Silva (2002), a ingestão excessiva de proteínas e aminoácidos por meio da
alimentação ou da suplementação proteica tem trazido efeitos danosos ao organismo.
Proteínas em níveis superiores a 15% das calorias totais pode levar ao quadro clínico de
cetose, gota e sobrecarga renal. Este excesso de proteínas pode, ainda, promover aumento
da gordura corporal, desidratação, balanço negativo de cálcio e induzir à perda de massa
óssea (WAGNER, 2011).

Pesquisas como a de Oliveira (2008), corroboram com esta visão e afirmam não
haver benefício em ingerir excesso de proteína, pois, em excesso, transforma-se em
gordura, sendo armazenada em depósitos subcutâneos, além disso, podem ser prejudiciais
por sobrecarregar o fígado e os rins (OLIVEIRA, 2008).

Com relação ao profissional capacitado para prescrição de suplementos,


encontramos na legislação vigente que apenas os nutricionistas e nutrólogos prescrevem o
seu uso. Segundo O Conselho Federal de Nutrição, considera-se “competência do
nutricionista para prescrição de suplementos nutricionais que está estabelecida no inciso
VII, do artigo 4º, da Lei 8234/1991, Resolução CFN nº 390/2006 e, de acordo com a
40

Resolução CFN 380/2005, é considerada atividade complementar do nutricionista nas


áreas de Nutrição Clínica, Saúde coletiva e Nutrição em Esportes”.

Apesar disso, na prática cotidiana dentro das academias, pode-se observar o uso
indiscriminado de suplementos prescritos de forma irregular pelos mais diversos tipos de
profissionais (Gráfico 2).
41

Orientação nutricional dos praticantes de treinamento de


força nas academias
60

50

40

30

20

10

Nutricionista Profissional de Ed. Física Conta própria Amigos Vendedor

Gráfico 2: Orientação para o consumo de suplementos alimentares para os praticantes de


treinamento de força nas academias.

Corroborando com pesquisas de Schneider (2008), como pode-se observar no


gráfico 2, é comum notar a quantidade de academias que tem instrutores, professores e
treinadores de atividade física recomendando e prescrevendo suplementos alimentares.
Segundo Schneider (2008), os professores e instrutores comercializam suplementos
alimentares e indicam os mesmos, esses profissionais não possuem formação científica de
forma adequada para obter o conhecimento de forma necessária sobre os efeitos dos
suplementos.

Segundo Domingues (2007), os praticantes de atividades físicas são os mais


propícios a ingerir os suplementos alimentares. Os suplementos no Brasil são produtos
42

comercializados livremente, sem a necessidade da orientação de um nutricionista ou


médico, aumentando a probabilidade de um consumo impróprio e exacerbado.

De acordo com Wagner (2011), a elaboração de regulamentações em relação ao


consumo de suplementos alimentares facilitaria tanto a educação dos indivíduos que os
ingerem de forma segura e adequada como a atuação dos profissionais de saúde que podem
atuar nessa área. Diante deste fato, há uma carência de informações nas academias sobre a
ingestão de suplementos que podem acarretar danos à saúde e ao desempenho do
consumidor caso utilizados de forma incorreta, tornando-se então evidente a necessidade
de nutricionistas atuando nas academias de práticas esportivas para conscientizar os
praticantes.

Conforme estudos de Oliveira (2008), em relação à presença de nutricionistas nas


academias, o ideal seria a divulgação dos próprios profissionais e o interesse das academias
em promover a contratação dos mesmos, oferecendo assim um acompanhamento adequado
e seguro aos seus alunos.
43

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O aumento do número de academias e da procura de corpos esteticamente belos


e saudáveis é uma realidade que ocorre no Brasil, e esse aumento acarreta buscas de
recursos para acelerar esse processo, e com a falta de orientação de um profissional da
área pode promover efeitos prejudiciais aos usuários.

Os aminoácidos de cadeia ramificada, compostos pela leucina, valina e


isoleucina são aminoácidos que trazem diversos benefícios a saúde, porém são
encontrados em determinados alimentos não havendo necessidade da sua
suplementação na maioria dos praticantes de academia, visto que sua recomendação
diária é facilmente alcançável com uma alimentação variada e equilibrada.

Portanto, os aminoácidos de cadeia ramificada são bastante utilizados nas


academias brasileiras e, como pode-se observar no presente trabalho, os profissionais
que mais prescrevem os BCAAs para os praticantes de atividade física são os
profissionais de educação física e não os nutricionistas ou nutrólogos, que são os
profissionais capacitados para prescrever tal suplemento, quando a orientação não é
feita por esses profissionais pode promover o consumo de suplementos de forma
irregular ou inadequada.

Sugerimos que sejam realizados mais estudos de revisão para chegarmos a um


consenso sobre os reais benefícios, riscos, e doses sobre o uso do BCAA com
suplementação esportiva.
44

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