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GRANDE DO SUL
This final paper aims to address the ongoing changes in family law after the
entry into force of the Constitution of 1988 and how these changes affected the
family relationships. New duties brought all family members to the same level, where
individual achievement is sought first. The paper discusses, if the lack of affection
from the parent leads to civil liability and the lack of familiarity with the parent hurts
the dignity of the human person. It focuses still in which concrete situations must
exist a duty to indemnify emotional distance and the assumptions required for this
accountability, analyzing the latest decisions of the courts to check the understanding
regarding the accountability of moral damages for emotional distance and still
searching what the prospects laws are for the subject.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 48
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INTRODUÇÃO
A partir desse momento a família passa a ser vista como um lugar para a
realização pessoal, conforme aponta Sumaya Saady Morhy Pereira (2007, p. 88):
Acerca do assunto dispõe Maria Berenice Dias (2011, p. 34, grifo da autora):
pela jurisprudência dos Tribunais. Esses novos modelos de família fundam-se numa
nova roupagem como descreve Dias (2011, p. 43, grifo da autora):
Art. 5°. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade [...]
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação.
Nos tempos antigos não existia a responsabilidade como existe hoje. Ocorria
a vingança privada, onde cada um realizava a sua reação de maneira espontânea,
na maioria das vezes violenta, buscando a reparação do mal que havia sofrido.
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu
patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade,
como a honra, a dignidade, a intimidade, a imagem, o bom nome
etc., como se infere dos arts. 1°, III, e 5°, V e X, da Constituição
Federal, e que acarreta ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vexame e
humilhação.
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O dano moral para ser caracterizado deve ser de uma profundidade que fuja
da normalidade, não sendo qualquer tipo de dor, aborrecimento ou mágoa do
cotidiano capaz de gerar responsabilização por dano moral.
Por fim a teoria que exige que o dano seja consequência imediata do fato
que o produziu, baseia-se no nexo de causalidade direto, isto é, que haja entre a
conduta e o dano uma relação de causa e efeito direto e imediato como aduz
Gonçalves (2012, p. 352, grifo do autor):
não existir outra que explique o mesmo dano. Quer a lei que o dano
seja o efeito direto e imediato de inexecução.
[...] pois mais imoral do que compensar uma lesão com dinheiro, é,
sem sombra de dúvida, deixar o lesionado sem qualquer tutela
jurídica e o lesionador “livre, leve e solto” para causar outros danos
no futuro.
A filiação é o parentesco natural ou legal que une os pais aos filhos que
geraram ou adotaram conforme ensina Gonçalves (2012, p. 318, grifo do autor):
Portanto, nos casos previstos nos incisos do artigo acima citados será
considerado como pai, cabendo aquele que se encontrar numa das situações
elencadas, cabendo a ele provar que não é o genitor real da criança.
Uma vez rompida essa relação de afeto por qualquer um dos genitores sem
justificativa, deixando os filhos abandonados fisicamente e emocionalmente, os
juristas e os doutrinadores têm entendido possibilidade de haver a responsabilização
civil por abandono afetivo. Nesse sentido Madaleno (2007, p. 113):
O caso foi analisado pelo STJ, onde o pai foi condenado ao pagamento de
R$ 200.000,00 Reais para a filha abandonada. Conforme ementa do acórdão do
RESP n° 1.159.242-SP.
Não basta haver ilícito civil e culpa, deve estar presente o nexo causal entre
o dano e o ato ilícito, para isso, deve ser comprovado por um especialista habilitado
que vincule o dano sofrido com a conduta de abandono realizada pelo genitor como
afirma a Julgadora:
indenização por abandono afetivo, por entender que se for aberto o precedente no
Tribunal de Justiça em condenar o pai a indenizar por abandono afetivo, qualquer
parente que se sentir preterido ao outro poderia ingressar em juízo postulando a
indenização, como escreve no seu voto:
por abandono afetivo pelo Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais discutem ainda
a possibilidade de indenizar o afeto. Para tanto, colaciono os seguintes acórdãos do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
O acórdão seguinte aborda que o judiciário não pode fazer um pai amar o
seu filho, impondo-lhe o pagamento de um valor monetário.
Amor existe ou não existe e, em não existindo, pode até vir a ser
cultivado com atitudes de aproximação, jamais sob ameaça de
punição. A construção de laços afetivos mediante coação pecuniária
é de todo temerária, ressumbrando bizarro imaginar pais que não
nutrem afeto algum pela prole, fingirem, de um instante para outro,
aquilo que são incapazes de sentir genuinamente, apenas pelo
temor de virem a ser condenados a indenizar o que desditosamente
já está consumado....Quantos filhos seriam obrigados a compartilhar
a presença nociva de alguns pais por força de uma imposição
judicial- Guarda alguma razoabilidade imaginar benefícios para o
filho quando sua relação com o pai é construída sobre alicerces
falsos- Quanto de humanidade realmente restaria de um afeto
legalmente conduzido- Em muitos casos, seria ainda de indagar:
quantos filhos seriam efetivamente beneficiados pela capitalização
do afeto- Se formos pensar em termos de punição para o faltante,
talvez seja legítimo imaginar que a consciência seja o maior de
todos os algozes. O problema é que consciência não parece ser um
atributo concedido a todos os indivíduos...
Tramita no Senado Federal o Projeto de Lei do nº. 700, de 2007 que propõe
alterações na Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do
Adolescente, para tornar o abandono moral ilícito civil e penal.
A Lei não tem o poder de alterar a consciência dos pais, mas pode
prevenir e solucionar os casos intoleráveis de negligência para com
os filhos.
O Autor do projeto de lei quer, com a lei, esclarecer que os pais têm o dever
de acompanhar, orientar e prestar solidariedade e apoio aos filhos quando eles
necessitarem, como destaca a seguir:
Amor e afeto não se impõem por lei! Nossa iniciativa não tem essa
pretensão. Queremos, tão-somente, esclarecer, de uma vez por
todas, que os pais têm o DEVER de acompanhar a formação dos
filhos, orientá-los nos momentos mais importantes, prestar-lhes
solidariedade e apoio nas situações de sofrimento e, na medida do
possível, fazerem-se presentes quando o menor reclama
espontaneamente a sua companhia.
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Destaca que a relação entre pais e filhos não deve ser entendida e reduzida
a um patamar monetário, onde o genitor prestando os alimentos estará exonerado
dos outros deveres de pai, como atenção, orientação e a sua presença, conforme
justifica o Senador:
É verdade que a lei assegura o poder familiar aos pais que não
tenham condições materiais ideais. Mas a mesma lei não absolve a
negligência e o abandono de menores, pessoas em formação de
caráter, desprovidas, ainda, de completo discernimento e que não
podem enfrentar, como adultos, as dificuldades da vida. Portanto,
aceitam-se as limitações materiais, mas não a omissão na formação
da personalidade.
§ 2º. Compete aos pais, além de zelar pelos direitos de que trata o
art. 3º desta Lei, prestar aos filhos assistência moral, seja por
convívio, seja por visitação periódica, que permitam o
acompanhamento da formação psicológica, moral e social da
pessoa em desenvolvimento.
§ 3º. Para efeitos desta Lei, compreende-se por assistência moral
devida aos filhos menores de dezoito anos:
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CONCLUSÃO
A família brasileira era baseada no poder patriarcal, onde o pai decidia o que
era importante para a família. Com a Constituição Federal de 1988 a família evolui
para um ente familiar, onde todos os membros buscam o desenvolvimento familiar,
buscando a realização individual para constituir um todo.
REFERÊNCIAS
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http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=83516=>.
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Paulo: Saraiva, 2012, v. 6.
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Paulo: Saraiva, 2012, v. 6.
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2012, v. 4.
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